Brasil é “prioridade” a “longo prazo”, diz MNE chinês

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China afirmou este fim de semana que o Brasil é uma “prioridade” para a política externa chinesa e que as relações bilaterais têm valor “estratégico” e a “longo prazo”. Wang Yi falou por telefone com Carlos Alberto Franco França, que substituiu este mês Ernesto Araújo como ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil. Araújo ficou conhecido pelo alinhamento com a política do anterior Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à China.

Os ataques contra Pequim levaram mesmo o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, a dizer que o país asiático queria a demissão de Ernesto Araújo, como condição para libertar insumos necessários para a produção das vacinas contra a covid-19, segundo a imprensa brasileira.

Na conversa por telefone com o novo homólogo brasileiro, Wang Yi lembrou que a China “está disposta a trabalhar” com o Brasil para “promover a parceria estratégica” entre os dois países, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
Wang lembrou que Pequim sempre viu e desenvolveu as relações com o Brasil de uma perspetiva “estratégica” e de “longo prazo”. O Brasil é uma “prioridade” para a política externa chinesa, apontou.

Como dois grandes países em desenvolvimento, representantes das economias emergentes e parceiros no âmbito do bloco de países BRICS, a China e o Brasil são forças importantes, que impulsionam o multilateralismo mundial e compartilham amplos interesses comuns, afirmou Wang.

O ministro lembrou que, apesar da “tendência adversa”, a cooperação pragmática entre os dois países cresceu durante a pandemia da covid-19, refletindo “plenamente a forte resiliência” da relação bilateral. O país asiático está também disposto a continuar a cooperação no âmbito das vacinas, para atender à “necessidade urgente” do Brasil, disse.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e uma das principais fontes de investimento estrangeiro no país sul-americano. A China foi o destino, em 2020, de mais de 27% dos produtos exportados pelo Brasil, segundo dados oficiais.

O Governo de Jair Bolsonaro adotou, no entanto, uma postura crítica face ao país asiático e recusou cooperar em várias áreas estratégicas, incluindo no desenvolvimento das redes de quinta geração (5G), com o grupo chinês Huawei, a assinatura de acordos no âmbito da iniciativa de Pequim ‘uma faixa, uma rota’ ou a integração e coordenação da política externa com o bloco de países emergentes BRICS.

Wang Yi lembrou que a China espera que o Brasil proporcione um ambiente de negócios “justo e aberto” para as empresas chinesas e pediu aos dois países que continuem a apoiar-se mutuamente em questões centrais de interesse. A cooperação China – América Latina centra-se no “desenvolvimento comum e na cooperação pragmática”, atendendo às necessidades de ambos os lados, realçou.

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Eduardo Fialho S
Eduardo Fialho S
21 Abr 2021 11:45

Ola!! Acho que com essa manifestação do interesse da China no relacionamento com o Brasil o papel de Macau como intermediário e meio de junção facilitador dessa proposta deve ser evidenciado!
O que poderia ser feito a respeito? Na minha opinião seria favorecer e facilitar os brasileiros (que na sua origem eram portugueses) com as mesmas regalias diplomaticas; promover um intercambio tecnologico com verbas federais e aproveitar o idioma comum – portugues para facilitar a comunicação e promover o desenvolvimento do comércio e de ações em conjunto, parcerias comerciais e estratégicas.