Hoje Macau SociedadePearl Horizon | Direitos de aquisição em venda judicial Encontram-se em venda judicial dois “direitos de aquisição” de fracções no empreendimento Pearl Horizon. A informação consta do portal dos tribunais da RAEM e os direitos resultaram de contratos-promessa assinados com a Sociedade de Importação e Exportação Polytex, a 19 de Março de 2013. Segundo os dados revelados, a venda é o resultado de um pedido de execução de dívida. O direito de aquisição da fracção habitacional B35 tem um preço mínimo de 2,5 milhões de patacas. O direito para a fracção E25 tem um preço mínimo de 3,1 milhões de patacas. O empreendimento de luxo Pearl Horizon era para ser construído na Areia Preta. Contudo, a construção foi abortada, porque o Governo da RAEM recuperou o terreno, por considerar que o mesmo não foi aproveitado durante a concessão de 25 anos. A decisão, ao abrigo da nova Lei de Terras, resultou em vários lesados e vários processos em tribunal com diferentes envolvidos. Após a recuperação do terreno, o Governo decidiu utilizar a terra disponível para construir habitação económica e habitação para troca, no âmbito do futuro programa de Renovação Urbana. Os lesados do empreendimento tiveram direito de preferência na compra das fracções que vão ser construídas pela Administração, e 1.902 deles aceitaram a opção de ficar com uma casa na futura construção.
Hoje Macau PolíticaDeputados querem aumentar segurança nos centros de explicações A garantia da segurança física e psicológica é a principal preocupação dos deputados que estão a analisar a lei da actividade dos centros particulares de apoio pedagógico complementar. O objectivo foi traçado por Ella Lei, presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, após a reunião de ontem. “No nosso encontro de hoje [ontem] discutimos a questão do número mínimo de alunos para que os centros estejam regulados pela lei. A proposta do Governo diz que os centros são abrangidos se tiverem pelo menos cinco alunos”, começou por destacar Ella Lei. “Mas, e os centros com menos de cinco alunos, com por exemplo três? Ficam num vazio legal e fora da regulamentação? São vários os deputados preocupados porque o essencial é garantir a segurança e a integridade física e psicológica dos alunos”, justificou. Com a proposta, espera-se também afastar dos centros os funcionários que tenham sido condenados por crimes de violência doméstica e crimes sexuais. O assunto esteve ontem em cima da mesa, mereceu grande atenção, e é visto como um dos requisitos mais importantes para que os centros possam ser licenciados para o exercício da actividade pelo Governo. O nome das coisas Ainda para assegurar o bem-estar dos alunos do ensino não-superior há mais aspectos da lei que colocam reservas aos legisladores, como a exigência de condições de iluminação e ventilação “adequadas”. Segundo os membros da comissão, a definição do diploma é demasiado geral. “Na proposta de lei consta que as instalações dos centros têm de ser adequadas ao nível da iluminação e ventilação, para assegurar a integridade dos alunos. Só que nos parece que o texto deve ser mais concreto nas exigências face a estes aspectos e ao que se entende pelas condições adequadas”, justificou. Os temas em discussão identificados nesta primeira reunião interna, que só envolveu deputados, vão ser levantados junto dos representantes do Governo, numa próxima reunião que deve ser agendada rapidamente.
Hoje Macau Manchete SociedadeVacina da Sinopharm aprovada para crianças a partir dos 3 anos O Governo aprovou a vacinação para maiores de três anos com a vacina inactivada da Sinopharm. A informação foi revelada através de um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial (BO). “A vacina inactivada é aplicável às pessoas com idade igual ou superior a três anos e inferior a 60 anos e às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos com boas condições de saúde e maior risco de exposição”, pode ler-se no despacho. Por outro lado, a vacina contra a covid-19 da BioNTech, baseada no RNA mensageiro (mRNA), continua apenas aplicável a maiores de 12 anos, é dito na mesma nota. Dado que o despacho entrou ontem em vigor, os pais ou encarregados de educação das crianças incluídas no intervalo etário podem proceder de imediato à marcação da vacina. Em comunicado, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus lembra que os menores de 18 anos que pretendem administrar a vacina contra a covid-19 devem obter o consentimento dos pais ou tutores. Seguir o exemplo A decisão das autoridades de Macau, vem no seguimento do anúncio da inclusão das crianças entre os 3 e os 11 anos no lote de elegíveis para a toma da vacina, tanto no Interior da China, como em Hong Kong. Recorde-se que na sexta-feira, o Centro de Coordenação indicou que a taxa de vacinação em Macau atingiu os 70 por cento, uma percentagem que inclui pessoas inoculadas com a primeira e segunda dose, mas que “continua baixa” entre os idosos. Isto, tendo em conta que a percentagem de habitantes com as duas doses tomadas é de 58,96 por cento. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus indicou que a taxa de vacinação mais baixa se verifica a partir dos 60 anos: 57,8 por cento entre os 60 e os 69 anos, 37,1 por cento entre os 70 e os 79 anos e 12,2 por cento no grupo de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos. As maiores taxas de vacinação concentram-se entre os 20 e 29 anos (91,4 por cento), entre os 30 e os 39 anos (94 por cento) e entre 40 e 49 anos (97,8 por cento). Na mesma ocasião, Centro de Coordenação aproveitaram para frisar que “o risco de ocorrência de doença grave e até mortal”, nesse grupo etário, “após a infecção por covid-19 é 100 vezes maior do que o normal” e que os idosos que não foram vacinados “apresentam um risco de infecção grave e de morte nove vezes maior do que os idosos que foram vacinados.
Hoje Macau China / ÁsiaSudeste Asiático | Xi diz que China não vai procurar o domínio sobre a região Xi Jinping, numa conferência virtual com os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, reiterou a intenção do país de manter boas relações com todos vizinhos e de promover um clima de paz na região O Presidente chinês disse ontem que o país não procura o domínio sobre o Sudeste Asiático ou intimidar os vizinhos menores, face aos atritos provocados pelas reivindicações territoriais sobre o Mar do Sul da China. Xi Jinping fez estes comentários durante uma conferência virtual com os dez membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, ou ASEAN, que serviu para celebrar o 30.º aniversário das relações. “A China opõe-se resolutamente ao hegemonismo e à política de poder, deseja manter relações amigáveis com os seus vizinhos e, em conjunto, cultivar uma paz duradoura na região. A China absolutamente não vai procurar hegemonia ou, menos ainda, intimidar os [países] pequenos”, disse o chefe de Estado chinês, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. A China tem procurado, repetidamente, amenizar as preocupações sobre o seu crescente poder e influência, particularmente a sua reivindicação de praticamente todo o Mar do Sul da China, que se sobrepõe às reivindicações dos membros da ASEAN como a Malásia, Vietname, Brunei ou Filipinas. O comentário de Xi surge dias depois de navios da guarda costeira chinesa terem bloqueado e usado canhões de água contra dois barcos filipinos que transportavam suprimentos para tropas, numa área disputada no Mar do Sul da China. A China quer reforçar a sua presença naquele território, por onde passam rotas marítimas cruciais, e onde existem depósitos submarinos de petróleo e gás. O país asiático construiu pistas para aviões e outras instalações militares em ilhas artificiais construídas sobre recifes de coral. Acordos na mesa A China e a ASEAN negoceiam há anos um código de conduta, para lidar com os assuntos no Mar do Sul da China, mas essas negociações tiveram pouco progresso. A China continua a ser um mercado crucial para os países do Sudeste Asiático, bem como uma fonte de investimento, e a ASEAN tem procurado evitar conflitos com Pequim. Pequim também tem fortes laços com o Camboja e o Laos, membros da ASEAN. Xi frisou que a paz é o “maior interesse comum” de todos os lados e que a China vai fazer o possível para evitar o conflito. “Devemos ser os construtores e protectores da paz regional, insistir no diálogo em vez do confronto, na parceria e alinhamento, e dar as mãos para lidar com vários factores negativos que ameaçam minar a paz”, disse Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaReduzidas relações com Lituânia em protesto contra representação de Taiwan A China reduziu as relações diplomáticas com a Lituânia ao nível de “encarregado de negócios”, em protesto contra a abertura de uma representação de Taiwan em Vilnius, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O Governo chinês foi forçado a reduzir as relações diplomáticas entre os dois países (…) para salvaguardar a soberania e as normas fundamentais das relações internacionais”, indicou o Ministério, em comunicado. A Lituânia mantém relações diplomáticas com a China desde 1991, pouco depois de se ter tornado independente da antiga União Soviética. Apesar de não reconhecer oficialmente a ilha, Vilnius tem estreitado, nos últimos anos, o relacionamento com Taipé. Pequim instou o país báltico a “rectificar imediatamente os seus erros” e advertiu Vilnius de que “não deve subestimar a determinação do povo chinês na defesa da sua soberania”. O Governo chinês acusou as autoridades lituanas de “ignorarem as declarações chinesas” e de “não estarem conscientes das consequências” da decisão de autorizar a abertura de um gabinete de representação de Taiwan [Taiwan Representative Office], o que “mina seriamente a soberania e a integridade territorial da China”, de acordo com o mesmo comunicado. As autoridades de Taiwan indicaram que a representação em Vilnius visa “expandir as relações com a Europa Central e Oriental, especialmente com os países bálticos, e reforçar a cooperação e o intercâmbio em vários domínios”. Lamentos lituanos Por seu lado, a Lituânia afirmou ontem lamentar a decisão da China de limitar as relações diplomáticas com Vilnius. “A Lituânia reafirma a adesão à política ‘Uma só China’, mas ao mesmo tempo tem o direito de alargar a cooperação com Taiwan”, incluindo através do estabelecimento de missões não diplomáticas, indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros lituano. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Mantas Adomenas, também anunciou a abertura em Taiwan de uma representação da Lituânia, ainda antes do início do próximo ano. Taipé mantém actualmente relações diplomáticas com Guatemala, Honduras, Vaticano, Haiti, Paraguai, Nicarágua, Suazilândia, Tuvalu, Nauru, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Belize, Ilhas Marshall e Palau.
Hoje Macau EventosExposição de Catarina Castel-Branco inaugurada na quarta-feira no Albergue SCM “Entre a Flor e a Bruma – Exposição de Catarina Castel-Branco” vai estar patente na Galeria A2 do Albergue SCM, entre quarta-feira e 12 de Dezembro. A mostra é composta por 13 trabalhos inspirados nas formas arredondadas das tradicionais janelas japonesas e no jogo de sombras e mistérios entre espaços exteriores e interiores “Entre a Flor e a Bruma – Exposição de Catarina Castel-Branco” vai estar patente ao público a partir de quarta-feira, até 12 de Dezembro, na Galeria A2 do Albergue SCM. A mostra reúne 13 trabalhos de um dos nomes maiores da gravura portuguesa, que também tem obras expostas em “Abraço na Diversidade”, no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 1, evento enquadrado na Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O conceito visual que traça a linha condutora da mostra é inspirado nas tradicionais janelas redondas de habitações asiáticas, com obras que transmitem a tranquilidade e serenidade da estética oriental. Numa conversa com a artista, divulgada em comunicado pela organização da exposição, Catarina Castel-Branco revela como chegou a estas obras. “A inspiração de base foram as janelas circulares que penso fazerem parte da tradição japonesa, mas é provável serem comuns no Oriente. Pela janela vê-se o jardim com o seu rigor milimétrico, e os estores de papel e palhinha criam essa fronteira entre o espaço interior da casa, sombreado pelo estore, e o espaço aberto. Cria-se, assim, um jogo de luz entre o aberto e o fechado, entre a luz coada e a luz sem filtro, criando dois espaços, duas formas de ver.” O jogo de sombras, luz e vegetação revela o que está “Entre a Flor e a Bruma”, mas a artista sublinha que o exterior também pode ser percepcionado através de uma porta entreaberta, “aumentando o poder do seu mistério, mas às vezes parece invadir a casa e apresenta-se numa flor, dominando o interior”. Para a primeira série de obras “Entre a Flor e a Bruma”, Catarina Castel-Branco usou o imaginário contido na poesia de Wenceslau de Morais, Camilo Pessanha e Gil de Carvalho, extraindo das palavras a simbologia do jardim oriental. A artista destaca “a importância do renascimento e da ressurreição”, e que “é preciso aceitar o Inverno, para que a semente gele e renasça”. Faça você mesmo O processo criativo de Catarina Castel-Branco começa ainda antes da pintura, com o fabrico dos materiais na sua oficina. “A minha especialização foi em técnicas de impressão e o meu trabalho de pós-graduação centrou-se na mistura de técnicas, serigrafia com metal (infogravura), xilogravura com serigrafia, litografia com serigrafia. É uma das explorações que sempre me interessou”, conta a artista. Para a exposição no Albergue SCM, a artista usou papel japonês, pigmentos naturais, acrílico e serigrafia. “Não sou uma teórica, nunca fui, a minha arte sempre esteve ligada à pesquisa de novas formas de representar através da criação dos meus próprios materiais”, revela Catarina Castel-Branco. Além de fazer os seus próprios materiais, a artista entende que as suas obras foram feitas para viverem com as pessoas, para estarem integradas nos locais onde a vida acontece. “Não sinto qualquer espécie de atracção pelas obras conceptuais ou pela performance. Não é o meu caminho. Na minha última exposição, no Antiquário Miguel Arruda, já trabalhei a integração das peças nas salas, de maneira a imitar essa pertença a uma casa. Gosto da relação com a casa, com o jardim… o museu é apenas o sítio que vamos visitar. E visitar não é viver”, explica. Enquanto a artista completa quarenta anos de carreira, o Albergue SCM enquadra esta mostra, apoiada pela Fundação Macau, nas cerimónias do 22.º aniversário da fundação da RAEM.
Hoje Macau China / ÁsiaJO de Inverno de Pequim vão ter sistema para detectar vírus no ar Um grupo de especialistas chineses desenvolveu um sistema de detecção do coronavírus que activa alarmes caso o vírus seja encontrado no ar de uma sala e que vai ser usado nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Em conferência de imprensa, a Comissão Organizadora explicou que vai garantir a “segurança” dos Jogos Olímpicos com avanços tecnológicos, que também vão ser aplicados à desinfecção e que incluirão técnicas de nanofiltração para os sistemas de tratamento e aquecimento da água nas instalações dos Jogos. No caso do Centro Wukesong, que vai sediar as competições de hóquei no gelo, vão ser utilizados robôs para desinfectar as instalações. O objectivo de Pequim é evitar que os Jogos Olímpicos, que vão ter início no dia 4 de Fevereiro, originem um ressurgimento do vírus SARS-CoV-2 na China. O país asiático adopta uma política de tolerância zero contra a covid-19, que inclui rígidas medidas de prevenção, como testes em massa e quarentena nos bairros ou distritos onde são detetados casos da doença. Já foram registados três casos do novo coronavírus entre atletas que estão na capital chinesa para participarem no evento olímpico. Pequim vai assim tornar-se na primeira cidade a sediar os Jogos de Verão e Inverno, embora em 2022 a cidade acolha apenas os eventos no gelo, enquanto as competições na neve vão ocorrer em Yanqing e Zhangjiakou, na província de Hebei. Pouca neve A falta de neve é uma das principais preocupações: Yanqing e Zhangjiakou registam apenas cerca de 20 centímetros de neve por ano, o que tornará necessário o uso de cerca de 186.000 metros cúbicos de água para fabricá-la artificialmente. O Comité garantiu que vão ser utilizados os canhões de neve “mais eficientes” do mundo, que só funcionarão quando os sistemas meteorológicos de “alta precisão” detetarem um aumento da temperatura. Os Jogos de Pequim vão contar com cobertura de quinta geração (5G), já que muitas das entrevistas terão que ser realizadas ‘online’, porque todos os que chegam do exterior permanecerão em “bolhas” que os manterão isolados do resto da China.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Construtora vende participação em plataforma de vídeo por 241 ME A construtora chinesa Evergrande anunciou ontem a venda da participação na plataforma de transmissão de vídeo Hengten por um valor equivalente a 241 milhões de euros, numa altura em que enfrenta uma grave crise de liquidez. Em comunicado, enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, o grupo informou que vendeu à Allied Resources Investment Holdings a posição de 18 por cento na Hengten, com um desconto de 24,3 por cento, face ao valor com que as acções encerraram no dia anterior. A Evergrande garantiu que os recursos captados com a operação “podem ajudar a amenizar os problemas de liquidez” que atravessa. A empresa soma um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros, incluindo cerca de 30 mil milhões em dívidas que têm que ser pagas antes do final do primeiro semestre de 2022. Apesar da injecção de capital, 20 por cento do total, nos próximos cinco dias, e o restante, nos próximos dois meses, a operação representou um prejuízo de 964 milhões de euros, quando considerado o valor contabilístico que as acções transferidas possuíam no final de Junho. As acções da Evergrande caíram 2,5 por cento, enquanto as ações da Hengten, que é considerada a equivalente na China à Netflix, subiram 24,26 por cento. Danos controlados Segundo o The Wall Street Journal, o Governo chinês “quer administrar uma implosão controlada” da empresa, através da venda de alguns activos da construtora a firmas chinesas, ao mesmo tempo que limita os danos para os compradores de residências e fornecedores. Até à data, o conglomerado não teve grande sucesso nos planos de venda de activos. A empresa conseguiu apenas transferir a posição de 20 por cento no banco regional Shengjing Bank para um grupo estatal, pelo equivalente a cerca de 1,3 mil milhões de euros. Outras negociações acabaram por fracassar, como a rescisão da venda de 50,1 por cento da subsidiária de administração de imóveis, a Evergrande Property Services, à Hopson Development. Nas últimas semanas, a Evergrande esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, mas conseguiu sempre cumprir as obrigações em cima do prazo. Determinados a limitar a especulação no sector imobiliário, os reguladores restringiram o acesso do crédito às empresas, visando reduzir os níveis de alavancagem. O imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, compondo cerca de 30 por cento do produto interno bruto (PIB) chinês. Embora alguns cidadãos chineses tenham investido as poupanças em novas casas, muitos outros também compraram apartamentos como investimento nos últimos anos, sem qualquer intenção de residir ou alugar os imóveis.
Hoje Macau InternacionalUE | Mobilizados 700 mil euros em ajuda humanitária para fronteira bielorrussa-polaca A Comissão Europeia anunciou ontem a mobilização de 700 mil euros da União Europeia (UE) em ajuda humanitária para “aliviar o sofrimento” dos migrantes em situação vulnerável na fronteira bielorrussa-polaca, numa altura de forte pressão migratória. “Respondendo imediatamente a um apelo, a Comissão Europeia atribuiu 200 mil euros de financiamento humanitário ao Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho”, anuncia o executivo comunitário em comunicado, especificando que esta verba será gerida pela Cruz Vermelha bielorrussa para “fornecer a tão necessária assistência de socorro, incluindo alimentos, ‘kits’ de higiene, cobertores e ‘kits’ de primeiros socorros” aos milhares de migrantes concentrados na fronteira. Além disso, “a UE mobilizou mais 500 mil euros em financiamento humanitário e está actualmente em contacto com as organizações humanitárias parceiras para a implementação dos fundos”, acrescenta a Comissão Europeia. Citado pela nota de imprensa, o comissário europeu responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarčič, observa que “a UE está a apoiar os seus parceiros humanitários para ajudar a aliviar o sofrimento das pessoas presas na fronteira e em outras partes da Bielorrússia”. “Apelo ao acesso contínuo das organizações humanitárias de ambos os lados para que cheguem a este grande grupo de refugiados e migrantes para lhes prestar assistência urgente”, exorta o responsável. A Comissão Europeia adianta na informação ontem divulgada estar “pronta a fornecer financiamento humanitário adicional em resposta a necessidades humanitárias claramente definidas caso o acesso das organizações parceiras humanitárias na Bielorrússia melhore”. “Toda a ajuda humanitária da UE é baseada em princípios humanitários internacionais. A UE fornece assistência humanitária baseada nas necessidades às pessoas atingidas por catástrofes naturais e provocadas pelo homem, com particular atenção às vítimas mais vulneráveis [sendo que] a ajuda é canalizada de forma imparcial às populações afectadas, independentemente da sua raça, grupo étnico, religião, sexo, idade, nacionalidade ou filiação política”, adianta a instituição. Resposta europeia O anúncio surge depois de, na segunda-feira, o Conselho da UE ter alterado o seu regime de sanções à Bielorrússia, alargando os critérios de listagem a cooperantes do regime, para responder à instrumentalização de migrantes e aos ataques híbridos de Minsk. Com o alargamento dos critérios, as sanções da UE podem agora “visar indivíduos e entidades que organizam ou contribuem para actividades do regime de (Presidente bielorrusso, Alexander) Lukashenko, que facilitam a passagem ilegal das fronteiras externas” do bloco. Com esta alteração, a UE poderá incluir as pessoas e empresas, como companhia aéreas, que colaboram com a Bielorrússia na condução de migrantes para as fronteiras com o bloco europeu, nomeadamente a da Polónia. A decisão segue-se às conclusões do Conselho Europeu de 21 e 22 de Outubro, nas quais os líderes da UE declararam que não aceitariam qualquer tentativa de países terceiros de instrumentalizar os migrantes para fins políticos, condenaram todos os ataques híbridos nas fronteiras da UE e afirmaram que responderiam em conformidade. As sanções à Bielorrússia têm sido ampliadas progressivamente, desde Outubro de 2020, acompanhando a situação no país, depois de terem sido adoptadas em resposta às eleições presidenciais de Agosto do ano passado, que a UE considera terem sido fraudulentas e manipuladas, não reconhecendo a reeleição de Lukashenko.
Hoje Macau China / Ásia MancheteImprensa | China e EUA comprometem-se a diminuir restrições sobre jornalistas O clima de tensão entre os dois países está a diminuir. Nas vésperas da cimeira virtual entre Xi e Biden, saiu um acordo que visa aliviar as restrições impostas aos órgãos de comunicação social de ambas as nações A China e os Estados Unidos concordaram em aliviar as restrições para trabalhadores de órgãos de comunicação social dos dois países, reflectindo uma ligeira diminuição das tensões entre os dois lados. O jornal oficial chinês em língua inglesa China Daily noticiou que o acordo foi alcançado antes da cimeira virtual de terça-feira entre o Presidente da China, Xi Jinping, e o homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden. Ao abrigo deste este acordo, os EUA vão emitir vistos de entradas múltiplas de um ano para trabalhadores de órgãos de comunicação social chineses e iniciarão imediatamente um processo para tratar de questões sobre a “duração das acreditações”, apontou o China Daily. A China vai retribuir ao conceder tratamento igual aos jornalistas dos EUA, assim que as políticas norte-americanas entrarem em vigor, e ambos os lados vão emitir vistos para novos candidatos “com base nas leis e regulamentos relevantes”, acrescentou. Em declarações à agência de notícias Associated Press (AP), o Departamento de Estado norte-americano disse que a China se comprometeu a emitir vistos para um grupo de jornalistas dos EUA “desde que sejam elegíveis, de acordo com todas as leis e regulamentos aplicáveis”. “Também vamos continuar a emitir vistos para jornalistas [chineses] que são elegíveis, de acordo com as leis dos EUA”, apontou a mesma fonte, citada pela AP. A China também se comprometeu a aumentar o prazo de validade dos vistos dos jornalistas norte-americanos actualmente a trabalhar no país asiático, dos atuais 90 dias para um ano. “Numa base recíproca, estamos comprometidos em aumentar a validade dos vistos emitidos para jornalistas da RPC [República Popular da China] para um ano também”, de acordo com o comunicado do Departamento de Estado. Ambos os lados também vão oferecer vistos de entradas múltiplas, indicou. Ano difícil No ano passado, os EUA cancelaram 20 vistos emitidos para funcionários de órgãos oficiais chineses e exigiram aos restantes um registo como agentes estrangeiros, entre outros regulamentos. A China retaliou através da expulsão de jornalistas que trabalhavam para órgãos norte-americanos e restringiu severamente as condições para aqueles que continuaram a trabalhar no país. O novo acordo surgiu como “resultado de mais de um ano de difíceis negociações sobre o tratamento dos órgãos de comunicação em ambos os países”, disse o China Daily. O Departamento de Estado disse que permaneceu em consulta com os jornais afectados, bem como outros órgãos que enfrentam falta de pessoal devido às decisões do Governo chinês. “Estamos gratos por os correspondentes poderem retornar à China para continuarem o trabalho. Congratulamo-nos com este progresso, mas vemo-lo apenas como um passo inicial”, apontou, em comunicado. O Departamento de Estado acrescentou que vai continuar a trabalhar para expandir o acesso e melhorar condições para os órgãos norte-americanos e estrangeiros na China. “Continuaremos a defender a liberdade de imprensa como um reflexo dos nossos valores democráticos”, afirmou o Departamento de Estado.
Hoje Macau China / ÁsiaXi e Biden baixam o tom agressivo dos últimos tempos A cimeira China-EUA conseguiu trazer alguma “normalidade” à conversa entre os dois países O Presidente chinês Xi Jinping apelou na terça-feira ao desenvolvimento de uma relação sólida e estável entre a China e os EUA durante uma reunião virtual com o Presidente dos EUA Joe Biden. “A China e os Estados Unidos deveriam respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes, e gerir bem os assuntos internos, assumindo simultaneamente responsabilidades internacionais”, disse Xi, que tratou o presidente americano por “velho amigo”, dando o tom a uma conversa mais afável que o esperado. O presidente chinês salientou que tanto a China como os EUA se encontram em fases críticas de desenvolvimento, e que a “aldeia global” da humanidade enfrenta múltiplos desafios. Assumir a responsabilidade de ser grande Xi Jinping afirmou que ambos devem assumir as responsabilidades de grandes países e liderar a resposta global aos desafios pendentes. Para o presidente chinês, a China e os Estados Unidos precisam de apelar ao estabelecimento de um mecanismo de cooperação para a saúde pública global e a prevenção e controlo das doenças transmissíveis, e promover mais intercâmbios e cooperação internacional. “A COVID-19 não será a última crise de saúde pública que a humanidade enfrenta”, salientou Xi. “A resposta a qualquer doença importante deve basear-se na ciência”, disse, acrescentando que politizar doenças não faz bem mas apenas mal. Xi disse também que a prioridade premente na resposta global da COVID é abordar os défices de vacinas e colmatar as lacunas. A China está entre os primeiros a oferecer vacinas aos países em desenvolvimento carenciados, fornecendo mais de 1,7 mil milhões de doses de vacinas acabadas e a granel ao mundo e irá considerar fazer doações adicionais à luz das necessidades dos países em desenvolvimento, referiu Xi. Igualdade e benefício mútuo “A China e os EUA devem respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, e prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes”, disse Xi, expressando a sua disponibilidade para trabalhar com o Presidente Biden para construir um consenso e tomar medidas activas para fazer avançar as relações entre a China e os EUA numa direcção positiva. “Se o fizermos, tal será no interesse dos dois povos e irá ao encontro das expectativas da comunidade internacional”, acrescentou Xi. Xi Jinping descreveu as relações económicas e comerciais entre a China e os EUA como sendo de natureza mutuamente benéfica, e disse que as questões económicas e comerciais entre os dois países não devem ser politizadas. “Os dois lados precisam de tornar o bolo maior para a cooperação”, disse Xi. O presidente chinês acrescentou que “a China leva a sério os desejos da comunidade empresarial dos EUA de viajar mais facilmente para a China”, e concordou em actualizar o acordo acelerado, o que irá melhorar ainda mais as trocas económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos e impulsionar a recuperação das duas economias. “Os Estados Unidos deveriam deixar de abusar ou de esticar demasiado o conceito de segurança nacional para reprimir as empresas chinesas”, concluiu. Taiwan: sem descarrilar “A China será obrigada a tomar medidas resolutas, caso as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provoquem, forcem a nossa mão ou mesmo atravessem a linha vermelha”. Xi atribuiu as actuais tensões às repetidas tentativas das autoridades de Taiwan de procurar o apoio dos EUA para a sua agenda para a independência, bem como à intenção de alguns americanos de utilizar Taiwan para conter a China. “Tais movimentos são extremamente perigosos, tal como brincar com o fogo”, disse Xi. “Quem brincar com o fogo, será queimado”. “O princípio de uma só China e as três declarações conjuntas China-EUA são a base política das relações China-EUA”, disse Xi, observando que as anteriores administrações dos EUA assumiram todas compromissos claros sobre este assunto. “O verdadeiro status quo da questão de Taiwan e o que está no coração de uma China”, salientou Xi, “são os seguintes: existe apenas uma China no mundo e Taiwan faz parte da China, e o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa a China”. Chamando à realização da reunificação completa da China uma aspiração partilhada por todos os filhos e filhas da nação chinesa, Xi disse: “Temos paciência e lutaremos pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a máxima sinceridade e esforço”. “Dito isto, se as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provocarem, forçarem as nossas mãos ou mesmo atravessarem a linha vermelha, seremos obrigados a tomar medidas resolutas”, disse Xi. Por seu lado, o presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou a política de longa data do governo dos EUA de uma só China, e declarou que os EUA não apoiam a “independência de Taiwan” e expressou que a paz e a estabilidade devem ser mantidas no Estreito de Taiwan. Xi Jinping acrescentou ainda que “a China não aprova a utilização dos direitos humanos para se imiscuir nos assuntos internos de outros países”, referindo-se a Hong Kong e Xinjiang. “A China não tem intenção de vender o seu próprio caminho de desenvolvimento em todo o mundo. Pelo contrário, a China encoraja todos os países a encontrar caminhos de desenvolvimento adaptados às suas respectivas condições nacionais”, disse Xi. Cooperação em grandes questões “Sendo as duas maiores economias mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e os EUA precisam de aumentar a comunicação e a cooperação, cada uma delas gerir bem os seus assuntos internos e, ao mesmo tempo, assume a sua quota-parte de responsabilidades internacionais, e trabalha em conjunto para fazer avançar a nobre causa da paz e desenvolvimento mundiais”, disse Xi. “Este é o desejo partilhado pelos povos dos dois países e de todo o mundo, e a missão conjunta dos líderes chineses e americanos”, concluiu. Xi salientou que uma relação sólida e estável entre a China e os EUA é necessária para fazer avançar o respectivo desenvolvimento dos dois países e para salvaguardar um ambiente internacional pacífico e estável, incluindo encontrar respostas eficazes aos desafios globais como as alterações climáticas e a pandemia da COVID-19. Para Xi, “é imperativo que a China e os Estados Unidos mantenham a comunicação sobre políticas macroeconómicas, apoiem a recuperação económica mundial e se protejam contra riscos económicos e financeiros”. “Os Estados Unidos deveriam estar atentos aos efeitos colaterais das suas políticas macroeconómicas internas, e adoptar políticas macroeconómicas responsáveis”, acrescentou Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaPreços de casas novas no Interior caem pelo segundo mês consecutivo Os preços dos imóveis novos na China caíram, em Outubro, relativamente ao mês anterior, depois de em Setembro terem registado a primeira queda desde meados de 2015, indicaram dados oficiais divulgados ontem. Com base no índice de preços divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE), que mede a evolução do custo das casas novas em 70 grandes cidades do país, os preços caíram 0,25 por cento, em relação a Setembro. Em Setembro, o mesmo indicador tinha descido 0,08 por cento, em relação a Agosto, na primeira queda desde Maio de 2015, período em que as construtoras passaram por meses de dificuldades, em parte devido a um excesso de casas, o que obrigou a baixar os preços. O representante do GNE Sheng Guoqing reconheceu uma “ligeira queda” no preço das casas, que foi mais perceptível em cidades mais pequenas. Em Pequim e Xangai, o preço das casas aumentou 0,6 por cento e 0,1 por cento, em relação a Setembro, respectivamente. Em termos homólogos, os preços das casas recém-construídas nas 70 cidades analisadas aumentou 2,84 por cento, em relação a Outubro de 2020. A comparação face ao mês anterior visa medir a evolução de curto prazo do mercado imobiliário que, desde Setembro, atravessa dificuldades, devido à situação financeira de algumas construtoras, sobretudo a gigante Evergrande, que acumula um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros e esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, nas últimas semanas. Outras empresas do sector, como a Sinic ou a Modern Land, não cumpriram oficialmente as obrigações financeiras. Sector de peso Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) alertou para um aumento do “risco de contágio” no sector imobiliário, devido ao impacto destas notícias junto dos potenciais compradores de casas, que parecem optar pela prudência face à actual situação. Já no início deste mês, um relatório de outra agência de ‘rating’, a Moody’s, apontou que as vendas de imóveis na China vão permanecer fracas, nos próximos seis a 12 meses, devido às restrições no acesso a financiamento para as construtoras mais endividadas. Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim para reduzir a alavancagem no sector. As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo. Os problemas do sector imobiliário pesaram sobre a economia chinesa no terceiro trimestre, com um crescimento de 4,9 por cento, em termos homólogos, uma das menores taxas das últimas décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaCasa Branca | Cimeira virtual EUA-China procurará reduzir tensões O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, vão reunir-se numa cimeira virtual esta segunda-feira, com a Casa Branca a dizer que o objectivo primeiro é reduzir as tensões bilaterais. O Governo dos EUA está a tentar baixar as expectativas para a cimeira com o líder chinês, com Biden a sublinhar que os dois países precisam de, antes de tudo o mais, criar mecanismos de defesa em áreas de conflito cada vez mais difíceis nas relações bilaterais. “Os dois líderes discutirão maneiras de administrar com responsabilidade a concorrência entre os Estados Unidos e a República Popular da China, bem como maneiras de trabalhar juntos onde os nossos interesses se alinham”, disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, num comunicado em que confirmava a cimeira. “Durante todo o processo, o Presidente Biden deixará claras as intenções e prioridades dos EUA e será claro e franco sobre as nossas preocupações”, disse Psaki. O acordo para realizar esta reunião – a primeira por videoconferência desde que o Presidente norte-americano tomou posse em Janeiro – foi anunciado no início de Outubro pela Casa Branca. O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o assessor de política externa chinês, Yang Jiechi, já chegaram a um acordo sobre o modelo desta cimeira e reuniram-se em Outubro para conversas prévias, em Zurique. Biden e Xi já falaram pelo telefone duas vezes e esta cimeira surge como mais uma oportunidade para as duas superpotências continuarem o diálogo, numa altura em que as relações entre Pequim e Washington se encontram em mínimos sobre uma série de questões, desde o comércio aos direitos humanos, passando pelas ambições regionais da China. Pouca harmonia Xi ainda não saiu da China, durante a pandemia do covid-19, e, por isso, foi proposta uma cimeira em formato virtual para que os dois líderes tenham uma reunião substantiva sobre as diferentes áreas em que os dois países continuam a divergir. Nos últimos meses, vários episódios revelaram uma escalada de tensão entre os dois países, com acusações mútuas de falta de vontade política para uma aproximação diplomática. Biden, na recente cimeira do G20, em Roma, e novamente na reunião climática da ONU, COP26, em Glasgow, criticou Xi por não comparecer aos encontros onde os líderes mundiais discutiram o caminho a seguir na pandemia e as medidas para aliviar o impacto da mudança climática. “Acho que foi um grande erro, francamente, da parte da China … não aparecer”, disse Biden em Glasgow. Sexta-feira, na cimeira virtual do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (AOEC), Biden e Xi estiveram ausentes.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Xi emerge como “timoneiro” do “rejuvenescimento” da China Um quadro do Partido Comunista Chinês referiu-se sexta-feira ao secretário-geral, Xi Jinping, como o “timoneiro” do “navio do rejuvenescimento da nação chinesa”, ilustrando a elevação do seu estatuto, após uma resolução histórica aprovada pelos líderes do país. “Ao apoiar e defender firmemente a posição central do secretário-geral Xi, o partido terá uma âncora, o povo chinês uma espinha dorsal e o navio gigante do rejuvenescimento da China um timoneiro firme”, disse Jiang Jinquan, director do Gabinete de Investigação do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), numa conferência de imprensa realizada após a aprovação de uma “resolução histórica” que reforçou a liderança de Xi Jinping. “Não importa quantas ondas agitadas nos esperam, seremos sempre capazes de manter a calma e a compostura”, proclamou. O título de “timoneiro” estava tradicionalmente reservado a Mao Zedong, o fundador da República Popular da China. Mas, na última semana, na sexta sessão plenária do Comité Central, Xi consolidou o seu poder mais do que nunca, com uma “resolução histórica” que estipula a sua visão do passado e futuro do Partido Comunista. Isto lançou as bases para que Xi Jinping assuma um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC, no congresso que se realiza no próximo ano, elevando-se ao estatuto de Mao e de Deng Xiaoping, que abriu o país à iniciativa privada no início dos anos 1980. A resolução, formalmente adoptada pelo Comité Central do partido, declarou que a liderança de Xi é a “chave para o grande rejuvenescimento da nação chinesa”, segundo o texto publicado pela Xinhua. O Comité Central credenciou Xi Jinping pela “resolução de muitos problemas que [o Partido] deixou de resolver por muito tempo, apesar da intenção de fazê-lo”, de acordo com o documento. Jiang Jinquan explicou que o “pensamento de Xi sobre o socialismo com características chinesas para a nova era” vai guiar o partido na “direcção certa”, apesar da “complexidade da situação”, face a “mudanças no mundo sem precedentes no espaço de um século”. Hu Jintao e Jiang Zemin tiveram transições de poder pacíficas e ordeiras. Espera-se que Xi, no entanto, renuncie a essa tradição e assegure um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC no final do próximo ano. Metas definidas De acordo com a resolução, os objectivos para a liderança de Xi Jinping centram-se em torno de “dois centenários”, nomeadamente a construção de uma “sociedade moderadamente próspera”, que consistiu na eliminação da pobreza extrema até ao centenário do Partido Comunista, que se celebrou este ano, e, a seguir, a construção de um “país socialista moderno, próspero, forte, democrático, culturalmente avançado e harmonioso”, por altura do centenário da fundação da República Popular da China, em 2049. Embora já tenha sido nomeado o “líder central”, Xi ganha ainda mais prestígio com a inclusão destes termos na resolução emitida na quinta-feira pelo Comité Central do PCC sobre questões históricas relativas aos últimos 100 anos. Este foi apenas o terceiro documento do género. O primeiro foi em 1945, sob o comando de Mao Zedong e, o segundo, em 1981, sob a liderança de Deng. Exercer tal autoridade aos olhos dos historiadores e teóricos do partido certamente faz de Xi uma das figuras chinesas mais dominantes do século, segundo analistas. Tempos difíceis Xi enfrenta, porém, uma situação económica difícil, enquanto a actual abordagem de “tolerância zero” da China em relação à covid-19 ainda não erradicou o surto, ao mesmo tempo que afecta a vida pessoal e financeira de parte da população. A economia da China está também fortemente dependente das vendas de imóveis e construção, com o abrandamento do sector a causar nervosismo. Os mercados financeiros estão preocupados com a possibilidade de a Evergrande Group, entrar em colapso, devido à falta de liquidez e um passivo de pelo menos 260 mil milhões de euros. No exterior, Xi adoptou uma política assertiva. As relações com os Estados Unidos da América atravessam um período tenso, face a disputas no âmbito do comércio, tecnologia ou com o estatuto de Taiwan. “Sob a forte liderança do Comité Central, com o camarada Xi Jinping no núcleo, reuniremos todo o partido como um pedaço de ferro inquebrável e marcharemos em sincronia”, vaticinou sexta-feira Qu Qingshan, director do Instituto de História e Literatura do Partido.
Hoje Macau SociedadeFórum Macau | Reforço de intercâmbio cultural com PLP O secretário-adjunto do Fórum, Ding Tian, considera que a pandemia da covid-19 veio mostrar “a importância da construção de uma comunidade de futuro partilhado” O Fórum de Macau vai fomentar “ainda mais” o intercâmbio cultural entre China, Macau e países lusófonos, bem como a cooperação em todas áreas “para um novo patamar”, afirmou o secretário-geral adjunto. Na inauguração, na sexta-feira, da 13.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, Ding Tian, secretário-adjunto do Fórum, disse que o intercâmbio cultural e artístico “veio enaltecer”, durante a pandemia da covid-19, “a importância da construção de uma comunidade de futuro partilhado para a humanidade”, de acordo com um comunicado divulgado no sábado. Para desenvolver o papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, consagrado no 14.º plano quinquenal do Estado chinês, esta edição da semana cultural integra novos elementos, como o concurso da criação de vídeos promocionais sobre os países lusófonos, o ciclo de exposições artísticas “Policromias Lusófonas” e ‘workshops’ dos países de língua portuguesa, a decorrer desde Junho, em formatos ‘online’ e ‘offline’. Na página electrónica da semana cultural, 18 programas vão dar a conhecer peças de ópera Huangmei da província chinesa de Anhui (leste), música, dança, teatro, artesanato e gastronomia dos nove países participantes no Fórum: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e China. Estudantes em força Mais de 180 estudantes, de mais de 20 instituições de ensino superior chinesas, lusófonas e de Macau participaram, com um total de 50 trabalhos, no concurso de criação de vídeos promocionais sobre os países de língua portuguesa, cujos prémios foram entregues na mesma ocasião. Os trabalhos “Estou Te Esperando em Angola”, “Café do Brasil”, “Guiné Bissau”, “Um dia em Portugal”, “Olá! Eu chamo-me São Tomé e Príncipe”, “Em Timor-Leste há uma lenda fantástica” foram distinguidos com o “prémio vencedor”. No âmbito do ciclo de exposições “Policromias Lusófonas”, as obras de Inu Bere, de Timor-Leste, vão estar patentes ao público, entre 19 de Novembro e 5 de Dezembro, decorrendo paralelamente um ‘workshop’ temático deste país. A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau. Este fórum tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa.
Hoje Macau SociedadeGoverno emprestou mais de 2 mil milhões sem juros às PME em 2020 O Governo emprestou mais de dois mil milhões de patacas às pequenas e médias empresas (PME) em 2020, ano marcado pela crise provocada pela pandemia de covid-19. Segundo dados das autoridades consultados pela agência Lusa, estas empresas receberam no ano passado 2.011.212.798 de patacas no âmbito do Plano de Apoio a PME, praticamente o mesmo montante aprovado entre 2003 (quando começou) e 2015 e cerca de dez vezes mais em relação ao valor anual médio dos empréstimos aprovados entre 2016 e 2019. Os pedidos de ajuda das PME de Macau no âmbito do plano de apoio abrandaram este ano, mas Outubro foi quando se verificou o maior número (107), tendo mesmo triplicado em relação a alguns dos meses anteriores. Em 2021, até Outubro, o Governo de Macau tinha aprovado 109.100.000 de patacas em empréstimos sem juros. O comércio a retalho, a construção e obras públicas, restaurante e hotéis foram as actividades económicas mais beneficiadas em 2021, à semelhança do que sucedera desde o início do programa de apoio. O Plano de Apoio às PME foi lançado em Maio de 2003 para ajudar financeiramente, com empréstimos sem juros, as empresas que sentiram o impacto económico devido ao SARS-CoV, detectado em Fevereiro daquele ano. Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, o SARS-Cov-2, o Governo reforçou os apoios económicos, com os empréstimos sem juros a servirem para financiar a aquisição de equipamentos, obras de renovação, fundo de maneio da empresa e aquisição de direitos de propriedade intelectual, entre outros. Actualmente, o montante máximo da verba está fixado em 600 mil patacas, sendo que o Governo ainda presta um segundo apoio às empresas que tenham reembolsado totalmente a verba de apoio concedido anteriormente. Em défice Apesar dos poucos casos (77) de covid-19, as restrições fronteiriças e consequente diminuição de visitantes na capital mundial do jogo em casinos obrigou as autoridades a avançarem com medidas excepcionais de apoio à população e empresas. O orçamento do Governo de Macau para 2022 vai continuar a registar um défice orçamental, suprido pela mobilização da reserva financeira, de 30,3 mil milhões de patacas. O Governo prevê despesas de 99,4 mil milhões de patacas e receitas de 100,1 mil milhões de patacas. No orçamento para o próximo ano, o Executivo vai dar continuidade aos apoios às empresas e à população definidos desde o início da pandemia, num montante de 20,4 mil milhões de patacas. O Governo propõe ainda a manutenção de um conjunto de medidas de dedução e isenção fiscais, no valor total de 3,09 mil milhões de patacas.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasXunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho O Caminho da Liderança, Parte II O uso apropriado de equipamentos e medidas flui da boa ordem, mas não é a fonte da boa ordem. A fonte da boa ordem é a pessoa exemplar. Os oficiais vigiam as medidas, e a pessoa exemplar nutre a fonte. Se a fonte for pura, aquilo que dela fluir é puro. Se a fonte for turva, aquilo que dela flui é turvo. Assim, se o superior amar o ritual e yi [justiça], se elevar os meritórios e empregar os capazes, se o seu coração for sem avidez de lucro, então os seus subordinados cederão e deferirão o mais possível, atingirão o cúmulo da lealdade e fiabilidade e serão diligentes no seu serviço como ministros. Se forem assim, então mesmo a mais baixa das pessoas comuns será digna de confiança mesmo antes de se quebrarem e juntarem as tábuas, mostrará imparcialidade mesmo antes de se tirarem as sortes, será equilibrada mesmo antes de se aferirem as balanças e se verificarem os pesos e será equitativa mesmo antes de se medirem arrobas e alqueires e se alisar o topo dos recipientes. E assim o povo trabalhará arduamente sem expectativa de recompensas e obedecerá sem temer castigos. As coisas serão ordenadas sem aqueles que mandam terem de se esforçar laboriosamente e o estado estará repleto de bons costumes sem uma profusão de ordens governamentais. Ninguém, de entre o povo comum, se atreverá a desrespeitar as leis do seu superior, a não cumprir as suas intenções, a não trabalhar arduamente nas suas tarefas, mas todos se sentirão tranquilos, deleitando-se em segui-lo. Por isso, ao entregarem os impostos não se preocuparão em pagá-los, ao se dedicarem a projectos não se preocuparão em labutar duramente e, ao lidarem com bandidos e outros arruaceiros, não se preocuparão em morrer. As muralhas da cidade serão sólidas sem ser preciso esperar que as reforcem, as lâminas das armas estarão afiadas sem ser preciso esperar que as amolem. Os estados rivais se submeterão sem ser preciso esperar que sejam dominados e todos no território rodeado pelos quatro mares serão unificados sem ser preciso esperar que lhes dêem ordens. A isto se chama a paz suprema[1]. As Odes dizem: Quando o plano do rei foi um verdadeiro sucesso, As terras de Xu aquiesceram[2]. Isto exprime o que quero dizer. [1] Aqui, a palavra para paz é píng 平, que se traduz por “equilíbrio” – Xunzi joga com os dois sentidos do termo de um modo que é difícil transmitir noutro idioma. [2] O poema de onde foi extraída esta citação descreve como a terra de Xu é atacada e submetida pelo rei Xuan (regnavit 827-782 a.C.), o décimo primeiro monarca da dinastia Zhou. Nota Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, a par do próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Delegação de políticos norte-americanos inicia visita à ilha Depois da recente visita de deputados europeus, um grupo de políticos norte-americanos, todos do Partido Republicano, está desde terça-feira em Taiwan. A China já criticou veementemente a presença dos congressistas e senadores dos EUA, classificando-a como mais um “acto de provocação” Um grupo de congressistas e senadores dos Estados Unidos iniciou ontem uma visita a Taiwan, numa viagem que Pequim já classificou como um “acto de provocação”. O jornal de Hong Kong South China Morning Post apontou que a delegação dos EUA desembarcou em Taiwan na terça-feira, a bordo de um avião militar oriundo de Manila. De acordo com o mesmo jornal, que cita duas fontes familiarizadas com a viagem, que pediram o anonimato, a delegação é composta por pelo menos seis representantes políticos, incluindo os senadores John Cornyn, Tommy Tuberville, Mike Crapo e Mike Lee, e o congressista Jake Ellzey, todos do Partido Republicano. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan detalhou que a viagem é organizada pelo Instituto Americano de Taiwan (a embaixada ‘de facto’ de Washington na ilha, já que, em 1979, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas oficiais com Taipé, e estabeleceram laços com Pequim). As autoridades de Taiwan recusaram-se a especificar a duração e os objectivos da visita e anunciaram que estas informações vão ser disponibilizadas “na devida altura”. Relações espinhosas Para a China, este é o mais recente “acto de provocação” num conflito particularmente espinhoso entre as duas maiores economias do mundo. “Exigimos que os Estados Unidos cessem imediatamente as suas acções provocadoras e destrutivas, que levam à escalada da tensão no Estreito de Taiwan, e parem de enviar mensagens erradas às forças separatistas em Taiwan”, disse em comunicado o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Tan Kefei. O porta-voz do comando do Teatro de Operações do Exército Chinês, o coronel Shi Yi, anunciou que os militares chineses vão iniciar uma série de manobras, perto do Estreito de Taiwan – uma acção habitual, de cada vez que políticos estrangeiros visitam a ilha. A última vez que representantes dos EUA visitaram Taiwan foi em Junho passado, enquanto outro grupo fez o mesmo em Abril, a primeira vez desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca. Ao longo deste ano, intensificaram-se as incursões de aviões militares chineses na zona de identificação aérea de Taiwan (554 entre Setembro de 2020 e Agosto de 2021, segundo um relatório recente dos militares do território).
Hoje Macau China / ÁsiaPlenário do PCC e covid-19 explicam ausência de Xi na COP26 A ausência do Presidente Xi Jinping da conferência do clima COP26, que termina na sexta-feira ao fim de duas semanas, não é surpreendente face à actual situação interna da China, apontam analistas, destacando os desafios das metas ambientais estipuladas por Pequim. “Visto pelo prisma da política interna chinesa, nunca houve muitas chances de que Xi comparecesse pessoalmente na COP26”, diz Melinda Liu, jornalista radicada em Pequim há mais de três décadas. Em causa, estão as restritas medidas de prevenção contra a covid-19, que praticamente eliminaram as viagens de e para o país asiático, que continua a insistir numa política de “zero casos”, ao contrário do resto do mundo, que está a aprender a coexistir com o vírus. Quem chega à China oriundo do exterior tem que cumprir uma quarentena de até 21 dias. Como resultado, Xi Jinping não sai da China desde o início da pandemia. O encontro em Glasgow coincide ainda com uma reunião-chave do Partido Comunista Chinês (PCC), que arrancou na segunda-feira. O plenário do Comité Central do PCC, que decorre até 12 de Novembro, reúne os 300 membros mais poderosos do Partido e vai servir para lançar as bases para um terceiro mandato de Xi Jinping, que será oficializado no próximo Congresso do PCC, no Outono de 2022. Metas ambiciosas A China é o maior emissor de gases poluentes do planeta e cerca de dois terços da sua produção energética assenta na queima do carvão. O país tem, no entanto, assumido ambições ímpares para a transição energética. O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou, em Setembro passado, na Assembleia das Nações Unidas, os compromissos chineses para o clima: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir o pico das emissões “antes de 2030”. O país tem já um dos programas de energia nuclear mais ambiciosos do mundo e um acelerado desenvolvimento da capacidade instalada em energia renovável. Zhang Xiaohui, reitor de economia da Escola de Finanças PBC da Universidade de Tsinghua, estima que, para atingir a neutralidade carbónica até 2060, a China vai ter que investir mais de 46 biliões de dólares. Mas o principal problema não é a falta de capacidade instalada de energia renovável, mas antes a ausência de capacidade de armazenamento da electricidade produzida e de uma ordem de mérito que penalize o uso de fontes poluentes, explica Renato Roldão, especialista em alterações climáticas a viver em Pequim desde 2008. Uma liberalização dos preços da electricidade para as indústrias, pondo fim aos limites impostos pelos reguladores, acrescentaria custos consoante as emissões de carbono da fonte utilizada na geração de energia. “Nessas situações, a forma de despacho na electricidade é diferente, ou seja, o que chamamos em Portugal a ordem de mérito”, descreve Roldão. Neste cenário, os preços adicionais cobrados pela emissão de gases com efeito de estufa encarecem o carvão, relativamente ao gás natural, e este último em relação às renováveis. A pior crise energética das últimas décadas, que afectou nos últimos meses a China, obrigou o país a reactivar minas de carvão, expondo a sua dependência face àquele combustível fóssil, numa altura em que os líderes mundiais se reuniam na conferência do clima. Para atingir os objetivos de descarbonização, a China tem que encerrar e substituir, nos próximos 20 anos, 660 centrais termoeléctricas a carvão. “É o equivalente ao total da produção energética em toda a União Europeia”, aponta Wuttke. Segundo o empresário, as metas estipuladas por Xi Jinping em Setembro surpreenderam não só os países ocidentais, como os próprios ministérios na China. “Mas ele está a falar a sério e um Presidente com tanto poder, se delineou estas metas, é para cumprir”, resume.
Hoje Macau InternacionalTribunal russo rejeita recurso de norte-americano condenado por espionagem Um tribunal de apelação russo rejeitou ontem o recurso do preso norte-americano Paul Whelan contra a decisão de recusa do seu pedido de transferência para o cumprimento da pena de 16 anos nos Estados Unidos. Paul Whelan foi condenado por espionagem. O serviço de imprensa da quarta câmara do tribunal de apelação de Nizhny Novgorod declarou à agência de notícias EFE que o juiz Nikolai Volkov confirmou a decisão do supremo tribunal da República da Mordóvia, onde Whelan está a cumprir a pena de 16 anos de prisão, que em Setembro não aceitou o pedido da defesa do norte-americano. Os advogados do norte-americano, um ex-fuzileiro naval, disseram que vão apelar da sentença junto de um tribunal de cassação e não descartaram recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH). Whelan foi preso em 28 de Dezembro de 2018 por agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KBG) num hotel de Moscovo por supostas “actividades de espionagem” em favor dos Estados Unidos. As autoridades russas acusaram-no de ter recebido de um conhecido uma ‘pen’ de memória, que alegadamente “continha a lista completa dos trabalhadores de um serviço secreto”. Whelan negou todas as acusações e descreveu o caso como “sequestro político”, enquanto a sua família garantiu que o norte-americano viajou a Moscovo como convidado de um casamento. O procurador-geral indicou na audiência de ontem que o norte-americano, que também tem nacionalidade britânica, irlandesa e canadiana, pertencia ao “pessoal do serviço de informações do Departamento de Defesa e tentou obter dados sobre alunos da academia do Serviço Federal de Segurança”. Para ficar O advogado de Whelan, Vladimir Zherebenkov, disse à imprensa que o ex-fuzileiro naval recebeu informações falsas sobre alunos da academia do FSB, pois havia dados na ‘pen’ de memória de pessoas “que não existem”, sugerindo que se tratava de uma armadilha. Actualmente, dezassete cidadãos norte-americanos, muitos deles com dupla cidadania, estão detidos em prisões russas, de acordo com uma lista do Serviço Prisional Federal da Rússia. O advogado de Whelan disse ontem que não há negociações entre a Rússia e os Estados Unidos sobre este assunto.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Iniciada reunião-chave para consolidar poder de Xi Jinping Centenas de membros da elite política da China reúnem-se desde ontem, em Pequim, num dos mais importantes eventos deste ano na agenda política do país, que deve servir para consolidar o poder do Presidente Xi Jinping. Xi deve assegurar um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), reforçando ainda mais o seu estatuto como o líder mais poderoso da China, desde o fundador do regime comunista, Mao Zedong, que esteve no poder entre 1949 e 1976. O Comité Central do PCC reúne até quinta-feira, com um plenário de portas fechadas. Num comunicado, a agência noticiosa oficial Xinhua anunciou que o encontro teve início ontem. Na ordem do dia está uma resolução sobre a História do Partido, que completou 100 anos, em Julho passado. O PCC liderou todos os grupos étnicos da China em conquistas notáveis nos últimos 100 anos na história do desenvolvimento humano, de acordo com um comunicado divulgado após a reunião de Outubro do Comitê Central do PCC, onde foi decidida a realização deste plenário. Os chineses que sofreram subjugação e intimidação desde o advento dos tempos modernos levantaram-se. A nação chinesa avança em direcção à modernização em todas as frentes e o socialismo abriu um caminho de sucesso no país mais populoso do mundo, pode ler-se no comunicado. Além disso, acrescenta o documento, a China está a dar passos largos para se manter a par dos tempos, e abraça uma perspectiva brilhante de rejuvenescimento nacional. O XX Congresso realiza-se no próximo ano e vai servir para oficializar o terceiro mandato de Xi. Homem com visão Durante o seu século de existência, o PCC adoptou apenas duas resoluções sobre a História do Partido: uma em 1945, quatro anos antes de Mao assumir o poder, e a outra em 1981, quando Deng Xiaoping lançou as reformas que converteram a China na segunda maior economia do mundo. Os analistas não têm dúvidas de que Xi Jinping está a tentar aumentar ainda mais a sua influência no país, o primeiro a ser atingido, há quase dois anos, pela pandemia de covid-19. A imprensa estatal chinesa continua a repetir que a política de “zero casos”, adoptada pelas autoridades, é a mais acertada, apesar dos novos surtos detectados em várias províncias. Num longo despacho transmitido no sábado, a Xinhua informou que o Presidente passou “uma noite sem dormir”, em Janeiro de 2020, pouco antes de impor a quarentena em Wuhan, a cidade no centro da China onde foram diagnosticados os primeiros casos da doença. “O tempo mostrou que esta abordagem rígida é a única opção viável”, escreveu a Xinhua. Para a agência, Xi é um “homem determinado e activo, um homem de reflexão e sentimentos profundos, um homem que herdou uma história, mas não hesita em inovar, e que tem uma visão para o futuro”.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas da Abyss & Habidecor na China subiram 50% em 2021 As vendas da empresa de têxteis portuguesa Abyss & Habidecor na China aumentaram 50 por cento, este ano, face a 2020, à medida que as restrições impostas pela pandemia da covid-19 favorecem marcas com presença forte no país As restrições impostas em Março de 2020, incluindo quarentena centralizada de até 21 dias para quem chega à China, interromperam o turismo de compras, mas aceleraram as vendas domésticas, beneficiando as marcas estabelecidas no país. “A pandemia acabou por acelerar as vendas domésticas, com um aumento de 50 por cento face a 2020”, disse à agência Lusa Wu Bin, o director da marca na China, à margem de um evento de lançamento da colecção Outono – Inverno. O evento decorreu na loja principal Abyss & Habidecor na China, situada num centro comercial de luxo na área central de Guomao, o distrito financeiro da capital chinesa que sedia várias multinacionais. O país asiático é o maior mercado do mundo para as marcas de luxo. Antes da pandemia da covid-19, a China era também o maior emissor de turistas. As duas realidades confundem-se: os cerca de 170 milhões de chineses que viajaram para o exterior, em 2019, representaram mais de um terço de todas as vendas globais de bens de luxo, segundo analistas. A Abyss & Habidecor abriu a sua primeira loja na China em 2005. Hoje, soma 40 lojas no país, que passou a ser o seu quinto maior mercado. A suíte do China World Summit, um dos mais emblemáticos hotéis da capital chinesa, usa apenas artigos da marca, ilustrando a penetração única da empresa portuguesa no mercado chinês. “Há algumas marcas [portuguesas] que estão a seguir caminho e a tentar entrar, mas, desta forma, tão gritante, com uma presença tão forte, e pelas próprias mãos, não existe mais nenhuma”, descreveu João Falardo, Delegado da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) em Pequim, à agência Lusa. A gerente de vendas encarregada da distribuição no mercado chinês, Yulia Yan, frisou a “crescente importância” do comércio electrónico para as vendas da empresa portuguesa na China. Influências virtuais A China é há oito anos consecutivos o maior mercado do mundo em vendas ‘online’, segundo o Ministério do Comércio chinês. O comércio electrónico corresponde a 24,9 por cento do sector retalhista do país. De acordo com dados oficiais, em 2020, o volume total de transacções em vendas ‘online’ na China atingiu 9,8 biliões de yuan, mais de metade do conjunto mundial de vendas pela Internet. Isto suscitou a ascensão dos influenciadores digitais, que estão a reescrever as regras da publicidade e gestão de marca no país. Seis celebridades ‘online’ chinesas, alguns com quase dois milhões de seguidores nas redes sociais do país, participaram do lançamento da nova colecção da Abyss & Habidecor. “Os órgãos de imprensa tradicionais continuam a ter o seu espaço”, notou Wu Bin. “Mas, para chegar aos clientes os influenciadores digitais são agora cruciais”. As trocas comerciais entre a China e Portugal aumentaram 4,82 por cento em 2020, em relação ao ano anterior, segundo dados das alfândegas chinesas. Pequim importou mais 19,6 por cento, ou o equivalente a 2,3 mil milhões de euros, face a 2019.
Hoje Macau SociedadeMacau com mais de 100 cafés na “terceira vaga” da especialidade Macau contava com mais de 100 cafés no ano passado, numa “terceira vaga”, com o consumo sempre a crescer nos últimos anos na cidade, onde noutros tempos dominava o chá. De acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), 117 cafés estavam em funcionamento em 2020, menos três que em 2019, apesar do impacto da pandemia da covid-19 e da diminuição acentuada dos turistas. Para um responsável da Associação de especialistas de café de Macau (MSCA), esta é a “terceira vaga do interesse pelo café” na cidade. “A primeira vaga foi a do café instantâneo e a segunda a do café de multinacionais como a norte-americana Starbucks”, disse à agência Lusa. Nos últimos anos, o café de diferentes origens tornou-se popular “numa terceira vaga, influenciada pela China”, afirmou Vong Sio Long, formador de especialistas na preparação de cafés, ou baristas, acrescentando que o interesse não fica só do lado do consumidor. “Todos os anos, cerca de 300 pessoas de Macau frequentam o curso de barista”, apontou. Nestes “novos” cafés, os grãos mais usados chegam das origens mais tradicionais e distantes, como Etiópia, Brasil, Quénia, Costa Rica, México, Colômbia e Panamá, de acordo com a MSCA, e as máquinas profissionais mais usadas são as italianas, com preços a partir “das 70 mil patacas, disse Vong. Candi Chu, proprietária de um café na zona antiga da cidade, afirmou que, por dia, vendia “entre 70 a 80 chávenas de café e em período de férias mais de 100”, mas que actualmente vende cerca de 50 chávenas por dia. Neste estabelecimento, os preços rondam as 28 patacas por uma bica, localmente conhecida por ‘expresso’, e 36 patacas por um ‘cappuccino’. “Graças aos clientes habituais de Macau, podemos ‘sobreviver’ à covid-19”, afirmou Chu, que este ano estendeu o negócio à zona da Taipa, com uma filial do café existente na península. Amargo de boca O custo mensal do aluguer do espaço na zona antiga de Macau é de 30 mil patacas, disse Candi Chu, acrescentando não ter beneficiado de qualquer subsídio do Governo, apenas de um empréstimo de 500 mil, no âmbito das medidas de apoio à epidemia. De acordo com os dados da DSEC, estes estabelecimentos perderam 14 milhões de patacas em 2020, com as receitas e despesas a diminuírem 16,9 e 5,6 por cento, respectivamente, em relação ao ano anterior. Na mesma zona, que conta já uma dezena de pequenos cafés como o de Candi Chu, um novo espaço começou a testar a clientela e a preparar a inauguração na próxima semana. À Lusa, Hugo Lo disse não ter pedido fundos ao Governo para iniciar o negócio. No entanto, o jovem proprietário espera que as receitas possam cobrir as despesas, prevendo que, em período de férias, a loja consiga vender mais de 100 chávenas de café ao dia. Ao contrário das preferências dos portugueses em café, o sócio de Candi Chu, o macaense Danilo Tadeu Madeira afirmou que a proporção de pessoas de Macau que pedem um expresso é “muito baixa”. “As pessoas de Macau ou da China preferem café com leite, como ‘cappuccino’ ou ‘latte’. Na sua maioria, os chineses não gostam do sabor amargo de um expresso ou de um ‘americano'”, sublinhou.
Hoje Macau PolíticaAlojamento ilegal | Aprovada na generalidade diploma que não aposta na criminalização Os deputados aprovaram esta quinta-feira na Assembleia Legislativa (AL) a proposta de lei relativa à proibição de prestação ilegal de alojamento, a fim de rever um diploma que vigora desde 2010. Nas palavras do secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, trata-se de uma legislação que pretende pôr fim ao “fenómeno caótico de prestação ilegal de alojamento ao público em fracções habitacionais de edifícios”. Há 11 anos a entrada em vigor deste diploma “resolveu a questão de falta de legislação sobre o combate às pensões ilegais e, por isso, a exploração desse tipo de pensões diminuiu, de certo modo”, lembrou o secretário. Mas Lei Wai Nong falou também da existência de “alguns problemas” relativamente à operacionalidade da lei, uma vez que é difícil identificar os exploradores das pensões ilegais e cobrar multas aos infractores. Há alguns anos que se debate se as autoridades devem ou não avançar para a criminalização do acto de prestação ilegal de alojamento. No entanto, após um estudo e publicação do relatório, em Novembro de 2019, as autoridades concluíram que criminalizar “não é um meio eficaz para a resolução dos problemas das pensões ilegais”. Desta forma, “deve manter-se a natureza da actividade exploratória como infracção administrativa”, disse o secretário, que promete aperfeiçoar a legislação com a sua revisão e adopção de “outros procedimentos administrativos”.