Economia | Inflação estabiliza na China apesar de aumento dos preços a nível global

A China registou um abrandamento da inflação em 2021, contrariando a tendência observada em outras grandes economias, e abrindo possibilidades para uma redução das taxas de juros, numa altura em que a dívida do sector imobiliário gerou riscos financeiros.

Em 2021, a inflação na China cresceu 0,9 por cento, revelou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas, o que representa uma diminuição significativa, em comparação com a taxa de 2,4 por cento registada em 2020, quando a actividade económica do país foi afectada pela pandemia da covid-19, sobretudo no primeiro trimestre.

Em contraste, nos países da zona do euro e nos Estados Unidos, a pressão inflacionista é fonte de preocupação. Recuperar a estabilidade dos preços está “no topo da lista de prioridades”, disse, na terça-feira, o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, justificando antecipadamente um aumento das taxas de juros, previsto já para este ano nos Estados Unidos.

A tendência de abrandamento da inflação na China pode ser explicada, em parte, pela queda dos preços dos alimentos.

A queda é significativa para a carne suína (-36,7 por cento), de longe a principal fonte de proteína animal na gastronomia chinesa. O preço da carne de porco duplicou, nos últimos anos, devido a surtos de peste suína africana que dizimaram milhões de animais no país. Os preços voltaram a cair, em 2021, à medida que a criação de porcos doméstica recuperou.

As autoridades desencadearam compras preventivas, no início de Novembro, após pedirem à população que acumulasse reservas de alimentos, numa altura em que vários surtos de covid-19 motivaram medidas de confinamento.

O Índice de Preços ao Produtor, um indicador da inflação nas vendas por atacado, subiu, em média, 8,1 por cento, em 2021, depois de terem caído 1,8 por cento, em 2020.

Os preços ao produtor “devem continuar a cair nos próximos meses”, disse a analista Sheana Yue, da consultora Capital Economics. “Mas as medidas de prevenção epidémica podem suscitar mais interrupções nas cadeias de abastecimento”, alertou.

Cerca de 20 milhões de habitantes foram colocados em quarentena nas últimas semanas em três cidades da China após serem diagnosticados casos de covid-19. O país mantém uma política de “zero covid-19” que suscita bloqueios imediatos quando são detectados surtos.

Ultrapassar obstáculos

A queda nos preços “aumentou a probabilidade de um pequeno corte nas taxas de juros do banco central” para apoiar uma economia em dificuldades, defendeu o analista Lu Ting, do banco de investimento Nomura.

Especialmente porque a recuperação da epidemia na China “representa riscos adicionais para a economia”, alertou o economista Zhiwei Zhang, da Pinpoint Asset Management, também prevendo uma redução nas taxas.

A China recuperou amplamente do choque inicial da pandemia, mas surtos esporádicos de covid-19 em todo o território continuam a interromper a actividade económica.

A recuperação também está a ser afectada pelo aumento no preço das matérias-primas e uma crise no mercado imobiliário. A construtora Evergrande, uma das maiores do país, está à beira da falência, com um passivo de cerca de 260 mil milhões de euros.

A construção e o sector imobiliário respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) da China e servem como motores para outros sectores, como o aço e móveis.

O aumento do custo da mão de obra, matérias-primas e energia também está a pressionar as empresas da segunda maior economia do mundo e a pesar sobre o consumo.

Para sustentar a actividade, Pequim já baixou em Dezembro a taxa de reserva obrigatória dos bancos, ou seja, a parcela dos depósitos que os bancos devem manter nos seus cofres. O banco central também baixou pela primeira vez em dois anos uma taxa de referência para empréstimos.

13 Jan 2022

Pedro Cabrita Reis | Peça “Três Graças”, em cortiça, exposta até 13 de Junho 

O artista português Pedro Cabrita Reis leva uma reinterpretação das “Três Graças”, em cortiça, ao Jardim das Tulherias, em Paris, a convite do vizinho Museu do Louvre, de 13 de Fevereiro a meados de Junho.

“As ‘Três Graças’ interessam-me porque atravessam a história da arte europeia desde a antiguidade clássica grega. Resistiram a todas as erosões, todas as diferenças de pensamento, processos históricos, mudanças de paradigmas políticos, ideológicos, revoluções”, afirmou, em entrevista à agência Lusa.

Estas figuras “vêm lá do fundo, muito antes da democracia ateniense, passam pelo Império Romano, chegam à Idade Média, têm um momento de brilho ainda mais acentuado no Renascimento, voltam a reaparecer no século XVII e XVIII com Rubens, e chegam até à modernidade com Picasso, Matisse, e tudo isso”, detalha.

Convite parisiense

As três esculturas nascem a convite do Museu Louvre, em Paris. Quando recebeu o repto, a ideia veio “de imediato”, conta, não só porque sempre se quis debruçar sobre estas figuras, mas também porque lhe interessou “a colocação num espaço público”.

“Começo por fazer umas pequenas maquetes, a partir de figuras, daquelas que se vendem, ‘kitsch’, os santinhos e santinhas de toda a qualidade, e a partir dessas figuras trabalho. Corto-as, recolo-as, transformo, aglutino fragmentos de diversas figuras que ganham depois uma autonomia e presença abstrata e não localizável do ponto de vista de iconografia. Não se sabe se é um Santo António ou uma Nossa Senhora da Conceição. É apenas um conjunto de objectos em pedra ou em gesso aglutinados”, relata.

Essas maquetes foram depois enviadas para uma empresa “faz maquinação robótica” e “passam aquilo para um programa vetorial em computador que dá ordens a um braço robótico”.

Foi esse braço robótico que esculpiu os blocos criados pela Corticeira Amorim, juntando “cortiça com outras matérias que, não hipotecando a ecologia e sustentabilidade, dão-lhe uma resistência que permite estar, como estas vão estar”, ao ar livre. Cada peça tem cerca de 4,50 metros e pesa aproximadamente 500 quilos, a que se somam os 400 quilos da base que as sustenta.

13 Jan 2022

USJ | Acordos assinados com universidades chinesas

A Universidade de São José (USJ) em Macau anunciou a assinatura de acordos de intercâmbio de estudantes e professores com duas instituições de ensino superior de Guangzhou e Zhuhai.

Segundo um comunicado, a USJ assinou memorandos de entendimento com a Universidade de Tecnologia Cidade de Guangzhou (GCUT, na sigla em inglês) e com o Instituto Técnico de Zhuhai (ZTC).

O acordo com a GCUT, válido por cinco anos, dá aos alunos e docentes da USJ acesso a mestrados, doutoramentos e programas de intercâmbio e estágio em Guangzhou, além de prever a possibilidade de formação conjunta de docentes.

Já o protocolo com o ZTC, prevê também a criação de programas conjuntos de formação para residentes de Macau e de programas de formação em Macau para pessoal do ZTC. Após a assinatura do memorando, a USJ convidou a direcção do ZTC a visitar o ‘campus’ da universidade em Macau, em Fevereiro, para discutir outras iniciativas futuras.

Os acordos foram assinados pelo português Álvaro Barbosa, vice-reitor da USJ para a internacionalização e desenvolvimento estratégico.

Em Setembro, a USJ revelou ter recebido autorização do Ministério da Educação chinês para receber estudantes da China, numa fase experimental, para os programas de pós-graduação em Arquitectura, Administração Empresarial, Sistemas de Informação e Ciências. Até então, a USJ era a única universidade de Macau sem autorização para receber estudantes da China continental, devido à ligação com a Igreja Católica.

13 Jan 2022

UMAC | Funcionários participam em cursos de educação patriótica

Cerca de 1.000 funcionários da Universidade de Macau (UM) participaram num programa de educação patriótica em 2021, num curso que também terá lugar este ano, disse à Lusa uma porta-voz da única universidade pública do território.

A universidade garante estar empenhada em promover a educação patriótica em Macau e por isso organiza programas de educação para o pessoal docente, investigadores e administradores.

Segundo a UM, a educação patriótica visa reforçar o sentido de identidade nacional dos seus trabalhadores, o orgulho nacional, o “apego à pátria”, assim como a promoção do espírito de patriotismo e de amor por Macau, de modo a aprofundar a compreensão da Constituição, da Lei Básica, das condições globais e regionais e do desenvolvimento social.

Os cursos incluem tópicos como “Segurança Nacional e Eu”, “Um País, Dois Sistemas e Eu”, “Introdução à Constituição e à Lei Básica”, “A Cultura Chinesa e a Sabedoria Chinesa” e “A Língua e Cultura Chinesa”.

Em comunicado, a instituição de ensino superior salienta que a fórmula “Um País, Dois Sistemas” é um modo de vida para as pessoas, enfatizando que a “relação harmoniosa” entre o poder central e a Região Administrativa Especial de Macau é crucial “para a estabilidade social, o desenvolvimento económico e a subsistência das pessoas”.

Na mesma nota, o professor assistente Wa Kong sublinha a “importância central” da salvaguarda da segurança nacional e a necessidade de implementar leis de segurança nacional.

A iniciativa está em consonância com as ambições patrióticas de Macau, onde nos últimos anos o discurso sobre o reforço do patriotismo e do amor à pátria tem estado patente em praticamente todos os sectores da sociedade, começando pelos dirigentes políticos.

13 Jan 2022

Grande Baía | Associação Comercial apela ao investimento

A nova direcção da Associação Comercial de Macau (ACM), presidida pelo deputado Chui Sai Cheong, apela aos investimentos nas zonas da Grande Baía e Hengqin. A ideia foi deixada por Chui Sai Cheong num encontro com o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, que aconteceu esta segunda-feira.

De acordo com um comunicado, a nova direcção quer “responder ao apelo do Governo de ‘expandir para o exterior’ e ‘atrair investimento estrangeiro’, impulsionando o sector a participar na construção da Grande Baía e da zona de cooperação aprofundada de Hengqin”.

Além disso, a nova direcção da ACM pretende “ter contacto com os membros para abordar sobre as necessidades e desafios que estes enfrentam e transmiti-los ao Governo”, além de “prestar mais atenção aos assuntos sociais”. Chui Sai Cheong disse ainda que a associação a que preside vai trabalhar em prol “da prosperidade e desenvolvimento económico”.

A reunião serviu também para debater os problemas actuais sentidos pelas pequenas e médias empresas. Ho Iat Seng destacou que a ocorrência de surtos de covid-19 nas regiões próximas de Macau levou a um reforço das medidas de prevenção para a entrada e saída da fronteira.

Para o governante, “os trabalhos prioritários são reduzir as actividades das associações antes do período do Ano Novo Chinês” a fim de “garantir que não aconteça uma transmissão comunitária no território”. Sobre a implementação do registo de itinerário no código de saúde nos recintos de restauração, Ho Iat Seng “espera que a associação esclareça mais a matéria junto do sector, reduzindo em conjunto o risco de surto da pandemia”.

12 Jan 2022

Palestra | Associações elogiam Partido Comunista

A vice-directora do Gabinete de Ligação, Yan Zhichan, realizou uma palestra a apresentar as resoluções da sexta sessão do 19.º Comité Central do Partido Comunista da China, quando foi aprovado um texto sobre “as principais conquistas e experiência histórica dos 100 anos” do partido liderado por Xi Jinping.

A sessão contou com a organização das Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau, Associação de Amigos da Cultura Chinesa de Macau, Comité Olímpico e Desportivo de Macau e Federação de Médico e Saúde de Macau.

Após ouvir as palavras de Yan Zhichan, U Kin Tong, presidente da Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau, considerou que ficou melhor informado sobre as conquistas e assumiu a missão de espalhar a perspectiva chinesa pelo mundo, para que haja mais confiança no país, de forma a contribuir para o desenvolvimento da China e Macau.

Por sua vez, Leong Wa, presidente da Associação de Amigos da Cultura Chinesa de Macau, destacou que a mensagem incentiva a população a contribuir para a História e a participar na construção de “Nova Era”.

Finalmente, Ma Iao Hang, presidente do Comité Olímpico e Desportivo de Macau e Chan Iek Lap, deputado e presidente da Federação de Médico e Saúde de Macau, defenderam que as propostas e a perspectiva chinesa são a via para a concretização do princípio do Um País, Dois Sistemas.

12 Jan 2022

Espólio documental da artista portuguesa Helena Almeida doado à Fundação Gulbenkian

O espólio documental de Helena Almeida (1934-2018), que inclui 8.900 registos fotográficos esclarecedores do processo de trabalho de uma das mais relevantes artistas nacionais, foi doado à Fundação Calouste Gulbenkian, anunciou a entidade.

O espólio a ser integrado no acervo da Biblioteca de Arte da Gulbenkian resulta de uma doação concretizada por vontade da família de Helena Almeida, “autora de um dos percursos artísticos mais relevantes da segunda metade do século XX, em Portugal”, indicou um comunicado da fundação.

Constituído por um conjunto diversificado de documentação, o espólio inclui correspondência com várias entidades, instituições e galeristas, processos de venda de obras de arte e ainda processos relativos a exposições, alguns com as plantas das salas e imagens que documentam a instalação das obras.

Dos cerca de 8.900 registos fotográficos que compõem este acervo, mais de 6.000 reproduzem obras de arte, “permitindo uma melhor clarificação do processo de trabalho realizado entre 1967 e 2018 pela artista”, que foi bolseira da Fundação Gulbenkian em Paris, em 1964, e possui uma ampla representação na coleção do Centro de Arte Moderna (CAM).

O acervo abrange ainda recortes de imprensa, críticas, e um conjunto de títulos, entre catálogos da década de 1970, e um núcleo de obras de História da arte e estética – do final dos anos 1950 até aos anos 70 – com marca de pertença da artista e do marido, o arquiteto e escultor, Artur Rosa (1926-2020).

“Este espólio permitirá não só uma melhor compreensão da prática artística de Helena Almeida, como também ajudará a contextualizar o panorama artístico nacional”, sublinhou a Gulbenkian, no comunicado, acrescentando esperar que o conjunto lance “uma nova luz sobre o processo de trabalho de uma das mais brilhantes artistas nacionais”.

Para o administrador da fundação Guilherme d’Oliveira Martins, citado no comunicado, a integração deste acervo na Biblioteca de Arte, “juntando-se ao Arquivo Alberto Carneiro e aos espólios de Fernando Calhau, David de Almeida e Jorge Vieira, consolida-a como a biblioteca de referência para o estudo e a compreensão da produção artística nacional entre a segunda metade do século XX e primeiras décadas do presente século”.

À medida que for sendo inventariado, este espólio será progressivamente disponibilizado, servindo de apoio à investigação das 16 obras da artista que integram a coleção do CAM e ao estudo de investigadores, curadores e críticos, quer nacionais quer estrangeiros.

Nascida em Lisboa, em 1934, Helena Almeida criou, a partir dos anos 1960, uma obra multifacetada, dando origem a uma obra que se destacou pela auto-representação, refletindo sobre as relações de tensão entre o corpo, o espaço e a obra.

Usou o seu corpo como suporte e objeto de criação, utilizando a pintura, a fotografia, a gravura, a instalação e o vídeo.

Helena Almeida estudou Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, começando a expor individualmente em 1967, na Galeria Buchholz.

A artista representou Portugal na Bienal de Veneza por duas ocasiões: em 1982 e em 2005, e em 2004 participou na Bienal de Sidney, tendo a sua obra sido exibida no âmbito de mostras individuais e coletivas em museus e galerias nacionais e internacionais.

Em 2015, apresentou uma exposição individual itinerante Corpus na Fundação de Serralves (2015), no Porto, em Paris (2016), em Bruxelas (2016) e Valência (2017).

Apresentou igualmente, em 2017, uma exposição individual “Work is never finished” no Art Institute, em Chicago, nos Estados Unidos.

A sua obra está presente em coleções portuguesas e internacionais como: Coleção Berardo, Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Fundação de Serralves, Porto; Centro de Artes Visuales, Fundación Helga de Alvear, Cáceres; Fundación ARCO, Madrid; Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio; MEIAC – Museo Extremeno e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Museu de Arte Contemporânea de Barcelona; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid; MUDAM – Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Luxemburgo; Tate Modern, Londres.

11 Jan 2022

Laboratório Chinês-Português bate Google em concurso de tradução automática

O Laboratório de Processamento de Linguagem Natural e de Tradução Automática Chinês-Português da Universidade de Macau conquistou cinco primeiros lugares numa competição internacional, batendo rivais como a Google.

A universidade revelou na segunda-feira que o laboratório e a equipa de tradução da Dharma Academy, ligada à gigante tecnológica chinesa Alibaba, desenvolveram em conjunto um modelo de avaliação da qualidade de traduções automáticas apelidado de RoBLEURT.

Na sexta edição da Conferência sobre Tradução Automática, que decorreu ‘online’, em novembro, o RoBLEURT foi usado para avaliar oito testes de tradução de chinês, inglês, checo, alemão, japonês, islandês e hausa, uma língua falada sobretudo no Níger e Nigéria.

O modelo da Universidade de Macau foi o melhor a avaliar quatro traduções de comunicados de imprensa e uma tradução oral, conquistando ainda dois segundos lugares e um quinto lugar.

O RoBLEURT teve um melhor desempenho do que os modelos apresentados pela gigante tecnológica norte-americana Google e pela Unbabel, uma ‘startup’ portuguesa que aposta na tradução automática juntando inteligência artificial a pós-edição humana.

André Martins, vice-presidente de inteligência artificial da Unbabel, e a brasileira Mariana Neves, investigadora do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Risco, fizeram parte da organização da conferência.

11 Jan 2022

Vinho e turismo vinícola do Pico promovidos na China

O vinho do Pico e o turismo vinícola da “ilha-montanha” estiveram em destaque numa sessão de promoção do Turismo de Portugal no leste da China, que foi transmitida ao vivo na televisão e Internet.

O evento deu a provar oito vinhos de diferentes regiões de Portugal, incluindo o vinho do Porto, o vinho verde e o vinho branco, revelou, num comunicado divulgado na segunda-feira, a agência chinesa de viagens Tuniu.

O delegado do Turismo de Portugal na China, Tiago Brito, apresentou a Paisagem Vinha da Ilha do Pico, que foi em 2004 listada como Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A sessão, que decorreu na cidade de Nanjing, capital da província de Jiangsu, no leste da China, foi organizada pelo Turismo de Portugal, a Tuniu e a NJBG, a radiotelevisão pública de Nanjing.

O evento foi transmitido ao vivo na plataforma da NJBG, na aplicação chinesa de transmissões ao vivo Niuka, e na plataforma da Tuniu.

A ilha do Pico, onde está situado o ponto mais alto de Portugal, com 2.351 metros de altura, conta com 15 empresários ligados à produção vitivinícola.

A produção de vinhos da “ilha-montanha” em 2021 foi considerada “catastrófica”, devido às más condições climatéricas, em especial da tempestade “Lola” que atravessou os Açores em abril e “vindimou” mais de dois terços das vinhas.

Losménio Goulart, presidente da Adega Cooperativa Vitivinícola do Pico – Picowines, disse à Lusa em outubro que a cooperativa recebeu apenas 240 toneladas de vinho, muito menos dos que as cerca de 600 toneladas recebidas em 2020.

O mercado chinês do vinho é já o quinto maior do mundo, embora apenas cerca de 3% dos 1,4 mil milhões de habitantes beba regularmente vinho.

11 Jan 2022

Pequim descarta confinamento durante Jogos Olímpicos de Inverno

O Comité Organizador de Pequim para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 disse hoje que não está a contemplar o confinamento da capital chinesa, devido aos recentes surtos de covid-19 detetados na China nos últimos dias.

O confinamento da cidade durante a realização dos Jogos “está descartado neste momento”, disse Huang Chun, funcionário do Comité Organizador de Pequim2022, citado pela imprensa local.

Segundo Huang, embora a variante Ómicron já tenha sido detetada em algumas cidades chinesas, como Tianjin, a cerca de 80 quilómetros de Pequim, a “situação está sob controlo”.

“Vamos manter as medidas de prevenção já descritas. A menos que haja um grande surto durante o evento, não há necessidade de ajustá-las. No momento, confinar Pequim não é uma opção, mas há espaço de manobra para mudar a política caso seja necessário”, apontou o funcionário.

Os Jogos vão ser realizados de acordo com a estratégia ‘zero covid’ da China e sob ameaça da variante altamente contagiosa Ómicron.

Por ocasião do evento, que se realiza na capital chinesa, participantes, atletas, voluntários, cozinheiros, motoristas e jornalistas vão ser mantidos num “circuito fechado”, para evitar qualquer contacto com a população local.

Esta “bolha sanitária” foi criada no início de janeiro e visa isolar os participantes do mundo exterior nas deslocações a pé, de carro ou de comboio. É ainda exigida uma quarentena de 21 dias após a chegada a Pequim para quem não estiver vacinado.

O sistema entrará oficialmente em operação em 23 de janeiro de 2022 (os Jogos serão realizados entre 04 e 20 de fevereiro) e terminará no final dos Jogos Paralímpicos de Inverno (de 04 a 13 de março), embora já haja funcionários a trabalhar dentro da bolha, desde a última terça-feira.

Pequim vai assim tornar-se na primeira cidade do mundo que recebeu ambos os eventos olímpicos de inverno e verão.

A atenção também está colocada no boicote diplomático aos Jogos anunciado pelos Estados Unidos e outros países que denunciaram abusos dos direitos humanos por parte da China.

A China espera tranquilizar a população e garantir que o evento olímpico não vai produzir mais surtos. A vida no país decorre com relativa normalidade, após ter praticamente extinguido a doença, no primeiro trimestre de 2020.

A ameaça da Ómicron ocorre também nas vésperas do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas e, tradicionalmente, a maior migração humana do planeta, embora este ano muitas cidades tenham recomendado aos residentes que passem as férias no local de residência habitual para minimizar os riscos.

11 Jan 2022

Vendas de veículos “limpos” quase triplicam na China em 2021

As vendas dos chamados veículos “limpos” praticamente triplicaram, no ano passado, na China, impulsionadas por subsídios, anunciou hoje uma associação do setor.

A China, o maior emissor de gases com efeito de estufa do mundo, tem como objetivo ter uma frota de veículos em 2035 composta sobretudo por veículos não poluentes.

Em 2021, cerca de três milhões de veículos limpos (elétricos, híbridos ou a hidrogénio) foram vendidos no país asiático, o maior mercado automóvel do mundo, informou a Associação Chinesa de Fabricantes de Veículos de Passageiros (CPCA). Trata-se de um aumento de 169%, no período de um ano, praticamente triplicando as vendas.

A CPCA reviu em alta as suas projeções, para 2022, e tem como meta 5,5 milhões de veículos “limpos” vendidos. Um quarto da frota de carros do país asiático seria então alimentada com novas energias.

Muitas marcas locais – BYD, SAIC-GM-Wuling, Geely, XPeng ou Nio – competem neste nicho com a norte-americana Tesla.

O mercado é impulsionado principalmente por subsídios, que foram reduzidos em 30%, desde o início deste ano, e devem desaparecer totalmente, em 31 de dezembro de 2022. A China é o maior mercado de automóveis do mundo.

Em 2021, foram vendidos cerca de 20,1 milhões de veículos novos em todas as categorias, um aumento de 4,4% no espaço de um ano.

Em crescimento contínuo desde a década de 1990, graças à melhoria de vida da população, as vendas de automóveis caíram em 2018 e 2019, num cenário de desaceleração da economia chinesa e de tensões comerciais com os Estados Unidos.

Em 2020, as vendas de automóveis foram fortemente penalizadas, recuando 6,8%, devido ao impacto da pandemia da covid-19, que paralisou o país no primeiro trimestre.

11 Jan 2022

Peritos discutem restauração da maior estátua de Buda de pedra do mundo

A maior estátua de Buda de pedra do mundo, o Buda Gigante de Leshan, precisa de uma reparação, uma vez mais. Menos de três anos após a conclusão do último restauro em grande escala – o sétimo em mais de um século – a estátua de 71 metros de altura nos arredores da cidade de Leshan, no sudoeste da província de Sichuan, já apresenta o nariz negro e a cara suja. Além disso, partes do peito, abdómen, mãos e pernas do Buda estão agora cobertas de musgo e outras plantas, dando-lhe uma aparência completamente diferente daquela que foi reparada recentemente em Abril de 2019.

Durante o fim-de-semana, Leshan organizou um seminário em que peritos chineses discutiram um novo plano de restauro da estátua. Desta vez, porém, em vez de dar ao Buda outra remodelação, decidiram abordar a raiz da sua degradação, para dar à escultura longos anos de saúde.

A estátua de Buda, esculpida num penhasco na montanha Le e com vista para três rios convergentes, foi construída durante um período de 90 anos, a partir de 713 durante a Dinastia Tang (618-907).

“O seminário marcou uma mudança significativa da nossa abordagem de ‘curar os sintomas’ para ‘curar a doença enquanto cura os sintomas'”, disse Zhan Changfa, antigo vice-presidente da Academia Chinesa do Património Cultural (CACH). Os especialistas chegaram ao consenso de que entre muitos outros factores, os danos causados pela água, chuva e humidade foram os que mais contribuíram para a degradação.

“Antes de mais, precisamos de abordar o problema dos danos causados pela água, caso contrário, qualquer lifting não passaria de uma medida provisória”, disse Huang Kezhong, um investigador da CACH, ao seminário através de uma ligação vídeo de Pequim.

Os peritos no seminário concordaram que a abordagem dos danos causados pela água envolve uma abordagem multifacetada que abrange áreas como o levantamento geológico, monitorização e avaliação, investigação de materiais e restauração ambiental.

Zhan apontou algumas questões críticas para um planeamento sistemático e soluções passo a passo, que incluem — Onde estão as fissuras internas? Como lidar com as intempéries? Que materiais são melhores para serem utilizados na reparação? Deve ser construído um toldo? Deve ser colocado um limite no número de turistas?

Zhan acrescentou que, dadas as condições naturais e geográficas da localização da estátua de Buda, o plano de restauração visa “melhor saúde, menos doenças fatais, e idealmente uma longevidade” para o Buda, em vez de encontrar uma cura para tudo.

Wang Yi, chefe da Administração do Património Cultural da Província de Sichuan, disse que peritos do país e do estrangeiro irão conduzir uma cooperação aprofundada e investigação multidisciplinar sobre a protecção do gigantesco Buda. O Buda de Leshan foi inscrito na lista do Património Cultural Mundial da UNESCO em 1996.

11 Jan 2022

Guitarra portuguesa | Novo livro conta história com mais de 200 anos 

Acaba de ser lançado, em Portugal, a obra “Guitarra Portuguesa”, de Samuel Lopes, que inclui dois cd com gravações e que “reúne, pela primeira vez, o resumo dos mais de 200 anos de história” deste cordofone nacional, indica a apresentação.

Para o autor, “a guitarra portuguesa é um instrumento de cordas tradicional português, identificável em qualquer parte do mundo pela sua sonoridade inconfundível”, cuja origem “remonta aos fins do século XVIII, resultado da fusão entre a cítara da Europa Ocidental e a guitarra inglesa”.

Samuel Lopes sublinha que, “apesar de ser o instrumento de eleição no acompanhamento do fado”, é “um instrumento de concerto com repertório próprio”. Construída “com madeiras e materiais nobres”, a guitarra tem 12 cordas de aço “dispostas sem seis pares ou ordens, o cavalete em osso, a caixa-de-ressonância redonda, o pequeno braço com a voluta ornamentada e a cravelha em forma de leque, os embutidos de madrepérola ou os ornamentos na própria madeira”.

Sendo esta a descrição geral da guitarra portuguesa, defende o autor a existência de três tipologias: a do Porto, a de Lisboa e a de Coimbra, sendo “actualmente as mais utilizadas as de Lisboa e Coimbra”.

Visualmente, distinguem-se as tipologias pela voluta, a de Lisboa em forma de caracol e a de Coimbra em forma de lágrima. Quanto ao corpo, a de Coimbra tem a forma de uma pêra e a de Lisboa de uma tangerina, entre outras distinções, como a espessura das cordas e a afinação.

“A guitarra do Porto praticamente caiu em desuso atendendo às pequenas dimensões do corpo”, explica o autor. A portuense é “muito semelhante à sua congénere de Lisboa”, mas a “voluta com terminação em forma humana, de animais ou flores”.

O livro, bilingue (português e inglês), é editado pela Seven Muses, com apoio da Direcção-Geral das Artes, e dedica capítulos à construção da guitarra portuguesa e à sua evolução histórica, referindo que o mais antigo livro sobre o instrumento data de 1796, de autoria do mestre de capela António Silva Leite.

11 Jan 2022

Quatro países do Golfo visitam China em período de crise energética

Quatro países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) iniciaram hoje uma visita de cinco dias à China, num período de rápido aumento do preço do petróleo, do qual o país asiático é o maior importador do mundo.

A recuperação da economia mundial levou, nos últimos meses, a uma forte subida dos preços de todas as fontes de energia, em particular do gás e do petróleo.

Face ao aumento da procura global e às interrupções relacionadas com a pandemia de covid-19, a China está preocupada com o seu abastecimento.

A convite do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, os seus homólogos de quatro países do Golfo Pérsico – Arábia Saudita, Kuwait, Omã e Bahrein – estão na China até sexta-feira, segundo uma nota informativa da diplomacia chinesa. O comunicado divulgado não fornece detalhes sobre o programa.

As visitas de diplomatas estrangeiros à China nos últimos dois anos têm sido escassas, devido às medidas de prevenção contra a doença covid-19.

De acordo com o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, esta visita poderá permitir “avançar” nas discussões em torno de um acordo de livre comércio entre a China e o Conselho de Cooperação do Golfo.

O GCC (na sigla em inglês) é formado por seis países: Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Qatar. Nos últimos anos, a China tem procurado fortalecer os seus laços com os países do Golfo. Em 2014, o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu mais do que duplicar o comércio com a região até 2023.

Esta visita ocorre numa altura em que os distúrbios no vizinho Cazaquistão, membro da OPEP + (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), levaram à subida dos preços do petróleo. Os investidores temem possíveis interrupções no fornecimento.

O país é o maior produtor de petróleo da Ásia Central, com a 12.ª reserva comprovada de petróleo do mundo, de acordo com a Agência de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA). O Cazaquistão produziu cerca de 1,8 milhões de barris por dia em 2020.

Em novembro, a China anunciou que estava a utilizar as suas reservas de petróleo para baixar os preços, acompanhando uma iniciativa lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

11 Jan 2022

Polícia chinesa adverte população para se afastar de veículos dos Jogos Olímpicos

A polícia chinesa pediu aos residentes de Pequim que se afastem dos veículos oficiais dos Jogos Olímpicos de Inverno, no caso de acidentes no trânsito, visando proteger a “bolha sanitária” contra a covid-19 criada em torno da competição.

Por ocasião do evento, que se realiza na capital chinesa, participantes, atletas, voluntários, cozinheiros, motoristas e jornalistas vão ser mantidos num “circuito fechado”, para evitar qualquer contacto com a população local.

Esta “bolha sanitária” foi criada no início de janeiro e visa isolar os participantes do mundo exterior nas deslocações a pé, de carro ou de comboio.

“Em caso de acidente com um veículo oficial dos Jogos Olímpicos de Inverno é aconselhável manter uma distância de segurança, para garantir a sua proteção, e evitar qualquer contacto com o veículo e as pessoas a bordo”, disse a polícia de Pequim, em comunicado. “Deve-se aguardar a chegada dos profissionais”, apontou.

A China praticamente erradicou a covid-19 do seu território, desde a primavera de 2020. A vida no país decorre com normalidade, apesar do aparecimento de pequenos surtos esporádicos, que motivam uma reação imediata e localizada.

Este sucesso é o resultado de medidas fortes: testes em massa, medidas de confinamento nas áreas afetadas, quarentena centralizada na chegada ao país e rastreamento dos contactos via aplicações móveis. A mesma severidade será aplicada durante os Jogos de Pequim.

Isto constitui uma diferença com os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde os organizadores permitiam certas entradas ou saídas de funcionários e voluntários na “bolha sanitária”. Em Pequim, cerca de 3.000 atletas estarão no “circuito fechado”.

Todas as pessoas que entrarem nesta bolha devem estar totalmente vacinadas ou passar por uma quarentena de 21 dias à chegada. Eles serão testados diariamente.

As autoridades estão a lutar contra surtos em várias cidades do país, que resultaram no confinamento de milhões de pessoas. O recente aparecimento da variante Ómicron na China provavelmente complicará a tarefa dos organizadores.

Os organizadores tiveram que negar, este fim de semana, um rumor que circulou nas redes sociais, segundo o qual um desportista espanhol com resultado positivo tinha escapado da “bolha” para ir ao centro de Pequim.

10 Jan 2022

Cazaquistão | MNE chinês expressa “forte apoio” ao Governo cazaque

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, expressou hoje o seu “forte apoio” ao homólogo cazaque, Mukhtar Tleuberdi, para que mantenha a “estabilidade” no país da Ásia Central, informou a agência noticiosa Xinhua.

Wang Yi, que descreveu a ex-república soviética como um “parceiro estratégico abrangente” da China, prometeu o apoio chinês para “deter a violência”, num “período crítico para o futuro do Cazaquistão”.

Quase 8.000 pessoas foram presas após os protestos e motins que eclodiram no Cazaquistão em 02 de janeiro.

Várias dezenas de pessoas – incluindo 16 polícias e dois soldados, e um número desconhecido de manifestantes – morreram nos maiores protestos ocorridos no país desde que conquistou a independência, há três décadas, de acordo com as autoridades.

A crise foi provocada pelo aumento do preço do gás liquefeito, que provocou manifestações pacíficas em várias cidades do país e que posteriormente degeneraram em violência. Neste domingo, o Governo cazaque considerou que a situação estabilizou em todas as regiões do país.

China e Cazaquistão, que partilham uma fronteira com mais de 1.500 quilómetros de extensão, mantêm importantes acordos de cooperação económica e comercial, no âmbito da iniciativa chinesa ‘uma faixa, uma rota’.

O projeto de infra-estruturas lançado por Pequim inclui a construção de linhas ferroviárias, aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando abrir novas vias comerciais entre Ásia, Europa e África.

O Cazaquistão é um elo crucial nesta iniciativa e foi precisamente no país vizinho que o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou o projeto de infra-estruturas, em 2013.

10 Jan 2022

Macau suspende ferries com a cidade de Shenzhen

Macau suspendeu no domingo o transporte marítimo de passageiros com Shenzhen, cidade chinesa onde foram detetados quatro casos de covid-19, todos por contágio local.

A decisão foi tomada pela “necessidade de prevenção e controlo da pandemia” e estará em vigor “até nova ordem”, de acordo com um comunicado da Direção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA).

A suspensão afeta todos os ‘ferries’ que até agora ligavam o Terminal Marítimo do Porto Exterior, em Macau, e o Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa ao porto de Shekou, em Shenzhen, adjacente a Hong Kong. A imprensa em língua chinesa noticiou que foram também suspensos os ‘ferries’ entre Shekou e Hengqin [ilha da Montanha], no município de Zhuhai, adjacente a Macau.

A China anunciou ter detetado 157 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, 97 dos quais por contágio local, de acordo com a Comissão de Saúde do país.

10 Jan 2022

Diplomata chinês Ji Xianzheng é o novo secretário-geral do Fórum de Macau

O diplomata chinês Ji Xianzheng é o novo secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), lugar que estava por preencher há mais de um ano.

Ji Xianzheng “foi recentemente designado” para liderar o Secretariado Permanente do Fórum de Macau e deverá entrar em funções ainda este mês, indica o Governo português na página na Internet da Direção-Geral das Atividades Económicas de Portugal (DGAE), uma nomeação que ainda não foi divulgada oficialmente pelas autoridades da região administrativa especial chinesa.

Ji desempenhou funções como subdiretor-geral do Departamento de Assuntos Europeus do Ministério do Comércio chinês, foi conselheiro económico e comercial da Embaixada da China em Espanha até maio de 2014, tendo depois ocupado a mesma posição na Embaixada chinesa na Venezuela.

O lugar de secretário-geral do Fórum de Macau estava por preencher desde setembro de 2020, quando Xu Yingzhen cessou funções. Dois meses depois, a diplomata foi nomeada embaixadora chinesa em São Tomé e Príncipe.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau.

Este fórum tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além de um secretário-geral e de três secretários-gerais adjuntos, os oito delegados dos países lusófonos.

Cinco conferências ministeriais do Fórum de Macau foram realizadas no território em outubro de 2003, setembro de 2006, novembro de 2010, novembro de 2013 e outubro de 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Ação para a Cooperação Económica e Comercial.

Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para junho de 2020, devido à pandemia da covid-19, mas não se realizou e continua, até agora, sem data marcada.

10 Jan 2022

Sri Lanka pede à China reestruturação da dívida e acesso a linha de crédito preferencial

O Presidente do Sri Lanka pediu à China uma restruturação da dívida e acesso a crédito preferencial para importação de bens essenciais, perante a crise económica com que o país se debate.

Durante uma visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, o Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, afirmou que seria “um grande alívio para o país se pudesse ser considerada uma reestruturação dos reembolsos da dívida, como solução para a crise económica que emergiu perante a pandemia de covid-19”, segundo um comunicado do gabinete presidencial, citado pela Associated Press (AP).

Rajapaksa pediu ao governante chinês a concessão de uma linha de crédito para importações e permitir que as empresas possam funcionar sem perturbações, indica ainda o mesmo comunicado. O Presidente apelou ainda a que os turistas chineses possam viajar para o Sri Lanka dentro de uma ‘bolha segura’.

Wang e o primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa, irmão do Presidente, visitaram posteriormente a cidade portuária de Colombo, uma zona recuperada com investimento chinês, onde inauguraram uma alameda e a navegação de 65 barcos, como forma de assinalarem os 65 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

O Ministro chinês dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, terminou ontem uma visita de dois dias ao Sri Lanka.

A visita ocorre numa altura em que o Sri Lanka enfrenta uma das suas piores crises económicas, com as reservas estrangeiras a caírem para cerca de 1,6 mil milhões de dólares, o suficiente para algumas semanas de importações, nomeadamente de matérias-primas.

O declínio das reservas estrangeiras é parcialmente atribuído a projetos de infraestruturas realizados com empréstimos chineses que não rendem dinheiro, refere a AP.

A China emprestou dinheiro ao Sri Lanka para construir um porto de mar e um aeroporto no distrito de Hambantota, no sul do país, e para uma ampla rede de estradas.

Os números do Banco Central indicam que os empréstimos do Sri Lanka à China totalizam atualmente 3,38 mil milhões de euros. Este valor não inclui os empréstimos a empresas estatais.

10 Jan 2022

Diplomacia | O que faz Wang Yi em África?

A diplomacia chinesa tem uma tradição de 32 anos: a sua primeira visita no início de cada ano deve ser a um país africano

 

O conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, clarificou os três objectivos da sua visita a África durante uma reunião com a sua homóloga do Quénia, Raychelle Omamo, na cidade de Mombasa.
Wang Yi disse que a diplomacia chinesa tem uma tradição de 32 anos: a sua primeira visita no início de cada ano deve ser a um país africano. “A tradição mostra com acções concretas que a China preza a sua amizade tradicional com a África, dá prioridade a África na diplomacia chinesa e está disposta a ser um bom amigo e parceiro de África.

Apesar dos desafios impostos pela pandemia, viemos aqui conforme programado, faça chuva ou faça sol, e permanecemos fiéis à nossa aspiração inicial. Este é o tom da amizade China-África”, disse Wang, acrescentando que a sua “visita para a África tem três objetivos principais”.

Assim, segundo Wang Yi, o primeiro objectivo é trabalhar com a África para derrotar a epidemia. “O mundo enfrenta uma nova onda da variante Omicron. Como amiga da África, a China nunca ficará de braços cruzados. O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou que a China fornecerá mais mil milhões de doses de vacinas a África, que é o maior pacote de ajuda e está em andamento. As vacinas estão a ser enviadas por mar para todas as partes de África que as necessitam. Hoje, anunciamos mais 10 milhões de doses de vacina para o Quênia. Vamos apoiar os nossos irmãos e irmãs africanos até que a vitória final seja conquistada”, disse Wang.

Em segundo lugar, prosseguiu o MNE chinês, “a implementação dos resultados do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) deve ser acelerada. Há mais de um mês, foi realizada com sucesso a 8ª Conferência Ministerial do FOCAC. O presidente Xi anunciou nove programas para a cooperação prática China-África. A série de documentos de cooperação bilateral assinados pela China e pelo Quênia hoje são a primeira colheita dos nove programas no Quénia.”

“Estamos prontos para aumentar a sinergia com os nossos parceiros africanos, arregaçar as mangas e trabalhar duro para entregar todos os resultados da conferência em benefício do povo africano, ajudar a África a acelerar a recuperação pós-epidemia e embarcar no caminho da independência e desenvolvimento sustentável”, disse Wang.

Wang Yi referiu ainda que a chamada “armadilha da dívida” em África não é um facto, mas um “exagero com segundas intenções”. É uma “armadilha do discurso” criada por forças externas que não querem ver África acelerar o desenvolvimento. Se há alguma “armadilha” em África, é a “armadilha da pobreza” e a “armadilha do atraso”.

“A China está pronta a trabalhar com todos os países amigos para ajudar os africanos a acelerar a recuperação pós-pandemia, eliminar a pobreza e o atraso, actualizar-se o mais rápido possível, alcançar um desenvolvimento comum e criar um futuro melhor. A China e a África devem defender firmemente os interesses comuns. Em face da hegemonia, agressores e actos unilaterais, a China e a África têm a responsabilidade de praticar conjuntamente o verdadeiro multilateralismo e salvaguardar a equidade e a justiça internacionais.”

“Por último, a China está pronta para fortalecer a coordenação e cooperação com a África em assuntos internacionais e regionais, salvaguardar o sistema internacional com as Nações Unidas no seu núcleo e as normas básicas que regem as relações internacionais, salvaguardam os interesses legítimos dos países em desenvolvimento e tornam a ordem internacional mais justa e equitativa”, concluiu.

10 Jan 2022

Crime | Puxa cabelos à mulher para a impedir de trabalhar

Um homem foi acusado de cometer o crime da violência doméstica, quando aguardava em liberdade julgamento, em que também é acusado de cometer o mesmo tipo de delito. Segundo o jornal Ou Mun, a investigação da Polícia Judiciária (PJ) começou depois de uma denúncia por parte da esposa do suspeito, a afirmar que tinha sido agredida e ameaçada verbalmente em casa, a 4 de Janeiro.

A investigação levou os agentes a concluir que o arguido de 66 anos estava a ser acusado novamente de agressões à esposa. Em declarações às autoridades, a mulher de 40 anos relatou que depois da primeira queixa, o marido melhorou o comportamento. Contudo, em Dezembro do ano passado, tudo voltou a mudar para pior. Segundo a vítima, na origem da mudança de atitude esteve o facto de o acusado desejar que a esposa se despedisse do trabalho para ficar a cuidar de familiares.

Como a mulher não mostrou vontade de deixar o emprego, o marido terá agredido a vítima com puxões de cabelos e ameaças de que se iria suicidar. O caso foi entregue ao Ministério Público, depois de o suspeito ter recusado cooperar com a investigação da PJ.

10 Jan 2022

Taiwan | Macau repudia relatório sobre diminuição de liberdades

O Governo liderado por Ho Iat Seng acusa Taiwan de ter vários preconceitos e recusa que as liberdades legalmente estipuladas tenham sido beliscadas pelas proibições sobre o 4 de Junho e os acontecimentos dentro da TDM

 

O Governo demonstrou “repúdio e oposição” ao relatório das autoridades de Taiwan onde, entre outras situações, denunciam a diminuição das liberdades e garantias no território em 2021.

“O conselho da região de Taiwan para os assuntos do Interior da China divulgou recentemente um dito relatório de estudo e análise sobre a situação de Macau, que tece comentários irresponsáveis sobre o desenvolvimento social, político e económico de Macau, e não corresponde severamente à realidade local, estando repleto de preconceitos”, indicou o Governo, em comunicado divulgado no sábado.

“Por essa razão, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) manifesta o seu mais firme repúdio e oposição”, acrescentaram as autoridades.

No relatório referente ao 22.º ano da passagem de administração de Macau para a China, Taiwan indica que em 2021 o ponto de vista do Partido Comunista da China sobre a segurança nacional foi incorporado no sistema administrativo de Macau.

Taiwan recorda ainda que as “restrições do direito de reunião e da liberdade de imprensa foram frequentes”, frisando ainda que a opinião pública está preocupada que a voz pluralista da sociedade possa tornar-se ainda mais fraca. “Há preocupações de que o sistema de Macau esteja a tornar-se mais chinês”, denunciaram.

De acordo com a lei

No ano passado, o campo pró-democrata foi impedido de concorrer às eleições legislativas por terem sido considerados infiéis ao território, houve uma directiva para Teledifusão de Macau (TDM) que proibiu os jornalistas dos canais portugueses e ingleses de divulgarem informações e opiniões contrárias às políticas da China e o Tribunal de Última Instância (TUI) de Macau chumbou o recurso para uma vigília no Largo do Senado em memória das vítimas de Tiananmen por considerar que a liberdade de reunião não pode admitir “abusos e ofensas sem limites”.

O Governo de Macau, no comunicado, nega esta narrativa e contrapõe: “As eleições para a VII Assembleia Legislativa e o Chefe do Executivo do V Governo da RAEM, cujos processos decorreram de forma justa, imparcial, pública e íntegra. Os direitos políticos dos residentes, incluindo de manifestação e reunião, têm sido respeitados e garantidos de forma plena, os órgãos de comunicação social têm autonomia e possuem linhas editoriais independentes, e as diferentes vozes podem conviver e serem respeitadas na sociedade de Macau”.

O discurso sobre o reforço patriótico em Macau, assim como o aumento da defesa da segurança nacional tem estado patente em praticamente todos os sectores do poder no território nos últimos anos.

10 Jan 2022

A origem da cozinha Macaense em Macau (Segunda Parte)

Ritchie Lek Chi, Chan
(*Artigo publicado no jornal Macau Daily em 13 de Junho de 2021)

Alguns sites na Internet indicam que, o desenvolvimento da cozinha Macaense “parece ignorar a contribuição dos chineses locais”, esta afirmação na verdade tem um pouco de compreensão da história da cozinha Macaense. Se quiser realmente compreender a cultura alimentar dos macaenses, deve primeiro compreender a sua aparição em Macau e a sua história de desenvolvimento. Carlos Piteira, investigador da Universidade de Lisboa em Portugal, realizou um webinar no Centro de Ciência e Cultura de Macau a 28 de Maio de 2021. O título da palestra, “A história de Macau é a história dos macaenses” (Nota 1), enquadra-se no conteúdo deste artigo.

Os macaenses de Macau não pom podem representar todo o desenvolvimento histórico de Macau, mas este grupo étnico reflecte a principal parte histórica de Macau desde a abertura dos portos. Portanto, a exploração da cozinha Macaense ou do Patuá também deve ser combinada com o estudo da história dos macaenses. Por outro lado, o processo de desenvolvimento desta etnia pode ser dividido em duas fases, a influência dessas duas etapas no Patuá e na cultura da culinária é extremamente importante.

A primeira fase da cozinha Macaense

Nos séculos XV e XVI, os portugueses enfrentaram as turbulentas ondas do mar, ao longo da Cisjordânia da África, contornando o Cabo da Boa Esperança da África do Sul, chegou a Índia e depois em Mianmar, Camboja e Tailândia na Península da Indochina. Em seguida, atravessaram o Mar de Andaman no Estreito de Malaca para chegar a Malaca.

Depois disso, continuaram navegando em direção ao estreito de Sunda até as ilhas da Indonésia e Batávia (Jacarta), fazendo um desvio para a China e para o norte do Japão. Durante a longa viagem, os viajantes portugueses casaram-se com mulheres nos países por onde passaram e este comportamento foi aprovado e incentivado pelo Governador de Portugal na Índia. Até 1557, o governo Qing permitiu que os portugueses se instalassem em Macau, trouxeram seus familiares e navegaram através das ondas para chegar a “Hao Jing Ao” (o antigo nome de Macau) na foz do Rio das Pérolas. No entanto, “as primeiras pessoas que seguiram os portugueses para a China foram as mulheres indianas e malaias, podendo haver uma ou duas mulheres portuguesas (europeias)” (Nota 2). A sua família começou a florescer na próxima geração sem ascendência chinesa na Península de Macau. Os chineses em Macau chamam-as de Macaenses, que é também a fase inicial dos Macaenses.

Marinheiros portugueses chegaram à península de Macau com um grande número de famílias estrangeiras, essas mulheres que são diferentes dos hábitos da vida dos chineses e são boas no uso de especiarias como material de cozinha, elas podiam combinar habilmente os métodos de cozinha de Portugal e dos seus próprios países para criar alimentos que são diferentes dos outros. Assim, a comida macaense manteve duas características desde o seu início, além de misturar os métodos de cozimento de vários países ou regiões. Até agora, as habilidades da culinária macaense continuam a absorver as habilidades culinárias de outros lugares para criar pratos novos e mais deliciosos.

Quando recentemente provei pratos nativos num restaurante macaense, sem querer, provei ” Sambel Margoso”, 0 nome deste prato é misturado com as palavras indonésias e portuguesas, que na verdade é uma mistura de especialidades indianas e portuguesas. O sabor é uma mistura de pratos portugueses e indonésios.

Alimentos macaenses contam com recursos locais

Outra característica da cozinha macaense é que ela é boa em escolher ingredientes locais, embora este método de cozedura seja principalmente português, mas quando faltam ingredientes da cozinha portuguesa, utilizam-se ingredientes locais. Esta abordagem pode não só manter as características da cozinha portuguesa, mas também potenciar os pratos distintos e deliciosos, Tacho é um exemplo. O Tacho é similar ao cozido à portuguesa, embora o método de cozimento seja o mesmo, os ingredientes dos alimentos são diferentes, os cozinheiros usam ingredientes locais de Macau em vez dos ingredientes habituais em Portugal, por exemplo, a salsicha chinesa em vez do chouriço português.

De acordo com a informação, os condimentos culinários comuns dessas mulheres são azeite de oliva, molho de soja, gengibre, alcaparras, leite de coco, pasta de camarão salgada, etc. Existem também especiarias da Índia, Indonésia, Malásia e outras partes do Sudeste Asiático, incluindo caril, anis estrelado, pimenta, chá de frutas, cravo, canela, cúrcuma em pó, açafrão, cominho, pimenta e baunilha. Portanto, quando o sabor rico “Caril de Caranguejo”, ​​”Frango Africano”, “Tacho (chao-chao pele)” ou “Bolinhos de Bacalhau” e outros pratos nativos são trazidos para a mesa. É como um pequeno palco encenando o multiculturalismo de Macau, onde as culturas de diferentes países se fundem harmoniosamente neste pequeno local.

Provas de identidade dos macaenses no início de Macau

O sítio web do Instituto de História Qing da Universidade Renmin da China em Pequim reimprimiu um artigo na terceira edição da revista “Estudos Étnicos” em 2017.

Artigo co-editado pelos Professores Tang Kaijian e Yan Xuelian do Departamento de História da Universidade de Macau “Casamento dos portugueses em Macau durante as dinastias Ming e Qing. O primeiro ponto da segunda secção do artigo “Formas de Casamento de Portugueses em Macau”, “Casamento misto com estrangeiros”, descreve após a abertura de Macau como porto comercial. Estes portugueses “cuidariam dos velhos e dos jovens e seguiriam-se ainda mais” (Nota 3). A maioria destes portugueses casaram e tiveram filhos em Goa ou Malaca. Eles deixaram suas famílias no local ou para áreas costeiras da China. Além de mulheres da Malásia e da Índia, também haviam mulheres mestiças portuguesas-asiáticas.

Ana Maria Amaro, professora da Faculdade de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Nova de Lisboa, Portugal, na sua opinião, as mulheres mestiças luso-asiáticas, na sua maioria, pertenciam a famílias legais e com um dote generoso. Portanto, “as mulheres eurasianas que já eram numerosas quando Macau abriu como porto podiam ser as mães dos primeiros macaenses.” (Nota 4).

Ao mesmo tempo, não se pode ignorar que estas famílias de comerciantes portugueses também tinham um grande número de escravas provenientes da Índia, Malásia, Indonésia, África, Japão e China. Visto que os portugueses que se estabeleceram em Macau também tinham um grande número de marinheiros pobres e não de empresários ricos, também podiam casar com essas mulheres como esposas.

O historiador britânico Charles Ralph Boxer afirmou:“A cidade de Macau, que foi construída entre 1555 e 1557, quase que não haviam mulheres brancas entre os residentes iniciais. No início, eles (os portugueses) não se fundiram com as chinesas do vizinho condado de Xiangshan.

As mulheres que viviam com eles eram geralmente do Japão, Malásia, Indonésia e Índia, e a maioria delas eram escravas. No entanto, em um curto período de tempo, um grande número de chineses começaram a migrar para Macau. Naquela época, a Dinastia Ming proibia o comércio com o Japão, então Macau formou rapidamente um entreposto comercial sino-japonês. Os homens portugueses também começaram a casar com mulheres chinesas nessa época, mas essas mulheres chinesas eram principalmente concubinas ou empregadas domésticas. Embora estas empregadas eram indistinguíveis dos escravos, na verdade, alguns são adoptados por casais sem filhos, viúvos e viúvas e tornaram-se membros plenos da família. “(Nota 5)

A partir dos argumentos dos estudiosos acima referidos, pode-se concluir que os primeiros macaenses não tinham ascendência chinesa. Portanto, a sua cultura alimentar é definitivamente diferente da chinesa.

 

Notas:
“A história de Macau é a história dos macaenses”, Andreia Sofia Silva, Hojemacau, Entrevista 28.5.2021.
“Lendas sobre a origem dos macaenses”, Manuel Teixeira, Revista de Cultura Edição Chinesa 20ª Edição, Terceiro Trimestre de 1994, Página 59.
Pang Shangpeng (Dinastia Ming): “Trechos de Baiketing”, volume 1 “Descreva e sugira como proteger a estabilidade a longo prazo das costas remotas”, “Série de bibliografia preservada de Siku Quanshu (Biblioteca Completa em Quatro Ramos da Literatura)”, Livro 129, fotocópia do 27º ano de Wanli da Dinastia Ming, Edição impressa em bloco de Pang Yingshan, página 131.
Ana Maria Amaro, “Filhos da Terra : a primeira década da diplomacia luso-chinesa” A Revista de Cultura, 20º número da edição chinesa, do terceiro trimestre de 1999, páginas 13 e 18, editada pelo Instituto Cultural de Macau.
Charles Ralph Boxer:
Marv and Misogyny: Women in Iberian Expansion Overseas, 1415-1815: Some
Facts, Fancies and Personalities, New York: Oxford University Press, 1975, p.84.

10 Jan 2022

Covid-19 | Decretadas quarentena para zonas de Tianjin e Henan

O centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus determinou que, desde as 21h de ontem é obrigatória a realização de uma quarentena de 14 dias para quem viaje de algumas zonas de Tianjin e de Henan, na China, devido ao aumento de casos de covid-19.

Segundo um comunicado, a quarentena passa a ser obrigatória para os visitantes oriundos da cidade de Anyang, de Henan ou do distrito de Nankai, de Tianjin. Além disso, o seu código de saúde será convertido para a cor amarela, sendo que estes devem ainda realizar cinco testes de ácido nucleico nos dias 1, 2, 4, 7 e 12 a contar desde a data do início desta nova medida.

9 Jan 2022