Ucrânia | Japão junta-se ao Ocidente nas sanções envolvendo o sistema SWIFT

O Japão irá juntar-se aos países ocidentais para excluir alguns bancos russos do sistema internacional de pagamentos SWIFT, essencial para os fluxos financeiros mundiais, anunciou ontem o seu primeiro-ministro, Fumio Kishida.

Segundo o governante japonês, os países ocidentais anunciaram as medidas “para isolar a Rússia do sistema financeiro internacional e da economia mundial, nomeadamente a exclusão de certos bancos russos do SWIFT”. “Pediram ao Japão para participar. O Japão juntar-se-á a essa iniciativa”, anunciou Fumio Kishida, citado pela agência France-Presse (AFP).

A União Europeia, os Estados Unidos da América e o Reino Unido acordaram no sábado bloquear o sistema internacional de comunicações bancárias SWIFT a alguns bancos russos, como retaliação à invasão da Ucrânia.

A medida foi anunciada em Bruxelas conjuntamente como parte de um novo pacote de sanções financeiras destinadas a “responsabilizar a Rússia e a garantir coletivamente que esta guerra seja um fracasso estratégico para [o Presidente russo] Putin”.

O sistema financeiro SWIFT (‘Society for Worldwide Interbank Financial Communications’) movimenta diariamente milhares de milhões de dólares em mais de 11.000 bancos e outras instituições financeiras em todo o mundo.

Ao anunciar as medidas em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que vai pressionar os Estados-membros também a “paralisar os ativos do Banco Central da Rússia” para que as suas transações sejam congeladas.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

28 Fev 2022

Cinemateca Paixão | Os filmes que inauguram a programação de Março

Março arranca com três filmes independentes na Cinemateca Paixão. Realizado e escrito pelos irmãos Ramon e Silvan Zürcher, “The Girl and the Spider” é o melodrama existencial do trio de filmes em exibição esta semana. A onírica película vietnamita “Taste” e a alucinação cyber-punk “Titane” completam a oferta cinematográfica do início do mês na Travessa da Paixão

 

Um trio de filmes que fez as rondas dos festivais de cinema de Berlim a Cannes, passando por Taiwan, marca o início da programação da Cinemateca Paixão para o mês de Março.

A primeira película a ser exibida no ecrã da Travessa da Paixão é “Titane”, uma produção francesa realizada e escrita por Julia Ducournau que estreou mundialmente no Festival de Cannes do ano passado. O filme viria a consagrar a cineasta francesa como a segunda mulher a ganhar a Palme d’Or.

“Titane” passou a ocupar um lugar de destaque na estranha categoria cinematográfica de “body horror”, um género em que se notabilizaram realizadores como David Cronenberg, Katsuhiro Otomo e David Lynch. Este movimento artístico coloca no epicentro da acção o corpo humano usado como um veículo para transmitir cenários e histórias aberrantes e psicologicamente tortuosas. “Crash”, de Cronenberg, é um dos clássicos deste tipo de filmes.

Depois da película inicial, “Raw”, Julia Ducournau apresenta uma obra centrada na vida problemática de uma mulher, interpretada pela estreante Agathe Rousselle, que desde criança tem uma placa de titânio implantada na cabeça, depois de sofrer um horripilante acidente de viação.

O momento traumático é o catalisador para um mergulho surrealista pontuado por homicídios e sexo entre a protagonista e um automóvel.

O segundo filme da cineasta francesa, segue um imaginário de pesadelo, com inspirações óbvias em territórios de Lynch e Cronenberg e nas monstruosidades romanceadas por autores como Mary Shelley e Edgar Allan Poe.

Aliás, numa entrevista à revista Vulture, Ducournau referiu que o protagonista de “O Homem Elefante”, de David Lynch, representa “a essência da humanidade” e é uma das influências incontornáveis da sua filmografia.

As várias sessões de exibição de “Titane” estão agendadas para quarta-feira, às 19h e 21h. Na quinta-feira, a sessão está marcada para as 21h30, na sexta-feira às 19h, no sábado às 21h e no dia 8 de Março às 19h e 21h.

Lesões e sonhos

O próximo filme na ementa da Cinemateca Paixão não é tão perturbante quanto “Titane”, porém não é exemplo de uma narrativa linear e tradicional. Realizado pelo jovem vietnamita Lê Bảo, “Taste” foi uma das películas premiadas em 2021 no Festival Internacional de Cinema de Berlim e no Festival de Cinema de Taipei.

Com uma rotação reduzida, “Taste” tem o ritmo de uma valsa lenta, uma vagarosa alucinação onde habitam fantasmas e imagens de saudosismo. O filme parte da situação invulgar em que vive Bassley, um futebolista nigeriano a viver no Vietname. Tendo esta circunstância como ponto de partida, o realizador vietnamita guia o filme para um ponto onde a história se torna irrelevante. A partir do momento em que Bassley parte a perna e fica impossibilitado de ganhar a vida através do desporto, “Taste” passa a ganhar contornos de um mosaico onírico composto por imagens e texturas, coladas por um anseio a meio-gás e um saudosismo que busca algo indefinido.

Depois de ser despedido da equipa de futebol, o protagonista vagueia pelos bairros pobres de Saigão em busca de tecto e biscates que lhe encham a barriga. Nesta divagação, Bassley acaba por seguir quatro mulheres vietnamitas e conseguir um trabalho. As companheiras de labor acompanham-no na construção de um mundo especial, uma utopia com o fim sempre à vista, onde todos sonham com uma vida melhor.
“Taste” será exibido na quinta-feira às 19h30.

Caixotes no abismo

O sentimento de uma vida transitória e efémera é um dos elementos principais de “The Girl and the Spider”, a terceira proposta da Cinemateca Paixão para o arranque do mês, com sessão marcada para a próxima sexta-feira, às 21h. O filme premiado no Festival Internacional de Cinema de Berlim é realizado pelos irmãos Ramon e Silvan Zürcher, uma dupla de cineastas suíços que regressam às longas-metragens depois do filme de estreia “The Strange Little Cat” que cativou a crítica internacional.

A simplicidade do argumento contrasta com as complexas emoções que evoca. O ponto de partida de “The Girl and the Spider” é a saída de uma jovem arquitecta de uma casa que partilha com outras pessoas para viver sozinha. Sem revelar o tumulto dramático que a mudança implica na vida da protagonista e, em particular, numa amiga com quem se presume haver mais do que amizade, as tensões psicológicas crescem tacitamente, sem serem directamente endereçadas. O facto de uma parte significativa do filme ser rodado num pequeno apartamento confere uma atmosfera de claustrofobia e intimidade que preenche os vazios narrativos deixados em aberto pelo guião.

“The Girl and the Spider” deixa muitas perguntas por responder e não revela a verdadeira dimensão das relações entre personagens. Característica que poderia matar o filme, mas que graças à mestria da dupla de cineastas conduz a narrativa por um caminho de mistério, curiosidade e ambiguidade interpretativa.

28 Fev 2022

Habitação económica | Moradores em Seac Pai Van queixam-se de humidade

Um grupo de moradores da habitação económica Koi Nga, em Seac Pai Van, está preocupado com a humidade e infiltrações que assolam o edifício.

Um dos proprietários, de apelido Lei, afirmou ao Ou Mun que se queixou no ano passado da queda de mosaicos das paredes, algo que poderia resultar em infiltrações e prejudicar as condições de habitabilidade no edifício.

O novo rol de queixas de moradores do bloco onde Lei vive inclui o aparecimento de fungos e fissuras nas paredes, além de infiltrações.

O morador indicou que após a vistoria de pessoal da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes verificou-se que uma parede exterior do prédio teria perdido a impermeabilidade.

O morador queixou-se da falta de qualidade da habitação económica e frisou que a solução mais justa passaria pela assunção de responsabilidades do Instituto de Habitação, em vez dos proprietários, que ficaria responsável pela manutenção do edifício durante 16 anos, ou seja, o mesmo período em que os proprietários estão impedidos de vender as fracções.

28 Fev 2022

Ucrânia | Macau não recebeu pedidos de ajuda de residentes

O Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau disse à Lusa não ter recebido qualquer pedido de informação ou apoio por parte de residentes da cidade na Ucrânia, mas garantiu estar a acompanhar a situação.

No sábado, a China recomendou a máxima discrição aos seus cidadãos na Ucrânia, dois dias depois de ter aconselhado que a bandeira chinesa fosse claramente mostrada para protecção durante a invasão russa.

“A escalada da guerra entre a Ucrânia e a Rússia […] coloca em risco a segurança dos cidadãos chineses”, sublinhou a embaixada chinesa na Ucrânia, em comunicado, notando um aumento do “comportamento extremista na sociedade ucraniana”. A embaixada em Kiev pediu aos chineses que “evitem disputas sobre questões específicas” e “se dêem bem com o povo ucraniano”, devendo “abster-se […] de exibir sinais identificativos”, sublinhou o documento.

Na quinta-feira, a embaixada tinha recomendado aos cidadãos chineses que quisessem abandonar a Ucrânia por estrada que pendurassem “claramente uma bandeira chinesa” no veículo. Na sexta-feira, a embaixada anunciou que estava a organizar voos para retirar da Ucrânia cerca de seis mil pessoas com passaporte da China, ou das regiões administrativas especiais chinesas de Hong Kong e Macau, ou um “cartão de compatriota de Taiwan”.

27 Fev 2022

Coreia do Norte culpa EUA pela invasão russa na Ucrânia

A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos de serem “a causa raiz da crise ucraniana”, numa primeira reação oficial à invasão russa da Ucrânia.

Washington prosseguiu uma política de “supremacia militar, desafiando a legítima exigência da Rússia pela sua segurança”, pode ler-se numa mensagem publicada sábado no ‘site’ do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, assinada por um investigador da Sociedade para o Estudo da Política Internacional.

“A causa raiz da crise ucraniana reside também no autoritarismo e arbitrariedade dos Estados Unidos”, acrescentou.

Na mesma nota critica-se os EUA por terem “dois pesos e duas medidas” em relação ao resto do mundo. Acusou os EUA de interferir nos assuntos internos de outros países em nome da “paz e estabilidade”, enquanto “denunciava injustificadamente as medidas de autodefesa tomadas por [esses] países para garantir a sua própria segurança nacional”. “Os dias em que os Estados Unidos reinavam terminaram”, concluiu.

Ainda assim, a mensagem publicada no ‘site’ do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte é entendida como uma resposta oficial “discreta” de Pyongyang porque foi publicada em nome individual, disse Park Won-gon, professor de estudos norte-coreanos na Universidade Ewha em Seul, na Coreia do Sul.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

27 Fev 2022

Ensino superior | IPM passa a universidade a partir de 1 de Março

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai passar a chamar-se Universidade Politécnica de Macau a partir do dia 1 de Março. Esta é uma das alterações constantes na revisão do regulamento administrativo relativo aos estatutos do IPM, e que foi apresentado na sexta-feira em sede de Conselho Executivo. Com esta alteração, as escolas superiores do IPM passam a designar-se de faculdades, sendo que a “Escola Superior de Artes” passa a intitular-se “Faculdade de Artes e Design”.

A Universidade Politécnica de Macau passa ainda a estar sob competência da secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura. Esta instituição de ensino irá ainda “aproveitar as vantagens próprias estabelecidas nos actuais cursos práticos em informática para acrescentar, gradualmente, cursos nas áreas de Ciências e de Engenharia, nomeadamente de Matemática Aplicada, Inteligência Artificial e Tecnologia de Aplicação de Médias Digitais”.

Será também reforçado o ensino e investigação de línguas, no sentido de apoiar Macau para desempenhar bem o papel de Plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa, aponta um comunicado.

27 Fev 2022

Ucrânia | China reitera oposição a sanções contra a Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reiterou no sábado a oposição da China às sanções impostas à Rússia de forma conjunta por vários países ocidentais, como retaliação à invasão da Ucrânia.

Segundo um comunicado publicado pelo ministério, Wang disse que “a China opõe-se a sanções unilaterais que não têm como base o direito internacional”, pois “não resolverão problemas, mas sim criarão novos”.

Numa conversa por telefone com a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, Wang assegurou que a China “está a prestar muita atenção” à situação na Ucrânia.

O ministro chinês defendeu que “as legítimas preocupações de segurança de todos os países devem ser levadas a sério”, incluindo, “após cinco rondas de expansão da NATO para o leste, as legítimas exigências de segurança da Rússia”.

Numa conversa que, segundo o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, ocorreu por iniciativa alemã, Wang lembrou que “a Guerra Fria acabou há muito tempo” e que, por isso, a NATO “deve reconsiderar a sua própria posição e responsabilidades”

O país asiático “apoia todos os esforços para resolver politicamente” o conflito, disse o diplomata, que apelou ao diálogo entre a União Europeia, a NATO e a Rússia para “alcançar a paz e a estabilidade na Europa”.

A Comissão Europeia, os Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Canadá e Itália acordaram no sábado excluir alguns bancos russos da plataforma interbancária internacional Swift.

Os aliados anunciaram ainda o compromisso de tomarem medidas para travar os vistos ‘gold’ e a formação esta semana de uma ‘task-force’ transatlântica para garantir que essas e outras sanções à Rússia sejam implementadas de forma eficaz através de partilha de informações e congelamento de ativos russos.

Bruxelas vai ainda propor aos Estados-membros da União Europeia o bloqueio dos ativos do Banco Central da Rússia, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

27 Fev 2022

Ucrânia | Bilionário japonês doa quase oito milhões de euros a Kiev

O bilionário japonês Hiroshi Mikitani anunciou hoje que vai doar mil milhões de ienes (7,7 milhões de euros) ao Governo de Kiev, chamando a invasão russa de “atropelamento da Ucrânia” e “desafio à democracia”.

O fundador da Rakuten, a gigante japonesa de comércio eletrónico e outros serviços ‘online’, pediu, numa carta ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, para que a doação seja usada para “atividades humanitárias para ajudar pessoas na Ucrânia que são vítimas de violência”.

Mikitani disse que visitou Kiev em 2019 e se encontrou com Zelensky.

“Os meus pensamentos estão consigo e com o povo da Ucrânia”, disse o bilionário japonês na carta enviada ao Presidente ucraniano.

“Acredito que atropelar uma Ucrânia pacífica e democrática pela força indevida é um desafio à democracia”, defendeu Mikitani.

“Espero sinceramente que a Rússia e a Ucrânia possam resolver esta questão pacificamente e que o povo ucraniano possa encontrar a paz o mais rápido possível”, concluiu.

O Japão anunciou na sexta-feira novas sanções contra a Rússia face à invasão da Ucrânia, que abrangem o controlo das exportações de semicondutores e outros produtos usados para fins militares, bem como o congelamento de fundos de entidades financeiras russas.

O Japão foi um dos 50 países que subscreveram no sábado, nas Nações Unidas, uma declaração sublinhando que o Presidente russo, Vladimir “Putin, é o agressor” da Ucrânia, e prometendo levar a condenação da Rússia à Assembleia Geral da ONU, depois do veto russo a uma resolução do Conselho de Segurança.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

27 Fev 2022

Hong Kong | Dois novos casos assintomáticos

Um residente de Macau de 30 anos outro de Hong Kong com 63 anos, provenientes do território vizinho, testaram positivo para a covid-19 na quarta-feira. Os dois casos, ambos importados, foram classificados como “casos de infecção assintomática”.

Os dois homens chegaram a Macau no autocarro de ligação dos postos fronteiriços da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (Autocarro Dourado), depois de apresentarem um resultado negativo de teste de ácido nucleico realizado nas 24 horas anteriores.

No entanto, ao entrar no território na quarta-feira, o residente de Macau acusou positivo no primeiro teste efectuado, tendo sido encaminhado para o Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane. Já o residente de Hong Kong, acusou negativo ao entrar em Macau na terça-feira, mas testou positivo para a doença apenas no dia seguinte, quando já se encontrava em quarentena no Regency Art Hotel.

Os dois pacientes estão vacinados contra a covid-19 e não apresentam qualquer sintoma. Até ao momento, foram registados em Macau 80 casos confirmados de covid-19 e 31 casos de infecção assintomática.

25 Fev 2022

Ucrânia | MNE chinês diz “entender preocupações” da Rússia com a sua segurança

A China “entende as preocupações de segurança da Rússia”, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ao homólogo russo, Sergei Lavrov, horas após o início da invasão russa da Ucrânia.

“A China sempre respeitou a soberania e a integridade territorial de todos os países”, disse Wang, de acordo com uma transcrição divulgada pelo ministério chinês.

“Mas também vimos que a questão ucraniana tem uma história especial e complexa. Entendemos as preocupações de segurança razoáveis da Rússia”, apontou.

A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

Moscovo exigiu, nas últimas semanas, garantias ao Ocidente para a segurança da Rússia, em particular a promessa de que a Ucrânia não se juntaria à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Os laços China – Rússia foram reforçados, sob o comando do líder chinês, Xi Jinping, que recebeu Putin, em Pequim, no início deste mês.

Pequim afirmou por várias vezes compreender as preocupações russas com a segurança. Xi e Putin emitiram uma declaração conjunta contra o alargamento da NATO na Europa de leste.

Mas Pequim também se inibiu de apoiar a invasão da Ucrânia.

“A China está a acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos”, disse hoje Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, recusando-se a descrever o ataque como uma “invasão”.

“Pedimos a todas as partes que exerçam moderação para evitar que a situação fuja do controlo”, disse.

Na quarta-feira, Hua acusou o Ocidente de criar “medo e pânico” com a crise e disse que os Estados Unidos estão a alimentar as tensões ao fornecer armas a Kiev.

Hua não comentou a acusação infundada de “genocídio” das populações de língua russa, feita por Moscovo, para justificar a sua intervenção na Ucrânia.

A embaixada chinesa na Ucrânia pediu hoje que os seus cidadãos aumentem a sua vigilância perante os “graves distúrbios” no país.

O Presidente russo disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, da NATO, União Europeia e Conselho de Segurança da ONU.

25 Fev 2022

Covid-19 | Hong Kong autoriza equipas da China a prestar apoio médico de emergência

Hong Kong autorizou hoje médicos e enfermeiros da China a prestar “apoio de emergência necessário” para reforçar um sistema de saúde local sobrecarregado pelo “enorme aumento de novos casos de covid-19″ diário.

As autoridades de Hong Kong disse ter adotado “um quadro jurídico” para que o Governo chinês “preste o apoio de emergência necessário (…) de forma mais eficiente e rápida”, de acordo com um comunicado.

O documento prevê que todas as pessoas envolvidas no combate à pandemia, incluindo na construção de hospitais e instalações de isolamento de doentes, estejam isentas dos requerimentos habituais para trabalhar em Hong Kong.

Atualmente, os médicos da China não podem praticar em Hong Kong sem realizar exames locais e obter um reconhecimento. Macau já tinha enviado, esta semana, uma equipa de especialistas para Hong Kong.

Com cerca de sete milhões de habitantes, a cidade enfrenta uma quinta vaga de infeções pelo coronavírus, a pior desde o início da pandemia, com milhares de casos todos os dias. Os hospitais estão sobrecarregados e as autoridades decidiram que todos os pacientes, mesmo assintomáticos, devem estar isolados, em locais designados para o efeito.

Equipas chinesas estão a construir dois novos centros de isolamento temporário que poderão acomodar 9.500 pessoas infetadas, e o governo também requisitou 20 mil quartos de hotel.

Na terça-feira, a chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou a realização, em março, de três testes à covid-19 para toda a população da região, que conta 835 mortos e 32.538 casos da doença desde o início da pandemia.

“O rápido agravamento da epidemia excedeu em muito a capacidade do governo de Hong Kong para enfrentar esta situação. O apoio do Governo central é, portanto, essencial para combater o vírus”, disse Lam.

A governante confirmou também que Hong Kong se vai manter fiel a uma política de isolamento de pessoas com resultados positivos em testes à covid-19.

24 Fev 2022

Hong Kong lança “passe de vacinação” para acesso a espaços públicos

O Governo de Hong Kong introduziu hoje um “passe de vacinação”, que define o acesso a espaços públicos, a mais recente medida das autoridades para encorajar os residentes a serem imunizados contra a covid-19.

A introdução do “passe de vacinação” surge no momento em que a cidade luta contra a quinta vaga de infeções, que está a pressionar até ao limite o sistema de saúde da região administrativa especial chinesa, com impacto na capacidade de resposta nos hospitais e centros de isolamento.

A aplicação LeaveHomeSafe, utilizada para rastreio de contactos e obrigatória para entrada em restaurantes e locais públicos, começou a ‘marcar’ os utilizadores que não carregaram os registos de vacinação, algo a que alguns residentes tinham resistido até agora, devido a preocupações de privacidade.

Todas as pessoas com mais de 12 anos de idade devem ter sido vacinadas pelo menos uma vez contra a covid-19 para poderem entrar em vários espaços, tais como restaurantes, supermercados, centros comerciais e locais de entretenimento, onde as autoridades vão efetuar controlos aleatórios.

Os requisitos estendem-se também a outros locais, tais como escolas, universidades, hospitais e serviços públicos, bem como lares para idosos.

O não cumprimento dos regulamentos é uma infração e qualquer pessoa que entre ou permaneça em tais instalações sem ser vacinada está sujeita a uma multa até 10.000 dólares de Hong Kong.

Estão isentas as pessoas inelegíveis para vacinação por motivos de saúde, os titulares de um certificado médico de isenção específico e aqueles que entram nas instalações listadas com o único objetivo de encomendar alimentos ou bebidas para levar, entregar ou recolher um item, entre outros.

A quinta vaga causada pela variante Ómicron está a ter um impacto sério no sistema de saúde do território, que registou mais infeções nos últimos dois dias do que nos dois anos anteriores.

A China continental enviou pessoal médico e material, enquanto o Presidente do país, Xi Jinping, exortou o governo de Hong Kong a controlar a situação.

No último mês, os casos acumulados em Hong Kong subiram de 13.000 para 70.000, algo sem precedentes na antiga colónia britânica, que durante meses conseguiu manter as infeções diárias abaixo dos 100 e agora chegou a ultrapassar os 6.000. Na quarta-feira contabilizou 8.674 e espera-se um número de infetados a rondar os 10.000 nos próximos dias.

Até este surto, Hong Kong tinha conseguido manter a pandemia sob controlo, embora a um preço elevado: com algumas das restrições de viagem mais rigorosas do mundo, o isolamento do centro empresarial asiático provocou o êxodo de numerosas empresas estrangeiras, pondo em risco o seu estatuto de centro financeiro internacional.

Ainda assim, o Governo local anunciou esta semana medidas ainda mais duras, que incluem a antecipação das férias de verão nas escolas para março e abril, o encerramento obrigatório de certas instalações públicas tais como ginásios, locais de entretenimento e bares, prolongado até 20 de abril, assim como a proibição de comer nos estabelecimentos de restauração depois das 18:00.

24 Fev 2022

Ucrânia | China apela ao diálogo e critica Estados Unidos por agravarem a situação

A China voltou hoje a apelar ao diálogo para resolver a crise na Ucrânia, mas recusou criticar o ataque da Rússia, acusando os Estados Unidos e os seus aliados de agravarem a situação.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Hua Chunying disse, em conferência de imprensa, que a “questão da Ucrânia é complexa, no seu contexto histórico (…) e que o que se está a ver hoje deve-se à interação de fatores complexos”.

“A China está a acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos”, disse Hua Chunying. “Ainda esperamos que as partes envolvidas não fechem a porta para a paz e se envolvam no diálogo e consulta, e impeçam que a situação se agrave ainda mais”, afirmou.

Embora a China não tenha apoiado o reconhecimento de Vladimir Putin da independência das áreas separatistas do leste da Ucrânia ou a decisão do presidente russo de enviar forças militares para o país, Hua Chunying disse que a China “pediu às partes envolvidas que respeitem as preocupações legítimas de segurança dos outros”.

“Todas as partes devem trabalhar pela paz em vez de aumentarem a tensão ou exaltarem a possibilidade de guerra”, apontou. A China e a Rússia alinharam amplamente as suas políticas externas em oposição aos EUA e aliados. O porta-voz não descreveu as ações da Rússia como uma invasão, nem se referiu diretamente às movimentações das forças russas na Ucrânia.

A Embaixada da China em Kiev emitiu um aviso aos seus cidadãos para ficarem em casa e colocarem uma bandeira chinesa dentro do seu veículo se precisarem de viajar longas distâncias.

Na quarta-feira, Hua Chunying acusou o Ocidente de criar “medo e pânico” com a crise e disse que os EUA estão a alimentar as tensões ao fornecer armas a Kiev. Também referiu que a China se opõe a novas sanções contra a Rússia.

Os laços China – Rússia foram reforçados, sob o comando do líder chinês, Xi Jinping, que recebeu Putin, em Pequim, no início deste mês.

Pequim afirmou por várias vezes compreender as preocupações russas com a segurança. Xi e Putin emitiram uma declaração conjunta contra o alargamento da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Europa de leste.

Li Xin, diretor do Instituto de Estudos Europeus e Asiáticos da Universidade de Ciência Política e Direito de Xangai, disse que o Ocidente forçou a Rússia a agir, citando a expansão da NATO para o leste e a implantação do sistema de defesa anti-mísseis.

“Por um lado, respeitamos a integridade do território e a soberania da Ucrânia, mas, por outro lado, devemos considerar o processo histórico da situação, em que a Rússia foi encurralada e forçada a contra-atacar”, disse Li.

24 Fev 2022

Ucrânia | China defende que ainda é possível solução pacífica para conflito

A China disse hoje que uma solução pacífica para a crise ucraniana é “ainda possível”, depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter avançado com uma operação militar na Ucrânia.

“A China acredita que a porta para uma solução pacífica da crise ucraniana ainda não foi completamente fechada, e não deve ser fechada. Saudamos todos os esforços que possam ajudar a resolver isto através dos canais diplomáticos”, disse o embaixador chinês nas Nações Unidas, Zhang Jun, durante uma reunião do Conselho de Segurança, segundo um comunicado da missão diplomática na ONU.

Segundo Zhang, “a situação está num momento crucial”, mas todas as partes envolvidas devem “exercer contenção” e “evitar uma nova escalada de tensões”.

“Mencionámos muitas vezes que esta é uma questão com um contexto histórico complexo e que a situação atual é o resultado de muitos fatores”, continuou.

O embaixador disse que a posição da China sobre “a salvaguarda da soberania e integridade territorial dos Estados” sempre foi “consistente”.

“Os princípios da Carta das Nações Unidas devem ser defendidos conjuntamente. Esperemos que as partes sejam racionais e se empenhem no diálogo e na consulta para resolver a crise”, acrescentou.

Zhang disse que “as legítimas preocupações de segurança de todos devem ser tidas em conta, mas é especialmente importante não acrescentar combustível ao fogo. A China continuará a promover negociações de paz à sua própria maneira, e apoia quaisquer esforços que conduzam a uma solução diplomática”.

A China manteve na quarta-feira a posição de que as sanções não são eficazes na resolução do conflito e de que se opõe às punições unilaterais, aproveitando ao mesmo tempo a oportunidade para atacar os Estados Unidos.

“Há que perguntar que papel Washington desempenhou na crise ucraniana”, disse a porta-voz chinesa Hua Chunying, acrescentando que “é irresponsável acusar os outros de provocar incêndios enquanto se acrescenta combustível ao incêndio”.

Até agora, a China tem mantido a sua posição de que a crise deve ser resolvida através da negociação e “de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas”.

A imprensa oficial chinesa comentou esta semana que Pequim está a tratar a crise ucraniana “com prudência” e sublinhou que a China apela à implementação dos Acordos de Minsk de 2015.

Por outro lado, salientou também que “a situação mostra que a Rússia estava muito insatisfeita por as suas preocupações de segurança não terem sido satisfeitas” e que “Putin viu a fraqueza do Ocidente”.

24 Fev 2022

Reserva financeira | Cifra de 643,17 mil milhões de patacas no final de 2021

A reserva financeira da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) cifrou-se, até final do ano passado, em 643,17 mil milhões de patacas, anunciaram ontem as autoridades.

O valor da reserva básica era de 139,08 mil milhões de patacas e a reserva extraordinária 504,09 mil milhões de patacas, indicou, em comunicado, a Autoridade Monetária de Macau.

“Em 2021, a reserva financeira [da RAEM] norteou-se pelo princípio da prudência em matéria da gestão dos investimentos, tendo registado rendimentos dos investimentos na ordem de 14,74 mil milhões de patacas, o que correspondeu a uma rentabilidade anual de 2,3 por cento”, acrescentou.

Nos últimos cinco anos, a rentabilidade anual média da reserva financeira foi de 3,5 por cento, enquanto a média da taxa de inflação anual foi de 1,6 por cento, em comparação com o período homólogo, de acordo com a mesma nota.

No ano passado, devido aos impactos negativos na economia mundial da pandemia da covid-19, a reserva financeira da RAEM “tomou uma atitude prudente, com o objectivo de equilibrar os riscos e os investimentos”, referiu.

Para 2022, a Autoridade Monetária de Macau previu que se mantenham “incertezas nos mercados financeiros globais”, situação que levará a reserva financeira a manter “medidas prudentes” no reforço dos rendimentos a médio e longo prazo.

24 Fev 2022

IAM ordenou suspensão da importação de carne congelada do Brasil

O Instituto de Assuntos Municipais (IAM) suspendeu a importação de carne congelada brasileira de uma empresa, depois de um lote ter obtido resultados positivos em testes ao coronavírus SARS-CoV-2 em Hong Kong.

O IAM sublinhou que testou amostras do interior e do exterior das embalagens de carne de vaca do Brasil e de carne de porco da Polónia, tendo todas dado negativo ao novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, de acordo com um comunicado divulgado na ontem.

O IAM garantiu que tem testado regularmente, desde Julho de 2020, amostras de embalagens de carne e outros produtos congelados, sem qualquer resultado positivo em testes nos últimos três meses.

Na segunda-feira, o Centro para a Segurança Alimentar da região vizinha de Hong Kong anunciou que três amostras de carne de vaca do Brasil e uma amostra de carne de porco da Polónia tiveram testes positivos à presença de SARS-CoV-2. O centro ordenou a eliminação de todo o lote e a desinfecção dos armazéns onde se encontrava a carne.

Tráfico de congelados

Em 14 de Fevereiro, os Serviços de Alfândega (SA) de Macau anunciaram a detenção de dois homens, acusados de contrabando de dez toneladas de carne congelada.

As patrulhas dos SA foram reforçadas para combater a entrada ilegal de pessoas e bens, “prevenindo a entrada do coronavírus em Macau através de actividades ilegais”, indicaram os SA.

A imprensa estatal chinesa tem noticiado regularmente multas aplicadas a comerciantes que importaram, de forma ilegal, carne congelada.

A 4 de Janeiro, a polícia chinesa aplicou uma pena de detenção de dez dias a dois comerciantes, numa cidade do sudoeste do país, acusados de não terem submetido um lote de pernas de frango enviadas do Brasil aos controlos sanitários.

O Governo chinês afirmou que os recentes surtos da variante Ómicron da covid-19 no país devem-se, em parte, a produtos provenientes do estrangeiro.

24 Fev 2022

Hong Kong | Dois novos casos assintomáticos

Uma residente de Hong Kong de 30 anos e outra de Macau com 50 anos, provenientes do território vizinho, testaram positivo para a covid-19 na terça-feira. Os dois casos, ambos importados, foram classificados “casos de infecção assintomática”.

As duas mulheres chegaram a Macau na segunda-feira, através do autocarro de ligação dos postos fronteiriços da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (Autocarro Dourado), e ambas testaram negativo no primeiro teste. No entanto, já instaladas no Regency Art Hotel para cumprir quarentena, o resultado dos testes realizados no dia seguinte foi positivo, tendo as pacientes sido encaminhada para o Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane para isolamento e tratamento.

Inoculadas respectivamente com uma e duas doses da vacina da BioNTech, as duas mulheres não apresentam sintomas, não entrando para a contabilização de casos confirmados. Até ao momento, foram registados em Macau 80 casos confirmados de covid-19 e 29 casos de infecção assintomática.

24 Fev 2022

A origem da cozinha Macaense em Macau (Última parte)

Por Ritchie Lek Chi, Chan
*Artigo publicado no Macau Daily News em 1de Agosto de 2021

 

O Padre Manuel Teixeira, conhecido historiador de Portugal e Macau, escreveu a “Lenda da Origem dos Macaenses em Macau” no 20.º número da edição chinesa da Revista de Cultura. Este artigo prova que os macaenses não tinham ascendência chinesa originalmente. “Na nossa opinião, as primeiras pessoas que seguiram os portugueses para a China foram indianas e malaias, podendo haver também uma ou duas portuguesas (europeias).”

Com a mudança dos tempos, portugueses residentes em Macau começaram a casar com chinesas. Em meados do século XVII, a migração de residentes de Lingnan (a área que cobre a província de Guangdong e Guangxi) e das zonas costeiras da província de Fujian para Macau continuou a aumentar. Esta situação propicia condições favoráveis ​​para que portugueses ou outras etnias da colónia portuguesa se casem com chinesas, momento em que surge uma nova geração de mestiços.

E apresenta outra razão. “Embora houvesse poucos casamentos entre Portugal e a China antes da abertura do porto, um grande número de escravas chinesas entrou nas suas famílias quando os empresários portugueses comercializaram e se estabeleceram ao longo da costa da China. Há muitos portugueses do sexo masculino a viver com estas escravas ou como concubinas, tendência desenvolvida por estes empresários e soldados portugueses em Goa, Malaca, Índia e outros locais. ”

Em 1565, Ye Quan, um escritor da província de Anhui, veio para Macau. Testemunhou e escreveu sobre a relação entre as mulheres chinesas e os portugueses. “Eu estava na casa de um ocidental e vi uma criança de seis ou sete anos a chorar. Perguntei ao tradutor se essa criança era filha de um ocidental. O tradutor disse: “Não. Este ano as pessoas sequestraram pessoas de Dongguan para vender, deve estar a pensar nos seus pais e a chorar.” A maioria dos ocidentais criaram cinco ou seis pessoas, e há mais de dez mulheres, e todas se enquadravam nessa categoria.

As roupas masculinas são como estão. As roupas femininas eram embrulhadas num pano branco e embrulhadas numa camisa de estilo ocidental com um pano horizontal por baixo. Elas não usavam roupa interior e andavam descalças. Fazia muito frio em Dezembro, e suas roupas eram apenas aquelas. As mulheres eram concubinas bárbaras, e havia milhares delas. Sabendo que se trata de filhos de boas famílias na China, este incidente é odioso. “Isto mostra que nos primeiros dias da abertura de Macau como porto, havia um grande número de mulheres chinesas a servirem como criadas ou concubinas dos portugueses. Esta afirmação foi também confirmada por estudiosos.

O casamento misto entre portugueses e chineses começou no início da abertura de Macau. Diz o Padre Rev. Benjamin Videira Pires: “O casamento misto de portugueses e mulheres locais (chinesas) começou quando os portugueses chegaram a Macau. ” (Nota 1)

A Professora Doutora Ana Maria Amaro do Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Políticas Sociais no seu artigo “Filho da Terra – Um Estudo dos Macaenses em Macau” descreve claramente a situação destas mulheres chinesas. “Segundo dados históricos, os primeiros portugueses coabitaram com mulheres malaias e indianas. Aparentemente, as chinesas eram sobretudo mulheres vendidas pelos pais ou que seguiam os piratas com quem os portugueses serviam, algumas mulheres tornaram-se esposas.

Portanto, parecia natural que as mulheres chinesas fossem concubinas naquela época, mas pensávamos que até recentemente as avós distantes do grande povo de Macau eram eurasiáticas e não chinesas. “(Nota 2)

Com base nos argumentos apresentados por vários estudiosos acima mencionados, pode-se constatar que as mulheres chinesas pertenciam como membros dessas famílias portuguesas, e que os macaenses começavam a entrar na segunda fase. Idioma e hábitos de vida, incluindo a cultura alimentar, começaram a infiltrar-se na cultura e nos costumes chineses. Um dos exemplos óbvios é o “Tacho”. Só nesta altura se pode dizer que “os chineses deram um contributo para os pratos dos macaenses”.

Até hoje, o autor acredita que alguns pratos Macaenses são difíceis de rastrear até à verdadeira origem. Pastéis de Bacalhau é um exemplo. A maioria das pessoas pensa que vem de Portugal, mas este tipo de alimento é extremamente comum na Indonésia e o método de fabricação é  semelhante. Portanto, é difícil concluir se esta comida indonésia é afectada por Portugal. A maioria dos websites da Indonésia tem outra maneira de dizer que as “bolinhas de batata” da Indonésia, têm origem na Holanda, porque os holandeses gostam de fazer este tipo de comida.

Este tipo de “bolinho de batata” é originário de Portugal, da Holanda ou da Indonésia? É difícil chegar a uma conclusão, é preciso mais investigação. Mas os Pasteis de Bacalhau de Macau são, sem dúvida, de origem portuguesa. O ingrediente básico desta comida é puré de batata, que os macaenses misturam com o bacalhau salgado marinado e outros ingredientes, como a cebola, e depois fritam numa panela até dourar. Os indonésios misturam o puré de batata com frango picado ou carne picada ou carneiro, misturados com chalotas e alguns temperos, misturados com farelo na superfície e fritos na frigideira até dourar. O nome do alimento é Kroket ou Perkedel.

Governo de Macau promove vigorosamente a cozinha macaense

A “cozinha macaense” baseia-se nos métodos de cozinha portuguesa, misturando métodos de cozinhar e materiais culinários de outras proveniências, e após centenas de anos de herança e adaptação, desenvolveu-se uma cultura culinária única.

Com o intuito de apresentar ao público esta cultura alimentar única, destacando que Macau é uma sociedade harmoniosa e um local onde se integram diferentes culturas, há muitos anos que o Governo da Região Administrativa Especial de Macau se esforça para promover e preservar o trabalho de propaganda deste tipo de cozinha. Os Serviços de Turismo publicaram livros relacionados com a gastronomia macaense nas suas páginas Web, tendo o Instituto Cultural também publicado vários tipos de livros nesta área (Nota 3).

De facto, na década de 1980, os círculos macaenses ou residentes ou grupos locais em Macau publicaram sucessivamente livros e periódicos sobre a cozinha macaense. Em 2016, o Macau Daily News publicou um artigo intitulado “Cozinha Macaense de Macau que vale a pena ver”, O editor dissertou sobre a origem histórica deste tipo de cozinha, incluindo no artigo os livros de cozinha macaense publicados em Macau e os nomes dos seus autores.

De 1983 a 2014, foram publicados cerca de 13 livros e periódicos sobre a culinária Macaense, entre eles uma versão luso-chinesa e uma versão chinesa e portuguesa (Nota 4). Por outro lado, em termos de demonstrações físicas, a sala expositiva do segundo andar do Museu de Macau dispõe de uma área relacionada com a gastronomia e os dotes culinários macaenses, para divulgar a gastronomia e as características alimentares dos macaenses.

No entanto, de acordo com os macaenses, muitos dos pratos macaenses já se perderam. A razão é que as aptidões culinárias dos macaenses só foram transmitidas de geração em geração. A maioria das famílias não transmite as suas receitas a estranhos. São apenas transmitidas dentro da família e raramente divulgadas ao público.

Os pratos confeccionados por famílias diferentes são distintos, cada um tem o seu estilo e não existe um padrão e normas unificadas, sendo que algumas receitas se tornaram o símbolo da família. Uma vez que cozinhar pratos macaenses leva muito tempo e exige mais preparação, a nova geração Macaense não tem interesse em cozinhar. Essa também é uma das razões pelas quais os pratos originais se foram perdendo.

Felizmente existe um grupo de macaenses entusiastas, com o intuito de preservar, herdar e promover os dotes culinários deixados pelos seus antepassados. No início de 2007, foi fundada a “Confraria da Gastronomia Macaense”, comprometida em coleccionar receitas e publicar os livros de culinária Macaense, através da organização de competições de culinária macaense e da organização de cursos de formação e outras actividades.

Divulgar junto dos cidadãos de Macau e dos jovens chefs, para que os dotes culinários dos macaenses fiquem bem organizados e preservados. Em 2012, a “Cozinha macaense e competências culinárias” foi finalmente incluída na Lista do Património Cultural Imaterial de Macau.

As qualidades da culinária macaense passavam originalmente pelo método de cozinhar das famílias comuns, mas agora esta gastronomia está amplamente divulgada na população e tornou-se numa das cozinhas favoritas dos residentes locais e dos turistas. Quem visita uma cidade pode saborear a gastronomia local, que ajuda a criar uma boa memória de viagem, mas Macau pode transformar-se numa típica cidade turística de lazer pelas suas iguarias.

 

Nota 1: Website do Instituto de História Qing da Universidade Renmin da China, “Casamento de portugueses em Macau durante as dinastias Ming e Qing”, o segundo ponto, o padrão de casamento dos portugueses em Macau, (1) Casamento misto com estrangeiros, parágrafo 9. “Ethnic Studies” Issue 3, 2017 Autores: Tang Kaijian; Yan Xuelian.

Nota 2: Ana Maria Amaro, “Filho da Terra – Um Estudo dos Macaenses em Macau”, Revista de Cultura, Edição Chinesa N.º 20, terceiro trimestre de 1994, página 13, parágrafo 2, publicada pelo Instituto Cultural de Macau.

Nota 3: “A Cozinha de Macau da Casa do Meu Avô”,Graça Pacheco Jorge. A versão em português foi publicada em 1992 e a versão em chinês foi publicada em 2015.

Nota 4: “Pratos Macaenses de Macau Dignos de Uma Escavação Vigorosa”, Macau Daily News, 11 de Julho de 2016, Edição E08: Visão, Autor: Lu Shanyuan.

*Artigo publicado no Macau Daily News em 1de Agosto de 2021

24 Fev 2022

PJ | Mulher acusada de violência doméstica

Uma mulher de 46 anos é suspeita da prática do crime de violência doméstica, por agressões ao filho menor. De acordo com a informação da Polícia Judiciária (PJ), a mulher é reincidente uma vez que se encontra a aguardar julgamento pelo mesmo tipo de crime, relacionado com factos ocorridos em 2018.

A investigação para a nova queixa, começou depois de o Hospital Centro S. Januário ter relatado às autoridades a admissão nos seus serviços de um menino de oito anos com várias contusões na cabeça, mãos e barriga. Segundo o relato da vítima, a progenitora costuma bater-lhe à hora do pequeno-almoço ou quando demora a fazer os trabalhos de casa.

O facto de a criança também não ajudar em tarefas domésticas também foi indicado como uma das razões para as agressões. A suspeita, que é croupier, foi levada pela PJ para a investigação, e recusou cooperar. Face ao segundo incidente, a PJ encaminhou o caso para o Instituto de Acção Social e a criança ficou à guarda de um centro de apoio.

24 Fev 2022

As relações China-Rússia e os acontecimentos em Donetky-Lugansk (Ucrânia)

Por Francisco José Leandro – Professor Associado da Universidade Cidade de Macau

 

Nas relações China-Rússia há cinco factos que, independentemente dos próximos desenvolvimentos no sudeste da Ucrânia, irão ditar a posição chinesa. Em primeiro lugar, a China e a Rússia são membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, facto que a China entende como uma especial responsabilidade no quadro da preservação do sistema da Carta das Nações Unidas; isto significa o respeito pela integridade territorial de todos os Estados e, tal como afirmou recentemente o Ministro dos Negócios Estrangeiros da China Wang Yi, “todas as soluções para a crise na região de Donetky-Lugansk devem ser negociadas no quadro dos Acordos de Minsk” (2015). Posição lógica e coerente na sequência dos acordos de Budapeste em 1994, no quadro da OSCE, aos quais a China deu o seu apoio de forma escrita.

Em segundo lugar, a assimetria das relações económicas (a economia Chinesa é cerca de 11 vezes a da Rússia), os recentes desenvolvimentos no contexto da iniciativa da nova rota da seda na região da Eurásia, designadamente no âmbito da Parceria Económica Euro-asiática (2021), da Parceria Estratégica China-Rússia (1994), da entrada em funcionamento do gasoduto “Power of Siberia” (2022) e das possibilidades que oferece o Projecto Yamal e a Rota da Seda Polar, levará previsivelmente a que China a adopte uma posição de responsabilidade e de comedimento perante a comunidade internacional e perante os seus próprios interesses.

Em terceiro lugar, a China é um importante parceiro comercial da Ucrânia. A Ucrânia importa da China 15% do seu total de importações, exposta para a China 16% do seu total de exportações. Para além disso, é necessário ter em conta que, face às posições políticas já assumidas pela União Europeia e pela maioria dos seus Estados-Membros, a China é o maior parceiro comercial do Espaço Comum Europeu e, também por essa razão, não se espera um inequívoco, incondicional e público alinhamento China-Rússia. Espera-se, isso sim, um intenso debate diplomático sem os holofotes dos meios mediáticos.

Em quarto-lugar, as relações China-Rússia já não são as que se verificavam em 1958 durante a cimeira Mao Zedong-Kruschev. A China é hoje uma superpotência económica, uma potência em crescimento e com sofisticação militar, um reconhecido actor global, ao qual a Rússia se vai procurar associar, para capitalizar no seu esforço de regresso ao concerto dos estados mais poderosos do sistema internacional. Todavia, as assimetrias geoeconómicas estão a favor da China, que estou em crer não deseja mais do que aprofundar parceiras, distanciando-se da ideia de alianças formais.

Finalmente, a China e a Rússia têm um forte ponto comum nas suas agendas das relações internacionais: são ambas potências revisionistas que não aceitam uma ordem internacional baseada unicamente no modelo neoliberal e, como tal, têm visões próprias para a evolução do sistema. Ambas sabem também, que uma eventual reeleição do Presidente Donald Trump (2025) aconselha a uma redobrada prudência, já que alinhadas representam uma possibilidade de reequilíbrio ideológico da ainda ordem hegemónica.

24 Fev 2022

China pune 17 funcionários em caso de mulher que vivia acorrentada numa aldeia

As autoridades chinesas puniram 17 funcionários da província de Jiangsu, leste da China, por um caso de maus-tratos a uma mulher, que foi vendida em 1998 e passou anos acorrentada, num caso que chocou o país asiático.

Os funcionários, alguns dos quais foram demitidos, “não protegeram os direitos das crianças e mulheres” e incorreram em “formalismos e burocracia”, informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua.

O caso, que causou grande indignação nas redes sociais do país, foi conhecido devido a um vídeo publicado a 28 de janeiro na aplicação Douyin – o nome do Tiktok na China – que mostrava uma mulher acorrentada pelo pescoço, numa área rural em Jiangsu.

A mulher, mãe de oito filhos, parecia confusa e não conseguiu responder, no vídeo amador, quando questionada sobre se sentia frio, devido às baixas temperaturas da época e à falta de agasalho.

O vídeo horrorizou a opinião pública e vários internautas apelaram a uma investigação para esclarecer a situação.

As investigações, que começaram a 17 de fevereiro, determinaram, através de uma análise de DNA, que a mulher, cujo nome verdadeiro é Xiao Huamei, nasceu em 1977, em Fugong, na província de Yunnan, no sul da China.

Xiao foi vendida a um homem de Jiangsu, de apelido Xu, em 1998, por 5.000 yuans (cerca de 700 euros), mas desapareceu alguns meses depois, disse o homem aos investigadores.

De acordo com a investigação, outro homem comprou a mulher, em junho de 2000. O filho desse homem, de sobrenome Dong, obteve fraudulentamente uma certidão de casamento com Xiao e teve oito filhos com ela.

A investigação revelou que Dong mantinha Xiao amarrada pelo pescoço, com uma corrente de ferro, desde 2017, e que ela foi privada de assistência médica.

Xiao não sofre de qualquer outra doença física, mas, segundo depoimentos dos vizinhos às autoridades, quando chegou à cidade, em 1998, já apresentava sintomas de doença mental, que se agravaram a partir de 2012.

No final de janeiro, médicos em Nanjing, capital da província de Jiangsu, diagnosticaram que Xiao tinha esquizofrenia, uma condição que a impede de comunicar normalmente, segundo as autoridades.

Dong foi preso por suspeita de abusos. Há ainda dois indivíduos, de apelido Sang e Shi, sob investigação, por sequestro e tráfico humano.

O tráfico de seres humanos é um problema persistente na China, agravado pela antiga política do filho único e pelo desequilíbrio entre o número de homens e mulheres no país. Segundo o Banco Mundial, há 42 milhões de homens a mais do que mulheres na China.

Homens solteiros recorrem às vezes à compra de mulheres de partes remotas da China ou de países vizinhos, como o Vietname. Nos últimos anos, tecnologias como a análise de DNA ou o reconhecimento facial têm contribuído para solucionar casos de venda de crianças e mulheres.

23 Fev 2022

“Bolha” sanitária dos Jogos de Inverno foi “experiência valiosa” para a China, diz epidemiologista

O epidemiologista chinês Zhang Wenhong considerou hoje que a ‘bolha’ sanitária utilizada durante os Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, constituiu uma “experiência valiosa” para a China, que mantém as suas fronteiras encerradas.

A ‘bolha’ isolou os participantes do evento, que terminou este fim de semana, da população local. Atletas e outros participantes não puderam visitar os locais turísticos ou restaurantes de Pequim durante o seu tempo livre. Os hotéis e os locais de competição foram cercados com muros temporários e guardas. Fora da ‘bolha’, a vida decorreu com normalidade para a maioria das pessoas.

Através da sua conta na rede social Weibo – o equivalente chinês ao Twitter -, Zhang destacou que a experiência constituiu uma resposta “perfeita” ao desejo da China de interagir com o exterior, enquanto a pandemia perdurar. Não há relato de casos de contágio entre a ‘bolha’ e a população de Pequim.

As fronteiras da China permanecem fechadas para visitantes estrangeiros não residentes. Quem chega ao país tem que cumprir quarentena, de pelo menos 14 dias, num hotel designado pelo governo.

A lição dos Jogos Olímpicos de Inverno está no “cancelamento da quarentena para viagens internacionais, em determinadas circunstâncias”, superando assim o “desequilíbrio” entre as diferentes estratégias de prevenção de cada país, apontou Zhang.

O especialista espera que a experiência dos Jogos possa ser estendida a “intercâmbios políticos, económicos e académicos”, para “promover a interação” entre a China e o exterior.

O epidemiologista é um dos mais conhecidos especialistas em saúde do país asiático e tem mais de quatro milhões de seguidores no Weibo.

Enquanto alguns países como a Austrália ou Singapura relaxaram as suas estratégias de tolerância zero contra a covid-19, a China continua inflexível, restringindo a movimentação e realizando campanhas massivas de testes e confinamentos sempre que um surto é detetado.

Segundo as contas das autoridades chinesas, desde o início da pandemia, 108.194 pessoas foram infetadas no país, entre as quais morreram 4.636.

23 Fev 2022

Hong Kong vai distribuir até 10 mil dólares de HK a residentes para estimular consumo

Hong Kong anunciou hoje que vai distribuir vales eletrónicos até 10 mil dólares de Hong Kong à população para estimular o consumo, quando atravessa a pior vaga da covid-19 desde o início da pandemia.

O programa, no valor de 66,4 mil milhões de dólares de Hong Kong, faz parte do orçamento da região para 2022, apresentado pelo secretário das Finanças do governo local, Paul Chan.

O orçamento inclui ainda um “fundo antipandemia” de 64 mil milhões de dólares de Hong Kong e uma verba de 20 mil milhões de dólares para apoiar pessoas e empresas mais afetadas pelos surtos.

Com cerca de sete milhões de habitantes, a região enfrenta uma quinta vaga de infeções pelo novo coronavírus, a pior desde o início da pandemia, com milhares de casos todos os dias.

Chan garantiu que Hong Kong vai “controlar gradualmente” a propagação da covid-19, algo que permitirá também o reinício das viagens sem quarentena de e para a China e região vizinha de Macau, suspensas desde março de 2020.

O secretário das Finanças expressou confiança na recuperação do consumo e do investimento e previu que as medidas de estímulo fiscal agora anunciadas vão permitir à economia acelerar na segunda metade do ano.

Num discurso sobre os orçamentos da cidade para 2022 e 2023, Chan previu que a economia deverá crescer entre 2% e 3,5%, uma desaceleração significativa, justificada com uma base comparativa mais forte.

O produto interno bruto (PIB) da região chinesa cresceu 6,4% em 2021, após ter contraído 6,1% em 2020, devido ao impacto da pandemia.

Macau anunciou, em abril de 2021, uma segunda ronda de apoios ao consumo no valor total de 5,88 mil milhões de patacas, dando aos residentes subsídio de cinco mil patacas e a um montante de três mil patacas em descontos imediatos, através de pagamento móvel ou de um cartão eletrónico.

23 Fev 2022

Covid-19 | Hong Kong impõe três testes obrigatórios a todos os residentes

Toda a população de Hong Kong deve submeter-se a três testes de despistagem à covid-19 em março, anunciou ontem a líder do executivo da região administrativa especial chinesa, que atravessa a pior vaga desde o início da pandemia.

“Aqueles que não se submeterem ao teste serão responsabilizados”, disse Carrie Lam, ao mesmo tempo que comunicava que os funcionários da China continental estavam agora a coordenar a política de luta contra a doença covid-19 no território.

A cidade de Hong Kong, uma das mais densamente povoadas do mundo, enfrenta uma quinta vaga de infeções pelo novo coronavírus, a pior desde o início da pandemia, com milhares de casos todos os dias.

“O rápido agravamento da epidemia excedeu em muito a capacidade do governo de Hong Kong para enfrentar esta situação. O apoio do governo central é, portanto, essencial para combater o vírus”, afirmou Carrie Lam aos jornalistas, acrescentando que o chefe do gabinete de ligação de Pequim, Xi Baolong, será o responsável pela política de saúde do território.

Segundo as novas regras, os 7,4 milhões de residentes terão de se submeter a três rondas de testes obrigatórios em março.

Os testes vão ser repartidos por vários dias e os residentes terão também de se submeter diariamente a testes rápidos de antigénios em casa.

As escolas e muitas atividades comerciais, tais como ginásios, bares e salões de beleza, vão permanecer fechados até ao final de abril, enquanto os estabelecimentos de ensino vão ser transformados em centros de testes.

Os voos de nove países, incluindo Reino Unido, Estados Unidos e França, continuam interditos.

Carrie Lam confirmou também que Hong Kong se vai manter fiel a uma política de isolamento de pessoas que apresentem testes positivos à covid-19, mesmo as assintomáticas, em centros de quarentena construídos com a ajuda das autoridades chinesas.

23 Fev 2022