Hoje Macau China / ÁsiaChina combate novo surto de covid-19 com abordagem mais selectiva A China está a enfrentar uma nova vaga de infecções por covid-19 com bloqueios selectivos, e outras medidas, que sugerem um alívio das restrições face à estratégia de “zero casos” usada até recentemente. Em Hong Kong, que registou mais de 58.000 novos casos nas últimas 24 horas, barbearias e salões de beleza foram reabertos. Isto ocorre apesar de mensagens contraditórias do Executivo da região, que foi ordenado a seguir a abordagem de “tolerância zero” à covid-19 usada no continente. Os 402 casos de transmissão local registados na China, nas últimas 24 horas, foram o quádruplo do número de casos registados há uma semana. Entre esses cases, 165 foram detetados na província de Jilin, no nordeste da China, sobretudo nas cidades de Changchun e Jilin, onde as autoridades municipais isolaram 160 comunidades residenciais. Foram ainda concluídas três rondas de testes em massa em Jilin. As ligações de transporte intercidades foram suspensas e todos os moradores aconselhados a ficar em casa até que o número de casos diminuía. Negócios não essenciais e áreas de recreação foram encerrados. Motoristas e passageiros de carros particulares, autocarros e táxis, que entram ou saem de Changchun, devem apresentar testes negativos para o coronavírus realizados nas últimas 48 horas. As autoridades atribuíram o surto à variante Ómicron, que é altamente contagiosa. Desde sexta-feira passada, a China diagnosticou 1.200 casos em todo o país. Mas as medidas preventivas agora aplicadas são menos rígidas do que no passado, num possível sinal de que a China está a começar a relaxar a sua abordagem de “tolerância zero” à pandemia. Em janeiro, a China bloqueou cidades inteiras, afetando milhões de pessoas. No relatório anual sobre o trabalho do Governo, entregue no sábado à Assembleia Nacional Popular, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse que o país precisa de “refinar constantemente a contenção da epidemia”, mas não deu nenhuma indicação direta de que Pequim vai abandonar a estratégia de “tolerância zero”. A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse na quarta-feira que reduzir o número de mortes é a prioridade da cidade, enquanto um plano de testes em massa foi suspenso. Estava planeado para este mês, mas Lam disse agora que não há um prazo definido. Para reduzir as mortes pelo vírus, Hong Kong está a dedicar um hospital ao tratamento de pacientes de covid-19, através da transformação de enfermarias gerais e da construção de um hospital de emergência, que contará com profissionais médicos do continente.
Hoje Macau China / ÁsiaExército chinês promete “tolerância zero” com “actos separatistas” de Taiwan O Exército de Libertação Popular (ELP) da China “nunca vai tolerar actos separatistas” de Taiwan, ou a “interferência de forças estrangeiras” no território, apontou hoje o seu porta-voz, Wu Qian, citado pela imprensa oficial. Wu disse que os exercícios militares, que as Forças Armadas da China realizam frequentemente nas áreas próximas de Taiwan, “não visam de forma alguma os compatriotas de Taiwan”, mas sim combater “atividades separatistas” e a “interferência estrangeira”. O porta-voz apontou o Partido Democrático Progressista (PPD), atualmente no poder em Taipé, como a causa da “tensão”, devido às suas “atividades separatistas”. Wu, porta-voz da delegação do ELP na Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, cuja sessão plenária anual está a decorrer em Pequim, destacou que a “questão de Taiwan é um assunto interno da China”. O porta-voz alertou que, “quanto mais os Estados Unidos e o Japão agitarem a questão de Taiwan, mais duras serão as nossas ações para proteger a soberania e a integridade territorial”. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Taiwan é também uma das principais fontes de tensão entre a China e os Estados Unidos. Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de guerra.
Hoje Macau EventosPaulo Maia e Carmo: “Procuro não escrever ‘sobre’ a pintura chinesa mas ‘com’ ela” Paulo Maia e Carmo, colaborador da primeira hora do Hoje Macau e especialista em pintura chinesa, revela as malhas que teceram a sua paixão e o papel de Macau nessa relação. Hoje é lançado o seu livro “Inquirições Sínicas”, na Fundação Rui Cunha, pelas 18:30, com apresentação de Shee Va Como surgiu o seu interesse pela pintura chinesa? Estando em Macau, frequentando as exposições, dado o meu interesse pela pintura em geral, caminhando ao acaso à procura de nada, encontrei numa exposição na rua do Campo, esta outra forma de pintura. O lugar de Macau, o seu viver quotidiano por ser tão diferente da experiência europeia, como que predispõe à disponibilidade. Vindo eu das margens do chamado e extinto «Império português», sendo por isso «estrangeiro aqui, como em toda a parte», a aparente «estranheza» das pinturas para um observador ocidental não foi uma barreira mas um infindável desafio para procurar entender. O que encontra nela de mais fascinante? Um modo de expressão que, com poucos meios e tão precários; um pincel, tinta preta, uma base de papel ou seda, é capaz de dizer tanto e de um modo essencialmente literário. Todas as paixões implicam também um desafio. Sendo a cultura chinesa de difícil acesso, sobretudo em Portugal, como faz para a estudar e se manter informado? Primeiro pelos livros de autores que, em linguas ocidentais, há muito estudam a pintura chinesa e que encontrei primeiro na Biblioteca de Arte da Fundação Gulbenkiam. Foi lá que li primeiro Osvald Sirén, James Cahill ou Pierre Ryckmans. Procuro, sempre que possível, não escrever «sobre» a pintura chinesa mas «com» ela, através da convivência diária com textos de celebrados escritores, poetas e pintores, mostrando o que eles mesmos disseram ao traduzi-los para a língua portuguesa. Hoje, através da Internet, é possível aceder às colecções de arte Oriental dos grandes museus, sobretudo americanos e chineses, e mesmo alguns europeus. As revistas internacionais da arte, sobretudo francesas, dedicam um espaço cada vez maior à actualidade da pintura da China. Este livro, “Inquirições Sínicas”, sobretudo o título, tem um sabor borgesiano (de Jorge Luis Borges). Por quê? Certamente há uma afinidade com Borges, um autor que desde a «periferia» se interessou pelas culturas dos outros. Sobretudo no conto O Aleph, existe essa analogia com o modo de fazer da pintura chinesa; dizer muito com muito pouco. Colocar a questão do lado da literatura também será adequado quando se observa por exemplo, um dos formatos com que se apresenta a pintura: o rolo horizontal cuja forma está tão próxima do aspecto arcaico de um livro. Também me interessou a própria palavra Inquirições: essa curiosidade, a vontade de saber ao olhar para as pinturas e depois anotar com cuidado o que se vai encontrando. Se bem que as coisas mudem ao longo do tempo, que principais valores detecta entre os pintores chineses? O que procuram eles principalmente? Como na poesia, desde o princípio da definição da arte os pintores buscaram fazer uma celebração, uma religação à natureza, a integração do homem no mundo, como colaborar no dinamismo do Mundo que se vai criando. O lugar da figura humana, na maior parte da pintura chinesa, parece ser preterido em relação à natureza. Por quê? O humano está do lado de quem faz, do erro da mão que procura representar o mundo visível. É o olhar para fora da pessoa. Naturalmente existe a pintura de retratos mas a chamada «pintura dos letrados» não tem a preocupação da exactidão, do espelho que se procura na representação da figura humana, está mais do lado alusivo da poesia. Por que razão existe na China uma conexão tão forte entre poesia e pintura? Sob o ponto de vista formal, são duas formas que se exprimem através do mesmo pincel. Depois há um jogo contrastante de sentidos de natureza literária que se completam: a pintura, por vontade de ser inacabada tende à elipse, à abstração, a poesia recorre aos procedimentos concretos de algo que se quer mostrar. Depois de Wang Wei, pintor e poeta, os autores de tratados vêm repetindo um aforismo que «a sua pintura é um poema e os seus poemas são uma pintura». E esse é o objectivo. Em termos de hierarquia de valores estéticos, o mais elevado é referido como xieyi, «escrever a ideia» e não mostrar as aparências. Quais são pintores chineses que dizem mais à sua sensibilidade? E à sua razão (se é que podemos distinguir)? Existem os clássicos, Guo Xi, Mi Fu, Huang Gongwang, Nizan, e depois Shitao, Gong Xian e muitos outros. Todos eles, por vezes de forma antagónica, mostram algo fundamental que agrada ao pensamento mas na composição do caracter yi para dizer «ideia», que resulta do pensamento, estão outros dois que significam «ouvir» e «coração». De modo que, observando com atenção, não há um pintor dos que tenho falado que não tenha uma pintura importante, que não mostre uma singularidade, um aspecto imperdível do seu olhar sensível sobre o mundo, que é a vontade afinal de todo o pintor . Sabemos que viveu um período da sua vida em Macau. Que lembranças guarda desses tempos? Quem bebeu da água do Lilau, sabe que a cidade já não é só um cenário exterior para vivermos, passa a ser um sentimento que vive dentro de nós. Foi para mim um tempo emocionante e de descobertas, os últimos que passei junto de meu pai, o lugar onde conheci a mãe de minha filha. Gostaria de voltar? Voltar é sempre um desejo.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China envia ajuda humanitária, mantendo rejeição de sanções contra a Rússia A China vai enviar ajuda humanitária para a Ucrânia, incluindo alimentos e bens de primeira necessidade, no valor de cinco milhões de yuans, enquanto se continua a opor às sanções impostas à Rússia. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian disse, em conferência de imprensa, que um lote inicial foi enviado à Cruz Vermelha ucraniana, na quarta-feira, e que mais ajuda vai seguir, dentro do prazo “mais rápido possível”. Zhao também reiterou a oposição de Pequim às sanções económicas impostas a Moscovo pelos países ocidentais. “Empunhar o bastão das sanções a toda a hora nunca trará paz e segurança, mas causará antes sérias dificuldades às economias e meios de subsistência dos países em questão”, apontou. O porta-voz disse que a China e a Rússia “vão continuar a realizar uma cooperação comercial normal, incluindo o comércio de petróleo e gás, no espírito do respeito mútuo, igualdade e benefícios mútuos”. A China tentou culpar os Estados Unidos por instigar o conflito, citando a incapacidade de Washington em considerar adequadamente as “legítimas” preocupações de segurança da Rússia, face à expansão da NATO. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaSupremo Tribunal da China pede pena de morte para crimes contra mulheres e crianças O presidente do Supremo Tribunal Popular da China, Zhou Qiang, propôs hoje endurecer as penas para crimes contra mulheres e crianças, considerando que nos casos mais graves deve ser aplicada a pena de morte. O comentário de Zhou, citado pela imprensa local, foi feito perante a Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, que celebra esta semana a sua sessão plenária anual. Segundo o jornal oficial Global Times, o presidente do mais alto órgão judicial do país asiático afirmou que, “para crimes que desafiam o mais essencial da lei e da ética, como os que prejudicam mulheres, crianças e idosos, a pena de morte deve ser aprovada, de acordo com a lei”. O caso recentemente divulgado de uma mulher que foi vendida a um homem, que a manteve acorrentada durante anos, indignou a sociedade chinesa, que pediu punições mais severas e maiores esforços no combate ao tráfico humano. Zhou prometeu “punições graves” por crimes de abuso sexual e tráfico e venda de mulheres e crianças. Num relatório entregue em 2021 aos legisladores, Zhou observou que o Tribunal Supremo Popular emitiu 3.356 ordens de restrição para proteger vítimas de abuso. O chefe da Procuradoria Popular Suprema, Zhan Jung, assegurou ainda que a perseguição ao tráfico de seres humanos continuará a ser rigorosa e prometeu empenho nos casos mais antigos de pessoas desaparecidas. O tráfico de seres humanos é um problema persistente na China, agravado pela já revogada política do “filho único” e pelo consequente desequilíbrio entre os géneros, que fez com que, segundo o Banco Mundial, houvesse mais 42 milhões de homens do que mulheres em 2017. Homens solteiros recorrem às vezes à compra de mulheres de partes remotas da China ou de países vizinhos, como o Vietname. Nos últimos anos, tecnologias como a análise de DNA ou o reconhecimento facial têm contribuído para solucionar casos de venda de crianças e mulheres.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Banco dos BRICS suspende transações financeiras na Rússia O Banco do Novo Desenvolvimento, mais conhecido como o banco dos BRICS, anunciou a suspensão das operações na Rússia, um dos países que, juntamente com o Brasil, Índia, África do Sul e China, compõem os chamados BRICS. “O banco do Novo Desenvolvimento [New Development Bank – NDB] aplica princípios sãos em todas as suas operações, conforme exposto nos Artigos de Princípio”, lê-se numa declaração de três linhas colocada no ‘site’ do banco. “À luz das incertezas e restrições em curso, o NDB suspendeu as novas transações na Rússia”, refere a mesma nota. A declaração, consultada hoje pela Lusa e com data de quinta-feira, 3 de março, acrescenta ainda que “o NDB vai continuar a operar os seus negócios em conformidade total com os mais altos padrões de ‘compliance’ [cumprimentos dos regulamentos e boas práticas] enquanto instituição internacional”. A sigla BRIC foi apresentada pela primeira vez por Jim O’Neil, no estudo de 2001 ‘Building Better Global Economic BRIC’, sendo acrescentada a África do Sul em 2010, mudando a sigla para BRICS. Este grupo de cinco países representa cerca de 25% da riqueza mundial e entre 2003 e 2007 foi responsável por 65% do crescimento mundial, embora as trajetórias de crescimento muito diferentes desde então tenham levado a agência de notação financeira Standard & Poor’s, em 2019, a dizer que o acrónimo já não faz sentido. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Xi Jinping pede “contenção máxima” em conversa com Macron e Scholz O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem “contenção máxima” no conflito na Ucrânia, durante uma conversa por telefone com os líderes de França e Alemanha, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, respetivamente, informou a televisão chinesa. A China, que mantém boas relações com Moscovo, recusou, até agora, falar de uma invasão da Ucrânia, lamentando apenas o conflito, ao mesmo tempo em que disse “compreender” as preocupações de segurança russas. Segundo a cadeia televisiva estatal CCTV, Xi Jinping disse que a China estava “profundamente entristecida por testemunhar uma nova guerra no continente europeu”. “Desejamos pedir a maior contenção para evitar uma crise humanitária em grande escala”, acrescentou, sem denunciar a ofensiva lançada, em 24 de fevereiro, pelo Presidente russo, Vladimir Putin, contra o país vizinho. Xi Jinping disse “apreciar os esforços da França e da Alemanha para atuar como mediadores” e garantiu que Pequim também está pronta para desempenhar “um papel ativo”. “Devemos juntos apoiar as negociações pela paz entre a Rússia e a Ucrânia”, afirmou. A China “está pronta para fornecer ajuda humanitária à Ucrânia”, acrescentou. O Presidente chinês repetiu a oposição do seu país às sanções internacionais, dizendo que as medidas tomadas contra Moscovo “causarão danos a todas as partes”. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram também a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Hoje Macau SociedadeReceitas do jogo mantêm tendência de queda As receitas brutas do jogo de Macau deverão cair 75 por cento em Março em relação aos níveis pré-pandemia, prevê a consultora Bernstein, de acordo com um relatório citado pela Rádio Macau. Em Março de 2019, as receitas do jogo tinham sido de 25,84 mil milhões de patacas, e a queda prevista implica uma redução para 6,46 mil milhões. A consultora aponta como razões para a queda a estagnação da indústria na primeira semana de Março, devido a uma menor procura de viagens motivada pelo número crescente de casos de covid-19 em Hong Kong e na província de Cantão. Outro facto que afecta de forma negativa a indústria, é a realização das reuniões da Assembleia Popular Nacional, e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Segundo dados citados, as receitas brutas do jogo nos primeiros seis dias de Março totalizaram cerca de 1,1 mil milhões de patacas, menos 78 por cento do que mesmo no mesmo período de 2019, e 32 por cento abaixo dos valores do ano passado. No ano passado, em Março, as receitas foram de 8,31 mil milhões de patacas. A consultora previu igualmente que as receitas continuem sob pressão, no curto prazo, mas mantém previsões optimistas quanto a uma recuperação acentuada, no longo prazo. Uma das razões que contribui para o optimismo é o regresso da emissão de vistos individuais e de grupo de turismo. No entanto, o Interior não indicou qualquer data para o regresso dessas emissões.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo Alibaba lança voo semanal de carga entre Hong Kong e São Paulo O Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos recebeu na segunda-feira à noite o primeiro voo semanal de mercadoria entre Hong Kong e São Paulo, numa parceria entre a Qatar Airways Cargo e o Alibaba. Segundo o portal do aeroporto, o voo aterrou por volta das 19:00, depois de ter partido de Hong Kong no sábado e feito uma paragem em Doha, no Qatar. Num comunicado divulgado na segunda-feira, a companhia aérea Qatar Airways Cargo revelou que o avião Boeing 777 utilizado nesta parceria tem capacidade para transportar mais de 100 toneladas de mercadoria. O primeiro voo fretado pela empresa de logística Cainiao Smart Logistics Network, parte do grupo chinês do comércio eletrónico Alibaba Group Holding Ltd, transportou bens de consumo, incluindo produtos de beleza, joias, relógios, eletrodomésticos, brinquedos e equipamento desportivo. O objetivo da nova rota é garantir que os produtos comprados por brasileiros nas plataformas da Alibaba sejam entregues no espaço de 72 horas, sublinhou o diretor-geral da Cainiao para a logística de exportação. William Xiong disse no comunicado que o comércio eletrónico no Brasil está a crescer “a uma velocidade fenomenal”, tornando-se um dos mais importantes mercados para a Alibaba na América Latina. Em abril de 2021, a Cainiao anunciou um acordo com o Latam Cargo para utilizar os voos do grupo de aviação chileno de e para o Brasil para reduzir o tempo de entrega de encomendas da China para o Peru e a Colômbia. Em novembro de 2020, a empresa chinesa lançou voos fretados, em cooperação com o grupo de aviação norte-americano Atlas Air Worldwide Holdings Inc, a ligar a China ao Brasil e ao Chile três vezes por semana. Em agosto, o Brasil tornou-se o primeiro país das Américas – e o sexto do mundo – cujos comerciantes podem vender os seus produtos na plataforma chinesa de comércio eletrónico AliExpress, gerida pela Alibaba. A Cainiao ficou a coordenar o envio de produtos brasileiros comprados na plataforma chinesa, garantindo a entrega no mesmo dia ou no dia seguinte à aquisição, com o transporte gratuito para compras acima de 50 reais (nove euros).
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Detectados quatro casos de recaída As autoridades detectaram quatro casos de recaída da covid-19 após quatro residentes de Macau, oriundas de Hong Kong, terem testado “fracos positivos” à doença. Em causa estão quatro estudantes, três mulheres e um homem, com idades compreendidas entre os 19 e os 20 anos, que foram diagnosticados com covid-19 em Hong Kong entre os dias 16 e 17 de Fevereiro. Dois deles estão vacinados com duas doses da vacina mRNA/BionTech, enquanto que os outros dois têm as três doses da mesma vacina. Os quatro estudantes chegaram a Macau esta segunda-feira, às 14h, tendo viajado de Hong Kong num autocarro dourado. Com o resultado de “fraco positivo” os quatro estudantes foram encaminhados para o Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane para isolamento, não apresentando sintomas.
Hoje Macau EventosMais de 200 obras de Nuno Barreto numa retrospectiva sobre vivência em Macau Mais de 200 obras sobre a vivência e transformação artística de Nuno Barreto, em Macau, vão estar reunidas na retrospectiva “Beber da Água do Lilau”, que é inaugurada na sexta-feira no Museu do Oriente, em Lisboa. Acrílicos, guaches, serigrafias, cadernos de desenhos, esboços, apontamentos, revistas, livros, catálogos e fotografias fazem parte desta exposição com base no espólio pessoal de Nuno Barreto, que procura captar o espírito do lugar e das gentes que povoam a cidade de Macau. A exposição, que é inaugurada na sexta-feira, às 18:30, e ficará patente até 26 de junho, faz uma viagem de ordem cronológica – de 1963 a 2009 – pelo percurso artístico de Nuno Barreto, marcado pela pintura abstrata e figurativa. O título é retirado de uma popular frase local: “Aquele que beber da água do Lilau, jamais esquecerá Macau”, referindo-se a uma fonte de água de nascente do território. As peças selecionadas procuram captar a trajetória do artista, aliando as suas várias facetas enquanto pintor, artista plástico, pedagogo e intelectual, inicialmente fortemente abstrata, mas que se deixa cativar pela vertente figurativa para representar pessoas, lugares e vivências deste território, refere a organização, num texto sobre a mostra. Entre as peças encontra-se “Embarque no Pátria” (1999), “que assinala em tom caricatural a despedida portuguesa da administração de Macau com a ironia transversal ao conjunto das obras figurativas” de Nuno Barreto, a par de “Mesa Comum”, onde retábulos chineses apenas permitem vistas parciais. Nuno Barreto fez a sua formação académica na Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1966, de onde seguiu para uma pós-graduação na Saint Martin’s School of Art, em Londres. Foi professor auxiliar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e, posteriormente, convidado pelo Governo de Macau a preparar o projeto da Academia de Artes Visuais do Instituto Cultural de Macau, que dirigiu desde a sua fundação em 1988. Posteriormente, ocupou o cargo de diretor da Escola de Artes Visuais do Instituto Politécnico de Macau, de 1993 a 1997. O percurso artístico de Nuno Barreto foi fortemente influenciado pelo contacto com a cultura chinesa, que tentou conhecer nas suas várias vertentes, incluindo a História, salienta o Museu do Oriente.
Hoje Macau EventosArquitectos de língua portuguesa lançam segunda edição de concurso de fotografia O Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP) lançou, após três anos de interregno, a segunda edição de um concurso de fotografia, para arquitetos e estudantes, dedicada ao tema “Ser Sustentável no Espaço Lusófono”, foi anunciado. Em comunicado, o CIALP sublinha que o concurso é este ano um “duplo desafio de reflexão sobre os conceitos de sustentabilidade e de lusofonia”. A sustentabilidade, “de tão obviamente necessária à vida, à nossa e à das coisas, parece muitas vezes ser quase esquecida”, lamentou o conselho. A arquitectura “tem um papel fundamental” na procura das soluções “para os muitos problemas com que a humanidade está confrontada”, disse o CIALP. As inscrições estão abertas até 17 de março, sendo que os premiados serão anunciados durante o mês de abril. O júri inclui arquitetos de Angola, Brasil, Macau, Moçambique e Portugal. Os autores da melhor fotografia nas duas categorias – arquiteto e estudante – receberão um prémio no valor de 400 euros. A imagem vencedora da categoria estudantes será ainda exposta na próxima Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cuja 10.ª edição deveria ter acontecido em julho de 2021, na cidade da Praia, capital de Cabo Verde. A primeira edição do concurso de fotografia do CIALP, organizado em 2019, recebeu 97 candidaturas. O vencedor entre os arquitetos foi o português Nuno Simão Gonçalves, com uma fotografia da Fortaleza São Sebastião, na Ilha de Moçambique. Entre os estudantes o premiado foi o brasileiro Gabriel Guerra Konrath, com uma imagem da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. O CIALP tem como membros as ordens ou organismos profissionais de arquitetos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A organização não-governamental representa “mais de 230 mil arquitectos”, o que corresponde “a 18% dos arquitectos mundiais”, disse à Lusa em julho o presidente do CIALP, Rui Leão, arquiteto radicado em Macau. O CIALP, fundado em 1991, é uma associação de direito privado sem fins lucrativos, com sede em Lisboa, é parceiro institucional da União Internacional dos Arquitectos (UIA) e observador consultivo da CPLP.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Chefe da diplomacia da UE insta homólogo chinês a apoiar corredores humanitários O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) exortou ontem o seu homólogo chinês a apoiar a criação de corredores humanitários para a retirada de civis da Ucrânia, saudando ainda a “disponibilidade da China” para dialogar com a Rússia. Em causa está uma conversa telefónica hoje realizada entre o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a segunda desde o início da invasão militar da Ucrânia por parte da Rússia, na qual o chefe da diplomacia europeia “pediu ao seu homólogo chinês que apoiasse a criação de corredores humanitários, a fim de permitir a retirada da população civil”. A informação foi avançada pelo Serviço Europeu de Ação Externa, que em nota à imprensa dá também conta que Josep Borrell expressou a Wang Yi “o seu apreço pela posição da China no Conselho de Segurança e Assembleia Geral das Nações Unidas, indicando o apoio à integridade territorial, soberania das nações e inviolabilidade das fronteiras, bem como pela disponibilidade da China para apoiar a cessação das hostilidades e o diálogo”. Na ocasião, o chefe da diplomacia da UE manifestou ainda “necessidade absoluta de cessar imediatamente as hostilidades e referiu-se ao maior número de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e ao inaceitável alvo e sofrimento da população civil, incluindo graves violações do Direito Humanitário Internacional”. E, de acordo com o Serviço Europeu de Ação Externa, ambos os responsáveis “concordaram que deve ser evitada uma crise humanitária em grande escala”. Para 01 de abril está marcada uma cimeira UE-China. Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia, já que se recusou a condená-la, mas tentou distanciar-se da guerra de Putin, apelando ao diálogo e ao respeito pela soberania dos outros países. Por um lado, a China defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema. Hoje mesmo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse que Pequim “já está a mediar” o conflito na Ucrânia e que vai fazer esforços para oferecer assistência humanitária, o que “não deve ser politizado”. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaChina critica Estados Unidos por reforço de laços militares no Indo-Pacífico O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, acusou ontem Washington de tentar criar uma versão asiática da NATO e disse que cabe ao Governo norte-americano melhorar as relações com a Coreia do Norte. A política dos Estados Unidos em relação ao leste da Ásia e ao Oceano Índico, e os esforços para reforçar os laços militares com Japão, Austrália e Índia são um “desastre, que interrompe a paz e a estabilidade regionais”, apontou Wang Yi, em conferência de imprensa. “Os Estados Unidos estão a jogar os seus jogos geopolíticos, sob o pretexto de promoção da cooperação regional”, disse Wang. O ministro acrescentou que a postura da Casa Branca “contraria” os desejos regionais de cooperação e “está condenada a não ter futuro”. Wang acusou Washington de estar a organizar uma aliança para “suprimir a China”. Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia reforçaram, nos últimos anos, os seus laços militares. Em 2021, Washington acordou fornecer tecnologia à Austrália para a construção dos seus primeiros submarinos movidos a energia nuclear. “O verdadeiro propósito da ‘estratégia Indo-Pacífico’ é criar uma versão da NATO para” a região, disse Wang Yi. A expansão da aliança ocidental foi citada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, como um dos motivos para invadir a Ucrânia. Do exterior Wang pediu ao Governo de Joe Biden que revivesse o espírito dos acordos dos anos 1970, que abriram as relações dos EUA com o executivo comunista de Pequim. “Os Estados Unidos não poupam esforços para concretizar uma intensa competição com a China, constantemente atacando e provocando problemas em questões relacionadas com os interesses centrais chineses”, disse Wang. Washington deve “voltar ao caminho certo da racionalidade e do pragmatismo”, apelou. Wang pediu aos Estados Unidos que tomem a iniciativa de melhorar as relações com a Coreia do Norte e acusou o Governo de Biden de não responder a “medidas positivas” de Pyongyang. “Depende em grande parte do que o lado americano fizer, se realmente vai adoptar acções concretas, para resolver o problema, ou vai continuar a usar a questão da península [coreana] como moeda de troca estratégica” disse Wang. Sobre o Mar do Sul da China, o ministro reclamou que actores externos estejam a interferir nos esforços para desenvolver um “código de conduta” e disse que Pequim e os governos dos países do Sudeste Asiático deveriam negociar entre si. Os Estados Unidos e outros governos enviaram navios de guerra para zonas daquele mar reivindicadas por Pequim, reclamando assim o direito de navios de todos os países usarem aquelas águas. As forças externas “não querem que o Mar do Sul da China permaneça calmo, porque isso faz com que percam o pretexto de intervir, para ganho pessoal”, disse Wang. “A interferência externa não pode parar o ritmo da cooperação regional”, apontou.
Hoje Macau SociedadeCrime | Consome droga e tenta entrar em escola Um homem, com 44 anos, foi detido na sexta-feira, devido a ter consumido estupefacientes e ter tentado entrar numa escola na Zona Norte do território. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária, que foi alertada para o estado de “anomalia psíquica” do indivíduo por um dos funcionários da instituição escolar. Segundo o relato, na sexta-feira, o homem que aparentava estar alterado, fez uma primeira tentativa para entrar na escola fazendo-se passar como pai de uma criança. No entanto, o funcionário conseguiu perceber que não era encarregado de educação e não permitiu a sua entrada. Momentos mais tarde, o homem voltou a insistir, desta vez pegando numa das crianças pela mão. Todavia, voltou a ser barrado e o funcionário ligou para as autoridades a alertar para o sucedido. Quando a polícia chegou ao local, foi alertada por um outro residente de que um homem suspeito se encontrava numa casa-de-banho pública, onde se teria injectado com uma substância proibida. A PJ deslocou-se ao local e encontrou duas seringas abandonas, uma das quais com vestígios de metadona. Apesar de o sujeito não ter confessado a prática do alegado crime, a PJ considerou estarem reunidos os indícios necessários, depois de ter havido outros depoimentos de residentes da zona. O caso foi assim reencaminhado para o Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que implica uma pena de pode ir de 3 meses a 1 ano de prisão, ou 60 a 240 dias de multa.
Hoje Macau Manchete SociedadeDia da Mulher | Pandemia acelerou desigualdade de género no território Números de pedidos de assistência na Associação Geral de Mulheres mais que triplicou devido à pandemia. Perda de rendimentos e de emprego entre as principais causas das solicitações de auxílio Especialistas disseram à agência Lusa que a pandemia de covid-19 acelerou a desigualdade de género em Macau, com a Associação Geral de Mulheres a registar um aumento considerável de pedidos de ajuda nos últimos dois anos. Segundo a associação, o número de pedidos ajuda cresceu significativamente em comparação com o período pré-pandémico: 359 casos em 2018, 337 em 2019, 1.236 casos em 2020 e 904 em 2021. “A pandemia causou a algumas mulheres a perda dos seus empregos, perturbou o mercado de empregadas domésticas em Macau, aumentou as responsabilidades financeiras e familiares das mulheres, e dificultou a progressão das mulheres em Macau na carreira profissional, o que, de facto, afectará o progresso da igualdade de género”, salientou a professora associada da Universidade de Macau e ex-deputada da Assembleia Legislativa, Agnes Lam. De acordo com os últimos dados oficiais, a população feminina ainda é superior à população masculina, representando 53 por cento da população total, sendo que a taxa de participação da força de trabalho feminina é de 66,8 por cento. No entanto, “as mulheres representam 44,1 por cento do número total de funcionários públicos e 41 por cento do número total de líderes e dirigentes”, adiantou a deputada e vice-presidente da Direcção da Associação Geral das Mulheres de Macau, Wong Kit Cheng. A Associação Geral de Mulheres é uma das mais influentes no território ao nível da representação do género feminino, mas marcada por uma forte componente tradicional. Em 2013, recusou apoiar uma proposta de lei a criminalizar a violência doméstica. Licenças de maternidade Outra das questões onde a diferença de género fica marcada, é na legislação e na atribuição de uma licença de maternidade paga até 70 dias para as funcionárias. Apesar de a lei ter sido revista nos últimos anos, os homens têm direito a apenas cinco dias de licença de paternidade. Agnes Lam sustentou que Macau é uma sociedade com fortes valores tradicionais, na qual “o homem ganha o dinheiro, enquanto a mulher se ocupa das tarefas domésticas” e que a entrada das mulheres na política não é bem vista. “Isto é uma fonte de desigualdade”. “Além disso, muitas mulheres em Macau são novas imigrantes que casaram no país e têm poucos laços sociais próprios, o que as torna um grupo de alto risco para a violência doméstica em Macau”, acrescentou. De acordo com um último estudo governamental, datado de 2017, o Índice de Desigualdade de Género de Macau deixa o território em 14.º lugar, entre 189 países/regiões do mundo.
Hoje Macau PolíticaPequim | Han Zheng diz a Macau para apoiar revisão ordeira da lei A sociedade de Macau tem de cooperar com o Governo na proposta de revisão da lei do jogo. As declarações foram prestadas por Han Zheng, vice-primeiro ministro chinês, em Pequim, durante um encontro com os membros de Macau da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), e citadas por Ho Ion Sang, em declarações à TDM. O encontro entre Han Zheng e os membros de Macau, onde se incluem os deputados Chui Sai Cheong e Ho Ion Sang, decorreu no domingo e foi nessa altura que foram transmitidas as instruções do Governo Central para a comunidade de Macau. O diploma em causa está neste momento a ser discutido na Assembleia Legislativa, e entre um dos temais mais polémicos encontra-se o fim dos casinos-satélite. De acordo com as palavras de Ho Ion Sang, o vice-primeiro ministro chinês explicou que se a população apoiar as propostas do Governo e permitir uma revisão ordeira da lei do jogo, vai ser possível “desenvolver de forma saudável e moderada a indústria do jogo”. Por outro lado, Han argumentou que um “envolvimento pró-activo no desenvolvimento nacional” e o acelerar do investimento de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin vai fazer com que a diversificação da economia seja também alcançada mais depressa. Presente no encontro esteve igualmente Chui Sai Cheong, que também destacou as palavras de Han Zheng a explicar que o objectivo da proposta da lei do jogo é “garantir o desenvolvimento saudável da indústria do jogo”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE chinês diz que Rússia é o “parceiro estratégico mais importante” da China O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse hoje que a Rússia é o “parceiro estratégico mais importante” de Pequim, numa altura em que o seu país recusa condenar a invasão da Ucrânia. Wang disse que os laços entre Pequim e Moscovo constituem uma das relações bilaterais “mais cruciais do mundo”. “Não importa quão perigoso é o cenário internacional, vamos manter o nosso foco estratégico e promover o desenvolvimento de uma parceria abrangente China – Rússia na nova era”, disse o governante chinês, numa conferência de imprensa paralela à sessão anual da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo máximo da China. “A amizade entre os dois povos é firme como uma rocha”, acrescentou. Além disso, Wang Yi acrescentou que Pequim “já está a mediar” o conflito na Ucrânia e que vai fazer esforços para oferecer assistência humanitária, o que “não deve ser politizado”. “A paz e o diálogo devem ser promovidos e a China já fez alguns esforços nesse sentido”, afirmou Wang Yi, numa conferência de imprensa paralela à sessão anual da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo máximo da China. “Houve duas rondas de negociações e esperamos que haja uma terceira. Quanto mais divergências há, maior a necessidade de se sentarem para negociar”, disse. Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia. Por um lado, defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema. No início de fevereiro, o Presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se, em Pequim, com o homólogo russo, Vladimir Putin. Os dois afirmaram, numa declaração conjunta, o seu “forte apoio mútuo à proteção dos interesses centrais” dos dois países. A Rússia apoiou a visão da China sobre Taiwan como “parte inalienável” do território chinês, enquanto a China apoiou a Rússia na oposição ao alargamento da NATO. O Governo chinês recusou-se a condenar a invasão da Ucrânia, mas tentou distanciar-se da guerra de Putin, apelando ao diálogo e ao respeito pela soberania dos outros países.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping pede que fornecimento alimentar seja a “principal prioridade” O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu hoje que o fornecimento alimentar, particularmente de grãos, seja a “principal prioridade” das autoridades, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Xi assegurou que a população chinesa, composta por mais de 1,4 mil milhões de pessoas, está “bem alimentada”, mas apelou para que a questão do fornecimento alimentar “não seja descurada”, durante uma reunião com membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, uma espécie de senado, sem poderes legislativos, cuja sessão anual está a decorrer em Pequim. “A oferta de alimentos não pode ser considerada uma questão insignificante”, explicou Xi, que alertou que o país asiático não pode “depender apenas do mercado internacional”. A China vai aderir aos princípios de “autossuficiência baseada na produção doméstica” e na “moderação das importações de grãos”, acrescentou, citado pela Xinhua. O líder chinês afirmou que a autossuficiência vai ser apoiada pelo desenvolvimento tecnológico, que permitirá à China “obter calorias e proteínas de plantas, animais e microrganismos”. O país asiático alimenta quase 18% da população mundial com apenas 8,5% das terras aráveis do mundo. Em comparação, o Brasil, por exemplo, tem quase 7% das terras aráveis para 2,7% da população mundial. A China deve “deter firmemente o uso não agrícola de áreas cultivadas”, pelo qual “os funcionários locais serão responsáveis”, enfatizou Xi. “O mundo entrou numa nova era de turbulência e mudanças”, alertou. A China depende parcialmente das importações para atender à procura de alimentos: as importações de soja, de países como Estados Unidos, Brasil ou Argentina, ascenderam no ano passado a 96,52 milhões de toneladas. No ano passado, o país asiático promulgou uma ampla lei destinada a reduzir o desperdício de alimentos. Ao comer fora, os anfitriões chineses tradicionalmente pedem comida em excesso, como forma de demonstrar hospitalidade aos convidados, mas os restaurantes podem agora cobrar uma taxa extra aos clientes que desperdiçam grande quantidade de comida. Os estabelecimentos que encorajam pedidos excessivos recebem, primeiro, um aviso e, de seguida, uma multa de até 10.000 yuans por reincidência.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasPoemas de Jacques Prévert Jacques Prévert (1900-1970) foi um poeta e roteirista popular da França. Participou do movimento Surrealista juntamente com o escritor Raymond Queneau e com o roteirista Marcel Duhamel, sendo, mais tarde, um dissidente deste grupo. Muitos de seus poemas foram cantados por Marianne Oswald, Yves Montand e Edith Piaf. Os poemas aqui seleccionados foram retirados do livro Parole (1946) e são apresentados em português do Brasil. Tradução de Luís Márcio Silva* – * Escritor, tradutor e editor da Revista Piparote, https://revistapiparote.com.br/, com a qual o Hoje Macau inicia assim uma colaboração O BUQUÊ O que faz aqui, garotinha, Com estas flores recém-cortadas? O que faz aqui, jovem menina, Com essas flores, essas flores secas? O que faz aqui, bela mulher, Com essas flores que murcham? O que faz aqui, decrépita mulher, Com essas flores que morrem? Estou à espera pelo triunfante. LE BOUQUET Que faites-vous là petite fille Avec ces fleurs fraîchement coupées Que faites-vous là jeune fille Avec ces fleurs ces fleurs séchées Que faites-vous là jolie femme Avec ces fleurs qui se fanent Que faites-vous là vieille femme Avec ces fleurs qui meurent J’attends le vainqueur. NA FLORICULTURA Um homem entra numa floricultura E escolhe umas flores A florista embrulha as flores O homem leva a mão ao bolso Para pegar o dinheiro O dinheiro para pagar as flores Mas subitamente ele coloca A mão sobre o coração E cai No momento em que cai As moedas rolam pela terra E depois tudo Cai ao mesmo tempo as flores o homem o dinheiro E a florista fica ali Com as moedas que rolam Com as flores que murcham Com o homem que morre Tudo isto é muito triste evidentemente E é preciso que ela faça alguma coisa A florista Mas ela não sabe o que fazer Não sabe ela Por onde começar Há tantas coisas por fazer Com o homem que morre Com as flores que murcham E com as moedas as moedas que rolam Que não param de rolar CHEZ LA FLEURISTE Un homme entre chez une fleuriste et choisit des fleurs la fleuriste enveloppe les fleurs l’homme met la main à sa poche pour chercher l’argent l’argent pour payer les fleurs mais il met en même temps subitement la main sur son cœur et il tombe En même temps qu’il tombe l’argent roule à terre et puis les fleurs tombent en même temps que l’homme en même temps que l’argent et la fleuriste reste là avec l’argent qui roule avec les fleurs qui s’abîment avec l’homme qui meurt évidemment tout cela est très triste et il faut qu’elle fasse quelque chose la fleuriste mais elle ne sait pas comment s’y prendre elle ne sait pas par quel bout commencer Il y a tant de choses à faire avec cet homme qui meurt ces fleurs qui s’abîment et cet argent cet argent qui roule qui n’arrête pas de rouler. A MENSAGEM A porta que alguém abriu A porta que alguém fechou A cadeira onde alguém se sentou O gato que alguém acariciou A fruta que alguém mordeu A carta que alguém leu A cadeira que alguém derrubou A porta que alguém abriu A estrada onde alguém ainda corre O bosque que alguém atravessa O rio onde alguém se joga O hospital onde alguém morreu LE MESSAGE La porte que quelqu’un a ouverte La porte que quelqu’un a refermée La chaise où quelqu’un s’est assis Le chat que quelqu’un a caressé Le fruit que quelqu’un a mordu La lettre que quelqu’un a lue La chaise que quelqu’un a renversée La porte que quelqu’un a ouverte La route où quelqu’un court encore Le bois que quelqu’un traverse La rivière où quelqu’un se jette L’hôpital où quelqu’un est mort. VERÁ O QUE VERÁ Uma moça nua nadando no mar Um homem barbudo andando sobre a água Onde está a maravilha das maravilhas Do milagre anunciado acima? VOUS ALLEZ VOIR CE QUE VOUS ALLEZ VOIR Une fille nue nage dans la mer Un homme barbu marche sur l’eau Où est la merveille des merveilles Le miracle annoncé plus haut ? DOMINGO Entre os canteiros de árvores na avenida Gobelins Uma estátua de mármore me conduz pela mão Hoje é domingo, os cinemas estão lotados, Os pássaros nos galhos observam os humanos E a estátua me abraça, mas ninguém nos vê, Apenas uma criança cega que nos aponta os dedos. DIMANCHE Entre les rangées d’arbres de l’avenue des Gobelins Une statue de marbre me conduit par la main Aujourd’hui c’est dimanche les cinémas sont pleins Les oiseaux dans les branches regardent les humains Et la statue m’embrasse mais personne ne nous voit Sauf un enfant aveugle qui nous montre du doigt. PARA O MEU AMOR Eu fui ao mercado de pássaros E lhe comprei pássaros, Meu amor. Eu fui ao mercado de flores E lhe comprei flores, Meu amor. Eu fui ao ferro-velho E lhe comprei correntes Pesadas correntes Para ti, Meu amor. E depois fui ao mercado de escravos E procurei por ti Mas não lhe encontrei, Meu amor. POUR TOI MON AMOUR Je suis allé au marché aux oiseaux Et j’ai acheté des oiseaux Pour toi mon amour Je suis allé au marché aux fleurs Et j’ai acheté des fleurs Pour toi mon amour Je suis allé au marché à la ferraille Et j’ai acheté des chaînes De lourdes chaînes Pour toi mon amour Et puis je suis allé au marché aux esclaves Et je t’ai cherchée Mais je ne t’ai pas trouvée mon amour
Hoje Macau China / Ásia MancheteLi Keqiang | As pessoas estão primeiro e crescimento de “cerca de 5,5%” do PIB em 2022 O Primeiro-ministro chinês Li Keqiang entregou no sábado o Relatório de Trabalho anual do Governo na reunião de abertura da quinta sessão da 13º Assembleia Nacional Popular (ANP), a principal legislatura da China, que estabeleceu uma meta de crescimento do PIB de cerca de 5,5 por cento em 2022. O Relatório de Trabalho do Governo também delineou prioridades políticas para uma vasta gama de áreas de desenvolvimento social e económico, incluindo controlo de epidemias, criação de empregos, protecção ambiental e repressão do tráfico de mulheres e crianças – questões-chave relacionadas com a vida e a subsistência de 1,4 mil milhões de chineses. No documento, Li alertou para vários riscos e desafios, mas também destacou a resiliência e confiança da China. “Devemos estar mais atentos às potenciais dificuldades, enfrentar os problemas e desafios directamente, fazer todos os esforços para obter um desempenho satisfatório, e fazer o nosso melhor para corresponder às expectativas do povo”, disse Li aos deputados do CNP e aos membros do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o principal órgão consultivo político, no Grande Salão do Povo, em Pequim. “Foi sempre no decurso da resposta aos desafios que a China avançou no seu desenvolvimento. Nós, o povo chinês, temos a coragem, visão e força para superar qualquer obstáculo ou dificuldade”, disse Li. Objectivo de crescimento O PIB da China atingiu 114,4 triliões de yuan em 2021 e uma expansão de 5,5 por cento nesta base este ano equivale a um crescimento de 7,4 por cento há 5 anos ou um crescimento de 10,5 por cento há 10 anos, disse Xiang Dong, vice-director do Gabinete de Investigação do Conselho de Estado, numa conferência de imprensa em Pequim, no sábado à tarde, sobre o Relatório de Trabalho do Governo. “Isso também sugere um incremento económico de quase 9 triliões de yuan, o que equivale à dimensão anual da economia mundial nº 11 ou nº 12”, disse Xiang, observando que atingir o objectivo de 5,5 por cento de crescimento não é de modo algum um trabalho fácil e exige um esforço árduo. Os media oficiais disseram que “o objectivo reflecte que os decisores políticos estão plenamente conscientes das dificuldades enfrentadas pela economia chinesa”. “Este ano o nosso país irá enfrentar muitos mais riscos e desafios, e devemos continuar a insistir para os ultrapassar”, lê-se no relatório. “A estabilidade, uma palavra-chave no documento, foi mencionada 76 vezes, e todas as regiões e departamentos governamentais são obrigados a assumir a responsabilidade de estabilizar a economia e revelar proactivamente medidas que apoiem a estabilização económica”, disse Xiang. “Todos os factores foram tidos plenamente em conta na elaboração do Relatório de Trabalho do Governo”, disse Xiang, em resposta a uma pergunta sobre o impacto do conflito Rússia-Ucrânia sobre o objectivo de crescimento económico da China. “Um objectivo de crescimento de cerca de 5,5 por cento tem plenamente em conta as operações macroeconómicas e os objectivos de desenvolvimento a longo prazo da economia”, escreve o Zhixin Investment Research Institute numa nota, descrevendo o objectivo de cerca de 5,5 por cento como razoável e indicativo da calibração do governo para voltar a colocar a economia na via pré-COVID para um crescimento mais lento, mas estável. “A China tem condições, capacidade e confiança para atingir o objectivo de crescimento do PIB de 5,5 por cento, apesar dos múltiplos desafios e incertezas”, disse aos repórteres no sábado, à margem das duas sessões, He Lifeng, chefe do principal planeador económico da China. “O impacto existe, mas como grande economia, a China tem uma enorme dimensão e muitos instrumentos políticos. As medidas governamentais são eficazes e as políticas são flexíveis. Mesmo que haja choques, podemos manter políticas macroeconómicas independentes”, disse por seu lado Yu Yongding, antigo presidente da Sociedade de Economia Mundial da China e director do Instituto de Economia Mundial e Política na Academia Chinesa de Ciências Sociais. O Relatório também estabeleceu uma série de objectivos de desenvolvimento económico e social para 2022, incluindo a criação de mais de 11 milhões de novos empregos urbanos. Outro dado muito comentado é o rácio défice/PIB da China, que foi fixado em cerca de 2,8 por cento para 2022, contra 3,2 por cento no ano passado. Os principais objectivos para 2022 Yao Jinbo, um deputado da APN e CEO do site de classificados 58.com, disse que “a busca da estabilidade, enquanto se fazem progressos, será o princípio orientador do trabalho deste ano”. O relatório anual, como Yao coloca, “assinala uma mentalidade de desenvolvimento centrada nas pessoas”. Entre as principais tarefas do relatório anual para este ano estão também os esforços para fazer avançar a governação social e melhorar o bem-estar das pessoas. Por isso, “a China irá reprimir duramente o tráfico de mulheres e crianças e proteger os seus direitos e interesses legítimos, disse o primeiro-ministro ao apresentar o Relatório de Trabalho do Governo”. A questão tem merecido a atenção nacional na sequência de um caso recente em Xuzhou, província de Jiangsu, na China Oriental. “O sistema de apoio e cuidados aos idosos e pessoas com deficiência será também melhorado”, lê-se o Relatório de Trabalho do Governo. Além disso, o país melhorará as medidas de apoio à política de três filhos, fará despesas para cuidar de crianças com menos de três anos de idade, fará deduções adicionais especiais do imposto sobre o rendimento individual, e desenvolverá serviços de interesse público para aliviar o fardo da criação de uma família, de acordo com o relatório anual. Segundo Huo Tao, um deputado da APN e presidente da Baiyunshan Technology Company, o Relatório mostra as realizações do país, aponta os problemas, traça um plano, demonstra a coragem de enfrentar os desafios, e transmite a confiança de que a unidade prevalecerá. O que mais impressionou Huo, foi a menção repetida da implementação de políticas que respondem às preocupações das pessoas, tais como o apoio às pequenas e médias empresas, a inovação científica e tecnológica, e a redução de impostos e taxas. Jiang Haoran, membro do Comité Nacional do CCPPC, disse que sentiu “calma face a uma crise” e a confiança dno país. “Face às conquistas que alcançámos, estivemos sempre atentos aos perigos em tempos de paz. Como os riscos e desafios aumentaram significativamente, temos de ultrapassar os obstáculos e quanto mais dificuldades enfrentamos, mais confiantes e empenhados devemos estar”. Foco na inovação O Relatório prevê também que a economia digital desempenhe um melhor papel no fortalecimento da economia. “Vamos reforçar o planeamento global da iniciativa da China Digital, construir mais infra-estruturas de informação digital, e aplicar a tecnologia 5G em maior escala”, afirma o documento, destacando os passos para construir indústrias digitais tais como circuitos integrados e inteligência artificial, e melhorar a inovação tecnológica da China e as capacidades de fornecimento de software e hardware chave. Xiao Hong, CEO do gigante do jogo chinês Perfect World, que ficou animado com o Relatório de Trabalho do Governo para assumir resolutamente compromissos com a economia digital, disse que a economia digital fornece um forte impulso à economia e ao desenvolvimento sustentável e saudável da sociedade. O desenvolvimento verde e sustentável é um objectivo de longa data da China e foi também uma das principais prioridades do Relatório de Trabalho do Governo, que prometeu melhorar o ambiente e promover o desenvolvimento verde e com baixo teor de carbono, apesar dos riscos e desafios crescentes. Segurança | Despesas militares vão aumentar 7,1% A China vai aumentar este ano as despesas militares em 7,1 por cento, de acordo com um relatório preliminar apresentado no sábado na sessão de abertura na Assembleia Popular Nacional. Em 2021, o orçamento militar do gigante asiático, que se manteve em cerca de 1,3 por cento do produto interno bruto (PIB) nos últimos anos, cresceu 6,8 por cento. Este ano deverá atingir os 229 mil milhões de dólares. A informação surge num momento de tensões crescentes com Taiwan, território sobre o qual a China reivindica a soberania, e enquanto a Europa vive a invasão da Ucrânia pela Rússia, um dos principais aliados de Pequim. A China tem o segundo maior orçamento de defesa do mundo, depois dos Estados Unidos.
Hoje Macau EventosComeça a II Semana de Cultura Chinesa do Hoje Macau O lançamento de um livro sobre o poeta Li Bai, com inúmeras traduções dos seus poemas, preenche o primeiro de cinco dias Começa hoje a II Semana de Cultura Chinesa do Hoje Macau, pelas 18:30, na Fundação Rui Cunha. A sessão de abertura contará com actuação do Macau String Trio, que interpretará um extracto de “Butterfly Lovers”, de He Zhanhao e Chen Gang, e “Serenade”, de Wolfgang Amadeus Mozart. Seguidamente, será o lançamento do livro “Li Bai – A Via do Imortal”, de António Izidro, com apresentação de Frederico Rato. Trata-se de um volume editado pela Livros do Meio, profusamente ilustrado, com capa dura, marcada a prata, no qual o autor nos transporta pelos poemas e pelos sítios frequentados pelo poeta Li Bai, considerado um dos maiores de toda a literatura chinesa. Além da tradução para língua portuguesa de numerosos poemas, talvez os mais importantes da obra do poeta, o livro contém uma espécie de biografia de Li Bai e, sobretudo, a contextualização dos poemas e notas que deslindam as referências históricas e mitológicas que perpassam pelos versos do poeta, facilitando assim a compreensão do sentido de cada poema. Além disto, o volume abre com uma introdução, intitulada “Li Bai – Apontamentos Nómadas”, de Carlos Morais José, onde é feita uma análise de alguns aspectos da poesia de Li Bai (do qual aqui apresentamos uma parte); e fecha com uma extensa cronologia da História dinástica da China, que servirá no futuro como referência, a quem se interessa por estas questões. António Izidro, que foi até 2002 Chefe do Departamento de Informação do Gabinete de Comunicação Social, trabalhou durante muitos anos como tradutor oficial do Governo de Macau. Por isso, é completamente fluente em língua chinesa, falada e escrita. Assim, é a primeira vez que os poemas de Li Bai são traduzidos directamente do Chinês para Português. Por outro lado Li Bai fora também já traduzido para português por António Graça de Abreu que, além de um volume datado de 1990, uma edição do Instituto Cultural de Macau, publicou recentemente em Portugal “Cem Poemas de Li Bai”. Carlos Morais José, editor da obra, revela, no entanto, que se apresenta agora uma tradução diferente. “Esta tradução começa por ser entrelaçada com textos que contextualizam os poemas. Estes não surgem sozinhos, aparecem com um contexto, para haver uma melhor compreensão de como os poemas foram escritos e o que querem dizer. Por outro lado, cada poema tem bastantes notas para se conseguir perceber as expressões antigas. A tradução, em si, é também muito diferente daquela que foi feita pelo António Graça de Abreu, o que só enriquece o próprio conhecimento que se vai tendo do Li Bai no Ocidente, sobretudo na língua portuguesa.” Afirmando que o trabalho de Graça Abreu é “altamente meritório”, Carlos Morais José acrescenta que “Li Bai – A Via do Imortal” traz “versões dos mesmos poemas que dão uma outra visão do Li Bai”, numa vertente de complementaridade e não de substituição. No arranque da segunda edição deste evento, organizado pelo Hoje Macau e pela editora Livros do Meio, Carlos Morais José entende ser “muito importante que a comunidade lusófona em Macau faça parte da ponte que liga a China aos países lusófonos”, com a aposta na vertente cultural e não apenas nas áreas comercial e económica. “Só assim os povos se podem compreender, criando laços duradouros e evitando uma série de mal entendidos, cuja origem radica, precisamente, no desconhecimento”, rematou. Li Bai- Apontamentos Nómadas (extracto) Existe um espaço nómada, exterior às cidades ainda que no interior dos impérios. Não se trata de um território mas de um itinerário. De uma deslocação constante entre diversos pontos, pré-estabelecidos ou não. Tem as suas leis e procedimentos próprios. Não se deve considerar um espaço habitado mas frequentado. Cada itinerário tem os seus frequentadores, partilham as experiências, quer seja no deserto, na planície ou na montanha. Por vezes temem-se e defrontam-se como inimigos irredutíveis. Os itinerários cruzam-se, entrelaçam-se, formam uma rede que existe por si, capaz de garantir uma certa exterioridade relativamente aos impérios. Podemos mesmo considerar a existência de pontos de encontro: os lugares mais frequentados. Para já, um primeiro contacto com as personagens do mundo nómada de Li Bai. Os mestres Impossível ignorar a vertente e a vivência taoista do pensamento de Li Bai. A vagabundagem faz parte intrínseca dessa experiência e, nessa viagem, é obrigatória a paragem junto aos grandes mestres que vivem solitários nas montanhas, em contacto pleno com a natureza. São monges, budistas ou taoistas, eremitas, homens retirados do mundo dos outros homens, em processo de aprendizado constante. Segundo Claude Larre4, existem três vias para tentar compreender o taoísmo: a dos xamanes, a dos principais textos e a da prática pessoal. Neste contexto, interessa-nos, particularmente, a primeira. O xamanismo encontra-se difundido em todo o mundo e há quem defenda tratar-se da primeira forma coerente de estabelecer uma relação com as potências sagradas que regem o mundo e favorecem ou atormentam a humanidade. Os xamanes, em contexto amazónico, siberiano, australiano ou africano, possuem sempre características invulgares que os distinguem do resto da tribo. Existe uma certa propensão para o xamanismo da parte de alguns indivíduos, variável consoante os contextos: pode ser um defeito físico radical, a marca do diabo, como se costumava dizer na Idade Média5, um comportamento marginal como a homossexualidade em certas tribos da Amazónia6 e da América do Norte7, a loucura entre os Tunguses da Sibéria8, ou simplesmente uma vocação natural pelo conhecimento e pela medicina. Todos eles habitam fora do espaço da aldeia, fora de onde vigoram as regras da cultura, em grutas ou tendas, mas nunca ninguém sabe precisamente onde eles estão: preferem o contacto com os animais, os deuses e os mortos. Dedicam-se a experiências extáticas, procuram o êxtase, o transe, o que lhes permita uma maior e mais profunda relação com o invisível. De acordo com as definições clássicas, xamane é o mago ou feiticeiro, que viaja, que percorre o mundo dos espíritos com a ajuda do transe provocado pela música e pela dança, pelas drogas, jejuns, meditação ou mesmo pelo adorcismo. O monge taoista, isolado na montanha, apresenta algumas destas características. Marcel Granet refere que “o pensamento dos primeiros autores taoistas não pode ser explicado sem ter em conta a prática do êxtase”9. Este autor estabelece uma relação directa entre taoismo e xamanismo: “o êxtase descrito pelos pensadores taoistas (…) em nada difere do transe e dos procedimentos mágicos graças aos quais os feiticeiros chineses, herdeiros de um antigo xamanismo, acresciam a sua santidade, aumentavam o seu poder e afinavam a sua substância”10. Os mestres do taoismo dissertam longamente sobre a arte da longa vida. Trata-se de uma ideia, ainda hoje presente entre os chineses, que mergulha nas brumas do tempo e encontra a sua origem nos primórdios da religião na China. Significativamente, os ritos da longa vida surgem enquadrados pelas festas da longa noite. O taoismo, antes de ser uma especulação filosófica sobre o mundo, enquadra as suas práticas mais antigas em costumes religiosos que nunca foram sistematicamente organizados, mas que existem um pouco por toda a parte e são considerados como uma das primeiras formas de comunicação com o sagrado. Estes monges, voluntariamente desterrados nos ermos e nas montanhas, são um dos pontos de paragem dos percursos de Li Bai. O poeta refere-se à tristeza de procurar um velho mestre e não o encontrar: “Ninguém sabe dizer por onde andará o monge: apoio-me nuns pinheiros, absorto, desapontado.”11 Sob a melancolia, surge também o pressentimento de uma tristeza irreparável, relacionada com a distância entre o ego e o mundo, apesar da eterna demanda que, desta forma, adquire um carácter eminentemente trágico. Em certos poemas de Li Bai a figura do monge adquire as feições de um deus silencioso e teimosamente invisível. A sua ausência agrava a solidão do discípulo, é um acréscimo de individualidade, fornece-nos a poderosa imagem de um homem que, dolorosamente só, encara a natureza e os mistérios.
Hoje Macau SociedadeDSEDJ | Alunos de Tanzhou regressam hoje às aulas Os alunos e docentes que frequentam o ensino de Macau e vivem na Vila de Tanzhou, em Zhongshan, estão autorizados a partir de hoje a regressar às aulas presenciais. A decisão foi anunciada no sábado pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, após ter auscultado os pareceres dos Serviços de Saúde, decidiu que os estudantes e o pessoal docente e não docente das instituições do ensino superior e das escolas do ensino não superior de Macau, residentes nessa vila, vão também retomar as aulas e o ensino presencial no dia 7 de Março”, pode ler-se no comunicado. A decisão surgiu depois de as autoridades terem concluído que a situação em Tanzhou é estável, uma vez que também nesta vila do Interior as aulas vão ser hoje retomadas. Para este desfecho terá ainda pesado o facto de os testes realizados em Macau terem resultados negativos. A DSEDJ voltou também a insistir na vacinação de docentes, crianças e pais. “Tendo em conta a gravidade da situação epidémica nas regiões vizinhas, assim como a existência de casos mortais e de doenças graves resultantes da infecção com o novo tipo de coronavírus relacionados com crianças, a DSEDJ vem novamente apelar a pais e encarregados de educação para que vacinem o mais rápido possível os seus educandos com idade igual ou superior a 3 anos”, foi apelado. Segundo a DSEDJ a vacinação contribui para proteger a saúde e segurança dos agentes escolares.
Hoje Macau EventosGastronomia | Macau volta a receber cerimónia dos “50 melhores restaurantes da Ásia” O território vai receber, pela terceira vez, os prémios “50 melhores restaurantes da Ásia”, numa cerimónia online realizada dia 29 onde serão anunciados os nomes dos vencedores da edição deste ano. Além da cerimónia dos prémios, vários eventos vão decorrer em simultâneo e presencialmente em Banguecoque e em Tóquio. No fórum de gastronomia, as “50 melhores conversas”, sob o título “Espaço para pensar”, vão levar vários chefes de cozinha e profissionais do ramo a debater as características únicas da cozinha asiática e novas ideias para o desenvolvimento sustentável da indústria culinária, indicou, em comunicado, a Wynn Resorts que, tal como em 2018 e 2019, acolhe os prémios. No ano passado, numa lista liderada pelo “The Chairman”, de Hong Kong, apenas um restaurante de Macau, o “Wing Lei Palace”, situado no casino Wynn Palace, obteve o 50.º lugar, depois de ter figurado em 22.º na classificação de 2020, a qual incluía também o “Sichuan Moon” (23.º), também naquele casino da operadora Wynn. Macau entrou para a Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) na área da Gastronomia em 31 de Outubro de 2017, juntando-se às cidades chinesas de Chengdu e Shunde. A lista dos 50 melhores restaurantes asiáticos é votada por um comité de 300 membros, incluindo especialistas de restauração, escritores especializados em gastronomia, ‘chefs’ e donos de restaurantes de toda a região asiática. Lançada em 2013, esta é uma adaptação regional da lista dos “50 melhores restaurantes do mundo”, publicada pela Restaurant Magazine, da empresa William Reed Business Media, desde 2002.