Hoje Macau China / ÁsiaChina deve abdicar de “combater o vírus a qualquer custo”, diz especialista A China deve abdicar de “combater o vírus a qualquer custo”, defendeu hoje o epidemiologista Zhang Wenhong, numa altura em que o país voltou a impor restritas medidas de confinamento face ao aumento dos casos. O especialista, um dos rostos mais conhecidos no combate à pandemia no país asiático, explicou, através da sua conta na rede social Weibo, que normalizar a vida da população deve receber a mesma atenção que o combate à pandemia. A estratégia chinesa baseia-se no encerramento praticamente total das fronteiras, isolamento de todos os infetados e contactos próximos, e medidas de confinamento e testes em massa sempre que um caso é detetado. As declarações de Zhang ocorrem numa altura em que a cidade de Xangai soma um número sem precedentes de infeções. A cidade detetou, nas últimas 24 horas, mais de 900 casos assintomáticos. Vários bairros foram colocados sob confinamento. Zhang admitiu que a cidade “está a passar por dificuldades”. “Não posso fingir que não há dificuldades, mas estamos constantemente a aprender e melhorar, à medida que a pandemia muda”, apontou. Na mensagem, intitulada ‘O coronavírus não é assustador, mas combatê-lo é difícil’, Zhang apontou a dificuldade de “eliminar o vírus e sustentar a economia”, acrescentando que “Xangai não adotará uma abordagem uniforme” para todas as situações. Zhang afirmou que o trabalho da China contra a pandemia está “a entrar numa nova fase” e que as medidas, que implicam a “paralisia da atividade económica e da vida quotidiana de regiões inteiras”, vão ser “atualizadas”. Nas últimas semanas, algumas vozes na China sugeriram um possível ajuste na política de “tolerância zero” à covid-19, face à disseminação da variante altamente contagiosa Ómicron no país, que causou números sem precedentes de infeções desde o início de 2020. O epidemiologista Zeng Guang, ex-chefe do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, afirmou recentemente que “as restrições não durarão para sempre” e que a China “apresentará o seu roteiro para coexistir com o vírus no momento apropriado”. No entanto, o chefe do grupo de especialistas que lidera a estratégia chinesa, Liang Wannian, explicou esta semana à televisão estatal CCTV que a estratégia de zero casos, que proporciona à China “uma janela temporária” durante a qual “vacinas e medicamentos progridem”, permanecerá em vigor. O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu na semana passada que a estratégia do país contra a pandemia seja mais “científica e específica” e que o impacto “no desenvolvimento social e económico” seja minimizado. De acordo com os números oficiais, desde o início da pandemia, 139.285 pessoas foram infetadas no país, entre as quais 4.638 morreram.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China contra exclusão da Rússia da cimeira do G20 A China manifestou-se esta quarta-feira contra a exclusão da Rússia da próxima cimeira do G20, uma sugestão avançada pelos Estados Unidos e os países aliados, após a invasão da Ucrânia. “A Rússia é um importante país membro [do G20]. Nenhum membro tem o direito de expulsar outro país”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa. Pequim absteve-se de condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os países ocidentais estão a preparar novas sanções contra a Rússia. Na quinta-feira vão reunir-se em Bruxelas, no âmbito da NATO, do G7 e da União Europeia, um mês após a Ucrânia ter sido invadida pela Rússia. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou sobre uma possível exclusão do Presidente Vladimir Putin do G20, cuja próxima cimeira está marcada para a Indonésia no final do ano. “Sobre a questão do G20, digo simplesmente o seguinte: acreditamos que a Rússia não pode agir como se nada tivesse acontecido nas instituições internacionais e na comunidade internacional”, disse Sullivan. “Mas sobre instituições específicas e decisões específicas, gostaríamos de consultar os nossos aliados e parceiros nessas instituições antes de decidir”, acrescentou. O G20 ou Grupo dos 20 junta representantes das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,5 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasBoris Rýji – O último poeta do Império Soviético Apresentação e tradução de Astier Basílio In revistapiparote.com.br Boris Borisovich Rýji nasceu em 1974, na então Sverdlovsk, como era chamada, na época da União Soviética, de Ecaterimburgo, cidade de operários do ramo metalúrgico. Filho de um geólogo e professor universitário, Rýji passou a infância no bairro de Vtorchemet, na periferia. Foi o poeta que melhor descreveu os escombros da queda do império soviético e cantou a tristeza e a desilusão de sua geração pela perda do prometido futuro glorioso. Começou a escrever poesia aos 14 anos, mesma idade em que se consagrou campeão local de boxe, mas abandonou a atividade esportiva por não concordar com o rigor da preparação sugerido por seu treinador, com vistas a uma participação futura em outra competição. Profissionalmente, seguiu a profissão do pai. Para não ser convocado para o exército, seguiu nos estudos, vindo a concluir doutorado em geologia, em 2000. No ano em que aconteceu o colapso da União Soviética, em 1991, Boris Rýji casou-se com Irina Knyazeva, colega de turma na época da escola. Em 1993, nasceu Artyem, único filho do casal. Em 1992, os poemas de Boris Rýji começaram a ser publicados na região dos Urais, onde morava. O poeta chegou, inclusive, a assinar uma coluna sobre poesia contemporânea. A consagração veio em 2000, quando Boris Rýji foi vencedor de um prêmio nacional, o Antibooker. Havia sido publicado em Moscou. O sucesso começava a bater na sua porta. Mas o poeta, que vinha enfrentando problemas de alcoolismo, suicidou-se. Tinha apenas 26 anos. Tombou como os “primeiros soldados da Perestroika”, conforme ele próprio descreveu em um dos seus mais conhecidos poemas. Com o fim do regime, a Rússia engolfou-se numa avassaladora onda de violência e criminalidade. Sem perspectiva, a maioria dos amigos de infância de Boris entrou para o mundo do crime e morreu. Em outro famoso poema, Boris Rýji fala da “culpa por estar vivo”. No calor do momento, ao escrever sobre a morte do poeta, o crítico literário Aleksei Mashevski cunhou uma expressão que acompanha o Boris Rýji até hoje: a de último poeta soviético. Em 2008, foi lançado Boris Ryzhy (grafia em inglês), com direção de Aliona van der Horst. A película ganhou os prémios de melhor documentário nos festivais internacionais de Edimburgo, na Alemanha, e em Montreal, no Canadá. No filme, vemos a tensa relação do filho adolescente Artyem com o legado do pai. Todavia, ao chegar à idade adulta, Artyem reconciliou-se com a memória do pai. Infelizmente, o jovem também teve um destino trágico. Morreu de parada cardíaca, em 2020, em Israel, onde trabalhava como vendedor em um mercadinho. Ano passado, dois dos principais canais de televisão aberta da Rússia prepararam programas dedicados ao jubileu de 20 anos de morte do poeta. Rýji vem conquistando o público jovem. Poemas seus têm sido musicados por bandas de punk, declamados por rappers. E já está sendo rodado um filme de ficção sobre sua vida. A direção será de Semyon Serzin, encenador responsável por levar aos palcos “Como tão bem a gente viveu mal”, montagem baseada em poemas de Rýji, que cumpriu temporada em um dos mais importantes teatros de Moscou, o Gogol Center. Aliona van der Horst mantém ainda um site em homenagem a Rýji (www.borisryzhy.com), em que estão traduções de poemas em inglês, francês, italiano, holandês. Em 2018, foi publicado na Itália “E così via…”, traduzido por Laura Salmon. Ano passado, saiu na França: “La neige couvrira tout”, com tradução de Jean-Baptiste Para. As primeiras traduções em português de sua poesia são de nossa autoria. No prédio viviam ex-presos… No prédio viviam ex-presos, uma fábrica os aceitava… Eu, bitucas poeirentas, com meus amigos catava. Tão carinhosa a amizade, com toda força a valer me batiam com vontade era eu bom em bater Nós ficávamos sentados à entrada do quinto andar. Sempre juntos, lado a lado, mas nos separamos já. Lá jogamos carteado, lá bebemos vinho e por nós eram desprezados carteira e filme infantil. Nós devíamos estar com doze anos, mais ou menos. não nos separar juramos, apuro algum não tememos. … mas apuros têm seus lados, bem poucos nós contornamos. E um vizinho assassinado, vão na escada carregando Olhava no rosto deles, havia medo em seus rostos … O assassino não sou eu, meu doce amigo, por pouco. 1996 Às noites por lá, Iessiênin se lia… Às noites por lá, Iessiênin se lia Dominó jogavam, de um Porto se enchiam. Da delegacia um polícia desce Retirando o quepe, sentou-se de lado E por não ser um verme bebeu um bocado. O ano é oitenta. URSS. Fábrica de carne, a pracinha atrás, Lembro e não preciso lembrar disso mais. Daqui um mês escola, mas agora tudo É luz e é ar. O vento. O verão. “Compre um sorveti para você”. Na mão Está a moeda e no olhar, as nuvens. “Obrigadu”. E sai, para trás não olhei. Dezessete anos passaram, e eu voltei –Nem luz e nem ar. Muito embora a pracinha há. Agora, cadê todo mundo? Eu, tendo a fábrica de carne no fundo, Ajusto o casaco, levantando a gola. Nos anos oitenta, cheguei à conclusão Vocês viveram bem, houve palavrão Vinho e Iessiênin estimados foram. Tornaram-se em sombras, os que faleceram. Mas em minha alma vivem ainda Iessiênin, URSS, dominó e os escombros. 1997 Fabulosos anos e neles a gente… Fabulosos anos e neles a gente O ar por cerveja substituía E ela, como ar, desaparecia, Mas acontecia de ocorrer às vezes Por trás do mercado, quando anoitecia, Conversa tranquila, em pé, no local. E como tão bem a gente viveu mal, Com cigarro aceso em meio à ventania. E, sem ser privada de embelezamento, Muito embora tenha rude tessitura, A vida fez grades de uma forma burra, com filas de caixas que há em nós, por dentro. E tão somente o céu é quem, pode ser, Mirou de uma forma doce e atentamente Quem lidou de um jeito um tanto displicente Com a maravilha do verbo VIVER. 1997
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Xangai pede aos moradores que não entrem em pânico Xangai pediu hoje calma aos moradores, face ao crescente “pânico” causado pelo aumento de casos de covid-19, que levou à conversão de estádios em centros de quarentena. Vários distritos da cidade já foram confinados, mas muitos moradores temem uma quarentena generalizada e começaram a armazenar alimentos. A China está a atravessar o seu surto de covid-19 mais grave desde o surto inicial na cidade de Wuhan, no primeiro trimestre de 2020. Nas últimas 24 horas, a altamente contagiosa variante Ómicron causou mais de 5.000 novos casos no país. Trata-se de um número pequeno, comparado com outras partes do mundo, mas considerável para a China, que segue oficialmente uma estratégia de tolerância zero à covid-19. Xangai foi responsável por um quinto do total dos novos casos, quase todos assintomáticos. O nervosismo dos habitantes aumentou após o anúncio da conversão de pelo menos dois estádios cobertos em centros de quarentena, suscitando receios de medidas mais restritivas, como a imposição de um confinamento geral na cidade, que tem 25 milhões de habitantes. “Esperamos que as pessoas não acreditem ou espalhem rumores, especialmente rumores que podem causar o pânico”, disse o chefe do departamento municipal de saúde, Wu Jinglei, em conferência de imprensa. As autoridades disseram que o abastecimento de bens alimentares está assegurado. Uma plataforma de comércio eletrónico disse, no entanto, estar sobrecarregada. “As pessoas que costumavam comprar no supermercado estão agora a comprar ‘online’ e a procura explodiu”, disse uma porta-voz do grupo Dingdong Maicai.
Hoje Macau China / ÁsiaEncontrada uma caixa–negra do avião que caiu no sul da China A China disse hoje que foi encontrada uma das duas caixas-negras, que contêm os dados de voo e os gravadores de voz da cabina, do avião que caiu no sul do país na segunda-feira. O Boeing 737-800 da companhia China Eastern Airlines, com 132 pessoas a bordo, caiu perto da cidade de Wuzhou, na região autónoma de Guangxi. O voo partiu da cidade de Kunming, na província de Yunnan, sudoeste da China, com destino final em Cantão, sul do país. A bordo seguiam 123 passageiros e nove tripulantes, indicou a Administração da Aviação Civil da China. De acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, não foram encontrados, até agora, quaisquer sobreviventes, no desastre aéreo mais mortal da China em décadas. A caixa–negra está, no entanto, gravemente danificada. As autoridades não conseguem identificar se é o gravador de dados de voo ou de voz da cabina. Mao Yanfeng, diretor da divisão de investigação de acidentes da Autoridade de Aviação Civil da China, disse em conferência de imprensa que estão agora à procura da outra caixa–negra. A recuperação daqueles aparelhos é considerada chave para descobrir o que causou o acidente. A busca por pistas foi suspensa hoje, quando a chuva cobriu o campo de destroços. As autoridades usaram veículos aéreos não tripulados (‘drones’), ferramentas manuais e cães farejadores nas encostas densamente florestadas, em busca dos gravadores de voz da cabina e dados do voo. Familiares de passageiros começaram a chegar hoje à vila nas proximidades da zona de embate, onde, juntamente com os repórteres no local, foram parados pela polícia e autoridades, que usaram guarda-chuvas abertos para bloquear a visão do local. Os investigadores dizem que é ainda muito cedo para especular sobre as causas do acidente. O avião entrou numa queda quase na vertical, uma hora após a partida. Um controlador de tráfego aéreo tentou entrar em contacto com os pilotos várias vezes, depois de ver a altitude do avião cair drasticamente, mas não obteve resposta, disse Zhu Tao, diretor do Escritório de Segurança da Aviação da Autoridade de Aviação Civil da China. “Até agora, não foram encontrados sobreviventes”, disse Zhu. O Boeing 737-800 voa desde 1998 e tem um bom histórico de segurança. É um modelo anterior ao 737 Max, que ficou parado em todo o mundo por quase dois anos após acidentes mortais, em 2018 e 2019. A China, um dos três principais mercados de aviação civil do mundo, não registava um acidente aéreo com mais de cinco mortes desde 2010, até à queda do Boeing 737-800, na segunda-feira. Em 24 de agosto de 2010, um Embraer ERJ 190-100, operado pela Henan Airlines, com 96 pessoas a bordo despenhou-se, já na aproximação à pista, quando se preparava para aterrar em Yichun, no nordeste do país. No acidente e no incêndio que deflagrou morreram 44 pessoas, enquanto 52 sobreviveram. Os investigadores atribuíram o acidente a um erro do piloto, que estava a aterrar à noite, com visibilidade reduzida.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo em Taiwan de magnitude 6,7 causa um ferido e destrói ponte em construção Um sismo de magnitude 6,7, registado hoje ao largo das costas de Taiwan, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), causou um ferido e destruiu uma ponte em construção no leste da ilha. De acordo com o USGS, que estimou inicialmente a magnitude em 6,9, o hipocentro registou-se a uma profundidade de dez quilómetros e a cerca de 70 quilómetros a sul de Hualien, ao largo do litoral da ilha, onde foi sentido em grande parte do território. O ferido foi levado para o hospital, indicou a agência de combate a incêndios de Taiwan, na página na rede social Facebook, dando conta do desmoronamento de uma ponte em construção em Hualien. Os serviços meteorológicos da ilha constataram um primeiro abalo de magnitude 5,4 às 01:06, seguido à 01:41 por um sismo de magnitude 6,6. Dois minutos mais tarde, ocorreu uma réplica de magnitude 6,1. O Governo enviou alertas para os telemóveis dos habitantes da ilha, situada na junção de duas placas tectónicas. Sismos de magnitude 6 ou mais podem implicar um elevado número de vítimas mortais, mas os efeitos dependem da localização e da profundidade a que ocorrem. Em janeiro, um sismo de magnitude 6,2 foi registado ao largo da ilha, sem causar vítimas ou danos materiais. Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 causou 17 mortos e mais de 300 feridos em Hualien.
Hoje Macau China / ÁsiaXiaomi com lucros de mais de 19 milhões de yuan, menos 5 por cento face a 2020 A empresa tecnológica chinesa Xiaomi registou um lucro líquido de 19.339 milhões de yuan em 2021, menos 5% do que no ano anterior, foi ontem anunciado. Num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, a empresa observa que, excluindo fatores como a redução tanto de pré-pagamentos como de outros créditos e inventários, o lucro líquido teria aumentado em 69,5%. “Em 2021, apesar da escassez global de componentes chave (tais como semicondutores) e do impacto continuado da pandemia da covid-19, mantivemo-nos concentrados na execução das nossas estratégias comerciais”, disse a empresa. O volume de negócios aumentou 33,5% para 328.309 milhões de yuan. A empresa continua a obter a maior parte das suas receitas do seu negócio de ‘smartphones’, que avançou 37,24% para 208.869 milhões de yuan. De facto, o volume de negócios obtido neste segmento aumentou o seu peso no total da empresa, passando de 61,9% para 63,6%. De acordo com dados da empresa de consultoria Canalys, a empresa de tecnologia registou um crescimento anual de 28% nas vendas em 2021, que atingiram 191,2 milhões de unidades em todo o mundo, dando-lhe o terceiro lugar – atrás da Samsung e da Apple – com uma quota de mercado de 14%. As receitas dos “produtos estilo de vida e Internet of Things (IoT)” da Xiaomi aumentaram 26,1%, enquanto as dos serviços de Internet cresceram ligeiramente menos, com 18,8%. Em 2021, as receitas da Xiaomi nos mercados estrangeiros aumentaram 33,7% para quase metade do total, 49,8%, o mesmo valor que no ano anterior. A empresa salienta que a maioria dos seus negócios no estrangeiro provém dos mercados indiano e europeu, embora também tenha destacado o crescimento significativo de 94% das suas vendas na América Latina, onde é o terceiro maior vendedor de smartphones. A Xiaomi também indicou no comunicado que, apesar de ter aumentado o seu volume de negócios em 21,4% no último trimestre, o lucro caiu 72,2% para 2.442,5 milhões de yuan. Alguns dos planos futuros, como a entrada no mercado de veículos elétricos, estão a progredir “mais rapidamente do que o previsto”, embora a empresa ainda mantenha uma data prevista para o início da produção em massa no início de 2024. A Xiaomi anunciou a iniciativa de competir no setor em março, com um investimento inicial de cerca de 10.000 milhões de yuan, e em novembro assinou um acordo com as autoridades da cidade de Pequim para construir uma fábrica para produzir até 300.000 automóveis elétricos por ano. A empresa confirmou ontem que não pagará dividendos do exercício financeiro de 2021.
Hoje Macau SociedadeRestauração | Apresentação de teste negativo pode gerar falências No seguimento de ter sido anunciado que eventos ou refeições com mais 200 pessoas têm de garantir que os participantes apresentam um teste negativo à entrada, o responsável por um restaurante disse ao jornal Ou Mun temer que a nova medida leve ao encerramento do espaço. Isto, quando para o responsável não é claro se a regra também é aplicável, por exemplo, se o espaço acolher simultaneamente dois grupos de 100 pessoas e sobre quem recairá a responsabilidade de fiscalizar se clientes e funcionários estão na posse de um teste negativo. “Quem é que irá fazer um teste para tomar apenas uma refeição?”, questionou. Também ao jornal Ou Mun, Pang Man Hoi, presidente da Associação de Casamentos e Banquetes de Macau, revelou que o anúncio repentino da medida levou já ao cancelamento de vários eventos e que é “muito difícil” para os clientes avisarem todos os convidados acerca da exigência. Pang Man Hoi apontou ainda que, tendo em conta a nova medida, o número de postos de testagem em Macau é insuficiente e que, devido à actual conjuntura económica, a medida só irá incentivar ainda mais os residentes a adiar a realização de casamentos e outros eventos.
Hoje Macau China / ÁsiaCientistas pedem que Hong Kong abandone estratégia de ‘zero casos’ Os principais cientistas de Hong Kong pediram ontem às autoridades do território que abandonem a estratégia de “zero casos” de covid-19 da China, para que o centro financeiro não se converta num “porto fechado para sempre”. “Os últimos dois meses foram uma experiência muito dolorosa e não podemos mais esperar”, disse Gabriel Leung, que lidera uma equipa de cientistas que fazem pesquisas sobre o novo coronavírus. Na segunda-feira, a Chefe do Executivo, Carrie Lam, anunciou a flexibilização das restrições, a partir de Abril – principalmente no que diz respeito aos voos internacionais e à duração da quarentena na chegada ao território -, mas não apresentou uma estratégia para sair da crise. Hong Kong enfrenta um surto sem precedentes desde o aparecimento, no início de Janeiro, da altamente contagiosa variante Ómicron. Leung, reitor da Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong, é um especialista do Governo referido regularmente por Lam. O reitor pediu para a cidade considerar a covid-19 como uma doença endémica e focar-se na vacinação, caso contrário a região “permanecerá um porto fechado para sempre”. Este é o “caminho mais seguro, porque não sabemos se a próxima variante será mais fraca ou mais forte do que as que conhecemos”, argumentou. Maré alta Tal abordagem equivaleria a um afastamento da estratégia chinesa. Mas o Presidente Xi Jinping recusou na semana passada abdicar da política de tolerância zero à covid-19, numa altura em que o seu país enfrenta o pior surto epidémico desde 2020, optando antes por confinar dezenas de milhões de habitantes. A equipa de Leung estima que cerca de 4,4 milhões de pessoas em Hong Kong, uma das cidades mais densamente povoadas do mundo, ou 60 por cento da população, foram infectadas desde o início da vaga da Ómicron, em Janeiro. Os números oficiais mostram mais de um milhão de casos e quase 6.100 mortes desde Janeiro, principalmente entre a população idosa não vacinada. Desde o início da pandemia, a cidade de 7,4 milhões de habitantes aplicou uma política rígida de “zero casos”, à semelhança da China. Mas desde o aparecimento da variante Ómicron, no início de Janeiro, os hospitais ficaram sobrecarregados e Hong Kong está agora entre os territórios desenvolvidos com uma das maiores taxas de mortalidade.
Hoje Macau EventosFundação Oriente | Serão celebra Dia Mundial da Poesia em português Mais de 20 pessoas, entre estudantes, professores e amantes da poesia, assinalam na sexta-feira o Dia Mundial da Poesia em Macau num serão literário com a leitura de obras em português. “É um encontro de pessoas que gostam de poesia e em que uns dizem poesia de sua autoria – nós tentamos privilegiar os poetas de Macau para divulgarem a sua poesia através da leitura – mas também há outras pessoas que dizem poesia [de outros autores]”, explicou Ana Paula Cleto, coordenadora da delegação de Macau da Fundação Oriente, que se associa no evento ao Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português do Departamento de Português da Universidade de Macau. Da Universidade de Macau, “seis ou sete alunos” sobem ao palco e, entre os autores convidados, encontram-se o jornalista Carlos Morais José, o fotógrafo António Duarte Mil-Homens e o poeta chinês Yao Jing Ming. “Mas quer-se espontâneo”, nota Ana Paula Cleto, referindo que, além dos convidados, o evento, “que tem sido organizado com alguma regularidade”, está ao alcance a todos aqueles que querem dizer poesia. “Tem sido sempre [poesia] de autores de língua portuguesa e penso que irá continuar a ser, mas não significa que tenha de ser restrito a autores de língua portuguesa”, afirma a responsável, frisando que este “é um evento aberto” à língua chinesa. “Mas também não há muita poesia chinesa traduzida para português”, sublinha Ana Paula Cleto. O serão literário, que se realiza na Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau, vai também ser celebrado com música, com elementos da banda da Casa de Portugal em Macau a cantarem obras de poetas portugueses em três momentos.
Hoje Macau EventosIIM | Gastronomia macaense promovida no Facebook O Instituto Internacional de Macau (IIM) criou uma página no Facebook, denominada “Cuzinhaçám di Macau”, com o intuito de promover a gastronomia macaense que foi classificada como Património Cultural Intangível da República Popular da China. A página tem por objectivo a partilha de receitas macaenses em formato texto, vídeo ou fotografia, visando “ampliar ainda mais o conhecimento da essência da gastronomia macaense” e permitir “a discussão de ideias” sobre o tema. Já estão disponíveis oito vídeos em chinês e português que ensinam as receitas de pratos típicos como galinha à portuguesa, porco balichão tamarinho, margoso lorcha, pudim de ovos, mousse de manga, entre outros pratos, e que são extraídas de um livro recentemente publicado. A produção dos vídeos esteve a cargo de António Pinto Marques, com o apoio da Fundação Macau. Nos últimos três meses os vídeos tiveram perto de 3.000 visualizações.
Hoje Macau PolíticaDSSOPT | Futuro do GDI será tratar de obras de iniciativa pública O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, revelou ontem que, no seguimento da reestruturação em curso nas Obras Públicas, as intervenções de iniciativa pública ficarão a cargo do Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI). Por outro lado, as obras de iniciativa particular ficarão a cargo da Direção de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). “Neste momento, as empreitadas das obras públicas, tanto podem ser (e são) executadas pelo GDI, como pelas Obras Públicas. Então, aproveitámos esta ocasião para passar o GDI, de equipa de projecto para uma direcção de serviços e concentrar, no futuro, tudo o que são empreitadas de obras públicas. Ou seja, tudo o que são obras de iniciativa particular é com as Obras Públicas e tudo o que são obras de iniciativa pública farão parte do GDI”, apontou ontem o secretário à saída de uma reunião na Assembleia Legislativa. Ainda sobre a reestruturação das Obras Públicas, Raimundo do Rosário explicou que o facto de o GDI passar a ser uma direcção de serviços, não tem como objectivo “aumentar o quadro de pessoal”. “O objectivo não passa por aumentar o pessoal, até porque, com as restrições financeiras em curso, o pessoal é aquele que é”, explicou o secretário. Recorde-se que, no domingo, a TDM-Rádio Macau, avançou que o GDI se vai passar a chamar Direcção de Obras Públicas e a DSSOPT passará a chamar-se Direcção da Construção Urbana. No entanto, ontem, Raimundo do Rosário não comentou as alterações. Outra novidade prende-se com a criação do departamento de electromecânica, que servirá para regulamentar “elevadores, escadas rolantes e outro tipo de instalações”, matéria que integra o regime jurídico de segurança dos ascensores e está a ser analisado pela 1ª Comissão Permanente.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo Alibaba aumenta plano de recompra de ações para 25 mil milhões de dólares O grupo chinês Alibaba anunciou hoje um aumento do plano de recompra de ações para 25 mil milhões de dólares, visando estimular a confiança dos investidores, após ter sido alvo de escrutínio regulatório. A empresa de comércio eletrónico, fundada pelo magnata Jack Ma, perdeu cerca de 65% da capitalização de mercado, desde que as autoridades chinesas cancelaram a oferta pública inicial do Ant Group, a tecnológica financeira do grupo, em novembro de 2020, desencadeando meses de escrutínio regulatório. O Alibaba disse, em comunicado, que vai aumentar a recompra de ações de 15 mil milhões de dólares para 25 mil milhões nos próximos dois anos. A empresa já recomprou 9,2 mil milhões de dólares em ações como parte do programa. As ações do Alibaba na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram quase 5% no início da tarde, após o grupo ter anunciado o plano. As ações subiram mais de 40%, desde a semana passada, depois de o vice-primeiro-ministro chinês Liu He ter feito uma rara intervenção, na tentativa de tranquilizar os investidores, garantido que Pequim em breve terminará a sua campanha de “retificação” das grandes plataformas de tecnologia do país. O Conselho de Estado da China reiterou na segunda-feira as promessas de Pequim de impulsionar o crescimento e proteger os mercados financeiros de decisões políticas. Os crescentes riscos geopolíticos relacionados à invasão da Ucrânia pela Rússia e o escrutínio dos reguladores norte-americanos sobre a auditoria das empresas chinesas cotadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque agravaram a volatilidade no mercado, nas últimas semanas. Daniel Zhang, presidente – executivo do grupo, disse repetidamente que as ações do Alibaba estão subvalorizadas e que a empresa continuará a recomprar ações. Os registos públicos também indicam que Ma e Joe Tsai, vice-presidente executivo, desaceleraram as vendas de ações. Tsai não vendeu nenhuma ação no segundo semestre de 2021 e Ma vendeu apenas cerca de 10 milhões de ações durante o ano, aproximadamente metade do valor em anos anteriores. O preço das ações relativamente barato atraiu investidores conhecidos, como o vice-presidente da Berkshire Hathaway, Charlie Munger, mas a empresa ainda não eliminou o ceticismo de muitos analistas de Wall Street. O Alibaba reportou o crescimento de vendas trimestral mais lento no quarto trimestre de 2021, desde que começou a negociar em bolsa em 2014, com um aumento das receitas de 10%, em termos homólogos – a primeira vez que o crescimento caiu abaixo de 20%. O principal negócio da empresa enfrenta crescente concorrência de grupos de comércio eletrónico como Pinduoduo e JD.com, e plataformas mais recentes, incluindo a Douyin – o nome do Tiktok na China -, que permite que celebridades da Internet vendam produtos por meio de transmissão de vídeo. O Alibaba recebeu uma multa recorde de 2,8 mil milhões de dólares por abusar da sua posição de mercado, no ano passado. A Ant Group continua também sob escrutínio regulatório.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai encerra torre Pérola do Oriente face a novo surto de covid-19 A Pérola do Oriente, um dos mais emblemáticos arranha-céus de Xangai, encerrou hoje, devido a um surto de covid-19 detetado na “capital” económica da China, que mantém uma política de “tolerância zero” a casos da doença. Com 468 metros de altura e uma estrutura central de formas esféricas, a torre de televisão é um marco da metrópole chinesa e recebe centenas de milhares de visitantes. O arranha-céus não adiantou uma data de reabertura. Também a Disney encerrou, esta semana, o parque temático em Xangai, até novo aviso. Xangai regista, atualmente, o maior número de casos de covid-19 desde o início da pandemia, o que levou as autoridades a isolar bairros inteiros e a lançar uma campanha de testes em massa. A cidade também anunciou o aumento temporário dos centros hospitalares que vão tratar pacientes com covid-19. A Comissão de Saúde da China diagnosticou 31 novos casos em Xangai, nas últimas 24 horas. Foram ainda diagnosticados 865 casos assintomáticos, que Pequim não contabiliza como casos confirmados. O Governo chinês contabilizou 4.638 mortos e 134.564 casos de covid-19, desde o início da pandemia.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão qualifica de “irracional” decisão russa de suspender negociações de paz na Ucrânia O primeiro-ministro japonês qualificou hoje de “extremamente irracional e totalmente inaceitável” a decisão da Rússia de suspender negociações de um tratado de paz, na sequência de sanções impostas por Tóquio devido à invasão da Ucrânia. As declarações de Fumio Kishida foram proferidas numa sessão do comité orçamental da Dieta (parlamento nipónico). O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, Hiokazu Matsuno, disse numa conferência de imprensa que tinha sido enviado um protesto ao embaixador russo no Japão, Mikhail Galuzin. “A invasão russa da Ucrânia é uma tentativa unilateral de alterar o ‘status quo’ [do território] pela força e é um ato que afeta a base da ordem internacional. É claramente uma violação do direito internacional e inaceitável”, acrescentou Matsuno. Desde o início da intervenção da Rússia na Ucrânia, Tóquio impôs sanções a uma dúzia de organizações e empresas russas, assim como a 76 cidadãos, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, e a 12 bielorussos, incluindo o chefe de Estado, Alexander Lukashenko. “Esta decisão é extremamente injusta, nunca será aceite e motiva o nosso mais forte protesto”, disse o porta-voz, que insistiu que para Tóquio não há nenhuma mudança na “linha diplomática básica” com a Rússia, país com o qual o Japão procura resolver uma disputa territorial relacionada com a soberania da parte sul das ilhas Curilhas, chamados Territórios do Norte no Japão, anexadas pela antiga União Soviética imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial. Depois de anos de aproximação, Tóquio e Moscovo concordaram, em 2018, em assinar o tratado de paz, embora em 2020 fosse aprovada uma emenda à Constituição da Rússia que impedia a transferência de qualquer parte do território. A soberania destas quatro ilhas é a principal razão pela qual os dois países ainda não assinaram um tratado de paz depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU. Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaQueda de Boeing é primeiro acidente aéreo com mais de cinco mortes na China desde 2010 A China, um dos três principais mercados de aviação civil do mundo, não registava um acidente aéreo com mais de cinco mortes desde 2010, até à queda do Boeing 737-800, na segunda-feira. Em 24 de agosto de 2010, um Embraer ERJ 190-100, operado pela Henan Airlines, com 96 pessoas a bordo despenhou-se, já na aproximação à pista, quando se preparava para aterrar em Yichun, no nordeste do país. No acidente e no incêndio que deflagrou morreram 44 pessoas, enquanto 52 sobreviveram. Os investigadores atribuíram o acidente a um erro do piloto, que estava a aterrar à noite, com visibilidade reduzida. A segurança da indústria no país asiático melhorou bastante, depois da ocorrência de uma série de acidentes mortais nas décadas de 1990 e 2000. As Forças Armadas chinesas sofreram alguns acidentes fatais, mas poucos detalhes estão disponíveis. A queda do voo MU5735 na segunda-feira, numa encosta arborizada, perto da cidade de Wuzhou, no sul da província de Guangxi, ocorreu cerca de uma hora depois de o voo partir de Kunming, capital da província vizinha de Yunnan. A bordo seguiam 132 pessoas, 123 passageiros e nove tripulantes, indicou a Administração da Aviação Civil da China. De acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, não foram encontrados, até agora, quaisquer sobreviventes, no desastre aéreo mais mortal da China em décadas. A companhia aérea China Eastern, que operava o voo, é uma das quatro principais transportadoras chinesas, juntamente com a Air China, a China Southern Airlines e o grupo HNA. Fundada em 1995, a empresa tem sede no Aeroporto Internacional de Pudong, em Xangai. A frota de 749 aeronaves inclui 291 da série Boeing 737, de acordo com um relatório publicado em meados de 2021. A transportadora tem 79.913 funcionários, principalmente na China, e transportou 44,3 milhões de passageiros no primeiro semestre de 2021. A China Eastern registou uma perda de 5,4 mil milhões de yuans (772 milhões de euros) no primeiro semestre de 2021. As operadoras sofreram pesadas perdas financeiras, face à pandemia da covid-19. O Governo chinês mantém uma estratégia de “tolerância zero” que reduziu em 98% as viagens internacionais. As viagens domésticas são também frequentemente interrompidas por medidas de confinamento e restrições nas deslocações internas. O número de passageiros na China ultrapassou os Estados Unidos em 2020, pela primeira vez, de acordo com a companhia Boeing. Isto ocorreu, em parte, porque a China foi o primeiro grande país a retomar as viagens internas, depois do surto inicial de covid-19 em Wuhan, no centro do país. A Boeing previu um crescimento anual de tráfego aéreo de 5,4% e disse que a China deve responder por um sexto da futura capacidade adicional das companhias aéreas. O país asiático é um dos mercados mais importantes para a norte-americana Boeing e para a rival europeia Airbus. As construtoras disseram esperar que as operadoras chinesas impulsionem as vendas à medida que a procura nos Estados Unidos e na Europa diminui. O Partido Comunista Chinês quer também que as construtoras chinesas passem a competir, com aparelhos de fabrico próprio, para fornecimento interno e, eventualmente, exportar no futuro. A estatal COMAC, ou Commercial Aircraft Corp. of China, lançou um jato de curto alcance, o ARJ21, para 105 passageiros, e o C919, que é maior, mas de curto alcance, com 190 assentos. A empresa disse estar a trabalhar num avião de corredor duplo de longo alcance, o C929, para 290 passageiros.
Hoje Macau China / ÁsiaZhuhai | Surto ligado a produtos vindos dos EUA e Europa O Centro de Controlo de Prevenção de Doenças de Zhuhai conclui que o surto de covid-19 ocorrido em Janeiro terá tido origem em material dentário importado, tal como dentaduras, dos Estados Unidos e Europa. O comunicado, divulgado pelo portal China CDC Weekly, aponta que o primeiro caso deste surto foi detectado numa mulher de 34 anos que trabalha na empresa que importou os produtos. A paciente começou a ter sintomas de covid-19 a 8 de Janeiro, sendo que o seu marido e dois filhos, ambos a estudar no ensino infantil e primário, apresentaram sintomas dias depois. “Identificámos o surto como tendo origem num contágio familiar que se espalhou por jardins de infância, escolas e empresas”, pode ler-se. A empresa em questão disponibiliza produtos dentários “importados, via encomenda, da Europa e América”. “O primeiro caso foi um funcionário da empresa, que terá ajudado a recolher os produtos sem usar protecção (como máscaras e luvas) entre 1 e 11 de Janeiro”, pode ler-se. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças recolheu, a 16 de Janeiro, um total de 670 amostras nesta empresa. “Suspeitamos que as dentaduras e membranas dentárias oriundas do estrangeiro foram fontes possíveis de infecção”, apontam os responsáveis, que prometem continuar com estudos. “A detecção precoce e as acções de isolamento tiveram um papel fundamental na contenção da variante ómicron. Se o surto nos jardins de infância e escolas primárias não tivesse sido travado a tempo, poderia espalhar-se facilmente na comunidade”, apontam os autores da investigação.
Hoje Macau Eventos“CODA” vence prémio da Associação de Produtores em antecipação aos Óscares O filme “CODA – No Ritmo do Coração” foi o grande vencedor da 33.ª edição dos Prémios da Associação de Produtores (PGA, na sigla inglesa), a penúltima paragem antes dos Óscares que a Academia entrega a 27 de Março. O Prémio Darryl F. Zanuck para Melhor Produção de Longa-Metragem é considerado um dos mais fortes indicadores do filme que vai vencer os Óscares. Nos últimos 13 anos, apenas por três vezes o título que recebeu este prémio não coincidiu com o que viria a obter o Óscar de Melhor Filme. “CODA”, com argumento e realização de Siân Heder, é protagonizado por Emilia Jones, Marlee Matlin, Daniel Durant e Troy Kotsur e conta a história de uma família de surdos em que a adolescente Ruby é o único membro que consegue ouvir. O filme da plataforma de streaming Apple TV+ já tinha vencido o Prémio do Sindicato dos Atores (SAG) e bateu “O Poder do Cão”, até aqui considerado o favorito ao Óscar de Melhor Filme, na mais elevada distinção da Associações de Produtores. Na gala que decorreu esta madrugada no Fairmont City Plaza, em Los Angeles, os Prémios PGA foram entregues aos produtores que mais se distinguiram no último ano em Hollywood, tanto no cinema como na televisão. No cinema, além de “CODA”, foram distinguidos os produtores do filme de animação “Encanto”, da Walt Disney Pictures – que teve a participação do artista de iluminação luso-americano Afonso Salcedo – e do documentário “Summer of Soul”. Ambos são considerados favoritos para os Óscares. No pequeno Na ficção para televisão, as estatuetas foram atribuídas aos produtores de “Succession” para Melhor Drama (HBO), “Ted Lasso” para Melhor Comédia (Apple TV+) e “Mare of Easttown” para Melhor Minissérie (HBO). Já “The Beatles: Get Back” venceu na categoria de não-ficção (Disney+), “Last Week Tonight with John Oliver” foi o melhor na categoria de variedades (HBO) e o filme documental “Tom Petty, Somewhere You Feel Free” venceu o prémio para Melhor Filme para televisão ou streaming. A cerimónia atraiu alguns dos maiores nomes da indústria e os protagonistas dos títulos mais cotados este ano, como Will Smith, Jessica Chastain, Kristen Stewart, Lin-Manuel Miranda, Andrew Garfield, Jamie Dornan e Marlee Matlin. O evento incluiu ainda um Prémio Carreira para George Lucas e Kathleen Kennedy, a atual presidente da Lucasfilm, apresentado pelo realizador Steven Spielberg. “O meu desejo é que vocês sintam o impacto que ele teve na vossa vida, e nas vidas dos vossos filhos e netos”, disse Spielberg sobre o trabalho de George Lucas. “E sim, George, estamos na idade em que os bisnetos estão a ver ‘A Guerra das Estrelas’ pela primeira vez”. A Associação de Produtores entregou também o Prémio Visionário a Issa Rae, o Prémio Stanley Kramer a Rita Moreno pela carreira e activismo, o Prémio Norman Lear a Greg Berlanti pelo seu trabalho em televisão, e o Prémio David O. Selznick a Mary Parent pelo seu trabalho no cinema.
Hoje Macau PolíticaFu Ziying na Comissão de Defesa da Segurança do Estado O director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central, Fu Ziying, e o subdirector e o director-geral, Zheng Xincong e Yin Shuhua, foram nomeados pelo Governo Central para a Comissão de Defesa da Segurança do Estado da RAEM. Ho Iat Seng prometeu fazer tudo para apoiar o trabalho dos membros do Governo Central em Macau. “O Chefe do Executivo […] garante apoiar, integralmente, o trabalho dos assessores da Comissão de Defesa da Segurança do Estado da RAEM, cumprir, em conjunto, a responsabilidade constitucional de defesa da segurança nacional, defender firmemente a soberania, segurança e interesses do desenvolvimento nacional e proteger resolutamente a prosperidade e estabilidade de Macau, a longo prazo”, pode ler-se no comunicado emitido ontem. Ho Iat Seng afirmou ainda que as nomeações cumprem escrupulosamente a “Constituição Nacional” e a “Lei Básica de Macau”.
Hoje Macau China / ÁsiaEleições/Timor-Leste | Ramos-Horta vence com 46,58%, à frente de actual Presidente José Ramos-Horta venceu a primeira volta das eleições presidenciais de sábado em Timor-Leste, com 301.481 votos (46,58%), o que obriga à realização de uma segunda volta em 19 de abril, segundo dados finais provisórios. Dados do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) – que vão ser agora confirmados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) – mostram que o atual chefe de Estado, Francisco Guterres Lú-Olo, foi segundo, com 143.408 votos (22,16%). Em terceiro ficou a atual vice-primeira-ministra, Armanda Berta dos Santos, com 56.289 votos (8,7%). O ex-comandante das forças armadas Lere Anan Timur foi o quarto mais votado com 48.959 votos (7,57%), à frente do deputado Mariano Sabino, do Partido Democrático (PD), com 47.008 votos (7,26%). Os restantes 11 candidatos, nas mais concorridas eleições de sempre, somam entre si 7,73% dos votos, segundo este escrutínio provisório. A taxa de abstenção nas eleições de sábado foi de 22,74%, mais baixa que os 28,84% registados nas presidenciais de 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping “em choque” com queda de avião O avião da China Eastern Airlines que se despenhou hoje quando viajava entre as cidades chinesas de Kunming (sudoeste) e Cantão levava 132 pessoas a bordo, e não 133 como inicialmente noticiado pela televisão estatal chinesa CCTV. O Presidente chinês, Xi Jinping, declarou-se “em choque” e apelou para que “sejam determinadas o mais rapidamente possível as causas do acidente”, noticiou a agência Nova China. Também Li Keqiang, primeiro-ministro do país, apelou aos esforços “para consolar as famílias das vítimas e providenciar-lhes assistência”. O primeiro-ministro disse ainda, segundo a Xinhua, que as autoridades devem ser responsáveis pela divulgação de informação precisa em tempo útil, além de recolherem provas da causa do acidente e reforçarem as medidas de segurança no sector da aviação. A partir dos Estados Unidos, a Boeing indicou estar a esforçar-se “por reunir mais informações”. De acordo com o grupo de informação financeira Yicai, a China Eastern Airlines, a segunda maior companhia do país, decidiu não esperar pelos resultados da investigação e suspender todos os seus aparelhos 737-800 a partir de terça-feira. O Boeing-737 caiu perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi (sul), e “causou um incêndio” nas montanhas, informou a CCTV, acrescentando que as equipas de resgate foram enviadas para o local. Ainda não foi divulgado qualquer balanço daquele que poderá ser o acidente de aviação com mais vítimas no país desde 1994, mas o Presidente, Xi Jinping, já reagiu, o que é invulgar num dirigente chinês. Num comunicado, a companhia aérea China Eastern Airlines “prestou homenagem aos mortos” na queda do avião. Segundo o ‘site’ especializado FlightRadar24, o aparelho perdeu em três minutos cerca de 8.000 metros de altitude, antes de desaparecer do radar após as 14:22 locais. O voo MU5735 da companhia de Xangai tinha descolado pouco depois das 13:00 locais da cidade de Kunming, no sudoeste da China, e tinha como destino Cantão, no sul, a cerca de 1.300 quilómetros. O 737-800, que transportava 123 passageiros e nove tripulantes, “perdeu o contacto sobre a cidade de Wuzhou”, na região montanhosa de Guangxi, indicou a Agência Chinesa da Aviação Civil (CAAC). O embate do avião “provocou um incêndio” na montanha, noticiou a televisão pública chinesa CCTV, que transmitiu imagens dos bombeiros a dirigir-se para o local do acidente através de uma zona montanhosa e arborizada, juntamente com a informação de que as chamas foram apagadas. “Todos os habitantes tomaram a iniciativa de ajudar as equipas de socorro. Toda a gente foi para a montanha”, relatou, Tang Min, proprietária de um estabelecimento comercial situado a cerca de quatro quilómetros do local do impacto, citada pela agência noticiosa francesa AFP. Os acidentes de aviação são relativamente raros na China, um país onde o tráfego aéreo se desenvolveu consideravelmente nas últimas décadas e onde as medidas de segurança são geralmente rigorosas. O último grande acidente no país ocorreu em agosto de 2010, quando um voo da companhia chinesa Henan Airlines se despenhou no nordeste do país fazendo 40 mortos. O maior número de vítimas num voo comercial data de 1994, quando um Tupolev 154 da China Northwest Airlines se despenhou pouco depois da descolagem de Xi’an, no norte do país, matando as 160 pessoas a bordo. Muitos passageiros chineses morreram também em março de 2014, aquando do enigmático desaparecimento do voo MH370 da Malaysian Airlines, com destino a Pequim. O acidente aéreo de hoje é mais um duro golpe para a empresa Boeing na China. Em março de 2019, o país foi o primeiro do mundo a ordenar às suas companhias para suspenderem os voos dos aparelhos 737 MAX, por razões de segurança. O anúncio surgiu na sequência de dois acidentes em poucos meses no estrangeiro, que fizeram 346 mortos. Quase três anos após esses reveses, o regulador chinês levantou finalmente em dezembro passado a sua interdição de voo ao Boeing 737 MAX, ignorando-se se esses aparelhos já retomaram os voos comerciais na China. A decisão era muito aguardada pela Boeing, para a qual a China é um importante mercado. O regulador condicionou o regresso do 737 MAX ao espaço aéreo chinês a modificações técnicas nos aviões, a fim de garantir a segurança dos voos. A China foi o último grande país a levantar a interdição de voo a este aparelho da Boeing.
Hoje Macau China / ÁsiaDisney encerra parque em Xangai face a pior surto desde o início da pandemia A Disney fechou hoje o parque temático em Xangai, numa altura em que as autoridades chinesas tentam controlar o maior surto de covid-19 registado na “capital” económica da China desde o início da pandemia. No sul do país, a cidade de Shenzhen permitiu a abertura de lojas e escritórios, visando retomar a produção. As cidades de Changchun e Jilin, no nordeste da China, iniciaram nova ronda de testes, em toda a cidade, após um aumento do número de infeções. Jilin apertou as restrições contra a doença, ordenando aos dois milhões de residentes que fiquem em casa. O número de casos registado na China é baixo, em comparação com outras partes do mundo, mas as autoridades chinesas adotam uma estratégia de “tolerância zero” à covid-19, aplicando medidas de confinamento e testes em massa, assim que um surto é detetado. O Governo chinês registou 2.027 casos, nas últimas 24 horas, acima dos 1.737 do dia anterior. Isto incluiu 1.542 casos na província de Jilin, onde as cidades de Changchun e Jilin estão localizadas. O governo de Xangai, a cidade mais populosa da China, com 24 milhões de pessoas, evitou o encerramento de empresas e instalações públicas em toda a cidade, mas apelou ao público para que fique em casa, se possível. O serviço de autocarros para a cidade foi suspenso e os visitantes são obrigados a apresentar um teste negativo para o vírus. A Disney disse que a Shanghai Disneyland, Disneytown e Wishing Star Park vão estar fechadas até novo aviso. Xangai registou 24 casos nas últimas 24 horas, com as autoridades a suspenderem o acesso a duas áreas residenciais e a realizar testes em massa em dezenas de outras. O governo de Shenzhen, centro financeiro e tecnológico adjacente a Hong Kong, anunciou que as empresas e os escritórios governamentais foram autorizados a reabrir hoje, enquanto as autoridades tomam medidas para tentar impedir o ressurgimento de casos. A cidade de 17,5 milhões de habitantes fechou todos os negócios, exceto aqueles que fornecem alimentos e outras necessidades, na semana passada, e disse à população para ficar em casa.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong reduz período de quarentena a partir de Abril A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou hoje uma série de medidas de combate à covid-19, que incluem a redução de quarentenas e o levantamento de proibições de alguns voos, noticiaram os ‘media’ locais. As alterações ao controlo fronteiriço entrarão em vigor a 1 de Abril, informou o jornal South China Morning Post. A atual exigência de quarentena de 14 dias para a maioria dos viajantes será reduzida para apenas sete dias, na condição de apresentarem resultados negativos dos testes no sexto e sétimo dias da quarentena obrigatória em hotéis designados. As regras de distanciamento social serão flexibilizadas em três fases, a partir de 21 de abril. A mudança abrangerá restaurantes, ginásios e outras empresas, bem como reuniões públicas. As escolas, entretanto, vão poder retomar as aulas presenciais, a partir de 19 de abril. Carrie Lam descartou igualmente a possibilidade de avançar para já com a testagem massiva da população. Em menos de três meses, Hong Kong registou quase um milhão de casos e 4.600 mortes, muitas entre idosos não vacinados. Segundo diferentes estimativas, metade dos 7,4 milhões de habitantes já foi infetada. O número de casos diários tem diminuído nos últimos dias, abaixo dos 20 mil.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Especialista diz que é “muito cedo” para abdicar de política de “zero casos” O principal especialista encarregado da gestão da pandemia da covid-19 na China considerou hoje ser ainda “muito cedo” para tratar o novo coronavírus como uma gripe, defendendo a manutenção da estratégia de “zero casos” do país. “É ainda muito cedo para tratar a [variante] Ómicron como uma gripe”, apontou Liang Wannian, durante uma entrevista à televisão estatal CCTV. Liang explicou que a proporção de pacientes com sintomas graves está a diminuir, mas a “transmissão rápida da variante pode causar um alto número de infeções num curto período de tempo”, o que faria com que os “números absolutos de mortes e doenças graves fossem também altos”. Liang disse que “não é o momento certo” para abandonar a atual estratégia de controlo da pandemia, pois desistir dela tornaria as conquistas dos últimos dois anos “inúteis”. A China continua a aplicar uma política de “tolerância zero” à covid-19, que acarreta o encerramento praticamente total das fronteiras, isolamento de todos os infetados e contactos próximos, e medidas de confinamento e testes em massa sempre que um surto é detetado. Segundo Liang, esta estratégia “provou ser eficaz” na “proteção da vida das pessoas” e também conseguiu “estabelecer um equilíbrio entre a prevenção da pandemia e o desenvolvimento económico”. “A pandemia está longe de terminar”, alertou o especialista, que deu como exemplo os recentes surtos na maioria das províncias chinesas. De acordo com os últimos dados da Comissão de Saúde da China, foram detetados, nas últimas 24 horas, 1.947 casos de covid-19. O país somou ainda 2.384 casos assintomáticos, que são registados separadamente pelas autoridades sanitárias. Dados oficiais do Governo chinês indicaram que, desde o início da pandemia, 4.638 pessoas morreram e 132.226 foram infetadas no país.