Três astronautas chineses regressam à Terra depois de 183 dias no espaço

Os três astronautas da missão Shenzhou-13 regressaram no sábado à Terra, depois de seis meses na estação espacial chinesa, a mais longa estada de sempre no espaço para a China, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV. Com 183 dias no espaço, esta tripulação bateu o recorde chinês para uma estada no espaço, de 92 dias e estabelecido em 2021 durante a anterior e primeira missão tripulada, Shenzhou-12, com destino à estação.

A tripulação integrava o comandante Zhai Zhigang, de 55 anos, Ye Guangfu, de 41, e Wang Yaping, de 42, a segunda chinesa no espaço. Uma análise à saúde dos astronautas de Shenzhou-13 vai permitir à China conhecer mais sobre o impacto da ausência prolongada de gravidade no corpo.

Em seis meses, a tripulação realizou dois cursos na Internet para crianças chinesas em idade escolar, realizou experiências, aperfeiçoou os conhecimentos sobre estadas de longa duração e continuou a construir a estação espacial chinesa Tiangong (“Palácio Celestial”), que deverá estar concluída até ao final deste ano.

Aterragem “perfeita”

Equipas de resgate deslocaram-se de imediato ao ponto de aterragem, na região autónoma chinesa da Mongólia Interior (norte), de acordo com a agência de notícia chinesa Xinhua.

A aterragem “foi perfeita e os três ‘taikonautas’, como são conhecidos os astronautas chineses, estão em muito bom estado”, indicou o diário Global Times, que citou o Centro de Controlo Aeroespacial de Pequim.

O regresso à Terra demorou cerca de nove horas, depois da Shenzhou-13 concluir a separação do módulo principal da estação espacial chinesa. Este ano, a China vai enviar para a Tiangong “dois módulos experimentais, duas naves tripuladas e duas naves de carga”, de acordo com os planos anunciados pelas autoridades chinesas.

A estação deverá entrar numa “fase de construção” a partir de maio, estando previsto que os ‘taikonautas’ da Shenzhou-14 e da Shenzhou-15 concluam os trabalhos de construção da Tiangong, que deverá manter-se em funcionamento durante 15 anos, a orbitar a cerca de 400 quilómetros da superfície terrestre.

18 Abr 2022

BNU | Chineses continuam interessados nos mercados lusófonos

Apesar do impacto da covid-19, os investidores chineses continuam interessados nos países de língua portuguesa, disse o diretor-geral da sucursal do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Hengqin.

Baal Loi disse à Lusa que, devido às restrições de entrada impostas, tanto em Macau como na China, para controlar a pandemia, os projetos pensados para a ilha “não estão a avançar tão depressa como antes”.

Mas os empresários chineses “continuam a procurar contactos com empresas dos países de língua portuguesa para pelo menos estabelecer novos negócios”, disse o executivo bancário.

Loi acredita que a pandemia trouxe novas oportunidades para Macau, nomeadamente devido ao confinamento imposto para controlar surtos de covid-19 na vizinha região de Hong Kong, um dos principais centros financeiros da China.

“Vemos algumas mudanças. Há cada vez mais empresas a estudar como usar Macau e Hengqin como plataforma, em vez de Hong Kong e Shenzhen”, revelou.

O diretor-geral da sucursal do BNU em Hengqin acredita que o interesse pela ilha deverá crescer quando for divulgado o plano detalhado de desenvolvimento da zona económica especial e quando for removida a fronteira com Macau. “Acredito que provavelmente depois de junho vamos ter novidades quanto a isso”, acrescentou.

O BNU em Macau, que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos, registou um lucro de 447,4 milhões de patacas em 2021, mais 6,4% do que em 2020. Nos primeiros nove meses de 2021, a sucursal do banco em Hengqin registou um aumento na margem financeira de 76,5%.

Baal Loi disse que os resultados para todo o ano de 2021 ainda estão a ser contabilizados, mas admitiu que o volume de negócios sofreu “uma pequena desaceleração”. O executivo falou à Lusa após uma palestra sobre o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, na Universidade de Macau.

Durante a palestra, Loi disse que o futuro de Macau como plataforma comercial entre a China e os países de língua portuguesa “deve ser muito bom, desde que as pessoas o queiram, porque a infraestrutura já lá está”.

O responsável defendeu que, na última década, o nível de vida elevado e o rápido crescimento da região não encorajou os habitantes de Macau a procurarem novos negócios além do jogo, o setor dominante da economia local.

Em março, o diretor executivo do BNU, Sam Tou, disse à Lusa que o banco quer ter uma maior presença na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e está a ponderar abrir uma nova agência em Guangzhou ou Shenzhen.

14 Abr 2022

90% dos internautas chineses acusam EUA de pretenderem hegemonia

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian opôs-se firmemente à hegemonia dos EUA quando lhe foi pedido que comentasse um novo inquérito conduzido por Huanqiu.com, que mostrou que quase 90 por cento dos internautas chineses acreditam que os EUA são um país hegemónico e um desestabilizador na questão da Ucrânia. “Tomei nota da sondagem, que reflecte a voz pela justiça da maioria”, disse Zhao numa conferência de imprensa na terça-feira.

“O desdobramento da questão da Ucrânia é absolutamente claro. Os movimentos da OTAN liderada pelos EUA agravaram a tensão entre a Rússia e a Ucrânia até ao ponto de ruptura. Os EUA, em vez de tomarem medidas reais para aliviar a situação, têm vindo incessantemente a adicionar combustível à fogueira, aumentando o conflito, forçando outros países a escolher lados e criando um efeito arrepiante de ‘amigo ou inimigo’”, observou Zhao. “O que pode isto representar além de hegemonia e intimidação?”, perguntou.

A 30 de Março, o relato oficial Weibo de Huanqiu lançou uma série de sondagens perguntando aos internautas “qual é o papel dos EUA na questão da Ucrânia”, “como vêem a ameaça dos EUA de sancionar a China”, e o que pensam da “Estratégia Indo-Pacífico dos EUA”.

Entre as respostas recebidas até quinta-feira, 89,2% dos inquiridos acreditam que os EUA são um país hegemónico e um desestabilizador na questão da Ucrânia. Apenas 5,6 por cento, ou 672 pessoas, pensam que os EUA são justos, enquanto 5,2 por cento dizem não ter a certeza.

Cerca de 92,2% dos inquiridos acreditam que a ameaça dos EUA de sancionar a China é um comportamento intimidatório e coercivo que não pode esconder a sua verdadeira intenção. Apenas 4,2% acreditam que os EUA pretendem acabar com a guerra e promover a paz, e 3,6% afirmaram não ser claro.

Zhao salientou que os EUA também têm estado constantemente a espalhar desinformação para difamar a China e distorcer a posição responsável da China de facilitar as conversações de paz. “A sua ordem do dia é transferir as culpas, fazer provocações, lucrar com a situação e procurar espaço para reprimir a China e a Rússia simultaneamente. O que pode isto ser além de hegemonia e intimidação?”

“A questão da Ucrânia revela o que os EUA fazem para conseguir a hegemonia e a intimidação. Agarrando-se à mentalidade da Guerra Fria, os EUA estão obcecados em traçar linhas ideológicas ao formar cliques fechadas e exclusivas e fomentar a oposição e o confronto. A verdadeira agenda é prolongar a hegemonia e a política de poder dos EUA. Sob a bandeira da democracia, liberdade e direitos humanos, os EUA instigam ‘revoluções coloridas’ que provocam disputas regionais, e chegam ao ponto de travar directamente guerras contra outros países que agravam as tensões na situação de segurança regional e global”, afirmou Zhao, observando que o esquema é o lucro de por enormes interesses económicos e vantagens geopolíticas através da instabilidade.

“Empunhando deliberadamente o bastão das sanções unilaterais, os EUA também se envolvem em coerção económica que mina gravemente a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”, disse Zhao.

O porta-voz exortou os EUA a enfrentarem a opinião pública mundial, incluindo a China, a rejeitarem a mentalidade da Guerra Fria e da soma zero, bem como o pensamento obsoleto de procurar a sua segurança absoluta à custa da dos outros, e a regressarem ao caminho da defesa da equidade e da justiça internacionais.

14 Abr 2022

FMI | PIB cresce 15,5% este ano e 23% em 2023. Nível pré-pandémico só em 2025

A braços com a crise gerada pela pandemia, Macau deverá ver o seu PIB crescer 15,5 por cento este ano. Segundo o Fundo Monetário Internacional, será apenas em 2025 que o PIB deverá ultrapassar o nível pré-pandemia devido à retoma gradual da procura interna e do regresso dos turistas. Nova lei do jogo, crise imobiliária e surtos de covid-19 são ainda “grandes riscos”

 

O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau deverá crescer 15,5 por cento este ano e 23 por cento em 2023, mas o nível pré-pandemia só será alcançado em 2025, indicam as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas ontem, citadas pela agência Lusa.

A retoma económica será “impulsionada pelo regresso gradual de turistas e pela recuperação da procura interna”, assinala-se no relatório, que justificou a estimativa de crescimento em 2023 com o “aumento do investimento ligado à emissão de novas concessões de jogo e maior integração com a área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

O FMI prevê que depois, a partir de 2024, o crescimento irá convergir para 3,5 por cento, indicando ao mesmo tempo que a inflação deve acelerar em 2022 e estabilizar em cerca de 2,5 por cento a médio prazo.

“O regresso gradual dos turistas e o reforço da procura interna vão apoiar a recuperação a curto prazo, ao mesmo tempo que o aumento do investimento, ligado à emissão de novas concessões de jogo, e uma maior integração na Grande Baía impulsionará o crescimento a médio prazo. No entanto, dada a profundidade das perdas económicas durante a pandemia, o nível do PIB deverá ultrapassar o seu nível pré-crise apenas em 2025”, indicou.

Pedras no caminho

O FMI assinalou ainda que, apesar do controlo da pandemia de covid-19 e a integração “mais rápida” do que seria expectável na Grande Baía, “uma regulamentação mais rígida na indústria do jogo” e algum impacto no sector financeiro “poderá abrandar o ritmo da recuperação”.

“A resposta política do Governo ajudou a estabilizar o emprego e o consumo, preservando a saúde e a segurança das pessoas. No entanto, o colapso da actividade económica, principalmente devido às fracas exportações de serviços, destacou a dependência excessiva da RAEM na indústria do jogo”, acrescenta o relatório.

O FMI salientou também que permanecem “grandes riscos” para Macau. Além de um possível ressurgimento da pandemia de covid-19 e da nova legislação ligada ao jogo, sublinha-se o impacto negativo da proibição na China continental de serviços de ‘marketing’ associados aos casinos, bem como o efeito de uma possível crise do setor imobiliário de larga escala a nível nacional.

Por outro lado, “a diminuição da capacidade de serviço da dívida das famílias devido às perdas de rendimento induzidas pela pandemia e às pressões mais restritivas sobre as empresas não financeiras decorrentes do contexto global podem afectar negativamente o sistema bancário”, referiu.
“A mudança climática é uma preocupação de longo prazo para a economia”, de acordo com o relatório.

14 Abr 2022

John Lee apresenta formalmente candidatura para liderar Hong Kong

O ex-número dois do Governo de Hong Kong, John Lee, considerou hoje que ser o único candidato ao cargo de líder do território “não é fácil”.

Ao apresentar formalmente a candidatura, Lee disse ter já o apoio de 786 membros do comité de eleição, com 1.500 patriotas próximos de Pequim, que indicou já não apoiar mais ninguém, responsáveis por nomear o chefe do executivo para os próximos cinco anos, a 08 de maio.

O antigo polícia, de 64 anos, deverá suceder a Carrie Lam, cujo mandato termina a 1 de Julho.

“Não é fácil, porque trabalhei muito para explicar a vários membros [do comité] qual será a minha plataforma eleitoral”, disse Lee a um jornalista, que perguntou ao candidato se esperava uma viagem fácil sem adversários.

A plataforma de Lee ainda não foi divulgada. Até agora, o candidato disse que vai governar “orientado para resultados”, sem dar qualquer indicação concreta das políticas que pretende prosseguir.

“Será uma nova sinfonia, e eu serei o maestro”, afirmou, no sábado.

John Lee foi o número dois no Governo de Hong Kong até à semana passada, altura em que apresentou a demissão para poder candidatar-se.

Antes, foi responsável pela segurança do território e, nessa qualidade, liderou a resposta policial aos protestos pró-democracia em 2019 e à subsequente repressão de dissidentes.

Tal como Carrie Lam, Lee integra o grupo de 11 funcionários de Hong Kong e chineses sancionados pelos Estados Unidos, em 2020, por “minar a autonomia de Hong Kong e restringir a liberdade de expressão ou de reunião”.

13 Abr 2022

Música | Amizade é tema central de “Conversas Ilustradas com Música”

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta, na quinta-feira, dia 21, às 18h30, mais uma palestra inserida na iniciativa “Conversas Ilustradas com Música”, desta vez sob o tema da Amizade.

A sessão conta com a participação de Shee Va e José Carlos Pereira, que vão abordar temas como o “afecto, carinho, estima e dedicação”. Além disso, a sessão conta com a música dos compositores Benjamin Britten e Dmitri Shostakovich.

“Pese embora tenham estado separados pela língua e pela Cortina de Ferro em tempos de Guerra Fria, sempre se entenderam através da arte e da profunda admiração que nutriam pela música um do outro”, aponta a FRC, em comunicado. Exemplo disso foi o facto de Britten ter dedicado a Shostakovich a sua ópera “O filho pródigo”, tendo este retribuído com a XIV Sinfonia.

Ambos foram verdadeiros alicerces na construção da música do Século XX, o que levou o maestro britânico Jan Latham-Koening a fundar a Britten-Shostakovich Festival Orchestra, que agrega jovens músicos oriundos dos Conservatórios dos dois países de origem dos dois compositores. De frisar que este evento ocorre no âmbito do décimo aniversário da FRC.

13 Abr 2022

Os Girassóis de Odessa e poemas afegãos

Luis Gustavo Cardoso

https://revistapiparote.com.br

 

OS GIRASSÓIS DE ODESSA¹

Quando a lua abre caminho
entre os girassóis de Odessa
sei de um perfume que arrepia os campos:
Spasiba, Trachimbrod.

Em cada haste na terra fértil
pétalas, feito moinhos, retêm do vento
o conto inquieto de outros cantos:
Spasiba, Trachimbrod.

Sei de uns seios firmes, calmos, brancos
de cujas tetas mornas sabe a chuva
e o leite branco a esperar nas portas:
Spasiba, Trachimbrod.

AFEGÃO

O afago do afegão
sobre a barba de outro

é feito

afago de mãe

que não recebeu jamais

carinho de filho.

O afago do afegão

sozinho

é o maior dos carinhos.

TALIBÃ

Pense na barba do Talibã
Na textura dos pelos secos e empoeirados
Onde os traços do rosto se perdem
Cavados na terra feito as vias do país

Zeloso ele guarda o fuzil
e a paz de seus companheiros:
todos solteiros.

ALI KHAN

Ali Khan é avô
de outra menina
sem nome e sem
um dos olhos, o
esquerdo, que só
com o direito pode
ver a fumaça:

Minas brotam do chão.

Ali Khan e a neta
assistem à explicação:
sob as oliveiras o instrutor
descreve minas, bombas,
toda sorte de munição.

Outras crianças afegãs
sem nome, sem idade
têm o rosto tocado
pelo vento que arrasta
as folhas das árvores:
manhã de sol do afegão.

Devem aprender
onde pisar no chão
onde não tocar
onde se esconder.

Com 4, 5, 6 anos
as crianças afegãs
não têm idade.

Ali Khan também não.

O VOO DO AFEGÃO

Hoje vi um afegão voando
direto das asas de um avião.
Não era um juiz brasileiro,
não era um caça espião.

Era um homem sem asas
No meio de algum lugar
Caindo sentado no chão.

  1. O poema Os Girassóis de Odessa integra o livro “Noite Grande” (2017). Os poemas afegãos são inéditos.
13 Abr 2022

IPOR | 2ª edição do “Letras&Companhia” arranca na próxima semana 

Começa no próximo dia 23 a segunda edição do festival literário e cultural “Letras & Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) e pensado para pais e filhos. Segundo um comunicado, esta iniciativa promove actividades “dinâmica intergeracional em torno do conceito dos ‘três L’s’: língua, livro e leitura”.

Desta forma, pretende-se “motivar os jovens para a aprendizagem da língua portuguesa, envolvendo instituições de ensino, professores e educadores como promotores activos de divulgação, ao mesmo tempo que se incentiva a criatividade, a cultura, a educação e a construção da cidadania”.

Sob o tema “O Mar”, serão realizadas actividades como oficinas de escrita criativa, sessões de histórias contadas em português ou a inauguração da exposição “Zero Resíduos”, em parceria com associações e entidades locais.

No dia 23, nas instalações do IPOR, decorrem, entre as 16h e as 18h, actividades como a entrega de mini-bibliotecas às escolas, oficinas de Escrita Criativa, o evento “Uma Noite na… Biblioteca” e ainda o “Mercado das Letrinhas”, entre outras.

A 7 de Maio, desta vez na Casa Garden, acontecem, entre as 15h e 18h, eventos como um espectáculo de música ao vivo com François Girouard e Rita Portela, sendo também inaugurada uma exposição intitulada “Zero Resíduos”. Sara Figueira, maquilhadora, irá realizar uma série de pinturas faciais. A Casa de Portugal em Macau apresenta também um espectáculo de marionetas, intitulado “En-Cantos”.

13 Abr 2022

Cinema | FRC apresenta filme japonês “Tampopo”

Na próxima terça-feira, às 18h30, será apresentado o segundo filme do ciclo “Gastronomia e Cinema”. Trata-se da produção japonesa “Tampopo”, de Jûzô Itami, uma “elegante” comédia em que a arte culinária constitui um fio condutor entre diversas narrativas.

A história principal gira à volta de dois amigos: um camionista e o seu companheiro que um dia, ao pararem num restaurante, são confrontados uma das suas piores experiências degustativas após provarem um intragável Ramen (sopa de macarrão), feito pela proprietária, Tampopo (Nobuko Miyamoto).

Tampopo é uma simpática viúva, que perante o seu falhanço culinário, pede-lhes ajuda para melhorar o seu método de confecção. É então que começa um verdadeiro périplo por vários restaurantes, pesquisando, investigando e descobrindo segredos com vista à confecção do Ramen perfeito.

Paralelamente à saga de Tampopo e seus amigos, são apresentadas outras pequenas narrativas, as quais se desenrolam sempre à volta da alimentação e seus rituais, com especial destaque para a relação sensorial entre as pessoas e a comida, salientando a importância da gastronomia na cultura e sociedade japonesas.

Antes de ser exibido, o filme terá ainda uma pequena apresentação por Dennis Tou Kuok Keong, Chef do restaurante de Ramen Sio Seng Hin, na Taipa.

13 Abr 2022

Máscara limita acesso à educação da comunidade surda, alerta associação

A utilização obrigatória de máscara nas universidades de Macau já levou estudantes surdos a abandonarem o ensino superior, denunciou ontem a directora da Associação de Surdos de Macau.

“Devido à covid-19, [os estudantes] são obrigados a colocar máscara e, com as dificuldades que isso implica, tenho conhecimento de alguns casos que pararam os estudos”, disse à Lusa, Nerissa Lau, à margem da assinatura de um acordo de colaboração com a Universidade de São José (USJ).

É necessário “prestar atenção a estas questões e entender as necessidades” da comunidade surda, notou a responsável, referindo que existe a possibilidade da utilização de “máscaras transparentes” em ambiente de aula, mas que, para isso, é preciso “reforçar o contacto com as instituições de ensino superior”.

De qualquer maneira, “a percentagem de surdos ou pessoas com deficiências auditivas que prosseguem o ensino superior em Macau é bastante baixa”, continuou a directora da associação, que acolhe “cerca de 700 associados”.

Em Macau, 4.197 pessoas eram portadoras do cartão de registo de deficiência auditiva, emitido pelo Instituto de Acção Social, no final de 2021. A parceria agora assinada pela Associação de Surdos de Macau e a USJ, focada na educação e na investigação, prevê a inclusão da cadeira de linguagem gestual no currículo da licenciatura de Serviço Social do estabelecimento de ensino superior.

Aposta social

A USJ será “a única universidade com a disciplina no curso de Serviço Social”, notou o coordenador deste programa de estudos em Serviço Social, Jacky Ho, que espera que o novo currículo esteja disponível “a partir do ano lectivo 2023-2024”.

Ao nível da investigação, adiantou o académico, a USJ quer apostar na pesquisa sobre “políticas educativas, previdência social e até de serviços médicos, especificamente criados para este grupo de pessoas”.

Entre as áreas de cooperação previstas pelo acordo, está o intercâmbio de especialistas, a colaboração na criação de oportunidades de trabalho de campo na área da assistência social e a colaboração em programas inseridos na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, referiu a USJ, em comunicado.

Para o reitor da USJ, Stephen Morgan, este é mais um passo do estabelecimento educativo na “missão de trabalhar na construção de uma sociedade mais inclusiva”.

Durante a assinatura do acordo, o reitor disse que a USJ tem procurado, nos últimos anos, “identificar áreas de necessidade” para trabalhar, sendo “muito importante” a colaboração com organizações não-governamentais.

“Ficamos satisfeitos por trabalhar com o Governo, mas a flexibilidade [ao colaborar] com associações para encontrar soluções para as barreiras é maior”, referiu.

13 Abr 2022

Lei sindical | Lei Chan U quer ver direitos de funcionários públicos assegurados 

O deputado Lei Chan U espera que o direito de reunião dos funcionários públicos possa ficar garantido na futura lei sindical e que a segurança laboral fique assegurada no diploma.

Recorde-se que a proposta afasta algumas profissões da participação em sindicatos devido às características laborais. Os funcionários públicos têm algumas limitações de participação. Esta medida é, aliás, comum a muitos países, aplicando-se também ao pessoal das forças de segurança, por exemplo.

Ao jornal Ou Mun, Lei Chan U disse esperar que as autoridades criem regulamentos complementares à lei sindical para assegurar os direitos destas pessoas. O deputado frisou que, por norma, os sindicatos representativos dos funcionários públicos apenas podem apresentar sugestões e opiniões e não organizar greves ou outro tipo de acções laborais.

Lei Chan U lembrou que o direito à greve é permitido desde que não prejudique a segurança nacional, interesses públicos e a ordem pública.

13 Abr 2022

Lei do jogo | Ron Lam pede transparência sobre junkets e salas VIP

Apesar apoiar as alterações à lei do jogo, Ron Lam mostra-se preocupado com a forma como tem sido divulgado o conteúdo do novo diploma, actualmente a ser discutido na Assembleia Legislativa.

O deputado defende que o Executivo deve “explicar com clareza” qual será o papel a desempenhar pelos promotores de jogo (junkets) e pelas salas VIP, cuja área de actuação se prevê que seja reduzida, e qual o “espaço de sobrevivência” que estas terão, numa altura em o Interior da China está empenhado em proibir o jogo ilegal e a fuga de capitais.

Ao jornal Ou mun, Ron Lam apontou ainda que, face ao ambiente económico frágil, o facto de o Governo não ser claro quanto às alterações a introduzir nestas áreas, tem um “impacto negativo”. Além disso, frisou que o Governo deve continuar a acompanhar a situação dos funcionários dos casinos-satélite que perderam o emprego e lançar medidas de apoio destinadas aos trabalhadores de outros sectores de actividade ligados aos casinos-satélite.

13 Abr 2022

Covid-19 | Xangai reduz restrições e permite que alguns moradores saiam de casa

Alguns moradores de Xangai foram hoje autorizados a sair de casa, à medida que a ‘capital’ financeira da China levanta algumas das medidas de bloqueio impostas devido a um surto de covid-19, que motivaram reclamações sobre a falta de bens essenciais.

O governo local disse que alguns mercados e farmácias também reabriram, mas não detalhou quantas pessoas foram autorizadas a sair.

Uma local confirmou à Lusa ter sido hoje autorizada a sair de casa, após várias semanas em confinamento. “Pude sair para fazer compras. Sinto-me muito melhor”, explicou.

A China continua a reagir a surtos de covid-19 com medidas rigorosas, no âmbito da estratégia de ‘zero casos’, apesar dos crescentes custos económicos e sociais.

Estas medidas incluem o isolamento de todos os infetados em instalações designadas e o bloqueio de cidades inteiras, incluindo o encerramento de supermercados.

O encerramento abrupto dos serviços em Xangai e as ordens para ficarem em casa levaram a população a reclamar, face à falta de acesso a alimentos e remédios.

Contudo, as autoridades de Xangai disseram que estão a garantir suprimentos diários para os moradores, na sequência de reclamações sobre entregas de alimentos e outras necessidades.

Tal como determinado pelo Governo, as pessoas que testaram positivo à covid-19 foram levadas para instalações temporárias de quarentena, mesmo os casos assintomáticos.

Entretanto, o Governo aliviou as restrições ao anunciar que moradores de bairros que não registam casos há, pelo menos, duas semanas vão ser autorizados a sair das suas casas a partir de hoje.

Estes moradores poderão deslocar-se para qualquer outra área que não tenha registado casos novos durante o mesmo período. Pessoas em áreas sem novos casos na semana passada também podem sair, mas não podem deixar os seus bairros. Estão impedidos de sair de casa todos os moradores que estejam em “áreas de quarentena”, que tiveram infeções na semana passada.

Em comunicado hoje divulgado, o consulado geral de Portugal em Xangai recomendou aos cidadãos portugueses ali radicados que procurem assistência consular, caso se deparem com dificuldades.

O surto e as dificuldades enfrentadas pelos residentes de Xangai constituem um embaraço para o Partido Comunista Chinês, num ano politicamente sensível, quando o Presidente da China, Xi Jinping, deve tentar romper com a tradição política das últimas décadas e iniciar um terceiro mandato de cinco anos.

Xangai, a cidade mais populosa da China, com 25 milhões de habitantes, registou cerca de 200.000 casos desde o início de março. Nas últimas 24 horas, registou mais de 23 mil novos casos.

As autoridades disseram que não houve mortes, até à data, e que apenas um paciente desenvolveu sintomas graves.

12 Abr 2022

Honoris Causa | Afonso Camões elogia trabalho de Rocha Vieira

Afonso Camões, jornalista e ex-director do Gabinete de Comunicação Social (GCS) no período da Administração portuguesa, elogiou hoje, num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias, o doutoramento honoris causa atribuído a Vasco Rocha Vieira, último Governador português do território, pela Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau.

Lembrando que esta distinção chega 35 anos depois da assinatura da Declaração Conjunta entre Portugal e a China, Afonso Camões destaca que o doutoramento honoris causa “é um tributo com verdadeiro significado político: assinala as boas relações entre os dois países e é o reconhecimento de que Portugal cumpriu largamente as responsabilidades assumidas em 13 de Abril de 1987 – e que de tudo isso resulta um clima de entendimento entre os dois subscritores, já em 2010, de uma Parceria Estratégica Global”.

Para o antigo director do GCS, Rocha Vieira conduziu “de forma competente, modernizado e sem sobressaltos” o período de transição de Macau. “Nas relações com a China, pese embora a nossa pertença à Aliança Atlântica e apesar da crescente tendência da diplomacia de Lisboa em seguir as orientações de Bruxelas, Macau deverá continuar a marcar a singularidade da diplomacia portuguesa, tributária de uma relação única iniciada em 1516”, acrescenta Afonso Camões. O responsável destaca que, para Portugal, “escolher entre os nossos aliados tradicionais e a China será sempre um falso dilema”.

“A ligação à China e Macau, baseada na confiança e no respeito mútuos, abre horizontes, prolonga de alguma forma a nossa herança como pioneiros da globalização e deve, por isso, permanecer uma prioridade”, conclui no artigo de opinião.

12 Abr 2022

Consulado português em Xangai oferece assistência à comunidade por causa do confinamento

O consulado de Portugal em Xangai encorajou ontem os cidadãos portugueses ali radicados que procurem assistência consular caso se deparem com dificuldades, face às medidas de bloqueio impostas na cidade devido a um surto de covid-19.

Em comunicado, a representação diplomática alertou que mesmo os casos assintomáticos são colocados em centros de quarentena designados pelas autoridades chinesas, uma medida que resultou no isolamento de dezenas de milhares de casos em instalações improvisadas.

“Pelo que tem sido partilhado pelas autoridades [chinesas], as pessoas que se encontram nos centros de quarentena terão de ali testar negativo para a covid-19 um determinado número de vezes até que possam ter alta”, lê-se na nota emitida pelo consulado.

“Embora este consulado geral não possa impedir este processo, por serem competências exclusivas das autoridades chinesas, se estiver nessa situação encorajamos que ligue para o número de emergência deste Consulado Geral:159 2155 3994”, ressalvou.

O problema alimentar

Sobre os problemas relacionados com o abastecimento de alimentos, o consulado reconheceu que tem havido “muitas dificuldades”. A representação diplomática recomendou que se utilize as plataformas de comércio electrónico para obter bens essenciais, mas lembrou que a entrega pode demorar até três dias.

Quando tal não é viável, o consulado recomendou que se utilize os grupos de WeChat criadas pelos condomínios para comprar bens essenciais.

“Se esta iniciativa não existir no seu complexo residencial e estiver a ter dificuldades em obter alimentos, é importante que contacte o condomínio. Caso existam dificuldades de comunicação com o comité de bairro, o consulado geral de Portugal em Xangai poderá procurar interceder junto das autoridades locais”, afirmou.

12 Abr 2022

Covid-19 | EUA ordena saída de pessoal consular em Xangai

O prolongamento do confinamento na cidade de Xangai levou as autoridades norte-americanas a exigirem a retirada dos funcionários não essenciais do consulado, após a crítica à aplicação de “medidas arbitrárias” pelas autoridades chinesas no combate ao novo coronavírus

 

O Departamento de Estado dos EUA ordenou hoje a retirada de pessoal não essencial do consulado de Xangai devido ao aumento de casos de covid-19 e às medidas de controlo impostas. O departamento recomendou ainda aos cidadãos norte-americanos que não viajem para a China devido à “aplicação arbitrária” de restrições contra o novo coronavírus responsável pela covid-19, de acordo com um comunicado.

O comunicado lembrou que as medidas impostas na região de Hong Kong, na província de Jilin e em Xangai devido às restrições “incluem o risco de separação de pais e filhos”. De frisar que em Macau as autoridades já confirmaram que, caso ocorra um surto local, não vão impor a separação de famílias.

Os diplomatas dos EUA também partilharam com as autoridades chinesas “as suas preocupações em relação à segurança e bem-estar dos cidadãos norte-americanos”.

A ordem de retirada surge quatro dias depois de Washington ter autorizado a saída voluntária dos funcionários não essenciais do Consulado-Geral dos EUA em Xangai. Em resposta, a China apresentou uma queixa formal aos Estados Unidos.

“Temos tentado ajudar, dentro do possível, o pessoal diplomático e consular residente na China. Não estamos nada satisfeitos com a decisão das autoridades norte-americanas. Opomo-nos, firmemente, à decisão que tomaram”, disse, na sexta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian.

Ligeira quebra

Nas últimas 24 horas, Xangai registou mais de 23 mil novos casos de covid-19, um valor cinco vezes maior do que o registado em 28 de Março, 4.477 infecções, dia em que a cidade entrou pela primeira vez em confinamento, mas ligeiramente mais baixo do que o número de casos registados na segunda-feira, 26 mil.
Xangai continua com um bloqueio devido ao surto, sendo que muitos moradores continuam confinados em casa há três semanas sem saberem quando poderão ser levantadas estas regras.

A Comissão de Saúde da China anunciou ter detetado 1.272 casos positivos de covid-19 nas últimas 24 horas, dos quais 1.251 devido a contágio local, além de 23.387 casos assintomáticos, com a esmagadora maioria a ser registada em Xangai.

As autoridades de saúde garantiram que o número de mortes se mantém inalterado em 4.638. As últimas duas mortes relacionadas com a covid-19 foram anunciadas a 19 de Março, na província de Jilin, no nordeste da China.

Familiares disseram à agência de notícias Associated Press que vários pacientes poderão ter morrido de covid-19 no hospital para idosos Shanghai Donghai Elderly Care, depois muitos funcionários terem sido levados para quarentena devido às rígidas regras de combate à pandemia. Há ainda relatos de dificuldade em comprar comida na cidade, que tem todas as lojas e supermercados fechados. As aplicações de telemóvel para a encomenda de produtos alimentares estão sem capacidade de resposta perante os inúmeros pedidos das famílias.

12 Abr 2022

Pelo menos 24 mortos em inundações e deslizamentos de terras nas Filipinas

Pelo menos 24 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terras no centro e sul das Filipinas, na sequências de fortes chuvas causadas por uma tempestade tropical, indicaram ontem as autoridades.

Mais de 13.000 pessoas fugiram para abrigos de emergência quando a tempestade inundou casas e campos e cortou estradas e linhas elétricas, referiu a Agência Nacional de Catástrofes.

A província central de Leyte foi a mais duramente atingida, com deslizamentos de terras que mataram 21 pessoas em quatro aldeias, disse à agência France-Presse (AFP) Rhyse Austero, responsável pela gestão de catástrofes naturais na cidade de Baybay.

Fotografias publicadas na rede social Facebook e autenticadas pela (AFP) mostram várias casas na aldeia de Bunga, uma das mais atingidas na província de Leyte, cobertas com lama até aos telhados.

Outras três pessoas morreram em Mindanao, a principal ilha do sul do país, anunciou anteriormente a Agência Nacional de Catástrofes.

12 Abr 2022

Volodymyr Zelensky pede ajuda ao Parlamento sul-coreano

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ontem à Coreia do Sul que envie armas ao Exército da Ucrânia para combater os russos, num discurso transmitido por vídeo no Parlamento sul-coreano.

“A República da Coreia pode ajudar a Ucrânia. O país tem meios militares que podem ajudar a deter os aviões e os mísseis russos”, disse Zelensky num discurso em ucraniano com tradução simultânea para o coreano.
Zelensky saudou a ajuda material recebida até agora da Coreia do Sul, mas insistiu que o seu país precisa de armas, incluindo aviões e tanques, para resistir à invasão.

“Se a Ucrânia receber essas armas, isso não apenas salvará a vida de pessoas comuns, mas representará uma oportunidade para salvar a Ucrânia, e não apenas a Ucrânia, mas também para garantir que outros países não sejam atacados pela Rússia”, acrescentou o Presidente ucraniano num discurso que durou cerca de quinze minutos.

Volodymyr Zelensky insistiu que a Rússia “não planeia apenas ocupar a Ucrânia” como, “depois da Ucrânia, a Rússia certamente atacará outros países”.

“Todos os países têm direito à independência. Todas as cidades têm o direito de viver em paz. Todas as pessoas têm o direito de não morrer na guerra. É por isso que estamos a lutar. É isso que lhes peço, que se unam a nós para enfrentar a Rússia”, concluiu.

Após o seu discurso, foi exibido um vídeo sobre os ataques em Mariupol, que mostraram a devastação e os efeitos na população local.

O discurso de Zelensky ocorreu horas após o ministro da Defesa sul-coreano, Suh Wook, insistir novamente que Seul não tem intenção de enviar armas letais, sempre citando a “situação de segurança” da Coreia do Sul.

Até agora, segundo o ministro sul-coreano, o país asiático enviou cerca de 800 milhões de dólares em suprimentos militares não letais, incluindo coletes à prova de balas, capacetes, cobertores ou produtos médicos.

Contas da guerra

A guerra começou em 24 de Fevereiro, quando Moscovo invadiu a Ucrânia após ter concentrado dezenas de milhares de tropas no lado russo da fronteira com o país vizinho, bem como do lado da Bielorrússia, um país aliado de Moscovo.

Desde então, os combates mataram milhares de civis e militares, num balanço ainda por confirmar, e destruíram várias cidades e infra-estruturas na Ucrânia. Mais 11 milhões de pessoas fugiram dos seus locais de residência, incluindo 4,5 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A comunidade internacional reagiu à invasão da Ucrânia com sanções económicas e políticas contra a Rússia e o fornecimento de armas e de apoio humanitário às autoridades de Kiev.

12 Abr 2022

Museu do Grande Prémio | Disponibilizadas visitas virtuais com visão panorâmica de 360 graus 

O Museu do Grande Prémio de Macau (GPM) passa agora a disponibilizar aos seus visitantes uma visita virtual com visão panorâmica de 360 graus. Para este projecto, o museu foi filmado “com câmaras profissionais”, tendo sido criada “uma visão tridimensional de 360 graus de todo o espaço, mostrando aos visitantes as zonas de exposições, a decoração e os artigos do museu”. Para ter acesso a esta experiência, os visitantes apenas precisam de aceder à página electrónica de visita virtual online do Museu do GPM, mgpm.macaotourism.gov.mo/vrtours.

Além disso, foi instalada uma mostra de produtos filatélicos, denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”. Devido às obras de ampliação e abertura oficial do Museu do GPM no ano passado, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações escolheu o Museu do GPM como tema para a emissão filatélica “Museus e Peças Museológicas VI”, lançada no dia 18 de Novembro do ano passado. Os produtos filatélicos da emissão especial denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”, estão agora em exibição no museu.

Estas iniciativas visam “optimizar o conteúdo do Museu do GPM”, através da adição de novos elementos, mais diversos e interactivos. A ideia é “dar a conhecer aos visitantes a história e conhecimentos sobre o GPM, promovendo a integração intersectorial de ‘turismo + desporto’”.

Além destas duas actividades, o Museu do GPM lança agora uma nova iniciativa em cooperação com a Air Macau, a fim de atrair mais visitantes. Desta forma, quem viajar para Macau, através da companhia aérea, entre os dias 1 de Março e 30 de Junho, pode apresentar o seu cartão de embarque válido até sete dias na bilheteira do Museu do GPM, e receber dois bilhetes pelo preço de um. A oferta especial aplica-se apenas na compra de bilhetes regulares, no valor de 80 patacas.

12 Abr 2022

TSI | Funcionário público que tirou baixa para ser taxista com pena de prisão efectiva

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) confirmou a pena efectiva de 2 anos e 9 meses de prisão aplicada um verificador alfandegário, que declarou baixas falsas, durante quatro anos, para poder ter um segundo emprego como taxista.

O TSI deu como provado que, entre 2014 e 2018, o homem burlou os Serviços de Alfândega no valor de 1,2 milhões de patacas entre ordenados e subsídios de férias indevidos. Segundo o caso, revelado ontem pelos tribunais, o ex-funcionário do Governo foi diagnosticado com hérnia de disco intervertebral, em 2014, e além de ter conseguido um posto de trabalho mais leve conseguiu obter 1.197 dias de falta por doença, que utilizou não só para obter a carta de taxista, mas desempenhar as funções.

Acusado de 173 crimes de falsificação de documento, o ex-funcionário da Alfândega foi considerado, na primeira instância, culpado do crime de burla de valor consideravelmente elevado, por ter recebido de forma ilegal, enquanto trabalhava como taxista, 1,2 milhões.

Através do recurso, o homem pretendeu suspender a execução da pena, com a promessa de que pagaria a quantia mensal de 15 mil patacas, a título de indemnização por danos. Contudo, o TSI recusou o recurso e confirmou a prisão efectiva.

12 Abr 2022

Covid-19 | Separação de pais e filhos em caso de infecção descartada

Lei Wai Seng, chefe de serviço de urgência do Hospital Conde de São Januário, prometeu que os pais vão poder acompanhar os filhos em caso de infecção, atendendo ao “estado psicológico” das crianças

 

Ao contrário de Hong Kong e Xangai, as autoridades de Macau prometem não separar as crianças dos pais em caso de surto de larga escala no território. A promessa foi feita ontem, de acordo com a agência lusa, durante uma visita ao Hospital de Campanha.

“Conforme a experiência passada, se houver crianças ou menores que precisem de ficar em isolamento, também exigimos aos pais que os acompanhem”, disse o chefe de serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, quando questionado se uma separação podia ocorrer “em alguma circunstância”.

No último mês aconteceram vários casos de crianças, incluindo bebés, separadas dos pais após testarem positivo à covid-19 em Hong Kong. As autoridades justificaram as medidas de separação das famílias com a insuficiente capacidade de alojamento, uma vez que ao contrário dos bebés, os pais não estavam positivos.

Também as autoridades de saúde de Xangai defenderam, na semana passada, a separação de bebés e crianças infectadas com covid-19 dos pais, no caso de estes testarem negativo, numa medida que gerou indignação na capital financeira chinesa e que foi mais tarde revertida.

Lei Wai Seng, que falava aos jornalistas numa visita guiada ao novo Centro Comunitário de Tratamento de Infecção do Novo Tipo de Coronavírus, instalado na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, na zona do Cotai, entre as ilhas da Taipa e de Coloane, salientou que “o tempo de isolamento” em Macau “não são só uns dias, mas sim uma ou duas semanas”. “Precisamos de ter em conta o estado psicológico das crianças”, reforçou.

Sozinhos em casa

Também segundo Lei Wai Seng, no caso de um surto de grande escala – dependendo “do estado de saúde do paciente ou conforme o número de infectados” – poderá ponderar-se a possibilidade de permitir o isolamento domiciliário.

“Se estas instalações de isolamento já não forem suficientes e as condições não forem tão boas (…) então teremos essa possibilidade de deixar as pessoas ficarem em casa”, sublinhou o responsável. Macau registou, desde o início da pandemia, há dois anos, 82 casos de covid-19 com sintomas, e 75 considerados assintomáticos.

Nesta altura, o território tem as fronteiras fechadas a não-residentes e o isolamento domiciliário não é permitido.

O Centro de Tratamento Comunitário do Novo Tipo de Coronavírus, com capacidade para mais de quatro mil camas, é para onde serão transportadas, em caso de surto epidémico de grande escala “pessoas assintomáticas ou com sintomas leves”, acrescentou Lei Wai Seng.

Macau delineou um plano de emergência para responder a um eventual surto comunitário de larga escala, no momento em que a variante Ómicron da covid-19 atinge territórios vizinhos.

Este cenário de surto comunitário, de larga escala, exigiria ainda meio milhar de profissionais de saúde e uma coordenação das autoridades apoiada por 15 grupos especializados.

12 Abr 2022

Literatura | Escritor britânico “Jack Higgins” morre aos 92 anos

O escritor britânico Henry Patterson, que escrevia com o pseudónimo Jack Higgins e era conhecido pelos seus livros de espionagem e suspense, morreu aos 92 anos, anunciou no domingo a editora HarperCollins. Henry Patterson, nascido em Newcastle, em Julho de 1929, é autor de 85 livros, que escreveu entre 1959 e 2017, dos quais se destaca “The Eagle has Landed” (“A águia aterrou”, 1975) uma história de ficção que relata uma tentativa de sequestro do primeiro-ministro britânico Winston Churchill, durante a II Guerra Mundial, que vendeu mais de 50 milhões de exemplares.

Um ano depois da sua publicação, o livro viria a ser adaptado ao cinema, por John Sturges, tendo como protagonistas os actores Robert Duvall, Donald Sutherland e Michael Caine.

O director executivo da editora HarperCollins, Charlie Redmayne, citado pela agência Efe, afirmou que Patterson “foi um escritor clássico de suspense” e descreveu-o com o um autor “instintivo, duro e implacável”.

“Sou fã de Jack Higgins desde que me conheço. A sua morte marca o fim de uma era”, afirmou Charlie Redmayne, sublinhando que “foi um privilégio participar na publicação de algumas das suas obras”.

Além de “The Eagle has Landed”, destacam-se deste escritor as obras “Comes the Dark Stranger”, “Hell is Too Crowded” e “To Catch a King”. O seu último livro, com o título “The Midnight Bell, foi publicado em 2016.

Do autor, estão publicados em Portugal livros como “O rei em Lisboa”, um ‘thriller’ histórico passado durante a II Guerra Mundial, e “Confessional”, centrado numa tentativa de assassínio do Papa. “Exocet: missão impossível”, “Atentado na catedral”, “O solista”, “Os guerrilheiros da sombra”, “Solo”, “Vingança no inferno”, “O centro da tempestade”, “A águia levantou voo” e “O voo das águias” são outros títulos do escritor que foram editados em Portugal.

11 Abr 2022

Variante Ómicron determina manutenção da política de zero casos na China, dizem especialistas

As infecções provocadas pela variante Ómicron do coronavírus SARS-Cov-2 não devem ser geridas como um surto de gripe, disse ontem o chefe do grupo de especialistas que lidera a estratégia chinesa de contenção da covid-19, Liang Wannian.

Citado pela imprensa local, Liang disse que a taxa de mortalidade da variante Ómicron é “superior à da gripe” e que, em casos de pacientes com mais de 80 anos, é “cem vezes superior”. “O vírus sofre constantemente mutações. Não sabemos se estas mutações vão ser mais prejudiciais, o que acarretaria grandes riscos para a saúde”, disse.

Segundo o especialista, a política chinesa de tolerância zero à doença covid-19 “continua a ser a melhor opção” para o país.

Com o surgimento da variante Ómicron, a China voltou ao ponto de partida na sua “batalha” contra o novo coronavírus. O país continua a reagir a surtos de covid-19 com medidas implacáveis, incluindo o isolamento de cidades inteiras, apesar dos crescentes custos económicos e sociais. De acordo com Liang, esta política rígida “alcança os melhores resultados com os menores custos”.

Preparação futura

O especialista em doenças contagiosas, Zhang Wenhong, pediu maior protecção dos grupos vulneráveis, especialmente os idosos não vacinados, e garantiu também que a Ómicron não é simplesmente uma gripe forte.

Segundo Zhang, a cidade de Xangai, onde mais de 1.400 casos sintomáticos e mais de 25.000 assintomáticos foram registados nas últimas 24 horas, deve “conter a pandemia e reduzir o número de infeções”, para que a “vida normal e a produção” possam ser reestabelecidas.

Durante o confinamento da cidade tem havido problemas no acesso a cuidados médicos nos hospitais, o que causou algumas mortes por doenças não relacionadas com a covid-19. Zhang alertou para a necessidade de “melhorar a preparação para futuros surtos, incluindo aumentar a taxa de vacinação entre os idosos, expandir o fornecimento de medicamentos e acelerar a construção de instalações para quarentena”.

O epidemiologista Zhong Nanshan, um dos mais reconhecidos especialistas chineses nesta área, declarou, na sexta-feira passada, que uma “abertura completa não se encaixa na situação na China”.

Vários países decidiram coexistir com o vírus, devido à baixa letalidade da Ómicron e aos seus sintomas mais leves, mas Zhang alertou para “inúmeras mortes” se as “medidas de prevenção contra o vírus fossem levantadas na China”. “Devemos aderir à estratégia de ‘zero casos’ e relaxar gradualmente as políticas no futuro”, disse o especialista.

11 Abr 2022

Covid-19 | Cantão proíbe entradas face a novos surtos do vírus

Cantão proibiu hoje a maioria das entradas, numa altura em que o país enfrenta o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia. Xangai, a ‘capital’ financeira da China, registou 26.087 novos casos, nas últimas 24 horas, entre os quais apenas 914 têm sintomas. A cidade, de 26 milhões de habitantes, está sob bloqueio, com muitos moradores confinados em casa há três semanas.

Cantão ainda não anunciou um bloqueio deste tipo. A metrópole, com 18 milhões de habitantes, situada no sudeste da China, abriga algumas das principais empresas chinesas e o aeroporto mais movimentado do país. A cidade registou 27 casos, nas últimas 24 horas.

As aulas passaram já a ser realizadas ‘online’, para todos os níveis de ensino. Um centro de exposições foi convertido num hospital improvisado, enquanto as autoridades realizam testes em massa em toda a cidade.

Apenas cidadãos com uma “necessidade definida” de sair de Cantão podem fazê-lo, e somente se testarem negativo para o vírus nas últimas 48 horas, disse o porta-voz da cidade Chen Bin.

A China continua a reagir a surtos de covid-19 com medidas rigorosas, no âmbito da estratégia de ‘zero casos’, apesar dos crescentes custos económicos e sociais.

No domingo, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, disse que a China apresentou protestos junto das autoridades dos Estados Unidos, depois de o Departamento de Estado ter aconselhado cidadãos norte-americanos a reconsiderarem viagens para a China, devido à “aplicação arbitrária” das leis locais e restrições contra a covid-19, particularmente em Hong Kong, na província de Jilin e no município de Xangai.

As autoridades dos EUA citaram o risco de “pais e filhos serem separados”. A China está “fortemente insatisfeita e opôs-se firmemente à acusação infundada feita pelos EUA contra a resposta epidémica”, disse Zhao.

As restrições estão a ser ditadas pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping, que exigiu estabilidade social, acima de tudo, na preparação para um importante Congresso do PCC, no último trimestre deste ano.

O mais importante evento na agenda política do país vai servir para conceder a Xi Jinping um terceiro mandato como líder, quebrando com a tradição das últimas décadas, que determinava um máximo de dois mandatos para os lideres do partido.

O jornal oficial em língua inglesa China Daily reconheceu que as medidas aplicadas em Xangai estão “longe de ser perfeitas” e apontou para a demissão, na semana passada, de três funcionários locais, por negligências dos seus deveres. Mas ressalvou que isto não se deve se tornar uma “desculpa para politizar o incidente e culpar a China”.

Apesar do número total de casos ascender a cerca de 200.000, nenhuma morte foi relatada em Xangai. As autoridades da cidade também disseram garantir suprimentos diários para os moradores, na sequência de reclamações sobre entregas de alimentos e outras necessidades.

Os residentes recorreram à compra coletiva de mantimentos porque não têm permissão para sair dos seus prédios, com sucesso apenas parcial na obtenção dos bens necessários.

Pequim tem relativamente poucas restrições, embora o bairro de Erjiefang, incluindo o famoso distrito de arte 798, tenham sido colocados sob isolamento e classificados como áreas de alto risco, depois de detetados oito casos, nas últimas duas semanas.

A China mantém as fronteiras encerradas desde março de 2020. Quem chega ao país tem que cumprir uma quarentena de três semanas, num hotel designado pelo governo. As autoridades exigem a apresentação do certificado negativo dos testes serológicos tipo IgG e IgM e o teste de ácido nucleico PCR.

Nesta altura, a maioria dos países, incluindo na Ásia, como Coreia do Sul, Vietname ou Singapura, estão a reduzir gradualmente as restrições e a abrir as fronteiras aos turistas.

11 Abr 2022