Carta ao Director

Duvido que em Macau alguma vez tenha sido feito um estudo sério sobre a prevalência do ruído no dia a dia dos seus habitantes. Existem, no entanto, muitos estudos sobre a influência nefasta que a exposição constante ao barulho tem sobre as pessoas (e animais irracionais). É usado, o ruído, como forma de tortura.

Uma das características da paisagem sonora do território é, sem dúvida, o barulho constante de obras. Num espaço pequeno este tipo de ruído tende a ser muito presente. Não há praticamente lugar nenhum onde não sejamos confrontados com ele. Muitas dessas obras parecem desnecessárias ou fruto de falta de planeamento. É normal as pessoas queixarem-se de obras numa rua onde apenas uns meses antes outras tinham incomodado as pessoas durante semanas.

Para além das obras em espaços públicos há, como todos sabemos, muitas obras em casas particulares.
Mas há outros tipos de ruído excessivo. Um deles é o barulho do tráfego de carros, motas e autocarros de turismo e de transporte público e o de camiões de transporte, camiões cisterna ou betoneiras ou tráfego de outros tipos de camiões ligados à construção.

Num território tão pequeno uma administração amiga dos seus habitantes (coisa que Macau nunca teve) preocupar-se-ia certamente em reduzir ao máximo o inconveniente que estes veículos causam a todos os níveis, da poluição sonora à poluição atmosférica. Uma administração consciente reduziria ao máximo o trânsito de automóveis ligeiros particulares fazendo com que o seu uso se tornasse muito inconveniente.

Outro tipo de poluição sonora resulta da obsessão com a música de entretenimento. Há música nos atendedores de chamadas, nos restaurantes, nos cafés, nos supermercados, nos centros comerciais, nos lobbies dos hotéis, em algumas ruas, em alguns elevadores, etc. Na zona do Cotai existe por vezes música na rua, ecoando por toda a zona.

A música enlatada é omnipresente. Já Schonberg chamara a atenção para o modo como a música gravada e difundida em espaços públicos estava a matar a própria música. O excesso retira a exclusividade. Tudo isto se inclui naquilo que Bernie Krause chama a antropofonia, o som provocado pelo homem. As outras fonias são, lê-se no extraordinário livrinho de Carlos Alberto Augusto, Sons e Silêncios da Paisagem Sonora Portuguesa, a geofonia, os sons da natureza, do mar, do vento, dos trovões, e a biofonia, constituída pelos sons causados pelos animais e pelas plantas.

Outra fonte de ruído em espaços públicos provém dos telemóveis, aparelhos que são usados por vezes de modo a interferir com o sossego das pessoas circundantes. São os toques, os sons de jogos, o som das pessoas a falar, o som dos vídeos, etc. Os transportes públicos (os autocarros) são uma fonte de cacofonia: os toques para saída, os constantes avisos em 4 línguas diferentes, o barulho dos vídeos dos aparelhos de televisão que quase todos os autocarros têm e, mais uma vez, o barulho dos telemóveis, dos jogos, das pessoas a falar, dos filmes, etc.

Pedro Catalão

24 Mai 2022

Taiwan | China avisa Biden para não subestimar determinação de Pequim

A resposta de Joe Biden à pergunta de um jornalista sobre a posição dos Estados Unidos face a uma possível intervenção de Pequim na antiga Formosa não agradou às autoridades chinesas. O MNE chinês replicou de imediato e aconselhou os norte-americanos a não enviarem sinais errados aos independentistas de Taiwan

 

A China avisou ontem o Presidente dos Estados Unidos para não “subestimar” a “firme determinação” de Pequim em “proteger a sua soberania”, depois de Joe Biden ter prometido defender Taiwan em caso de uma invasão chinesa.

“Ninguém deve subestimar a firme determinação, a forte vontade e a poderosa capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“Pedimos aos Estados Unidos (…) que evitem enviar sinais errados às forças independentistas” de Taiwan, acrescentou.

Biden, que se encontra no Japão após uma passagem pela Coreia do Sul, naquela que é a sua primeira viagem à Ásia desde que tomou posse, admitiu ontem que os Estados Unidos poderiam intervir militarmente caso a China invadisse Taiwan.

Foram as declarações mais fortes e abertas de apoio a Taipé por um líder da Casa Branca em décadas.

O Presidente norte-americano disse que a obrigação de proteger a ilha tornou-se “ainda mais forte” após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Esse é um compromisso que assumimos”, disse o chefe de Estado norte-americano, numa conferência de imprensa, em Tóquio.

Um único país

Sob o princípio “Uma só China”, os Estados Unidos reconhecem Pequim como o governo legítimo da China e cortaram relações diplomáticas com Taiwan.

No entanto, Washington mantém contactos não oficiais com o território, incluindo uma embaixada de facto em Taipé. Os Estados Unidos também fornecem equipamento militar para a defesa da ilha.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas.

24 Mai 2022

Autocarros | Pandemia atrasa compra de híbridos

Segundo o Governo, até ao final do corrente ano metade da frota de autocarros públicos será constituída por 50 por cento de autocarros híbridos, e até 2030, a proporção aumentará para 90 por cento. Contudo, devido aos problemas pandémicos, como o encerramento de fábricas e os entraves às redes de distribuição, a meta pode não ser totalmente alcançada.

Os desafios foram primeiramente reconhecidos por Lam Hin San, director da DSAT. “Este ano vamos tentar atingir uma proporção de 50 por cento de autocarros híbridos. Mas, por causa da pandemia, que levou ao encerramento de fábricas está a haver muitos desafios”, justificou Lam.

Mais tarde, já em declarações aos jornalistas, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, falou de um problema que abrange vários sectores no território. “Os problemas de abastecimento abrangem todos os sectores.

Como se sabe, algumas fábricas pararam ou reduziram a produção, isso é de domínio público, e também estamos a ser afectados”, afirmou Raimundo do Rosário. “Não é só na área dos transportes, mas também nas obras”, acrescentou.

Ainda assim, o secretário prometeu “fazer os possíveis para que não haja atrasos”, e, no caso de estes existirem, que sejam “com o menor tempo possível”.

24 Mai 2022

DSAMA | Executivo recusa transformar lagos em reservatórios de água doce

O Governo afasta a possibilidade de transformar os Lagos de Nam Van e Sai Van num reservatório de água doce. A posição foi tomada na resposta a uma interpelação da deputada Song Pek Kei, assinada por Susana Wong, directora dos Serviços e Assuntos Marítimos e de Água.

Segundo as explicações do Executivo, a transformação dos lagos implica “um grande volume de dragagem e de escavação com grande profundidade”. Além disso, a transformação implica ainda “obras de impermeabilização e de construção de muretes para a retenção de água no fundo dos lagos e diques circundantes”.

Como os trabalhos referidos têm “um impacto profundo e a longo prazo para o ambiente hídrico e ecológico”, assim como efeitos negativos para a “paisagem geral da zona circundante dos lagos”, o Executivo considera que não se justifica a transformação, optando por manter a situação actual.

No entanto, foi explicado que para aumentar a capacidade de armazenamento em Macau, as obras de ampliação da Barragem de Ká Hó e da Ampliação do Reservatório de Seac Pai Van vão ficar concluídas no próximo ano e em 2026, respectivamente.

Com as obras terminadas em 2026, a capacidade de armazenamento de água vai subir para 3,12 milhões de metro cúbicos, o que representa a quantidade de água consumida em Macau em 12 dias.

Sobre a utilização de água reutilizável, ou seja, água não potável, mas tratada e que pode ser usada para descargas, o Governo diz ter finalizado um estudo no ano passado e que está a ouvir os diversos serviços competentes. Após escutar as opiniões, vai concluir, ainda este ano, uma rede de canalizações para a implementação da água reutilizável.

24 Mai 2022

Historiadora portuguesa traça retrato dos informadores da PIDE, antiga polícia política

A historiadora Irene Flunser Pimentel faz o retrato dos informadores da PIDE, “a figura mais odiada” no pós 25 de Abril, numa investigação que será publicada esta quinta-feira, em Portugal, mas preserva as identidades para não atingir as famílias.

O livro “Informadores da PIDE – A Tragédia Portuguesa” demonstra que a rede de grandes dimensões montada pela polícia política do Estado Novo é ainda uma realidade escondida que marcou a sociedade portuguesa do século XX, apesar da curiosidade que despertou logo após a Revolução dos Cravos.

“Curiosamente, quando lemos os jornais publicados logo após o 25 de Abril (1974), a figura mais odiada é a do informador. É absolutamente revoltante a figura do delator, do “bufo” ou do denunciante”, disse à Lusa Irene Pimentel.

“Impressiona o aperfeiçoamento, ao longo dos anos, do sistema de recrutamento de informadores em virtude da longevidade do regime e da existência de elementos da PIDE peritos na captação de informadores ou delatores”, explica a historiadora à agência Lusa.

A investigação histórica demonstra que PIDE infiltrou todos os “grupos” que se mostravam contra o regime, desde os “reviralhistas” até aos republicanos, monárquicos ou militares descontentes e ainda o PCP, “que foi o principal alvo”, sendo que muitos militantes comunistas foram “virados” depois de serem presos.

Informadores de todos os lados

O “perfil” do informador começa por ser o de pessoas de baixa condição social, “como a Polícia Judiciária”, mas a polícia política também foi buscar pessoas às classes mais privilegiadas da sociedade portuguesa, como médicos, advogados, presidentes de câmaras municipais, governadores civis ou jornalistas. Verifica-se também – ao longo dos 48 anos de regime ditatorial – a colaboração no “trabalho sujo” de muitas pessoas que não o faziam directamente, como os administradores de empresas que pediam à própria PIDE para estabelecer redes de informadores nas próprias companhias.

“A PIDE era muito importante para a obtenção do emprego porque era a polícia política que dava oficialmente a qualificação dos empregados da Função Pública e o Estado era o maior empregador do país”, recorda Irene Pimentel, referindo-se à penetração dos métodos da polícia política no mundo do trabalho.

Após quase cinco décadas após a Revolução ainda não se sabe quantos informadores colaboraram com a polícia política que recorria a métodos violentos, como a tortura de que foram vítimas os presos políticos ao longo de quase cinco décadas.

23 Mai 2022

China avisa Biden para não subestimar determinação de Pequim em relação a Taiwan

A China avisou hoje o Presidente dos Estados Unidos para não “subestimar” a “firme determinação” de Pequim em “proteger a sua soberania”, depois de Joe Biden ter prometido defender Taiwan em caso de uma invasão chinesa.

“Ninguém deve subestimar a firme determinação, a forte vontade e a poderosa capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“Pedimos aos Estados Unidos (…) que evitem enviar sinais errados às forças independentistas” de Taiwan, acrescentou.

Biden, que se encontra no Japão após uma passagem pela Coreia do Sul, naquela que é a sua primeira viagem à Ásia desde que tomou posse, admitiu hoje que os Estados Unidos poderiam intervir militarmente caso a China invadisse Taiwan.

Foram as declarações mais fortes e abertas de apoio a Taipé por um líder da Casa Branca em décadas.

O Presidente norte-americano disse que a obrigação de proteger a ilha tornou-se “ainda mais forte” após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Esse é um compromisso que assumimos”, disse o chefe de Estado norte-americano, numa conferência de imprensa, em Tóquio.

Sob o princípio “Uma só China”, os Estados Unidos reconhecem Pequim como o governo legítimo da China e cortaram relações diplomáticas com Taiwan.

No entanto, Washington mantém contactos não oficiais com o território, incluindo uma embaixada de facto em Taipé. Os Estados Unidos também fornecem equipamento militar para a defesa da ilha.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, apesar de a ilha operar como uma entidade política soberana, e ameaça utilizar a força, caso o território declare formalmente independência.

Nos últimos anos, centenas de caças chineses entraram na Zona de Identificação da Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, numa demonstração de força por parte de Pequim

23 Mai 2022

Covid-19 | Pequim prolonga regime de teletrabalho face ao aumento de casos

Pequim prolongou hoje o regime de teletrabalho e o ensino à distância, e ordenou nova ronda de testes em massa, após o número de casos de covid-19 ter voltado a aumentar na capital chinesa.

Vários bairros da cidade restringiram as entradas e saídas, embora as condições permaneçam muito menos severas do que em Xangai, onde milhões de cidadãos estão sob diferentes níveis de confinamento há dois meses.

Pequim relatou 99 casos, nas últimas 24 horas – um aumento em relação à média diária anterior de cerca de 50.

No conjunto, a China registou 802 novos casos, marcando um declínio face às semanas anteriores. Apesar disto, o Governo mantém medidas de quarentena, confinamento e testes, face à estratégia de ‘zero casos’ de covid-19.

Xangai informou que 480.000 pessoas ainda estão confinadas, enquanto 1,59 milhões foram autorizadas a movimentar-se dentro dos seus bairros e 21,2 milhões enfrentam restrições mais leves.

A reabertura dos transportes a partir de Xangai criou um êxodo de trabalhadores migrantes e estrangeiros, desesperados para escapar da cidade, após dois meses de bloqueio, marcados pela escassez de alimentos, medicamentos e outros bens básicos.

Entre os que permanecem na cidade, muitos podem apenas sair uma hora para fazer compras, e ficam encarregados de adquirir mantimentos e outros bens de primeira necessidade para todo o prédio.

23 Mai 2022

Tóquio diz que EUA apoiam adesão do Japão ao Conselho de Segurança da ONU

O primeiro-ministro do Japão disse hoje que o Presidente dos Estados Unidos apoia a vontade do Japão de se tornar membro permanente de “um novo” Conselho de Segurança da ONU. Fumio Kishida falava na conferência de imprensa conjunta, em Tóquio, no final do encontro bilateral entre os dois líderes.

O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 países, incluindo os membros permanentes, com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.

Em 27 de abril, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que visa reduzir o uso do veto no Conselho de Segurança, enquanto Brasil e Índia exigiram uma reforma do órgão.

O governante japonês acrescentou que Joe Biden apoiou também a organização da cimeira do G7, no próximo ano, em Hiroshima, no sudoeste do país.

Kishida disse ainda que o Japão e os EUA “vão vigiar as atividades recentes da marinha chinesa, bem como os movimentos relacionados com os exercícios conjuntos da China e da Rússia”.

“Opomo-nos firmemente às tentativas de mudar o ‘status quo’ pela força no mar da China Oriental e no mar da China Meridional”, disse.

Por outro, os dois líderes concordaram “em lidar conjuntamente com várias questões relacionadas com a China, incluindo direitos humanos”, acrescentou o primeiro-ministro japonês.

23 Mai 2022

Japão | Joe Biden reúne-se com líderes do grupo Quad

O Presidente dos Estados Unidos chegou ontem ao Japão para uma visita centrada no reforço da cooperação económica e de segurança com os parceiros do grupo Quad face à ascensão da China e à guerra na Ucrânia, noticia a EFE.

A agência de notícias espanhola realça que na visita de Joe Biden aquele país asiático, a primeira desde que tomou posse, o líder norte-americano vai fazer o lançamento formal do Quadro Económico Indo-Pacífico (IPEF), um novo projecto de cooperação regional destinado a promover o comércio e o investimento entre os EUA e os países da região, bem como a reforçar a resiliência das cadeias de abastecimento.

Segundo a EFE, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, disse aos jornalistas, ainda a bordo do avião presidencial norte-americano, que o IPEF é um acordo “muito amplo”, no qual vários países da região demonstraram interesse.

Sullivan adiantou ainda que na reunião do grupo Quad, que junta EUA, Japão, Índia e a Austrália, que terá lugar amanhã em Tóquio, os líderes dos quatro países pretendem “enviar uma mensagem clara de dissuasão” contra “agressão militar ou alterações unilaterais ao status quo” no Indo-Pacífico.

O aumento das tensões no Estreito de Taiwan pode igualmente ser “uma das questões de segurança” abordadas nas discussões quadripartidas, embora não esteja inicialmente na agenda da cimeira.

Além da reunião entre os quatro países, Joe Biden irá ter encontros bilaterais com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Presidente eleito da Austrália, Anthony Albanese, que deverá viajar para o Japão esta terça-feira, logo a seguir à sua tomada de posse, estando também agendada uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

23 Mai 2022

Economia | China tenta pôr termo a “crescimento fictício” por via da construção

Segundo o economista da Universidade de Pequim, Michael Pettis, a covid-19 veio acelerar o processo de desinvestimento do país em activos não produtivos. Pequim tenta afastar-se do modelo de crescimento assente no sector imobiliário

 

O abrandamento económico suscitado pela covid-19 vai obrigar a China a alocar capital de forma mais eficiente, pondo termo a décadas de “crescimento fictício”, alimentado pelo sector da construção, explica à Lusa o economista Michael Pettis.

O professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, vê no colapso de algumas das maiores construtoras do país um sinal de que a China se está a afastar do modelo de crescimento assente no investimento em activos não produtivos.

“Há muito crescimento fictício na China”, nota Pettis. “O excesso de investimento em todo o tipo de projectos de construção inflacciona o crescimento há vários anos”, descreve.

O termo “crescimento fictício” foi usado pela primeira vez pelo Presidente chinês, Xi Jinping, num ensaio publicado em 2021, que frisou a importância de o país alcançar um crescimento “genuíno”.

Em entrevista à agência Lusa, Michael Pettis, que vive no país asiático há duas décadas, considera que a campanha para desalavancar o sector imobiliário faz parte dos esforços de Pequim para pôr termo a esse modelo.

No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19.

Este mês, a Sunac tornou-se a mais recente construtora chinesa a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada.

“A maioria das estimativas coloca a contribuição do sector imobiliário para o PIB [Produtos Interno Bruto] da China entre 25 por cento e 30 por cento. Isto é duas a três vezes superior ao de outros países. O investimento em imobiliário por si só representa cerca entre 13 por cento e 14 por cento do PIB”, observa Pettis.

O rácio entre o preço dos imóveis e o valor das rendas no país asiático está entre os mais altos do mundo, sugerindo um retorno negativo sobre o capital investido. Em Pequim ou Xangai, o valor médio dos imóveis ascende a cerca de 23 vezes o vencimento médio anual dos residentes.

Para o economista, a alocação de capital para investimentos não produtivos na China ascende a uma “escala sem precedentes” na História.

“Normalmente, quando os economistas querem falar sobre um caso proeminente de grande quantidade de investimento não produtivo, eles apontam para o Japão na década de 1980”, indica. “O meu palpite é que em 10 ou 20 anos vão estar a falar da China”, acrescenta.

Exemplo espanhol

Diferentes analistas estimam existir na China propriedades vazias suficientes para abrigar mais de 90 milhões de pessoas – cerca de nove vezes a população portuguesa.

Em muitos casos, as casas são mantidas vazias pelos proprietários, por serem assim mais fáceis de vender a um próximo especulador. A estrutura assemelha-se a um esquema pirâmide, onde o activo não gera por si fluxo de capital, mas depende antes de um próximo investidor estar disposto a pagar mais pelo bem imóvel.

A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas.

Michael Pettis aponta para o exemplo de Espanha antes da crise financeira internacional de 2008.

“O período de rápido crescimento da economia espanhola foi impulsionado pelos fundamentos errados: a construção de imóveis nos quais ainda hoje ninguém mora, e uma enorme quantidade de infraestrutura, que foi além daquilo que o país necessitava”, descreve.

“Enquanto isto dura é óptimo”, nota. Mas, quando o aumento da dívida é incapaz de gerar retorno, o modelo torna-se insustentável, suscitando uma “desaceleração económica e potencial aumento do desemprego”.
Pettis prevê agora o fim de décadas de trepidante crescimento económico do país asiático.

“A China poderia ter continuado com o modelo actual por mais três ou quatro anos”, observa. “Mas, com o impacto económico da covid-19, estão a ficar sem tempo”.

23 Mai 2022

Relatório UE | Governo rejeita críticas a “Um País, Dois Sistemas”

A União Europeia aponta que o princípio “Um País, Dois Sistemas” reduziu “direitos políticos e liberdades fundamentais de um povo”. O Governo de Macau reagiu pedindo à UE para não “interferir nos assuntos internos da China”

 

O Governo de Macau manifestou no sábado “firme repúdio” ao relatório da União Europeia (UE) que aponta para a restrição de direitos e liberdades em 2021 na região. O Governo exortou ainda a UE a “parar de interferir nos assuntos internos da China, designadamente da RAEM”.

“Ao longo dos mais de 20 anos de retorno de Macau à pátria, a implementação do princípio de ‘Um País, Dois Sistemas’, com características de Macau, alcançou reconhecimento a nível internacional, criando uma das melhores conjunturas de sempre de desenvolvimento em que os residentes de Macau gozam plenamente os direitos e liberdades conferidas pela Constituição e pela Lei Básica, factos que são inegáveis”, sustentou em comunicado.

A implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas” em Macau “minou os direitos políticos e as liberdades fundamentais do povo” do território, acusou Bruxelas no último relatório sobre a evolução política e económica na região administrativa, divulgado na sexta-feira.

No domínio político, as eleições para a constituição da sétima Assembleia Legislativa, em Setembro, mereceram particular atenção no documento europeu.

“Pela primeira vez, as autoridades de Macau desqualificaram 21 candidatos por não se comprometerem com a fidelidade à RAEM ou não apoiarem a Lei Básica”, aponta-se no texto, no qual se lembra a desqualificação de 15 candidatos do campo pró-democracia de Macau.

No texto reconhece-se ainda que, “embora a Lei Básica e outros actos legislativos não prevejam a introdução do sufrágio universal”, a UE continua a “encorajar as autoridades de Macau a fomentar um maior envolvimento público nas eleições para o cargo de Chefe do Executivo e para a Assembleia Legislativa”.

Mais e mais desafios

No relatório aponta-se, por outro lado, de forma particularmente detalhada, os “crescentes desafios que se colocam aos meios de comunicação social de Macau para exprimir um amplo leque de opiniões”, assim como “a prática de cada vez mais auto-censura”.

Os relatores europeus recordam as preocupações da Associação de Imprensa Portuguesa e Inglesa de Macau com a directriz que impedia os jornalistas de televisão e rádio públicas “de transmitir informações ou opiniões contrárias às políticas do Governo Central da República Popular da China”.

A administração da TDM “encorajou” elementos da redacção a “respeitar o princípio de ‘amar o país e amar Macau’ e “os comentários e informações relacionados com a comemoração de 4 de Junho foram alegadamente censurados em dois programas de actualidades”, aponta-se no relatório.

Críticas do MNE

O Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (CMNE) criticou o relatório publicado pela União Europeia (UE) sobre Macau, que acusou de difamar um modelo bem-sucedido. Segundo o CMNE, o relatório foi um “truque antigo e repetido”, “deformou os factos” e “estigmatizou a prática bem-sucedida do princípio Um País, Dois Sistemas em Macau”.

O comissariado destacou ainda que sente um elevado grau de insatisfação e se opõe firmemente à posição da União Europeia. Ainda de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, desde a transferência de soberania que a prática do princípio Um País, Dois Sistemas foi implementada com sucesso e é reconhecida a nível mundial.

Além disso, o MNE destacou que os cidadãos gozam de direitos e liberdades que nunca gozaram no tempo da Administração Portuguesa. Finalmente, o comunicado indica também que a China não tolera a intervenção de forças externas nos seus assuntos internos.

23 Mai 2022

Covid-19 | Não residentes de Portugal já podem viajar para Macau

A partir da próxima sexta-feira, dia 27, os não residentes de nacionalidade portuguesa “que não tenham estado em locais fora do interior da China, Macau, Hong Kong ou Portugal” nos últimos 21 dias podem entrar em Macau “sem autorização prévia das autoridades de saúde”.

As autoridades afirmam, numa nota hoje divulgada, que tiveram em conta “as necessidades dos residentes ou entidades da RAEM”, pelo que decidiram “dispensar, a título excepcional, o cumprimento da medida por parte de determinado grupo de pessoas”.

Além disso, no caso de Portugal, “a situação epidémica é considerada moderada”, sendo que “o intercâmbio entre pessoas de Macau e Portugal é necessário”.

Ainda assim, para que estas pessoas entrem em Macau, é necessário “que sejam cumpridos os requisitos de entrada e a apresentação de documentos exigidos pelas autoridades sanitárias”. Mantém-se, no entanto, a obrigatoriedade do cumprimento de uma quarentena de 14 dias num dos hotéis designados para o efeito.

Estes requisitos passam pela apresentação de um passaporte português válido, uma declaração, em formato PDF, ou um comprovativo em como, nos últimos 21 dias anteriores à entrada, estas pessoas não tenham estado em locais fora do interior da China, Macau ou Hong Kong. É também necessária a apresentação de um certificado de teste negativo à covid-19, bem como um certificado de vacinação que “cumpra os requisitos da política de prevenção de epidemias no momento de entrada” no território.

As autoridades podem ainda exigir outros documentos à entrada, como, por exemplo, “a confirmação de reserva emitido pelo hotel de observação médica”.

20 Mai 2022

Timor-Leste/20 anos: Ana Gomes em Díli defende que país tem importância estratégica para Portugal

A diplomata Ana Gomes chegou hoje a Díli para as celebrações dos 20 anos da restauração da independência de Timor-Leste, país que defende ter uma importância estratégica para Portugal maior do que muitos portugueses percepcionam.

“Vou ficar até domingo, vim convidada pelo Presidente, Ramos-Horta, e é sempre para mim uma emoção vir a Timor e claro que no 20.º aniversário da independência ainda mais”, declarou Ana Gomes à agência Lusa, num hotel em Díli.

Questionada pela Lusa, a antiga embaixadora em Jacarta contou que já iniciou a escrita do seu livro sobre o processo de independência de Timor-Leste: “Estava a escrevê-lo quando começou a guerra na Ucrânia, e perturbou-me tanto que o adiei por uns meses. Mas ainda retomarei este ano a escrita, porque acho que tenho obrigação de escrever esse livro”.

Ana Gomes era para ter chegado há dois dias, mas houve uma ligação aérea que falhou: “Só cheguei esta manhã, mas cá estou para o dia da independência”.

Hoje, em Díli, assistiu à cerimónia do içar da bandeira nacional em comemoração da independência, no Palácio da Presidência, onde também esteve o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que representa o Estado português e a União Europeia nestas cerimónias oficiais, na sua primeira visita oficial a Timor-Leste.

“Não troquei impressões, mas já cumprimentei o senhor Presidente. A sensação que eu tenho é muito importante, claro, que o nosso Presidente aqui esteja, porque este é um tempo também especial para todos os portugueses que vibraram com Timor”, disse.

Ana Gomes acrescentou que “Timor é muito mais muito importante do que a maior das pessoas hoje em Portugal percepciona”, assinalando que “vai em breve ser membro da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]” e que “é a parte do território asiático que fala português”.

“Ao contrário de Macau, aqui fala-se português. Mais e melhor se podia falar se também houvesse mais investimento da nossa parte – e não estou a falar do trabalho extraordinário feito pelos professores de português, mas ao nível, por exemplo, dos órgãos de comunicação social”, considerou.

Segundo a ex-eurodeputada, “a televisão e outros media eletrónicos podiam ser aqui muito úteis no aprofundamento da qualidade do português que se fala aqui”.

“Eu sou das pessoas que acham que a decisão de escolher o português é estratégica para Timor, para o reforço da identidade timorense. Mas também devia ser entendida como estratégica por Portugal, porque esta é obviamente a nossa grande porta de interesses na Ásia para o tipo de relações que eu penso que são profícuas para Portugal”, sustentou.

Na Ásia, Portugal deve procurar relações que não sejam “de dependência de uma grande potência como é o caso da China”, mas antes “de valorização da capacidade do nosso relacionamento económico, comercial, mas também político com todos os povos da região”, advogou.

Ana Gomes, militante socialista, foi candidata às presidenciais de 2021 sem apoio do PS, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República.

Como diplomata, serviu nas missões junto da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra e Nova Iorque e nas embaixadas em Tóquio e Londres. Entre 1999 e 2003 foi chefe de missão e embaixadora em Jacarta, tendo acompanhado o processo de independência de Timor-Leste, conseguida após uma luta de libertação contra a ocupação indonésia, e de restabelecimento das relações diplomáticas luso-indonésias.

20 Mai 2022

Ramos-Horta: Há “desafios exigentes” que continuam por sanar em Timor-Leste

Foto de António Dasiparu

 

Timor-Leste já percorreu um longo caminho de consolidação democrática, mas continua a enfrentar “desafios exigentes”, alguns dos quais continuam por sanar, particularmente no que toca a desigualdades sociais, afirmou hoje o Presidente timorense.

“Timor-Leste percorreu já um longo caminho para a consolidação de uma democracia jovem, vibrante e assente nos princípios de um estado de direito. Não podemos pensar que tudo está feito, o nosso país tem pela frente desafios exigentes próprios do nosso contexto histórico e cultural”, afirmou José Ramos-Horta num discurso no parlamento, numa sessão que evoca os 20 anos da restauração da independência e de vida da constituição.

“Desafios estes que já nos acompanham há algum tempo, isto apesar da constituição estabelecer os fundamentos e a base jurídica necessária para o Estado poder atuar no sentido de atenuar as desigualdades identificadas”, afirmou.

Ramos-Horta, que tomou posse ao final da noite de quinta-feira como Presidente da República, hora local, falava numa sessão solene do Parlamento Nacional de comemoração do 20.º aniversário da constituição timorense, na qual participaram, entre outros, o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa.

Num discurso em que destacou o que já foi conseguido e o que falta conseguir para uma verdadeira implementação dos princípios orientadores da constituição, que cumpre 20 anos de vida, Ramos-Horta disse que o país se deve orgulhar de ser uma democracia “livre e plural, multiétnica e multirreligiosa”.

Falta, porém, consolidar os princípios de proteção social próprios de um estado de direito, afirmou, sublinhando que o Estado “deve desenvolver e implementa políticas capazes de responder de forma eficaz às necessidades” atuais.

“Só assim terá a capacidade de servir plenamente os seus cidadãos, e assegurar os seus direitos fundamentais”, afirmou, considerando essencial uma alteração de pensamento “privilegiando” as regras e normas, mas, “acima de tudo, as pessoas”.

Num longo discurso, Ramos-Horta analisou os vários componentes da lei base, aprovada pelos 88 deputados da Assembleia Constituinte, que a 20 de maio de 2002 se transformou em Parlamento Nacional.

Um texto que enfatiza o respeito pelos direitos humanos e fundamentais, separação de poderes e respeito pela democracia pluralista, sendo essencial “na construção de um Estado de Direito Democrático, assente na dignidade da pessoa humana e na soberania do povo”.

20 Mai 2022

China reduz custos com hipotecas para reanimar setor imobiliário em crise

O banco central da China anunciou hoje um corte na taxa de juros para empréstimos a longo prazo, reduzindo assim os custos com hipotecas, num sinal de apoio ao setor imobiliário, que atravessa uma crise de liquidez.

De acordo com um comunicado do Banco Popular da China, a taxa de base para empréstimos de cinco anos, a referência para o crédito à habitação, foi reduzida de 4,6% para 4,45%, um corte de 15 pontos base – o maior desde que foi criada, em 2019.

Isto superou em três vezes a previsão dos analistas, que esperavam uma queda de cinco pontos base.

“Acreditamos que a decisão visa impulsionar a procura no setor imobiliário, que foi de mal a pior”, explicou Julian Evans-Pritchard, analista da consultora britânica Capital Economics, num relatório.

Evans-Pritchard apontou que a queda nos juros sobre novas hipotecas pode ser ainda maior, já que os reguladores no fim de semana reduziram os níveis mínimos de taxas para novos compradores em 20 pontos base, em relação à taxa de base.

O banco central da China baixou ainda os custos de financiamento dos bancos, para que as entidades possam oferecer condições mais atrativas.

Evans-Pritchard frisou, no entanto, que as medidas de bloqueio impostas pela estratégia de ‘zero casos’ de covid-19 constituem o principal obstáculo, neste momento, para o setor imobiliário.

A taxa preferencial de empréstimos a um ano – a taxa de juros de facto – foi mantida inalterada, em 3,7%.

A Capital Economics apontou que a “moderação” do banco central em relação à taxa a um ano pode ser devido a preocupações com o efeito para a taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan, em relação ao dólar.

O aumento das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos motivou uma fuga de capitais da China, após os títulos do tesouro norte-americano terem mesmo ultrapassado a rentabilidade garantida pela dívida emitida pelo Governo chinês, pela primeira vez desde 2010.

O banco central chinês “ainda parece relutante” em permitir um grande aumento do crédito, apontou a Capital Economics.

A consultora disse não acreditar que as medidas de flexibilização monetária sejam suficientes para “impulsionar uma forte recuperação”, e descartou estímulos em “grande escala”.

A taxa de base é calculada a partir das contribuições de preços de uma série de bancos – incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais altos e maior exposição a crédito malparado – e visa reduzir os custos de empréstimos e apoiar a “economia real”.

No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19.

Este mês, a Sunac tornou-se a mais recente construtora chinesa a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada.

20 Mai 2022

Nansha | Incubadoras procuram atrair jovens empresários de Macau e Hong Kong

O Distrito de Nansha lançou um plano para melhorar o ambiente empresarial com vista a atrair jovens empreendedores de Macau e Hong Kong. O projecto dá prioridade a empresários das regiões administrativas especiais com o alívio alfandegário e logístico, ao mesmo tempo que procura facilitar o comércio externo

 

Localizado no sul de Guangzhou, mesmo no centro da Grande Região Económica do Delta do Rio das Pérolas, Nansha é o vértice que une o poderio financeiro e com capital de inovação das cidades que se espalham ao longo das duas margens do estuário do Rio das Pérolas. O facto de ser o único ponto de ligação entre Guangzhou e o oceano fez-se com que aí fosse construído um dos mais movimentados portos internacionais de águas profundas.

As condições naturais aliadas ao projecto político de capacitar o distrito como epicentro de inovação e empreendedorismo tornaram Nansha num ponto de atracção e integração dos jovens empresários de Macau e Hong Kong.

O projecto ganhou novos contornos este mês com o anúncio de um novo plano para melhorar o ambiente empresarial mais aberto para o comércio e investimentos transfronteiriços, beneficiando empresários de Macau e Hong Kong.

Um dos focos é a flexibilização dos processos alfandegários. Para tal, foi construído um centro de rastreio global de mercadorias e será implementado um modelo de gestão digital para inspecção de produtos importados e uma plataforma para impulsionar o fluxo de informação entre as cidades da Grande Baía.

Outra parte fundamental prende-se com a maior agilidade e facilitação para profissionais de Macau e Hong Kong obterem vistos de negócio, método de que já beneficiaram 12 docentes do Campus de Guangzhou da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong.

Na primeira pessoa

O distrito de Nansha é um ponto cardeal para jovens empresários e startups das regiões administrativas especiais. A vida de Herro Sun personifica essa sinergia. O empresário de Hong Kong viu nas potencialidades de Nansha uma chance para ajudar centenas de novas empresas. Em menos de dois anos, o investidor orientou mais de uma centena de empresas a estabelecerem-se na zona, com negócios tão díspares como uma companhia de mobiliário inteligente ou uma empresa que produz equipamentos de patinagem.

“Nansha tem sustentado uma população crescente nos últimos anos, o que significa que a quota de mercado está a crescer. Na área da Grande Baía, o custo de transporte é muito baixo, assim como o custo executivo, graças à ajuda do Governo local”, contou Herro Sun, o CEO da NIU+Space Nansha, citado pelo portal de notícias do Governo de Guangzhou.

Para a jovem Jamie Heung, de 27 anos, o aconselhamento e apoio das autoridades de Nansha foram uma benção. A empresária de Hong Kong criou uma pequena unidade fabril que faz aparelhos auditivos – substituindo modelos importados mais caros por opções acessíveis feitas em Guangdong.

A mudança para Nansha não só revolucionou os seus negócios como transfigurou a sua própria mentalidade. “A minha família vive em habitações públicas. Se tivesse ficado em Hong Kong, a minha única perspectiva de futuro seria a trabalhar para outros. Em Guangzhou providenciaram-me um escritório gratuitamente, tive a ajuda de profissionais no desenvolvimento do meu plano de negócios que me mostraram onde devo investir para conseguir facturar mais. Estes elementos deram-me a coragem suficiente para me fixar aqui e ousar sonhar”, afirmou a jovem.

No distrito de Nansha estão fixadas 10 incubadoras para empresas de Macau e Hong Kong, onde o ambiente de modernidade e inovação é palpável. Existem salas de meditação e espaços para dormir uma sesta, mas também cafés e locais cosmopolitas apelativos para quem está habituado a viver numa atmosfera internacional.

20 Mai 2022

Zhongshan | 100 milhões de yuan distribuídos para compra de carros

Os subsídios vão ser distribuídos através do WeChat, e visam devolver a confiança à economia local e ao sector da indústria automóvel

 

A cidade de Zhongshan lançou um programa no valor de 100 milhões de yuan com o objectivo de promover a compra de automóveis mais eficientes a nível energético. A novidade foi anunciada no início deste mês pelas autoridades locais.

Segundo os pormenores adiantados, os “cidadãos podem candidatar-se a subsídios através do WeChat” a partir de 20 de Maio e o programa vai estar disponível até ao final deste ano.

Haverá subsídios em três categorias, incluindo “compra directa de automóveis novos”, “troca de veículos antigos por veículos novos” e “troca de motociclos por automóveis”. Todas as compras serão subsidiadas com base nos preços dos automóveis novos.

Segundo a modalidade de compra directa de automóvel novo, o subsídio implica um único pagamento com o valor a variar entre 1.000 e 12.000 yuan.

No caso do subsídio para a troca de um veículo velho por um novo, este implica a venda, ou o abate, dos veículos mais poluidores e a compra de veículos com energia eléctrica. Também neste caso, as autoridades apenas distribuem um único subsídios por viatura, que conforme o preço da compra do veículo varia entre 3.000 yuan e 13.000 yuan, o valor mais elevado.

O maior apoio tem em conta a modalidade que permite a troca de motociclos por automóveis, de forma a fazer com que menos motociclos circulem na cidade da Grande Baía.

Na modalidade “troca de motocicleta por automóvel”, as autoridades vão apoiar o “desmantelamento de motociclos com uma vida útil de 6 anos ou mais”. No entanto, além de terem de comprar um automóvel novo, os condutores das motas têm de abdicar das cartas de condução para motos. Uma vez que a exigência de abdicar da carta de condução é vista como elevada, as autoridades vão subsidiar os cidadãos com um valor que começa nos 9.000 yuan e chega até 22.000 yuan, sendo que este é o valor mais elevado dos subsídios distribuídos.

Apoio à economia local

A medida que entra agora em vigor tinha sido estudada no mês de Abril, e na altura o presidente da câmara de Zhongshan, Xiao Zhanxin, afirmou surge da “necessidade de introduzir incentivos financeiros para a compra de automóveis em benefício das pessoas e empresas, aumentando ainda mais a confiança dos consumidores, acelerando a recuperação do mercado e conhecendo melhor o anseio das pessoas por uma vida melhor”.

O Esquema de Subsídios à Promoção do Consumo de Veículos de Zhongshan para 2022 estipula ainda que os subsídios são concedidos a entidades legais independentes de empresas automóveis e a consumidores individuais que comprem automóveis em sucursais em Zhongshan.

20 Mai 2022

Dongguan | “Fábrica do mundo” atinge PIB de 1 trilião de renminbis

Em 2021, Dongguan atingiu um PIB de um trilião de renminbis, colocando a cidade da Grande Baía, mais conhecida como “Fábrica do Mundo”, entre as 15 mais competitivas da China. Governo de Dongguan não irá negligenciar a indústria transformadora no futuro para investir no “lucro rápido” do sector imobiliário

 

O Produto Interno Bruto (PIB) da cidade de Dongguan atingiu pela primeira vez em 2021 o volume de um trilião de renminbis. De acordo com informações divulgadas no portal oficial do Governo de Dongguan, o resultado coloca a cidade de 10 milhões de habitantes e apelidada de “Fábrica do Mundo” num patamar equiparável às economias dos países desenvolvidos e entre as 15 cidades mais competitivas da China.

Para isso, muito tem contribuído o facto de a indústria de Dongguan ter capacidade de produzir 60.000 tipos de produtos diferentes, de áreas tão distintas como o têxtil, electrónica ou brinquedos.

“Um em cada três brinquedos, um em cada cinco smartphones, uma em cada cinco peças de lã e um em cada 10 pares de sapatos desportivos comprados em todo o mundo, é fabricado em Dongguan”, pode ler-se numa nota oficial.

Com a indústria a ser responsável por mais de metade do PIB de Dongguan, o Governo da região não tem dúvidas que, ao contrário de outras cidades da China, não irá cair na tentação de utilizar “demasiados terrenos disponíveis” para obter “lucro rápido” com a construção de imóveis. Pelo contrário, as autoridades regionais dizem estar a seguir um caminho “firme” e “sustentável” de alocar terrenos de forma prioritária ao desenvolvimento do sector industrial.

Caminho traçado

Citando o presidente da República Popular da China, a secretária do Comité Municipal de Dongguan, Xiao Yafei, salientou ainda a importância “crucial” que Xi Jinping atribui ao desenvolvimento da economia real, que em altura alguma deve ser preterida em relação à economia ligada à especulação e ao “mundo virtual”.

“Por mais que Dongguan se tenha desenvolvido, não podemos abandonar a economia real (…) e negligenciar a indústria transformadora. Temos a obrigação de prosseguir o bom trabalho que temos vindo a fazer com a nossa economia real, de forma realista e atenta”, vincou a responsável.

“Embora o trabalho industrial seja muito difícil e o mercado esteja a travar uma batalha feroz [devido à pandemia], a aposta na produção constitui a base de desenvolvimento económico de Dongguan para o futuro”, acrescentou.

Impossível de ignorar é também o facto de Dongguan ser hoje a cidade de Guangdong mais competitiva em termos industriais, sobretudo quando a chamada “Fábrica do Mundo” é capaz de produzir bens afectos a 34 das 41 categorias industriais definidas pelo Governo chinês, num total de mais de 60.000 tipos de produtos.

Além disso, de referir que o investimento em investigação e desenvolvimento do sector aumentou 3,54 por cento em termos anuais, de acordo com as últimas estatísticas oficiais, fazendo Dongguan integrar o grupo das 20 cidades chinesas mais avançadas em termos inovação científica e tecnológica.

20 Mai 2022

Foshan | Sectores de actividade económica crescem 9,8 por cento 

Os dados estatísticos lançados em Abril, relativos ao primeiro trimestre, cimentam já Foshan como uma das cidades com o melhor desempenho económico do Delta do Rio das Pérolas. Alguns sectores de actividade económica da cidade tiveram um aumento no valor de produção na ordem dos 9,8 por cento em termos anuais, com indústrias a crescer cerca de oito por cento

 

A economia parece florescer para os lados de Foshan, naquela que é já uma das cidades mais promissoras, em matéria de desenvolvimento económico, do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Segundo o portal Foshan International, alguns sectores de actividade na cidade chinesa, como é o caso de agricultura, agropecuária, pesca e florestas registaram um valor de produção de 11.002 mil milhões de yuan, o que representa um crescimento de 9.8 por cento em termos anuais.

Segundo o mesmo portal, estes números revelam que a produção alimentar “é suficiente para a cidade combater a pandemia”. O fornecimento de carne e ovos foi suficientes, com aumentos na produção de 58.1 e 123.3 por cento, respectivamente.

Os números, que são relativos ao primeiro trimestre, mostram que indústrias de alta escala em Foshan tiveram um valor de produção na ordem dos 128.253 mil milhões de yuan, um aumento de oito por cento. “A maior parte das empresas em Foshan teve um bom desempenho, com um valor agregado de 58.795 mil milhões de yuan, um aumento de 12.9 por cento”, face ao primeiro trimestre do ano passado, revelou o mesmo portal.

No primeiro trimestre registaram-se 1.801 novas empresas registadas na cidade, um aumento de 53,3 por cento, sendo que nas áreas das manufacturas e alta tecnologia registaram-se, respectivamente, crescimentos de 9,8 por cento e 13,1 por cento face a 2021, respectivamente.

“Com a continuação da pandemia, as indústrias relacionadas com a ‘economia do lar’ registaram maiores crescimentos, tal como os sectores do gás, mobílias e bebidas, com crescimentos de 29,7, 14,4 e 15 por cento, respectivamente.”

Além disso, sectores como o dos transportes, saúde e trabalho social e transmissão de informações registaram importantes crescimentos. Entre Janeiro e Fevereiro as empresas ligadas a estes sectores tiveram um valor de actividade de 18,64 mil milhões de yuan, um aumento de 7,5 por cento. De um total de dez categorias industriais, sete registaram “um crescimento positivo, tal como as empresas de transportes e serviços de Internet, com taxas de crescimento na ordem dos 33,3 e 18,5 por cento, respectivamente”.

Confiança na carteira

O portal Foshan International revela ainda que “as medidas para estabilizar o crescimento provaram ser efectivas na melhoria da qualidade de vida da população e a sua confiança em prol de um futuro promissor”.

No primeiro trimestre deste ano, os rendimentos per capita foram, na cidade, de 19,747 yuan, um aumento anual de 5.3 por cento. Foram registadas mais de 70 mil entidades de mercado, um aumento, em termos anuais, de 38.39 por cento, incluindo cerca de 50 mil novos negócios por conta própria.

O crescimento de Foshan não pode estar dissociado do crescimento da própria província onde se insere. Isto porque Guangdong teve um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5.1 por cento no primeiro trimestre. Este valor é “de 0.3 a 1.8 mais elevado do que as taxas a nível nacional e provincial, respectivamente”, lê-se ainda na notícia.

Em Guangdong sectores como o da indústria e agricultura “registaram um momento de forte crescimento”, sendo que a indústria começou a registar uma ligeira recuperação para momentos pré-pandemia.

20 Mai 2022

Zhaoqing | Tranquilidade e beleza natural são trunfos para atrair pensionistas

Com uma área que cobre mais de 25 por cento da Grande Baía, Zhaoqing tem os atributos naturais e vontade de investir em infraestruturas que atraiam reformados das cidades vizinhas. Para tal, a cidade mais ocidental da região aposta na integração na rede de transportes, aumentando a proximidade com Macau e Hong Kong

 

Se olharmos para o mapa da Grande Baía, na lado noroeste vemos uma região que abarca quase um terço de todo o seu território. Com uma dimensão geográfica de 15.056 km2, Zhaoqing representa 27 por cento da área territorial do projecto nacional de integração. O território de Zhaoqing equivale a 456 “Macaus” e 13 “Hong Kongs”, porém, no plano económico o cenário é o inverso, com a cidade a não atingir sequer 10 por cento do Produto Interno Bruto de Shenzhen. A conjugação desses factores transforma Zhaoqing num local com grande potencial de crescimento, com rendas baixas, e com custo de vida e custos operacionais de negócios relativamente baratos, comparados com as restantes cidades da Grande Baía.

Não é por acaso que Zhaoqing tem atraído nos últimos anos a fixação de startups e empresas de grandes dimensões, mas também residentes das cidades vizinhas, como Hong Kong, para aí viverem uma reforma tranquila, numa zona com cenários naturais deslumbrantes e um ritmo de vida mais pausado.

A intenção de transformar a cidade numa zona atractiva para o desenvolvimento do turismo de saúde e cuidados séniores foi assumida pelas autoridades políticas da cidade, que criaram um comité especial para os assuntos relativos ao projecto da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau. Um dos elos de ligação entre os responsáveis de Zhaoqing e as regiões administrativas especiais tem sido mantido com as respectivas Câmaras de Comércio de Macau e Hong Kong, esta última que chegou mesmo a fazer uma visita de prospecção à região conhecida como o “Jardim do Delta do Rio das Pérolas”.

Neste aspecto, importa salientar o esforço feito por Zhaoqing para atrair residentes das regiões administrativas especiais, com particular acutilância para Hong Kong, onde, antes da pandemia, foram feitos contactos com associações profissionais para promover a venda de apartamentos em instalações de cuidados para a terceira idade. Representantes de uma grande construtora sediada em Guangzhou reuniram com representantes das forças policiais e funcionários públicos de Hong Kong e, inclusive, Carrie Lam chegou a visitar a cidade com esse tópico na agenda.

Asfalto e carril

Além da natural paralisia a que a pandemia obrigou, a distância a que fica Zhaoqing vinha sendo um entrave à concretização destes objectivos.

Porém, uma série de obras redefiniram a posição geográfica da cidade no contexto da Grande Baía e até na ligação à província vizinha de Guangxi.

Um dos grandes projectos de integração viária foi a abertura da autoestrada Guangzhou-Foshan-Zhaoqing, encurtando a viagem para a capital da província para 40 minutos. No total, a autoestrada cobre uma distância de 258 quilómetros.

Outra via foi construída com o intuito de tornar Zhaoqing no ponto de contacto entre Guangdong e as zonas mais turísticas de Guangxi. O asfalto acabou materializar uma parte da conexão estabelecida entre as autoridades de Zhaoqing e de Guilin e Hezhou na província de Guangxi, firmada no âmbito de um acordo para acelerar a integração turística das três cidades. Um dos pontos elementares da cooperação assentou na criação de instalações dedicadas ao turismo de saúde, com particular incidência no segmento populacional mais idoso das cidades da Grande Baía.

Antes da pandemia mudar o mundo, as autoridades previam que o número de visitantes ultrapassasse os 358 milhões até 2025, correspondendo a receitas que quase alcançariam 500 mil milhões de renminbis.

20 Mai 2022

Huizhou | Anunciado incentivo estatal de 35 milhões para empresas privadas

O Departamento Financeiro de Huizhou anunciou um total de 10 medidas de incentivo destinadas ao desenvolvimento do tecido privado. Para aceder aos apoios no valor de 34,8 milhões de renminbis, foi criada uma plataforma online, através da qual 154 empresas já apresentaram candidaturas

O Departamento Financeiro do Governo de Huizhou anunciou no passado dia 21 de Abril um pacote de 10 novas medidas destinadas às empresas privadas no valor total de 34,8 milhões de renminbis.

Para além de permitir às empresas aceder a apoios financeiros directos, o objectivo da iniciativa passa também por “desenvolver a economia privada de alta qualidade” e contribuir para a contínua informatização das formalidades administrativas inerentes aos subsídios. Isto, quando, para aceder aos incentivos, as empresas terão de aceder à plataforma online criada para o efeito e designada por “Guangdong Finance Support Platform”.

De acordo com uma nota oficial divulgada pelas autoridades de Huizhou, um total de 154 empresas já viram os seus pedidos de candidatura aprovados. Até hoje, das 10 medidas de apoio anunciadas, seis já estão disponíveis online.

Segundo um responsável do Departamento Financeiro do Governo de Huizhou, este é um passo que permitirá, não só diminuir o tempo de processamento dos pedidos, mas também aumentar o nível de transparência do ambiente empresarial da região.

“Quando todas estas políticas favoráveis forem incluídas na plataforma online, as empresas podem candidatar-se a incentivos financeiros em muito menos tempo de tratamento e com maior transparência”, apontou o Departamento Financeiro.

Aspirações globais

Além disso, como parte do esforço para melhorar o ambiente empresarial, a província de Huizhou está determinada a tomar medidas concretas, a nível legislativo e da melhoria de serviços, para elevar a prestação de serviços administrativos a um novo patamar e contribuir para criar regulamentação orientada para os negócios e em linha com as melhores práticas internacionais.

Quanto à digitalização dos pedidos de apoio financeiro, o Governo de Huizhou fez questão de criar uma equipa especializada, dedicada a identificar os alvos, os princípios orientadores, a atribuição de tarefas e o rumo de desenvolvimento da plataforma online.

Como exemplo de medida incluída no pacote de incentivos anunciado, está a atribuição de subsídios às empresas privadas que tenham atingido um determinado patamar de volume de vendas a retalho.

20 Mai 2022

Jiangmen | Quase 250 empresas locais mostraram-se na Feira de Cantão

A companhia Guangmingyuan Light Technology revelou uma nova lâmpada inteligente de desinfecção de elevadores, que foi utilizada durante os Jogos Olímpicos de Inverno

Um total de 247 empresas de Jiangmen participaram na 131.ª Feira de Cantão, que foi realizada entre Abril e Maio em formato online. A cidade fez-se representar na maior feira do país, que visa a promoção das importações e exportações, em diferentes áreas como electrodomésticos, produtos de iluminação, materiais de construção e decoração, equipamento sanitário, entre outros.

Com o tema os ciclos económicos doméstico e internacional da China, a exposição contou com 637 stands online que se dividiram por 31 áreas de produtos. Além disso, o evento foi separado em três grandes áreas partes para acompanhar as tendências mundiais: plataformas de promoção de produtos online, serviços de fornecimento de produtos e ainda zonas e comércio electrónico transnacional.

Uma das participantes foi a empresa Guangmingyuan Light Technology, também de Jiangmen, que aproveitou o evento online para lançar dois produtos novos: uma lâmpada medicinal de halogéneo e uma lâmpada de desinfecção ultravioleta inteligente para elevadores.

Sobre a lâmpada medicinal de halogéneo, um porta-voz da empresa explicou que “pode ser aplicada ao analisador de sangue” que vai permitir “uma melhor precisão dos exames médicos”. Por sua vez, a lâmpada de desinfecção ultravioleta nos elevadores permite esterilizar os produtos, com uma tecnologia que foi utilizada em vários locais nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.

Aposta multimédia

A participar desde 1998, a empresa de loiças para a casa-de-banho Huayi, com sede em Jiangmen, voltou a estar presente. Ao portal do município de Jiangmen, um representante da companhia afirmou que este ano o formato online exigiu que as preparações fossem diferentes.

“Como a Feira de Cantão decorreu num formato online e queríamos a apresentar-nos de forma profissional, apostámos numa equipa com grande know-how na selecção de produtos, filmagens publicitárias e publicidade multimédia, que fez um trabalho muito intenso”, afirmou o responsável. “Acho que conseguimos mostrar bem a força na nossa marca e dos nossos produtos de forma mais abrangente”, acrescentou.

Também representantes da empresa Guangdong Daye Motorcycle Technology destacaram a importância de para o formato online serem desenvolvidos conteúdos digitais. “Vamos mostrar os nossos produtos, e como sabemos que o formato e diferente de um formato físico, tivemos muito cuidado para nos promover bem, num formato multimédia”, disse um representante da empresa ao portal das autoridades de Jiangmen.

20 Mai 2022

Zhuhai | Parque Agrícola do Grupo Huafa preparado para abrir

Chama-se Parque Moderno de Demonstração Agrícola Hong Kong-Zhuhai-Macau, abre em Junho, tem uma parceria com a Universidade de Macau, e promete revolucionar a agricultura

 

Com a instalação de cortinas, luzes e sistema de irrigação ficaram concluídas as obras do Parque Moderno de Demonstração Agrícola Hong Kong-Zhuhai-Macau, que fica situado em Hezhou do Norte, Zhuhai. A abertura do parque agrícola inteligente, que tem uma parceria com a Universidade de Macau, está prevista para o próximo mês.

O parque, com 15 hectares, é um investimento do Grupo Zhuhai Huafa, que também foi responsável pelas obras, e que espera começar a colher os frutos nos próximos meses. Segundo os cálculos apresentados, está prevista a produção de 7 mil toneladas de frutas e vegetais de alta qualidade, tais como tomate, pimentos, mini pepinos, morangos, alface, ervas tradicionais chinesas, e flores.

Este é o primeiro projecto agrícola inteligente de alta tecnologia do Grupo Huafa, que recentemente começou a apostar nas área da agricultura biológica. Além da produção de alimentos saudáveis, o parque é ainda encarado como a oportunidade para criar 300 trabalhos de agricultura em Zhuhai.

Outra das características é a aposta na diversidade. O parque vai ser constituído por variedades agrícolas de alta qualidade, tanto nacionais como estrangeiras, que são plantadas em estufas de vidro inteligentes semi-encerradas.

Esta é a primeira vez que esta tecnologia é utilizada directamente no Sul da China.
O parque vai estar ligado com Macau, uma vez que a UM tem uma parceria com o Grupo Huafa para testar a cultura de plantas que depois serão utilizadas na Medicina Tradicional Chinesa.

A vantagem está no ganho

Sobre o novo projecto, Li Qi, da empresa Zhuhai Huayi Eco-Technology, subsidiária do Grupo Huafa, explicou que a terra dentro das estufas é mais produtiva do que na agricultura tradicional, o que justifica a grande aposta.

De acordo com as mesmas explicações, o tecto interior não permite que a luz que entra na estufa saía o que prolonga o tempo da exposição, fazendo com que, por exemplo, as plantas de tomate cherry possam crescer até uma altura de três metros e gerarem uma produção anual de 1 milhão de yuan por 667 metros quadrados. Esta valor para os tomates cherry é cinco vezes superior à produção com recurso à agricultura tradicional.

Além disso, as estufas utilizam sistemas inteligentes altamente automatizados para o controlo ambiental, que é realizado por inteligente artificial, e que garante a correcta gestão nutricional vegetal. Li Qi explicou também que são adoptadas “várias tecnologias inovadoras” para arrefecimento, desumidificação e controlo da iluminação.

Para este projecto, o Grupo Huafa criou uma equipa de peritos agrícolas, em 2019, que reuniu membros de prestigiadas universidades agrícolas nacionais e estrangeiras, como a Universidade e Investigação de Wageningen, na Holanda, a Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, bem como a Universidade Agrícola da China.

20 Mai 2022

Shenzhen | Sistemas padrão para aeroportos inteligentes postos em prática este mês

Os sistemas padrão WO para a construção de aeroportos inteligentes, compilados pelo Aeroporto Internacional Shenzhen Bao’an, foram aprovados pela Associação dos Aeroportos Civis da China e serão postos em prática ainda este mês, informou o Shenzhen Economic Daily.

Os sistemas padrão, que fornecem orientação para a atribuição de estacionamento inteligente e sistemas de recolha de informações sobre pontualidade de voo baseados em análise vídeo, são dois exemplos típicos de aplicações de IA e Big Data em operações de voo.

A utilização de IA e de Big Data revolucionou os métodos tradicionais e permitiu ao aeroporto de Shenzhen atribuir lugares de estacionamento para 1.000 voos no espaço de um minuto. Melhorou grandemente a utilização de baías de estacionamento e pontes de embarque e quase 1 milhão de passageiros por ano não precisarão de utilizar autocarros de ferry para embarcar em aviões estacionados mais longe no alcatrão.

O sistema de recolha de informações sobre pontualidade de voo pode identificar e recolher automaticamente dados-chave de voos de chegada e partida através de tecnologias AI. O sistema pode ajudar as companhias aéreas e o aeroporto a melhorar a gestão. A pontualidade dos voos que partem do aeroporto de Shenzhen foi superior a 92% nos últimos dois anos.

20 Mai 2022