Hoje Macau China / ÁsiaJapão planeia cimeira com Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia em Madrid O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está a planear uma reunião com os líderes da Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, em paralelo à cimeira da NATO que realiza na próxima semana em Madrid, avançaram fontes governamentais. A reunião quadripartida aproveitaria o convite da NATO aos líderes dos países da Ásia-Pacífico para participarem na cimeira em Madrid e centrar-se-ia na ascensão da China na região, informou esta segunda-feira o jornal diário japonês Yomiuri Shimbun. O porta-voz adjunto do Governo japonês, Yoshihiko Isozaki, admitiu numa conferência de imprensa que os preparativos para a reunião tinham começado, apesar de salientar que ainda não havia decisão. O gabinete do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol também anunciou que tinha recebido a proposta de Tóquio e que estava atualmente a analisá-la. O encontro, que para além de Kishida e Yoon, incluiria ainda o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese e a sua homóloga neozelandesa Jacinda Ardern, terá como objetivo debater a ideia de um “Indo-Pacífico livre e aberto”, expressão usada por Tóquio e Washington para contrariar a crescente influência chinesa na região. Os líderes do Japão e da Austrália reafirmaram o seu compromisso em adotarem esta estratégia na cimeira do grupo Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad) no final de maio, em Tóquio, juntamente com os representantes de outros países do Quad, entre eles, os Estados Unidos (EUA) e a Índia. Kishida, cuja viagem a Madrid fará dele o primeiro chefe do Governo japonês a participar numa cimeira da NATO, pretende discutir com os restantes líderes a situação da Ucrânia e as suas preocupações sobre as atividades militares chinesas na Ásia-Pacífico, afirmou o chefe de governo nipónico numa conferência de imprensa na semana passada. O Japão não é membro da NATO e a sua Constituição é pacifista, mas este membro do G7 e aliado próximo dos Estados Unidos participa nas sanções internacionais contra Moscovo e entregou também equipamentos militares defensivos à Ucrânia. A cimeira da NATO, prevista para os dias 29 e 30 de junho em Madrid, Espanha, contará com a presença de cerca de 40 líderes internacionais e cerca de cinco mil participantes.
Hoje Macau PolíticaJustiça | Envio electrónico de peças processuais em Setembro A partir de 1 de Setembro, as partes processuais e os mandatários que preencham os requisitos legais podem recorrer à via electrónica para enviar peças aos tribunais e efectuarem o pagamento de custas. A medidas faz parte da lei recentemente aprovada na Assembleia Legislativa e segundo Gabinete do Tribunal de Última Instância resulta de um trabalho conjunto elaborado pelos tribunais e o Governo. O envio das peças e o pagamento pode ser feito “independentemente do horário de expediente dos tribunais e das instituições financeiras”, de acordo com o comunicado emitido ontem. “As peças processuais em suporte de papel que forem digitalizadas e enviadas através da plataforma electrónica dos tribunais têm os mesmos efeitos jurídicos dos respectivos documentos em suporte de papel”, é garantido. No entanto, o juiz pode exigir que sejam apresentados os documentos originais em formato físico, se assim o entender. No caso de processos de natureza penal, a entrega por via electrónica é apenas aplicável a partir da recepção dos autos pelo tribunal competente na fase de julgamento e “desde que se mostre compatível com a observância dos princípios do processo penal”.
Hoje Macau SociedadeCalçada do Gaio | UNESCO admite levar a Pequim queixa de grupo activista Um grupo para a salvaguarda do património de Macau disse que a UNESCO admitiu levar a Pequim a queixa sobre a altura de construção de um edifício perto do Farol da Guia, monumento de influência portuguesa. “O Centro do Património Mundial da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], enquanto Secretariado do Comité do Património Mundial, vai chamar a atenção do partido único da China para este facto”, respondeu a UNESCO numa carta divulgada ontem pelo Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia. “Estamos muito gratos por a UNESCO tomar uma posição firme sobre os limites de altura dos edifícios em torno do Farol da Guia”, reagiu a associação, em comunicado. Na carta endereçada na quinta-feira passada ao organismo da ONU, o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia defendeu que a altura de um edifício inacabado na Calçada do Gaio devia “ser reduzida para 52,5 metros” em vez dos 82,32 metros actuais, “um compromisso assumido pelos governos da China e da RAEM com a comunidade internacional e os cidadãos”. “O acompanhamento lento ou ineficaz da UNESCO já causou sérios danos à integridade visual e às principais linhas de visão do Farol da Guia. Um prédio novo, enorme e alto na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues bloqueou efectivamente a ligação visual entre a Guia Farol e Arco do Oriente, outro marco histórico de Macau”, realçou o Grupo na mesma carta.
Hoje Macau China / ÁsiaChina suspende voo directo a partir de Portugal após detectar casos de covid-19 em passageiros As autoridades chinesas anunciaram hoje a suspensão da ligação aérea entre Portugal e a China, pelo período de um mês, após detetarem dez casos de covid-19, em 12 de junho, num voo oriundo de Lisboa. Em comunicado difundido no seu portal oficial, a Administração de Aviação Civil da China informou que o voo entre Lisboa e a cidade chinesa de Xi’an, operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, passa a estar suspenso a partir de 27 de junho. Os voos para a China estão sujeitos à política do “circuit breaker” (‘interruptor’, em português): quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas. Caso haja dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês. Ao abrigo da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, a China mantém as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020. O país autoriza apenas um voo por cidade e por companhia aérea, o que reduziu o número de ligações aéreas internacionais para o país em 98%, face ao período pré-pandemia. A ligação aérea entre Portugal e a China foi retomada precisamente no dia 12 de junho, com a frequência de um voo por semana, após ter estado suspensa durante mais de seis meses. As autoridades de Xi’an, a capital da província de Shaanxi, no centro da China, suspenderam a ligação com Lisboa no dia 25 de dezembro passado, numa altura em que a região enfrentava um surto de covid-19. A cidade só retomou este mês as ligações internacionais. Quem chega à China tem que cumprir ainda uma quarentena de até três semanas, em instalações designadas pelo Governo.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo de magnitude 6 atinge Taiwan Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter atingiu hoje a região de Hualien, no leste de Taiwan, avançou o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês). Segundo a imprensa de Taiwan, não há até ao momento registo de nenhuma vítima ou danos significativos do terramoto, que foi sentido em toda a ilha. O terramoto aconteceu a cerca de 10 quilómetros de profundidade às 9:05 locais, avançou o USGS. O serviço de metropolitano na capital Taipei foi brevemente interrompido, de acordo com um passageiro, citado pela agência France Presse. Um abalo de menor intensidade foi registado cerca de meia hora depois, de acordo com o Serviço Meteorológico de Taiwan. O USGS classificou como “verde” o risco representando pelo terramoto que atingiu Taiwan, prevendo poucas vítimas e danos. Este é o quarto sismo de magnitude 6 ou superior na escala de Richter a atingir Taiwan desde o início de 2022. Em março, um sismo de magnitude 6,7, registado ao largo de Taiwan, a cerca de 70 quilómetros a sul de Hualien, causou um ferido e destruiu uma ponte em construção nessa região. Taiwan é regularmente atingida por terramotos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas. Sismos de magnitude 6 ou mais podem implicar um elevado número de vítimas mortais, mas os efeitos dependem da localização e da profundidade a que ocorrem. Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 causou 17 mortos e mais de 300 feridos em Hualien, um popular ponto turístico de Taiwan. A catástrofe natural mais mortífera da história da ilha ocorreu em setembro de 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 matou cerca de 2.400 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo de magnitude 6 atinge Taiwan Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter atingiu hoje a região de Hualien, no leste de Taiwan, avançou o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês). Segundo a imprensa de Taiwan, não há até ao momento registo de nenhuma vítima ou danos significativos do terramoto, que foi sentido em toda a ilha. O terramoto aconteceu a cerca de 10 quilómetros de profundidade às 9:05 locais, avançou o USGS. O serviço de metropolitano na capital Taipei foi brevemente interrompido, de acordo com um passageiro, citado pela agência France Presse. Um abalo de menor intensidade foi registado cerca de meia hora depois, de acordo com o Serviço Meteorológico de Taiwan. O USGS classificou como “verde” o risco representando pelo terramoto que atingiu Taiwan, prevendo poucas vítimas e danos. Este é o quarto sismo de magnitude 6 ou superior na escala de Richter a atingir Taiwan desde o início de 2022. Em março, um sismo de magnitude 6,7, registado ao largo de Taiwan, a cerca de 70 quilómetros a sul de Hualien, causou um ferido e destruiu uma ponte em construção nessa região. Taiwan é regularmente atingida por terramotos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas. Sismos de magnitude 6 ou mais podem implicar um elevado número de vítimas mortais, mas os efeitos dependem da localização e da profundidade a que ocorrem. Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 causou 17 mortos e mais de 300 feridos em Hualien, um popular ponto turístico de Taiwan. A catástrofe natural mais mortífera da história da ilha ocorreu em setembro de 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 matou cerca de 2.400 pessoas.
Hoje Macau Manchete SociedadeSurto de covid-19 | Registados 34 casos de contágio Às 9h de hoje as autoridades confirmaram a existência de 34 casos de contágio por covid-19 no território em pessoas com idades compreendidas entre os oito meses e 89 anos. Segundo uma nota de imprensa, tratam-se de 23 mulheres e 11 homens, existindo 26 casos assintomáticos. As autoridades estão nesta fase a acompanhar 764 pessoas, das quais 178 são contactos próximos; 451 são contactos próximos não nuclear (ou seja, pessoas com os mesmos itinerários); 59 são contactos próximos por via secundária, 37 são contacto geral e sete acompanhantes. Esta manhã foi ainda divulgada outra nota de imprensa que dá conta que foram detectados seis conjuntos de dez amostras que, de forma preliminar, testaram positivo na testagem em massa. Estes dados estão agora a ser revistos, sendo feito um apelo para que a “população preste atenção à protecção pessoal e evite aglomerações”.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Presidente apela à tolerância zero para fazer face ao problema Xi Jinping considera que a corrupção continua a ser um problema nacional grave, apesar da luta constante e dos progressos alcançados. Durante uma sessão de estudo do Comité Central do PCC, o Presidente chinês reiterou o apelo à tolerância zero em relação à corrupção O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou no sábado que a corrupção no país, um dos grandes desafios do seu mandato, continua a ser um problema sério e complicado, apesar dos progressos alcançados. Xi Jinping considerou que a “teimosia e perigo” da corrupção não pode ser subestimada, de acordo com declarações relatadas pela CCTV durante uma sessão de estudo do Politburo do Comité Central do Partido Comunista. Xi apelou à “tolerância zero” em relação à corrupção e exortou os altos funcionários do Governo a manterem-se a si próprios e às suas famílias “sob controlo”. Também apelou aos escalões superiores para aderirem a uma relação “moderada e limpa” entre o Governo e a comunidade empresarial. Estas declarações contrastam com o estado de espírito optimista do órgão executivo do partido no poder na China, que na sexta-feira descreveu as operações da sua rede de instituições financeiras anti-corrupção como um sucesso, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. “As investigações da Comissão Central de Controlo Disciplinar ajudaram a reforçar a liderança do partido sobre o sector financeiro e evitaram riscos” para salvar um ambiente cujo volume de negócios atingiu 55 mil milhões de euros, de acordo com o Politburo. Energia e alimento Xi Jinping pediu também um combate conjunto contra as crises energética e alimentar, renunciando às sanções unilaterais e ao protecionismo comercial. “É necessário promover a globalização económica…, garantir a consolidação das cadeias produtivas, superar conjuntamente as crises energética e alimentar em prol da recuperação da economia mundial”, disse o chefe de Estado numa mensagem de vídeo na sessão plenária do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, na Rússia. Xi Jinping considera necessário fortalecer “a coordenação das políticas de desenvolvimento e a harmonização dos regulamentos e padrões internacionais”. Além disso, o Presidente da República Popular da China pediu para “renunciar à prática de suspensão fornecimentos, sanções unilaterais e pressão máxima, e eliminar as barreiras comerciais”. A 12.ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC) anunciou medidas para aliviar a crise alimentar. A declaração final compromete os membros da OMC a “tomar medidas para tomar a produção e o comércio agrícola mais previsíveis e, portanto, menos voláteis de preços”, embora os passos concretos para alcançar isso ainda tenham de ser definidos em reuniões futuras. Também ficou acordado limitar as restrições à aquisição de ajuda alimentar humanitária pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas.
Hoje Macau Manchete SociedadeFronteiras | Zhuhai impõe quarentena de 7 dias. Testes mais apertados No seguimento da detecção dos novos casos de covid-19 em Macau, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Cidade de Zhuhai emitiu uma nota a anunciar que todos os indivíduos que cheguem à região a partir de Macau estão obrigados a fazer quarentena de sete dias (domiciliária ou em hotel), mais sete dias de auto-gestão. A medida anunciada ontem tem efeitos retroactivos para todos aqueles que entraram em Zhuhai a partir de Macau desde a passada quarta-feira, 15 de Junho. Relativamente à validade dos testes para circular entre os dois territórios, o Comando de prevenção e controlo da cidade de Zhuhai revelou que a desde as 09h de ontem, o prazo de validade dos testes de ácido nucleico para quem entra em Macau passa a ser de 48 horas (em vez de sete dias). Já quem sai de Macau continua a ter que apresentar um resultado negativo emitido nas últimas 24 horas. “A partir das 09h do dia 19 de Junho de 2022, as pessoas que se deslocam a Macau através dos postos fronteiriços Zhuhai-Macau necessitam de ter o certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo emitido nas últimas 48 horas. A medida de apresentação do certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo emitido nas últimas 24 horas para pessoas que entram a Zhuhai através dos postos fronteiriços Zhuhai-Macau permanece inalterado”, pode ler-se na nota. Visitas, consultas, vacinas e cirurgias não urgentes suspensas Os Serviços de Saúde anunciaram que, durante o período de testagem em massa da população, vários serviços estarão suspensos ou condicionados. Assim, até à próxima quarta-feira, os serviços de consulta externa de especialidade, cirurgia programada não urgente, serviços de diálise peritoneal, e os postos de vacinação do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) e do Fórum de Macau estão suspensos. Também todas as visitas aos doentes internados estarão suspensas até “nova comunicação”. Por seu turno, o Serviço de Urgência (incluindo o Posto de Urgência das Ilhas), o Serviço de Internamento Hospitalar, o Hospital de Dia do Serviço de Hematologia-Oncologia, a Unidade de Hemodiálise e a Farmácia do CHCSJ manterão o seu funcionamento normal. Entre 19 e 21 de Agosto, aqueles que são afectados pelas alterações e não podem comparecer ou receber tratamento ou serviços de exames no CHCSJ, “dentro de 7 dias úteis, serão notificados pelos respectivos departamentos sobre a data da nova consulta de acompanhamento, do tratamento ou exame”. Ho Iat Seng: “É preciso quebrar a cadeia de transmissão rapidamente” Numa visita efectuada ao Centro de Operações de Protecção Civil, o Chefe do Executivo reforçou que, tendo em conta a concentração e a origem dos novos casos de covid-19 detectados em Macau, “é preciso quebrar a cadeia de transmissão comunitária o mais rapidamente possível”. Perante um surto que considerou ter surgido de forma “súbita” e quer se propagou rapidamente, Ho Iat Seng sublinhou ainda a resposta imediata dos diversos departamentos governamentais de acordo com o plano de prevenção e agradeceu o “árduo trabalho”, tanto da Protecção Civil como do Centro de Coordenação. Durante uma visita a vários postos de testagem em massa, Ho Iat Seng mostrou-se, contudo, preocupado com o número insuficiente de testes rápidos para distribuir à população. EPM | Exames decorrem nas datas previstas A direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) vai manter o calendário dos exames nacionais de acesso ao ensino superior em Portugal, apesar de ter sido decretado o encerramento de escolas devido ao surto detectado no sábado à noite. Segundo a TDM – Rádio Macau, será apenas exigido aos alunos a apresentação de um auto-teste com resultado negativo 45 minutos antes das provas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilha de Duterte toma posse como vice-presidente das Filipinas Sara Duterte-Carpio, filha do ainda presidente filipino, Rodrigo Duterte, prestou hoje juramento em Davao (sul) como vice-presidente do país, 11 dias antes de o seu companheiro de candidatura, Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr, tomar posse como chefe de Estado. Após a esmagadora vitória eleitoral da candidatura, Sara Duterte quebrou a tradição de posse conjunta do presidente e do vice-presidente e escolheu tomar posse no feudo da família em Davao, na ilha de Mindanao, 11 dias antes de Marcos, que tomará posse em 30 de junho, em Manila. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram como o ainda presidente, Rodrigo Duterte, compareceu à tomada de posse, que encerrará o seu mandato de seis anos em 30 de junho, altura em que será substituído por “Bongbong” Marcos, vencedor das eleições presidenciais de maio passado, e que também esteve hoje na cerimónia. A nova vice-presidente do país, que substitui a progressista Leni Robredo, afirmou que, com a mudança de datas, quer possibilitar que a cerimónia seja realizada no feudo da família de Davao, onde tanto ela como o seu pai foram autarcas, e onde Rodrigo Duterte viveu boa parte do seu mandato como chefe de Estado, apesar de o palácio presidencial ser na capital, Manila. A herdeira do clã Duterte, com 43 anos, liderou por meses as sondagens como a candidata favorita dos filipinos à presidência do país, mas finalmente decidiu descartar essa opção e concorrer à vice-presidência, de mãos dadas com Marcos. A sua vitória esmagadora, com mais de 60% dos votos (o cargo é votado separadamente do de presidente), consolida o salto da dinastia Duterte do seu feudo local de Davao para a política nacional. “Bongbong” Marcos, filho do falecido ditador Ferdinand Marcos, venceu as eleições presidenciais de 09 de maio por maioria esmagadora, com mais do dobro dos votos do seu rival mais próximo, precisamente a então vice-presidente Leni Robredo.
Hoje Macau SociedadeMUST faz investigação pioneira sobre condições meteorológicas severas O presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) recebeu 1,14 milhões de patacas de financiamento para liderar uma investigação pioneira sobre condições meteorológicas severas no território. “É importante, por causa do impacto das alterações climáticas nas condições meteorológicas extremas e inundações em Macau”, começou por dizer à Lusa Joseph Lee Hun-wei, presidente da MUST. Atribuído pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau (FDCT) e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong, o apoio vai subvencionar, segundo o responsável, uma “investigação fundamental para a previsão de tempestades e inundações” na região administrativa chinesa. “A ideia é progredir nesta capacidade de prever intempéries em Macau”, notou o especialista na área da engenharia hidráulica e ambiental. Trata-se de um projeto de três anos, que incide sobre a Baía de Hac Sa, na ilha de Coloane, uma zona “que ainda não foi bem estudada”, e que coloca a MUST na frente da investigação climática local: serão realizadas “as primeiras medições em campo de ondas e correntes marítimas de Macau”, com instrumentos e sensores a serem depositados no local. É, além disso, a primeira “colaboração a fundo” com um “importante centro de investigação hidráulica na província de Guangdong” – o Instituto de Estudo Científico de Recursos Hídricos do Rio das Pérolas. Este ano esperam-se entre cinco a oito ciclones tropicais na região, de acordo com uma antecipação feita em março pela Direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau, que salientou que “os extremos climáticos continuam a ocorrer e os ciclones tropicais continuam a aumentar” no território. Joseph Lee tem-se dedicado nos últimos anos ao estudo de soluções no campo da engenharia para mitigar o impacto das alterações climáticas no património e nas cidades. Esteve envolvido em projetos nas áreas de Mong Kok e Happy Valley, em Hong Kong, onde, para reduzir os efeitos das inundações, se optou por soluções como a drenagem das águas pluviais através de túneis subterrâneos que transportam a água até ao mar. Para fazer face aos fenómenos meteorológicos severos em Macau, como tempestades, o engenheiro defendeu, no final de abril, durante um ‘webinar’ organizado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS, na sigla inglesa), uma “combinação de soluções baseadas na natureza”, como o desenvolvimento de mangais que podem ajudar a reduzir o impacto das ondas em caso de tufões, e de “soluções estruturais”. “Aqui, as redes subterrâneas e de drenagem podem ser bastante relevantes, porque, no meu entendimento, quando chega o tufão, a água do mar pode retornar através da rede e inundar a cidade, ou seja, [as inundações] não são só causadas pela chuva”, referiu. “As soluções baseadas na natureza são importantes, mas precisam de uma base científica. A questão é: o governo poderia apoiar este tipo de investigação muito importante”, acrescentou. À Lusa, o presidente da MUST disse ainda que, em relação às outras cidades da Grande Baía, Macau “está apenas a começar” na investigação na área da Engenharia Ambiental e Hidráulica. “Não temos pessoas suficientes nem investigadores”, admitiu o especialista, sublinhando que seria importante trabalhar em conjunto com outras cidades da região. “Mas para trabalhar efetivamente com outros parceiros, tem de se ter já uma certa profundidade”, notou Lee, referindo que a pequena região ainda não alcançou esse nível.
Hoje Macau SociedadeReitor da MUST visita Portugal este mês para reforçar parceria científica O presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) vai visitar a partir de 27 de junho quatro universidades portuguesas para reforçar a parceria científica. Depois de uma viagem a Granada, em Espanha, para participar no Congresso Internacional da Associação Internacional de Engenharia e Pesquisa Hidroambiental (IAHR, em inglês), organismo que preside, Joseph Lee Hun-wei vai estar na Universidade de Évora, de Lisboa, de Coimbra e do Porto para explorar “oportunidades de colaboração científica com a MUST”, disse à Lusa o responsável. “Perguntei aqui [em Macau] aos meus colegas se há programas específicos que queiram melhorar e desenvolver, porque posso visitar a direção [destas universidades]”, acrescentou. Não se trata do primeiro contacto do presidente da MUST com Portugal. Nos anos 1970, quando ainda era estudante de Engenharia Civil no Massachusets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, Lee projetou o sistema de refrigeração para a Central termoeléctrica de Setúbal – cidade onde, admite, nunca esteve. “Eles é que vieram cá. Ainda era júnior, só fiz o trabalho, mas Setúbal estava muito interessado em desenhar um sistema com o mínimo de impacto para o ambiente e a melhor eficiência (…). É bastante complicado e, naquele tempo, era muito avançado e Setúbal recorreu ao MIT”, explicou. Sobre o interesse da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau em Portugal, o professor elogiou o “desenvolvimento de tecnologia inovadora” no país e as várias alianças no campo científico com universidades norte-americanas, nomeadamente o programa ‘MIT Portugal’, uma colaboração com o Massachusets Institute of Technology, e o programa ‘Carnegie Mellon Portugal’, uma plataforma que reúne esta universidade de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, e instituições de ensino superior portuguesas. “Com o MIT trabalham precisamente em áreas que nos interessam, como é o caso da Inteligência Artificial, Informática e o Fabrico Avançado”, referiu. Mas além de Portugal, a MUST quer chegar a todo o universo lusófono. “É natural, é uma das nossas missões designadas pelo Governo Central” chinês, lembrou Lee, referindo-se ao facto de, em 2003, Pequim ter designado Macau como plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa. “Há financiamento disponível para fazer isso acontecer”, acrescentou. Para já, o número de alunos dos países de língua portuguesa na universidade “não é significativo”, havendo “espaço para melhorias”, advertiu o responsável, defendendo que, para a internacionalização da instituição de ensino e captação de alunos são necessárias “as políticas e estratégias certas”. Estratégias que, segundo o académico, podem passar pela aposta em “áreas nicho”, como nos dois laboratórios de referência de Estado da MUST. Em 2010, a universidade inaugurou o laboratório para a Investigação de Qualidade em Medicina Chinesa e, em 2018, nasceu o laboratório para a Ciência Lunar e Planetária. Os espaços, com a aprovação do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, têm como objetivo contribuir para a inovação científica e tecnológica, através da investigação e formação de quadros especializados. “Também a nossa futura Faculdade de Engenharia Inovadora deve ser bastante atrativa para qualquer estudante estrangeiro, digamos que para aqueles dos países [da iniciativa] Uma Faixa, Uma Rota e, não querendo excluir outros, os da Lusofonia – esse seria o nosso foco principal, estudantes que queiram ter uma ideia da Grande Baía”, concretizou.
Hoje Macau Manchete SociedadeMUST | Reitor quer liberdade académica mas admite “áreas cinzentas” Joseph Lee Hun-wei, reitor da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, defende que é possível uma conivência entre a internacionalização do ensino superior e o respeito pela soberania chinesa. Este defende que o que aconteceu em Hong Kong foi “ilegal” O presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) admite que existem “áreas cinzentas” no que respeita à liberdade académica, embora acredite na convivência entre a internacionalização do ensino superior e o reconhecimento da soberania chinesa. “Se estivermos certos de qual é a nossa missão e concentrarmo-nos na nossa política de diversidade e internacionalização e se conseguirmos provar ao mundo que podemos levar a cabo o intercâmbio internacional ao mesmo tempo que reconhecemos a soberania [chinesa], então qual é o problema?”, defendeu Joseph Lee Hun-wei. Lee, à frente da MUST desde Janeiro de 2021, nasceu em Xangai, cresceu em Hong Kong e formou-se em Engenharia Civil pelo Massachussets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Regressado a Hong Kong, nos anos 1980, ocupou vários cargos de liderança em instituições de ensino superior locais. Em entrevista à Lusa, o académico recordou ter acompanhado de perto as manifestações de 2019, que, como sublinha, “afectaram a saúde” da cidade “de uma forma muito séria”. “O que aconteceu em Hong Kong é claro para mim, foi ilegal, eu passei por isso e não me senti seguro”, recordou. Que liberdade? Questionado se os últimos acontecimentos nas duas regiões autónomas estão a afectar a liberdade académica em Macau, Joseph Lee relembrou que se vive actualmente uma conjuntura “geopolítica complexa” e que enquanto presidente de um organismo internacional – a Associação Internacional de Engenharia e Pesquisa Hidroambiental – “esta tensão e mal-entendidos” são perceptíveis. No entanto, o presidente da MUST frisou que Macau “é bastante diferente” de Hong Kong. E explicou: “O que me apercebi nos últimos 15 meses é que as pessoas aqui, em geral, têm um melhor entendimento da China continental”, sublinhou. Na MUST, exemplificou ainda o presidente, começou a hastear-se a bandeira chinesa três vezes por ano “antes de 2019, ainda antes de se impor essa regra”. “É porque sentimos que Macau é parte do país”, explicou. Joseph Lee admitiu “apoiar a diversidade e a liberdade académica”, mas chamou a atenção para a existência de “áreas cinzentas”. “E depende por vezes realmente da interpretação e da perceção. Mas eu diria, no geral, que Macau ainda é muito diferente da China Continental, e nós operamos nesse espaço da história, do tempo e fazemos o nosso melhor como ponte entre o Oriente e o Ocidente”, disse.
Hoje Macau EventosGoverno celebra Dia da Gastronomia Sustentável A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lançou uma série de vídeos e programas especiais para celebrar o Dia da Gastronomia Sustentável, que se celebrou no sábado. Segundo um comunicado, esta iniciativa visa construir junto do público “uma noção mais aprofundada sobre a importância da gastronomia sustentável, reforçar o papel de Macau como Cidade Criativa da UNESCO na área da gastronomia”, sem esquecer a promoção “da transmissão da cultura gastronómica”. O objectivo é implementar a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. O vídeo lançado no sábado conta com a colaboração de dirigentes e membros da comunidade macaense, como é o caso de Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, Miguel Senna Fernandes e o fundador da “It’s Pure Production”, Samuel Power, que falam “sobre a cultura gastronómica de Macau, a gastronomia macaense, a Base de Dados da Cozinha Macaense e o desenvolvimento da gastronomia sustentável”. Produzido pela DST, em colaboração com o jornal Plataforma Macau, o vídeo está disponível em websites como www.gastronomy.gov.mo e também em https://www.macaotourism.gov.mo/pt/video-playlists, entre outros canais. Foi também lançado no sábado, em parceria com a TDM, o primeiro episódio da série de programas televisivos especiais “Sabores de Macau, Um Legado Culinário”, que continuará a ser transmitido às sextas-feiras. Através do programa de oito episódios, é feita uma retrospectiva sobre o processo da candidatura de Macau à Rede das Cidades Criativas da UNESCO na área da gastronomia, apresentando-se também histórias do contexto da gastronomia de Macau e o alcance da criatividade interdisciplinar entre gastronomia e outros sectores, entre outros. A ideia é mostrar aos residentes e visitantes “o contributo de Macau para a transmissão, a inovação da cultura gastronómica e o desenvolvimento sustentável”. Entretanto, a DST continua a levar a cabo uma série de iniciativas promocionais mensais inseridas na campanha “Sentir Macau, Sem Limites”. Este mês será lançada uma página temática para um período determinado intitulada “Avenida de Gastronomia de Macau aberta 24 horas”, com o objetivo de promover lojas com características próprias de Macau e estabelecimentos de restauração de pequenas e médias dimensões. Serão também lançados vários vídeos sobre “turismo + gastronomia”, para divulgar as especialidades gastronómicas de várias zonas de Macau.
Hoje Macau Manchete SociedadeMacau decreta estado de prevenção imediata e avança para testagem massiva Foi hoje decretado o estado de prevenção imediata depois de detectar 12 casos de covid-19, oito deles assintomáticos, tendo-se avançado para uma nova vaga de testagem maciça da população em 48 horas. As autoridades, que admitiram o aumento do número de casos nas próximas horas e ser esta a situação mais grave vivida no território desde o início da pandemia, aplicaram medidas de isolamento em duas zonas da cidade, onde é proibida a saída de todas as pessoas das residências. Em outras zonas, não é permitida a saída dos edifícios antes de ser efectuado o primeiro de cinco testes de ácido nucleico obrigatórios. “As outras medidas de controlo incluem a imposição de restrições à saída de Macau e a realização da supervisão rigorosa de saúde e autogestão de saúde por um período de, pelo menos, 14 dias”, segundo as autoridades. Numa conferência de imprensa esta manhã, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus apelou aos residentes para ficarem em casa. À excepção de estabelecimentos como supermercados e restaurantes, outros espaços devem fechar portas, incluindo os casinos. As actividades educativas das escolas foram suspensas, assim como outros eventos públicos. As autoridades decidiram também suspender o funcionamento dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos, bem como o encerramento de museus. A testagem da população vai decorrer até às 12:00 de terça-feira em 53 postos espalhados pelo território.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Concluída primeira linha ferroviária do mundo em torno de um deserto A China inaugurou ontem a primeira linha ferroviária do mundo que circunda por completo um deserto, com a abertura de um trecho de 825 quilómetros, entre as cidades de Hotan e Ruoqiang, na região de Xinjiang. A linha ferroviária circular, em torno do maior deserto da China, o Taklimakan, está distribuída por 2.712 quilómetros, uma vez que o trecho recém-inaugurado foi integrado noutros três já existentes, segundo a empresa estatal China Railway. O trecho que conecta a cidade de Hotan, no sudoeste de Xinjiang, e a vila de Ruoqiang, no sudeste, leva cerca de 11 horas a ser percorrido, com uma velocidade projectada de 120 quilómetros por hora, e paragem em 22 estações. A construção da última secção começou em 2018 e usou 434 pilares pré – fabricados, para criar cinco pontes elevadas, que compõem 49,7 quilómetros da rota. Os construtores criaram também 50 milhões de metros quadrados de plantação de relva e plantaram 13 milhões de plantas que crescem naquele tipo de solo, como o espinheiro – mar, para proteger a ferrovia, recorrendo a uma técnica muito utilizada na região, frequentemente afectada por tempestades de areia. A China investiu nos últimos anos na construção de infraestrutura para desenvolver Xinjiang, uma das mais voláteis regiões da China e palco de conflitos étnicos no passado.
Hoje Macau China / ÁsiaPrincipal diplomata chinês em África condena vídeos ofensivos com crianças O alto diplomata chinês para a África subsaariana, Wu Peng, condenou ontem um esquema de exploração de crianças vulneráveis no Maláui que produz vídeos que são depois difundidos nas redes sociais chinesas, alguns com conteúdo racista. “A China tem tolerância zero para o racismo”, escreveu Wu, na rede social Twitter, após reunir com a ministra dos Negócios Estrangeiros do Maláui, Nancy Tembo. As autoridades chinesas “proíbem estes actos ilegais ‘online’” e “vão continuar a combater estes vídeos que contêm discriminação racial no futuro”, apontou. Um documentário de 49 minutos, publicado na segunda-feira pela cadeia televisiva BBC, com o título Racism for Sale (“Racismo à venda”, em português), mostra como criadores de conteúdo chineses venderam vídeos de crianças no Maláui a gritar insultos raciais contra negros, proferidos em chinês. Num desses vídeos, que remonta a Fevereiro de 2020, um grupo de crianças africanas foi instruído a repetir a frase, sem entenderem o que estão a dizer, “sou um monstro negro e o meu QI [Quociente de Inteligência] é baixo”. Como cliente basta enviar o pedido, com a frase e requisitos, para o criador de conteúdo. Os vídeos não são apenas de conteúdo racista, incluindo muitas vezes desejos de feliz aniversário, bom ano novo, ou anúncios para empresas chinesas. Alguns dos vídeos identificados na investigação foram vendidos nas redes sociais chinesas Weibo e Huoshan, entre outras aplicações chinesas de partilha de vídeos. O preço destes vídeos varia entre o equivalente a 10 e 70 euros. Consternação geral Nancy Tembo expressou na quarta-feira “consternação” com o caso. “Estão a usar os nossos filhos para enriquecer, o que é mau. Isto é algo que um malauiano não pode aceitar. Estão a desonrar-nos como malauianos”, afirmou. “A polícia e os assuntos internos estão a investigar e vamos envolver os nossos colegas chineses para ajudar a identificar este homem. Apelo às autoridades locais para estarem sempre alertas nas suas comunidades e também aos pais para protegerem sempre os seus filhos”, disse, referindo-se ao autor dos vídeos.
Hoje Macau China / ÁsiaHabitação | Preços das casas novas com primeira queda em seis anos A crise imobiliária continua a agravar-se. Política de ‘zero casos’ de covid-19 e consequente desaceleração económica contribui para a contração do sector Os preços das casas novas na China caíram em Maio, pela primeira vez em seis anos, segundo dados oficiais ontem divulgados, numa altura em que a crise de liquidez do sector é exacerbada pela desaceleração económica. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, os preços da habitação nova contraíram em maio 0,1 por cento, face ao mesmo mês do ano anterior. Trata-se da primeira queda homóloga, desde Novembro de 2015, neste índice, que agrega o preço médio em 70 cidades da China. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média e para a economia do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector imobiliário concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. O sector foi um dos mais importantes motores de crescimento da economia chinesa nas últimas décadas. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. Este mês, a Sunac tornou-se a mais recente construtora chinesa a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada. As dificuldades foram agravadas pela política de ‘zero casos’ de covid-19, que obriga ao bloqueio de cidades inteiras, pesando fortemente na actividade da segunda maior economia do mundo. Riscos e ficções Em entrevista à agência Lusa, Michael Pettis, professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, vê na contração do sector imobiliário um sinal de que a China se está a afastar do modelo de crescimento assente no investimento em activos não produtivos. “Há muito crescimento fictício na China”, notou Pettis. “O excesso de investimento em todo o tipo de projectos de construção inflaciona o crescimento da economia chinesa há vários anos”, descreveu. No mês passado, a agência de notação financeira S&P baixou também a classificação da dívida do grupo Greenland, que tem o município de Xangai como accionista, devido aos crescentes “riscos” de incumprimento. A Greenland é um dos maiores grupos imobiliários da China, com forte presença internacional, particularmente nos Estados Unidos. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, o grupo solicitou recentemente o adiamento por um ano do pagamento de 488 milhões de dólares em juros de títulos de dívida.
Hoje Macau EventosCreative Macau | Alice Ieong apresenta “Espaço cintilante e magnífico” “Espaço cintilante e magnífico” é a nova exposição da Creative Macau que inaugurou ontem. Alice Ieong, artista natural de Macau, apresenta uma série de pinturas com figuras geométricas e cores habituais nos contos de fadas para criar um mundo imaginário A Creative Macau tem patente uma nova exposição que constitui a estreia de Alice Ieong nesta galeria. “Espaço cintilante e magnífico” é o nome da mostra composta por pinturas a óleo da artista, todas inéditas. O público poderá, assim, ver quadros pintados com “cores dos contos de fadas que criam espaços de fantasia ou de imaginação”. As telas apresentam figuras geométricas ou círculos cintilantes, bem como outros elementos que dão às pinturas um toque de contemporaneidade. Acima de tudo, “a atmosfera dos quadros traz um toque de frieza e espaços que são afastados da realidade, sem elementos mundanos, sem pessoas”. Nas pinturas desta exposição “o tempo parece ficar em pausa, as coisas estão estáticas mas, de certa maneira, movem-se”. Segundo uma nota sobre a exposição, “Espaço cintilante e magnífico” apresenta a ideia de que “não podemos ver além de uma certa faixa”, pelo que “afastando todo o tipo de perspectiva objectiva que os nossos olhos podem atingir, e imaginar o fenómeno da vida num outro lugar onde esta exista” nos leva a uma outra dimensão. Os quadros de Alice Ieong, são, portanto, o reflexo disto, levando quem os vê a um outro lugar, “a um ponto, uma saída ou entrada”. Uma exploradora Esta é a segunda mostra individual da artista, que actualmente frequenta um mestrado em Belas Artes na Universidade Chinesa de Hong Kong. Em 2019, alguns quadros com a assinatura de Alice Ieong foram seleccionados para a exposição do Museu Nacional de Arte da China, na mostra intitulada “Beijing for Fusion”, especialmente dedicada aos trabalhos feitos por artistas de Macau. O foco da artista é, essencialmente, explorar a vida, as crenças, a humanidade e as problemáticas da sociedade através da arte. A curiosidade e a paixão que sempre teve por este mundo levaram-na a abraçar um caminho como artista. Acima de tudo, “a sua inspiração criativa vem, sobretudo, de um ambiente vivo colorido e da paisagem cultural”, aponta a mesma nota. A mostra “Espaço cintilante e magnífico” pode ser vista até ao dia 16 de Julho.
Hoje Macau PolíticaAnalista diz que subida dos impostos em Macau “cria dúvidas” a investidores O analista de jogo Ben Lee considera que a decisão “inesperada” de aumentar em 1 por cento os impostos indirectos em Macau vai “criar dúvidas e incerteza” entre os interessados em novas concessões, a partir de 2023. Uma comissão da Assembleia Legislativa de Macau terminou na quarta-feira a discussão da nova lei do jogo, que deverá ser votada, no plenário, na generalidade, a 21 de Junho. A versão final da proposta de lei que regula os casinos em Macau prevê uma subida de 1,6 por cento para 2 por cento do actual imposto sobre as receitas do jogo, entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos. O “Regime jurídico de exploração de jogos de fortuna ou azar em casino” prevê ainda um aumento de 2,4 por cento para 3 por cento do imposto destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico. Os casinos continuarão a pagar ainda um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, o que significa um aumento da carga fiscal total de 39 por cento para 40 por cento. Olhando para as receitas de 2021, isso significaria um imposto extra de 868,6 milhões de patacas. “Se olharmos para isso como mais 1 por cento a partir dos actuais 39 por cento, não é grande coisa”, disse à Lusa Ben Lee, analista da consultora de jogo IGamix. No entanto, como o aumento “surgiu sem aviso”, potenciais novos investidores vão questionar-se sobre “o que mais pode ainda surgir de repente”, acrescentou. A proposta de lei prevê uma potencial redução do imposto, no máximo de até 5 por cento, “por razões de interesse público, nomeadamente por razões de expansão dos mercados de clientes de países estrangeiros”. Ben Lee disse acreditar que este ponto reflecte a crescente vontade do Governo chinês de controlar a fuga de capitais através de Macau. “A China está extremamente preocupada com a sua economia neste momento. A economia está a desacelerar muito, muito depressa”. “Temos ouvido falar de jogadores que têm sido parados na fronteira e impedidos de vir a Macau, apesar de terem obtido um visto”, revelou. Além disso, o analista disse acreditar que um desconto de 5 por cento poderá não ser suficiente para encorajar as futuras concessionárias a investir em novos mercados. Maiores diferenças Com o aumento dos impostos directos e a introdução de um limite mínimo de receitas brutas de cada mesa e máquina de jogo, o Governo de Macau quer “estabelecer um mínimo” para as receitas públicas, que dependem do imposto sobre o jogo, defendeu Ben Lee. “Historicamente, sempre houve uma diferença entre a receita pública real e a prevista. Este ano a discrepância deverá ser a maior de sempre”, acrescentou. Para o analista, o aumento dos impostos indiretos “coloca enormes riscos para as concessionárias” e “irá reduzir as probabilidades” de haver novos investidores.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Empresas norte-americanas antecipam queda nas receitas Um quarto das empresas norte-americanas em Xangai está a reduzir os investimentos e quase todas antecipam queda nas receitas este ano, segundo os resultados de um inquérito ontem publicado, que expõe o impacto das medidas de prevenção epidémica. A “capital” económica da China sofreu um bloqueio de dois meses, em Abril, face ao pior surto de covid-19 registado na China, desde o início da pandemia. A cidade é sede do porto mais movimentado do mundo e de várias multinacionais que operam no país asiático. Apesar de uma recuperação geral da actividade no início de Junho, 25 por cento das empresas norte-americanas estão a rever em baixa os seus investimentos para este ano, segundo a Câmara de Comércio dos Estados Unidos na cidade. De acordo com o inquérito, que abrangeu 133 empresas, mais de 90 por cento disseram esperar uma queda na facturação este ano. As medidas de confinamento tiveram um “impacto profundo” na actividade das empresas inquiridas, observou o presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos em Xangai, Eric Zheng, apelando às autoridades locais para que “restabeleçam a confiança” na comunidade empresarial. No início de Junho, apenas 35 por cento das empresas norte-americanas inquiridas estavam a operar em plena capacidade, apesar do levantamento das medidas de bloqueio, segundo a Câmara.
Hoje Macau SociedadePS Macau acusa Solicitadores de discriminar emigrantes. OSAE responde O PS acusou a Ordem dos Solicitadores de impedir portugueses residentes na China de acederem às suas plataformas digitais, mas a organização, que justifica a medida com questões de segurança, diz que basta um email para obter acesso. Em comunicado, a secção de Macau do Partido Socialista diz ter tomado conhecimento de que a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE) de Portugal está a bloquear o acesso dos cidadãos que vivem na China, e em particular na Região Administrativa Especial de Macau, à plataforma www.e-leilões.pt. “Apesar de vários alertas e reclamações, a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução não tem apresentado soluções que permitam aos cidadãos portugueses exercer o seu direito de aceder às suas plataformas estejam onde estiverem”, lamenta o partido, repudiando “de forma veemente” o comportamento daquela ordem. O comunicado sublinha que “outras plataformas semelhantes, como é o caso dos leilões da autoridade tributária não sofrem estes constrangimentos” e alerta que a restrição de acesso constitui, “no limite”, uma violação à Lei e pode mesmo suscitar impugnações legítimas dos atos praticados na plataforma. A secção de Macau do Partido Socialista insta por isso aquela ordem profissional a “resolver imediatamente o problema (…), garantindo assim a equidade que lhe é exigida como instituição de bem”. Da reacção Em resposta enviada à Lusa, a OSAE explica que restringiu o acesso à plataforma e-Leilões para os utilizadores que acedam desde fora de Portugal devido à “insegurança e ciberterrorismo”, acrescentando que o objectivo é “proteger os dados extremamente sensíveis geridos pela plataforma”. No entanto, afirma que está a dar “acesso aos utilizadores registados na plataforma e que acedem a partir de outro país, bastando, para isso, requerer essa mesma autorização, via email, para geral@osae.pt”. O e-Leilões.pt é uma plataforma desenvolvida pela OSAE para realização da venda de bens penhorados através de leilão eletrónico.
Hoje Macau China / ÁsiaProdução industrial na China recupera 0,7 por cento em Maio A boa notícia surpreendeu os analistas que apontavam para uma queda de cerca de 0,7 por cento, menor, no entanto, do que a registada em Abril de quase 3 por cento A produção industrial da China cresceu 0,7 por cento, em Maio, em termos homólogos, segundo dados oficiais ontem divulgados, após a queda registada em Abril devido às medidas de prevenção epidémica implementadas no país. A expansão da produção industrial, um importante indicador da segunda maior economia mundial, surpreendeu os analistas, que projectavam uma nova queda, em torno de 0,7 por cento, o que já significaria uma melhoria face a Abril (-2,9 por cento), o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2020, quando a China enfrentou o surto original do novo coronavírus. Em Maio, a produção industrial chinesa cresceu 5,61 por cento, em relação a Abril, enquanto naquele mês registou uma contração de 7,08 por cento, em relação a Março. De acordo com a divisão por grandes segmentos industriais, o sector da extracção continuou a crescer a um ritmo acelerado (+7 por cento), enquanto a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água moderou o seu crescimento para 0,2 por cento. A grande diferença em Maio foi que o sector manufatureiro, forçado a reduzir a produção em 4,6 por cento, em termos homólogos, em Abril, devido às restrições, voltou a território positivo, aumentando 0,1 por cento. Tommy Wu, analista da consultora Oxford Economics, acredita que “o pior dos bloqueios já passou” e que a estabilização do crescimento económico em Maio vai permitir uma recuperação “ainda mais visível”. Bloqueios ao consumo O especialista prevê uma recuperação da actividade na segunda metade do ano, sobretudo se as políticas de estímulo permitirem uma recuperação do consumo doméstico, embora alerte que é pouco provável que as famílias comecem a gastar, enquanto Pequim mantiver a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. Esta política requer a imposição de bloqueios em distritos ou cidades inteiras, criando incerteza para os negócios. As vendas no comércio a retalho – um indicador chave do consumo – caíram, em Maio, 6,7 por cento, em termos homólogos. No conjunto do ano, aquele indicador registou uma contração de 1,5 por cento. A taxa oficial de desemprego nas áreas urbanas caiu 0,2 por cento, em relação a Abril, fixando-se em 5,9 por cento, acima da meta de 5,5 por cento estabelecida por Pequim. Estes dois factores, apontou Wu, confirmam que o fraco consumo está directamente relacionado com o receio dos consumidores, criadas pelo ressurgimento de surtos de covid-19. Sobre o investimento em activos fixos, o GNE não divulgou ontem a evolução homóloga dos dados de Maio, mas divulgou a intermensal (+0,72 por cento) e o acumulado até ao momento este ano, que passou de 6,8 por cento, em Abril, para 6,2 por cento, em Maio. Em comunicado, o GNE assegurou que a economia nacional “mostrou um bom momento de recuperação” em Maio, mês em que “superou gradualmente os efeitos negativos” da covid-19, embora tenha alertado que o ambiente internacional “é ainda mais complicado e preocupante”.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China e EUA querem manter linhas de comunicação abertas Duas das figuras mais próximas dos presidentes norte-americano e chinês encontraram-se no Luxemburgo onde se comprometeram em manter um diálogo aberto entre as duas partes Os principais conselheiros diplomáticos da China e dos Estados Unidos comprometeram-se, na segunda-feira, a manter abertas as linhas de comunicação, após a disputa verbal entre os responsáveis da Defesa sobre a questão de Taiwan. Jake Sullivan, principal assessor diplomático do Presidente dos EUA, Joe Biden, e o homólogo chinês, Yang Jiechi, não anunciaram, no entanto, qualquer compromisso sobre os seus principais pontos de tensão. O diálogo ocorreu no Luxemburgo, dias após uma troca de advertências entre o ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, e o seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, durante o Diálogo Shangri-La, um fórum anual de segurança realizado em Singapura. Wei advertiu que a China vai “lutar até ao fim” para impedir a independência de Taiwan. O secretário de Defesa dos EUA denunciou a actividade militar “provocativa e desestabilizadora” de Pequim perto da ilha. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Yang Jiechi reiterou que a “questão de Taiwan toca na base política das relações China – EUA e, se não for tratada adequadamente, vai ter um impacto prejudicial”. O conselheiro pediu aos Estados Unidos que evitem “maus julgamentos” e “ilusões” sobre este assunto. Jake Sullivan “reiterou o compromisso de longa data dos Estados Unidos com o princípio ‘Uma só China’”, que pressupõe que a ilha de Taiwan faz parte do território chinês, mas transmitiu as “preocupações em relação às acções coercivas e agressivas de Pequim” no Estreito de Taiwan, segundo um comunicado da Casa Branca. Das ambiguidades Washington reconhece diplomaticamente Pequim e não Taipé, mas o Congresso dos EUA comprometeu-se a vender armamento a Taiwan para a defesa do território. Sullivan reafirmou a chamada política de “ambiguidade estratégica”, segundo a qual os Estados Unidos reconhecem diplomaticamente a China comunista, mas ao mesmo tempo apoiam Taiwan militarmente. Joe Biden está sob pressão bipartidária para aprofundar as relações com Taiwan, quando Washington disputa, com a China, a influência na região da Ásia–Pacífico. Em visita ao Japão, no mês passado, Biden garantiu que seu país defenderia Taiwan militarmente se a ilha fosse atacada pela China. A Casa Branca, no entanto, insistiu mais tarde que a tradicional “ambiguidade estratégica” norte-americana sobre essa questão não foi abandonada. O encontro no Luxemburgo segue-se a uma conversa por telefone, realizada em 18 de Maio. A relação entre Pequim e Washington deteriorou-se nos últimos anos, com diferendos nos âmbitos do comércio, Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan, a soberania no Mar do Sul da China e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia. Em comunicado, a Casa Branca falou de uma troca “franca” e “produtiva”, durante a qual Jake Sullivan “ressaltou a importância de manter linhas abertas de comunicação”. A agência noticiosa oficial Xinhua também descreveu a entrevista como “franca, profunda e construtiva”. Yang concordou em manter o diálogo, mas deixou claro que Pequim não abdicará dos seus “interesses fundamentais”. “Os EUA têm insistido em conter e repelir a China de forma abrangente”, apontou Yang, reafirmando que questões relativas a Xinjiang, Hong Kong, Tibete ou Mar do Sul da China são assuntos internos do país.