Milhares de cientistas de ascendência chinesa abandonam os Estados Unidos

Cientistas e académicos de origem chinesa não aguentam mais o ódio veiculado pelos medias e as suas repercussões concretas nas ruas. Os EUA temem perder alguns dos seus melhores cérebros, fundamentais para a segurança nacional. Pior: o seu sistema educativo não produz substitutos em quantidade suficiente

 

Um recente relatório do Wall Street Journal revelou que muitos académicos e cientistas de alto nível de ascendência chinesa, que ocupam cargos em universidades americanas e empresas de investigação científica, estão a considerar abandonar o país devido ao aumento da tensão entre Pequim e Washington. O jornal descobriu que 1400 cientistas chineses formados nos EUA trocaram o país pela China em 2021, e que 40% dos académicos chineses em instituições de investigação de topo como Harvard e o MIT poderão abandonar o país.

Entre as principais razões citadas pelas pessoas que falaram com o WSJ estavam os receios de vigilância governamental, tais como a “Iniciativa China” do FBI, iniciada por Trump, que visava pessoas de origem chinesa sobre alegada “espionagem económica”, e os crescentes crimes de ódio contra pessoas de ascendência asiática, que têm alastrado pelos EUA e deixado cada vez mais receosas as comunidades asiáticas.

Esta situação está a provocar uma fuga de cérebros dos EUA para a China, na medida em que especialistas de ascendência chinesa estão a regressar à China para melhores oportunidades e, sobretudo, para fugirem ao cada vez mais exacerbado clima de ódio social. Muitas destas pessoas, refere o jornal, trabalham em áreas estrategicamente importantes para o complexo militar-industrial dos EUA. Isto coloca sérios desafios às perspectivas futuras de Washington num ambiente geoestratégico global competitivo com Pequim.

A importância dos emigrantes

Ora importantes sectores altamente qualificados da economia americana dependem de emigrantes. De acordo com um relatório de 2013 do Centro de Política de Emigração, de 1995 a 2005, mais de 52% das empresas em fase de arranque em Silicon Valley tiveram pelo menos um fundador emigrante. Pessoas como Elon Musk e Sergey Brin foram fundamentais na fundação do Google e do PayPal durante esse período.

Entretanto, os EUA estão fortemente dependentes de talentos de origem estrangeira, porque existe uma grave falta de financiamento para a educação, bem como a inexistência de ensino superior universal — ao contrário de muitos dos seus aliados europeus como a Alemanha, a França ou mesmo Portugal. Isto significa que os EUA não podem preencher estas lacunas a nível interno. De facto, o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan citou a Primeira Dama Jill Biden como tendo dito que “qualquer país que ultrapasse os Estados Unidos em termos de educação ultrapassará os Estados Unidos, e essa é uma questão de segurança nacional fundamental”.

Falhanço educacional

Os EUA reconhecem efectivamente, nos mais altos níveis do governo, que a sua falta de candidatos qualificados em áreas estratégicas é “uma questão de segurança nacional fundamental”. Para crédito da administração Biden, encerraram a “Iniciativa China” e assinaram projectos de lei destinados a travar o aumento a nível nacional de crimes de ódio contra pessoas asiáticas. Mas está ainda por provar que estas medidas estão mesmo ter resultados práticos.

De facto, enquanto que, no início do seu mandato, o presidente Joe Biden melhorou a imagem da América em comparação com os anos Donald Trump, um inquérito da Morning Consult revelou que os cidadãos da grande maioria dos países inquiridos já não têm opiniões positivas sobre os EUA. Nomeadamente na China, os americanos obtiveram uma classificação desfavorável de 74%.

Campanha mediática e violência de rua

Uma reportagem de Maio de 2021 da Chemical & Engineering News já sugeria que os cientistas asiáticos estavam a abandonar a América devido a um tratamento injusto por parte do governo dos EUA e devido a crimes de ódio.

A publicação observou que os peritos da ascendência asiática neste campo são a “pedra angular da química americana”, e que a sua partida prejudicaria a competitividade de Washington indefinidamente.

Além da natureza da “Iniciativa China” e da violência de rua contra os asiáticos, algo muito importante está a modificar a perspectiva de pessoas de ascendência asiática e, especialmente, do povo chinês: a política externa errática de Washington. Se os EUA não tivessem uma política externa hostil contra a China em geral, não haveria investigações federais racistas contra pessoas de ascendência chinesa, nem haveria uma máquina mediática que está constantemente a bombar ódio contra o governo de Pequim e a criar terreno fértil para o surgimento de crimes de ódio. Todas estas coisas estão relacionadas: política externa, atitudes gerais em relação às comunidades da diáspora e preconceitos institucionais.

A sociedade americana repete estas mesmas atitudes sócio-culturais dependendo do inimigo do dia. Durante a II Guerra Mundial muitos cidadãos de origem nipónica, além de serem enfiados em campos de concentração, foram espancados e os seus negócios destruídos. Já durante a Guerra Fria, houve espalhadas visões ofensivas e caricaturas dos europeus de Leste e, durante o auge da Guerra contra o Terror, foram difundidas estas mesmas mensagens e atitudes em relação a pessoas de países de maioria muçulmana.

Cada um destes pontos da história teve como consequência a discriminação e crimes de ódio contra as suas respectivas comunidades da diáspora nos Estados Unidos. Neste momento, em que os principais medias americanos assimilam a China à Rússia, pelo facto de o país asiático não ter alinhado nas sanções decorrentes da guerra na Ucrânia, e vendem a ideia de que os dois países estão a construir um bloco anti-americano, as coisas parecem estar a piorar significativamente para a comunidade chinesa residente nos EUA. Assim, antes que aconteça alguma desgraça, a eles ou aos seus filhos, muitos estão a abandonar o país. Com agências e Washington Post

6 Out 2022

Seminário reflecte sobre as relações entre a China e os PLP

No dia 28 de Setembro, realizou-se na Universidade da Cidade de Macau, simultaneamente por via online e offline, o “Seminário Temático sobre a Modernização Socialista da China e o Desenvolvimento das Relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP)”, sob a orientação do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Durante o evento, os especialistas e académicos de 13 instituições, provenientes do Interior da China, da RAEM e de países como Brasil, Portugal, Angola e Alemanha, apresentaram comunicações, nomeadamente António Martins da Cruz, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Elias Jabbour, autor do livro “China: O Socialismo do Século XXI”, e o Wang Huaichao, antigo subdirector de Educação e Director do Departamento de Ensino e Investigação do Socialismo Científico da Escola Central da Comissão Central do PCC, entre os outros. O Seminário contou com a presença de cerca de 80 participantes, incluindo os representantes do governo da RAEM e das empresas em Macau, Think Tanks de Macau, membros da comunicação social, e docentes e discentes das instituições de ensino superior da RAEM.
No seu discurso, o Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros Liu Xianfa afirmou que “a modernização tem sido um objectivo comum de todo o país. O Partido Comunista da China (PCC) uniu o povo chinês, levando-o a alcançar a independência nacional e a libertação popular, e eventualmente seguindo o rumo certo à prosperidade e ao fortalecimento”.
“O caminho da modernização socialista da China, o qual contribuiu para a concretização de dois milagres sem precedentes no mundo, sendo eles o rápido desenvolvimento económico e a estabilidade social duradoura é uma modernização testemunhada por uma grande população, que contribui para a prosperidade comum de todo o povo, que promove o desenvolvimento coordenado das civilizações material e espiritual, em que o ser humano e a Natureza coexistem harmoniosamente, uma modernização que persiste no caminho do desenvolvimento pacífico e, por fim, uma modernização baseada no benefício recíproco e na relação de benefício comum”, acrescentou.
Liu Xianfa sublinhou ainda que, em face da proximidade da realização do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, “o PCC continuará a promover a concretização do rejuvenescimento da nação chinesa baseada na modernização socialista da China e a trabalhar num esforço conjunto com os povos de todos os países para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, contribuir para o progresso da civilização da sociedade humana, e por fim, criar juntos um mundo melhor”.
“Como ponte entre a China e os países de língua portuguesa, Macau está a aproveitar as oportunidades trazidas pela cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau e pela construção da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, de modo a impulsionar o desenvolvimento da diversificação adequada da economia a melhor integração de Macau no desenvolvimento nacional. Nesta jornada, o papel de Macau como Plataforma entre a China e os países de língua portuguesa será expandido e aperfeiçoado, com o intuito de promover a aprendizagem mútua, o benefício recíproco e a relação de benefício mútuo entre a China e os países de língua portuguesa nos respectivos processos da modernização nacional”, concluiu.
Já Elias Jabbour indicou, na apresentação do seu livro “China: O Socialismo do Século XXI”, que a China criou no século XXI uma nova forma económica e social, a qual “respeita a Lei do Valor e persiste no socialismo, criando assim um milagre no desenvolvimento que tem merecido a atenção de todo o mundo”.
Na sua comunicação António Martins da Cruz referiu que o Fórum Macau tem promovido a dinamização do desenvolvimento dos países de língua portuguesa, do qual, todos aprenderam muito, incluindo Portugal. Olhando para o futuro, Macau, como ponto de convergência de interesses entre a China e os países de língua portuguesa, “irá contribuir eficazmente para a recuperação pós-epidémica dos países de língua portuguesa”.
Segundo Francisco José Leandro, subdiretor do Instituto para a Investigação dos Países de Língua Portuguesa da Universidade da Cidade de Macau, o Fórum de Macau deve “continuar a promover a coordenação entre diferentes entidades, encorajar o intercâmbio cultural e construir laços de amizade para todo o mundo”.
No que toca à preservação da língua e cultura portuguesas, o papel de “um país, dois sistemas” é altamente valorizado por Leonel Alves, advogado e Presidente da Associação do Colégio Sino-Luso Internacional de Macau, para quem “Macau deve aproveitar as vantagens trazidas pela língua portuguesa de modo a aperfeiçoar e expandir o seu papel como Plataforma entre a China e os países de língua portuguesa”.
O sinólogo brasileiro Giorgio Sinedino referiu que se “deve promover a cooperação duradoura e estável entre a China e o Brasil nos sectroes da cultura e da educação, tomando como ponto de partida a diplomacia entre os povos, enquanto o representante de Angola, João Verne Oliveira afirmou que “a cooperação de benefício comum é o tema principal da cooperação entre a China e os países de língua portuguesa e que a China é sempre o parceiro prioritário de Angola.”.
Por seu lado, Harald Bruning, director do jornal de língua inglesa, Macau Post Daily, assinalou que se deve implementar “o espírito da instrução do Presidente Xi Jinping, fazer pleno uso do papel de plataforma de Macau para promover a implementação de iniciativas de desenvolvimento global e contribuir com a força de Macau para o desenvolvimento económico e progresso humano do mundo.”
Segundo o Presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, José Luís de Sales Marques, “Macau está na intersecção do ciclo duplo nacional e internacional e deve, por isso, cooperar activamente com a implantação estratégica nacional e fazer uso do seu estatuto especial e vantagens únicas, para formar um eixo estratégico do ciclo duplo”.
O advogado José Lupi, sócio e representante de Macau de King & Wood Mallesons, revelou que “o sistema jurídico de Macau é baseado no Estado de direito e na independência do poder judicial sob o princípio “um país, dois sistemas”, e é semelhante ao dos países de língua portuguesa, o que constitui uma vantagem significativa que reforça ainda mais o papel de Macau como ponte”.
Para a organização, o seminário caracterizou-se por “um intercâmbio profundo, uma atmosfera calorosa e reacções positivas”. “As novas circunstâncias exigem que Macau desempenhe plenamente o seu papel de ponte entre a China e os países de língua portuguesa, para promover a solidariedade, o desenvolvimento e a cooperação de benefício mútuo entre a China os países de língua portuguesa no respectivo processo de modernização, e, por fim, construir uma comunidade global de futuro partilhado “.

30 Set 2022

Myanmar | Tribunal condena Aung San Suu Kyi a mais três anos de prisão

Um tribunal em Myanmar (antiga Birmânia) condenou a ex-líder Aung San Suu Kyi a uma pena de três anos de prisão por violar a lei de segredos do Estado, noticiou a agência de notícias Associated Press (AP). O antigo conselheiro para a economia de Aung San Suu Kyi, Sean Turnell, recebeu a mesma sentença, assim como outros três membros do executivo da ex-líder civil e Prémio Nobel da Paz.

Turnell foi acusado, juntamente com Suu Kyi e os três ex-governantes, com base em documentos apreendidos, que se encontravam na posse do australiano. A televisão estatal, controlada pelos militares responsáveis pelo golpe de Estado de 1 de Fevereiro do ano passado, indicou que Turnell tinha acesso a “informações financeiras secretas do Estado” e tinha tentado fugir do país.

A lei de segredos de Estado, que data da era colonial, criminaliza a posse, recolha, gravação, publicação, ou partilha de informação estatal que seja “directa ou indiretamente, útil a um inimigo”. Em caso de violação, a pena pode chegar aos 14 anos de prisão.

Todas as sessões do julgamento, realizadas numa sala de tribunal construída propositadamente na prisão principal da capital birmanesa, foram vedadas aos meios de comunicação social e ao público. Os advogados de defesa foram impedidos de revelar os detalhes do processo. As mesmas restrições foram aplicadas a todos os julgamentos de Suu Kyi.

Este caso é um entre vários enfrentados por Suu Kyi, em processos que são vistos como um esforço para a desacreditar e impedir o seu regresso à política. A ex-governante já fora condenada a 20 anos de prisão por importar ilegalmente e possuir equipamento de comunicação (‘walkie-talkies’), violar restrições pandémicas, sedição, fraude eleitoral e corrupção.

Suu Kyi ainda enfrenta sete processos ao abrigo da lei anti-corrupção, sendo cada acusação punível com um máximo de 15 anos de prisão.

30 Set 2022

Casinos virtuais | Filipinas deportam 40.000 cidadãos chineses

As Filipinas confirmaram ontem que vão banir a maioria dos casinos virtuais operados por chineses no país e deportar 40.000 cidadãos chineses que trabalham no sector, após uma recente vaga de sequestros e crimes ligados aos jogos de azar.

O Departamento de Justiça das Filipinas (DoJ) anunciou que vai encerrar as operações de até 175 operadores de jogos de azar virtuais, designados como POGOs (Philippine Offshore Gaming Operators), que estão ainda a operar no país apesar das respetivas licenças já terem expirado.

Estes operadores também são acusados de incumprimento fiscal e o DoJ apontou ainda para ligações a redes chinesas de crime organizado. “A campanha foi desencadeada por relatos de assassinatos, sequestros e outros crimes cometidos por cidadãos chineses contra cidadãos chineses”, disse o porta-voz do Departamento de Justiça das Filipinas, José Dominic Clavano, citado pela imprensa local.

A decisão das autoridades filipinas foi elogiada pela Embaixada da China em Manila, que reiterou que Pequim “opõe-se firmemente e toma medidas duras para combater o jogo”.

Cerca de 30 POGOs vão continuar a operar no país do Sudeste Asiático, de acordo com a imprensa local. No auge da indústria, no entanto, estes casinos virtuais empregavam até 210.000 cidadãos chineses.

A indústria prosperou sob o mandato do anterior Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que favoreceu uma aproximação à China, em detrimento das relações com os aliados tradicionais. Apesar da oposição declarada de Duterte quando assumiu o poder em relação a este sector, os POGOs registaram um crescimento muito significativo durante o seu mandato presidencial.

As receitas do sector mais do que quadruplicaram para 4,1 mil milhões de dólares durante os primeiros três anos do seu mandato, convertendo as Filipinas numa das capitais mundiais do jogo, juntamente com as vizinhas Singapura e Macau.

Em 2020, o Governo filipino arrecadou 7,2 mil milhões de pesos (cerca de 123 milhões de euros) em receitas fiscais. Em 2021, as taxas de licenciamento totalizaram 3,9 mil milhões de pesos (cerca de 81 milhões de euros).
Mas o crescimento da indústria fez soar o alarme entre as autoridades filipinas. Deputados filipinos alertaram para a potencial presença de milhares de oficiais dos serviços de informações chineses sob a cobertura dos POGOs e lamentaram a ocorrência de diversas actividades ilícitas, incluindo evasão fiscal, prostituição, tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro e, em alguns casos, assassinatos, tortura e sequestros.

Entre Janeiro e Setembro de 2022, 15 em 27 casos de sequestro nas Filipinas estiveram relacionados com a actividade dos POGOs, de acordo com dados divulgados pela polícia filipina.

Nova ordem

A eleição de Ferdinand Marcos Júnior para o cargo de Presidente das Filipinas, em maio passado, implicou mudanças nas relações entre Pequim e Manila. O novo Presidente filipino está a pressionar para que exista um relacionamento mutuamente benéfico com Pequim, baseado em projectos concretos e investimentos de alta qualidade.

No início do seu mandato, Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, suspendeu uma série de grandes projectos de infraestruturas apoiados pela China, apontando preocupações com as condições de financiamento e altas taxas de juros.

30 Set 2022

Ramos da missão ortodoxa perseguida

(História da Primeira Entrada do Cristianismo na China‧Episódio 2)
Texto de Ritchie Lek Chi, Chan
(*Artigo publicado no Macau Daily Newspaper em 20 de Março de 2022)

 

Chegou à China até ao primeiro século?

Yazdhozid, um missionário persa na Dinastia Tang após a produção da ” A estela de Da Qin Nestoriana espalhada na China “, é reconhecido pelo mundo como a evidência histórica de que o cristianismo entrou em contacto pela primeira vez com a China. No entanto, após verificação, descobriu-se que muitos livros chineses antigos registavam que o Nestorianismo já havia pisado a China antes da Dinastia Tang. A primeira referência indica “Luoyang Jialan Ji” (Mosteiro Budista na cidade de Luoyang, província de Henan) escrito por Yang Xuanzhi, um escritor de prosa da Dinastia Wei do Norte. Descreve a situação quando o autor viu cristãos aparecer no “Templo Yongming”, “os monges de centenas de países, mais de 3.000 pessoas, das regiões do extremo oeste e até do Grande Reino de Qin, todos eles estão ligados ao resto do mundo”.

Além disso, “Zizhitongjian” (Reflexos da Governança) Volume 147 regista no oitavo ano Tianjian (509 a.C.) a descrição do Imperador Liang Wu com a mesma declaração: “Naquela época, o budismo floresceu em Luoyang. Além dos monges chineses, havia mais de 3.000 monges das regiões ocidentais, Lord Wei construiu Yongming Temple mais de mil quartos para esses cristãos”.

Mais tarde, descobriu-se também que alguns estudiosos propuseram nos seus artigos que o cristianismo pode ter chegado à China antes do nestorianismo, como a primeira parte da “Série República da China”, um dos autores, Joseph Siu, escreveu “Um Estudo do Catolicismo na China” no Volume 1 do livro. Menciona-se que o Santo Apóstolo Tomé pode ter estado na China. “Os arqueólogos dizem que São Tomé também veio à China para pregar, mas não se sabe por quanto tempo. Depois de retornar da China para a Índia, ele morreu em Meriyapur. Isso não é sem razão……. Além disso, a descoberta de antigas estelas de cruz nas últimas centenas de anos também prova que a Sagrada Religião realmente se espalhou na China nos séculos depois de Cristo. Embora o Apóstolo São Tomé não tenha visitado a China, seus discípulos seguiram seus filhos…” (Nota 1).

Alguns estudiosos estrangeiros também apresentam o mesmo ponto de vista. Edward Harper Parker, um advogado e sinólogo britânico que escreveu livros sobre a Primeira e a Segunda Guerras do Ópio da China e outros tópicos relacionados com a China, no seu livro “Uma História Chinesa do Cristianismo” escreveu: “Depois dos Han e Qin (início do século III d.C.), o cristianismo entrou pela primeira vez na China, e os escritos dos caldeus (Nota 2) nos dizem (dito pelo Padre Huang) que o Santo Apóstolo Tomé trouxe e pregou o Evangelho primitivo no início do primeiro século para a Índia e a China” (Nota 3). De acordo com o conteúdo do artigo, o início do século I foi durante a Dinastia Han, e o início do século III pertenceu ao período dos Três Reinos.

Se for verdade, como mencionei no primeiro episódio, o cristianismo entrou na China durante a Dinastia Wei do Norte, que pode ter sido anterior a isso.

Independentemente de São Tomé ter vindo ou não para a China, podemos ver nesses documentos que os governantes ou pessoas na China antiga estavam abertos a culturas e religiões estrangeiras, especialmente na Dinastia Tang. “Na antiga capital de Chang’an (Xi’an), Taoísmo, Confucionismo, Budismo, Nestorianismo e depois Islamismo ” (Nota 4).

O status da Virgem provoca divisões

De acordo com registos documentais, a primeira visita dos nestorianos à China foi, na verdade, dividida em duas etapas. A primeira durante a Dinastia Han ou Dinastia Wei do Norte, e a segunda durante a Dinastia Tang. Porquê? A resposta envolve principalmente algumas situações especiais encontradas na criação e desenvolvimento do Nestorianismo, que são descritas em detalhe a seguir.

Em primeiro lugar, a partir do artigo online do k.k.news, “Olhando para a propagação do Nestorianismo na Dinastia Tang de “A estela de Da Qin Nestoriana espalhada na China”, podemos entender a situação do Nestorianismo naquele momento. “Existem duas grandes escolas de cristianismo, uma é a escola nestoriana, e a outra é a escola alexandrina. Entre elas, a escola alexandrina defende a unidade de Jesus, Deus e homem, e acredita que a escola nestoriana divide Jesus em dois ( o homem e o deus) é heresia. Em 428 d.C., o imperador romano oriental Teodósio II nomeou Nestório Arcebispo de Constantinopla. Teodósio II convocou e presidiu a um sínodo de bispos. Este local não é bom para Nestório, porque é a casa da escola de Alexandre (o templo ancestral da Virgem Maria e o local da morte), e a maioria dos crentes locais são partidários da escola de Alexandre. Lilo, o bispado de Alexandria, Egipto, que chegou primeiro, foi recebido pelos padres locais. Antes que os partidários e bispos de Nestório chegassem, os alexandrinos convocaram à pressa uma reunião, declararam Nestório um herege em sua ausência, destituíram-no do seu bispado e excomungaram-no. ”

Nestório era sírio, e assumiu a posição de líder religioso em 42 d.C.. Este movimento deixou a missão de Alexandria muito insatisfeita, e a luta entre as duas seitas tornou-se cada vez mais acirrada. Em 431 d.C., a fim de reprimir a disputa entre as duas facções cristãs, Teodósio serviu como Patriarca de Constantinopla, na Turquia, de 428 a 431 d.C.. Nestório é considerado a figura que iniciou o Nestorianismo. Mencionado no artigo da Wikipedia sobre Nestório e Nestorianos: “Nestorianismo pode se referir a: a missão Oriental, também conhecida como missão Nestoriana, que foi introduzida na China na Dinastia Tang e chamada de ‘ Jinɡ jiào”. O Patriarcado estava localizado na Hagia Sophia em Constantinopla, Turquia, depois de o Império Bizantino ter sidoi conquistado pelos otomanos em 1453, a igreja foi convertida à força em mesquita e assim ficou até agora.

Há alguns anos, fui a Constantinopla, agora conhecida como Istambul, e presenciei este edifício religioso que foi baptizado por guerras implacáveis, conquistado e alterado por diferentes impérios há 1.500 anos, e agora é património cultural mundial. Quando fiquei do lado de fora da mesquita, além de admirar a grandiosidade do edifício, fiquei ainda mais maravilhado com a cena com que me deparei quando entrei na mesquita.

No entanto, é emocional e profundamente sentido que este edifício é um marco da história. Alguns dos frescos caíram, revelando a Virgem Maria com folha de ouro e uma imagem “mosaica” de Jesus Cristo. Devido à idade, a folha de ouro perdeu a cor, mas pode-se imaginar a cena gloriosa no passado. Essas imagens destacam os períodos cristão e ortodoxo. Este tipo de parede decorativa sobreposta, apesar de se poder ver as imagens artísticas de diferentes épocas, não pode deixar de fazer as pessoas prenderem a respiração.

Além disso, Nestório defendia que a Virgem Maria não deveria ser divinizada e só poderia ser chamada de “Mãe de Cristo”, e propôs que “a divindade e a humanidade de Jesus fossem separadas”, o que fez com que ele e sua seita fossem excluídos e atacados. A Wikipedia descreve a história do Nestorianismo, “Em 431 d.C., o imperador romano oriental Teodósio II e 2.000 bispos participaram no Concílio de Éfeso na Turquia (Nota 5), ele foi demitido do bispado e excomungado da missão. Quatro anos depois, Nestório foi expulso do país pelo imperador do Império Romano do Oriente e acabou por morrer no Egipto. No entanto, seus seguidores não desistiram facilmente por causa disso, e foram para a Mesopotâmia, Pérsia, Índia e Extremo Oriente para pregar religião”. (Nota 6)

Nessa época, o Nestorianismo enfrentava dificuldades, os crentes tiveram que usar a missão para começar a desenvolver-se para o Oriente e entrar na China durante a Dinastia Wei do Norte. Foi também a primeira vez que o Cristianismo entrou em contacto com um país desconhecido.

O nestorianismo voltou à China, numa época em que a nação chinesa estava a tornar-se cada vez mais próspera. No nono ano do reinado do imperador Taizong Li Shimin, a Dinastia Tang gradualmente entrou num período próspero após a “Regra Zhenguan” (Nota 7), e muitos bárbaros estrangeiros vieram à China para prestar homenagem. Por outro lado, o Nestorianismo também se desenvolveu na Ásia Central e é extremamente popular. Nesta boa atmosfera política e época pacífica e próspera, o líder nestoriano Aroben foi pessoalmente a Chang’an, a capital da Dinastia Tang, e foi recebido pelo imperador Taizong. Este encontro entre os dois lados tornou-se o registo oficial da primeira visita cristã à China na história.

O que precisa ser mencionado aqui é que os anos de Nestorianismo na China mencionados em “Daily Headlines” e “Wikipedia” são os mesmos mencionados no artigo de Yang Xuanzhi, um escritor da Dinastia Wei do Norte, o que prova que isso é um facto histórico. Ele mostra que havia muitos vestígios de nestorianos na antiga cidade de Luoyang naquela época, e também confirma que os nestorianos chegaram à China antes da “A estela de Da Qin Nestorian espalhada na China” no Museu da Floresta de Estelas em Xi’an.

 

Notas :

1. “Republic of China Series”, publicado e distribuído pela Shanghai Bookstore
em 1989, consiste em cinco volumes, incluindo principalmente livros chineses publicados na China durante a República da China. O autor, Joseph Xiao, é investigador da Universidade de Oxford e membro do Departamento de Filosofia e jesuíta na China, Jesuítas Chineses.

2. Caldeu, uma região antiga no Oriente Médio em 625 a.c., actual sul do Iraque e Kuwait. Os caldeus estabeleceram a dinastia caldeia nesta área.

3. São Tomé foi um dos doze discípulos de Jesus.

4. “A China Antiga Deve Abrir-se ao Mundo Exterior ou Retirar-se ao Mundo”, Pe. Benjamin Videira Pires S.J., “Revista Cultura” Edição Chinesa N° 2, p. 37.

5. Localizada na antiga cidade de Éfeso, na Turquia, as ruínas deixadas pelos antigos gregos eram originalmente uma rica e requintada cidade marinha. Foi uma das quatro maiores cidades do mundo durante o antigo período romano e era conhecida como Pompéia no Oriente.

6. Wikipedia “Nestorismo”, artigo online: “Conflito ou Integração: A Trajectória Histórica da Sinicização do Catolicismo”.

7. “Regra Zhenguan” foi uma situação de clareza política, recuperação económica e prosperidade cultural durante o reinado do imperador Taizong Li Shimin no início da dinastia Tang.

30 Set 2022

Antigo quadro do órgão anticorrupção acusado de receber subornos

Um ex-responsável pelo combate à corrupção na China foi indiciado por acusações de suborno, a poucas semanas do arranque do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, foi ontem divulgado. A acusação a Liu Yanping, que chefiou a filial do Ministério de Segurança do Estado da Comissão Central de Inspeção e Disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC), está a ser encarada como mais um lembrete da promessa de Xi Jinping de combater a corrupção em todos os níveis de poder.

Na sexta-feira passada, o ex-vice-ministro da Segurança Pública Sun Lijun foi condenado à pena de morte com uma suspensão de dois anos por acusações de manipular o mercado de acções, aceitar subornos e outros crimes. O caso envolveu pelo menos dois ex-funcionários do ministério.

A imprensa estatal disse que Liu aceitou “enormes” quantias de propriedade em troca de favores. O antigo alto quadro do órgão anticorrupção foi expulso do PCC, no início deste mês, num sinal de que seria indiciado, julgado e quase certamente condenado a uma longa pena de prisão.

A investigação apurou que Liu “perdeu os seus ideais e convicções” e que é “politicamente corrupto”. O ex-responsável “trocou o poder político por interesses e usou o seu poder como uma ferramenta para obter capital político, benefícios pessoais e riqueza”, avançou a imprensa estatal chinesa.

Liu Yanping “envolveu-se também em atividades supersticiosas” e aceitou convites para jogos de golfe, banquetes, passeios e serviços médicos pagos por empresários privados, “comprometendo a sua imparcialidade no desempenho de funções oficiais”, acrescentou a imprensa.

No caso de Sun Lijun, um ex-ministro da Justiça e um ex-funcionário do PCC foram acusados de conspirar com ele, e receberam penalidades semelhantes. Sun foi condenado por receber 646 milhões de yuans (92 milhões de euros) em subornos e acusado de usar a sua posição, em 2018, para manipular a negociação de ações, visando ajudar um operador a evitar perdas. Também foi acusado de abandonar o seu cargo durante um surto de covid-19.

Sun foi nomeado anteriormente num processo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) contra o magnata dos casinos de Las Vegas, Steve Wynn. O processo visou obrigar Wynn a registar-se como agente estrangeiro, devido ao seu envolvimento em acções de influência promovidas pelo Governo chinês.

O processo diz que altos funcionários, incluindo Sun, pediram a ajuda de Wynn, para que os EUA negassem o pedido de visto de um cidadão chinês, de acordo com a queixa. Pequim queria que o homem, acusado de corrupção e de solicitar asilo político, regressasse à China.

30 Set 2022

Recuperação económica | Li Keqiang afirma que medidas não bastam

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu nesta quarta-feira “esforços robustos para realizar as políticas do país visando estabilizar a recuperação económica”. Li fez as observações numa reunião sobre o trabalho do governo relacionado com a estabilização económica para o quarto trimestre deste ano. O vice-primeiro-ministro Han Zheng também participou da reunião.

“Para reverter a desaceleração no segundo trimestre infligida por factores inesperados, a China lançou uma série de políticas macroeconómicas, bem como medidas sucessivas, com maior prioridade na estabilização do crescimento económico. Também foram feitos esforços para salvaguardar entidades de mercado, estabilizar os preços e aumentar a procura”, disse Li.

“Graças a isso, a economia começou a recuperar e a recuperar a sua estabilidade global no terceiro trimestre”, concluiu o primeiro-ministro.

Quanto ao quarto trimestre, Li disse que este “é o período mais importante do ano e espera-se que muitas políticas desempenharão um papel maior durante este período. O país deve aproveitar o prazo para ancorar as expectativas do mercado e garantir a implementação completa das políticas para que a economia funcione dentro de uma faixa apropriada”.

Para estimular “a fraca procura interna, o país precisa buscar mais abordagens para impulsionar o investimento e o consumo efectivos e garantir plena potência às entidades de mercado e ao capital social”, disse ele.

Ao mesmo tempo em que faz uso pleno dos instrumentos financeiros apoiados por políticas e orientados para o desenvolvimento para acelerar a construção de infraestrutura, o país deve alocar re-empréstimos especiais e subsídios a juros para acelerar as atualizações de equipamentos nos sectores de manufatura, serviços e serviços sociais. Parte da cota de 2023 para os títulos de uso especial também será distribuída antecipadamente.

Em relação ao mercado imobiliário, Li disse que o país formularia medidas regionais específicas para atender à procura tanto dos compradores quanto aos que querem melhorias nas suas residências, e garantir entregas oportunas de unidades pré-vendidas.

Li também pediu esforços para alcançar uma logística fluida e o fornecimento constante de carvão e eletricidade, acrescentando que as potências económicas do país devem desempenhar o seu papel de base na estabilização da economia.

Em relação aos meios de subsistência das pessoas, Li instou o país a expandir gradualmente a cobertura do subsídio básico de vida. O orçamento central subsidiará os governos locais em termos de novas despesas nesse sentido, prometeu. “Os trabalhadores migrantes, que retornam às suas terras natais, também serão incorporados em programas voltados para o desemprego e o trabalho subsidiado”, acrescentou o primeiro-ministro.

30 Set 2022

Activista de Hong Kong condenado à revelia

O ex-deputado de Hong Kong Ted Hui foi condenado ontem à revelia a três anos e meio de prisão por um tribunal local por ter enganado as autoridades para sair do país e exilar-se no estrangeiro. O opositor também enfrenta várias acusações devido a sua participação nas manifestações de 2019, bem como por organizar protestos que interromperam as sessões do Conselho Legislativo de Hong Kong.

O juiz Andrew Chan declarou que Hui enganou a polícia e o tribunal para obter o levantamento das restrições de viagem antes do seu julgamento, apresentando documentos falsos relacionados a uma visita oficial à Dinamarca. Hui “fez pouco do sistema de justiça”, disse o juiz, acrescentando que a farsa foi “cuidadosamente orquestrada”.

Reagindo nas redes sociais à sentença, Hui criticou o juiz por “cumplicidade com a tirania” e afirmou que essa sentença destacaria “a loucura e o absurdo” das autoridades de Hong Kong. “Os tribunais de Hong Kong tornaram-se tribunais do Partido Comunista (chinês) e julgamentos políticos e sentenças que visam a dissidência tornaram-se um espectáculo banal”, escreve Hui.

Em Dezembro de 2020, Ted Hui anunciou no final da sua viagem à Dinamarca que se estava a exilar devido à repressão de Pequim aos dissidentes em Hong Kong. Desde então, o activista mudou-se para a Austrália e continua a ser um crítico das autoridades em Hong Kong e Pequim.

30 Set 2022

Taiwan | Futuro deve ser decidido por todos os chineses

Uma porta-voz do governo de Pequim disse nesta quarta-feira que “o futuro de Taiwan deve e só pode ser decidido conjuntamente por todos os chineses”, ao refutar as declarações das autoridades do Partido Progressista Democrata (PPD) que “distorcem a Resolução 2758 da Assembleia Geral da ONU”.

“Taiwan faz parte da China, e tanto o continente chinês quanto Taiwan pertencem a uma China”, disse Zhu Fenglian, porta-voz do Departamento dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado.

Zhu observou que a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução 2758 em Outubro de 1971, “estabelecendo de uma vez por todas as questões políticas, legais e processuais da representação da China na ONU e reconheceu os representantes do Governo da República Popular da China como os únicos representantes legítimos da China na ONU”.

“As autoridades do PPD, agindo em prol dos seus próprios interesses políticos, recusaram-se a reconhecer o princípio de uma China e ignoraram as normas básicas que regem as relações internacionais”, disse Zhu. “As acções das autoridades do PPD vão contra a tendência histórica e as aspirações comuns dos compatriotas de ambos os lados do Estreito de Taiwan e estão fadadas ao fracasso”, concluiu.

30 Set 2022

Xi sublinha vitória do socialismo com características chinesas

O presidente chinês, Xi Jinping, enfatizou esta semana “os esforços conjuntos para avançar determinadamente em direção a uma nova vitória do socialismo com características chinesas”. Xi visitava uma exposição sobre as grandes conquistas do Partido e do país na última década.

O presidente sublinhou que, desde o 18º Congresso Nacional do PCC em 2012, o Comité Central “uniu e liderou todo o Partido, o país e o povo na solução de muitos problemas desafiantes que estavam há muito tempo na agenda, mas nunca resolvidos, que afectavam o futuro da nação, e superando muitos riscos, desafios e provações políticas, económicas, ideológicas e naturais”.

“Realizações e transformações históricas ocorreram na causa do Partido e do país, equipando o país com melhores instituições, fundamentos materiais mais firmes e uma mentalidade mais pró-activa para a realização da revitalização nacional”, acrescentou.

Xi pediu mais esforços para aumentar a consciência pública sobre medidas estratégicas, práticas transformadoras, avanços e realizações marcantes na última década. Também pediu uma melhor compreensão do significado das profundas mudanças durante este período na história do PCC, da Nova China, da reforma e abertura, do desenvolvimento do socialismo e do desenvolvimento da nação chinesa, para que todo o Partido, o país e o povo mantenham a confiança histórica e aumentem a iniciativa histórica.

Li Keqiang, Li Zhanshu, Wang Yang, Wang Huning, Zhao Leji e Han Zheng também visitaram a exposição. Sob o lema “Avançar na Nova Era”, a exposição foca-se “nas muitas conquistas e transformações na causa do Partido e do país nos últimos 10 anos na nova era”, abrangendo seis áreas de exposição e cobrindo mais de 30 mil metros quadrados no total, apresentando mais de 6 mil itens, incluindo fotos, objectos materiais e modelos.

30 Set 2022

XX Congresso do PCC | Principais líderes eleitos por regiões de minorias étnicas

Xi Jinping e outros membros do Comité Permanente do Gabinete Político do Comité Central do PCC foram eleitos em áreas fronteiriças com uma grande população de minorias étnicas, antigas áreas de base revolucionária e regiões-chave onde são implementadas estratégias de desenvolvimento a nível nacional

 

Cinquenta e dois líderes chineses foram eleitos como delegados para participar no 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC), em Pequim. Um total de 2.296 delegados, representando mais de 96 milhões de membros do PCC e 4,9 milhões de organizações partidárias de nível primário, discutirão e deliberarão sobre as principais questões críticas para o futuro do Partido e do país no congresso quinquenal.

Xi Jinping, secretário-geral do Comité Central do PCC, foi eleito por unanimidade como delegado ao Congresso do Partido, em 22 de abril, na unidade eleitoral da Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi. “O voto unânime representa a vontade comum dos membros do PCC e das organizações partidárias de nível primário em Guangxi, bem como o apoio sincero das pessoas na região a Xi Jinping”, lê-se na Xinhua.

Ainda segundo a agência noticiosa, “autoridades e moradores de Guangxi disseram que a década passada assistiu a realizações e mudanças históricas na causa do Partido e do país. A razão fundamental foi o facto de Xi ter dirigido a causa no centro do comité central do PCC e do Partido como um todo, além de ter a orientação do pensamento de Xi Jinping sobre o socialismo com características chinesas para uma nova era”.

Esse conjunto de realizações significativas na última década incluem “a erradicação da pobreza absoluta, a obtenção de um desenvolvimento económico muito mais equilibrado, coordenado e sustentável e a conquista de uma vitória abrangente na campanha anti-corrupção”. “Sob a liderança de Xi, vivemos uma vida melhor”, disse Yang Ning, chefe do Partido da vila de Jiangmen em Guangxi.

Huang Xu, o primeiro secretário do Partido na vila de Baini disse que, “enquanto seguirmos Xi e o Comité Central do PCC, o rejuvenescimento da nação chinesa certamente será alcançado”. Os outros 51 líderes chineses foram também nomeados pelo Comité Central do PCC como candidatos e votaram nas suas respetivas unidades eleitorais.

Xi e outros membros do Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do PCCh participaram de eleições em áreas fronteiriças com uma grande percentagem de minorias étnicas, antigas áreas de revolucionárias de base e regiões-chave onde as estratégias de desenvolvimento a nível nacional foram implementadas.

Li Keqiang, Li Zhanshu, Wang Yang, Wang Huning, Zhao Leji e Han Zheng – membros do Comité Permanente do Gabinete Político do Comité Central do PCC – e o vice-presidente chinês Wang Qishan, foram eleitos delegados nas províncias de Gansu, Sichuan, Guizhou, Hainan, Jiangsu e nas regiões autónomas do Tibete e da Mongólia Interior.

Segundo a Xinhua, a eleição dos líderes como delegados nas respectivas unidades eleitorais e a sua participação nas discussões em grupo das delegações correspondentes no próximo congresso do Partido “são propícias ao fortalecimento da orientação, promovendo o desenvolvimento de alta qualidade, a implementação das principais iniciativas de desenvolvimento nacional, além de tornar a China um país socialista moderno em todos os aspectos”.

Lin Yuqing, vice-directora de uma escola secundária no condado de Long’an, na cidade de Nanning de Guangxi, disse que a participação de Xi na eleição da região tem um significado acrescido. Lin disse que tanto ela como seus colegas professores “trabalharão incansavelmente para aumentar os níveis de educação em regiões habitadas por minorias étnicas”.

Liu Lanyi, uma autoridade do Partido de nível primário na província de Gansu, disse ter sido incentivada “a fazer um trabalho melhor para atender às necessidades dos moradores do bairro de que é responsável e ajudá-los a resolver suas preocupações diárias”.

“Temos certeza de que Xi nos levará para um futuro mais próspero”, disse um jovem chefe do Partido numa aldeia remota de um condado autónomo étnico Yi na província de Sichuan, pedindo aos outros jovens que contribuam para o esforço da revitalização rural do país.

30 Set 2022

Gastronomia | Aulas com chefes macaenses até Abril

Começaram ontem, e decorrem até Abril, as “Aulas com mestres sobre a herança cultural da cozinha macaense”, um projecto promovido pelo Governo, nomeadamente pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), em parceria com a Wynn e o Instituto de Formação Turística (IFT).

Ontem, na primeira aula, foram ensinadas as receitas de galinha africana e minchi, um dos pratos mais conhecidos da comida macaense. Estas aulas são levadas a cabo por chefes de cozinha macaense estando previstas sete demonstrações destinadas aos profissionais da área da restauração e estudantes locais. As aulas decorrem na Wynn Macau e no Centro de Actividades do Ensino Técnico-Profissional, em Seac Pai Van, da DSEDJ.

30 Set 2022

DST | Esperados 170 mil turistas na Semana Dourada

A Direcção de Serviços de Turismo (DST) está a prever que durante os sete dias da Semana Dourada passem pelo território cerca de 170 mil visitantes. A previsão foi feita ontem por Cheng Wai Tong, subdirector da DST, com declarações citadas pela Rádio Macau.

Segundo as contas apresentadas por Cheng, o número de visitantes tem aumentado nos últimos dias para uma média superior a 20 mil por dia. Por isso, o subdirector da DST acredita que nos próximos sete dias, com os feriados no Interior, é possível registar uma média diária de 25 mil por dia, que se vai traduzir no total de 170 mil visitantes.

Além disso, por agora, está confirmada a realização do fogo de artifício no dia 1 de Outubro, pelas 21h. No caso de haver chuva ou o aproximar de tufões, as autoridades vão tentar cumprir o calendário, mas com a ressalva de terem de cancelar por motivos de força maior.

Em conversa com os jornalistas, Cheng Wai Tong mencionou também a retoma da emissão de vistos electrónicos para excursionistas pelas autoridades do Interior. A medida, apresentada como um apoio do Governo Central ao turismo local, deverá ser implementada, no melhor cenário, a partir do final de Outubro. Como forma de preparação para a retoma dos vistos electrónicos de excursionistas, Cheng garantiu que as autoridades de Macau se estão a coordenar com as congéneres, para garantir uma agilização do processo.

30 Set 2022

Jogos | Receitas dos impostos cifraram-se nos 14 mil milhões

As receitas do jogo arrecadas pela Administração até Agosto foram de 14,2 mil milhões de patacas, o que representa um montante inferior a 50 por cento das previsões feitas em Julho pelo Governo para o ano inteiro. Segundo a TDM – Rádio Macau, o montante representa uma taxa de execução de 41,2 por cento, já que o Governo, depois da revisão do orçamento de Julho, espera arrecadar 34 mil milhões de patacas em impostos provenientes do jogo.

Contudo, a verba não deverá ser atingida e, por isso, o Chefe do Executivo e o secretário para a Economia e Finanças já anunciaram uma nova revisão orçamental, que deverá entrar na Assembleia Legislativa em Novembro. Para atingir receitas de 34 mil milhões de patacas, as receitas brutas do jogo ao longo este ano tinham de atingir o valor de 88 mil milhões de patacas.

Os números em relação a Setembro só devem ser conhecidos amanhã, no portal da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), mas é esperado que o montante anunciado permita ultrapassar ligeiramente os 30 mil milhões de patacas.

Até Agosto, o Governo recorreu a quase 47 mil milhões de patacas da reserva financeira, que está inscrita no orçamento como “outras receitas de capital”, para suportar os custos do combate à pandemia e para fazer frente face à redução de receitas provenientes do jogo e de outros impostos, motivadas pela grave crise económica que se vivem em Macau.

Nos primeiros oitos meses, a Administracão registou receitas de 69 mil milhões de patacas e despesas de 60 mil milhões, o que permitiu ter um saldo de 8,6 mil milhões de patacas.

30 Set 2022

Saúde | Virtuleap vence concurso de inovação

A ‘startup’ portuguesa Virtuleap venceu ontem um concurso de inovação em Macau, no qual foram distinguidas outras cinco empresas brasileiras e que abre portas a apoios de financiamento e ao mercado chinês. Com um capital de 1,4 milhões de euros e à procura de financiamento na ordem dos dois milhões de euros, a Virtuleap, fundada em 2018, combina neurociência e realidade virtual para ajudar a aumentar os níveis de atenção, no tratamento de doenças cognitivas e para retardar o início do declínio cognitivo.

No “Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para Empresas de Tecnologia do Brasil e Portugal 2022” foram seleccionados 14 projectos dos dois países lusófonos. Os vencedores ganharam prémios monetários, num valor máximo de 150 mil patacas, e a garantia de apoios para facilitar o acesso a financiamento e ao mercado da China continental.

O concurso foi organizado pelo Gabinete de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e concretizado pela Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Empresários de Macau, com os projectos em competição a serem analisados por um painel de investidores, docentes universitários, representantes de instituições financeiras e de incubadoras de empresas.

30 Set 2022

Prevista queda do crescimento económico entre 26,4% e 29,2% este ano

A última revisão das previsões macroeconómicas da Universidade de Macau (UM) aponta para uma queda entre 26,4% e 29,2% no crescimento económico do território neste ano.

As previsões são estabelecidas tendo em conta dois cenários relativos à evolução da pandemia da covid-19 e ao número de visitantes do território, indicou a análise do Centro de Estudos do Departamento de Economia da UM, divulgado em comunicado na quarta-feira.

Devido às limitações das condições internas e externas, “especialmente como estabelecer um conjunto de políticas de prevenção e controlo adequadas a Macau”, a população continua a não ver “perspectivas claras” e “a recuperação económica efetiva pode estar longe de ser uma realidade”.

Além da queda do crescimento económico, também as exportações de serviços devem cair entre 31,3% e 33,6%, e as receitas atuais do governo de Macau podem situar-se entre 29,3 mil milhões e 33,3 mil milhões de patacas, de acordo com a versão revista da Previsão Macroeconómica para Macau 2022.

Os investigadores lembraram que, no primeiro semestre de 2022, as condições económicas para Macau foram extremamente difíceis, com o governo a manter restrições de viagem rigorosas devido aos casos de covid-19 nas regiões chinesas vizinhas. No primeiro trimestre deste ano, o produto interno bruto (PIB) caiu 8,9% em relação ao ano anterior.

Em junho e julho, o território viveu o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia, com as autoridades a decretar 14 rondas de testes obrigatórios para toda a população e um confinamento de duas semanas.

A partir de meados de junho, o PIB caiu 39,3%, em termos anuais, para regressar aos níveis do segundo trimestre de 2020. “Sob as múltiplas e rigorosas medidas de controlo local, muitas atividades diárias não puderam ser realizadas, e a economia continuou a deteriorar-se”, indicaram.

Os investigadores acrescentaram que, no início deste ano, a previsão para a economia local apontava para uma abertura gradual e, mesmo perante um surto no território, o pior cenário seria um regresso ao nível económico de 2021.

No entanto, com a variante Ómicron do novo coronavírus, mais contagiosa, e medidas de prevenção e controlo mais rigorosas, a situação alterou-se e as previsões não a acompanharam. Por outro lado, as condições económicas externas também sofreram uma alteração significativa, com uma elevada inflação.

“Por estas razões, a equipa de investigação reviu a previsão anterior e nota que as condições económicas permanecem precárias para o resto do ano”, sublinharam.

Em resposta a possíveis mudanças na evolução da pandemia e nas políticas governamentais, a equipa considerou dois cenários diferentes: o primeiro pressupõe um crescimento estável no quarto trimestre de 2022 e um número de visitantes a atingir, de novo, o nível do final de 2021: 1,95 milhões.

O segundo cenário estudado apresenta piores condições: Macau enfrentará mais um mês de confinamento, recebendo apenas 1,31 milhões de visitantes. Os investigadores observaram também que, sem receitas turísticas, a economia de Macau “poderá não conseguir desenvolver-se normalmente”, se as restrições de viagem rigorosas forem mantidas.

As previsões apontaram também que, perante os dados atuais, as várias rondas de apoios à população, lançadas pelo governo desde 2020, “têm apenas um impacto a curto prazo e limitado, e não podem substituir os rendimentos obtidos pelas empresas e cidadãos através de transações normais de mercado”.

Nos primeiros oito meses do ano, Macau recebeu 3,8 milhões de visitantes, menos 25,8% do que em igual período de 2021 e menos 86% do que em 2019, antes do início da pandemia. A esmagadora maioria dos visitantes, mais de 290 mil, é oriundo da China continental.

29 Set 2022

Macau deve ‘vender’ mercado da Grande Baía e atrair multinacionais – BNU

O presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) defendeu hoje que Macau tem “todas as condições para atrair ‘holdings’ multinacionais” e que “deve vender-se” como porta de entrada para a metrópole mundial chinesa da Grande Baía.

Carlos Álvares sublinhou que os encargos fiscais em Macau são mais baixos, numa comparação regional, algo que por si só é um elemento de atratividade para a fixação destas empresas, o que teria óbvio impacto na criação de emprego.

Por outro lado, o presidente do BNU em Macau sustentou que a região administrativa especial chinesa devia “vender-se” não como um território de menos de 700 mil habitantes, mas cuja escala de potenciais clientes para as empresas fica mais perto dos 80 milhões, que vivem na Grande Baía.

Tanto mais porque, salientou o líder do BNU, que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos, Macau tem ligações fortes com estas cidades e porque está inserido numa região de “aceleração rápida” a nível económico e financeiro.

A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

As declarações de Carlos Alvarez foram realizadas à margem do “Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para Empresas de Tecnologia do Brasil e Portugal 2022”, no qual são selecionados 14 projetos dos dois países lusófonos, com os vencedores a poderem desenvolver os projetos na região da Grande Baía.

Com esta iniciativa pretende-se “descobrir mais projetos de destaque dos países de língua portuguesa, e promover a interação entre a China e os países de língua portuguesa na inovação, empreendedorismo e intercâmbio tecnológico”, assinalaram os organizadores.

O concurso é promovido pelo Gabinete de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e concretizado pela Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Empresários de Macau.

29 Set 2022

Relatório | Portugal atractivo para investir. China atenta

Portugal é um país atractivo para se investir no desenvolvimento de infra-estruturas e a China está atenta a projectos e eventuais contratos na área dos transportes e do ambiente, segundo um relatório ontem divulgado em Macau.

Em Portugal, “o transporte e o ambiente (por exemplo, saneamento) estão a ganhar tracção, com contratos que valem mais de 600 milhões de dólares, assinados em 2021”, pode ler-se no relatório sobre o ‘ranking’ de 2022 do Índice de Desenvolvimento de Infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”, a iniciativa lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, que envolve 71 países no plano estratégico internacional de Pequim de desenvolver ligações marítimas, rodoviárias e ferroviárias, mas também investimento em recursos energéticos.

Portugal é, precisamente, entre os países lusófonos, na perspectiva do relatório chinês, aquele que aparece com a melhor pontuação no sub-índice de desenvolvimento associado ao ambiente, que agrega factores políticos, económicos, soberania, factores de impacto no mercado, bem como os cenários empresariais e industriais.

Mais valias

No documento – em que Portugal também lidera entre os países lusófonos no sub-índice relacionado com os custos, operacionais e de financiamento, salienta-se o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) no país e conclui-se que “as condições económicas são sólidas para os sectores associados à área de infraestruturas”, numa referência que se estende igualmente a Cabo Verde e Moçambique.

No mesmo documento ressalva-se que, tanto no Brasil como em Portugal, as instalações de produção de energia estão em melhor estado, mas sublinha-se a tendência de investimento nas energias renováveis neste período de transição energética.

No índice global avalia-se factores como o ambiente, a procura, a receptividade e custos para o desenvolvimento de infraestruturas nos países incluídos na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Quanto mais alta é a pontuação no índice, melhor é a perspectiva da indústria de infra-estruturas de um país, e maior é o grau de atractividade para as empresas se empenharem no investimento, construção e operações nesta área naqueles territórios.

O documento foi apresentado no Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas.
Na inauguração do evento, o adjunto do Ministro do Comércio da China, Li Fei, informou que o país investiu este ano no estrangeiro 178,8 mil milhões de dólares.

29 Set 2022

Ponte HZM | Pedidos para renovação de circulação até 21 de Outubro

Os pedidos para a renovação da quota de circulação de veículos particulares na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, para a circulação entre Macau e Hong Kong, podem ser apresentados até ao dia 21 de Outubro. O pedido pode ser feito online através do website da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), sendo necessário o pagamento de mil patacas para a renovação da quota. Os titulares destas autorizações de circulação devem ainda renovar as licenças emitidas pelo Interior da China e Hong Kong.

O despacho que autoriza a aceitação do pedido de renovação das quotas regulares para circulação de veículos particulares locais entre Hong Kong e Macau foi publicado esta quarta-feira em Boletim Oficial, sendo que as primeiras quotas começaram a ser atribuídas em 2019.

De frisar que apenas os veículos que possuam quota válida e as licenças “Closed Road Permit for Cross-boundary Vehicles (CRP)» e «International Circulation Permit (ICP)”, emitida pelo Departamento de Transportes de Hong Kong, do “cartão de passagem fronteiriça de veículo”, da “etiqueta electrónica de permissão de passagem fronteiriça de veículo” (RFID), emitidos pelos Serviços de Alfândega da RAEM, das licenças, licença provisória de condução e licença provisória do veículo, emitidas pelo Interior da China, e dos seguros das três regiões, podem circular na ponte.

29 Set 2022

Ucrânia | China pede respeito à “integridade territorial de todos os países”

O embaixador chinês nas Nações Unidas (ONU) pediu ontem, perante o Conselho de Segurança, respeito pela “integridade territorial de todos os países”, numa reunião sobre os referendos de anexação levados a cabo pela Rússia na Ucrânia.

“A China tomou nota dos últimos desenvolvimentos da situação na Ucrânia” e “a nossa posição” é “clara e consistente, ou seja, que a soberania e a integridade territorial de todos os países devem ser respeitadas”, disse Zhang Jun, num momento em que Pequim é acusado pelo ocidente de complacência face à invasão russa da Ucrânia.

A posição da China foi registada numa reunião do Conselho de Segurança para abordar as crescentes tensões resultantes da decisão de Moscovo de mobilizar parcialmente as reservas do exército e realizar referendos para anexação dos territórios ucranianos ocupados.

Na semana passada, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, os chefes da diplomacia chinesa e ucraniana já se haviam encontrado e Pequim já havia pedido respeito pela “integridade territorial de todos os países”.

Contudo, no encontro de ontem, Zhang Jun afirmou que o isolamento e as sanções à Rússia só “levarão a um beco sem saída”. Na reunião, a embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield apresentou uma resolução condenando a Rússia pela realização dos referendos.

“A Rússia começou esta guerra, e espero que cada membro deste Conselho faça a coisa certa ao defender o direito internacional e a Carta da ONU, pedindo à Rússia que acabe com isso agora “, disse a embaixadora.

“É por isso que apresentaremos uma resolução condenando estes falsos referendos, apelando aos Estados-Membros para que não reconheçam qualquer alteração do estatuto da Ucrânia e obrigando a Rússia a retirar as suas tropas da Ucrânia. Os falsos referendos da Rússia, se aceites, abrirão uma caixa de Pandora que não podemos fechar. Pedimos que se juntem a nós para reafirmar o nosso compromisso com a Carta da ONU e enfrentar esse desafio de frente”, apelou Thomas-Greenfield.

Espera-se que a resolução, apresentada juntamente com a Albânia, seja amplamente simbólica, uma vez que a Rússia quase certamente a bloqueará, uma vez que tem poder de veto como membro permanente do Conselho de Segurança.

Contudo, a embaixadora norte-americana frisou que tentará levar a votação à Assembleia-Geral da ONU caso a Rússia “escolha blindar-se da sua responsabilização”.

“A Rússia realiza referendos simulados, em áreas controladas pelos militares russos e seus representantes, coagindo as pessoas a ‘votar’ sob a mira de armas. Em seguida, usa esses referendos para tentar dar uma aparência de legitimidade às suas tentativas de anexação do território de outro Estado soberano. A pressa para a Rússia instituir e concluir essas tentativas de anexação destrói até mesmo a fachada de legitimidade”, avaliou a norte-americana.

Por sua vez, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, disse que os referendos foram realizados “de forma totalmente transparente e respeitando todos os padrões internacionais”, negando as acusações de intimidação dos eleitores.

O diplomata acrescentou ainda que havia uma centena de observadores internacionais de mais de 40 países, que se “surpreenderam com o entusiasmo dos eleitores”, e questionou o motivo de os meios de comunicação ocidentais não terem mostrado essa perspetiva, nem se terem preocupado em entrevistar essa população.

Embora os referendos tenham significado uma nova reviravolta no conflito ucraniano, as posições não mudaram muito na ONU: os países latino-americanos, como o Brasil ou o México, e países africanos ou árabes expressaram as suas críticas, mas sem se juntarem aos duros posicionamentos ocidentais e fazendo apelos bastante genéricos à negociação.

Tal como fez o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, no sábado passado, o embaixador Nebenzya também se dirigiu aos países em desenvolvimento, exortando-os a não seguir cegamente os Estados Unidos.

“Para os países em desenvolvimento eu digo: não se enganem, o objetivo do ocidente não é outro senão que a Rússia desmorone”, disse Nebenzya, que também detalhou supostas pressões sobre países europeus – citando Itália, Hungria e Sérvia – para se distanciar da Rússia e apertar as suas sanções contra Moscovo.

Na reunião, também a ONU deixou claro que não reconhecerá o resultado dos referendos, enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que participou por videoconferência, pediu um isolamento da Rússia em todas as organizações internacionais.

As autoridades pró-Rússia nas regiões ucranianas de Zaporijia, Kherson e Lugansk reivindicaram uma vitória do “sim” à anexação pela Rússia, estando ainda a aguardar-se pelos resultados da quarta região ucraniana ocupada pela Federação Russa. No passado, em 2014, a Rússia já havia usado o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.

28 Set 2022

Hepatite C | Governo lança projecto piloto de testes rápidos

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) têm implementado um projecto piloto de realização de testes rápidos de despistagem do vírus da Hepatite C (VHC) “com o objectivo de prestarem serviços de rastreio rápido, de diagnóstico e de acompanhamento médico às pessoas com alto risco de contrair o VHC”.

Segundo uma nota de imprensa, os destinatários do projecto são apenas os residentes de Macau com uma idade igual ou superior a 18 anos que não tenham sido acompanhados pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário devido à doença ou grupos de risco, tal como indivíduos com histórico de abuso de drogas (incluindo drogas injectáveis e não injectáveis), “homens homossexuais e bissexuais” ou “indivíduos infectados ou suspeitos de serem portadores do vírus HIV /SIDA”.

Os indivíduos que reúnam as condições podem marcar o teste rápido através do telefone n.º 2850 00600 durante o horário de expediente. O local da realização do teste é no bloco A do Edifício do Lago (Equipa de Serviços Especiais de Prevenção dos Serviços de Saúde), situado na Estrada Coronel Nicolau de Mesquita da Taipa (lado do Centro de Saúde de Nossa Senhora do Carmo – Lago).

28 Set 2022

Tóquio | Funeral de Estado de Shinzo Abe marcado por protestos

O líder japonês assassinado em Julho, Shinzo Abe, foi sepultado ontem num funeral de Estado com honras militares, numa cerimónia acompanhada por apoiantes mas contestada pela oposição que se manifestou nas ruas de Tóquio.

Na cerimónia oficial esteve presente a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o príncipe Akishino do Japão e outros dignitários japoneses e estrangeiros. O funeral começou com a viúva, Akie Abe, vestida com um quimono tradicional negro junto à urna de madeira com as cinzas do ex-primeiro-ministro decorada com fitas douradas e púrpuras.

Os soldados, com uniforme de gala branco, transportaram depois as cinzas para um pedestal decorado com a banda militar a tocar o hino nacional (Kimigayo) antes de ser observado um minuto de silêncio.

Foi exibido um filme com imagens que retratam Abe como político, incluindo um famoso discurso parlamentar de 2006, como primeiro-ministro, as visitas que efectuou às zonas afectadas pelo tsunami de 2011 e outros momentos políticos e sociais, como a promoção dos Jogos Olímpicos de Tóquio/2020.

Ontem, a cidade de Tóquio manteve-se sob fortes medidas de segurança durante a cerimónia oficial sobretudo na zona onde decorreu o funeral de Estado perto do centro de artes marcial Budokan.

Contrastando com a cerimónia de Estado, foram organizadas manifestações de protesto no centro de Tóquio, que tentaram alcançar a zona onde decorria o funeral com cartazes que demonstravam oposição. “Shinzo Abe não fez absolutamente nada”, disse à Associated Press (AP), Kaoru Mano, um manifestante presente no protesto.

Os principais partidos da oposição boicotaram as cerimónias fúnebres oficiais, criticando os organizadores por estarem a promover “o nacionalismo” e os valores “imperialistas” de antes da Segunda Guerra Mundial.

O facto de o funeral de Estado ter sido decidido e organizado sem que o assunto tivesse sido debatido no Parlamento reforçou as críticas da oposição.

Dinheiro sujo

O primeiro-ministro Kishida foi igualmente criticado em virtude da controvérsia que se prolonga há várias décadas sobre as ligações estreitas entre Abe e o Partido Liberal e Democrata com a Igreja da Unificação, instituição acusada de controlar dirigentes políticos através de “donativos”.

O homem que foi acusado de ter assassinado Abe afirmou que levou a cabo o assassinato por causa das ligações de Abe com a Igreja da Unificação.

O autor do crime culpou a igreja de ter “roubado” dinheiro à própria mãe e de lhe “ter corrompido a família”, arruinando-lhe a vida. “As eventuais ligações entre o Partido Liberal e Democrata e a Igreja da Unificação são encaradas pelos japoneses como a maior ameaça à democracia”, escreveu recentemente Jiro Yamaguchi, professor de Política na Universidade Hosei citado pela AP.

O avô de Abe, o ex-primeiro-ministro Nobusuke Kishi, ajudou a Igreja da Unificação, original da Coreia do Sul, a implantar-se no Japão. Para a oposição, o funeral que decorreu ontem prova a relação entre o partido no poder e a igreja.

“O grande problema foi não ter havido um processo de aprovação” (do funeral), disse Shin Watanabe, reformado que se manifestou ontem em Tóquio em protesto contra o funeral de Estado.

28 Set 2022

Cabo Verde | Empresa chinesa volta a fornecer fardamento às Forças Armadas

As Forças Armadas de Cabo Verde vão voltar a comprar fardamento a uma empresa estatal chinesa, por quase 130 mil euros, conforme autorização concedida por despacho da ministra da Defesa, que entrou ontem em vigor. De acordo com o despacho 29/2022, assinado pela ministra da Defesa de Cabo Verde, Janine Lélis, e consultado pela Lusa, em causa está um negócio de 14 milhões de escudos (128 mil euros) a realizar com a empresa estatal chinesa China Xinxing Import and Export, através de um contracto autorizado por ajuste directo.

A mesma empresa, com os mesmos argumentos e por valor semelhante, já tinha sido contratada pelo Governo para o fornecimento de fardamento aos militares cabo-verdianos anteriormente, por falta de empresas certificadas no país.

A empresa chinesa, constituída em 1987, é especializada na produção e desenvolvimento de fardamento e outros equipamentos para forças armadas e policiais em vários países, facturando anualmente mais de 300 milhões de dólares.

No despacho assinado pela ministra da Defesa, autorizando o negócio, é referido que as Forças Armadas de Cabo Verde “têm-se digladiado com problemas na certificação técnica do material” que têm adquirido, devido à “inexistência de instituições capazes de aferir, mesurar e certificar o material adquirido para equipar as tropas”.

Além disso, justifica ainda o despacho sobre este negócio, “os militares cabo-verdianos frequentemente são enviados para o exterior, para efeito de treinamento militar, devendo os mesmos estarem munidos de fardamento de qualidade, internacionalmente certificada”. As Forças Armadas de Cabo Verde contam com um efectivo superior a mais de mil militares no activo.

28 Set 2022

GNE | Lucros das empresas industriais caem 2,1% até Agosto

Os lucros das principais empresas industriais da China registaram uma queda homóloga de 2,1 por cento, entre Janeiro e Agosto, aprofundando a tendência de contracção, segundo dados divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas do país.

Em 2021, as empresas industriais chinesas facturaram 34,3 por cento a mais do que no ano anterior. Este valor deve-se, sobretudo, a uma base comparativa baixa, já que no primeiro semestre de 2020 a actividade económica do país foi fortemente abalada por medidas de confinamento, que visaram travar o surto inicial de covid-19, registado na cidade chinesa de Wuhan.

No primeiro trimestre deste ano, o indicador registou uma evolução positiva, de 8,5 por cento, mas nos meses seguintes sofreu contracções assinaláveis, derivadas, sobretudo, dos efeitos adversos dos confinamentos e bloqueios ordenados pelas autoridades, no âmbito da política chinesa de ‘zero casos’ de covid-19.

Para a elaboração deste indicador, o GNE considera apenas as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuans. O responsável estatístico da instituição, Zhu Hong, afirmou que, apesar do que descreve como uma “tendência de recuperação”, os lucros das empresas industriais continuam a diminuir, em parte porque os custos de produção e operações “ainda são elevados” e o ambiente internacional é “instável e incerto”.

28 Set 2022