USJ quer ajudar brasileiros com covid-19 prolongada

Um novo laboratório da Universidade de São José (USJ) vai investigar a potencial utilização de neurociências aplicadas para ajudar doentes que sofrem de covid-19 prolongada no Brasil, disse um académico à Lusa.

O director do laboratório de neurociências aplicadas da USJ, Alexandre Lobo, falava à margem da cerimónia de inauguração do Centro. Cerca de 145 milhões de pessoas em todo o mundo sofreram sintomas de covid-19 de longo prazo nos primeiros dois anos da pandemia, incluindo fadiga com dores no corpo, alterações de humor, problemas cognitivos e falta de ar, segundo um estudo divulgado em Setembro.

Alexandre Lobo disse acreditar que a tecnologia de neurociências aplicadas já desenvolvida pelos investigadores da USJ pode ajudar a mitigar os “enormes impactos cognitivos nos pacientes” com covid-19 prolongada. De acordo com dados oficiais, o Brasil registou mais de 36,9 milhões de casos confirmados de covid-19. Um estudo brasileiro concluiu que quase 60 por cento das pessoas que contraíram a doença tiveram sintomas de longo prazo.

Acordo com Brasil

A investigação, que nasceu de um acordo já existente entre a USJ e a Universidade Federal do Ceará (UFC), no nordeste do Brasil, “ainda está muito numa fase inicial, na fase de design”, sublinhou Lobo. A USJ tem alunos de doutoramento na área de neurociências aplicadas na UFC e “a ideia é que possam dar apoio” ao Hospital Universitário Walter Cantídio, explicou o académico.

O director lembrou que a universidade com sede em Macau já tinha lançado, com a UFC e o Instituto da Primeira Infância, com sede em Fortaleza, um projecto de pesquisa com famílias carentes brasileiras, “submetidas a stress crónico”.

O projecto usou equipamento de monitorização das ondas cerebrais, para avaliar a reacção dos membros de famílias carentes quando eram submetidas a sessões de relaxamento, referiu o director do laboratório.

A USJ pretende “incrementar mais ainda” a investigação sobre o stress crónico das famílias carentes brasileiras, nomeadamente através da utilização de tecnologia de realidade virtual, disse Alexandre Lobo.

1 Mar 2023

Hong Kong | Fim da obrigatoriedade do uso da máscara a partir de hoje

Hong Kong dá hoje por terminada a obrigatoriedade de uso da máscara. Mas as coisas não são simples. O regresso à normalidade traz consequências polémicas, incluindo o que se passa com as crianças. Vozes locais acusam John Lee de só agir depois de Macau ter eliminado a recomendação de uso de máscaras desde segunda-feira

 

A partir de hoje, quarta-feira, após 3 anos de face tapada, as máscaras não serão mais necessárias em Hong Kong, tanto no interior como no exterior, incluindo nos transportes públicos, mas ainda terão de ser usadas em casas de repouso, hospitais. Cidadãos locais e turistas podem andar sem máscara a partir de hoje, já que a cidade finalmente levanta a sua última grande restrição após quase três anos.

Numa conferência de imprensa antes da reunião do Conselho Executivo na terça-feira, o Chefe do Executivo John Lee Ka-chiu anunciou que os requisitos da cidade em matéria de máscaras interiores e exteriores, bem como de transportes públicos, seriam eliminados a partir de 1 de Março. “Mas será ainda necessário o uso de máscaras faciais em algumas instalações com funções administrativas, tais como lares para idosos e hospitais”, acrescentou.

Lee também se esquivou repetidamente a perguntas sobre se o seu anúncio foi motivado pela decisão da cidade vizinha de Macau de levantar as suas regras gerais de uso de máscaras ao ar livre desde segunda-feira. “Foi devido à avaliação global e aos factores tidos em conta que tomei a decisão”, afirmou. “Disse às pessoas há dois meses que esta era uma questão que eu iria acompanhar activamente e também examinar quando seria o momento apropriado [para levantar o mandato]”.

O líder da cidade disse que a mudança se baseava na situação do coronavírus local e no encerramento de um surto de gripe e outros vírus respiratórios. “Os dados mostraram que a situação da epidemia local estava sob controlo. Hong Kong já construiu uma barreira imunitária ampla e abrangente”, disse Lee, acrescentando que não tinha havido surtos entre populações de alto risco, tais como doentes e pessoal hospitalar, ou escolas e lares para idosos.

Lee disse também que a situação epidémica de Hong Kong não se tinha agravado em resultado de quaisquer mutações do coronavírus. “O risco global está sob controlo. É agora um momento adequado para cancelar totalmente a encomenda da máscara”, concluiu.

‘Olá Hong Kong’

O ministro da Saúde Lo Chung-mau disse que o fim do mandato da máscara significava que Hong Kong estava a regressar a um estado de normalidade. “O levantamento do mandato de máscara significa o fim oficial de todas as medidas de distância social”. Esperamos que amanhã, 1 de Março, seja um dia melhor”. Todos podemos mostrar o nosso sorriso e dizer ‘Olá Hong Kong'”, disse Lo, referindo-se à recente campanha global do governo para atrair visitantes para a cidade.

Lo explicou que as autoridades tinham decidido mudar a política de uma só vez em vez de gradualmente, devido ao efeito mínimo que tal abordagem traria. “O efeito anti-epidémico de manter a ordem das máscaras [em alguns locais] não é grande. Além disso, seria bastante complicado e difícil aplicar as regras, e inconveniente para o público”, disse ele.

O ministro acrescentou que o Centro de Protecção da Saúde emitiria directrizes às pessoas com sintomas respiratórios ou doenças de longa duração sobre o uso de máscaras em locais mal ventilados.

O mandato de máscaras de Hong Kong entrou em vigor em Julho de 2020 e tem sido regularmente renovado, com a última revisão a conceder uma prorrogação da política até 8 de Março. De acordo com a política que em breve será revogada, as pessoas que visitavam parques ou que realizavam actividades físicas extenuantes estavam isentas do uso de máscaras ao ar livre.

Lee disse anteriormente que o mandato de máscara deveria permanecer em vigor até que a estação mais quente chegasse por receio de um ressurgimento de casos de gripe. Antes do anúncio oficial de Lee, o conselheiro governamental para a pandemia, Professor Lau Yu-lung, disse que o levantamento “há muito esperado” da política seria “bem recebido por toda a Hong Kong”.

Manifestando o seu apoio à decisão do governo de suspender o mandato de uma só vez, argumentou que a medida seria mais fácil de implementar e de compreender pelo público do que uma flexibilização passo a passo. Lau acrescentou ainda que acreditava que as pessoas usariam máscaras nos transportes públicos sem serem incitadas pelas autoridades. “Deveríamos acreditar na capacidade dos residentes para gerir a sua saúde e avaliar a sua segurança”, disse.

E as crianças?

No entanto, o perito em saúde disse que se deveria dar mais atenção à ajuda às crianças para se adaptarem à mudança, uma vez que alguns jovens tinham crescido a usar máscaras. “É preciso tempo para lhes explicar que é realmente normal não usar máscaras”, disse ele. “Eles podem estar ansiosos e devemos deixá-los decidir se a usam ou não, em vez de os forçar”. Lau também apelou aos residentes para respeitarem as escolhas uns dos outros sobre se usavam ou não máscaras.

Segundo estudos científicos, o uso de máscara reduz em absoluto a empatia entre as pessoas, criando muito mais tensão social até, eventualmente, provocar situações de violência e incompreensão entre as pessoas. “A face do outro é a coisa mais interessante para um ser humano”, disse um especialista ao Hoje Macau. “É na face que damos conta da humanidade do outro e isso é um grande empecilho à violência. Não ver a face dos outros causa, no mínimo, depressão. Ainda estamos para ver que consequências emergirão depois de três anos de caras tapadas”, concluiu.

Tóquio e Seul levantam restrições a vôos de Hong Kong

O Japão e a Coreia do Sul levantaram as restrições de voo que anteriormente tinham feito com que as companhias aéreas de Hong Kong eliminassem centenas de voos para os dois países do sudeste asiático. Desde o final de Dezembro, o governo japonês impôs um limite ao número de voos que cada companhia aérea podia operar de Hong Kong para o Japão. Mas o governo da RAEHK disse ontem que tais restrições serão levantadas a partir de hoje.

O governo sul-coreano só autorizou voos de Hong Kong a aterrar no Aeroporto Internacional de Incheon desde 10 de Janeiro. O governo da RAEHK disse que esta restrição também será cancelada a partir de hoje.

“Congratulamo-nos com a decisão tomada pelo governo japonês de retirar o número máximo de voos que cada transportadora pode operar de Hong Kong para o Japão”, disse um porta-voz da Cathay Pacific. “Planeamos operar 83 voos por semana para o Japão em Abril e 94 voos por semana em Maio – um aumento em relação aos 72 voos por semana em Março”, acrescentou a companhia aérea. A HK Express afirmou que “continuará a rever o seu horário de voos com base nas últimas medidas do governo japonês e nas condições de mercado”.

O Japão a partir de amanhã também aliviará as suas restrições Covid aos viajantes provenientes da China, abandonando a exigência do teste Covid à chegada. Em vez de testes aos viajantes do continente, o Japão apenas testará amostras seleccionadas, embora os viajantes ainda tenham de apresentar um teste negativo antes de voarem para o país, disse ontem o Secretário Hirokazu Matsuno.

Entretanto, os motoristas que se tenham candidatado a licenças de circulação internacional para veículos que atravessem para o continente ou Macau terão de esperar pelo menos sete dias úteis, pois o Departamento de Transportes tem um atraso de 6.000 candidaturas desde que a fronteira foi reaberta.

O departamento disse que os pedidos de autorização de circulação internacional aumentaram significativamente, juntamente com o número de pedidos de Autorização de Circulação Internacional por veículos transfronteiriços locais que aumentaram de uma média diária de 300 pedidos em Janeiro para 800 pedidos recentemente, resultando numa acumulação de pedidos em atraso.

Para facilitar as viagens dos cidadãos de Hong Kong entre o continente e Macau, o departamento disse que irá empregar mão-de-obra e recursos para acelerar o tempo de processamento dos pedidos de Licença de Circulação Internacional a partir de hoje para, pelo menos, sete dias úteis.

1 Mar 2023

Hotelaria | Taxa de ocupação mais elevada desde início da pandemia

A taxa de ocupação hoteleira em Macau foi de 71,2 por cento em Janeiro, o valor mais elevado desde o início da pandemia, após o fim da política ‘zero covid’ na região chinesa, foi ontem anunciado. Num comunicado, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou que a taxa de ocupação dos hotéis do território aumentou 27,3 pontos percentuais em comparação com o mesmo mês de 2022.

A cidade registou em Janeiro 819 mil hóspedes, ou seja, mais 59,6 por cento em termos homólogos, nos cerca de 38 mil quartos disponíveis nos 125 hotéis. O preço médio dos quartos de hotel em Macau atingiu também o valor mais elevado desde Janeiro de 2020, de acordo com dados da Associação de Hotéis de Macau, que reúne 43 hotéis locais.

Um relatório, divulgado na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), revelou que o preço médio se fixou em 1.181 patacas, mais 41,8 por cento do que no mesmo mês de 2022. Os hotéis de Macau tinham fechado 2022 com uma taxa de ocupação de 38,4 por cento, o segundo valor mais baixo em mais de duas décadas, e menos 11,7 pontos percentuais do que em 2021.

O pior momento

Segundo dados oficiais que remontam a 1997, o pior ano para os hotéis do território foi 2020, no início da pandemia, com uma taxa de ocupação de 28,6 por cento, devido à proibição que durante vários meses a China impôs às viagens para Macau.

Com o alívio das restrições, após quase três anos, a média da taxa de ocupação hoteleira durante a semana do Ano Novo Lunar foi de 85,7 por cento, com um pico no terceiro dia (24 de Janeiro), de 92,1 por cento, avançou a DST.

No mesmo comunicado, a DSEC revelou que em Janeiro o número de visitantes que participaram em excursões organizadas foi de 4.800, mais 80,4 por cento face ao mês homólogo de 2022, mas ainda longe dos 543 mil registados antes do início da pandemia.

A China levantou a 6 de Fevereiro o fim de todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades. O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado confirmou o cancelamento da necessidade de registo e das quotas para atravessar as fronteiras que ligam as duas regiões à China continental, de acordo com um comunicado.

28 Fev 2023

Investigação | Fundador do China Renaissance está a “cooperar”

Bao Fan, o empresário chinês do sector tecnológico que desapareceu há duas semanas, está a “cooperar” numa investigação aberta pelas autoridades chinesas, anunciou ontem o grupo China Renaissance, do qual é fundador.
Bao, de 52 anos, é o fundador do China Renaissance, um grande banco de investimento privado chinês especializado no setor tecnológico.

O grupo supervisionou a entrada em bolsa de vários gigantes do sector da Internet, incluindo o grupo de comércio electrónico JD.com, ou a fusão, em 2015, entre as empresas de serviços de transporte partilhado Didi e Kuaidi Dache.

O China Renaissance informou que “Bao está, actualmente, a cooperar com uma investigação aberta pelas autoridades” chinesas.

“A empresa vai cooperar devidamente e atender a qualquer solicitação legal das autoridades relevantes da República Popular da China”, acrescentou o grupo. O China Renaissance, que informou a 16 de Fevereiro, que não conseguia “entrar em contacto com o (chefe-executivo) Bao Fan”, não especificou a natureza da investigação.

O grupo China Renaissance, que conta com mais de 700 funcionários em todo o mundo, está presente na Singapura e nos Estados Unidos.

De acordo com a revista chinesa Caixin, as autoridades chinesas detiveram o presidente do China Renaissance, Cong Lin, em Setembro passado, depois de uma investigação ter sido aberta sobre o seu trabalho anterior, no banco estatal ICBC.

Após ascender ao poder, em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma ampla campanha contra a corrupção, que resultou na prisão de líderes empresariais, principalmente nos sectores financeiro e de novas tecnologias, e de centenas de altos quadros do Partido Comunista Chinês.

28 Fev 2023

Trânsito | Ron Lam teme fuga de infractores

O deputado Ron Lam mostrou-se ontem preocupado com as consequências do reconhecimento mútuo das cartas de condução e a possibilidade de os infractores fugirem para o Interior. O legislador deu como exemplo o caso de um condutor que depois de ter um acidente no território, e de ter sido condenado, fugiu para o Interior, e evitou a justiça de Macau.

“A sociedade receia que o reconhecimento mútuo das cartas de condução possa contribuir para o agravamento do problema dos TNR a prestarem trabalho não autorizado, pois, no passado, houve vários acidentes graves e mortais causados por condutores não residentes do Interior da China”, afirmou Ron Lam “Houve outro caso, em que o autor do crime era um cidadão do Interior da China que acabou por ser condenado, mas, como nunca mais voltou a Macau, pode estar à margem da lei”, acrescentou.

Neste sentido, Ron Lam avisou também que a justiça local não vai ter qualquer forma de trazer de volta os fugitivos. “O Governo limitou-se a repetir que, em caso de acidente de viação e se o autor sair de Macau, serão notificadas as autoridades competentes do Interior da China e o autor será punido pelas autoridades locais”, destacou. “Isto significa que não há quaisquer medidas para evitar a ocorrência de tragédias semelhantes!”, concluiu.

28 Fev 2023

Ucrânia | Apesar do plano de paz chinês, o Kremlin não vê fim da guerra por agora

Moscovo diz que não é momento para parar com o conflito e o Ocidente insiste na sua posição belicista, rumo a uma “vitória final” pela força das armas. Na qual poucos acreditam. A mortandade e a destruição são para continuar. O enriquecimento de alguns também

 

O Kremlin afirmou ontem que ainda não existem as condições necessárias para uma solução pacífica, referindo-se ao plano proposto na semana passada pela China para resolver o conflito na Ucrânia. “Qualquer esforço que ajude a trazer este conflito para um caminho pacífico merece atenção. Nós consideramos o plano dos nossos amigos chineses com muita atenção (…). É um longo processo. No momento, não vemos as premissas para que esta questão possa tomar um caminho pacífico”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em declarações à imprensa. “A operação militar especial (na Ucrânia) vai continuar”, acrescentou Peskov.

Moscovo e Kiev não demonstraram ainda uma vontade forte de iniciar negociações de paz nesta fase, reagindo com cautela à proposta da China. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou necessário trabalhar com Pequim para alcançar a resolução do conflito. Zelensky também disse que planeia se encontrar em breve com o seu homólogo chinês, Xi Jinping.

A diplomacia russa declarou também que apreciava os esforços chineses, ao mesmo tempo que insistiu na necessidade do reconhecimento da anexação de quatro regiões ucranianas pela Rússia.

Irão apoia pax sínica

Entretanto, o Irão declarou no domingo à noite que apoia a proposta de paz da China para a Ucrânia, que aponta como prioridades o “diálogo e as negociações” e que foi recebida com cepticismo pelo Ocidente. “O Irão considera que os elementos reflectidos neste documento são suficientes para iniciar negociações com vista a encontrar um quadro operacional para o fim das actividades militares na Ucrânia”, indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.

O departamento da diplomacia de Teerão destacou a necessidade de pôr fim às “medidas unilaterais”, em referência às sanções aplicadas pela comunidade internacional a Moscovo, na sequência da invasão na Ucrânia, e a Teerão, pela entrega de drones à Rússia para uso no conflito. O Irão também mostrou vontade de “contribuir para uma resolução pacífica da crise”, lê-se na nota que faz referência à Rússia apenas uma vez.

Visitas de líderes

Mais líderes europeus estão a planear visitar a China na próxima semana ou meses, concentrando-se em retomar as conversações e procurando cooperação prática no meio da recuperação pós-pandémica do país, e mais importante ainda, na crise da Ucrânia. Embora a China e os países europeus não partilhem a mesma posição sobre a questão, funcionários e peritos chineses acreditam que as duas partes podem encontrar um terreno comum para melhorar a comunicação e a coordenação com o objectivo de fazer avançar as conversações de paz.

A convite do presidente chinês Xi Jinping, o presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko fará uma visita de Estado à China de 28 de Fevereiro a 2 de Março. Entretanto, o Presidente francês Emmanuel Macron disse que visitaria a China no início de Abril e apelou a Pequim para “nos ajudar a pressionar a Rússia” a acabar com a guerra na Ucrânia, disse a AFP. Embora a natureza das duas visitas não seja a mesma, o conflito Rússia-Ucrânia será um dos principais focos.

“A Bielorrússia é um aliado da Rússia e poderá aumentar o seu envolvimento no conflito. Dado o seu estatuto geopolítico e localização, a China pode apreender o papel que a Bielorrússia pode desempenhar no avanço das conversações de paz”, disse Cui Hongjian, director do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China.

Um dia antes do anúncio da visita de Lukashenko, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Qin Gang falou ao telefone com o Ministro dos Negócios Estrangeiros bielorrusso Sergei Aleinik, afirmando que a China está disposta a implementar o importante consenso alcançado pelos dois chefes de Estado e a aprofundar a confiança mútua política.

Sobre a crise da Ucrânia, Qin apresentou o documento de posição da China com 12 pontos, a Posição da China sobre a Resolução Política da Crise da Ucrânia, que enfatiza que a China está sempre do lado da paz e insta ao reatamento das negociações o mais rapidamente possível, evitando ao mesmo tempo uma nova escalada. Aleinik disse que a Bielorrússia concorda completamente e apoia o documento de posição da China, observando que as propostas relevantes da China têm grande significado para a resolução da crise.

“Para resolver a crise da Ucrânia, não podemos simplesmente exercer pressão sobre a Rússia ou Putin como o Ocidente quer. Precisamos de descobrir se a China e a Bielorrússia podem encontrar algum terreno comum e desempenhar em conjunto um certo papel, que será um dos principais focos desta visita”, disse Cui.

Ursula antes, Michel depois

Também a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o Presidente do Conselho Europeu Charles Michel poderão visitar a China na primeira metade de 2023 com os preparativos já em curso, disse o Embaixador chinês no Fu Cong da UE. “Espera-se que a China e a UE iniciem em breve frequentes visitas mútuas de alto nível”, disse afirmou.

“Esta tendência positiva de crescentes intercâmbios de alto nível entre a China e a Europa mostra que a Europa não quer ver um prolongado conflito Rússia-Ucrânia, uma vez que a economia e a competitividade do bloco foram enfraquecidas pelo mesmo”, disse Wang Yiwei, director do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade de Renmin da China. “A Europa está gradualmente a sair de algum sentimento irracional em relação à China, uma vez que eles lentamente compreendem a posição da China e levantam mais suspeitas em relação aos EUA, especialmente após a sabotagem do Nord Stream”, disse Wang.

Macron, questionado sobre se vai pedir a Pequim que ajude a pressionar a Rússia, foi citado como tendo afirmado em reportagens dos meios de comunicação social que a medida visa assegurar que o Kremlin nunca utilize armas químicas ou nucleares – os principais pontos mencionados no documento de posição da China – e “parar esta agressão antes das negociações”. “Há certamente grandes diferenças nas posições da China e da Europa sobre a crise da Ucrânia, principalmente devido a uma compreensão diferente da natureza do conflito. Como muitos países europeus são também membros da OTAN, não aceitam que o conflito se deve à expansão da OTAN para leste”, disse o perito.

No entanto, peritos chineses acreditam que as divergências existentes não devem impedir a China e a Europa de trabalharem em conjunto e encontrarem uma solução prática. “A China valoriza a defesa da França para que a Europa seja estrategicamente independente, e a França tem uma tradição relativamente independente em matéria de política externa. Para evitar um confronto em bloco, é importante avançar com o desenvolvimento multipolar”, disse Cui.

Um ano depois, já se sabe que as sanções não produzem na Rússia o efeito desejado

Observadores chineses consideram que a última ronda de sanções contra a Rússia por parte dos países ocidentais “reduz ainda mais a perspectiva de conversações de paz, e apenas levará a mais derramamento de sangue, mais sacrifícios durante o conflito Rússia-Ucrânia, e mais perdas de propriedade em todo o mundo”.

Para proporcionar uma solução para o actual impasse, a China revelou na sexta-feira um plano de paz para resolver a crise. Mas o plano foi classificado pelos EUA como “não racional”, o que levou comentadores chineses a concluir que “estas acusações infundadas expuseram o desejo egoísta dos EUA de não quererem que o conflito termine, e a sua tentativa de diminuir a influência da China na negociação de assuntos globais”.

Entretanto, a União Europeia e alguns países ocidentais, incluindo os EUA e o Reino Unido, decidiram-se por uma nova ronda de sanções contra a Rússia, incluindo novas proibições de exportação no valor de mais de 11,6 mil milhões de dólares, sanções a cerca de 120 indivíduos e entidades russas e uma nova obrigação de informação sobre os activos do Banco Central russo, de acordo com um documento publicado pela UE.

Efeito limitado

Os media chineses, contudo, prevêem que a quantidade de sanções tenha um impacto muito limitado na Rússia. “São apenas gestos diplomáticos e simbólicos dos países ocidentais para desabafar as suas frustrações”, disse Li Ziguo, um investigador sénior do Instituto de Estudos Internacionais da China, ao Global Times, na medida em que “as nações ocidentais já esgotaram o seu repertório de sanções contra a Rússia, incluindo sanções sobre o petróleo e o gás natural da Rússia”.

“A dissociação da energia e do comércio entre a Rússia e a Europa e os EUA foi formada há muito tempo após as primeiras rondas de sanções”, observou Li Ziguo. A Rússia, por outro lado, está também a trabalhar em formas de compensar o impacto das sanções do Ocidente, disse Li. A economia da Rússia contraiu-se em 2,1% em 2022, disse o serviço federal de estatísticas em 20 de Fevereiro, diminuindo menos do que o previsto apesar das sanções.

“Isolar ainda mais a Rússia na cena internacional e aplicar sanções só tornaram mais difíceis as perspectivas de conversações de paz ou utilizar meios políticos para resolver o conflito”, disse Zhang Hong, um investigador associado do Instituto de Estudos Russos da Academia Chinesa de Ciências Sociais. “Tais acções impulsivas podem ajudar os países ocidentais a desabafar a sua frustração e a sentir-se melhor por um minuto, mas causarão mais derramamento de sangue, mais sacrifício e maior perda de propriedade à medida que alimentam ainda mais o conflito”, disse Zhang.

Paz não satisfaz

Entretanto, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse estar aberto a considerar alguns aspectos do plano de paz chinês e o presidente francês Emmanuel Macron também aplaudiu o plano no sábado. Foi citado pela AFP como tendo dito que “o facto de a China estar empenhada em esforços de paz é uma coisa boa”.

O Presidente dos EUA Joe Biden parecia ser um dos raros sabotadores do plano de paz da China. Numa entrevista à ABC na sexta-feira, o presidente dos EUA disse que “a ideia de que a China vai negociar o resultado de uma guerra que é uma guerra totalmente injusta para a Ucrânia não é racional”.

“O plano chinês defende a paz, enquanto que o que os EUA pretendem é que o conflito seja arrastado, uma vez que se enquadra no interesse de Washington, pelo que, naturalmente, Biden atira lama ao plano chinês”, disse Zhang. Outra razão, de acordo com Zhang, é que “os EUA querem diminuir a influência da China na negociação de assuntos internacionais importantes”.

O Pentágono anunciou na sexta-feira um novo pacote de assistência de segurança a longo prazo para a Ucrânia, marcando o primeiro aniversário do conflito com um compromisso de 2 mil milhões de dólares para enviar mais munições e uma variedade de pequenos drones de alta tecnologia para a luta, informou a Associated Press.

De acordo com um relatório publicado pela CNN em Janeiro de 2023, os EUA e os seus aliados já enviaram quase 50 mil milhões de dólares em ajuda e equipamento para as forças armadas da Ucrânia durante o ano passado, e que a Ucrânia está a queimar através de munições mais rapidamente do que os EUA e a OTAN a podem produzir.

“A ajuda de armamento do Ocidente provou ser inútil para alterar o status quo do conflito durante o ano passado e, pelo contrário, apenas alimentou a crise”, disse Li Haidong, professor no Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Negócios Estrangeiros da China. “O actual impasse provou que o plano da China de reunir as partes relevantes para conversações de paz é uma forma mais viável de sair do atoleiro”, disse.

28 Fev 2023

Bancos chineses aumentam limite de idade para hipotecas

Alguns bancos chineses aumentaram a idade máxima permitida para os clientes contraírem crédito à habitação, numa tentativa de reanimar o mercado imobiliário do país, afetado por uma crise de liquidez.

Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, bancos nas cidades de Hangzhou, Ningbo ou Xiamen elevaram o limite de idade para contrair crédito à habitação de 65 para 70 ou 80 anos. Em Nanning, a capital da região de Guangxi, o banco estatal Citic elevou de 20 para 30 anos o período máximo de crédito à habitação que pode ser concedido a alguém na casa dos 50 anos.

Até agora, apenas pessoas com menos de 40 anos eram geralmente elegíveis para hipotecas de imóvel com prazo de 30 anos na China, disse Tyran Kam, da agência de classificação de dívida Fitch.

A medida causou polémica nas redes sociais do país, depois de a construtora C&D Group ter anunciado que os bancos com quem tem parcerias vão aumentar a idade máxima para “100 anos”, com a condição de que os filhos dos mutuários também assinem a hipoteca com os pais idosos.

Depois de os internautas terem apontado que os idosos vão deixar hipotecas não pagas, em vez de riqueza, para a próxima geração, a empresa rapidamente apagou a mensagem.

Em 2022, as vendas de imóveis novos na China caíram quase 40 por cento, no contexto da crise que afeta o setor há mais de dois anos.

Pequim avançou, este ano, com várias medidas para melhorar as condições de financiamento das construtoras, visando estimular um setor chave para a recuperação da economia chinesa que foi fortemente atingido, nos últimos dois anos, por uma campanha que visou reduzir os níveis de alavancagem, resultando numa crise de liquidez, e pela política de ‘zero casos’ de covid-19, que pesou sobre a atividade económica do país.

Em 2022, as construtoras chinesas falharam o pagamento de um total de 149,6 mil milhões de yuan, em títulos emitidos ‘onshore’, e de 30 mil milhões de dólares, em obrigações emitidas ‘offshore’, segundo um relatório da corretora chinesa GF Securities. Um total de 26 construtoras chinesas entraram em incumprimento no mercado de dívida chinês.

Com um passivo superior a 300 mil milhões de dólares, o grupo Evergrand tornou-se emblemático da crise de liquidez que afeta o setor imobiliário da China.

A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas — cerca de 70%, segundo diferentes estimativas.

27 Fev 2023

Jürgen Klinsmann sucede a Paulo Bento como selecionador da Coreia do Sul

O antigo futebolista alemão Jürgen Klinsmann, que foi selecionador da Alemanha e dos Estados Unidos, é o novo treinador da Coreia do Sul, cargo no qual sucede ao português Paulo Bento, informou hoje a Federação sul-coreana.

Klinsmann, de 58 anos, foi contratado com vista ao Mundial2026 e deverá estar em Seul na próxima semana, assumindo já a equipa no jogo particular com a Colômbia, em 24 de março, disse também a federação.

O antigo avançado, que enquanto jogador foi campeão europeu e mundial com a Alemanha (108 internacionalizações e 47 golos), foi treinador da Alemanha e dos Estados Unidos, mas também teve curtas passagens pelo Bayern Munique e Hertha Berlim.

Na Coreia do Sul, Klinsmann sucede a Paulo Bento, que esteve à frente dos sul-coreanos entre 2018 e 2022, saindo após o último Mundial, realizado no Qatar, numa decisão que estava tomada desde setembro e que não se deveu à eliminação da equipa. No Qatar, a Coreia do Sul foi afastada nos oitavos de final, ao perder com o Brasil por 4-1.

27 Fev 2023

Cinco mortos em segundo acidente em mina na China no espaço de uma semana

Pelo menos cinco trabalhadores morreram na sequência do colapso do topo de uma mina no sudoeste da China, no segundo acidente do género a ocorrer no país asiático no espaço de uma semana.

O colapso da mina, situada na província de Sichuan, deixou 25 mineiros soterrados, na manhã de domingo. Cinco dos mineiros morreram, três ficaram gravemente feridos e os outros escaparam ilesos, informou o Departamento de Gestão de Emergências da província.

Os órgãos estatais chineses não detalharam que tipo de mina está em causa, apontando apenas que não é uma mina de carvão.

O acidente sucede enquanto os esforços de resgate prosseguem na mina a céu aberto que desabou, na região da Mongólia Interior, norte da China. Seis pessoas foram encontradas mortas e outras seis foram resgatadas com vida, mas 47 mineiros continuam soterrados sob toneladas de escombros.

A causa do colapso de uma parede da mina, há seis dias, está sob investigação. Um número desconhecido de pessoas foi detido.

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu um esforço “total” nos trabalhos de resgate. As autoridades locais ordenaram inspeções e melhorias nas condições de segurança das outras minas da região, que produz grande parte do carvão, metais e terras raras vitais para a economia chinesa. Mais de mil socorristas foram enviados para o local, assim como equipamento de deteção de vida e cães de resgate.

Horas após o desmoronamento inicial, outro deslizamento de terra interrompeu os esforços de resgate por várias horas, durante um período crucial para resgatar os sobreviventes.

A China depende predominantemente do carvão para gerar energia, mas tem-se esforçado para reduzir o número de acidentes fatais em minas, pondo maior ênfase na segurança e no encerramento de operações menores, que careciam do equipamento necessário.

A maioria das mortes na mineração é atribuída a explosões causadas pela acumulação de metano e pó de carvão.

A China registou uma série de acidentes industriais e de construção mortais nos últimos meses como resultado de falta de treino e regulamentos de segurança deficientes, corrupção e uma tendência de redução dos custos por empresas que buscam maximizar lucros.

Em 2015, duas explosões nas instalações químicas da zona portuária da cidade de Tianjin, nordeste da China, provocaram pelo menos 165 mortos e causaram prejuízos de mais de mil milhões de dólares.

27 Fev 2023

Coreia do Norte faz rara reunião sobre agricultura com país à beira da fome

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, deu início a uma rara reunião política para melhorar o setor agrícola, avançou hoje a imprensa estatal, numa altura em que observadores sugerem que o país está à beira da fome.

Na reunião plenária maior, que começou no domingo, o Comité Central do Partido dos Trabalhadores reviu os trabalhos do ano passado para concretizar a “revolução rural na nova era”, referiu a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA, na sigla em inglês).

A KCNA disse que a reunião do Comité Central do partido único norte-coreano irá identificar tarefas “imediatas e importantes” sobre questões agrícolas e “tarefas urgentes decorrentes do atual situação do desenvolvimento económico nacional”.

Além de ser raro a Coreia do Norte convocar uma reunião plenária sobre um único tópico, esta foi a primeira reunião a dedicar-se à agricultura.

Especialistas sul-coreanos estimam que a Coreia do Norte tem menos cerca de 1 milhão de toneladas de cereais do que o necessário para alimentar a população, o que representa 20% das necessidades alimentares anual.

A Administração para o Desenvolvimento Rural da Coreia do Sul estimou em dezembro que no ano passado o Norte produziu 4,5 milhões de toneladas de cereais, menos 3,8% em comparação com 2021.

Pyongyang precisa todos os anos de cerca de 5,5 milhões de toneladas de cereais para alimentar uma população de 25 milhões de habitantes, que sofre de desnutrição crónica.

Nos últimos anos, metade da lacuna era geralmente preenchida com compras não oficiais de arroz vindo da China, de acordo com Kwon Tae-jin, economista sénior do Instituto GS&J, na Coreia do Sul.

A emergência da pandemia da covid-19 forçou Pyongyang a proteger o sistema de saúde com controlos fronteiriços rigorosos que estrangularam o comércio com a China, o principal aliado económico do país.

Kwon Tae-jin adiantou que as restrições prejudicaram as compras não oficiais de arroz da China e que os esforços das autoridades norte-coreanas para apertar os controlos e restringir a revenda privada de cereais também fizeram piorar a situação.

A Coreia do Norte foi ainda atingida por tufões e inundações devastadoras em 2020, que dizimaram as colheitas.

A invasão russa da Ucrânia terá agravado a situação ao fazer subir os preços globais dos alimentos, energia e fertilizantes, dos quais a produção agrícola da Coreia do Norte está fortemente dependente.

O Ministério da Unificação sul-coreano, encarregado das relações com o Norte, alegou na semana passada, sem divulgar dados específicos, que a situação alimentar no país vizinho estava a piorar e mencionou mortes por fome em algumas regiões.

“Acreditamos que a escassez de alimentos é grave”, disse o porta-voz do ministério, Koo Byoung-sam, acrescentando que Pyongyang terá pedido a ajuda do Programa Alimentar Mundial.

Num estudo publicado no mês passado no ‘site’ 38 North, focado na Coreia do Norte, o analista Lucas Rengifo-Keller afirmou que a insegurança alimentar no país estava no pior ponto desde a fome que matou centenas de milhares de pessoas nos anos 90.

27 Fev 2023

Acusada família de ex-marido após descoberta de partes do corpo de modelo de Hong Kong

A polícia de Hong Kong acusou de homicídio o antigo sogro e cunhado de Abby Choi Tin-fung, depois de encontrar partes do corpo da modelo e um crânio que se acredita ser da modelo. As autoridades detiveram ainda o ex-marido de Choi, no sábado, e acusaram-no de homicídio no domingo à noite, disse o superintendente Alan Chung.

O ex-marido de Choi irá comparecer em tribunal hoje, ao lado de outros três membros da família: o pai e irmão mais velho, acusados de homicídio, e a mãe, acusada de perverter o curso da justiça, disse a polícia numa declaração.

Choi teve disputas financeiras que envolviam dezenas de milhões de dólares de Hong Kong com o ex-marido e a família deste, notou Chung, acrescentando que “algumas pessoas” estavam insatisfeitas com a forma como a mulher de 28 anos geria as próprias finanças.

Choi partilhava uma vida glamorosa de sessões fotográficas e desfiles de moda com mais de cem mil seguidores na rede social Instagram. De vestido de tule, a modelo assistira recentemente a um desfile da Dior na semana de moda em Paris.

A última publicação tinha uma semana, com uma sessão fotográfica com a L’Officiel Monaco, uma revista de moda.

Choi estava desaparecida há vários dias quando a polícia descobriu, na sexta-feira, partes do seu corpo desmembrado e também alguns documentos. Os restos mortais encontravam-se num frigorífico numa casa na aldeia de Tai Po, nos subúrbios de Hong Kong.

O superintendente Alan Chung revelou no domingo que o crânio de uma jovem, que a polícia acredita ser Choi, foi encontrado numa das panelas apreendidas pelas autoridades, juntamente com costelas, cabelo e tecidos.

Médicos forenses encontraram um pequeno número de ossos humanos numa segunda panela, acrescentou.

“Existe um buraco do lado direito atrás no crânio, por isso o patologista acredita que esse deve ser o ataque fatal à vítima”, referiu Chung.

O superintendente notou que tudo leva a crer que a mulher foi atacada dentro de uma viatura, estando inconsciente quando chegou à casa.

A polícia ainda está a tentar determinar a hora exata da morte e localizar as mãos e o tronco da vítima.

No domingo, a polícia deteve ainda outra mulher, que se acredita ter tido um caso com o pai do ex-marido, por alegadamente ter ajudado os suspeitos. A mulher terá arrendado a casa, juntamente com o pai, bem como outro local para esconder o ex-marido de Choi.

27 Fev 2023

Cinema | João Canijo diz que prémio de Festival de Berlim “significa uma nova vida”

O realizador João Canijo disse hoje à Lusa que o prémio atribuído ao seu filme “Mal Viver” pelo Festival de Cinema de Berlim “significa uma nova vida” e “prova que o cinema português tem qualidade”. “Mal Viver” venceu no sábado o Urso de Prata para prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim.

À Lusa, o cineasta afirmou que a distinção “significa uma nova vida”. “Pelo menos tenho a certeza de que consigo fazer mais um filme”, assinalou, apontando “Mal Viver” como o seu “melhor filme”. Para João Canijo, o prémio recebido no Festival de Berlim foi a recompensa de um trabalho em equipa.

“Foi uma equipa muito dedicada, deu tudo, o que tinha e não tinha, para fazer este filme, foram recompensados”, frisou, expressando que “a equipa está toda delirante” com a distinção.

Depois do Urso de Prata, “mais um prémio que prova que o cinema português tem qualidade”, João Canijo admite “ter eventualmente melhores condições para fazer um próximo filme”. E o próximo, ainda em projeto, será sobre a encenação de uma peça de teatro, tendo como protagonistas mulheres, novamente.

“Mal Viver” é, segundo a sinopse, “a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”.

O elenco conta com as atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam os atores Nuno Lopes e Rafael Morais.

O filme estreia nas salas portuguesas em 11 de maio. Com a longa-metragem “Sangue do Meu Sangue” (2011), que conta igualmente com Rita Blanco e Anabela Moreira no elenco, João Canijo ganhou diversos prémios em festivais de cinema europeus.

27 Fev 2023

Comissário do MNE traça três linhas vermelhas para o Consulado Geral dos EUA em Hong Kong

O Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Hong Kong encontrou-se recentemente com o Cônsul Geral dos EUA em Hong Kong, Gregory May, e fez uma representação solene sobre uma série de palavras e actos errados que interferem nos assuntos de Hong Kong, e traçou três linhas de orientação para o Consulado Geral dos EUA em Hong Kong.

Liu Guangyuan, comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, expressou uma forte insatisfação sobre uma série de palavras e actos errados que interferem nos assuntos de Hong Kong. Algumas reportagens dos media locais descreveram a reunião como sendo “rara”.

O diplomata chinês também exortou May a respeitar a ética profissional como diplomata e a não seguir “caminhos errados”. Liu também elaborou três linhas de orientação para os funcionários dos EUA e o Consulado Geral dos EUA em Hong Kong, nomeadamente “não pôr em perigo a segurança nacional da China”, “não se envolver em infiltrações políticas e “não difamar e prejudicar as perspectivas de desenvolvimento da cidade”.

O novo aviso foi feito depois da China ter notado alguns factos sobre as palavras e actos do funcionário norte-americano que eram prejudiciais à segurança nacional, à prosperidade e estabilidade de Hong Kong e à sua reputação internacional, revelou Lau Siu-kai, consultor da Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau e também conselheiro político sénior.

“Com os desordeiros anti-China a serem responsabilizados ao abrigo da Lei de Segurança Nacional (LSN) de Hong Kong, o governo chinês não tolerará que o Ocidente liderado pelos EUA substitua esses desordeiros para instigar os residentes locais ou dividir a sociedade de Hong Kong”, disse Lau Siu-kai.

May chegou ao Consulado Geral dos EUA em Hong Kong em Setembro de 2022, tendo anteriormente servido como Cônsul Geral dos EUA em Shenyang, província de Liaoning, no Nordeste da China, de 2016 a 2019, e como chefe de missão adjunto na embaixada dos EUA em Ulaanbaatar, na Mongólia, a partir de 2019.

May criticou a LSN de Hong Kong durante um evento online em Janeiro, dizendo que muitos residentes de Hong Kong não concordam com a forma como foram tratados os casos do magnata dos media Jimmy Lai Chee-ying e outros arguidos acusados ao abrigo dessa lei. May também comentou a interpretação da lei pela alta legislatura chinesa em Dezembro, dizendo que “aumentou o poder da administração sem ser devidamente controlado por um órgão judicial”, de acordo com relatórios dos meios de comunicação locais.

O Gabinete do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros rebateu essas alegações, criticando May por “ignorar as perspectivas promissoras da sociedade de Hong Kong e difamando o Estado de direito e a liberdade da cidade, bem como mostrando apoio aos desordeiros anti-China”.

O antecessor de May, Hanscom Smith, é recordado por muitos residentes de Hong Kong como uma figura política que tentou interferir nos assuntos internos da China, sabotar o princípio “Um país, dois sistemas” e incitar à subversão, depois de ter assumido o seu posto de cônsul geral em Hong Kong e Macau em 2019. Alguns funcionários de Hong Kong disseram que “Smith chegou à cidade há três anos com tarefas escondidas do governo dos EUA, sendo uma delas apoiar as forças da oposição em Hong Kong para assembleias ilegais e minar a segurança nacional”.

27 Fev 2023

Ucrânia | Zelensky planeia encontro com Xi Jinping

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que planeia encontrar-se com o homólogo chinês Xi Jinping, lembrando que a China “respeita a integridade territorial” dos países e deve “fazer os possíveis para retirar a Rússia” da Ucrânia.

“Antes de mais, tenho planos para me encontrar com Xi Jinping”, sublinhou Zelensky numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros em Kiev, no dia em que se assinalou um ano desde o início da invasão russa da Ucrânia. O governante considerou o encontro “positivo” para os dois países e “para a segurança do mundo”, noticiou a agência Efe.

Zelensky acrescentou que “a China respeita a integridade territorial” dos países e que, “por isso, deve fazer todo o possível para retirar a Rússia” do território ucraniano. O chefe de Estado ucraniano manifestou também esperança de que a China não envie armas para a Rússia, decisão que os Estados Unidos consideram que Pequim está a ponderar, garantindo que está a trabalhar para impedir essa realidade.

Sem dar detalhes sobre o local ou o momento em que este encontro pode ocorrer, Zelensky sublinhou novamente a “fórmula para a paz” apresentada pela Ucrânia, que prevê uma cessação das hostilidades que passa pela retirada russa e enfatiza o cumprimento dos princípios da Carta da ONU.

Macron em Pequim

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que vai visitar a China no início de Abril e apelou a Pequim para tentar convencer a Rússia a parar a guerra contra a Ucrânia. No dia seguinte à China ter divulgado uma posição sobre o conflito, Macron disse que a paz só será possível se implicar “uma paragem da agressão russa, a retirada das tropas e o respeito pela soberania territorial e pelo povo ucraniano”.

“O facto de a China estar empenhada em esforços de paz é muito bom”, disse Macron durante uma visita ao Salão da Agricultura, em Paris, citado pela agência francesa AFP. Macron apelou a Pequim “para não entregar quaisquer armas à Rússia” e para ajudar a pressionar Moscovo a nunca utilizar armas químicas ou nucleares. Pediu também que a China, que tem mantido uma posição próxima de Moscovo, ajude a convencer Rússia a parar os combates como condição prévia para negociações.

Lukashenko na China entre terça e quinta-feira

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, realiza uma visita oficial à China entre terça e quinta-feira, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A convite do Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, vai realizar uma visita de Estado à China de 28 de fevereiro a 2 de março”, disse a porta-voz do ministério Hua Chunying, citada pela agência France-Presse (AFP). O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, informou o seu homólogo bielorruso, Sergueï Aleïnik, numa conversa telefónica na sexta-feira, da vontade de Pequim de trabalhar com a Bielorrússia para aprofundar a sua confiança política mútua, lê-se num comunicado do ministério chinês. Em setembro, Xi Jinping e Lukashenko anunciaram uma parceria estratégica durante uma reunião no Uzbequistão.

27 Fev 2023

Ucrânia | Ocidente desvaloriza plano de paz chinês e Nato afirma querer “solução militar”

Pequim marcou o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia com a apresentação de um plano de paz para a região, em doze pontos. Contudo, os EUA, a União Europeia e a NATO desvalorizaram o esforço chinês para terminar com a mortandade. A Rússia gostou do plano e Zelensky pretende encontrar-se com Xi

 

Como era esperado, os Estados Unidos criticaram o “plano de paz” chinês e destacaram o fracasso militar da Rússia face à resistência das forças ucranianas. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que Washington está a observar “de perto” os movimentos de Pequim e sublinhou que o gigante asiático poderia estar a preparar-se para “entregar armas letais à Rússia”, o que foi descartado pela China como sendo uma “difamação”.

Sullivan afirmou, no entanto, que a ideia de que os dois países se tornem “aliados inseparáveis” não foi comprovada, dado que a China tem mantido “cautela” em relação ao conflito e absteve-se de apoiar Moscovo no âmbito da recente votação na ONU. “Tentaram mostrar que, de alguma forma, não apoiam totalmente a Rússia em relação a esta guerra”, declarou o conselheiro norte-americano.

Nato só vê fim militar para o conflito

Por seu lado, a presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO desvalorizaram o plano de paz chinês para a guerra na Ucrânia, considerando que Pequim “não tem credibilidade”, pois “tomou partido” e assinou uma “parceria ilimitada” com Moscovo. Numa conferência de imprensa conjunta em Tallin, num evento para assinalar o aniversário da independência da Estónia, mas também o primeiro aniversário da guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, Ursula von der Leyen e Jens Stoltenberg desvalorizaram assim o plano de 12 pontos de Pequim.

“Não é propriamente um plano de paz, mas antes princípios que a China partilha. E eu penso que temos de ver esses princípios contra um pano de fundo específico. E esse pano de fundo é que a China tomou partido, ao assinar por exemplo uma amizade ilimitada imediatamente antes de a invasão ter começado. Portanto, olharemos para os princípios, claro, mas vamos analisá-los tendo em conta esse pano de fundo de que a China tomou partido”, declarou a presidente da Comissão, que muitos criticam na EU pela sua postura belicista.

Por seu lado, o secretário-geral da Aliança Atlântica comentou que “a China não tem muita credibilidade”, porque, segundo frisou, as autoridades chinesas “não foram capazes de condenar a invasão ilegal da Ucrânia e assinaram dias antes da invasão um acordo entre o Presidente Xi [Jinping] e o Presidente [Vladimir] Putin sobre uma parceria ilimitada com a Rússia”.

Quanto a um acordo de paz, Stoltenberg disse que o mesmo, actualmente, joga-se no campo de batalha, advogando que “uma solução de paz negociada” só poderá ser garantida com superioridade ucraniana no campo de batalha, razão pela qual é fundamental que seja reforçado o apoio a Kiev.

“O apoio militar é a única forma de criar as condições para fazer Putin ver que não vai ganhar no campo de batalha e que precisa de se sentar à mesa da negociação. Portanto, apoio militar hoje é a forma de assegurar um acordo de paz amanhã”, defendeu.

A posição russa

Já a Rússia congratulou-se com o plano de paz para a Ucrânia divulgado pela China e partilha a perspectiva de Pequim, declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, num comunicado. “Valorizamos fortemente a sincera aspiração dos nossos amigos chineses de oferecer o seu contributo à solução do conflito na Ucrânia por meios pacíficos”, afirmou a porta-voz.

Zakharova assegurou que a Rússia “mantém o seu compromisso com os princípios da Carta da ONU, das normas do Direito Internacional, incluindo o humanitário, da indivisibilidade da segurança, com base na qual não se deve fortalecer a segurança de um país em detrimento da segurança de outro”.

“À semelhança dos nossos amigos chineses, consideramos ilegítima qualquer medida restritiva não aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU. São ferramentas imbuídas de competência desleal e de guerra económica”, acrescentou.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo assinalou que a Rússia “está disposta a procurar a solução dos objetivos da operação militar especial pelas vias político-diplomáticas”. “Isso implica o fim do fornecimento à Ucrânia de armamento ocidental e de mercenários, o fim de todas as acções bélicas, o regresso da Ucrânia ao estatuto de não-alinhado, o reconhecimento das novas realidades territoriais” surgidas após os referendos de anexação organizadas pela Rússia em quatro regiões ucranianas, disse a porta-voz. A responsável russa exigiu ainda “a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, e a eliminação de todas as ameaças que partem” do território ucraniano.

A representante da diplomacia russa frisou que os direitos das populações russófonas da Ucrânia devem ser respeitados, incluindo o direito de falar a sua língua, e pediu que sejam eliminadas todas as sanções contra a Rússia e todas as iniciativas judiciais internacionais. “Estamos convencidos que o avanço por este caminho conduzirá a uma paz total, justa e estável”, concluiu.

Em paralelo, e durante uma conversa telefónica, os chefes da diplomacia da Bielorrússia e da China, Serguei Aleynik e Qin Gang, respetivamente, sublinharam o seu apoio à realização de negociações de paz na Ucrânia, defendendo este caminho como a única forma para solucionar o conflito entre Moscovo e Kiev.

Os dois responsáveis “verificaram a coincidência das suas posições de que não existem outras alternativas para a solução do conflito na Ucrânia para além da via pacífica”, informou a diplomacia bielorrussa citada pela agência noticiosa oficial BELTA.

27 Fev 2023

Pandemia | Uso de máscara ao ar livre deixa de ser recomendado

As autoridades de saúde ajustaram as regras para o uso de máscara. Assim, a partir de hoje, deixa de ser recomendado, “em circunstâncias normais”, usar máscara ao ar livre, caindo também o uso nas escolas. Esta continua a ser obrigatória em instituições de saúde, lares, táxis e nos tribunais, sendo que, no caso dos espaços fechados e transportes públicos, as “autoridades vão avaliar e decidir”

 

Numa altura em que o território voltou à normalidade no que à covid-19 diz respeito, o Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus decidiu ajustar as regras para o uso de máscara. Assim, a partir de hoje, determina-se que, “em circunstâncias normais, não é recomendado o uso de máscara para todas as pessoas em espaços ao ar livre”. Bebés e crianças com menos de três anos também deixam de ser obrigadas a usar máscara.

Quanto ao uso em espaços fechados, como estabelecimentos, ou meios de transportes, caberá às “autoridades competentes avaliar e decidir” se é necessário ou não o uso de máscara. Tudo dependerá de factores como “a situação epidemiológica da altura, a ventilação do ar em estabelecimentos ou meios de transporte, o número e a densidade das pessoas, bem como a natureza e a duração das actividades”.

Sempre que for necessário o uso de máscara nestes locais “as entidades competentes devem divulgar ou notificar as pessoas, de forma adequada”, aponta uma nota divulgada este fim-de-semana.

No caso das escolas, tanto pais como alunos deixam de ter de usar máscara nas aulas e demais actividades lectivas. Num comunicado, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEJ) esclarece que “o afrouxamento das medidas do uso de máscara beneficia o crescimento e o desenvolvimento físico e mental dos alunos e favorece, em particular, o melhoramento dos resultados no ensino e na aprendizagem das crianças, também ao nível das línguas”.

Quando se usa?

O Centro de coordenação definiu que a máscara tem de continuar a ser utilizada sempre que haja deslocações a instituições médicas, lares de idosos e de reabilitação, com excepção dos doentes internados ou dos utentes que residem nos lares, bem como os condutores e passageiros de transportes públicos, com excepção dos táxis.

Além disso, o uso de máscara em espaços fechados será também obrigatório “em circunstâncias específicas”, como é o caso da “realização de actividades de grande aglomeração de pessoas, a ocorrência de casos de infecção colectiva em creches e instituições de ensino não superior, ou quando se verifica o período de pico epidémico em Macau”. Fica também determinado que as pessoas devem usar máscara sempre que apresentem sintomas de gripe ou febre.

Docentes e alunos devem continuar a usar máscara “nos autocarros escolares e transportes públicos”, bem como na ocorrência de “situações de má disposição ou com sintomas de gripe” e outros locais onde o seu uso é obrigatório. A DSEDJ determina que “os docentes e alunos devem preparar máscaras para o uso diário” caso ocorra uma alteração da situação pandémica.

No caso dos tribunais, determina-se a continuação da obrigatoriedade do uso de máscara para as pessoas “que pretendam apresentar documentos às diversas secretarias dos tribunais, entrar nas instalações dos tribunais das três instâncias, participar nas actividades processuais ou assistir às audiências de julgamento”.

No caso do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) é recomendado o uso de máscara para entrar nas instalações deste serviço público, sendo o seu uso obrigatório sempre que as pessoas apresentem sintomas de gripe.

Haverá sempre um ajustamento destas medidas “no caso de evolução epidémica”, pelo que se aconselha os cidadãos “a levarem as máscaras sempre que saírem, para eventual caso de necessidade, bem como a reservarem em casa uma quantia mínima de máscaras que possibilite o seu uso por duas semanas, para os casos de emergência”.

Relativamente aos testes, sugere-se que cada pessoa se teste sempre que tiver algum sintoma da doença, anotando depois os resultados na plataforma de declaração do teste de antigénio dos Serviços de Saúde de Macau.

27 Fev 2023

Desemprego | Taxa de residentes nos 4,3% no último trimestre

No trimestre compreendido entre Novembro do ano passado e o passado mês de Janeiro, a “taxa de desemprego fixou-se em 3,4 por cento e a taxa de desemprego dos residentes foi de 4,3 por cento, menos 0,1 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente, face ao período passado (Outubro a Dezembro de 2022”.

Os dados divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) apontam ainda para a descida de 0,7 por cento da taxa de subemprego para 3,2 por cento, apesar do aumento “da procura de mão-de-obra local”, “devido ao afrouxamento das medidas de entrada em Macau e à realização de várias actividades antes do Ano Novo Lunar”.

A DSEC revelou que no período em análise a população activa que vivia em Macau totalizou 373.800 pessoas e a taxa de actividade foi de 68,5 por cento.

A população empregada totalizou 361.000 pessoas, 282 mil destas residentes, “mais 800 e 900, respectivamente, em comparação com o período precedente”.

Enquanto a população desempregada era composta por 12.800 pessoas, menos 400, face ao período transacto. Destaca-se que de entre os desempregados à procura de novo emprego, a maioria trabalhou anteriormente no ramo de actividade económica das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e no ramo da construção.

27 Fev 2023

Inflação | Taxa mensal atinge valor mais elevado em um ano

Os preços ao consumidor em Macau subiram 0,24 por cento em Janeiro, em comparação com o mês anterior, o valor mais elevado em um ano, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. A inflação foi empurrada, sobretudo, pela subida dos preços dos produtos alimentares

 

Apesar de se manter abaixo de 1 por cento (0,77 por cento), a taxa de inflação registou em Janeiro o valor mensal mais elevado no período de um ano, com a subida de 0,24 por cento em relação a Dezembro do ano passado, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) em comunicado.

Os dados revelam que o aumento no custo dos produtos alimentares foi a principal razão para a subida da taxa de inflação em Janeiro, que coincidiu com as férias do Ano Novo Lunar.

O preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 0,59 por cento, enquanto o custo dos produtos hortícolas aumentou 5,13 por cento, no mês em que Macau recebeu mais de um milhão de turistas, graças ao fim das restrições contra a pandemia da covid-19.

Em termos homólogos, a taxa de inflação manteve-se inalterada, em 0,77 por cento, sobretudo devido a aumentos de 3,05 por cento no preço da electricidade e de 13,97 por cento no custo dos combustíveis, assim como uma subida de 11,63 por cento no salário das empregadas domésticas.

Rendas e combustíveis

A DSEC anunciou na terça-feira que o custo dos combustíveis para veículos em Macau tinha aumentado 20,8 por cento em 2022, seguindo a subida verificada no mercado internacional, sobretudo devido à invasão russa da Ucrânia.

Por outro lado, a DSEC estimou que as rendas das habitações em Macau diminuíram 2,35 por cento em Janeiro, em comparação com igual mês do ano passado, enquanto o custo dos serviços de telecomunicações caiu 10,46 por cento.

As rendas das habitações em Macau caíram 12,8 por cento no ano passado, sobretudo devido ao desemprego, mas deverão voltar a subir, entre 5 por cento e 10 cento em 2023, avançou na semana passada a imobiliária JLL.

27 Fev 2023

Fórum Macau | Ho espera realizar conferência ministerial este ano

Ho Iat Seng disse esperar que a sexta conferência ministerial do Fórum Macau, adiada desde 2019, se realize este ano.

De acordo com a Rádio Macau, o Chefe do Executivo sublinhou que estão a decorrer os preparativos para a próxima conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau). Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial do Fórum Macau foi adiada para Junho de 2020, devido às eleições para o parlamento de Macau, mas não se realizou devido à pandemia de covid-19.

Também o secretário-geral do Fórum Macau, Ji Xianzheng, disse na segunda-feira que o secretariado permanente iria concentrar-se este ano na preparação da próxima conferência ministerial e na comemoração do 20.º aniversário do Fórum.

À margem de uma conferência de imprensa em Hengqin, Ho Iat Seng lembrou que o território tem desempenhado o papel de plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, através do Fórum Macau.

Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, designou Márcia Cordeiro Guerreiro como a nova delegada de Portugal no Fórum Macau. A executiva é actualmente a coordenadora da área internacional no Banco Nacional Ultramarino.

27 Fev 2023

Países do G20 concordam com urgência no alívio da dívida em países vulneráveis

Os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20 destacaram no sábado a urgência no alívio da dívida dos países de baixo e médio rendimento, no final da reunião de alto nível da presidência indiana do grupo.

“É necessário fortalecer a coordenação multilateral por parte dos credores oficiais bilaterais e privados para lidar com a deterioração da situação da dívida”, disseram os responsáveis das finanças do G20 na cidade de Bangalore, no sul da Índia.

Países como a Zâmbia ou o Sri Lanka estão profundamente endividados, sem capacidade suficiente para manter o funcionamento dos seus governos, e à espera de uma ajuda financeira que está demorada devido aos problemas destas nações para cumprir as exigências dos organismos multilaterais.

Os ministros do G20 concordaram em pedir “uma conclusão rápida” do trabalho em andamento sobre o tratamento da dívida da Zâmbia e da Etiópia, bem como uma resolução da situação da dívida do Sri Lanka.

Na agenda de países como os Estados Unidos estava a prioridade de pressionar os credores bilaterais oficiais, incluindo a China, para procurar soluções significativas para a dívida de países emergentes em dificuldades.

A ministra das Finanças indiana, Nirmala Sitharaman, saudou como um sucesso que os países do G20 tenham alcançado uma linguagem comum sobre a dívida global, uma das discussões mais difíceis da reunião, que não conseguiu encontrar consenso sobre o texto final quanto à da guerra na Ucrânia.

Os membros do G20 e organizações como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) têm trabalhado em mecanismos de reforma que lhes permitam prestar a assistência necessária, sendo esta uma das prioridades dos ministros das Finanças do grupo das economias mais avançadas do mundo.

O tempo não está do lado de países como o Sri Lanka, que declarou moratória da dívida há quase um ano e se depara com dificuldades para enfrentar as suas despesas básicas, apesar de uma série de cortes e racionamento de recursos aos cidadãos.

“Por exemplo, o Sri Lanka está à espera de uma resolução, mas, devido aos atrasos, está a sentir ainda mais pressão”, disse Sitharaman, que apontou que deve haver “mais eficiência e coordenação entre todos os países devedores e credores”, concluiu.

26 Fev 2023

PJ | Restaurantes queixam-se de burla via telefone

Vários proprietários de restaurantes têm apresentado queixas na Polícia Judiciária (PJ) de tentativas de burla via telefone. Segundo uma nota, as vítimas recebem telefonemas em que, do outro lado da linha, alguém diz ser um funcionário administrativo de uma escola de Macau que fez uma encomenda de produtos enlatados.

Na mesma chamado, a pessoa argumenta que “o dono do estabelecimento pode ganhar uma comissão se ajudar a encomendar as latas através de uma empresa de alimentação indicada”. Alegando que a transferência bancária demora alguns dias a ficar realizada, pede-se à pessoa que ajude com o pagamento da encomenda ao transferir logo o dinheiro, isto após receber uma imagem com um registo de transferência bancária.

Algumas vítimas transferiram o dinheiro, mas nunca receberam a referida comissão, não tendo conseguido contactar depois a pessoa que os contactou e que, alegadamente, encomendou os produtos enlatados. A PJ diz que, no ano passado, ocorreram alguns casos de fraude com recurso a encomendas falsas, nomeadamente de embalagens de sopa de uma determinada marca, vinho tinto ou mobiliário, entre outros artigos.

26 Fev 2023

IAM | Obras do mercado da Horta e Mitra arrancam em Março

As obras de renovação do mercado municipal no bairro da Horta e Mitra arrancam em Março, devendo estar concluídas até ao final do ano. Assim, e segundo uma nota do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), o mercado encerra portas esta terça-feira, sendo que, nesse dia, começa a ser feita a mudanças das instalações e trabalhos de limpeza.

Segundo o IAM, os comerciantes poderão dispor, após as obras, de melhores condições. Será mantida a parte exterior do mercado e renovar as instalações no interior, além de que o espaço de produtos secos e molhados serão separados, para que “os cidadãos tenham uma melhor experiência de compras”. Após sessões de esclarecimento e negociação com o IAM, os comerciantes acordaram que “as suas actividades fiquem suspensas, para que a obra possa ser completamente realizada”.

O Mercado da Horta e Mitra foi construído em 1939, sendo um estabelecimento importante para o fornecimento de produtos frescos e vivos aos moradores da zona. No interior do mercado, os sistemas de escoamento, ventilação, iluminação e outras instalações eram antigos e, após várias reparações feitas pelo IAM, “não era possível resolver os problemas”, explica o mesmo comunicado.

26 Fev 2023

Religião | Missionários combonianos continuam a atrair fiéis 30 anos depois

A igreja católica em Macau continua a atrair fiéis do interior da China e para a ordem religiosa comboniana o território é o “ponto de partida” para entrar no país, quando este “se abrir” ao trabalho dos missionários. Enquanto não consegue entrar no interior da China, a congregação religiosa dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus vai fazendo trabalho em Macau, região onde se fixou há três décadas.

Carlos Malásquez Quispe, peruano de Lima, é o pároco responsável pela igreja São José do Operário, no Iao Hon, bairro localizado na zona mais pobre e com maior densidade populacional de Macau, mesmo às portas da China.

A igreja, um edifício contemporâneo projectado no final dos anos 1990 pelo arquitecto português Luís Nagy, está cercada por velhas construções. Tudo à volta acusa a passagem do tempo. A fachada, virada para a fronteira que separa Macau da cidade vizinha Zhuhai, tem a forma de dois braços abertos, como se simulasse um abraço de boas-vindas a quem vive do outro lado.

E é esse o desígnio dos combonianos, nota Malásquez Quispe: “O nosso objectivo não era necessariamente ficar aqui em Macau, estamos a apontar para a China continental, por isso, este é apenas um ponto de partida (…). Se a China se abrir, e se permitirem a entrada de missionários, iremos imediatamente e procuraremos as áreas mais pobres, as áreas rurais para fazer o nosso serviço”.

Entre cá e lá

O interesse em assistir à missa numa “Igreja Católica verdadeira”, salienta o religioso, tem trazido até Macau vários fiéis chineses. De momento, a São José do Operário é uma das poucas igrejas da região administrativa especial a disponibilizar serviço em mandarim. A outra é a igreja da Nossa Senhora de Fátima, também na zona norte da península.

“Um senhor que cá veio sente que a Igreja aqui em Macau é católica, é oficialmente católica e não controlada”, observa Carlos Malásquez Quispe, sem conseguir precisar quantos membros daquela paróquia são oriundos do interior da China. “Uma das coisas que me surpreendeu também e que eles [os fiéis] mencionaram é que mesmo quando se dá a comunhão na missa, o padre não pode dizer as palavras ‘o corpo de Cristo’”, acrescenta o religioso.

Apesar de a ordem comboniana estar circunscrita a Macau, existe um vínculo já estabelecido com os religiosos do outro lado da fronteira, através do projecto Fen Xiang (FX) – significa ‘partilhar’ em chinês – que “visa lançar as bases para a presença dos combonianos no contexto chinês”, de acordo com a página na internet da congregação, fundada na cidade italiana de Verona, em 1867, e presente em 42 países.

Neste sentido, Macau tem sido uma espécie de base de apoio, ao receber, através de um programa organizado pela diocese local, pessoas do interior da China “para terem formação espiritual e catequética”. “É uma ajuda, é também uma forma de eles sentirem que estamos ligados, de conhecermos a realidade em que vivem e de ajudarmos da forma que podemos”, explica.

Malásquez Quispe conta, além disso, que através destes grupos de religiosos é possível “enviar alguma ajuda económica para lugares em necessidade”. “Essa é outra dificuldade que temos que é, a partir daqui, enviar dinheiro para a China continental. Tem sido difícil, porque há alguns orfanatos e leprosarias que não conseguimos ajudar durante este período”, declara, referindo-se aos quase três anos de pandemia da covid-19 em que foram impostas restrições fronteiriças.

No que diz respeito à missão local, refere o peruano, a comunidade católica está a crescer “devagar e continuamente”, com cerca de 140 batismos realizados no ano passado. Segundo estatísticas da Diocese de Macau, até ao fim de 2020, o número de católicos no território era de 32.013, sendo a maioria membros da comunidade chinesa.

Já uma das maiores adversidades da região são as “barreiras construídas, conscientemente ou não, na sociedade de Macau”. Malásquez Quispe explica que, “por questões de segurança”, a entrada em cada vez mais edifícios residenciais do território obriga ao registo de visitantes, o que acaba por ser um obstáculo ao trabalho missionário. “Isso vem aumentar um pouco mais o isolamento das pessoas (…), que já vivem num sítio pequeno, Macau”, diz.

26 Fev 2023

Festival de Cinema de Berlim | “Mal Viver”, de João Canijo, ganha prémio do júri

O realizador português levou para casa o Urso de Prata para o prémio do júri pelo seu filme “Mal Viver”, uma distinção que já mereceu os parabéns dos principais dirigentes políticos portugueses. Canijo agradeceu à equipa que com ele trabalhou neste filme e não esqueceu o conflito na Ucrânia

 

O filme “Mal Viver”, de João Canijo, venceu este sábado o Urso de Prata para o prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim, anunciou o júri na cerimónia de palmarés. No seu discurso, Canijo agradeceu à equipa de produção e distribuição, assim como à equipa que consigo criou o filme, “composta quase completamente por mulheres”, nomeando em especial a directora de fotografia, Leonor Teles.

“Para terminar, [agradeço] às mulheres que me deram a sua vida para este filme, as actrizes, são maravilhosas e deram-me a sua vida”, afirmou o realizador português. O realizador terminou a sua intervenção declarando “Slava Ukraini!” (“Glória à Ucrânia!”).

João Canijo esteve na competição desta edição do festival com duas longas-metragens interligadas, que tiveram estreia em secções distintas: “Mal Viver” esteve na competição oficial e “Viver Mal” na secção Encontros.

“Mal Viver” “é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”, lê-se na sinopse. “Viver Mal” segue em paralelo àquela história, focando-se nos hóspedes que passam pelo hotel.

O elenco conta sobretudo com mulheres, com Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam Nuno Lopes e Rafael Morais.

A produtora Midas Filmes descreve as duas longas-metragens como “um dos mais ambiciosos empreendimentos artísticos dos anos mais recentes” no percurso de João Canijo. Ambos se estreiam nos cinemas portugueses a 11 de Maio.

João Canijo já tinha estado presente noutros festivais de cinema de relevo, como Cannes, com “Noite Escura” (2004), Veneza, com “Mal Nascida” (2007), e San Sebastian, onde venceu dois prémios com “Sangue do meu Sangue” (2011).
Leonor Teles, a directora de fotografia de “Mal Viver”, conquistou o Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2016, na competição de curtas-metragens, com “Balada de um Batráquio”.

Costa e companhia

Foram vários os dirigentes políticos portugueses que dirigiram os parabéns ao realizador português. O primeiro-ministro, António Costa, saudou a atribuição considerando um “merecido reconhecimento internacional” para o realizador português com uma “obra marcante e de grande maturidade”.

“João Canijo está de parabéns pelo Urso de Prata Prémio do Júri atribuído ao filme “Mal Viver” na Berlinale. Merecido reconhecimento internacional para um cineasta português com uma obra marcante e de grande maturidade. O cinema nacional demonstra uma vez mais a sua excelência”, felicitou António Costa. O chefe de Governo divulgou esta mensagem através da rede social Twitter.

Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, disse ser “um grande orgulho” a distinção, sendo “uma das provas da excelência” do cinema feito em Portugal.

“É espectacular. O cinema português está de facto num momento muito, muito bom e é uma das provas da excelência do nosso cinema a todos os níveis”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. Numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “o reconhecimento internacional do cinema vivido e intenso de Canijo, na sequência de outras nomeações e premiações de cineastas portugueses, muito diferentes entre si, tem feito prova do mérito” do cinema português, “bem como da sua diversidade e tenacidade”.

O presidente da Assembleia da República salientou que o Urso de Prata atribuído a João Canijo “reconhece a coerência e valia da sua obra”, num momento “particularmente significativo para todo o cinema português”. “O Urso de Prata atribuído hoje, no Festival de Berlim, ao filme de João Canijo, reconhece a coerência e valia da sua obra. É também um momento particularmente significativo para todo o cinema português”, escreveu Augusto Santos Silva.

Os outros premiados

Na edição deste ano do Festival de Berlim, o Urso de Ouro de Melhor Filme, prémio principal do festival, foi para “Sur l’Adamant”, do realizador francês Nicolas Philibert. O troféu foi entregue aos produtores Céline Loiseau, Gilles Sacuto e Miléna Poylo.

“Roter Himmel”, do realizador alemão Christian Petzold, recebeu o Urso de Prata do Grande Prémio do Júri. O Urso de Prata de Melhor Realizador foi para o cineasta francês Philippe Garrel, por “Le Grand Chariot”.
Nome da ‘nouvelle vague’, criador de “O Sal das Lágrimas” e “Os Amantes Regulares”, Garrel dedicou o prémio a Jean-Luc Godard (1930-2022), o ‘patriarca’ do cinema novo com filmes como “O Acossado” e “Pedro, o Louco”.

O Urso de Prata de Melhor Interpretação distinguiu a jovem Sofía Otero, pelo desempenho em “20.000 especies de abejas”, primeira longa-metragem da espanhola Estibaliz Urresola Solaguren. Otero interpreta a figura de Aitor, um rapaz de nove anos de uma pequena comunidade basca que se considera uma menina, e que como tal quer ser tratada. O Urso de Prata de Melhor Interpretação de Apoio (Secundária) foi atribuído a Thea Ehre, por “Bis ans Ende der Nacht”, do alemão Christoph Hochhäusler.

Na competição de Curtas-Metragens, o Urso de Ouro foi para “Les chenilles”, dos irmãos libaneses Michelle e Noel Keserwany, que ficou automaticamente nomeado para os Prémios do Cinema Europeu, com esta vitória.

Na secção Encontros, dedicada a “novas visões cinematográficas”, o prémio de Melhor Filme foi para “Here”, do belga Bas Devos, e o de Melhor Realização, para a cineasta salvadorenha de origem mexicana Tatiana Huezo, pelo filme “The Echo”, que também recebeu o prémio de Melhor Documentário do festival.

Nesta secção, foi ainda atribuído o Prémio Especial do Júri ex-aequo a dois realizadores espanhóis: Paul B. Preciado, por “Orlando, My Political Biography” (igualmente menção honrosa nos documentários), e Lois Patiño, por “Samsara”.

O júri da Competição Internacional da Berlinale deste ano foi presidido pela atriz norte-americana Kristen Stewart, e composto pela atriz iraniana Golshifteh Farahani, pela realizadora alemã Valeska Grisebach, pelo romeno Radu Jude, pela diretora de ‘casting’ norte-americana Francine Maisler, pela realizadora espanhola Carla Simón e pelo realizador de Hong Kong Johnnie To.

26 Fev 2023