Hoje Macau PolíticaEconomia | Governo faz novas exigências a concessionárias O Executivo de Ho Iat Seng apresentou às concessionárias de jogo novas exigências relacionadas com as prioridades de diversificação económica, indicou o portal Asia Gaming Brief, citando uma fonte que afirmou que as exigências governamentais estão a atrasar a apresentação dos planos de investimento das operadoras. O Asia Gaming Brief acrescenta que várias fontes do sector confirmaram que as negociações entre o Governo e as concessionárias atingiram um impasse, na sequência das novas exigências. O Executivo terá pedido planos detalhados para cada projecto em que as concessionárias pretendem investir para desenvolver as quatros indústrias prioritárias, ou seja, big health, finanças modernas, tecnologias de ponta e convenções, exposições e comércio. O portal indica também que as novas exigências deixaram as operadoras surpreendidas com as exigências, que vão muito além da informação sobre o volume de capital investido e o conteúdo das actividades, sendo exigidas especificações sobre os benefícios sociais e avanços no desenvolvimento das indústrias prioritárias que os projectos podem alcançar.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Tribunal rejeita queixa contra bloqueio parlamentar ao vencedor das eleições O Tribunal Constitucional da Tailândia rejeitou uma queixa do partido vencedor das eleições de maio contra o bloqueio do seu candidato, Pita Limjaroenrat, na votação para primeiro-ministro no parlamento. A decisão é um revés para o partido reformista Move Forward (Avançar, na tradução em português), que garantiu mais lugares na câmara baixa, mas abre caminho para uma nova votação para primeiro-ministro, algo que pode acontecer entre esta semana e a próxima. O líder da Câmara dos Representantes, a câmara baixa do parlamento da Tailândia, Wan Noor, indicou que, após tomar conhecimento da decisão do tribunal, iria consultar os serviços jurídicos para preparar a votação. A queixa rejeitada pelo Tribunal Constitucional diz respeito à segunda tentativa de candidatura apresentada pelo Avançar, a 19 de julho, que não foi votada após ter sido rejeitada no parlamento, com o apoio da câmara alta do parlamento, composta por senadores não eleitos. Na sequência deste impasse, o Avançar decidiu, no final de julho, entregar a formação do Governo ao Pheu Thai, outro grande partido do movimento pró-democracia, que formou uma nova coligação. A Tailândia encontra-se num impasse político após as eleições de 14 de maio, na sequência da vitória inesperada do Avançar, que pretendia retirar os militares do poder, que detêm há mais de uma década, e reduzir o poder da monarquia. O Avançar e sete outras plataformas criaram inicialmente uma coligação de partidos pró-democracia com uma ampla maioria entre os 500 membros da Câmara dos Representantes eleita. No entanto, a coligação não conseguiu formar um Governo depois de a candidatura de Pita ter sido bloqueada duas vezes pela oposição do Senado, cujos 250 membros foram nomeados pela antiga junta militar (2014-2019). Da primeira vez Pita perdeu e na segunda tentativa, sobre a qual o Tribunal Constitucional se pronunciou hoje, não houve sequer lugar a uma votação. A eleição do primeiro-ministro envolve as duas câmaras da legislatura e o candidato deve obter o apoio de uma maioria absoluta. O Phue Thai tenciona apresentar como candidato a primeiro-ministro o magnata da construção civil Srettha Thavisin, que se opôs à reforma da lei de lesa-majestade, a proposta do Avançar que suscitou mais oposição entre os senadores, num país em que insultar ou difamar o rei pode resultar numa pena máxima de 15 anos de prisão.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Comentador alerta para danos suscitados pela Lei de Contraespionagem O proeminente comentador chinês Hu Xijin alertou ontem para os danos provocados pela nova Lei de Contraespionagem da China, numa altura em que académicos e funcionários do país passaram a evitar o contacto com estrangeiros. Numa mensagem difundida através da rede social Weibo, o ex-editor-chefe do Global Times, admitiu que os académicos chineses evitam agora reunir-se com estrangeiros, temendo repercussões, face à nova legislação e a uma campanha de mobilização, promovida pelo Ministério de Segurança do Estado chinês, para “capturar espiões”. “Como é que podemos expandir o processo de abertura ao exterior nestas condições”, questionou Hu. “A intenção original da campanha definitivamente não visava este efeito, ou será que visava”, perguntou. Uma emenda à Lei de Contraespionagem, que entrou em vigor em julho, passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitetura de segurança”. Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” passaram a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com a emenda. Este mês, o ministério de Segurança do Estado chinês pediu a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”. O ministério indicou que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”. O organismo disse que vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes. A partilha de Hu Xijin surge acompanhada por fotos onde aparece a conversar com um “amigo” diplomata da Coreia do Sul e a garantia: “Eu vou continuar a ter contacto com estrangeiros”. “Acredito que a abertura da China exige mais contacto com o exterior”, disse Hu. “O meu coração é altruísta e o mundo é amplo”, acrescentou. O comentador apelou “a todos aqueles que têm a mente aberta” que deixem de lado os receios e “abram as portas da China ao exterior”.
Hoje Macau China / ÁsiaPreços dos imóveis caem pelo segundo mês consecutivo Os preços dos imóveis na China caíram, pelo segundo mês consecutivo, em julho, num sinal de agravamento da crise num sector crucial para a segunda maior economia do mundo. Os preços das casas novas em 70 cidades caíram 0,23%, no mês passado, em relação a junho, quando registaram uma queda de 0,06%, segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística. Os preços caíram 0,47% no mercado de casas usadas, segundo os mesmos dados. A queda nos preços surge numa altura em que o sector enfrenta uma crise de liquidez, com várias construtoras chinesas em risco de entrar em incumprimento. Na semana passada, a Country Garden, uma das maiores construtoras do país, não conseguiu cumprir com o pagamento do cupão de dois títulos obrigacionistas. O grupo corre assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias. Tal como no caso da Evergrande, outra grande empresa imobiliária da China, cujo passivo supera os 300 mil milhões de euros e que teve que chegar a acordo de reestruturação da dívida com detentores de títulos, o colapso da Country Garden teria repercussões no sistema financeiro e na economia chinesa. Esta semana, a empresa de gestão de fortunas Zhongrong International Trust, que tem grande exposição ao sector imobiliário, deixou também de pagar dividendos em alguns produtos de investimento. No mês passado, o declínio dos preços das casas novas foi generalizado, com 49 das 70 cidades a registar uma queda face a junho. No mercado de casas usadas, onde os preços estão menos sujeitos à intervenção do governo, os preços caíram em todas as cidades, excepto sete. Em Shenzhen, uma das cidades mais ricas do país, os preços caíram 0,9% no mercado secundário, aproximando-se do nível de junho do ano passado. O valor das vendas de imóveis em todo o país caiu 43%, entre junho e julho, para 654 mil milhões de yuan. Segundo cálculos da agência Bloomberg, foi o valor mais baixo em quase seis anos. A crise de liquidez sem precedentes no imobiliário da China foi suscitada por uma campanha lançada por Pequim para reduzir os níveis de alavancagem no sector, que representa um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) chinês. A reforma habitacional na China, no final da década de 1990, levou a um ‘boom’ no sector, alimentado pelas normas sociais. A aquisição de casa própria é muitas vezes pré-requisito para casar. No entanto, em 2021, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70% na relação entre passivo e activos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. A falta de liquidez no sector fez com que várias obras em todo o país fossem obrigadas a parar, o que resultou, no verão passado, num “boicote às hipotecas”, que se estendeu a mais de uma centena de cidades, com os compradores de apartamentos inacabados a deixarem de pagar a prestação mensal aos bancos. Nos últimos meses, o Governo mudou de rumo e anunciou várias medidas de apoio, inclusive a abertura de linhas de crédito, cujo objectivo prioritário é finalizar empreendimentos cujas obras ficaram por completar.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | “Muro sólido” para proteger dados após ciberataque O ministério de Segurança do Estado da China apelou hoje à “construção de um muro sólido” para proteger a segurança dos dados informáticos, após um alegado ciberataque ao Centro de Monitorização de Terramotos de Wuhan (centro). Uma equipa de investigação formada pelo Centro de Resposta de Emergência a Vírus de Computador da China e pela empresa chinesa de cibersegurança 360 descobriu, recentemente, “programas maliciosos com características típicas de agências de inteligência dos Estados Unidos” que poderiam estar por detrás de um ciberataque que teve como alvo o Centro de Monitorização de Terramotos da cidade de Wuhan, no centro do país, de acordo com o jornal oficial Global Times. O ministério disse, em comunicado, que nos últimos anos “casos semelhantes envolvendo algumas organizações estrangeiras que obtiveram acesso a dados importantes de segurança da China foram relatados com frequência”, alertando para o “risco de vazamento de dados”. A agência informou sobre outros casos de ciberataques, em 2020 e 2021, quando os sistemas de computadores de uma companhia aérea foram atacados “por uma rede estrangeira” e quando uma consultora estrangeira “cooperou” com trabalhadores chineses para coletar dados do transporte marítimo. “Proteger a segurança dos dados é proteger a segurança nacional e defender a soberania dos dados é defender a soberania nacional”, afirmou o ministério. O organismo mencionou a “relação próxima” entre os dados e os “interesses do povo e da segurança nacional”, o que explica porque os dados da China estão a atrair o “interesse de agências de espionagem estrangeiras”. Dados de alta qualidade “tiveram um grande impacto no desenvolvimento económico e social” na China, disse a agência. Uma emenda à Lei de Contraespionagem, que entrou em vigor em julho passado, passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitectura de segurança”. Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” vão passar a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com a emenda. Este mês, o ministério de Segurança do Estado chinês pediu a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”. O ministério indicou que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”. O organismo disse que vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Português declara-se culpado de “incitamento à subversão” Wong Kin Chung, aliás Joseph John, que tem nacionalidade portuguesa, pertencia ao Partido para a Independência de Hong Kong, administrava a página da organização no Facebook, pediu várias vezes a intervenção de tropas estrangeiras e angariou fundos para a compra de material militar. Preso ao abrigo da Lei de Segurança Nacional, declara-se agora culpado do crime de “incitamento à subversão”. Um cidadão português declarou-se na terça-feira culpado do crime de incitamento à subversão num tribunal de Hong Kong, que rejeitou o pedido da defesa para que Joseph John saísse sob fiança. O homem, também conhecido como Wong Kin Chung, aceitou a acusação, que acarreta uma pena máxima de 10 anos de prisão, numa sessão no tribunal do distrito de Wanchai. O advogado de defesa apresentou um pedido para que o português, detido desde o final de outubro, saísse sob uma fiança no valor de 26 mil dólares de Hong Kong. No entanto, o juiz Stanley Chan Kwong-chi rejeitou o pedido, considerando que o arguido continua a representar um perigo para a segurança nacional da China, e voltou a adiar, pela quarta vez, o início do julgamento. Stanley Chan é um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional, promulgada em 2020 por Pequim para pôr fim à dissidência na região semiautónoma chinesa. Esta lei criou o crime de incitação à subversão, com uma pena mínima de cinco anos de prisão e uma pena máxima de 10 anos, que em 9 de março foi adicionado pelo Ministério Público à acusação contra Joseph John. O português foi inicialmente acusado do crime de sedição, ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica, cuja pena máxima é de dois anos de prisão. De acordo com a acusação, Joseph John era administrador do perfil na rede social Facebook do Partido para a Independência de Hong Kong. A organização foi fundada no Reino Unido em 2015, mas a comissão eleitoral britânica revogou o estatuto de partido político em 2018. O suspeito, funcionário do Royal College of Music no Reino Unido, terá usado o perfil para, desde setembro de 2019, “lançar uma campanha de angariação de fundos para despesas militares, enviar petições para páginas de governos estrangeiros e apelar ao apoio de tropas estrangeiras”. O homem terá apelado a Londres para declarar que a China estaria a “ocupar ilegalmente” Hong Kong, assim como pediu ao Reino Unido e aos Estados Unidos para enviarem tropas para a antiga colónia britânica, cujo controlo passou para Pequim em 1997. Na sessão de terça-feira estiveram presentes o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, e um representante da Delegação da União Europeia em Hong Kong. O arguido, nascido em Hong Kong e com estatuto de residente permanente na região administrativa especial chinesa, terá pedido um salvo-conduto para deslocação ao interior da China. A China, cujo regime jurídico chinês não reconhece a dupla nacionalidade, só atribui o salvo-conduto a pessoas de etnia chinesa e considera que o documento serve como reconhecimento da nacionalidade chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia e China prometem manter ‘paz e tranquilidade’ em fronteira disputada Comandantes militares chineses e indianos comprometeram-se hoje a “manter a paz e a tranquilidade” ao longo da fronteira disputada, disse o ministério de Defesa da China, num aparente esforço bilateral para reduzir tensões. A declaração conjunta divulgada pelo organismo informou que a 19ª rodada de negociações entre comandantes das Forças Armadas dos dois países produziu uma “discussão positiva, construtiva e profunda”, centrada na resolução de questões relacionadas à Linha de Controlo Actual, no sector oeste da fronteira. Num comunicado, lê-se que ambos “concordaram em resolver as questões pendentes de maneira expedita”, mas não há indicação de que algum dos lados esteja disposto a fazer concessões. No entanto, os dois países parecem querer evitar o tipo de confronto entre as suas tropas que levou ao derramamento de sangue nos últimos anos. “Neste interino, os dois lados concordaram em manter a paz e a tranquilidade nas áreas fronteiriças”, apontou o comunicado. O ministério de Defesa da Índia emitiu uma declaração idêntica. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, elogiou as negociações, realizadas no posto do exército indiano na cidade de Chushul-Moldo, e destacou o compromisso dos dois lados em “manter o ímpeto de comunicação e diálogo por meio de canais militares e diplomáticos”. A Linha de Controlo Real separa os territórios controlados por chineses e indianos de Ladakh, no oeste, até ao estado de Arunachal Pradesh, no leste da Índia, que a China reivindica na totalidade. Índia e China travaram uma guerra nas suas fronteiras em 1962. Segundo a Índia, a fronteira de facto tem 3.488 quilómetros de extensão, mas a versão da China é um número consideravelmente menor. Ao todo, a China reivindica cerca de 90.000 quilómetros quadrados de território no nordeste da Índia, incluindo Arunachal Pradesh, cuja população é principalmente budista. A Índia diz que a China ocupa 38.000 quilómetros quadrados do seu território no planalto de Aksai Chin, que a Índia considera parte de Ladakh, onde confrontos ocorreram nos últimos anos. A China, entretanto, começou a consolidar as relações com o principal rival da Índia, o Paquistão, e a apoiar Islamabade na questão da disputada Caxemira. Tiroteios eclodiram novamente em 1967 e 1975, levando a mais mortes em ambos os lados. Desde então, Pequim e Nova Deli adotaram protocolos, incluindo um acordo para não usar armas de fogo. Um confronto ocorrido há três anos com paus e pedras na região de Ladakh matou 20 soldados indianos e quatro chineses. Índia e China retiraram tropas de algumas áreas nas margens norte e sul de Pangong Tso, Gogra e Galwan Valley, mas continuam a manter tropas extra, como parte de uma implantação de vários níveis.
Hoje Macau SociedadeTuristas | Gastos mais que quadruplicaram no 2º trimestre No segundo trimestre deste ano, a despesa total feita por turistas que visitaram Macau, excluindo as despesas no jogo, foi de 17,48 mil milhões de patacas. Os dados revelados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC) apontam para um aumento de 354,6 por cento, face ao trimestre homólogo de 2022. A despesa total dos turistas (14,58 mil milhões de patacas) e a dos excursionistas (2,90 mil milhões de patacas) tiveram aumentos de 415,0 por cento e 186,2 por cento, respectivamente. Os aumentos contrastam com um período em que o território tinha grandes restrições de circulação, justificadas com a política de zero casos de covid-19. Apesar do aumento, no segundo trimestre, a despesa per capita, a dos turistas (4.251 patacas) e a dos excursionistas (889 patacas) baixaram 9,3 por cento e 13,8 por cento, respectivamente, face ao segundo trimestre de 2022. Em termos de origens dos visitantes, a despesa per capita dos visitantes do Interior fixou-se em 3.261 patacas, mais 31,8 por cento, em termos anuais. A despesa per capita dos visitantes do Interior com visto individual (3.385 patacas) caiu 31,1 por cento, enquanto a despesa per capita dos visitantes de Hong Kong foi de 1.140 patacas e a dos visitantes de Taiwan cifrou-se em 2.595 patacas. Por sectores, os turistas gastaram mais dinheiro, principalmente, em compras (48,5 por cento da despesa per capita), seguindo-se despesas em alojamento (24,5 por cento) e em alimentação (17,4 por cento). A despesa per capita dos visitantes em compras cifrou-se em 1.266 patacas, menos 20 por cento, em termos anuais. Em relação às despesas para a primeira metade do ano, a despesa total dos visitantes totalizou 32,46 mil milhões de patacas, mais 210,9 por cento, face ao mesmo semestre de 2022.
Hoje Macau Manchete SociedadeAmbiente | Fórum Internacional prevê sessão focada nos países lusófonos Num ano em que o número de expositores cresce quase 50 por cento, devido ao fim das restrições de circulação ligadas à pandemia, o MIECF vai ter uma sessão para potenciar os negócios verdes com os países de língua portuguesa O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, em inglês), que tem início hoje, vai ser dedicado à inovação e prevê uma sessão para potenciar “negócios verdes” com os países de língua portuguesa, anunciou a organização. A sessão agendada para amanhã tem como objectivo “ajudar as empresas a criar conjuntamente oportunidades de negócios verdes através das bolsas de contactos”. Também amanhã, num painel dedicado à inovação e desenvolvimento, está prevista a participação do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, José Carlos Pimenta Machado, e do presidente do Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável, Ricardo Guggisberg. O fórum, que vai ocupar uma área de mais de dez mil metros quadrados, conta “com mais de 400 expositores (…) oriundos de vários países e regiões, num total de cerca de 500 stands, entre os quais 40 expositores estrangeiros”, informou a organização em conferência de imprensa. Durante os 20 fóruns e conferências previstas, vão intervir cerca de 30 inovadores na área ambiental, responsáveis de empresas multinacionais e decisores políticos de vários países e regiões, nomeadamente do Interior da China, Europa, países de língua portuguesa, nações do Sudeste Asiático, Hong Kong e Macau. O Fórum, cujo tema é “Construir uma civilização ecológica através de iniciativas inovadoras”, tem também como objectivo “promover o intercâmbio internacional e a cooperação em matéria de protecção do ambiente entre diferentes sectores, incluindo governos, indústrias, universidades, institutos de investigação, utilizadores e investidores”. Vários lançamentos “Haverá uma série de lançamentos de novos produtos, como soluções de energia digital, tecnologia não convencional de neutralidade de carbono e outros produtos ambientais”, prometeu o presidente da Promoção do Comércio e Investimento de Macau, U U Sang, na conferência de imprensa. O fórum, que vai realizar-se no Cotai Expo do Venetian, é organizado pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, co-organizado pelos governos provinciais e regionais da Região do Delta do Rio das Pérolas e coordenado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau e pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental. A exposição está organizada em sete áreas, os Pavilhões da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, a Área de Exposição das Indústrias de Protecção Ambiental da China, a Área de Exposição Internacional das Indústrias de Proteccão Ambiental, a Área de Exposição das Indústrias de Protecção Ambiental de Macau, a Zona de Exposição Premium, a Zona de Vida Verde e a Zona de Projectos Verdes e com Baixo Teor de Carbono.
Hoje Macau PolíticaFinanças | Wong Kit Cheng pede mais de investimento Wong Kit Cheng quer saber quando o Governo vai emitir títulos de dívida, de forma a criar mais uma forma de investimento para os residentes. A questão faz parte de uma interpelação escrita da deputada ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau. A deputada recorda que no ano passado, o Chefe do Executivo e o secretário para a Economia e Finanças afirmaram que iriam estudar a possibilidade da RAEM emitir obrigações, de forma a tornar os juros no território mais atraentes, em comparação com os níveis actuais praticados pelos bancos. Porém, como não surgiram novidades sobre este assunto, a legisladora questiona o andamento dos trabalhos. Segundo os argumentos de Wong Kit Cheng, a emissão de dívida seria um caminho certo na direcção da diversificação económica e na criação de uma indústria financeira moderna.
Hoje Macau PolíticaPista de gelo | Chan Chak Mo apoia construção de rinque O presidente da Associação Geral de Desportos sobre o Gelo de Macau, Chan Chak Mo, apelou ao Governo para avançar rapidamente com a construção de um rinque de patinagem no gelo próximo da Avenida Kwong Tung, na Taipa. O também deputado veio assim a público, através do canal chinês da Rádio Macau, apoiar o projecto mais recente do Governo. Segundo Chan Chak Mo, a construção de um novo espaço com pista de gelo vai permitir a generalização deste tipo de desportos, que apontou ter actualmente cerca de 3 mil praticantes em Macau. O dirigente associativo apontou igualmente que há uma grande procura por estes espaços na RAEM. Chan Chak Mo destacou ainda a aposta da China no “desenvolvimento de desportos no gelo”, e apontou que em Macau existem algumas limitações, como a pista existente, da qual é proprietário, não permitir a prática de curling nem patinagem de velocidade.
Hoje Macau PolíticaTDM | Ho Iat Seng deixa Frederico Rosário de fora Frederico Alexandre do Rosário vai ser substituído no Conselho de Administração da TDM por Vong Vai Hung, actual director do canal chinês da Rádio Macau. A informação foi revelada ontem através do Boletim Oficial, e entra em vigor a 21 de Setembro. O macaense não é o único a deixar o Conselho de Administração da TDM, também Lei Pek Ieng está de saída, passando Un Weng Kuai a ser o novo membro da administração. De acordo com o despacho assinado por Ho Iat Seng, mantêm-se no Conselho de Administração António José de Freitas, Vong Hin Fai e Inês Chan Lou. Todos os mandatos dos membros prolongam-se até 31 de Agosto do próximo ano.
Hoje Macau PolíticaUrbanismo | Rui Martins com mandato renovado em comissão O académico Rui Martins vai continuar como presidente do Conselho de Arquitectura, Engenharia e Urbanismo, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Rui Martins é um dos representantes da Administração Pública no conselho, que tem como vice-presidente Eddie Wong Yue Kai, representante do sector privado. Uma das alterações de maior relevo é a saída de Arnaldo Ernesto dos Santos, presidente do Instituto de Habitação, que não teve o mandato renovado. Ao mesmo tempo, Rui Cernadas e Nuno Soares vão continuar no órgão, como suplentes dos membros Leong Wa Kun e Choi Tin Tin, respectivamente. Leong e Choi, a par de Vong Kock Kei e José Chui Sai Peng, são os restantes membros que representam o sector privado na comissão.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Força Aérea pede desculpa por bombas e mísseis que erraram alvos A Força Aérea de Taiwan pediu desculpas ontem pelos incidentes ocorridos durante sessões de treino nas quais lançou bombas e mísseis que erraram os seus alvos e causaram danos e transtornos à Guarda Costeira e outras unidades militares. O chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, o general Tsao Chin-ping, reconheceu que em 09 de Agosto um avião F-16V lançou uma bomba MK-84 de 907 quilos que caiu no mar perto da base militar Jioupeng, em Pingtung (sul) e causou uma onda de choque que afetou um navio da Guarda Costeira, informou a agência de notícias CNA. Embora não tenha havido vítimas, vários membros da Guarda Costeira reclamaram nas redes sociais que tiveram que receber atendimento médico devido à onda de choque. Tsao afirmou que a Força Aérea pediu desculpas à Guarda Costeira e disciplinará o piloto e o seu instrutor por não supervisionar adequadamente o exercício. O responsável também confirmou que outro incidente ocorreu na mesma base de Jioupeng ontem, quando um míssil MIM-104F Patriot fabricado nos Estados Unidos explodiu antes de atingir o alvo durante um exercício. O general explicou que a Força Aérea e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung Shan, a mais importante unidade de pesquisa militar da ilha, estão a investigar as causas da explosão. Segundo a imprensa local, foi a primeira vez que um míssil Patriot comprado nos Estados Unidos explodiu sozinho antes de atingir o seu alvo durante testes de tiro que são realizados em Taiwan a cada dois anos. Este tipo de acidentes tem sido frequente nos últimos anos no âmbito das diferentes manobras e exercícios levados a cabo pelas forças de defesa da ilha. Desde 2020, segundo a CNA, ocorreram sete acidentes envolvendo aviões e helicópteros da Força Aérea da ilha, que causaram a morte de treze militares, o último em 31 de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Tempestade faz dois feridos e suspende voos e comboios Uma forte tempestade tropical atingiu ontem o centro e o oeste do Japão com ventos e chuvas fortes, causando dois feridos, inundações e falhas no fornecimento de energia e paralisando o transporte aéreo e terrestre. A tempestade Lan atingiu a costa japonesa por volta das 05:00, perto do cabo Shionomisaki, na prefeitura central de Wakayama, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês). A tempestade trouxe ventos com rajadas até 144 quilómetros por hora e dirigia-se para noroeste, embora a JMA preveja que possa virar para leste em direcção à ilha de Hokkaido sobre as águas entre o Japão e a península coreana. Em Wakayama, duas pessoas ficaram feridas. O Lan, que inicialmente foi classificado como um tufão, causou danos em várias zonas do país. Em Maizuru, a norte de Kyoto, um rio galgou as margens, levando torrentes de água e lama para o interior de algumas casas. Em Nara, a sul de Kyoto, o andaime de um prédio desabou e o colapso parcial de uma parede numa estação de comboios em Tsuruhashi, na província de Osaka, interrompeu os serviços ferroviários locais. Os municípios locais aconselharam mais de 180 mil residentes na região a abrigarem-se em locais mais seguros, como centros comunitários. A JMA previa a queda de até 400 milímetros de chuva na região de Tokai, no centro do Japão, até à manhã de quarta-feira. A agência pediu aos moradores da área para ficarem em casa e alertou para possíveis deslizamentos de terra, inundações e tempestades. Mais de 50 mil habitações ficaram sem energia em nove províncias nas regiões central e oeste, incluindo Osaka, Wakayama, Mie e Kyoto. A tempestade, que atingiu o Japão no meio da semana do feriado budista Bon, em que os falecidos são recordados, afectou muitos japoneses que pretendiam viajar, já que muitos operadores de transporte decidiram suspender os serviços.
Hoje Macau EventosDécima edição da corrida da Oxfam acontece em Outubro Estão abertas as inscrições para a décima edição da corrida “Oxfam TowerRun”, que decorre dia 22 de Outubro na Torre de Macau e que se destina a angariar fundos para as comunidades mais vulneráveis. Segundo um comunicado da organização não governamental, com representação em Macau desde 2012, os participantes terão de cumprir, de forma individual ou em equipa, o desafio de subir 1.298 degraus desde o rés-do-chão da Torre de Macau até ao 61.º andar. A ideia é que, associado ao esforço físico e vontade de competir, exista também uma vontade de ajudar ao processo de recolha de fundos “para projectos de desenvolvimento e redução da pobreza da Oxfam, permitindo que as pessoas em situação de pobreza sejam mais resistentes face às alterações climáticas”. Além dos participantes na corrida, a Oxfam desafia ainda o público a criar as suas próprias campanhas de recolha de fundos, tendo sido criados prémios para o efeito, apoiados por patrocinadores. Seca e fome No mesmo comunicado, a Oxfam fala um pouco da sua actuação em vários países do mundo numa altura em que as alterações climáticas “estão a provocar fenómenos meteorológicos extremos em todas as regiões do mundo”, sendo que “as pessoas mais pobres são frequentemente as mais atingidas durante as catástrofes”. Só na África Oriental há cerca de 30 milhões de pessoas a passarem por períodos de crise sem comida. “A Oxfam respondeu rapidamente à crise alimentar na África Oriental, prestando ajuda imediata, mas há muito mais a fazer. Os participantes da ‘Oxfam TowerRun’ podem ajudar as pessoas que enfrentam uma seca grave e a crise alimentar, bem como as comunidades pobres de todo o mundo a combater as alterações climáticas, juntando-se ao evento”, aponta a organização. Uma vez que este é o décimo aniversário do evento, a Oxfam vai ainda criar medalhas personalizadas para todos os participantes que consigam chegar ao topo da Torre de Macau. No território, a Oxfam assume estar comprometida em “promover uma cidadania global no combate à pobreza e à desigualdade”. A ONG publica com regularidade relatórios que alertam para cenários de pobreza e catástrofes, além de desenvolver trabalho humanitário no terreno.
Hoje Macau EventosARK | Dophine Wong em exposição no Café Voyage A artista local Dophine Wong apresenta, até ao dia 12 de Setembro, a exposição “Wooden Heart”, sendo esta a quarta mostra de uma série organizada pela ARK – Associação de Arte de Macau focada nos cinco elementos da natureza. Os trabalhos de Dophine Wong representam, assim, a madeira, chamando a atenção para a importância dos sentimentos A partir deste sábado será possível ver, no Café Voyage, a quarta de cinco exposições temáticas que a ARK – Associação de Arte de Macau está a promover e que se focam nos cinco elementos da natureza, ou seja, o metal, a madeira, a água, o fogo e a terra. Os artistas participantes integram, assim, o programa “Quinteto de Arte”, nome da iniciativa. Em “Wooden Heart – Collage Visual Art Exhibition” [Arte em Madeira – Exposição de Arte Visual de Colagem], Dophine Wong, artista local, trabalha a ideia dos sentimentos recorrendo à madeira. A mostra pode ser vista até ao dia 12 de Setembro. A madeira é, aqui, utilizada como “conceito criativo”, sendo “um elemento indispensável na natureza”, descreve um comunicado da ARK sobre a exposição, que fala da “importância das árvores, que não só purificam o ar como também embelezam a natureza”. Esta exposição combina técnicas de colagem em madeira e mosaico e tem como ideia central uma expressão chinesa que significa que “as pessoas não são ervas nem árvores”, que remete para a noção de que os seres humanos “têm pensamentos e sentimentos e são facilmente tocados por coisas externas, sendo diferentes das ervas e árvores sem vida, inconscientes e sem emoções”. Assim, as pessoas têm “amor no coração e esperam ajudar os outros e ouvi-los, estando dispostos a resolver problemas e a apoiar os desfavorecidos”. Desta forma, “quais os elementos necessários para a continuação do amor?”, questiona-se. A ARK espera que, com esta mostra, “o público possa reflectir e inspirar, através das obras de arte, a sua compreensão do amor e, ao mesmo tempo, orientar o público para apreciar estas obras de vários ângulos”. Nascida em Macau, Dophine Wong fez um curso profissional de colagem, formando-se também em educação artística. Artista nas horas vagas, Dophine Wong dedica-se actualmente à pintura a óleo, ao artesanato em madeira e à arte de colagem em mosaico, que dá mote a esta exposição. Mentes criativas Desde Maio que a ARK tem vindo a mostrar as exposições temáticas, com artistas locais, dedicadas aos elementos da natureza. A primeira exposição, da autoria de Pamela Chan, teve como tema central o elemento terra. Com a série de exposições do “Quinteto de Arte”, a ARK pretende “mostrar a criatividade diversa dos artistas em relação a cada um dos elementos [da natureza] através de uma multiplicidade de formatos e interpretações”. Pretende-se também “promover o intercâmbio artístico entre os artistas e o público através das mensagens transmitidas pelas obras de arte”. O Café Voyage situa-se na Rua do Padre António Roliz, em Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaBanco central | Redução de taxa de juros para impulsionar economia O banco central da China baixou ontem a taxa de referência para empréstimos de médio prazo, visando “manter níveis de liquidez razoáveis no sistema bancário”, numa altura em que os dados económicos estão aquém das expectativas. O Banco do Povo da China (banco central) injectou o equivalente a cerca de 50 mil milhões de euros, com uma taxa de juros a um ano de 2,5 por cento. Isto representa um corte de 15 pontos base na taxa para empréstimos a instituições financeiras, face ao mês anterior. O indicador, estabelecido como referência para as taxas de juros em 2019, é usado para definir o preço dos novos empréstimos – geralmente para as empresas – e do crédito com juros variáveis, que está pendente de reembolso. O cálculo é realizado com base nas contribuições para os preços de uma série de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a empréstimos malparados – e visa reduzir os custos do crédito e apoiar a “economia real”. A decisão faz parte dos esforços do governo para “reforçar o ajuste anticíclico e estabilizar as expectativas do mercado”, segundo um despacho difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua. O banco central também anunciou a injecção de o equivalente a quase 26 mil milhões de euros, através de acordos de recompra reversa (‘reverse repo’), por um prazo de sete dias, no qual a entidade emissora compra valores aos bancos comerciais a um preço específico com o compromisso de revendê-los a um preço fixo mais tarde. A operação foi realizada com uma taxa de juro de 1,8 por cento, abaixo da taxa anterior, de 1,9 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim garante que “não há riscos” de deflação Apesar dos muitos desafios que o país tem pela frente, as autoridades mostram-se confiantes no futuro e descartam qualquer cenário de deflação A China assegurou ontem que “não existem riscos de deflação” no país, “nem agora, nem no futuro”, depois de anunciar na semana passada que o índice de preços ao consumidor entrou em território negativo em Julho. “Não existem riscos de deflação na China, nem agora, nem no futuro”, disse Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística (GNE), que, no entanto, reconheceu que a recuperação económica do país “enfrenta vários desafios”. O índice de preços ao consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga, de 0,3 por cento, em Julho. Os preços ao consumidor, que caíram para território negativo pela última vez em Fevereiro de 2021, estavam à beira da deflação há meses, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de ‘zero’ casos de covid-19, no início do ano. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. “A procura doméstica continua a crescer. O consumo de serviços, como os derivados das férias de Verão, já está a crescer, oferecendo suporte significativo”, disse Fu. No entanto, o GNE informou que as vendas a retalho, um indicador chave para medir o estado do consumo, aumentaram 2,5 por cento, em termos homólogos, em Julho, um valor inferior aos 3,1 por cento alcançados em Junho e que se mantém abaixo do esperado pelos analistas, que previam um aumento de 4,6 por cento. Também foram divulgados ontem os dados da produção industrial do país, que cresceu 3,7 por cento, em Julho, em relação ao mesmo período do ano anterior. Este valor representa uma desaceleração em relação aos dados de Junho (4,4 por cento). A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,3 por cento no final de Julho, acima dos 5,2 por cento registados em Junho, mas ainda dentro do limite máximo que as autoridades estipularam para este ano, de 5,5 por cento. Em suspenso O GNE suspendeu a publicação da taxa de desemprego jovem a partir de Agosto, devido às “mudanças económicas e sociais que exigem uma melhoria e otimização das estatísticas laborais”, depois de alguns meses em que o indicador registou recordes acima dos 20 por cento. O investimento em activos fixos aumentou 3,4 por cento, nos primeiros sete meses do ano, depois de ter subido 3,8 por cento no conjunto do primeiro semestre, o que se traduz numa diminuição que o GNE preferiu expressar em termos de comparação mensal (-0,01 por cento). “A taxa de crescimento de alguns indicadores importantes desacelerou em Julho, o que é uma flutuação normal. No geral, a produção cresceu de forma constante em Julho, o emprego manteve-se e a economia continuou o seu processo de recuperação”, disse Fu. Após um início de ano promissor, a recuperação económica pós-pandemia mostra sinais de desaceleração. A débil procura doméstica e internacional, riscos de deflação e estímulos insuficientes, a par de uma crise imobiliária e falta de confiança no sector privado são as principais causas para o abrandamento da segunda maior economia mundial, segundo os analistas.
Hoje Macau Via do MeioQiu Jin – Poesia e luta Artigo de António Izidro I Foi um século de humilhação, bullying e de dominação agressiva do Império do Meio por potências estrangeiras a partir de 1840 até à recuperação, em 1945, do último reduto no nordeste de Shangdong ocupado por japoneses e alemães. Um período de vexames na história da China, marcado pelos conflitos armados Sino-brtiânicos por causa do ópio que a Companhia das Índias Orientais inglesa introduzia ilegalmente no território chinês, para envenenar o povo e equilibrar as contas do comércio com a China, a que se seguiram os conflitos com o Japão e a França e, claro, a ocupação da Aliança das Oito Nações em 1900 (Áustria- Hungria, Alemanha França, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos da América). Pelo meio, os chineses assistiram penosamente à assinatura de tratados desiguais a coberto dos quais as potências estrangeiras obrigaram a monarquia chinesa a ceder territórios, franquear portos marítimos, incorporando nesses tratados demandas indemnizatórias para reparar as guerras. Enfim, uma China humilhada, esquartejada, repartida pelas nações invasoras, o palco que o povo chinês coabitou com matanças, saques, escravização das mulheres chinesas e tudo o que as potências estrangeiras podiam fazer para consolidar a ocupação. Qiu Jin (1875-1907) foi uma escritora defensora do feminismo e activista do movimento revolucionário de Outubro de 1911 que pôs fim ao regime monárquico. Nasceu em Fujian, filha de pai funcionário do governo e de mãe literata, pelo que Qiu Jin recebeu uma educação esmerada, especializando-se em história e literatura. Desde jovem eram já evidentes os dons de escrita e o grande patriotismo, nesse período conturbado da colonização estrangeira. Perturbava-a a incapacidade dos imperadores Qing, sofrendo derrota após derrota. Viu nascer a Rebelião dos Boxers, de 1899, movimento anti-colonislista e anti-monárquico, que foi repelido pelas tropas governamentais e a coligação das nações estrangeiras. Com o coração magoado e desfeita em lágrimas, Qiu Jin partiu, em 1904, para o Japão e aí juntou-se às estudantes chinesas em Tóquio, pregando a salvação nacional e a defesa dos direitos da mulher. Os argumentos aduzidos iriam confirmá-la como destacada líder do movimento feminista, devido também aos seus dotes oratórios. Fundou dois periódicos, “Mulher Chinesa” e “Língua Vernácula”, como base do movimento, insistindo na emergência de quebrar as correntes do feudalismo, restituir a identidade à nação e no papel da mulher na implementação de uma nova cultura chinesa. Os últimos anos da sua vida foram de maior envolvimento, tendo assumido a direcção escolar de Datong na província de Zhejiang, em cujas instalações montou o quartel do movimento, de onde eram enviados mandatários para promover a revolta. Ela própria percorria entre as cidades de Hangzhou e Xangai, delineando programas de acção e incitando o povo. No dia 6 de Julho de1907, Qiu Jin recebeu a notícia da malograda revolta da cidade de Anhuei. Após a prisão dos revoltosos, era iminente que o exército imperial também viesse cercar a escola. Aconselhada a abandonar, ela preferiu não fugir. “O sucesso de uma revolução oculta sangue”, dizia. As cores do outono Qiu é o apelido da escritora e agradava-lhe particularmente a palavra que significa outono, a estação do ano pintada pela cultura tradicional comum com as cores da desolação, dos sentimentos mórbidos. Os antigos eruditos escreviam deploravelmente que primavera era a inquietação das jovens diante do envelhecimento, vendo o tombar das flores e que no outono o sombrio tolda os olhos dos jovens, não lhes permitindo ver o fundo da estrada onde a sua heroicidade caminha. Outono esmorece a alma, e algo parecido escreveu Pessoa em Cancioneiros: Esqueço-me das horas transviadas o Outono mora mágoas nos outeiros E põe um roxo vago nos ribeiros… Hóstia de assombro a alma, e toda estradas… (…) No meu cansaço perdido entre os gelos E a cor do outono é um funeral de apelos Pela estrada da minha dissonância… Qiu Jin foi presa no dia 10 de Julho de 1907 e decapitada no dia 15. Antes da execução, deram-lhe um folha de papel para assinar a confissão. Nela, a escritora e heroína escreveu tão só sete caracteres: 秋風秋雨秋煞人 Outono ventoso, outono chuvoso, outono fatídico sobre mim se derrama As obras de Qiu Jin oferecem uma visão sumamente reveladora do seu sonho e ideal em resposta ao período histórico conturbado em que vivia. São conhecidos cerca de 13 trabalhos, entre colecções de poemas, ensaios e romances produzidos. ´Sentimentos´ e ´Hora fremente´(em chinês clássico) foram compostos durante uma viajem ao Japão, onde encetaria acções de consciencialização às jovens estudantes chineses a aderirem ao movimento feminista. Notório é o estilo da escrita, cultivando ainda uma poesia muito atrelada à forma de poetizar dos antigos, não dispensando, por exemplo, evocar exemplos da antiga história análogos à situação política do seu tempo. De resto, pode-se ler nos poemas a mágoa pela pátria decadente, sem esconder um certo o sentimento de culpa de não ter contribuído mais para a causa revolucionária. 有怀 日月无光天地昏 沉沉女界有谁援? 钗环典质浮沧海 骨肉分离出玉门 放足湔除千载毒 热心唤起百花魂 可怜一幅鲛绡帕 半是血痕半泪痕 Sentimentos Sol e lua sem luz, céu e terra em densas trevas quem deste abismo ajudará a mulher a levantar-se? Empenhei as minhas jóias para atravessar o mar, apartada da família, sigo pela Porta de Jade. Meus pés de mil venenos desenfaixo e a alma das mulheres clama, flores brancas em botão. Dói-me este pobre lenço de seda fina, metade de sangue manchado, metade em lágrimas ensopado. ____________________ Porta de Jade – antigo posto de vigia na Grande Muralha que dava acesso às regiões do nordeste. Panos dos pés – a nefasta tradição de as mulheres enfaixarem os pés com panos apertados para preservar a elegância feminina. 感时 莽莽神州叹陆沉,救时无计愧偷生。 搏沙有愿兴亡楚,博浪无椎击暴秦。 国破方知人种贱,义高不碍客囊贫。 经营恨未酬同志,把剑悲歌涕泪横! A hora fremente A pátria submersa no lamento verde de infindos prados e como pesa nada ter para salvar o país. Em grãos esparsos de areia desfez-se o reino de Chu, as armas de Buó Lang surpreenderam o reino de Qin. Pátria e povo destroçados, ainda assim se erguerão desta infausta pobreza. Deploro o esforço vão dos meus camaradas, entoo a canção triste das espadas e das lágrimas. ___________________ Os ´grãos esparsos da areia´, a desagregação que levou o Reino de Chu a sucumbir no ano 223 a.C. Buó Lang, a actual província de Henan onde Qing Shihuang, o unificador do império, foi surpreendido por um exército bem armado. A analogia que a poeta faz nestes dois episódios da antiga história com a ausência de unidade nacional da China do século XIX, feita prisioneira por nações estrangeiras manifestamente mais poderosas. Não é difícil perceber quanto esta poetisa da revolta ansiava definir-se pela masculinidade e com ela contribuir vivamente à causa revolucionária. Aprendeu as artes de cavalgar e espada, não raras vezes surpreendendo vestida à rapaz nas actividades clandestinas, depois de aos 18 anos o pai lhe ter arranjado um casamento e em vão tentado fazê-la uma dama, enlace que, porém, não acabaria bem. Os néscios, desde logo o próprio marido, não entendem a essência da sua personalidade, dirá mais tarde num poema. Se a heroicidade cumpre por regra um trajecto, o início do seu envolvimento na libertação da pátria aconteceu numa das idas à capital, onde o movimento revolucionário em curso lhe tomou a alma. A compreensão que teve do estado do país propôs-lhe novas ideias, levando-a então a tomar a decisão de empenhar-se no movimento de salvação nacional e de libertação da classe feminina. 滿江紅 – 小住京華 小住京華 早又是中秋佳節 爲籬下黃花開遍 秋容如拭 四面歌殘終破楚 八年風味徒思浙 苦將儂 強派作蛾眉 殊未屑 身不得 男兒列 心卻比 男兒烈 算平生肝膽 因人常熱 俗子胸襟誰識我? 英雄末路當磨折 莽紅塵 何處覓知音? 青衫溼 O rio corre vermelho – uma curta estadia na capital Estou na capital faz poucos dias, o festival da Lua já espreita. Flores nas cercas mostram-se amarelas, purgam de impurezas o outono Baladas de guerra ventam das quatro direcções enquanto me liberto do cerco dos inimigos. O sabor desta solidão de oito anos traz-me saudade dos aromas da minha terra. Forçaram-me a que donzela nobre me tornasse, mas neste corpo de mulher, sem poder perfilar com os homens, bate um coração masculino da ala dos que não se vergam, mescla de alma e coração por causas alheias ardia. Hoje os néscios estranham o espírito da minha essência. Os heróis passam por provações até ao fim do seu caminho Imensidão, mundo de pó, onde encontrarei uma alma gémea? Pela minha veste escorrem lágrimas _________________ «O rio corre vermelho» é um título comum a várias expressões artísticas sobretudo em poesia épica. As baladas – referem-se aos conflitos pelo poder entre os reinos de Chu e Han ( séc. 3 a.C.). Durante o cerco, as tropas de Han entoavam baladas prenunciando a queda do Reino de Chu. A mesma mágoa perante duas realidades: os problemas da nação e a saudade pela família, expressos neste desabafo a uma amiga em poema que, porém, transparece a pretensão da autora querer contornar a inquietação da alma, levando-a a compor em pusamán, uma versão vistosa usada em cânticos para danças da dinastia Tang, entoados por bailarinas da corte. Percebe-se a musicalidade da letra pusamán, que não é traduzível, mas a métrica são obrigatoriamente os versos pentassílabos e heptassilábicos. 菩薩蠻 – 寄女伴 寒风料峭侵窗户 垂帘懒向回廊步 月色入高楼 相思两处愁。 无边家国事 并入双蛾翠 若遇早梅开 一枝应寄来! Mensagem para uma amiga – poema em versão pusamán Ventos frios, janelas trespassadas, divago pela casa, as cortinas bem fechadas. De novo o luar ensopa este alto pavilhão, e invade de tristeza meu saudoso coração. No país todos os dias problemas redobrados, duas mulheres atentas, os sobrolhos arqueados. Se ameixeiras em flor, vires mais cedo este ano, pensa em mim e por favor: Manda um ramo!
Hoje Macau SociedadeBurla | Mulher enganada em compra de malas online A Polícia Judiciária (PJ) recebeu uma queixa de burla online, após uma mulher ter comprado algumas malas online, no valor de 41 mil dólares de Hong Kong, de acordo com a informação citada pelo Jornal Ou Mun. Segundo o relato, a mulher encontrou um portal online com malas de luxo do Japão, onde os preços eram metade dos praticados nos lugares de venda habituais. Atraída pelo preço, registou-se no portal e fez uma encomenda no valor de 41 mil dólares de Hong Kong. No entanto, após falar com os serviços de atendimento ao cliente, a mulher foi informada que o pagamento tinha de ser feito através da transferência bancária para uma conta, não podendo ser feito no próprio site. A mulher não viu problemas neste método e pediu ajuda ao marido para fazer a transferência. Porém, este desconfiou do método e contactou o apoio ao cliente sobre a prática pouco habitual. Do outro lado da linha, foi informado que se fizesse a transferência bancária não teria de pagar os impostos, pelo que o preço seria mais barato. Pressionado pela mulher o homem concordou com o pagamento, mas continuou a verificar o portal. Nessa altura, percebeu que havia algo de errado e tentou pedir um reembolso, porém do outro lado ninguém atendeu a chamada. Por isso, acabou por apresentar queixa junto da PJ que está a investigar o caso, sem que tenha havido qualquer detenção.
Hoje Macau SociedadeDesempregados | Apoio alimentar suspenso em 2024 O “Programa de apoio alimentar de curto prazo para as pessoas em situação de desemprego involuntário”, lançado desde o início da pandemia, deverá ser suspenso em 2024, revelou ontem o vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Tang Yuk Wa, citado pelo canal chinês da Rádio Macau. O responsável justificou a baixa probabilidade de continuar o programa com a redução drástica dos pedidos de apoio, que voltaram ao nível pré-pandémico. Já em 2022, o número de inscritos no programa de apoio ficou aquém das previsões do IAS, totalizando 1065 pedidos, volume que caiu para 277 desde o início deste ano. Apesar da provável suspensão, Tang Yuk Wa garantiu que as autoridades não vão negar auxílio a quem procurar o apoio, desde que cumpram os critérios.
Hoje Macau PolíticaDSF | Administração Pública reduz gastos com rendas A Direcção de Serviços de Finanças (DSF) afirma que os gastos públicos com o arrendamento de escritórios, armazéns e parques de estacionamento estão a diminuir. A revelação foi feita na resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok e explicada com a utilização de mais espaços próprios. Segundo os dados indicados, em Dezembro de 2019, os arrendamentos da Administração custavam 70 milhões de patacas por mês. No total dos 12 meses do ano, o valor rondaria os 840 milhões de patacas, assumindo que a renda ficou estável em todos meses anteriores do ano. Em comparação, no ano passado, em Dezembro, o gasto mensal com rendas foi de 57 milhões, o que representa uma diminuição, de cerca de 20 por cento. Se o valor de 57 milhões for assumido para todos os meses do ano, o valor total pago terá sido de pelo menos 684 milhões de patacas, o que face a 2019 significaria uma redução de 156 milhões de patacas. No entanto, segundo a DSF, a tendência de redução prolongou-se ao longo deste ano, com o valor das rendas no mês de Março a ser de 54 milhões de patacas. “A diminuição deste valor vai continuar”, prometeu a DSF. A promessa tem por base o facto de estarem a ser construídos novos edifícios para escritórios públicos nos novos aterros. Quando estes estiverem concluídos, a DSF indica que haverá mais 130 mil metros quadrados de espaço que vão poder ser ocupados como escritórios pela Administração Pública.
Hoje Macau PolíticaServiços Públicos | Coutinho pede mais transparência Pereira Coutinho defende que vários organismos públicos devem aumentar a transparência ao revelarem informações detalhadas sobre os currículos dos seus membros e ligações familiares. O assunto foi focado numa interpelação escrita, divulgada ontem, pelo gabinete do deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). Segundo o deputado, é necessário aumentar a transparência nos organismos públicos para evitar o problema dos “conflitos de interesses em que o maior prejudicado é o cidadão”. Coutinho avisa também que quando um “funcionário público coloca os seus interesses pessoais acima dos interesses colectivos que deveria servir, isso gera uma distorção na tomada de decisões […] criando desigualdades e injustiças, perpetuando a corrupção e prejudicando a equidade na distribuição dos recursos e benefícios públicos”. No sentido de evitar estes problemas, o deputado quer saber se o Governo vai implementar medidas como a obrigação de “todos os membros dos fundos, conselhos consultivos, e demais entidades ao serviço do interesse público” divulgarem nas respectivas páginas electrónicas os currículos e situação profissional. Porém, Pereira Coutinho considera igualmente que os membros devem ainda revelar os “interesses económicos, financeiros e patrimoniais” do “cônjuge, parente ou companheiro até o terceiro grau”. Por isso, questiona o Executivo se existem planos para implementar a sugestão avançada na interpelação.