FAM | Bailado, ópera, música e teatro em destaque no próximo fim-de-semana

O cartaz do Festival de Artes de Macau prossegue no próximo fim-de-semana com espectáculos para todos os gostos, desde o ballet da ópera de Lyon “A Bella Adormecida”, coreografado pelo espanhol Marcos Morau, ao concerto de Frances Yip com a Orquestra Chinesa de Macau

 

A 34.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) continua este fim-de-semana a presentear os espectadores locais com uma mescla de espectáculos de bailado, música, teatro ou ópera. Destaque para o bailado “A Bela Adormecida”, com o grupo de Ballet da Ópera de Lyon, que decorre na sexta-feira e sábado às 20h e domingo às 15h no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).

Este é, segundo o programa do FAM, um “bailado clássico transformado em conto contemporâneo” graças à coreografia do espanhol Marcos Morau. Trata-se de uma nova abordagem à “icónica partitura de Tchaikovsky transportada para o nosso tempo”, com um “poderoso elenco que irrompe através da aparente simplicidade do cenário”.

“A Bela Adormecida” é descrito como “um incontornável conto de fadas”, sendo que a leitura do grupo de Ballet da Ópera de Lyon recorre a uma “paleta de mecanismos teatrais para criar um universo meticuloso, povoado por figuras misteriosas e imagens etéreas”. Marcos Morau decidiu trazer uma história bem conhecida do público em geral para os tempos actuais, questionando “o que iria a princesa Aurora sentir se acordasse do seu longo sono no mundo actual”.

O Ballet da Ópera de Lyon regressa a Macau 19 anos depois, trazendo a produção de um coreógrafo que se tem distinguido no mundo da coreografia e do espectáculo com vários prémios, o que lhe valeu colaborações com diversas companhias.

Também este fim-de-semana, acontece outra apresentação por uma associação local, desta feita a Associação de Arte Teatral Dirks. Trata-se de “Anamnese n.º: XXXX”, que sobe ao palco do Estúdio II do CCM na sexta-feira, às 19h45, sábado, às 14h45 e 19h45, e domingo às 14h45.

Com encenação, tradução e adaptação de Ip Ka Man, esta peça é uma adaptação de “Equus”, do dramaturgo britânico Peter Shaffer. Segundo a organização do FAM, este espectáculo traz “uma pujante interpretação contemporânea desta história patológica inspirada em acontecimentos reais”.

A história centra-se no dia-a-dia de uma pequena vila onde as pessoas vivem vidas rotineiras. Contudo, uma certa noite, essa rotina aborrecida é alterada graças a um acidente que vitima um rapaz tímido e obediente que ataca seis cavalos, deixando-os cegos. A comunidade não perdoa o acto selvagem do rapaz, encaminhando-o para uma consulta de psiquiatria antes de ser julgado em tribunal. Porém, no decorrer da terapia, o médico percebe que o jovem tem uma fixação por cavalos, levando-o a questionar o que pode ser, de facto, ser considerado normal.

O lugar da música

No sábado, o FAM acontece também na sala de espectáculos do Londoner Theatre com o concerto de Frances Yip com a Orquestra Chinesa de Macau, às 20h.

Conhecida por ser a “Rainha da Canção”, Frances Yip, natural de Hong Kong, é uma conhecida voz da música pop que sobe ao palco neste concerto com uma roupagem musical mais clássica.

Desde os anos 80 que Frances Yip se tornou conhecida no panorama musical graças à interpretação do tema “The Bund”. “Poderosa, mas terna, a sua voz é um deleite para quem a ouve”, descreve a organização do FAM, sendo que ao longo de mais de 50 anos “inúmeras das suas canções em cantonense tornaram-se bastante conhecidas”, ao ponto de fazerem parte das bandas sonoras de muitas das telenovelas produzidas em Hong Kong nos anos 80 e 90.

Neste espectáculo integrado no FAM Frances Yip apresenta “o seu melhor repertório”, tendo como maestro Chew Hee Chiat e Bo Luk como convidado especial.

Outro destaque do FAM para este final de semana, é uma peça de teatro que traz uma nova visão do clássico “Mcbeth”, de William Shakeaspeare. “Macbettu”, da autoria do Teatro Sardenha, apresenta-se este sábado e domingo às 19h45 no pequeno auditório do CCM.

Com encenação e cenografia do italiano Alessandro Serra, “Macbettu” é feito com um elenco completamente masculino, apresentando “uma história de ambição e traição”. O público poderá ver “um espectáculo de imagens, sons e gestos hipnotizantes”, que leva os espectadores ao passado. Com “Macbettu”, revisitam-se “arquétipos clássicos através de rituais ancestrais, um conflito de personagens contra as forças primordiais da natureza”. “Um espaço vazio é esparsamente povoado por rochas, poeira, ferro e sangue, cruzado pela fisicalidade marcial dos actores. O cenário sombrio delineia locais e evoca presenças numa peça que consagrou o trabalho de Serra na cena internacional”, refere ainda a organização.

O FAM sai também das principais salas de espectáculo locais para se apresentar nos bairros comunitários. “Disse Ela”, da companhia Chan Meng, apresenta-se este sábado e domingo, às 20h, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM), no bairro de São Lázaro.

Este espectáculo remete para a história do próprio local onde se apresenta, pois o albergue foi, outrora, um abrigo para os pobres, tendo sido conhecido como “Casa dos Avós” após a II Guerra Mundial, tendo acolhido mais de 100 idosas.

No pátio situado no meio dos dois edifícios antigos apresenta-se “Disse Ela”, em que uma senhora “dança graciosamente sob as árvores, como se quisesse contar algo e partilhar o que lhe vai na mente”. Esta é uma produção de dança teatral com ligação ao ambiente que rodeia o próprio espectáculo, e que aborda “o tema da individualidade feminina, funde o movimento com canções de ópera cantonense e integra elementos musicais chineses e ocidentais”.

Na Casa do Mandarim tem lugar o espectáculo de ópera chinesa Kunqu “As Cadeiras”, da Companhia de Ópera Kunqu de Xangai. As apresentações acontecem este sábado e domingo às 17h. A dramaturgia original deste espectáculo é da autoria de Eugène Ionesco, apresentado em 1952, com o texto a ser adaptado por Yu Xiating.

“As Cadeiras” trata-se de um “espectáculo minimalista que nos leva a reflectir sobre o sentido da vida, o amor, solidão e o mundo que nos rodeia”, fazendo uma fusão entre o teatro e uma das mais antigas formas de ópera chinesa, o Kunqu, com origem na dinastia Yuan e que combina gestos, poesia, canto e dança.

A história acontece numa ilha deserta onde se encontra um casal de velhos que coloca cadeiras prontas para acolher uma série de convidados invisíveis. São eles “amigos de longa data e os primeiros amores, as suas crianças e o próprio imperador”. Surge depois um último convidado que revela ao casal que tudo aquilo não passa de uma ilusão, e que “as suas vidas foram apenas um sonho absurdo”.

“As Cadeiras” tem estado em digressão mundial, tendo estreado no Japão e passado por salas de espectáculo na China, Rússia e Albânia.

21 Mai 2024

Taiwan | Pequim adverte que busca pela independência é “um beco sem saída”

A China advertiu ontem que os esforços para alcançar a independência conduziriam Taiwan a um “beco sem saída”, após a tomada de posse do novo líder do território, William Lai. “A independência de Taiwan é um beco sem saída”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

“Independentemente da forma ou da bandeira que assuma, a busca da independência e da secessão de Taiwan está condenada ao fracasso”, acrescentou o porta-voz. O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente.

Lai foi descrito por Pequim como um “separatista perigoso” pelas suas declarações anteriores a favor da independência de Taiwan, embora o novo líder tenha suavizado a sua retórica e, no discurso da tomada de posse se tenha comprometido a manter o status quo, sem declarar independência. Antes da tomada de posse de Lai, o Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês declarou que “a independência de Taiwan e a paz no Estreito” eram “como a água e o fogo”.

21 Mai 2024

Jiangxi | Pelo menos cinco feridos num ataque à faca em escola primária

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas num ataque ocorrido hoje numa escola primária na cidade de Guixi, na província de Jiangxi, no centro da China. O incidente ocorreu por volta das 12:00 horas locais durante o intervalo do almoço, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. As identidades e idades dos feridos ainda não foram confirmadas. As autoridades locais e os serviços competentes estão no local, que foi isolado.

O departamento de segurança pública da cidade está a levar a cabo uma investigação para determinar a causa do incidente e a identidade do autor, sobre o qual ainda não foi divulgada qualquer informação, nem se sabe se foi detido. O governo local lançou um apelo de emergência a dadores de sangue para ajudar os feridos.

Embora a China seja geralmente um país seguro, os ataques em locais públicos – como escolas – são relativamente comuns. A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento.

No início do mês, um ataque à faca num hospital na província de Yunnan resultou em dois mortos. Em Julho passado, um homem atacou um jardim-de-infância na cidade de Lianjiang, na província de Guangdong, no sudeste do país, matando seis pessoas e ferindo outra.

21 Mai 2024

Morte de Raisi é uma “grande perda para o povo iraniano”, diz Xi Jinping

O Presidente chinês, Xi Jinping, classificou ontem a morte do homólogo iraniano Ebrahim Raisi como trágica e uma “grande perda para o povo iraniano”, divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O Presidente Xi Jinping sublinhou que a sua morte trágica foi uma grande perda para o povo iraniano e que o povo chinês perdeu um bom amigo”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

A última visita de Estado do Presidente chinês ao Irão ocorreu em Janeiro de 2016, mas Xi comprometeu-se a visitar novamente o país, durante uma visita de Raisi a Pequim, no ano passado. Parceiros políticos e económicos, os dois países enfrentam pressões por parte do Ocidente, nomeadamente devido às suas posições face à invasão da Ucrânia pela Rússia.

O Irão enfrenta também duras sanções dos Estados Unidos, devido ao seu programa nuclear. O conflito em Gaza veio agravar as tensões entre Teerão e Washington. Durante a visita de Raisi a Pequim, os dois países apelaram ao levantamento das sanções, dizendo que “garantir os dividendos económicos do Irão” é uma “parte importante” do acordo nuclear, assinado em 2015.

As duas partes assinaram então uma série de documentos de cooperação bilateral que abrangem áreas como a agricultura, comércio, turismo, proteção ambiental, cultura ou desporto. Pequim já tinha assinado em 2021, um vasto acordo estratégico de 25 anos com Teerão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como a energia, segurança, infra-estruturas e comunicações.

Nação inabalável

As equipas de socorro iranianas recuperaram ontem os restos mortais de Ebrahim Raisi e dos outros oito passageiros que seguiam no helicóptero que se despenhou no domingo no noroeste do Irão, anunciou o Crescente Vermelho.

O helicóptero que transportava também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, despenhou-se na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país. Poucas horas antes, o Governo iraniano confirmava a morte de Rasi, acrescentando que o desastre não vai causar “qualquer perturbação na administração” do país.

21 Mai 2024

Diplomacia | Cazaquistão e China em sintonia na véspera de reunião de bloco de segurança regional

Os representantes da diplomacia dos dois países acertaram agulhas para o encontro que junta ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Organização de Cooperação de Xangai na próxima terça-feira em Astana

 

O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Murat Nurtleu, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, manifestaram ontem o seu entendimento antes da reunião dos chefes da diplomacia dos países da Organização de Cooperação de Xangai, que arranca na terça-feira, em Astana.

“Apesar das dificuldades e desafios da actual situação internacional, os nossos países partilham posições semelhantes em muitas questões da agenda internacional e regional”, afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Murat Nurtleu, após uma reunião com Wang Yi. Nurtleu acrescentou que Astana e Pequim se apoiam mutuamente e interagem no âmbito da ONU, da Organização de Cooperação de Xangai, da Conferência sobre Interação e Medidas de Confiança na Ásia, bem como em outras plataformas internacionais.

“A China é o nosso maior parceiro comercial e económico. No final do ano passado, o volume do comércio bilateral aumentou 30 por cento, atingindo um nível recorde de 41 mil milhões de dólares”, recordou o ministro cazaque. Sublinhou também que Pequim está também entre os cinco maiores investidores na economia do Cazaquistão.

Wang salientou que o comércio entre as duas partes está a crescer mais rapidamente do que o previsto e que os dois países estabeleceram objectivos “mais ambiciosos”. “Entre os 45 projectos de cooperação na esfera industrial, 25 já foram concluídos”, disse, apontando iniciativas nos domínios da metalurgia, energia ou engenharia mecânica.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou que a “confiança política” entre Pequim e Astana está a reforçar-se e que os dois países se ajudam mutuamente quando um deles “enfrenta dificuldades”. Sublinhou ainda que Astana apoia a posição da China sobre Taiwan, “uma parte inalienável da China”, no mesmo dia em que o novo líder da ilha tomou posse.

Ponto estratégico

O Cazaquistão ocupa uma posição-chave na iniciativa chinesa “Faixa e Rota”, que visa abrir novas vias comerciais através da construção de portos, auto-estradas, linhas ferroviárias e outras infra-estruturas, visando ligar o leste da Ásia à Europa, Médio Oriente e África.

A Organização de Cooperação de Xangai foi criada em 2001 e reúne China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Índia, Paquistão e Irão. A Bielorrússia, com estatuto de observador, deve juntar-se, em breve. A Rússia e a China fundaram o bloco em 2001, como contrapeso às alianças dos Estados Unidos no sudeste da Ásia e Índico. Não se tratando de uma aliança formal, o grupo coopera em assuntos de segurança regional.

21 Mai 2024

Inovação | Associação local assina acordo com Governo angolano

A Associação de Empreendedorismo e Inovação em Macau – China e Países de Língua Portuguesa (AEIMCP-MACAU), responsável pela gestão e organização do programa “929 Challenge”, assinou um acordo com o Governo angolano, nomeadamente o Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) de Angola. O memorando de entendimento, assinado na sexta-feira, tem por objectivo “fortalecer os ecossistemas de empreendedorismo e inovação entre as duas regiões”, aponta um comunicado de imprensa.

Cria-se, assim, uma “parceria estratégica entre as duas organizações para facilitar a troca de informações, o desenvolvimento colaborativo de projectos inovadores e a criação de oportunidades de negócios para startups e empreendedores em Angola e Macau e China”.

Citado pela mesma nota, João Muinguilo Lunda Nkosi, presidente do conselho de administração da INAPEM, disse que a parceria “representa um passo significativo nos esforços para apoiar o crescimento de empresas inovadoras e conectar os ecossistemas empreendedores de Angola e Macau e China”. “Ao tirarmos partido das nossas respectivas forças e redes, pretendemos criar novos caminhos para que as startups e os empreendedores prosperem em ambos os mercados”, acrescentou.

Por sua vez, Marco Duarte Rizzolio, presidente da AEIMCP-Macau, disse que o acordo “é testemunho da crescente importância dos laços empreendedores entre Angola, Macau e China”. “Ao trabalharmos em conjunto, podemos tirar partido das nossas respectivas forças e recursos para criar novas oportunidades de inovação e crescimento económico em ambas as regiões”, rematou.

21 Mai 2024

PME | Pedidas medidas de apoio ao consumo

Para garantir a sobrevivência das empresas locais, a Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau defende a necessidade de o Governo lançar as medidas de apoio ao consumo interno, como aconteceu durante o período da pandemia.

Ouvido pelo jornal Ou Mun, o presidente da associação, Fong Kin Fu, justificou que desde a segunda metade do ano passado, o modelo do consumo de residentes e de turistas mudou, fazendo com que o volume de negócio nos bairros residênciais se mantenha baixo. Segundo Fong, também as zonas turísticas mais próximas destes bairros apresentam igualmente um consumo reduzido.

Fong Kin Fu apontou que apesar de o Governo ter desenvolvido muitos esforços para promover mudanças nos bairros, como por exemplo, estabelecer mais sítios para as pessoas tirarem fotografias para partilharem nas redes sociais, estes apoios ao ambiente de negócios são limitados e não alteram os padrões de consumo.

O responsável apontou também que o programa “grande prémio para o consumo na Zona Norte durante os fins-de-semana”, lançado para promover o consumo naquela zona da qualidade, tem atribuído cada vez menos ofertas de vales de consumo, o que faz com que o impacto seja muito limitado.

Face ao contexto actual, Fong Kin Fu defende que o Governo deve voltar às medidas de promoção do consumo adoptadas durante a pandemia, porque existe o risco de várias Pequenas e Médias Empresas não conseguirem sobreviver nas condições actuais.

21 Mai 2024

Quadros qualificados | Programa de captação valoriza português

Os novos programas apresentados ontem pelo Governo foram justificados por Ho Iat Seng com a necessidade de implementar a “diversificação adequada da economia”. A aposta visa as áreas da farmacêutica, desporto e cultura

 

O Governo anunciou ontem dois programas para captar “quadros altamente qualificados” e “profissionais de nível avançado” dos sectores farmacêutico, cultural e desportivo, cujos critérios valorizam o conhecimento da língua portuguesa. De acordo com os despachos do Chefe do Executivo, publicados no Boletim Oficial, os programas, que irão entrar em vigor na terça-feira, têm como objectivo “impulsionar o desenvolvimento das indústrias chave”.

Nos despachos, Ho Iat Seng defendeu que o sector farmacêutico é “necessário à diversificação adequada da economia”. Os programas apontam para áreas como a investigação de medicamentos inovadores, o desenvolvimento de tecnologias médicas inteligentes e a investigação em medicina farmacêutica e em biologia.

O despacho dá ainda prioridade aos membros da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia de Engenharia portuguesa, da Academia Brasileira de Ciências ou da Academia Nacional de Engenharia brasileira. No caso dos sectores cultural e desportivo, o Governo aponta como prioridades áreas como a “formação desportiva para participação em competições” e o desenvolvimento de “produtos culturais e desportivos”.

Os candidatos aos programas têm de possuir pelo menos uma licenciatura, 21 anos ou mais e obter pelo menos 200 pontos numa lista de critérios que inclui a experiência profissional e as competências linguísticas. Um candidato pode obter até 10 pontos se “possuir boa capacidade de expressão em duas línguas de entre o chinês, português ou inglês”, de acordo com os critérios dos dois programas.

Para inglês ver

Estes dois programas surgem no âmbito de uma lei, que entrou em vigor a 1 de Julho, e que procura captar para Macau quadros qualificados, entre eles Prémio Nobel, nomeadamente com benefícios fiscais. Os quadros qualificados poderão gozar de isenção do imposto do selo sobre a transmissão de bens ou sobre aquisição de bens imóveis destinado ao exercício de actividade própria, assim como isenção da contribuição predial urbana.

Terão também isenção do pagamento do imposto complementar de rendimentos, assim como benefícios para efeitos do imposto profissional, caso sejam contratados por empresas locais. Os primeiros programas a serem implementados no âmbito desta lei pretendiam captar peritos em tecnologia de ponta e no sector financeiro.

O Governo de Macau definiu como aposta para os próximos anos o investimento em indústrias que podem absorver quadros qualificados, como é o caso do sector financeiro e das áreas de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico. O plano de diversificação da economia até 2028 prevê uma aposta nos serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa.

21 Mai 2024

Pyongyang | Lançado novo míssil e prometido reforço de “força nuclear”

O líder da Coreia do Norte prometeu aumentar “a força nuclear” do país, informou sábado a agência de notícias estatal KCNA, confirmando ainda o lançamento, na sexta-feira, de um míssil balístico tático. Kim Jong-un supervisionou o teste de lançamento no mar do Japão, no âmbito de uma missão para avaliar a “precisão e fiabilidade” de um novo sistema de navegação autónomo, de acordo com a KCNA. O líder norte-coreano disse estar “muito satisfeito” com o teste.

No mesmo dia, Kim visitou uma fábrica de produção militar e apelou para que “a força nuclear seja reforçada com maior rapidez (…) sem interrupção ou hesitação”, ainda segundo a agência estatal. “Os inimigos terão medo e não se atreverão a brincar com o fogo até testemunharem o sistema de combate nuclear do nosso Estado”, afirmou Kim. O Estado-Maior Conjunto sul-coreano disse na sexta-feira que a Coreia do Norte disparou um míssil balístico ao largo da costa oriental do país.

Especialistas avaliam que a Coreia do Norte poderá pensar que um arsenal de armas ampliado vai aumentar a influência de Pyongyang em futuras conversas com Washington, escreveu a agência de notícias norte-americana Associated Press.

Na sexta-feira, a Coreia do Norte negou também que o país tenha exportado armas para a Rússia, ao definir a especulação sobre a transferência de armamento entre Pyongyang e Moscovo como “o paradoxo mais absurdo”, de acordo com ‘media’ estatais.

“Não temos intenção de exportar as nossas capacidades técnicas militares para qualquer país ou de as abrir ao público”, disse Kim Yo-jong, influente irmã do líder norte-coreano, num comunicado divulgado pela imprensa. Especialistas estrangeiros acreditam que a recente série de testes de artilharia e mísseis de curto alcance da Coreia do Norte se destina a examinar ou publicitar as armas que planeava vender à Rússia.

20 Mai 2024

Futebol | Estrelas portuguesas em Macau 22 anos depois

Antigas estrelas do futebol português jogaram ontem em Macau, 22 anos depois de a selecção, uma das favoritas para o Mundial2002, ter chegado para um estágio que mudou a imagem de Portugal na região chinesa.

Vítor Baía, Pauleta, Nuno Gomes e Luís Figo – acabado de conquistar a Liga dos Campeões pelo Real Madrid e um ano depois de ser o segundo português a vencer a Bola de Ouro, 35 anos depois de Eusébio – faziam parte dos convocados liderados por António Oliveira que participaram no Mundial realizado na Coreia do Sul e no Japão.

Joseph Tam Lao San era na altura um jovem jornalista da televisão pública de Macau, a TDM, e não perdeu a oportunidade de tirar uma foto com Figo. “Aquela era vista como a ‘geração de ouro’ de Portugal”, disse Tam. Dois anos e meio depois da administração de Macau ter passado para a China, em 20 de Dezembro de 1999, o sentimento da população em relação a Portugal ainda era misto. Mas a passagem da selecção ajudou a mudar mentalidades.

Joseph Tam não perdeu a oportunidade de mostrar a Figo a foto tirada há 22 anos. O antigo internacional português, de 51 anos, riu-se e não se fez rogado a autografar a imagem já meio amarelada.

“Trouxe-me mesmo boas memórias”, disse Tam, que actualmente continua a trabalhar na TDM, mas que nas duas décadas que passaram teve uma segunda vida, ligada precisamente ao futebol.

Tam foi o treinador que levou a equipa de futebol masculina de Macau – cuja estrela era o luso-sul-africano Nicholas Torrão – ao maior feito da sua história, a final da Taça da Solidariedade 2016, então a segunda principal competição para selecções da Ásia.

Jornalistas de Hong Kong, da China continental e até do Japão vieram a Macau para acompanhar ontem o jogo contra uma equipa do sul da China e, no sábado, um treino com jovens futebolistas de Macau.

Chui Man Hou, o pai de um deles, não perdeu um segundo do que se passava no treino, com uma camisola da seleção portuguesa ao ombro. “Ele só tem oito anos, é demasiado novo para saber quem são estes jogadores”, admitiu.

Mas Chui recorda-se bem de 2002, da vitória por 2-0 num amigável em Macau contra a China – que desde então não voltou a qualificar-se para um Mundial – e de acompanhar os jogos de Portugal nesse Mundial, em que acabou por não passar da fase de grupos, face às derrotas com Estados Unidos (3-2) e Coreia do Sul (1-0). Pelo meio, a equipa das ‘quinas’ ainda venceu a Polónia (4-0). “O meu preferido era o Figo”, disse.

Figo maduro

O antigo Bola de Ouro foi a grande estrela durante o jogo de ontem, marcando dois dos golos com que a equipa portuguesa venceu, por 11-4, para satisfação dos milhares de pessoas presentes no Macau Dome, muitas com camisolas e cachecóis de Portugal.

“Para nós, é uma alegria poder estar aqui, de volta a Macau, depois de tantos anos e podermos festejar com tanta gente local e também portuguesa”, disse Figo, referindo-se às comemorações dos 25 anos da transferência de soberania do território. Chui Sai On, o anterior líder do Governo, foi o convidado de honra do jogo de ontem.

20 Mai 2024

Broadway | Teatro “Varinha Mágica Musical III” a 8 de Junho

O Teatro Broadway, no empreendimento Broadway Macau, no Cotai, acolhe a 8 de Junho, às 16h, o espectáculo de teatro musical “Varinha Mágica Musical III – Jornada das Cordas para o Oeste”, protagonizado pela Orquestra Chinesa de Macau.

O espectáculo, segundo uma nota do Instituto Cultural (IC) integra elementos de música chinesa e teatro e é constituído por um coro acompanhado de instrumentos de cordas friccionadas, uma das quatro principais categorias instrumentais da orquestra chinesa. Assim, convida-se “espectadores de diferentes faixas etárias a apreciar o charme de música chinesa de forma divertida e vívida”.

O espectáculo “Varinha Mágica Musical” é um teatro musical para famílias “muito bem acolhido pelo público”, descreve o IC, sendo que nesta apresentação em Macau o maestro será Dedric Wong, maestro residente da companhia de música Ding Yi de Singapura. Sam Lau, famoso actor de teatro musical cantonense de Hong Kong, irá também participar no espectáculo como co-realizador, argumentista e actor, bem como o grupo “Water Singers” e a actriz Lei Sam I.

Com o tribunal Kaifeng da dinastia Song como pano de fundo, os espectadores irão testemunhar, ao ritmo da música, a história do juiz Bao, famoso na história da China, que “com a sua inteligência extraordinária defendeu a justiça em julgamentos empolgantes”.

Promete-se, assim, a apresentação de um “espectáculo fascinante com várias peças musicais de diferentes estilos”, com o objectivo de “aprofundar os conhecimentos do público sobre os instrumentos de cordas friccionadas e de levar tanto pais como filhos a desfrutarem de uma viagem fantástica e lúdica de música de cordas”.

Os bilhetes já estão à venda e custam entre 150 e 200 patacas. O espectáculo é destinado a público com idade igual ou superior a três anos e tem uma duração de cerca de uma hora, sem intervalo.

20 Mai 2024

Concerto | “Chuva de Pétalas” no CCM em Junho

Está marcado para os dias 8 e 9 de Junho o espectáculo “Chuva de Pétalas, Uma Reimaginação Orquestral: Criação Híbrida da Princesa Floral”, integrado na temporada de concertos da Orquestra de Macau (OM). O evento acontece a partir das 20h no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).

Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), apresenta-se “música orquestral de grande escala” com adaptação da obra “Princesa Floral”, da autoria do dramaturgo Tong Tik-sang.

“Esta grande composição orquestral constitui uma integração interdisciplinar da ópera cantonense e da música ocidental”, descreve ainda o IC, sendo que, durante o espectáculo, serão exibidos excertos reeditados do filme “Princesa Floral”, com Yam Kim-fai e Pak Suet-sin como protagonistas. Assim sendo, apresenta-se ao público “o clássico intemporal de ópera cantonense de uma forma criativa e inovadora”.

Coube a Lee Che-yi, compositor e harpista de Taiwan, realizar o alinhamento orquestral de “Chuva de Pétalas”, sendo também o maestro do concerto interpretado pela OM. Os bilhetes para este espectáculo já estão à venda e custam entre 150 e 300 patacas.

20 Mai 2024

Fotografia | Associação propõe abordagem ao retrato em concurso

É hoje lançada oficialmente a quinta edição do concurso fotográfico anual da “Somos – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” que, desta vez, tem o retrato como tema principal. A ideia é que os candidatos apresentem imagens de pessoas que fazem parte da ideia de lusofonia

 

Uma associação de Macau lança hoje um concurso de fotografia dirigido às comunidades lusófonas que propõe uma abordagem ao retrato, com foco na “herança identitária e cultural”, disse à Lusa a presidente da Somos – ACLP.

“Em cada rosto, um legado colectivo” é o tema da 5.ª edição do concurso fotográfico da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP). A proposta para este ano vai, pela primeira vez, para a fotografia de retrato, com destaque para a “herança identitária e cultural” do universo de países ou regiões onde se fala português, explicou à Lusa Marta Pereira.

“Não é só o retrato em si, gostaríamos que as fotografias fossem além dos próprios rostos e identificassem os elementos que compõem a comunidade lusófona”, indicou. A organização desafia ainda os concorrentes a evidenciarem “os elementos distintivos que vão além dos limites geográficos e são comuns e transversais a todo o universo lusófono”, lê-se num comunicado da Somos – ACLP.

“Simultaneamente, devem ser reflectidos os elementos intergeracionais, o legado cultural, herdado e mantido pelas comunidades lusófonas, cativados em aspectos do quotidiano, tradições e costumes, ou mesmo características físicas”, afirma-se na nota.

O concurso destina-se “a todos os cidadãos dos países e regiões da lusofonia ou residentes de Macau” com trabalhos realizados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu.

Júri lusófono

Às três imagens vencedoras vão ser atribuídos prémios no valor de dez mil patacas, cinco mil patacas e 3.500 patacas, prevendo-se ainda a atribuição de menções honrosas.

A avaliação dos trabalhos cabe a um júri de seis profissionais da fotografia, presidido pelo fotojornalista português radicado em Macau Gonçalo Lobo Pinheiro e que conta ainda com Osvaldo Silva (Angola), Maria João Gala, António Azevedo (Portugal), Paulo Salgado (Brasil) e Alan Leon (Macau).

As imagens vão integrar uma exposição da associação, em Setembro, em Macau, com curadoria de Francisco Ricarte, e que vai incluir outras fotografias seleccionadas pelo júri “pela sua relevância ou valor para o tema do concurso fotográfico e para o propósito da Somos – ACLP, de projectar a dimensão cultural da lusofonia, assim como o papel de Macau enquanto plataforma que une a China e os países ou regiões de língua portuguesa”, ainda de acordo com a associação.

Para “assinalar o sucesso” da iniciativa fotográfica anual, a Somos – ACLP vai ainda editar um catálogo de fotografia que reúne as melhores imagens dos últimos cinco anos”, refere-se no comunicado.

A inscrição no concurso fotográfico é gratuita e pode ser efetuada através do formulário que se encontra no ‘site’ da associação (www.somosportugues.com) entre 20 de Maio e 20 de Junho.

20 Mai 2024

Rússia | Putin oferece energia barata e vantagens a investidores chineses

O Presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu na passada sexta-feira à China a possibilidade de se abastecer com energia a preços acessíveis e prometeu vantagens para as empresas do país asiático que invistam em território russo.

“A Rússia está pronta e é capaz de fornecer à economia, às empresas, às cidades e às aldeias da China energia, luz e calor a preços acessíveis e respeitadores do ambiente, de forma ininterrupta e fiável”, afirmou Putin, no seu discurso de abertura da oitava Expo Rússia-China, na cidade de Harbin, província de Heilongjiang, no nordeste chinês.

O Presidente russo sublinhou que a parceria entre os dois países no sector energético, que considerou um “apoio fiável ao mercado mundial da energia”, continuará a crescer no futuro.

Saudando o interesse das empresas chinesas em produzir na Rússia, Putin disse que oferecerá aos investidores “vantagens económicas, assistência e apoio” e a utilização da tecnologia do país e “pessoal altamente qualificado”.

O Presidente russo voltou a enaltecer a relação comercial entre Moscovo e Pequim, numa altura em que ambos os países estão sujeitos a sanções económicas e taxas alfandegárias punitivas impostas por terceiros devido à guerra da Ucrânia, no caso do primeiro, e por razões comerciais, no caso do segundo.

“Penso que podemos estar orgulhosos dos resultados dos nossos laços económicos”, afirmou Putin. O comércio entre China e Rússia registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3 por cento, para 240 mil milhões de dólares.

20 Mai 2024

Pequim anuncia medidas para combater crise imobiliária após queda de quase 10% nos preços

A China anunciou na sexta-feira novas medidas para revigorar o sector imobiliário, depois de os últimos dados terem revelado que os preços da habitação caíram quase 10 por cento desde o início do ano. O banco central anunciou que vai reduzir a entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitação.

O mercado da habitação na China está em declínio há vários anos, após Pequim ter adoptado medidas contra o endividamento excessivo das construtoras, arrastando consigo um vasto leque de outros sectores – como o mobiliário e electrodomésticos. Muitos projectos estão agora parados, por acabar.

He Lifeng, vice-primeiro-ministro, disse que as autoridades vão implementar políticas adequadas a cada cidade e “travar a dura batalha de lidar com o risco de habitação inacabada”.

“Vamos avançar solidamente com tarefas – chave como a garantia de entrega de habitação e a absorção da habitação comercial existente”, disse He Lifeng, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, durante uma teleconferência de alto nível sobre políticas imobiliárias.

O esforço para atrair mais famílias para a compra de casa ganhou ímpeto depois de medidas anteriores, como a redução das taxas de juro e o financiamento apoiado pelo Governo, não terem conseguido atrair compradores para o mercado, numa altura em que os promotores imobiliários se debatem com a entrega de habitações já prometidas e pagas.

A crise tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas.

Procura-se procura

O Banco Popular da China anunciou que, a partir de sábado, a taxa de juro para empréstimos de cinco anos para compra de habitação vai ser reduzida em 0,25 por cento para 2,35 por cento. A taxa para os empréstimos a mais de 5 anos cai também 0,25 por cento, passando para 2,85 por cento.

A entrada mínima para os empréstimos para primeira habitação será de 15 por cento do preço de compra. Para as segundas habitações, será de 25 por cento, segundo a agência.

O Gabinete Nacional de Estatística do país reconheceu que a procura interna – despesas dos consumidores e das empresas – continua a ser “insuficiente” e afirmou que o Governo está a estudar novas formas de revitalizar a indústria imobiliária, depois de os preços da habitação terem caído 9,8 por cento entre Janeiro e Abril, em termos homólogos.

“A complexidade, a gravidade e a incerteza da actual conjuntura externa estão a aumentar significativamente. A procura interna efectiva é insuficiente, a pressão sobre as empresas é elevada e existem muitos riscos e perigos ocultos”, afirmou Liu Aihua, porta-voz do gabinete. “A base para a recuperação precisa de ser reforçada”, disse.

20 Mai 2024

Ucrânia | Pequim critica Estados Unidos por “procurarem inimigos em vez da paz”

A mentalidade de “guerra fria” continua a ser apontada por Pequim como um erro crasso dos Estados Unidos que são igualmente acusados de alimentarem a guerra em vez de procurarem soluções de paz

 

A China criticou na passada sexta-feira os Estados Unidos pela sua “lógica de preto e branco” e por “procurar inimigos em vez da paz”, referindo-se às recentes declarações de um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano sobre a guerra na Ucrânia.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, acusou Washington de manter uma “mentalidade de Guerra Fria” e de ser “parcialmente responsável pela eclosão e escalada do conflito na Ucrânia”.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, afirmou na passada quinta-feira que a China não pode “ter o seu bolo e comê-lo também”, afirmando simultaneamente ter “relações boas, fortes e profundas” com a Europa, enquanto “alimenta a maior ameaça à segurança europeia desde há muito tempo”, referindo-se à aproximação de Pequim a Moscovo.

Wang disse em conferência de imprensa que a China “não é nem criadora nem parte” do conflito e que “sempre promoveu a paz e o diálogo”. O porta-voz chinês instou os EUA a “não culparem a China pelo conflito”, a “não tentarem criar divisões entre China e Europa” e a “não deitarem achas para a fogueira”.

Wang apelou a Washington para que “tome medidas práticas para a resolução política da crise ucraniana”, evitando mais uma vez chamar guerra ao conflito e mantendo a equidistância enquanto o Presidente russo, Vladimir Putin, está em visita oficial ao país asiático.

Pressão ocidental

Num encontro em Pequim, na quinta-feira, o líder russo e o Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmaram as suas boas relações, frustrando as esperanças ocidentais de que Pequim fosse pressionar Moscovo a pôr fim à guerra. As declarações da China surgem num período de tensões crescentes entre o país asiático e os Estados Unidos sobre a guerra.

Washington acusou Pequim de fornecer a máquina de guerra russa, enquanto a China negou essas acusações e apelou a um cessar-fogo e a negociações “tendo em conta os interesses de todas as partes”.

20 Mai 2024

Portas do Cerco | Leong Hong Sai critica cheias no terminal

Leong Hong Sai considera que a fuga de água que afectou o Terminal Rodoviário Subterrâneo nas Portas do Cerco, a 4 de Maio, afectou a imagem turística de Macau e transmitiu uma falsa ideia de insegurança.

“Apesar de não ter afectado o funcionamento dos serviços de autocarros e o embarque e desembarque de passageiros, afectou negativamente a imagem de Macau como destino turístico, tendo-se mesmo tornado a primeira impressão de Macau para muitos turistas”, afirma o deputado dos Moradores, numa interpelação escrita.

Leong defende igualmente que a prioridade no serviço de autocarros público tem sido sempre a segurança, porém, este tipo de incidentes contraria esse esforço. Por isso, apelou ao Executivo para melhorar a segurança das obras realizadas na rede de transportes públicos e resolver outros problemas, relacionados com a segurança pública.

“A elevada taxa de defeitos das infra-estruturas de transportes e das instalações auxiliares de Macau não só mancha a imagem de Macau como destino turístico, mas também constitui um problema de segurança pública que requer melhorias urgentes”, acrescentou.

No que diz respeito à rede de autocarros, Leong Hong Sai criticou também a distribuição actual e revelou ter recebido várias queixas dos residentes, pelo facto do autocarro número H3 ser o único que se dirige ao Hospital das Ilhas, através de Seac Pai Van. Além do número ser considerado insuficiente, Leong apontou que uma das queixas passa pelo facto de o serviço ser suspenso às 21h30, como se a população não tivesse necessidade de recorrer ao hospital depois disso.

20 Mai 2024

Clima | Pedida preparação para situações extremas

Depois de no final de Abril ter caído granizo em Macau, o deputado Ngan Iek Hang considera que o território está cada vez mais exposto ao que diz serem “condições meteorológicas extremas” e pretende saber como é que o Governo vai reagir à nova realidade.

“O Governo tem continuado a melhorar o quadro da protecção civil e a optimizar o trabalho da protecção civil”, começou por realçar numa interpelação escrita. “No entanto, com a ocorrência frequente de condições meteorológicas extremas em Macau nos últimos anos, é necessário reforçar os nossos esforços nos domínios da previsão de condições meteorológicas extremas, da melhoria da capacidade de resistência das nossas infra-estruturas, bem como da publicidade e educação”, acrescentou.

Afirmando que o granizo mostra que as chuvas atingiram um ponto que não é comparável com qualquer outra altura nos últimos 10 anos, Ngan Iek Hang questiona como é que o Governo vai melhorar o sistema de alerta para este tipo de fenómenos e os mecanismos de resposta.

Além da necessidade de introduzir melhorias no mecanismo actual, Ngan defende que deve haver um aumento da cooperação com as regiões vizinhas, embora sem indicar como esta cooperação poderia melhorar a resposta local e em que moldes tal seria feita.

Por outro lado, Ngan Iek Hang alerta que uma boa forma de lidar com as chuvas extremas é garantir que os sistemas de escoação de água funcionam sem bloqueios. “De que modo tenciona a Administração acelerar a inspecção dos sistemas de drenagem das infra-estruturas públicas de Macau?”, questionou.

20 Mai 2024

Pequim acusa barco de guerra filipino encalhado de causar “poluição irreversível”

O casco e as instalações interiores de um navio de guerra das Filipinas encalhado em Ren’ai Jiao (também conhecido como recife de Ren’ai) estão gravemente corroídos, segundo um conjunto de imagens da Guarda Costeira da China (CCG) obtidas recentemente e divulgadas pelo Global Times. Especialistas chineses alertaram que o navio de guerra pode causar danos irreversíveis e contínuos à vida marinha no Mar do Sul da China.

Segundo a China, desde 2023, as Filipinas “agiram de má-fé e forneceram secretamente materiais de construção ao navio de guerra encalhado através de vários meios. Os repetidos suplementos das Filipinas expuseram totalmente sua intenção de violar descaradamente a sua promessa de rebocar o navio de guerra e sua tentativa de ocupar ilegalmente o Ren’ai Jiao da China com intenção maliciosa”.

As imagens mostram que o casco do navio de guerra encalhado apresenta danos e fugas, com uma grande quantidade de tinta a descascar do casco e muitas ferrugens corroídas, com a água a escorrer directamente para o mar. O navio inteiro quase se transformou numa pilha de ferro-velho enferrujado, com vários objectos pessoais e lixo colocados casualmente no convés descoberto.

Os militares filipinos estão a pescar no recife pouco profundo de Ren’ai Jiao. Uma das imagens mostra um militar filipino de pé sobre o navio de guerra encalhado, suspeito de urinar na lagoa de Ren’ai Jiao.

Vários vídeos captados no início deste ano mostram que os militares filipinos que se encontravam no navio de guerra encalhado não só despejavam águas residuais directamente no mar, como também se reuniam no convés de proa para queimar lixo.

Yang Xiao, vice-director do Instituto de Estudos de Estratégia Marítima do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, disse que, devido ao facto de o navio de guerra ter estado imobilizado durante quase 25 anos, a tinta do casco do navio, a dissolução da ferrugem do metal do casco, a descarga da combustão de combustíveis fósseis e os resíduos domésticos a bordo do navio foram descarregados durante muito tempo nos recifes e nas águas à volta de Ren’ai Jiao.

“Estas toxinas continuam a espalhar-se em torno dos pontos de ligação à terra do navio encalhado ilegalmente, causando danos irreversíveis e contínuos à vida marinha circundante. Isto não só causa a morte de animais marinhos, como peixes e camarões, mas também provoca danos cumulativos nas plantas aquáticas marinhas. Além disso, através da cadeia alimentar, tem efeitos adversos significativos no ecossistema marinho do Mar do Sul da China e, por extensão, na humanidade”, afirmou Yang.

Com dolo

“No caso dos navios que se deslocam constantemente no mar, a tinta e a poluição do navio podem ser continuamente diluídas pela água do mar. No entanto, se o navio estiver atracado ou encalhado em pontos fixos durante muito tempo, a poluição é difícil de ser diluída pela água do mar devido à falta de movimento da água, resultando num gradiente de toxinas centrado no navio de guerra”, observou Yang.

“Entre eles, os poluentes mais importantes são o óxido de mercúrio, os compostos organoestânicos [TBT] e os compostos de cobre. Há investigação científica suficiente para mostrar que estas toxinas podem causar poluição patogénica irreversível à vida marinha. Mais importante ainda, com o enriquecimento da cadeia alimentar, estes poluentes podem entrar no círculo de vida humano”, afirmou Yang.

Yang afirmou ainda que o Governo filipino encalhou deliberadamente um navio militar degradado nos belos recifes do Mar da China Meridional e não cumpriu a sua promessa de o remover durante 25 anos. Além disso, “as Filipinas não conseguem e não querem levar a cabo a protecção ambiental e o controlo da poluição no navio, o que leva a que uma grande quantidade de poluentes naturais e artificiais seja descarregada directamente nos recifes e nas águas circundantes, o que é extremamente irresponsável e incivilizado”, concluiu Yang.

17 Mai 2024

Putin agradece, Xi cita Carta da ONU

O Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu ontem a Xi Jinping as iniciativas da China para resolver o conflito na Ucrânia, num encontro em Pequim, no qual o líder chinês disse esperar que a Europa regresse à paz. Putin garantiu que vai informar Xi em pormenor sobre a “situação na Ucrânia” e afirmou que o seu país “está grato pela iniciativa dos colegas e amigos chineses para resolver a situação”. “A China espera que a Europa regresse rapidamente à paz e à estabilidade e vai continuar a desempenhar um papel construtivo nesse sentido”, apontou Xi.

O primeiro ponto do plano chinês destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia. “O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado”, lê-se na proposta. Mas o Governo chinês apelou ainda ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos.

“A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares”, lê-se, numa crítica implícita ao alargamento da NATO. “Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente”.

Xi afirmou que os dois países estão a aprofundar as suas relações como “bons vizinhos, bons amigos, bons parceiros”, ecoando o seu compromisso com a amizade “sem limites” que proclamaram em 2022, pouco antes de a Rússia lançar a invasão.

Pequim é agora o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, que incluem bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho.

Abertos a negociações

Citado pela agência noticiosa estatal russa RIA-Novosti, Putin afirmou que as relações Rússia – China “não são dirigidas contra ninguém”. “A nossa cooperação nos assuntos mundiais é hoje um dos principais factores de estabilização do cenário internacional”, realçou.

Na véspera da visita, Putin afirmou, numa entrevista à imprensa oficial chinesa, que o Kremlin quer negociar uma solução para o conflito na Ucrânia. “Estamos abertos a um diálogo sobre a Ucrânia, mas essas negociações devem ter em conta os interesses de todos os países envolvidos no conflito”, afirmou.

A deslocação do líder russo ocorre numa altura em que as forças do seu país têm vindo a intensificar uma ofensiva na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, que teve início na semana passada, na incursão fronteiriça mais significativa desde o início da invasão em grande escala.

Juntamente com os esforços de Moscovo para aproveitar os seus ganhos na região vizinha de Donetsk, a guerra de dois anos entrou numa fase crítica para as forças armadas ucranianas, que aguardam novos fornecimentos de mísseis antiaéreos e cartuchos de artilharia dos Estados Unidos. “Estamos a procurar uma solução abrangente, sustentável e justa para este conflito”, afirmou Putin, citado pela Xinhua.

17 Mai 2024

Putin em Pequim | Xi Jinping define estado das relações com a Rússia

O presidente chinês atribuiu ao cumprimento de cinco pontos o sucesso das relações China-Rússia

 

Ao dar as boas-vindas ao presidente russo, Xi comentou que a visita de Estado de Putin à China é a sua primeira visita ao estrangeiro desde o início de um novo mandato presidencial. Para ele, este facto demonstra a “grande importância” que o Presidente Putin e a parte russa atribuem às relações com a China.

Em conferência de imprensa, Xi afirmou que tinha acabado de concluir com Putin uma reunião “sincera e cordial”, que abrangeu muitos temas. Uma análise exaustiva da experiência bem-sucedida de desenvolvimento das relações entre a China e a Rússia nos últimos 75 anos, desde o estabelecimento das relações diplomáticas, procederam a uma troca de pontos de vista aprofundada sobre as relações e sobre as principais questões internacionais e regionais de interesse mútuo e traçaram o rumo a seguir para as relações e a cooperação sino-russas em todos os domínios.

Xi acrescentou que também assinaram e emitiram a “Declaração Conjunta da República Popular da China e da Federação Russa sobre o Aprofundamento da Parceria Estratégica Abrangente de Coordenação para a Nova Era no Contexto do 75º Aniversário das Relações Diplomáticas China-Rússia”, e testemunharam a assinatura de uma série de importantes documentos de cooperação intergovernamental e interagências, que “injectam um novo e forte impulso no desenvolvimento sólido das relações China-Rússia”.

Xi sublinhou que as relações entre a China e a Rússia tornaram-se um excelente exemplo de uma nova forma de relações internacionais, bem como de relações de boa vizinhança entre dois grandes países. O presidente chinês atribuiu este “progresso notável” nas relações China-Rússia “ao empenhamento dos dois países em cinco princípios”.

Assim, em primeiro lugar, afirmou Xi, a China e a Rússia estão empenhadas no “respeito mútuo como princípio fundamental das relações” e apoiam sempre os interesses fundamentais da outra parte. Os dois presidentes concordam que a chave para que os dois países encontrem um novo caminho para o crescimento das relações entre países importantes e vizinhos reside no respeito mútuo e na igualdade, bem como no apoio mútuo firme em questões relacionadas com os interesses fundamentais e as principais preocupações de cada um. Este aspecto é “fundamental” para a parceria estratégica global de coordenação China-Rússia para a nova era. “As duas partes continuarão a defender os princípios da não aliança, da não confrontação e de não visar terceiros, aprofundar a confiança política, respeitar a escolha recíproca da via de desenvolvimento e a realizar o desenvolvimento e a revitalização com o apoio firme da outra parte”, acrescentou Xi.

Em segundo lugar, disse Xi, “a China e a Rússia estão empenhadas na cooperação vantajosa para ambas as partes como a força motriz das relações e trabalham para promover um novo paradigma de benefício mútuo”. No ano passado, o comércio bilateral ultrapassou os 240 mil milhões de dólares americanos, cerca de 2,7 vezes mais do que há uma década. Esta é uma boa indicação da cooperação global de benefício mútuo que continua a aprofundar-se entre os dois países. Os presidentes concordam que os dois países precisam de procurar áreas em que os seus interesses convergem, aproveitar os seus pontos fortes comparativos, aprofundar a integração de interesses e permitir o sucesso um do outro. “Os dois países precisam de melhorar ainda mais a sua cooperação em termos estruturais, consolidar a boa dinâmica no comércio e noutras áreas tradicionais de cooperação, apoiar a formação de plataformas e redes de investigação fundamental, continuar a desbloquear o potencial de cooperação em áreas de fronteira, intensificar a cooperação em matéria de portos, transportes e logística e ajudar a manter estáveis as cadeias industriais e de abastecimento globais”, afirmou Xi.

Em terceiro lugar, a China e a Rússia estão empenhadas em “manter uma amizade duradoura como base das relações e em levar por diante a tocha da amizade sino-russa. Tanto a China como a Rússia têm uma história consagrada pelo tempo e uma cultura esplêndida. As obras de Pushkin e Tolstoi são conhecidas na China e a Ópera de Pequim e o Tai Chi são muito apreciados pelo povo russo. Ao concentrarem-se na implementação do Roteiro para a Cooperação China-Rússia em matéria de intercâmbios interpessoais e culturais antes de 2030, os dois países estão a expandir os laços interpessoais e culturais”, afirmou Xi. Os dois presidentes definiram 2024 e 2025 como os Anos Culturais China-Rússia, propuseram uma série de actividades culturais que são realistas, próximas do coração das pessoas e populares entre elas, e “encorajaram interacções mais estreitas entre vários sectores e a nível subnacional, de modo a aumentar a compreensão mútua e a afinidade entre os dois povos”, observou Xi.

Em quarto lugar, disse Xi, “a China e a Rússia estão empenhadas na coordenação estratégica como base das relações, e orientam a governação global na direcção certa. Os dois países estão firmemente empenhados em salvaguardar o sistema internacional centrado nas Nações Unidas e a ordem internacional sustentada pelo direito internacional. Mantêm uma estreita coordenação e colaboração em plataformas multilaterais, como a ONU, a APEC e o G20, e promovem a multipolaridade e a globalização económica no espírito do verdadeiro multilateralismo”. Com a Rússia presidindo os BRICS este ano e a China assumindo a presidência da Organização de Cooperação de Xangai no final deste ano, “os dois lados apoiarão a presidência um do outro, construirão uma parceria de alta qualidade que seja mais abrangente, próxima, prática e inclusiva, e construirão a unidade e a força do Sul Global”, acrescentou.

Por último

Em quinto lugar, “a China e a Rússia estão empenhadas na equidade e na justiça como objectivo das relações e dedicadas à resolução política dos pontos críticos. A mentalidade da Guerra Fria ainda existe e o unilateralismo, o hegemonismo, o confronto entre blocos e a política de poder ameaçam a paz mundial e a segurança de todos os países”. Os dois presidentes são de opinião que é urgente resolver o conflito israelo-palestiniano. “As resoluções da ONU devem ser implementadas com seriedade e a questão da Palestina deve ser resolvida com base na solução de dois Estados”, disse Xi. Quanto à Ucrânia, “a posição da China sobre esta questão é coerente e clara, incluindo a observância dos objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas, o respeito pela soberania e integridade territorial de todos os países, o respeito pelas preocupações legítimas de segurança de todas as partes e a construção de uma nova arquitectura de segurança que seja equilibrada, eficaz e sustentável. A China espera que a paz e a estabilidade regressem ao continente europeu numa data próxima e está pronta a desempenhar um papel construtivo para esse fim”, afirmou.

Xi salientou que, como diz um ditado chinês, “uma montanha é formada pela acumulação de solo e um oceano é formado pela acumulação de água”. “Após 75 anos de sólida acumulação, a amizade duradoura e a cooperação global entre a China e a Rússia constituem um forte impulso para os dois países avançarem apesar do vento e da chuva. Tendo alcançado um novo ponto de partida, a China e a Rússia manter-se-ão sempre empenhadas no seu objectivo fundador e assumirão conjuntamente a responsabilidade de criar mais benefícios para os seus povos e dar o devido contributo para a segurança e estabilidade globais”, concluiu Xi.

17 Mai 2024

Turismo | Joey Lao elogia dinamismo de vistos individuais

O ex-deputado e economista Joey Lao publicou ontem um artigo de opinião no jornal Ou Mun a elogiar a emissão de vistos individuais de mais oito cidades do Interior da China como um grande presente para Macau, particularmente para a recuperação económica e o desenvolvimento de turismo.

“As oito cidades adicionais são capitais de nível provincial, que demonstram um desenvolvimento económico rápido nos últimos anos, e que têm uma população total que ultrapassa 33 milhões de pessoas. Enquanto mercado turístico, têm um considerável potencial”, escreve o também presidente da Associação Económica de Macau.

Joey Lao refere também as características deste tipo de turistas, oriundos de cidades distantes, que normalmente ficam mais tempo no destino turístico e acabam também por consumir mais, beneficiando os sectores hoteleiro, restauração, venda a retalho, convenções e exposições.

No passado dia 11 de Maio, a Administração Nacional de Imigração publicou a autorização sobre a integração de mais oito cidades no visto individual para deslocação a Hong Kong e Macau, nomeadamente Taiyuan, Hohhot, Harbin, Lassa, Lanzhou, Xining, Yinchuan e Urumqi. A emissão dos vistos começará a partir do dia 27 de Maio.

17 Mai 2024

Jockey Club | Governo anuncia recuperação de terreno

Após a rescisão do contrato para a exploração das corridas de cavalos, o Governo recuperou o terreno com 363 mil metros quadrados onde se situa o Jockey Club

 

O Governo anunciou ontem que recuperou o terreno com 363 mil metros quadrados onde se situa o hipódromo, após o fim das corridas de cavalos, em Março.

Num despacho publicado no Boletim Oficial, o secretário para os Transportes e Obras Públicas declara a caducidade da concessão por arrendamento do terreno à Companhia de Corridas de Cavalos de Macau, S.A. No documento, Raimundo do Rosário sublinhou que a decisão, com efeitos retroactivos a 1 de Abril, foi tomada por força da rescisão do contrato com a empresa, conhecida como Macau Jockey Club (MJC).

De acordo com o despacho, todos os edifícios e construções incorporadas no terreno na ilha da Taipa revertem “livre de quaisquer ónus ou encargos” e o terreno irá integrar o domínio privado da Região Administrativa Especial de Macau.

Em 15 de Janeiro, aquando do anúncio do fim das corridas de cavalos, o porta-voz do Conselho Executivo tinha dito que o Governo não iria realizar um novo concurso público e lembrou que também Singapura anunciou o fim desta actividade, após Outubro deste ano.

André Cheong prometeu a realização de estudos para o futuro aproveitamento do terreno, mas garantiu, no entanto, que a área não será usada para a construção de mais casinos.

História de prejuízos

Após mais de 40 anos, Macau acolheu a 30 de Março a última corrida de cavalos, após a MJC, que tinha vindo a acumular prejuízos desde 2002, ter pedido a rescisão da concessão por “dificuldades de exploração”.

A concessão tinha sido prorrogada por mais 24 anos no final de 2018, dando o monopólio das corridas de cavalos até Agosto de 2042 à empresa, que se tinha comprometido a fazer investimentos até 3,4 mil milhões de patacas. A MJC tinha anunciado planos para avançar, até 2026, com um projecto turístico que previa pelo menos dois hotéis, zonas verdes, áreas desportivas, restaurantes, lojas, um museu e uma escola de equitação.

A empresa ligada à Sociedade de Jogos de Macau (SJM), uma das seis operadoras de casinos do território, fundada pelo falecido magnata Stanley Ho, não pagou qualquer indemnização ao Governo. A MJC “comprometeu-se a pagar indemnização aos trabalhadores despedidos”, garantiu, também em Janeiro, o director dos Serviços para os Assuntos Laborais. Wong Chi Hong revelou que a empresa tinha 254 trabalhadores locais e 316 sem estatuto de residente.

Em Julho de 2018, a região deixou de ter corridas de galgos, após o encerramento do canídromo, também ligado à SJM, num terreno com 40 mil metros quadrados, na península de Macau. Cinco anos depois, em Julho passado, o Governo anunciou que iria criar um parque desportivo, com uma pista de atletismo, no terreno do canídromo, que já incluía um campo de futebol. Em Novembro, as autoridades disseram que o novo parque desportivo deverá estar pronto na primeira metade de 2025.

16 Mai 2024

Conselho de Estado | Xia Baolong pede mais internacionalização

O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau pretende ver na RAEM um esforço maior de internacionalização e ligação ao exterior, para criar mais oportunidades comerciais

 

No quarto dia da visita a Macau, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, pediu “aos diversos sectores” para “potenciarem melhor o posicionamento e as vantagens inerentes a Macau” e “fazerem brilhar ainda mais o cartão de visita dourado de Macau como metrópole internacional”.

As declarações de Xia Baolong terão sido prestadas num encontro com representantes da Associação Comercial de Macau e outros empresários e foram citadas por André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, através de um comunicado.

No âmbito de esforço de maior internacionalização, Xia destacou igualmente a necessidade de os empresários “contribuírem na promoção do desenvolvimento adequado e diversificado da economia”.

Ao mesmo tempo, o responsável afirmou às elites locais que o futuro mais próximo terá de passar pela “optimização” do “sistema jurídico” e da implementação “princípio de Macau governado por patriotas”. Sobre as tarefas a realizar, Xia Baolong mencionou ainda a “melhoria da vida da população e da capacidade governativa e de gestão” e o “intercâmbio com o exterior”.

Lista para cumprir

Face às declarações do director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, o secretário para a Administração e Justiça, afirmou que “irá cumprir rigorosamente as funções no âmbito da administração e justiça, contribuindo, conforme as directrizes de trabalho apresentadas por Xia Baolong, para um brilho ainda maior do cartão de visita dourado de Macau”.

André Cheong prometeu ainda “implementar estritamente o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e a Lei Básica de Macau, optimizar constantemente o regime jurídico e mecanismo executivo da Lei Básica de Macau, salvaguardar firmemente o poder pleno da governação do Governo Central, reforçar a implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas’, garantir, no âmbito da lei e do regime jurídico, a implementação bem-sucedida, estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.

No mesmo sentido, o Governo prometeu “promover, com todo o esforço e persistência, a reforma administrativa, aprofundar a governação electrónica, simplificar os procedimentos administrativos, incrementar o desempenho administrativo, aumentar, de forma constante, a capacidade governativa e de gestão de modo a prestar serviços públicos mais personalizados e de melhor qualidade aos cidadãos”.

Hengqin | Xia Baolong elogia escola Hou Kong

Xia Baolong, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, esteve ontem na Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong e destacou o trabalho desenvolvido pela instituição de ensino. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Iao Tun Ieong, director da escola Hou Kong, revelou que Xia Baolong reconheceu a qualidade do ambiente escolar e instalações, e incentivou a continuação do trabalho de formação de quadros qualificados em prol dos objectivos traçados pelo país e Macau. O director da escola destacou que a instituição, sob liderança do país e do Governo de Macau, pretende ensinar todo o tipo de alunos sem discriminação, pretendendo fomentar um ensino patriótico e ligado à tecnologia e ciência, sempre com perspectiva de internacionalização.

Defendida tradição de amar a pátria

O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, Xia Baolong, visitou na quarta-feira quatro associações e uma escola e defendeu “as vantagens da tradição de amar a pátria e amar Macau e as vantagens humanísticas na mistura das culturas chinesa e ocidental”.

As visitas fizeram parte do terceiro dia da visita a Macau e foram relatadas pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, numa nota de imprensa emitida ontem.

Segundo a secretária, Xia Baolong também terá dito que várias “políticas favoráveis” no território, como “a escolaridade gratuita, os serviços médicos gratuitos, e o regime da segurança social” dependem “do apoio de sectores que amam a pátria e amam Macau”. Nos encontros, indicou a governante, Xia Baolong terá ainda reconhecido “plenamente que as associações ajudam o Governo a governar, bem como o contributo dos chineses ultramarinos para a RAEM e a Pátria”.

Xia Baolong afirmou também que “a diversidade de culturas, de religiões e de línguas” demonstra “as características e valores únicos de integração das culturas chinesa e ocidental de Macau”. O governante de Pequim mostrou também confiança no Governo da RAEM para “conseguir transformar Macau numa ‘cidade do espectáculo’ e ‘cidade do desporto’, cujos trabalhos são executados de uma forma cada vez melhor”.

16 Mai 2024