Macau cria cursos pré-universitários de quatro anos em português

O Governo vai criar um curso de formação em língua portuguesa destinado a alunos do ensino secundário, com a duração de quatro anos, a fim de que os estudantes nativos de chinês possam ter uma melhor capacidade linguística para estudarem no ensino superior em Portugal.

“Verificámos que alguns alunos quando vão para Portugal têm um conhecimento insuficiente da língua. Isto constitui uma pressão para eles, porque têm boas notas nas várias disciplinas, mas, não dominando a língua, é sempre um desafio”, disse ontem a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, numa sessão plenária na Assembleia Legislativa (AL) em resposta a interpelações orais dos deputados.

Kong Chi Meng, director da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), explicou que a ideia é que os alunos tenham um maior domínio do português antes de frequentarem os cursos. No entanto, a DSEDJ propõe uma colaboração com o Instituto Português do Oriente (IPOR), enviando alunos do ciclo para que frequentem cursos de português após as aulas.

Cursos fechados

Kong Chi Meng frisou também que foram assinados protocolos com duas universidades portuguesas, nomeadamente a Universidade Católica Portuguesa (UCP) e a Universidade do Porto (UP) para que os alunos reforcem o seu nível de português antes de entrarem nas licenciaturas escolhidas.

“Já assinamos alguns protocolos com a UCP, que vai criar cursos de Verão de quatro ou cinco semanas para que os estudantes possam aprender a língua. Depois de frequentarem os cursos os alunos podem ter mais bases linguísticas.”

Também a UP vai criar formações pré-universitárias específicas para os estudantes de Macau. O representante da DSEDJ lembrou ainda a oferta de bolsas de estudo que proporcionam a oportunidade de estudar em Portugal.

No debate na AL, o deputado José Pereira Coutinho alertou para o facto de a Universidade Politécnica de Macau (UPM) não abrir, no próximo ano lectivo, alguns cursos de português. “Parece-me que no próximo ano lectivo a UPM vai acabar com alguns cursos de português, e muitos professores, sabendo disto, já estão à procura de emprego na Universidade de Macau. Investiram tantos recursos e porque é que a UPM não continua a investir nesse trabalho? O Governo deve coordenar e não pode haver uma desarticulação no desenvolvimento de políticas.” A secretária disse não ter conhecimento dessa matéria. “Não tenho ainda informações, e cada vez que reunimos com o reitor tentamos envidar esforços para desenvolver a organização de cursos de português.”

6 Jun 2023

10 de Junho | Joaquim Franco apresenta “Sem Título” na Casa Garden

“Sem Título” [Untitled] é o nome da nova exposição do artista Joaquim Franco patente na Casa Garden, da Fundação Oriente, até ao dia 2 de Julho. Inserida no programa comemorativo do 10 de Junho, esta é uma mostra que apresenta novas obras do artista português, onde o abstracionismo é um ponto de partida

 

Afastado das lides expositivas há alguns anos, Joaquim Franco embrenhou-se nas aulas de pintura, gravura e desenho que tem dado na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM). Até que surgiu agora um convite para expor na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau, no âmbito do programa de comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.

“Sem Título” [Untitled] é o nome da mostra que pode ser visitada até ao dia 2 de Julho e que constitui a oportunidade de ver novos trabalhos do artista português, radicado em Macau há vários anos. Ao HM, Joaquim Franco explicou que título da exposição “não poderia ser outro”, por pretender potenciar a liberdade de compreensão e imaginação do observador sobre cada trabalho seu.

“Trata-se de uma mostra de arte abstracta. É interessante constatar que existe arte abstracta na história de arte há cerca de 100 anos e continuamos a assistir à incapacidade da leitura do abstracto. Não faz sentido hoje fazer o figurativo, pois vivemos na época das ‘selfies’. O título influencia a leitura, pelo que quis deixar o observador livre sem ser influenciado [externamente] ou influenciado por mim.”

Em “Sem Título” há, no entanto, “duas ou três obras mais antigas” escolhidas por Joaquim Franco para quem se deparar, pela primeira vez, com o seu trabalho. Isso obrigou também ao artista a olhar para dentro, a tentar compreender-se.

“Deste estudo começou o que chamaria de ‘nova fase’. Digamos que não existe uma temática, mas sim um redescobrir e uma evolução do que vinha fazendo. Esta exposição integra gravuras, homotipias, que são provas únicas, e pinturas em acrílico, óleo e colagem de papel de arroz.”

Experiências na tela

“Uma honra”. É desta forma que Joaquim Franco expressa o convite que lhe foi endereçado pela FO, primeiro na pessoa de Ana Paula Cleto, ex-dirigente, e depois no apoio dado por Catarina Cottinelli da Costa, actual delegada da FO no território.

O facto de ser professor na CPM influencia o seu trabalho, mas Joaquim Franco assume que tudo o que lhe é exterior acaba por reflectir-se na tela. “Não me considero um professor, serei mais um artista que partilha a sua experiência e conhecimentos com as pessoas que frequentam os ateliers. Se isso influencia o meu trabalho, diria que toda a minha vivência o influencia.”

“Color / Shape / Love” [Cor / Forma / Amor] foi uma das últimas mostras em nome individual que o artista apresentou em Macau, desta vez na AFA – Art for All Society, com curadoria de James Chu. Também aí a cor foi um ponto de partida, tal como o abstracionismo.

“Ele [James Chu] escolheu este nome porque, na realidade, o meu trabalho está muito ligado com a cor. Falo muito do amor e da paz, e é essa a primeira leitura dos meus trabalhos”, disse na altura.

6 Jun 2023

AMCM | Menos depósitos e empréstimos em Abril

Dados da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) mostram que tanto depósitos como empréstimos registaram uma quebra em termos mensais em Abril. Relativamente aos depósitos dos residentes a quebra foi de 0,5 por cento face a Março, no valor total de 702,3 mil milhões de patacas.

Maior quebra deu-se no montante dos depósitos dos trabalhadores não residentes, de 2,6 por cento, com um valor total de 291,4 mil milhões de patacas. Também os depósitos do sector público na banca caíram 3,7 por cento, tendo registado o valor total de 219,6 milhões de patacas.

Estes valores resultam numa quebra de 1,6 por cento do total de depósitos recebidos pelos bancos. Já os empréstimos pedidos pelo sector privado baixaram 0,9 por cento, atingindo o valor total de 564,5 mil milhões de patacas. Já os empréstimos ao exterior registaram uma quebra de 4 por cento.

6 Jun 2023

Turismo | Governo deve dialogar mais para prevenir crises

Penny Wan, docente do Instituto de Formação Turística, defende que as autoridades e o sector do turismo devem trabalhar mais de forma conjunta, estabelecendo grupos de trabalho e planos para responder mais rapidamente a futuras crises. A recuperação do turismo é tema central de um debate hoje na Fundação Rui Cunha

 

Uma das lições da pandemia foi a necessidade de aumentar o diálogo entre o Governo e o sector do turismo. A ideia é defendida por Penny Wan, docente do Instituto de Formação Turística (IFT), ao HM. Penny Wan é uma das oradoras do debate de hoje promovido pela Fundação Rui Cunha (FRC) e MBtv (Macau Business), a partir das 18h30, intitulado “Félix Renascida: Aproveitando ao Máximo o Regresso do Turismo”.

“O Governo e a indústria aprenderam que têm de ter um diálogo mais frequente e uma maior coordenação, havendo a necessidade de criar grupos de trabalho para crises súbitas e inesperadas, devendo ser criados planos, políticas e estratégias para lidar com crises de forma mais rápida.”

Para Penny Wan, não se pode ainda falar de uma recuperação plena do sector, “uma vez que os locais e as pequenas e médias empresas continuam a não conseguir colher proveitos suficientes” do melhor panorama económico. “Macau tem ainda um longo caminho a percorrer para uma plena recuperação. No entanto, está no bom caminho e a trabalhar em prol desse objectivo”, frisou.

A docente do IFT defende que a pandemia “alterou a mentalidade” do sector, o que permitiu “o desenvolvimento mais criativo de novos produtos e estratégias, como a oferta de pacotes de descontos e programas turísticos para residentes e o trabalho conjunto com outras cidades da Grande Baía para atrair clientes”.

Além disso, a indústria “tornou-se mais consciente da mudança de preferências e comportamentos, sobretudo no que diz respeito ao crescimento dos viajantes individuais e jovens, o que permitiu explorar novos nichos de mercado”. Graças à pandemia, houve “avanços tecnológicos, nomeadamente o uso de plataformas digitais para promover Macau na Grande Baía”.

Novos tempos

Luís Herédia, presidente da Associação de Hotéis de Macau, é outro dos oradores do debate de hoje. Ao HM, disse que “há sectores [turísticos] que precisam ainda de mais ajustamentos, pois têm novos trabalhadores e outros que regressaram, necessitando de mais tempo para providenciar mais e melhores serviços”.

O turismo entrou “numa nova fase”, estando Macau a caminho de um “novo normal”. Mas será necessário um ano ou mais para que haja novos dados. Até lá, aponta Luís Herédia, é importante continuar a apostar na formação e na melhoria de infra-estruturas.

“Queremos ter a capacidade para atrair os mercados internacionais, e para isso temos de providenciar serviços de qualidade em todos os segmentos, nomeadamente nos acessos à chegada [de Macau], nos postos de imigração, transportes, retalho, hotéis, restaurantes, museus. Macau tem um produto único e há novos elementos [turísticos] que estão a melhorar em termos de capacidade de fornecimento, enquanto outros precisam de mais tempo para se reabilitar”, rematou.

O debate inclui ainda personalidades como Célia Lao, vice-presidente da Associação de Intercâmbio de Aeronáutica da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e Vinzenz Rosa de Pauli, presidente da SKAL International Macau.

6 Jun 2023

Ensino | Esperados menos 500 alunos no ensino infantil

O Governo estima que no próximo ano lectivo haja uma redução de 500 novos alunos matriculados no ensino infantil, mantendo-se uma “dimensão semelhante de turmas, através do ajuste das turmas reduzidas”.

Na resposta da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, a uma interpelação oral do deputado Lam Lon Wai, foi ainda dito que no actual ano lectivo “a maioria das escolas conseguiu manter a dimensão das turmas”, sendo que em “apenas algumas delas registou uma redução do número de alunos devido à taxa de natalidade”.

A governante disse ainda que tem havido um acompanhamento das consequências da baixa taxa de natalidade nas escolas e na dimensão das turmas, relativamente ao rácio professor/aluno. Nos últimos 20 anos Macau passou de 3.100 para 7.300 recém-nascidos, sendo que os nascimentos “estão, actualmente, em fase de declínio”, com uma consequente quebra no número de alunos da educação regular de cerca de 100 mil para cerca de 70 mil. No entanto, “gradualmente tem voltado a subir”, disse a secretária.

Desde 2021 que tem ocorrido um ajustamento no tamanho de turmas nas escolas, sendo que nos anos lectivos de 2021/2022 e de 2022/2023 houve cerca de 5.500 alunos matriculados no ensino infantil, com 195 turmas.

6 Jun 2023

Clube Militar | Chefe Diogo Rocha lidera festival gastronómico

O Clube Militar de Macau volta a organizar, a partir de quinta-feira, mais uma edição do habitual festival gastronómico, desta vez com a presença do chefe português Diogo Rocha, fundador do restaurante “Mesa Lemos” com o qual ganhou a primeira estrela Michelin em 2019

 

Regressa, na próxima quinta-feira, pela mão do Clube Militar de Macau, e pela primeira vez desde o fim da pandemia, o Festival de Gastronomia e vinhos de Portugal, liderado pelo chefe Diogo Rocha.

O festival, entre os dias 8 e 18 deste mês, decorre no âmbito das comemorações dos 153 anos do Clube Militar e coincide ainda com as celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Macau, indicou, em comunicado, divulgado na quinta-feira.

Diogo Rocha conquistou a primeira estrela Michelin, em 2019, para o Mesa de Lemos, o primeiro espaço gastronómico do distrito de Viseu a obter esta distinção, que renovou em 2020, 2021 e 2022. No ano passado, o chefe recebeu a primeira estrela Verde, atribuída pelo Guia Michelin, uma distinção que premeia as melhores práticas de sustentabilidade na restauração.

O lado sustentável da cozinha de Diogo Rocha nasce das suas raízes familiares, pois o chefe nasceu na aldeia de Urgeiriça, concelho de Nelas, distrito de Viseu, onde desde cedo se embrenhou na horta com os avós a cultivar hortícolas.

Mais recentemente, o restaurante de Diogo Rocha ganhou o “Garfo de Ouro” atribuído, pelo oitavo ano consecutivo, pelo guia “Boa Cama, Boa Mesa” do semanário Expresso. Numa publicação na rede social Facebook, o chefe de cozinha escreveu que a distinção “deixa toda a nossa equipa cheia de orgulho e renova a responsabilidade de continuarmos a fazer mais e melhor”. “O nosso empenho na valorização dos produtos, produtores, região e país continua a ser o nosso foco e todos os reconhecimentos são a prova de que este é o caminho certo”, frisou.

Pausa forçada

O festival promovido pelo Clube Militar já se tornou uma tradição no território, permitindo, todos os anos, provar o que de melhor a gastronomia portuguesa de assinatura tem para oferecer. Em 2019 a iniciativa contou com a participação de uma equipa composta pelos irmãos Geadas, oriundos da região de Trás-os-Montes, a chefe Noélia Jerónimo, que possui um conhecido restaurante na zona de Tavira, Algarve, o “Noélia e Jerónimo” e ainda José Júlio Vintém, do Alentejo.

O regresso do evento marca também o fim de um período difícil para o Clube Militar de Macau que, tal como grande parte das entidades do território, teve de se adaptar à nova realidade e reinventar para manter a essência que mantém há 153 anos.

Em 2020, Manuel Geraldes, um dos membros da direcção do clube, disse à Lusa que este já passou por momentos “extremamente difíceis ao longo da sua História”, nomeadamente o edifício, “de grande e rara beleza”, que esteve prestes a fechar. O Clube Militar de Macau já “serviu de casa de refugiados” da guerra e de repartição de finanças, “mas sempre soube ressuscitar” e a assumir-se como ponto de encontro entre as comunidades locais e lusófonas, frisou o responsável.

O ex-presidente da instituição privada, desde a sua fundação, admitiu “momentos menos felizes”, mas destacou sobretudo as “fases de grande glória”, que contam histórias de encontros de culturas, chinesa e portuguesa, das forças armadas com a sociedade civil.

4 Jun 2023

MUST | Melhores alunos do país em Macau

Decorreu no último sábado a cerimónia de graduação de 4.600 alunos de licenciatura na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST).

À TDM, Joseph Lee, presidente da MUST, disse esperar que, relativamente aos alunos naturais do interior da China, “os melhores dos melhores” possam ficar em Macau depois de acabarem os cursos, no âmbito da entrada em vigor da nova lei de captação de quadros qualificados a 1 de Julho, e que vai permitir que alunos de fora com visto de estudante fiquem em Macau a trabalhar com Bilhete de Identidade de Residente.

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, discursou na cerimónia e chamou a atenção para este novo diploma. “O Governo vai lançar, este ano, um novo regime de captação de quadros qualificados”, além da criação de programas para quadros qualificados de elevada qualidade “para quadros altamente qualificados e para profissionais de nível avançado”.

4 Jun 2023

Cineasta local teme controlo nos conteúdos cinematográficos

Vincent Hoi, cineasta local, teme que o Governo venha a aumentar o controlo sobre conteúdos cinematográficos no contexto dos dois planos de subsídios à produção anunciados na última semana pelo Instituto Cultural (IC), cujas submissões têm de passar a respeitar a nova lei de segurança nacional, entre outros critérios.

“Pelo que li nas notícias, preocupa-me as limitações em termos de conteúdos nos filmes realizados em Macau. É exigido que o conteúdo dos filmes [a concurso] não podem violar a segurança nacional, mas sabemos que hoje em dia o conceito de segurança nacional é ainda muito ‘abstracto’ e não sabemos quais são as linhas vermelhas”, disse ao HM.

O realizador diz que as limitações podem, acima de tudo, “destruir a liberdade de criatividade”, ao pedirem que as empresas de filmagem subsidiadas transmitam uma imagem positiva do território. “Os filmes filmados em Macau só podem passar coisas boas de Macau, e parece que conteúdos negativos não serão permitidos no futuro”, frisou.

Do positivismo

Vincent Hoi entende que as maiores limitações podem focar-se nas empresas do estrangeiro que se candidatam a estes apoios, mas o realizador acredita que, no futuro, “os cineastas locais que quiserem pedir apoios ao Governo devem também assegurar que os conteúdos dos filmes respeitam a segurança nacional, devendo também mostrar uma imagem positiva de Macau”, rematou.

Na última semana o IC anunciou, no âmbito de uma conferência de imprensa do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural, que este ano haverá dois planos de financiamento ao sector audiovisual, um para filmagens feitas em Macau, com um orçamento total de 12 milhões, com um limite individual de financiamento de dois milhões, e outro para a divulgação e distribuição dessas obras, com um orçamento de 2,5 milhões de patacas, 250 mil por pessoa. O orçamento global dos dois planos de financiamento é de 14,5 milhões de patacas.

Hoi Kam Un, chefe do departamento do Fundo de Desenvolvimento da Cultura, adiantou que os conteúdos a concurso deverão respeitar questões como a segurança nacional e as crenças locais.

4 Jun 2023

Consulado | Rita Santos aponta o dedo a atraso na renovação de documentos

Sem vagas para novas marcações até Outubro, o Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong está novamente a ser alvo de queixas. Rita Santos, conselheira das comunidades portuguesas, pede um maior contacto sobre esta matéria com Paulo Cafôfo, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

 

A falta de vagas para a renovação de documentos como o passaporte ou cartão de cidadão até ao final do ano está a gerar queixas junto do gabinete de atendimento ao cidadão de Rita Santos, conselheira das comunidades portuguesas. A informação consta numa mensagem enviada ao cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, onde se lê que os queixosos “referiram que, após o envio das fotocópias do cartão de cidadão ou passaporte, o sistema não permite o agendamento”.

“Eu, pessoalmente, tentei entrar no sistema e verifiquei que as datas estão assinadas a vermelho até Dezembro do corrente ano, pelo que presumo que as marcações estão encerradas até esse mês. O sistema não permite a marcação nem para a renovação do cartão do cidadão nem do passaporte”, apontou.

Assim, Rita Santos, que é presidente do conselho regional da Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas, pede que Paulo Cafôfo, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas seja informado de uma situação “que está a afectar negativamente a imagem dos serviços do consulado, sendo necessário encontrar soluções para remediar a actual situação”.

Assumir o problema

Há muito que o consulado enfrenta o problema da dificuldade ou mesmo impossibilidade de agendamento de vaga para renovação de documentos. Em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, publicadas na edição de quinta-feira, Alexandre Leitão disse que a lista de espera para renovação de passaportes e cartões de cidadão conta com cerca de 15 mil pessoas, com vagas preenchidas até Outubro.

“Nós não temos capacidade para dar resposta a milhares – porque são milhares – de pedidos que estão em lista de espera. O canal corrente já está cheio até Outubro. Aumentámos o número de atendimentos diários em 30 por cento – eram 100, hoje são 130. Fazendo as contas, estamos a falar em muito mais de 10 mil em fila de espera, quase 15 mil pessoas”, afirmou.

O consulado disponibiliza ainda um outro canal de agendamento, com um email próprio, para casos mais urgentes, onde ainda existem “algumas vagas”, apontou o cônsul.

De frisar que Macau é um dos territórios ligados ao universo das comunidades portuguesas com mais utentes do consulado, tendo em conta o elevado número de membros da comunidade chinesa com passaporte português. Além disso, o consulado enfrenta problemas em matéria de recursos humanos dados os baixos salários que disponibiliza na hora do recrutamento.

4 Jun 2023

Matadouro | IAM estuda melhoria de infra-estruturas

José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), garantiu que estão a ser analisadas “propostas viáveis quanto ao rumo de desenvolvimento do matadouro, uma vez que esta questão está relacionada com os assuntos municipais e a vida da população de Macau”.

José Tavares admitiu, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam U Tou, que o matadouro enfrenta problemas como o envelhecimento das instalações, pois funciona desde 1987. Além disso, a média de idades dos trabalhadores é cada vez mais elevada, sendo difícil atrair jovens para o emprego de abate de animais, pois é “um ramo de actividade considerado desagradável”.

No entanto, o IAM destaca a importância do matadouro, uma vez que a “carne fresca faz parte dos bens de primeira necessidade da população”. “Para evitar que a flutuação das taxas de abate afecte a estabilidade dos preços dos produtos, o matadouro não aumenta há vários anos as tarifas dos serviços de abate”, denotou Tavares.

4 Jun 2023

Francisco José Viegas, editor do romance “O Jogo das Escondidas”, de Fernando Sobral: “Chegar a Macau é como ver um filme”

Pouco tempo antes de falecer, vítima de doença prolongada, Fernando Sobral, cronista e autor, organizou todos os fascículos da história publicada no HM, que deram origem ao romance “O Jogo das Escondidas”. O livro foi lançado esta terça-feira na Feira do Livro de Lisboa, num evento que recordou o autor de tantas outras obras que traçam o exotismo de Macau. Conversámos com Francisco José Viegas, editor da obra lançada pela Quetzal

 

Fernando Sobral faleceu antes do lançamento deste livro. Como foi transformar todos os fascículos publicados no jornal num romance coeso?

Foi muito simples. A Cristina [esposa de Fernando Sobral] entregou-nos o original preparado pelo próprio Fernando. O que publicámos foi a última revisão feita por ele. Para nós foi um trabalho emotivo, porque sabíamos que ele tinha feito a preparação mesmo no final [da sua vida] e que era o último texto que tinha deixado. A edição dos outros livros do Fernando, publicados ainda em vida do autor, foi também um processo muito simples, como é o caso do “L. Ville” e “Ela Cantava Fados” [editados pela Quetzal]. Ele entregava sempre as coisas muito estruturadas e havia sempre pouco a fazer além do que ele já deixava feito. Esse era muito o estilo do Fernando. Lembro-me quando trabalhávamos em jornais e revistas, e eu trabalhei com ele em televisão, e aí o ritmo era um bocadinho alucinante. Se às dez da manhã tínhamos de ter algo pronto, às 9h50 o Fernando tinha tudo pronto. Era super profissional.

“O Jogo das Escondidas” é mais uma história sobre Macau antigo, sobre a fantasia que o território acarreta em si e que segue um pouco a linha das obras anteriores do mesmo autor.

Segue o padrão daquilo que o Fernando encontrou em Macau. Lembro-me da primeira vez que fui a Macau imaginei um filme. Não sei que filme era, mas era sem dúvida o cenário para um filme. O Fernando fez mais, não só fez o filme na cabeça dele, com todos aqueles personagens, como fez um retrato de época. Ele sabia quando tinha sido a época de ouro de Macau. Mas há aqui um pormenor especial, que é o facto de ele ter escolhido Macau. Na nossa literatura ultramarina, Macau tem muito pouca presença, há poucos autores macaenses, e o Fernando escolheu o território como cenário como tema da sua obra. Macau foi uma descoberta pessoal e isso teve um impacto brutal na maneira como ele passou a ver o mundo e a ver-se a si próprio. Isso foi decisivo. Estes livros podem não dar a ideia de que ele está muito investido neles, mas para quem o conhecia, sabe que ele investia muito [nas obras que escrevia].

Esta história passa-se nos anos 20, o período posterior à implementação da República, tanto em Portugal como na China. O livro arranca ainda com a questão histórica da possível venda de Macau…

Curiosamente não é um tema muito abordado, mas isso foi falado e conversado, e até Eça de Queirós tinha defendido a venda das então colónias. Mas tem muito a ver com a indiferença portuguesa em relação a Macau, uma certa apatia. A Quetzal vai publicar agora o livro do Conde Arnoso, “Jornadas pelo Mundo”, que é sobre a viagem que ele faz de Lisboa a Pequim, integrado na comitiva da embaixada de Tomás Rosa, que assina, em Pequim, o tratado que reconhece a ocupação portuguesa de Macau [Tratado de Amizade e Comércio entre Portugal e a China, assinado em 1887]. O Conde Arnoso, um diplomata, mas, sobretudo, um homem de poder, olha para Macau e percebe que está ali um dos últimos lugares portugueses. É engraçado ver que, muitos anos depois, o Fernando [Sobral], sem ter lido a obra do Conde Arnoso, acaba por descobrir também esse lado. Um dia disse-lhe algo, que tem a ver com a minha peregrinação por Macau: “Parece que estás, num domingo à tarde, na Taipa velha”, a passear nas ruas, a ver os velhos a jogar. Acho que o Fernando, se ele permanecesse no seu lugar, que era vivo, de certeza que iria escrever mais livros sobre Macau.

Com “O Jogo das Escondidas”, qual a percepção que o leitor pode ter de Macau?

Os cenários, o aroma, o modo de vida dos perdidos. Os perdidos são aqueles que iam para Macau, e ainda hoje vão, e que ficam lá para sempre, mas que estão perdidos. A diferença é que não fumam ópio e não frequentam as casas de meninas como as da altura, mas Macau é, de facto, um lugar de perdição, com os velhos que vão ficar ali, como testemunhas do tempo. O Fernando tinha uma leitura de Macau que não era apenas romanesca. Eu tentei escrever sobre Macau…

E vai sair esse livro?

Vai. A primeira vez que tentei escrever sobre Macau acabei por escrever sobre Pequim, “A Luz do Pequim” [lançado em 2019]. Mas eu tenho uma visão actual [sobre o território], e o Fernando tinha uma visão mais completa, porque leu bastante sobre a história e economia do território e sabia situar Macau no contexto da Ásia e da China, e isso foi muito importante, dando-lhe um valor acrescentado. Lemos o livro e parece que estamos a folhear páginas de história. Isso é muito importante para o leitor que sabe muito pouco de Macau e que nem sabe o que são as Portas do Cerco ou quem era o Ferreira do Amaral.

Este livro tem também um lado peculiar por ser o resultado da publicação de uma história em fascículos, nos jornais, algo comum na literatura e imprensa em finais do século XIX, inícios do século XX.

Publiquei dois romances em folhetim. O facto de o Fernando ter optado por esse modelo é muito significativo, porque é uma espécie de lado artesanal do romance. É o romance por entregas, como se chamava, e isso fez do livro um artefacto muito interessante.

Na feitura de um romance em fascículos, o processo de escrita é diferente?

É muito mais “à Fernando”, que tem um prazo. Ele trabalhava mediante prazos. O romance com um deadline é nitidamente uma ideia “Fernando Sobral”, faz parte da sua natureza. O facto de ter de cumprir prazos permitia estruturar não o pensamento, mas a história, desenhá-la. Isso tem muitas vantagens.

No seu caso também sentiu esse lado bom do deadline?

Senti isso como algo bom. Tinha de entregar os fascículos até quarta-feira à tarde, mas não era só isso, mas sim a ideia de que um capítulo tinha de suceder a outro capítulo. Não podíamos estar com brincadeiras, fazer 40 páginas. Há uma geometria, é um romance artesanal, e isso é muito comovente. É uma coisa que já não se faz.

Sobretudo numa altura em que o digital está tão presente na literatura, com os áudiolivros ou leituras no Kindle.

Este livro não poderia ser escrito pelo Chat GPT, porque tem uma intervenção muito pessoal, os personagens fazem coisas muito inesperadas, dizem coisas inesperadas. Tem, sobretudo, uma coisa que é fundamental num romance, que são os passados inesperados. Isso foi algo que o Fernando aprendeu na sua vida por causa das suas origens, no centro operário do Barreiro, o não nascer num meio elitista, intelectual. Isso fê-lo ter de lutar pelas coisas que lhe interessavam, as coisas que são.

Quando poderá sair o seu livro sobre Macau? Está no bom caminho, não se vai desviar outra vez?

Não, porque já tenho quase marcada a viagem a Macau para o terminar. Onde é o crime, onde aparece uma parte do corpo, que é no café Caravela.

É, portanto, um policial. Mas o café Caravela já fechou.

O crime foi cometido antes disso (risos). Não sabia que tinha fechado, mas outro dia pus-me a pensar nisso, olhando para o argumento, pensando se não teria fechado com a pandemia. Mas aquele restaurante, do português, em Hac-Sá [O Fernando], está aberto?

Esse sim. Mas quando for a Macau, por onde vai andar para concluir a sua história?

Sempre no centro de Macau. O Hotel Lisboa e a Taipa velha. São os cenários que mais me inspiram. Chegar a Macau é sempre ver um filme. Não me fascina muito a Macau nova, o Cotai, os casinos. Fascina-me a Macau dos anos 50, 60. Até Zhuhai me fascina (risos). Um dia fui lá só para ir a uma livraria.

1 Jun 2023

Portas do Cerco | Coutinho questiona falta de informações

O deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo por escrito sobre a ausência de informações relativamente ao plano de construção de um centro modal de transportes junto ao posto fronteiriço das Portas do Cerco, cujo plano geral “se encontra parado”.

Recorda o deputado que, em 2011, “o Governo adjudicou um estudo sobre o plano geral do posto fronteiriço das Portas do Cerco e das zonas envolventes, cujo relatório foi divulgado em 2017”.

Em Maio de 2018 foi adjudicado o trabalho de revisão deste estudo, com o prazo de execução de 280 dias, cujo relatório deveria ter sido concluído no primeiro trimestre de 2019. “Contudo, passaram-se cinco anos desde a última adjudicação e os resultados ainda não foram divulgados”, apontou.

1 Jun 2023

Parquímetros | DSAT quer pagamento à distância

Lam Hin San, director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), pretende apostar mais em meios digitais para o pagamento dos parquímetros, nomeadamente introduzindo o pagamento à distância através de uma aplicação móvel.

Em resposta à interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai, o responsável máximo da DSAT garantiu “continuar a promover a função de pagamento electrónico nos parques de estacionamento públicos, nomeadamente a introdução do pagamento electrónico sem contacto e o pagamento por código QR”.

Em relação às situações anómalas de pagamento involuntário dos parques de estacionamento público, foi exigido às empresas que gerem os parques de estacionamento “o reforço dos trabalhos de manutenção e reparação de equipamentos, incluindo a optimização da função de identificação de chapas de matrícula e o aperfeiçoamento do sistema”.

1 Jun 2023

Covid-19 | Doença passa a ser encarada como normal

Os números de casos covid-19 chegam às centenas por dia, mas as autoridades de saúde defendem agora que esta deve ser encarada como uma simples doença do foro respiratório, sem necessidade de medidas preventivas adicionais, bem diferente do período de confinamentos e restrições

A variante não mudou, mas a covid-19 agora é encarada pelas autoridades de saúde como uma doença normal, sem necessidade de implementar mais restrições ou do regresso do código de saúde, apesar de Macau estar a registar centenas de novos casos de covid-19 por dia. Só esta segunda-feira foram registados 851 casos, mas já se atingiu a fasquia dos 957 casos diários.

Números que outrora dariam origem a confinamentos e testes em massa são agora vistos pelas autoridades com normalidade. “As medidas de combate à epidemia são diferentes das adoptadas no passado. Com a evolução epidémica esperamos que os residentes possam tratar a covid-19 como uma doença respiratória comum, ou seja, os infectados podem consultar um médico caso seja necessário, deixando-o decidir se é ou não necessário pedir baixa. Além disso, as empresas e instituições podem decidir se os trabalhadores ficam ou não em casa”, adiantou Chang Tam Fei, chefe substituto da delegação do serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, que falou ontem à margem do programa matinal do canal chinês da Rádio Macau, o Ou Mun Tin Toi.

Leong Iek Hou, médica e chefe da divisão de prevenção e controlo de doenças transmissíveis do Centro de Coordenação e de Contingência, frisou que o “período de pico das infecções vai ainda durar algum tempo”, pelo que será necessário avaliar “quando haverá uma tendência de queda” no número de casos.

O uso de máscara fica, assim, ao critério de cada um. “A propagação [do vírus que causa a covid-19] é ainda alta, mas o risco de morte ou de doenças graves é baixo, sobretudo para quem já se vacinou e tomou a dose de reforço. Por isso o nosso objectivo, como em todo o mundo, na luta contra a pandemia foca-se na protecção individual de cada um, com a vacinação e o uso de máscara”, frisou a responsável.

Camas para todos

Devido ao elevado número de casos de covid-19 e de gripe, a afluência às urgências tem sido grande. Chang Tam Fei prometeu que será dada resposta ao aumento de doentes com a disponibilização de mais camas.

“Prevemos que a epidemia continue por um longo período, nomeadamente durante o inverno deste ano, além dos casos de gripe sazonal e outras doenças respiratórias, pelo que, a fim de enfrentar o maior número de consultas e internamentos, vamos proporcionar mais camas e estamos atentos caso seja necessário transferir os doentes para outras áreas”, rematou.

Relativamente à variante XBB da covid-19, Chang Tam Fei disse que estão ainda a ser analisadas novas vacinas, pelo que os Serviços de Saúde de Macau vão “acompanhar o progresso [das investigações] e o efeito dessas vacinas”, rematou.

1 Jun 2023

Património | Dois prédios vão nascer na zona antiga da península

O Conselho do Planeamento Urbanístico aprovou ontem duas construções na avenida Almeida Ribeiro e no Pátio do Serralheiro. São projectos destinados a fins habitacionais e comerciais que cumprem a altura definida para protecção de património. A presidente do Instituto Cultural apelou à responsabilidade dos proprietários

 

Em dois pequenos recantos da avenida Almeida Ribeiro e do Pátio do Serralheiro, dois locais situados na zona antiga da península, vão nascer novas construções para fins habitacionais e comerciais. As plantas de condições urbanísticas (PCU) foram ontem aprovadas pelo Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU).

Relativamente ao Pátio do Serralheiro, trata-se de um pequeno terreno de propriedade privada onde a construção não poderá exceder os 20,5 metros de altura. A única opinião da população recebida pelo CPU “está de acordo com o projecto”, sendo que o Instituto Cultural (IC) “não tem muitas posições quanto a este lote”, disse o responsável do Governo que apresentou o projecto.

Relativamente à avenida Almeida Ribeiro, a nova edificação terá fins comerciais e não deverá exceder os 20 metros, devendo preservar a linha de fachadas antigas já existentes no local.

Leong Wai Man, presidente do IC, declarou que cabe aos proprietários o cuidado de preservação na hora de elaborar projectos de construção. “Pretendemos promover medidas que possibilitem aos proprietários revitalizar os edifícios nesta zona. Nas novas construções é sempre exigida uma articulação em termos de altura. Pretendemos que haja uma continuidade e uma paisagem harmoniosa em toda a zona e queremos que esta reconstrução seja feita segundo a fachada original.”

Para a responsável, “os proprietários devem cumprir o seu dever e pedir plantas [PCU] antigas junto das autoridades, questionando se o seu plano é ou não possível de concretizar”.

Ainda relativamente à preservação do património, foi aprovado um projecto de construção num terreno na avenida Dr. Stanley Ho, junto ao Tribunal Judicial de Base. Leong Wai Man disse esperar “uma coordenação da construção e da fachada com o património [adjacente], pois está perto da Igreja da Penha e da Ponte Nobre de Carvalho”. “Recomendamos que a construção não seja superior a 46,7 metros”, adiantou.

Planos e consultas

O CPU aprovou ainda cinco PCU sobre a zona A dos novos aterros, cujos projectos coincidem com o conteúdo do documento de consulta pública apresentado esta semana, relativo à Unidade Operativa de Planeamento e Gestão Este – 2, na zona A dos Novos Aterros e zona leste da península.

Desta forma, alguns membros do CPU questionaram como vai ser feita a coordenação entre a consulta pública e as plantas agora aprovadas.

Kou Ngan Seng alertou para diferenças de valores e para a ausência de referência às infra-estruturas culturais que constam no documento de consulta, mas não na PCU.

O responsável do Governo explicou que “o plano pormenor vai sofrer ajustamentos de acordo com as PCU aprovadas”, sendo que houve uma coordenação entre os vários documentos. Poderá haver ainda alterações no projecto.

“Também retirámos referências do plano pormenor para a elaboração das PCU. O lote B5 vai ter um centro modal de transportes e será necessário mais espaço, com mais dois pisos, pelo que há maior exigência para a construção em pódio. As instalações culturais e municipais podem ser transferidas para os lotes de terreno adjacentes, para termos mais espaço para o centro modal de transportes”, referiu o representante do Executivo.

Além disso, “no plano pormenor há canais para fazer a ligação entre os diferentes espaços [ruas subterrâneas], e, embora na PCU não haja essa referência, não quer dizer que essas ligações não venham a ser feitas”.

O CPU aprovou também a planta de construção para um terreno no ZAPE, junto ao Hotel Casa Real, cujo edifício terá 52,5 metros e irá acolher os serviços de uma entidade pública.

Destaque ainda para a aprovação de um projecto na avenida Wai Long, para fins habitacionais, tendo sido pedida maior ligação da futura população ali residente às zonas adjacentes, nomeadamente a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau e o centro da vila da Taipa.

Leong Pou U, membro, alertou para a possibilidade de este lote de terreno se “tornar numa ilha isolada”, enquanto Christine Choi, também presidente da Associação dos Arquitectos de Macau, falou da importância dos acessos às zonas próximas a fim de “promover a circulação verde e uma relação dos residentes com o meio ambiente”.

O representante do Governo adiantou que a actual PCU, em relação à de 2017, apresenta uma altura de construção inferior, sendo que o projecto inclui “mais zona de habitação para residentes com necessidades, casas de banho públicas, zonas verdes, pódios e uma central de autocarros”. Quanto aos acessos, haverá “uma passagem superior para o aeroporto, a estação do metro ligeiro e a MUST”, não existindo, para já, um plano para fazer a ligação com a zona antiga da Taipa.

1 Jun 2023

Patuá | Segunda edição de curso arranca amanhã no CCCM

Começa esta quinta-feira a segunda edição do curso de patuá promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau, e que conta com menos de uma dezena de alunos. Joaquim Ng Pereira, um dos formadores, acredita que a sobrevivência do dialecto se faz cada vez mais pela via da poesia e da literatura, ao invés do diálogo diário

 

Não são mais de dez os alunos que, este ano, participam na segunda edição do curso “Oficina de Patuá”, promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e que começa esta quinta-feira, terminando a 4 de Novembro. Ainda assim, a data de arranque foi adiada devido à inicial falta de inscrições.

Ao HM, Joaquim Ng Pereira, um dos formadores, disse que os cinco ou seis alunos que, este ano, querem aprender um dialecto específico de Macau, que não terá mais do que algumas centenas de falantes em todo o mundo, são mais do que no ano passado.

“Em Portugal nunca houve este curso e vamos demorar algum tempo a conseguir angariar mais alunos. Temos esperança de que aos poucos isso venha a acontecer”, adiantou. O grande interesse dos que procuram aprender o dialecto é na vertente artística, com a poesia do macaense Adé [José dos Santos Ferreira].

“Isso é o que mais interessa às pessoas, que têm demonstrado muito interesse na parte de declamação de poesia. O diálogo no dia-a-dia [em patuá] já não existe, então é sempre na vertente artística que se desenvolve mais o interesse.”

Joaquim Ng Pereira acredita que a sobrevivência deste linguajar se faz precisamente pela parte artística, dando o exemplo de uma aluna que este ano vai repetir o curso porque gostou muito da parte da poesia.

De aluno a professor

Outra novidade do curso deste ano é a participação, como formador, de Raúl Gaião, linguista e aluno da primeira edição do curso. Formado em Filosofia, ciências literárias e estudos linguísticos, Raúl Gaião é autor do “Dicionário do Crioulo de Macau – Escrita de Adé em Patuá”, lançado em 2019, e da obra “Aspectos Lexicais na Obra de Autores Macaenses”, de 1999.

Raúl Gaião ficará encarregue de dar a parte linguista e gramatical do patuá, enquanto Joaquim Ng Pereira se dedica a ensinar as partes da declamação e fonética.

Entre quinta-feira e 29 de Junho será ensinado o enquadramento histórico, económico e social de Macau, bem como as origens do Patuá e o ensino e compreensão dos fonemas. De 4 de Julho a 27 de Julho, será realizada a introdução à fonética e dicção dos poemas e expressões do patuá, sendo ensinado ainda o módulo “Da palavra à frase – morfologia e sintaxe”.

De 5 a 28 de Setembro, serão ensinadas as “formas de falar” do patuá, sendo realizada a dicção de poemas de Adé e de outras expressões típicas do dialecto. Há ainda um período dedicado a aulas práticas e apresentações de trabalhos.

31 Mai 2023

Terceira edição do “929 Challenge” com candidaturas a partir de Junho

Os jovens empreendedores da China, Macau e países de língua portuguesa que queiram desenvolver a sua startup e competir para ganhar prémios podem candidatar-se, entre Junho e Setembro, à terceira edição do “929 Challenge”, uma competição de startups sino-lusófona que este ano disponibiliza um pacote de prémios superior a 20 mil dólares americanos e que se irá realizar de forma presencial em Macau depois das edições online, devido à pandemia.

O “929 Challenge”, co-fundado por Marco Duarte Rizzolio, conta com apoio na organização do Fórum Macau e visa “desenvolver a criação de ideias de negócios que liguem a China e os países de língua portuguesa”, tendo equipas de jovens empresários e empreendedores a “competir ombro a ombro com equipas da área da Grande Baía”. O concurso conta ainda com o patrocínio de diversas empresas e entidades privadas, do sector da banca, engenharia e advocacia, bem como concessionárias de jogo.

À semelhança das edições anteriores, os participantes serão divididos em duas categorias, para universitários e startups, sendo que a competição pretende fomentar “o espírito empreendedor na China e nos países de língua portuguesa”, bem como a criação de ideias de negócios sustentáveis e “fortalecer as relações comerciais transfronteiriças”.

Após a submissão de candidaturas, os concorrentes seleccionados podem apresentar os seus projectos junto de um painel de potenciais investidores numa sessão final agendada para Outubro, altura em que o Fórum Macau celebra 20 anos.

Benefícios vários

Além da competição em si, o “929 Challenge” pretende oferecer aos participantes “diferentes benefícios, nomeadamente uma maior visibilidade internacional, a construção de redes de contactos e ainda atrair e captar potenciais investidores e clientes”. Empreendedores e startups podem ainda receber sugestões e comentários da parte de “profissionais experientes”.

A primeira edição do concurso, realizada em 2021 e ainda com o nome”928 Challenge”, pois não incluía ainda a Guiné Equatorial, contou com 800 participantes distribuídos por 150 equipas. A segunda edição contou já com 250 equipas. Na primeira edição, uma equipa da Universidade do Porto propôs o desenvolvimento de uma vacina ProBio para a aquacultura, projecto que venceu o primeiro prémio.

Na segunda edição, uma equipa de Shenzhen venceu a categoria universitária, enquanto a empresa chinesa “OneDrop” sagrou-se vencedora na categoria de startups, após apresentar uma solução para evitar o desperdício de alimentos.

31 Mai 2023

Orçamento | Organismos públicos devem manter prudência

Foram ontem publicadas em Boletim Oficial (BO) as recomendações que os organismos e serviços públicos devem seguir quando elaborarem os orçamentos a apresentar à Direcção dos Serviços de Finanças.

Assim, e uma vez que a economia “está ainda na fase de recuperação”, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, pede que os “serviços e organismos, na elaboração das suas propostas orçamentais, devem avaliar com prudência a necessidade e a razoabilidade das diversas despesas orçamentais”. Para os serviços que adoptem o regime de contabilidade em caixa, “o valor relativo às despesas dos seus orçamentos não deve exceder o valor das referidas despesas constante no Orçamento do ano económico de 2023”.

Relativamente ao número de funcionários públicos nestas entidades, “não deve ultrapassar o número padrão de trabalhadores autorizado”, além de que o número de funcionários a contratar “não deve exceder o número de quota de trabalhadores disponíveis das entidades tutelares”. Quanto às estimativas com o pessoal, devem basear-se no índice salarial dos trabalhadores da Administração Pública em vigor.

O despacho aponta ainda que a proposta de orçamento para o próximo ano deverá ser apresentada por Ho Iat Seng até ao dia 9 de Outubro.

31 Mai 2023

Cultura | Governo quer espectáculos da Broadway e West End em Macau

O Instituto Cultural (IC) pretende trazer para Macau musicais da Broadway e do West End de Londres. A informação consta na resposta à interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, assinada pela presidente do IC, Leong Wai Man.

A responsável referiu que o Governo pretende, a partir deste ano, convidar equipas para apresentar estes espectáculos no território, “bem como peças de dança e de teatro internacionais de topo”. Pretende-se ainda “convidar artistas do exterior a virem a Macau participar em programas e eventos artísticos culturais locais”.

A inclusão de equipas internacionais deverá também ser uma realidade na organização e promoção do Desfile Internacional de Macau e outros eventos festivos. Além disso, para a edição deste ano do evento, o IC “irá convidar novamente os resorts integrados e empresas de lazer e turismo, bem como vários consulados estrangeiros em Hong Kong e Macau para participarem”.

Leong Wai Man assegurou ainda que o espaço renovado da antiga fábrica de panchões Iec Long, na zona da Taipa Velha, será desenvolvido. “No futuro irá aproveitar-se melhor o espaço da antiga fábrica de panchões Iec Long com a criação de instalações de diversão e aventura para famílias e crianças e adjudicando espaços para a abertura de cafés com características próprias. Tudo para reforçar a experiência turística e cultural e a atractividade da fábrica.”

Relativamente aos estaleiros navais de Lai Chi Vun recuperados, do número X11 ao X15, que irão abrir ao público este ano, o IC pretende também “introduzir gradualmente elementos culturais, criativos e de lazer no futuro, a fim de transformar este espaço num ponto turístico e cultural característico das ilhas”.

31 Mai 2023

IC / Cinema | Novas regras de apoio incluem segurança nacional

Os trabalhos cinematográficos e televisivos submetidos ao Instituto Cultural para obtenção de financiamento do Fundo de Desenvolvimento da Cultura vão ter de respeitar matérias como a segurança nacional e crenças locais, passando este a ser um critério na hora de aprovar os projectos. A realizadora Tracy Choi desvaloriza potencial controlo

 

A nova lei relativa à defesa da segurança do Estado entrou esta terça-feira em vigor e, no mesmo dia, o Instituto Cultural (IC) anunciou novas regras para a submissão de projectos cinematográficos e televisivos a financiamento do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. Segundo a TDM Rádio Macau, os conteúdos a concurso deverão respeitar matérias como a segurança nacional e as crenças locais, adiantou Hoi Kam Un, chefe de departamento do referido fundo. A informação foi avançada no âmbito de uma conferência de imprensa do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural, onde foi anunciado que este ano haverá dois planos de financiamento ao sector audiovisual, um para filmagens feitas em Macau, com um orçamento total de 12 milhões, com um limite individual de financiamento de dois milhões, e outro para a divulgação e distribuição dessas obras, com um orçamento de 2,5 milhões de patacas, 250 mil por pessoa. O orçamento global dos dois planos de financiamento é de 14,5 milhões de patacas.

Ao HM, Tracy Choi, uma das mais conhecidas realizadoras da nova geração, desvaloriza o risco de controlo excessivo dos conteúdos audiovisuais apresentados a concurso, por grande parte dos projectos incidirem mais sobre as áreas da cultura e entretenimento e não tanto a política.

“O Governo disse que não vai controlar os conteúdos [submetidos], mas claro que alguns dos projectos podem não estar de acordo [com as regras]. Mais do que a questão da lei [da segurança nacional] em si, penso que não haverá um grande controlo, especialmente porque o fundo permite que empresas de fora concorram ao financiamento e teremos uma maior de conteúdos sobre a área do entretenimento.”

Convites de fora

Leong Wai Man, presidente do IC, referiu ainda que a ideia deste programa de financiamento é atrair realizadores e cineastas do exterior para que possam filmar em Macau, a fim de contribuir para uma maior aprendizagem e assimilação de experiências da parte dos realizadores locais no contacto com as equipas de outros países.

A presidente do IC disse ainda que as indústrias televisiva e cinematográfica são um dos rumos do Governo no que diz respeito ao desenvolvimento do sector cultural.

Tracy Choi considera que os dois planos de financiamento ontem apresentados são positivos para o sector. “O primeiro plano inclui o financiamento para que os realizadores do exterior venham a Macau e usem o território como cenário para as suas filmagens, com as empresas locais a apoiá-los nos projectos. Desse ponto de vista é uma boa oportunidade para os profissionais locais, e a indústria vai obter maior experiência, lidando com diferentes equipas.”

A realizadora destaca também o apoio financeiro para facilitar a distribuição de filmes locais. “Em dez anos começaram a surgir no território muitas produções independentes, mas muitos dos filmes de Macau não podem ser vendidos ou distribuídos noutros países, nem mesmo na China. Por isso penso que este plano de financiamento vai trazer mais oportunidades para as distribuidoras e fazer com que o cinema de Macau seja mais visto noutros locais”, concluiu.

31 Mai 2023

Animais | Albano Martins prepara Centro Internacional em Portugal

Albano Martins, presidente honorário da ANIMA [Sociedade Protectora dos Animais de Macau] está a trabalhar na criação de um centro de acolhimento e tratamento de animais em risco, situado no Alentejo, Portugal, e que tem o nome provisório de Centro Internacional para Animais em Risco (CIAR ou ICAR, na sigla em inglês).

Ao HM, Albano Martins, que vive actualmente na cidade alentejana de Évora, disse que o projecto passa não apenas por cuidar de animais abandonados ou maltratados, mas também “pelo estabelecimento de esquemas de cooperação nacional e internacional com organizações de protecção e resgate de animais, formais ou mesmo informais”. O responsável denota que não há, para já, uma data concreta para o estabelecimento do Centro, cuja implementação depende de um intenso processo de avaliação e organização. “Caso contrário, teremos apenas um ‘armazém’ de animais, como há, infelizmente, em muitos sítios, o que não será bom nem para eles [animais] nem para a causa”, adiantou.

Desta forma, o futuro CIAR será sujeito a “uma análise de viabilidade e, depois de estar preparado, pelo escrutínio de muita gente, local e internacional, para obter a sua opinião e cooperação”.

“Terminado esse processo, e se as coisas correrem bem, avança-se para a angariação de fundos de apoio à construção e equipamento e obtenção de espaço e fundos para o primeiro e segundo anos de actividade, criação de postos de trabalho e angariação de voluntariado nacional e internacional”, frisou.

Limitações físicas

Foi em 2020 que Albano Martins decidiu mudar-se para Portugal após uma complicada intervenção cirúrgica que resultou na perda de uma vista. Esta limitação física constitui “um desafio” para que o presidente honorário da ANIMA consiga erguer o CIAR.

“Perdi uma vista, pelo que as minhas capacidades estão hoje muito limitadas. Basta ver que a campanha para acabar com as corridas de galgos em Portugal, também liderada por mim e por duas outras organizações, uma portuguesa e outra americana, está parada, apesar de termos dezenas de milhares de assinaturas de apoio. Estou a tentar dar a volta, psicológica e fisicamente, mas não é garantido que o consiga”, rematou.

30 Mai 2023

Jogo | Filipinas pode ser um desafio para Macau, diz analista

Vitaly Umansky, analista de jogo, defende que dos mercados de jogo emergentes na Ásia, o das Filipinas será o único que poderá trazer “algum tipo de competição” a Macau, embora o território continue a ter vantagens imbatíveis devido à proximidade com a China. O analista é um dos oradores num painel sobre mercados de jogo emergentes na edição especial do G2EAsia, que decorre hoje e amanhã em Singapura

 

Há muito que se fala dos mercados de jogo asiáticos que poderão constituir um desafio ao território que há muito é conhecido como a “Las Vegas da Ásia”, ou seja, Macau. Mas Vitaly Umansky, analista de jogo sénior, que passou recentemente pela consultora AB Bernstein, entende que mercados como o do Japão, Vietname ou Tailândia não são um perigo para os resultados de Macau. O responsável é um dos oradores numa conferência sobre mercados de jogo asiáticos emergentes na edição especial da G2EAsia, evento que decorre e amanhã em Singapura.

“Nenhum destes mercados são um desafio para Macau. Dos mercados mencionados, apenas podemos considerar que as Filipinas podem trazer algum tipo de competição nesta fase, devido à indústria que já está implementada e uma concentração [do jogo] que, em grande parte, se faz em Manila. O mercado do Japão só surgirá em força em 2030 e a Tailândia está ainda na fase de legalização do jogo, existindo alguma incerteza sobre aquilo que poderá acontecer”, defendeu ao HM.

Segundo uma notícia de Março do jornal The Philippine Star, as receitas de jogo nas Filipinas, ligadas ao mercado de massas, quase duplicaram no ano passado, tendo registado um aumento de cerca de 90 por cento, atingindo a fasquia dos 214.34 mil milhões de pesos face aos 113.09 mil milhões de pesos obtidos em 2021.

Os dados são da empresa estatal PAGCOR [Philippine Amusement and Gaming Corporation], e revelam que os casinos representaram, no ano passado, 78 por cento das receitas obtidas. Grande parte do jogo e do entretenimento do país está concentrado na cidade de Parañaque. Nas Filipinas, o jogo online tem também uma grande expressão, incluindo outro tipo de apostas como o bingo ou apostas desportivas.

Posição imbatível

O posicionamento geográfico do território continua a dar-lhe vantagens imbatíveis, dada a proximidade com a China e a enorme capacidade para atrair jogadores chineses. “A grande vantagem de Macau é a sua escala e proximidade com a China, em particular com a província de Guangdong, e Hong Kong”, frisou.

Vitaly Umansky recorda que “a indústria do jogo de Macau está bem posicionada para lidar com a crescente competição na Ásia”, tendo em conta “a localização, escala e conexão de transportes”, que dão ao território “uma forte vantagem competitiva, sobretudo no que diz respeito aos clientes oriundos da grande China”.

Na palestra de hoje participam também Frederic E. Gushin, director-geral do grupo Spectrum Gaming, que fundou em 1993; Hakan Dagtas, chefe de operações do Newport World Resorts, o grande e pioneiro resort integrado em Manila, Filipinas. Daniel Cheng, analista e executivo sénior de jogo, é outro do orador de hoje, incluindo Walt Power, CEO do resort The Grand Ho Tram, e ligado, durante vários anos, às operações do casino Sands, em Macau. Trata-se de “veteranos [do mercado de jogo asiático] que lidam há muito com múltiplas jurisdições e oferecem décadas de experiência” neste sector.

Entre as 14h45 e 15h35 (horas locais) falar-se-á da atractividade da Ásia não apenas para o jogo presencial nos casinos, mas também para as apostas desportivas e jogo online. Macau e Singapura são considerados “mercados de jogo maduros e sofisticados” pela organização do evento, mas há outras jurisdições a desenvolverem-se gradualmente, sendo que “cada país apresenta especificidades à medida que procuram legalizar o jogo” ou as actividades de jogo já existentes.

29 Mai 2023

IAS | Optimização de empresas sociais em estudo

Hoi Va Pou, presidente substituta do Instituto de Acção Social (IAS), garantiu, em resposta a uma interpelação do deputado Ma Io Fong, que será estudada a optimização das empresas sociais, no que diz respeito ao financiamento concedido para a contratação de idosos e portadores de deficiência.

“Com a pandemia as empresas sociais têm vindo a encarar novos desafios, pelo que as partes envolvidas necessitam de ponderar, de forma séria, estratégias e modelos de gestão. O IAS irá continuar a observar a situação de funcionamento das existentes duas empresas sociais para idosos subsidiadas, estudando futuros planos de aperfeiçoamento e formas viáveis de promoção do desenvolvimento das empresas sociais.”

Assim, o IAS “terá em atenção a contribuição dos equipamentos sociais e das empresas privadas, permitindo a cooperação conjunta no pedido de apoio financeiro para a criação de projectos, combinando as vantagens do sector social e privado”.

Até à data foram lançados três planos de financiamento para uma maior empregabilidade de portadores de deficiência e idosos com capacidade activa, os quais definem condições de recrutamento e percentagem de trabalhadores com estas características específicas.

29 Mai 2023

Zona A | Consulta pública focada nos transportes e habitação

Está concluída a consulta pública relativa à Unidade Operativa de Planeamento e Gestão Este – 2, da zona A dos Novos Aterros e zona leste da península. Em termos gerais, mais de 50 por cento dos participantes concordou com o conteúdo proposto pelo Executivo, sendo que matérias como transportes, mobilidade e condições de habitabilidade receberam mais atenção da parte dos residentes

 

Grande parte dos residentes que participaram na consulta pública relativa ao plano de pormenor da UOPG Este – 2 [Unidade Operativa de Planeamento e Gestão], ou seja, sobre o desenvolvimento urbanístico da zona A dos Novos Aterros e zona leste da península, concordam com os pontos propostos pelo Executivo.

Os resultados divulgados ontem revelam que mais de 50 por cento dos participantes diz concordar com 18 dos 20 pontos apresentados, enquanto 40 por cento teve uma posição neutra. Apenas dez por cento mostrou discordância face a algumas ideias propostas pelas autoridades.

Acima de tudo, os participantes revelaram estar mais preocupados com a forma como será proporcionada a mobilidade e como irá operar o sistema de transportes nesta zona que terá, além de habitações, escolas e muitos equipamentos sociais.

Uma nota da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana revela que as opiniões “mais importantes incidem sobre o planeamento de transportes, as instalações públicas, o lazer, o passeio ecológico, os espaços subterrâneos, a gestão dos espaços comerciais e o arrendamento das habitações públicas”.

Em primeiro lugar, com 368 opiniões favoráveis, surge a proposta de criar o Metro Ligeiro como linha de eixo central e uma rede viária com duas faixas viárias transversais e duas faixas viárias longitudinais. Tudo para “criar um sistema de transportes diversificado, através da interligação do sistema de mobilidade suave” nesta zona.

Outra ideia, que reuniu 346 opiniões, passa por “apetrechar as instalações públicas necessárias”, tal como “os equipamentos culturais, recreativos e desportivos, educativos e de saúde”, a fim de “promover a complementaridade com os bairros existentes em termos de instalações públicas”.

Com 302 opiniões, surge ainda a defesa de construção de uma “nova zona com boas condições de habitabilidade, uma zona comercial na entrada da cidade e edificações costeiras simbólicas”, sendo importante “apresentar várias estratégias de desenvolvimento” neste sentido.

Análise e lei

A consulta pública em questão foi realizada entre os dias 7 de Outubro e 5 de Dezembro do ano passado, tendo sido recebidas da parte dos residentes, por sua iniciativa, 385 opiniões, num total de 6170 posições apresentadas.

Caberá agora ao Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) pronunciar-se sobre o projecto do plano de pormenor no prazo de 60 dias, sendo que, no prazo de 90 dias a contar da data de recepção do parecer do CPU, a DSSOP procede à análise global das opiniões e sugestões apresentadas pelo público e pelo CPU, elaborando o relatório final submetido posteriormente ao Chefe do Executivo, para que seja iniciado o processo legislativo.

29 Mai 2023