Andreia Sofia Silva EventosFestival da Lusofonia | Calema e Marisa Liz actuam nas Casas Museu da Taipa Já é conhecido o programa do Festival da Lusofonia deste ano, que se realiza entre 24 de Outubro e 2 de Novembro, integrado no 7º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Na música, esperam-se nomes como Calema, Marisa Liz, Rui Orlando ou Josslyn A música e o universo da cultura em língua portuguesa estão de regresso às Casas Museu da Taipa ao Festival da Lusofonia. O evento, que decorre entre os dias 24 de Outubro e 2 de Novembro, em dois fins-de-semana, está integrado na sétima edição do Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O destaque este ano vai para a cultura angolana, segundo o programa apresentado na terça-feira. Porém, na música destaca-se dois nomes bem conhecidos do público: a cantora portuguesa Marisa Liz, que pertencia à banda Amor Electro, que actua no dia 1 de Novembro às 21h30, e os Calema, a representar São Tomé e Príncipe, que actuam logo no arranque do festival, a 25 de Outubro, às 21h30. As restantes escolhas musicais recaem em Rui Orlando, de Angola, com o espectáculo agendado para o dia 26 de Outubro, às 20h40, ou os Memu Sunhu, da Guiné-Bissau, que actuam no primeiro dia do festival, também às 20h40. Segue-se Josslyn, de Cabo Verde, a 31 de Outubro; os Galaxy, de Timor-Leste, a 2 de Novembro; os Carimbó Paidégua, do Brasil, marcados para o dia 26 de Outubro, às 19h10; os Negros Unidos, a representar a Guiné Equatorial, no dia 25 de Outubro, às 19h55; os Tafika, de Moçambique, no dia 2 de Novembro, e, a fechar, os Sanskruti Sangam, de Goa, Damão e Diu, no dia 1 de Novembro, às 19h15. Além destes espectáculos principais, a música acontece na zona das Casas Museu da Taipa a partir das 19h30, com espectáculos de músicos e bandas locais como os Concrete/Lotus, Elvis de Macau, Giuliana Fellini e banda, Fabrizio Croce, The Bridge, Rita Portela ou Banda 80&Tal. As actuações decorrem até às 22h. Com organização do Instituto Cultural (IC), o evento promete trazer “ao público uma diversidade cultural e a oportunidade de vivenciar a dinâmica e a vitalidade do mundo lusófono, contando com uma programação de actividades que inclui espectáculos de música e dança, jogos e degustação gastronómica”, descreve a entidade numa nota. A ideia é revelar os detalhes das culturas das comunidades lusófonas residentes em Macau, onde a comunidade macaense não fica esquecida. De resto, na banca de cada associação participante haverá artesanato, trajes tradicionais, gastronomia e informação turística de cada país ou região. Os visitantes podem ainda participar nos Jogos Tradicionais Portugueses, Torneios de Matraquilhos e Jogos Recreativos para Crianças. Entre as letras e o cinema O Festival da Lusofonia integra-se com mais eventos do 7º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa, nomeadamente exposições e mostra de cinema. Um dos eventos principais é a “Narrativa Espiritual 2025 – Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, uma mostra que reúne artistas do Interior da China, de Macau e dos Países de Língua Portuguesa. O público poderá ver “criações contemporâneas de estilos variados”, que exploram “as conexões profundas entre as culturas chinesa e lusófona, convidando o público a embarcar numa viagem artística poética”. Ainda sem data fixa, a exposição fica patente entre Novembro e Março do próximo ano na Galeria de Exposições e na Casa da Nostalgia das Casas da Taipa. Outro dos eventos agendados é o “Concerto Sino-Lusófono”, que promete oferecer “uma selecção especial de músicas para destacar o diálogo harmonioso entre a música chinesa e a música lusófona, revelando-se a fusão harmoniosa das duas sonoridades”. A data deste espectáculo ainda está por anunciar. Outro evento integrado no programa do “Encontro em Macau” é o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, que este ano celebra também a sétima edição. O tema é “Transcendendo Fronteiras”, apresentando-se “uma selecção especial de obras da China, dos Países de Língua Portuguesa e da Ásia Oriental”. Os filmes “contam histórias humanas que transcendem fronteiras”, sendo o filme de abertura “Green Wave”, realizado por Xu Lei, exibido a 14 de Novembro nos Cinemas Galaxy. Depois, os filmes exibem-se na Cinemateca Paixão entre os dias 15 de Novembro e 5 de Dezembro, com um total de 30 películas. Outro dos eventos integrados nesta iniciativa do IC é a “Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português”, de 24 de Outubro a 2 de Novembro no Auditório do Carmo, na Taipa. Sob o tema “Mundo de Contos de Fadas”, apresentam-se “mais de 800 livros ilustrados de literatura infantil, maioritariamente em chinês e português, com entrada gratuita”. Há ainda o “Workshop de Degustação Chinesa e Portuguesa”, com três sessões do “Workshop de Café Preparado à Mão. Aqui os participantes podem provar as diversas variedades de café dos países de língua portuguesa. Destaque também para o evento “Workshop para Pais e Filhos sobre Experiência de Escultura em Chocolate”.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteLinguística | Publicado estudo baseado numa viagem a Macau no século XIX A académica Anabela Leal de Barros acaba de publicar um estudo linguístico que incide sobre a viagem do padre Miranda e Oliveira, ligado à Congregação da Missão, a Macau em 1825. Com laivos de história, são revelados detalhes sobre o português da época e de Macau. O livro será apresentado no Centro Científico e Cultural de Macau na próxima quarta-feira “Viagem de Lisboa para Macau – 1825” é o título da mais recente obra editada pela Grão-Falar, da autoria da académica da Universidade de Minho Anabela Leal de Barros. O livro faz uma análise crítica e interpretativa ao português da época deixado no manuscrito do pároco José Joaquim de Miranda e Oliveira, sacerdote da Congregação da Missão. Esta documentação está à guarda do Arquivo Distrital de Braga. Porém, a obra não desbrava apenas o português da época, revelando outros detalhes históricos de Macau, da Ásia e de uma viagem marítima. Segundo contou Anabela Leal de Barros ao HM, a obra é “o mais fiel possível à ortografia do manuscrito”, até à data praticamente desconhecido. Neste diário de viagem, o padre Miranda e Oliveira “revela enorme curiosidade diante de todas as novidades e vai partilhando connosco os seus nomes nas línguas do mundo que as baptizaram, começando pela nossa”. É dessa forma que explica situações como “o enjoo marítimo, realidade ainda relativamente desconhecida e fortemente invasiva nas embarcações”, naqueles tempos. O padre nomeou ou definiu “os mangalhões, as toninhas, as caravelas, os feijões-frades, os voadores, as albacoras — toda a sorte de aves e de peixes que ao longo da viagem se admirou, pescou ou provou”, ou ainda os “fenómenos meteorológicos com os nomes locais – cacimba, samatra, tufão”. Há também detalhes sobre os “hábitos culturais como a masca, buio em indonésio; às seges filipinas, os berloches, e à classe dominante dos camisolas, bem como às sômas, embarcações chinesas”. A embarcação partiu de Lisboa em Abril de 1825 e demorou-se nas Filipinas, chegando a Macau a 23 de Outubro. Descreve-se a chegada “à ilha de Caó” e no dia seguinte “ao Colégio de S. José”, a “uma cidade com ‘um magnífico porto de comércio’, situada ‘em uma península assaz agradável’, com ‘boas águas’ e ‘famosos edifícios à europeia'”. Variedades linguísticas Na obra editada pela Grão-Falar há, por exemplo, “histórias ricas como a das Orvalhadas de S. João, do Caldeirão de Frei Junípero ou do hábito de os mareantes gritarem ‘Refresca S. Lourenço!’ para que o vento sopre, sendo esse o significado aqui de ‘refrescar'”. Há também “alusões à própria variedade linguística”, pois “em vários momentos se refere a comunicação com estrangeiros feita em latim, em território indonésio-holandês e filipino-espanhol; o ensino particular do inglês nas Filipinas por membros da Congregação da Missão; o pouco conhecimento e uso do espanhol, mesmo em Manila, e a variação do próprio tagalo, língua em que o sacerdote se preocupa em deixar registada a Ave-Maria”. Antes de chegar a este relato de viagem, Anabela Leal de Barros já andava nos meandros da investigação deste tipo de manuscritos, deparando-se com a história de outro sacerdote, “o maior sinólogo português, Joaquim Afonso Gonçalves, que viajara da mesma casa de Rilhafoles da Congregação da Missão para Macau em 1812”. Segundo a autora, este pároco “dedicou os últimos vinte e nove anos da sua vida à missão de evangelização na China, e em particular à investigação e ensino do chinês no Colégio de S. José em Macau”. Em toda a sua vida, “este transmontano escreveu mais de cinco mil páginas de gramáticas e dicionários em português, latim e chinês, expressamente dedicados aos seus alunos do Colégio, sete impressos na sua tipografia e pelos menos dois manuscritos”. Depois, em 2017, António Lázaro, do Departamento de História da Universidade do Minho, e director do Instituto Confúcio, disponibilizou a Anabela Leal de Barros “uma lista de referências a manuscritos do Arquivo Distrital de Braga sobre Macau e a China”. Iniciou-se, então, uma “viagem” que culminou na edição deste estudo. “Este livro é o primeiro fruto de um projecto meu de edição e estudo de manuscritos inéditos de literatura de viagens cujo objectivo principal é exactamente esse: contribuir para a valorização e consolidação da micro-história dos Descobrimentos e da memória da história, entre os séculos XV-XIX”. Acompanhado em viagem José Joaquim de Miranda e Oliveira demorou cerca de sete meses a chegar a Macau, partindo de Lisboa a 1 de Abril de 1825, e chegando a Oriente a 24 de Outubro do mesmo ano. Partiu no navio Vasco da Gama com mais três padres da congregação: João da França de Castro e Moura, Jerónimo José da Mata e José́ Ferreira da Silva. Segundo Anabela Leal de Barros, “o manuscrito não parece ter sido passado a limpo pelo próprio autor, atendendo ao tipo de variação ortográfica e de gralhas e emendas que apresenta”, tendo sido, provavelmente, “trasladado, para salvaguarda de cópias, por algum membro macaense do Colégio, já que o português de Macau, no século XIX, tinha características compatíveis com certos traços, estranhos num sacerdote chegado de Portugal, ainda que jovem”. Este diário de viagem “termina no próprio dia da chegada a Macau, com a brevíssima apresentação da cidade e do colégio, ficando já clara a perspectiva católica da época diante do culto chinês dos antepassados e sem se deixar de chamar a atenção para os meros cinco mil cristãos no conjunto dos 40 a 50 mil habitantes da cidade”. Hostilidades políticas José Joaquim de Miranda e Oliveira descreve como o bispo de Macau não recebeu a comitiva, o que é “suficiente para nos conduzir ao contexto hostil em que se achavam os lazaristas, defensores do liberalismo, o que levara Joaquim Afonso Gonçalves, poucos anos antes, a refugiar-se nas Filipinas, tendo o colégio ficado desfalcado de dois dos seus mestres”. Além disso, “ao longo da viagem o sacerdote não deixa de narrar todos os momentos em que vai realizando a sua missão diária, com a administração dos sacramentos, a reza de responsos e a celebração de missas, mas sobretudo regista a notável falta de sacerdotes que revelam os povos cristianizados, em particular em Batávia, actual Jacarta, onde a comunidade de origem portuguesa, de mais de um milhar de pessoas, contava apenas com um velho padre”. Nestes relatos revela-se ainda a preocupação de “recordar os primeiros mártires franceses da Congregação na tentativa de evangelização de Madagáscar e de relatar a presença de frades e padres das diversas congregações, de Cabo-Verde às Filipinas, onde estes são reconhecidos como mais importantes para a solidez do domínio espanhol do que o seu exército”. Segundo Anabela Leal de Barros, o relato aludiu também, em Java, “aos luteranos e maometanos, bem como às religiões da China e, em Manila, à perseguição dos cristãos (referindo o ‘jantar’, ou seja, almoço com um chinês cristão, ‘e como tal perseguido’)”. Miranda e Oliveira terá tido “uma conduta muito diplomática e convivial, assegurando o estabelecimento e manutenção de relações cordiais entre as várias ordens e igualmente com os governadores e potências estrangeiras em presença, dos holandeses aos espanhóis, que visitam em todas as paragens”. Um projecto em curso Nestes anos, era uma aventura perigosa viajar de barco, enfrentando-se “os povos antropófagos, a pirataria, as doenças dos embarcadiços e as epidemias”, uma “visão perfeitamente cinematográfica” já descrita n’Os Lusíadas, de Luís de Camões. Quem embarcava nestas viagens também se via só, “individualmente e num pequeno navio pouco mais que uma casca de noz, diante de um mar infindo, durante meses, em tempos nos quais era comum vários passageiros não chegarem ao destino, ou não regressar sequer um navio de uma esquadra completa”. No relato de Miranda e Oliveira “não há grandes novidades” face a relatos anteriores, mas “somos inteirados das principais dificuldades das viagem marítima para a Ásia no século XIX: as pedras existentes ainda antes da Torre de Belém, que causavam não poucos naufrágios; e o enjoo, que merece mesmo definição para os muitos leitores que nunca haviam posto os pés num barco, e a propósito do qual se refere a facécia do capitão aconselhando as senhoras enjoadas a subir à tolda e a trabalhar, por ser o melhor remédio”. Há ainda “o episódio do homem caído ao mar da charrua que os acompanhou em parte da viagem, que não conseguiram salvar — uma morte a que todos estavam tão expostos, como refere o narrador”. Destaca-se também outra potencial peripécia em viagens deste tipo, “o encontro com navios que, não hasteando de imediato qualquer bandeira, ou hasteando-a sem dar confiança de verdadeira, conduziam imediatamente à decisão de acender os morrões e abrir fogo, o que bem traduz a dimensão da pirataria e os receios que impunha”. Essencialmente, “a personagem principal das viagens marítimas era o vento”, o que levou o ainda “jovem sacerdote” a “evocar por duas vezes os versos camonianos da tempestade”. Depois da chegada a Macau, Miranda e Oliveira partiu para o seu posto em Nanquim, “numa viagem comparativamente mais demorada que a primeira, recebido pelos cristãos a custo e secretamente”. “Diante de perseguições” acaba por sucumbir “aos perigos e enfermidades da terra firme, aos 31 anos, longe de todos os seus confrades, logo a 1 de Novembro de 1828, apenas dois anos depois de ter descrito a difícil despedida da sua família espiritual, em Lisboa”. “Tiveram mais longevidade os seus companheiros de viagem, um dos quais viria a ser Bispo de Macau e o outro, de Pequim e do Porto”, destaca Anabela Leal de Barros.
Andreia Sofia Silva EventosZoo Festival | Concertos de bandas locais, de Hong Kong e Taiwan para ouvir na Taipa Velha A Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa Velha, recebe, entre amanhã e domingo, 5 de Outubro, o Zoo Festival, que conta com bandas locais, de Hong Kong e de Taiwan. Os espectáculos, com entrada gratuita, decorrem entre as 17h e as 22h, contando com bandas como “WhyOceans”, “SCAMPER” ou “Whale Belly”, entre muitos outros. Esta quarta-feira, no dia em que se celebra a implantação da República Popular da China (RPC), é dia das actuações dos “Whale Belly”, formação local que já teve o nome de “Joking Case”. Trata-se de um grupo com canções maioritariamente pop e que tem cinco membros, Coco, Dash, Pong2, Rill e Ronald, bastante ligados ao panorama “indie” da música local, fazendo músicas inspiradas nas suas próprias vidas. O nome “Whale Belly” foi retirado de uma canção dos Radiohead, “Lift”, e remete para a intenção da banda: que o público possa ouvir as suas canções como se estivesse na barriga de uma baleia, imerso num mar profundo e afastado da vida real, quase como uma experiência espiritual. Amanhã actuam também os “WhyOceans”, grupo formado em 2005 que sempre procurou criar um estilo musical próprio, a fim de proporcionar ao público experiências audiovisuais aprazíveis. A música desta banda varia entre o rock e estilos alternativos, tendo os “WhyOceans” actuado em diversos palcos em Macau, Hong Kong, Taiwan e China. Sonoridades vizinhas Na quinta-feira, é dia de ouvir “Herson Si”, “Jason”, “NO RISON” e “thetiredeyes”, um grupo com músicos de diversas origens e estilos musicais, que vai buscar influências ao jazz mais tradicional, mas que também busca sonoridades do R&B, Neo Soul, Pop ou Hip-Hop. No dia 3 de Outubro, sexta-feira, é a vez do público ouvir os “TRICKIE BONIE”, de Hong Kong, os “ByeJack”, também oriundos da região vizinha, e ainda “TR33”. De Macau actuam os “I go to school, bye bus”. Sábado é a vez de a Fábrica de Panchões Iec Long receber, de Taiwan, os “Papun Band”, que vão dividir o palco com os locais “SCAMPER”, entre outras bandas. Os “SCAMPER” são um grupo com sonoridades entre o pop-punk e o rock, trazendo ao palco energia e também um pouco de romance. O Zoo Festival encerra-se no domingo, 5 de Outubro, com os “COPAK” e os “Room 307”, de Hong Kong; os “Daze in White”, de Macau, e ainda os “Wonder Water”, de Taiwan.
Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteHui So-ying, protagonista do filme “Ah Ying”: “Representar é ser-se humano” Em 1983, o cinema de Hong Kong, pela lente de Allen Fong, revelou “Ah Ying”, um filme que retrata a vida dura de uma menina que vende peixe no mercado e sonha ser actriz. Essa menina era Hui So-ying e “Ah Ying” inspirou-se na sua vida. O HM conversou com a actriz à margem da “Making Waves – 2ª Mostra do Cinema de Hong Kong”, que decorreu este fim-de-semana em Lisboa Como se envolveu no projecto deste filme? A principal razão pela qual me envolvi neste filme foi porque o meu professor de teatro faleceu. Por isso, senti que precisava de fazer algo para o homenagear, porque foi ele que me ensinou a representar. Então tentei ser actriz. Posteriormente, quando [o realizador] Allen Fong me conheceu, achou a minha história de vida interessante, acabando também por conhecer alguns dos meus familiares. Aí perguntou se eles estavam também interessados em participar no filme, o que levou a que muitos deles acabassem por entrar também no projecto. O filme mostra também o ambiente em que o meu professor vivia, é um retrato de experiências e histórias vividas por mim e pelo meu professor. O filme retrata a vida de Hong Kong naqueles tempos. Como se preparou para a personagem? A beleza deste filme está muito relacionada com as colaborações que se fizeram, nomeadamente na fotografia e nos figurinos. Foram precisas muitas colaborações para criar a beleza que existe no filme. Foi um trabalho árduo assumir a personagem [de Ah Ying], porque a história foi concebida para descrever algumas das minhas experiências passadas, e foi isso que o realizador quis fazer. Mas isso foi difícil para mim, porque havia algumas coisas que não queria enfrentar, mas tive de o fazer. Claro que depois percebi que, no fundo, não era nada, e até me senti aliviada depois de terminar as filmagens. Pensando se a história era uma forma de arte ou a realidade, quando estava a representar, tive de entrar na situação do momento porque, de facto, o episódio [real] já tinha passado, mas tive de voltar a ter certos sentimentos durante a representação. Como actriz, foi um grande teste. “Ah Ying” é considerado um dos grandes filmes da chamada “Nova Vaga” do cinema de Hong Kong. Durante a rondagem, esperava o sucesso do filme? Não pensei nisso, mas em todo o projecto achei que Allen Fong era um realizador muito ousado, porque nunca tinha sido feito um filme deste género em toda a história do cinema de Hong Kong. É uma espécie de “docudrama”, e ele teve a força e coragem para inovar na forma de filmar, o que, para a época, era inédito. Qual foi o grande desafio que enfrentou neste filme? Foi ter de regressar ao meu antigo eu. Havia coisas que não queria enfrentar e tive de as enfrentar novamente, com o mesmo sentimento que tinha naquela altura. Entre 1983 e a actualidade passaram muitos anos. Olhando para trás, qual o significado que este filme teve para si, como pessoa e actriz? Na verdade, depois de ver o filme, vi-o apenas como uma história. Para mim representar é ser-se humano, todos os dias são uma actuação. O filme retrata a vida de Hong Kong nos anos 80 e ganhou uma versão restaurada. O que pensa que este projecto pode trazer a um público mais jovem que veja o filme hoje? Este ano o filme foi exibido várias vezes, e faço sempre a mesma questão, se as pessoas não compreendem o filme ou se acham que ele não consegue ser imersivo o suficiente. Na verdade, tendo em conta a minha experiência, a maioria dos espectadores mais jovens responderam que não é assim, que o filme é bastante real. Não me parece que este filme esteja ultrapassado ou fora de moda só porque os tempos progrediram ou a sociedade mudou. Não acho isso. “Ah Ying” encerrou, em Lisboa, a segunda edição de “Making Waves – Mostra de Cinema de Hong Kong”. Como se sente por ver este filme exibido em Portugal? Achei interessante. Nunca pensei que o filme pudesse ser exibido nesta mostra, não sei se foi pelo facto de haver uma cópia restaurada. Antes desta nova versão era mais difícil exibi-lo. O público pode ver um filme que mostra as relações familiares vividas nos anos 80, e penso que aí o filme pode ser imersivo [na temática], quando aborda conflitos familiares, porque todos têm uma família. Vendo o filme podem questionar-se como é a relação com os seus familiares. Claro que também espero que tenham aprendido mais coisas sobre Hong Kong. Mas, apesar de este filme se passar na década de 80, foca-se muito nas relações familiares e interpessoais. Há algum episódio das filmagens que a tenha marcado? Em todo o filme houve vários momentos, mas aquele que me deixou maiores impressões foi a última cena, da entrevista, em que estava a falar para uma cadeira, mas era como se estivesse a falar com o meu professor. Quando vejo esta cena novamente fico sempre comovida, porque o meu professor já faleceu, mas tudo isso ainda me impressiona bastante.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasa do FC Porto | Sede com ordem de despejo e rendas em dívida A Casa do Futebol Clube do Porto Macau-China está a ser alvo de uma acção de despejo por falta de pagamento de várias rendas. A informação consta num anúncio de despejo do Tribunal Judicial de Base. Recorde-se que, desde Fevereiro, a entidade vinha sofrendo dificuldades financeiras São quase 79 mil patacas de dívidas, quer em rendas em atraso, quer em pedidos de indemnização. A Casa do Futebol Clube do Porto Macau-China está a ser alvo de uma acção de despejo pelo atraso no pagamento de rendas. A informação consta num anúncio do Tribunal Judicial de Base (TJB) publicado na imprensa, e que justifica esta acção de despejo “na falta de pagamento da renda por um período superior a três meses”. Recorde-se que em Fevereiro deste ano a Casa do FC Porto de Macau pediu donativos nas redes sociais para lidar com as despesas associadas às cheias que ocorreram na sede e que levaram ao encerramento da cantina em Janeiro. Já nessa altura, a associação falava em “enormes prejuízos” que colocavam em causa a “capacidade de cumprir com os compromissos financeiros” da entidade. O HM contactou Diana Massada, presidente da associação, que garantiu que irá contestar a acção. “O senhorio deve-nos dinheiro dos prejuízos causados por falhas estruturais da fracção”, adiantou ao HM. A responsável alega que tem sido arrendada “uma fracção sem condições para o fim a que se destinava”, que era a “sede da associação com serviço de cantina”. Patacas e mais patacas No anúncio publicado nos jornais, lê-se que a Casa do Futebol Clube do Porto de Macau-China, situada no número 16 na Travessa de São Domingos, tem agora os prazos legais para contestar a acção de despejo. É exigido o pagamento de 40.815 patacas das rendas não pagas de Fevereiro, Março, Abril e Maio deste ano, bem como o pagamento de indemnização “igual ao montante das rendas referentes aos meses de Fevereiro, Março e Abril de 2025, por o atraso ser superior a 30 dias”, isto num total de 32.508 patacas. É também exigido à associação o pagamento de 5.418 patacas relativo “a metade do montante da renda referente ao mês de Maio de 2025, por o atraso ser, à data da propositura da presente acção, superior a 8, mas inferior a 30 dias”. A Casa do FC Porto deve ainda suportar os custos relativos “às rendas vincendas até ao despejo da ré [Casa do FC Porto] e efectiva restituição do locado aos autores [da acção, os proprietários] livre de pessoas e bens”, mais juros. A Casa do FC Porto deve ainda suportar as custas judiciais, tendo direito a apoio judiciário. A primeira inundação a afectar a sede da associação aconteceu a 19 de Janeiro, mas voltou a ocorrer uma segunda vez. “Infelizmente, os responsáveis pelas obras não efectuaram correctamente as reparações necessárias e após já termos a sede quase pronta para a reabertura sofremos nova inundação”, foi relatado nas redes sociais. O fecho da cantina, que originava algumas receitas para a entidade, levou a “enormes prejuízos, porque não só afectou as nossas receitas, como originou enormes perdas de comida, gastos extraordinários para tentar reabrir, e colocou em risco a nossa capacidade de cumprir com os compromissos financeiros, nomeadamente o pagamento de salários”, foi referido.
Andreia Sofia Silva EventosConcertos | Black Eyed Peas actuam em Macau em Novembro Fizeram um sucesso estrondoso com músicas como “I Gotta Feeling”, “Let’s Get It Started” e “Where’s The Love?”, ainda com Fergie a acompanhar nas canções. Agora, com uma nova cantora, os Black Eyed Peas estreiam-se em Macau a 21 de Novembro, no Local de Espectáculos ao Ar Livre de Macau, no Cotai. Os bilhetes já estão à venda A zona de concertos no Cotai, com o nome oficial Local de Espectáculos ao Ar Livre, vai receber em Novembro um concerto que promete encher as medidas do público: os norte-americanos Black Eyed Peas (BEP). Formados em 1992, a banda começou a ser conhecida com o terceiro disco de estúdio, “Elephunk”, lançado em 2003, de onde saiu o êxito que ainda hoje toca nas rádios: “Where Is The Love?”, em parceria com o cantor Justin Timberlake. No dia 21 de Novembro os BEP actuam em Macau, mas já com algumas alterações na formação original do grupo, pois Fergie saiu em 2018, apostando numa carreira a solo. O seu lugar foi ocupado pela cantora J. Rey Soul. Os bilhetes para o espectáculo de Macau já estão à venda e variam entre 699 e 1,699 dólares de Hong Kong na plataforma uutix. Os BEP também actuam na vizinha Hong Kong no dia 19 de Novembro, no West Kowloon Cultural District. Se no final dos anos 90 os BEP eram um trio apostado em fazer hip hop alternativo, quando assinaram com a Interscope Records começaram a apostar em batidas mais pop. Com essa editora lançaram os álbuns “Behind The Front”, em 1998, e depois “Bridging the Gap”, em 2000. No terceiro disco tudo explodiu e os BEP conseguiram alcançar o verdadeiro sucesso comercial. “Where Is The Love?”, uma canção que questiona o rumo do mundo e os valores da humanidade, subindo no top de vendas em vários países, alcançando a posição 14 na Billboard 200 e vendido, só no Reino Unido, 1.6 milhões de cópias. Em todo o mundo vendeu 8.5 milhões. Com “Elephunk” os BEP não saíam da grelha da MTV e Fergie foi conquistando notoriedade no meio do grupo. Saíram outros êxitos, como “Shut Up”, “Hey Mama” e “Let’s Get It Started”. Aproveitando a onda do sucesso, “Monkey Business”, saído em 2005, também gerou mais canções que os fãs dos BEP não esquecem, como “Pump It”, uma canção que é pop puro e que enche qualquer pista de discoteca, “Don’t Phunk With My Heart” ou “My Humps”. Não se pode ignorar ainda o enorme sucesso do hit “I Gotta Feeling”, saído de um álbum posterior, o “The E.N.D.”, de 2009, que também teve o single bem-sucedido “Boom Boom Pow”. Com “I Gotta Feeling”, os BEP também deixaram a sua marca nas rádios e pistas de dança por esse mundo fora, até hoje. Os trabalhos a solo No meio do sucesso dos BEP, Fergie aproveitou para ir fazendo uns trabalhos a solo que também tiveram notoriedade. Em 2006 saiu “The Dutchess”, que vendeu 12 milhões de cópias em todo o mundo e trouxe cinco singles às tabelas musicais, nomeadamente “London Bridge”, “Glamorous”, “Big Girls Don’t Cry”, esta última mais a puxar para os tons de balada. Produzindo mais álbuns nos anos seguintes, e apostando na sua vida pessoal, ao casar e ter filhos, Fergie acabou por deixar os BEP em 2018. Porém, também outros membros dos BEP foram fazendo as suas canções, como foi o caso de will.i.am, que fez “#willpower”. Há dez anos os BEP fizeram uma nova música com o dj David Guetta, e a preparar novo material discográfico. O disco mais recente dos BEP é “Elevation”, foi lançado em 2022, e tem canções como “Simply The Best”, “Muevelo”, “Audios” e “Double D’z”, num total de 15 faixas mais marcadas pelas sonoridades latinas. Em 2020, em plena pandemia, saiu “Translation”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaTelevisão | Documentários sobre pensamento de Xi exibidos em Macau A partir de 13 de Outubro será transmitida a série documental “Paixão de Xi Jinping pela Cultura” na TDM e TV Cabo Macau, bem como nas plataformas digitais de vários jornais chineses. Será também exibida a série “Apresentação e Interpretação do Pensamento Económico de Xi Jinping”, ambas produzidas pelo China Media Group O público de Macau vai poder ver, a partir do dia 13 de Outubro, dois documentários sobre o pensamento do Presidente Xi Jinping na TDM e demais meios de comunicação social chineses. Ad duas produções do China Media Group, intituladas “Paixão de Xi Jinping pela Cultura” e “Apresentação e Interpretação do Pensamento Económico de Xi Jinping”, foram ontem apresentadas em Macau, com a presença de diversos dirigentes políticos, incluindo Sam Hou Fai, Chefe do Executivo. A série “Paixão de Xi Jinping pela Cultura”, com dez episódios, cada um com 28 minutos, será transmitida na TDM e TV Cabo Macau SA, com transmissões posteriores nas plataformas multimédia dos jornais chineses Ou Mun (Macau Daily), Tai Chung Pou, Jornal do Cidadão, Hou Kong Daily e no Lotus Times. Por sua vez, a “Apresentação e Interpretação do Pensamento Económico de Xi Jinping”, com 14 episódios, já teve a sua primeira exibição ontem, podendo ser vista na TDM até ao dia 9 de Novembro, tanto na televisão como no website e app de telemóvel. O evento de estreia destas produções aconteceu ontem no Complexo do Fórum Macau e contou com um discurso do Chefe do Executivo. Sam Hou Fai disse que estes documentários servem “para incentivar o envolvimento, compreensão e implementação do pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era entre os compatriotas em Macau e os povos de todo o mundo”. Novo acordo assinado Na mesma sessão, foram assinados “cinco acordos-quadro” entre o Governo e o China Media Group, nomeadamente o “Acordo-quadro para aprofundar a cooperação estratégica entre o China Media Group e o Governo da RAEM”, o “Acordo-quadro sobre a cooperação na indústria cinematográfica entre a Administração Estatal de Cinema da China e a Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura”. Foram também firmados os acordos “Carta de intenções para a cooperação entre a Comissão Organizadora da Zona de Competição de Macau da 15ª edição dos Jogos Nacionais e da 12ª edição dos Jogos Nacionais para Pessoas Portadoras de Deficiência, e ainda a 9ª edição dos Jogos Olímpicos Especiais Nacionais e o China Media Group”. Inclui-se ainda “o acordo sobre a transmissão integral do Canal de desporto CCTV-5 entre o China Media Group e a TDM e o acordo-quadro de parceria estratégica entre a estação Ásia-Pacífico do China Media Group e Universidade de Macau”. Sam Hou Fai explicou que o documentário “Paixão de Xi Jinping pela Cultura” tem conteúdos sobre “a essência do Pensamento de Xi Jinping sobre a cultura”, relatando “histórias autênticas da valorização e do compromisso do Senhor presidente Xi para com a transmissão do património cultural e o seu desenvolvimento”. Os dois documentários compilam, segundo o discurso de Sam Hou Fai, “o estudo teórico” em torno do pensamento do Presidente, “ajudando o público a compreender” os seus ensinamentos. Sam Hou Fai disse ainda que estes “são os primeiros documentários televisivos a expor o pensamento económico de Xi Jinping, nos quais se analisam meticulosamente os principais discursos do Senhor Presidente e as transformações e conquistas históricas alcançadas sob a sua orientação no desenvolvimento económico da China durante a nova era”.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | “Outros Portos – Outros Olhares” para ver em Zhuhai A mostra “Outros Portos – Outros Olhares” é inaugurada hoje em Zhuhai, no The Moment Art Space, depois de uma primeira passagem por Portugal. A exposição itinerante que reúne trabalhos de cinco fotógrafas chega a Macau em 2027, com curadoria conjunta entre Macau, com a designer Clara Brito, Portugal e Pequim O The Moment Art Space, em Zhuhai, prepara-se para receber hoje, a partir das 18h30, a mostra de fotografia que vai passar por vários locais da Grande Baía, depois de uma primeira apresentação em Portugal. Trata-se de “Outros Portos – Outros Olhares”, patente na vizinha Zhuhai até 17 de Novembro, revelando ao público “um olhar feminista sobre identidade, resistência e transformação cultural”. A exposição “reúne uma narrativa visual de obras fotográficas de cinco artistas mulheres oriundas de Macau, de Portugal e da China Continental”, nomeadamente Mina Ao, Margarida Gouveia, Ting Song, Xing Danwen e O Zhang. Segundo os organizadores da exposição, cada fotógrafa “traz uma abordagem visual própria para reflectir sobre o papel da mulher na sociedade e na cultura, explorando temas como identidade, resistência e transformação dentro do pensamento feminista contemporâneo”. Propõe-se, assim, com “Outros Portos – Outros Olhares” uma “narrativa visual intensa e diversificada, construída através de registos documentais, reflexão pessoal e crítica cultural”. Nesta exposição, as “artistas envolvidas questionam ideias fixas sobre o que é ser mulher e desafiam os discursos predominantes nas suas sociedades”. No próximo mês a exposição estará patente em Shenzhen, encerrando-se depois em Macau em 2027. Os talentos de cada uma Na equipa de curadores está a designer Clara Brito, ligada a Macau e Portugal, e representante da Associação Cultural +853, sediada na RAEM. A designer está também ligada ao grupo “Tomorrow’s Heritage”. De Pequim, Gu Zhenqing colabora também na curadoria. Olhando para o rol de artistas, Ting Song “destaca-se como pioneira na arte digital” e “a primeira criptoartista a integrar o acervo de um museu nacional na China, tendo criado as primeiras obras chinesas com inteligência artificial e NFT vendidas em leilão”. A mostra da sua autoria “The Counter-Cyborg Cathedral and Bazaar” marcou “a primeira colaboração asiática entre humanos e inteligência artificial baseada em blockchain”. Ting Song já foi inclusivamente destacada nas listas “Forbes 30 Under 30” e “Gen.T Asia”, tendo participado na campanha “Dare”, da Chanel. “A sua obra combina tecnologia de ponta com estética tradicional para explorar a feminilidade digital e a construção da identidade, trazendo à exposição uma voz ousada, inovadora e profundamente actual”, destaca a organização da mostra. Quanto a Xing Danwen, Mina Ao e Margarida Gouveia, as suas imagens remetem para “formas de violência simbólica e material, oferecendo reflexões profundamente pessoais sobre autonomia e identidade”. Já O Zhang documenta “o legado das políticas de adopção na China, centrando-se na vida de mais de 55.000 meninas chinesas adoptadas por famílias americanas, levantando questões comoventes sobre pertença, troca cultural e identidade feminina”. Hoje haverá ainda uma mesa-redonda, com sessão de perguntas e respostas, moderada por Clara Brito, e que conta com a participação de curadores convidados e artistas da exposição.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeRagasa | Maioria dos comerciantes diz que não sofreu grande impacto No rescaldo do super tufão Ragasa, a Federação da Indústria e Comércio de Macau, Centro, Sul e Distritos diz que a maior parte dos comerciantes não sofreu grande impacto com a tempestade. Ainda assim, ontem foi dia de limpezas e balanço de prejuízos As chuvas fortes e inundações provocadas pelo Ragasa, que obrigou ao içar do sinal 10 de tempestade tropical, não causaram, afinal, grandes estragos no pequeno comércio. Em declarações ao jornal Ou Mun, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau, Centro, Sul e Distritos, Lei Cheok Kuan, revelou que a maioria dos comerciantes nestas zonas não sofreram grandes perdas materiais durante a passagem do super tufão, uma vez que se prepararam com antecedência. O presidente da associação revelou que antes da chegada do tufão, os comerciantes com lojas na Rua dos Ervanários, Rua das Estalagens ou Avenida de Almeida Ribeiro receberam apoio na prevenção por parte de associações locais, mudando muitas das estruturas de negócio para zonas mais altas, a fim de evitar os estragos causados por inundações. Houve ainda quem tenha emprestado espaços para os comerciantes guardarem frigoríficos de grande dimensão, por exemplo. Lei Cheok Kuan explicou ainda que as instalações não ficaram danificadas, o que leva a que os comerciantes não tenham custos acrescidos com funcionários ou rendas causados pelo fecho temporário, que não chegou a acontecer. Resposta aos apelos Lei Cheok Kuan recordou que a maioria dos comerciantes nas zonas baixas do Porto Interior respondeu ao apelo do Governo para a evacuação antes da chegada da tempestade, e que apenas um número reduzido de lojistas insistiu em continuar de portas abertas durante a passagem do Ragasa. O dirigente associativo destacou que a grande maioria das lojas estava preparada para o regresso à normalidade já na quarta-feira, devido ao facto de os estragos e perdas não terem sido elevados. Esta quarta-feira o sinal 10 só reduziu para 8 às 16h, sendo que o sinal 3 de tempestade só foi içado à noite. Ouvido pelo jornal Ou Mun, um comerciante com lojas na Rua das Estalagens e Rua da Tercena, de apelido Kuok, disse esperar que o Governo continue a melhorar as infra-estruturas contra inundações nas zonas baixas do território, devendo fornecer resoluções concretas aos comerciantes para que possam lidar com a subida do nível das águas quando ocorrem tempestades. O mesmo comerciante chegou a mudar as instalações e máquinas de valor elevado, a fim de reduzir potenciais perdas o mais possível, mas a água acabou mesmo por entrar nalgumas lojas, causando estragos em espaços mais pequenos que não conseguiram deslocar maquinaria e outros materiais para locais mais seguros. De frisar que, em alguns locais, a subida do nível das águas levou a inundações com um máximo de cinco metros de altura. Entretanto, equipas do Instituto para os Assuntos Municipais continuaram ontem a limpeza de ruas, parques e trilhos, incluindo nas praias de Hac-Sá e Cheoc Van, em Coloane, “que sofreram danos”, pois “foi arrastada para as praias uma grande quantidade de lixo e galhos de árvores”. A bandeira vermelha esteve içada ontem, proibindo banhos em ambas as praias. No total, participaram nas acções de limpeza, na manhã de ontem, 1.100 funcionários públicos distribuídos em 116 equipas de apoio, sendo que 40 departamentos públicos estiveram envolvidos. DSEDJ | Escola de Ensino Especial adiou o regresso às aulas Uma escola do ensino especial não conseguiu garantir ontem o regresso às aulas, após a passagem do super tufão Ragasa. A informação foi divulgada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), que revelou que outras escolas só conseguiram organizar o regresso às aulas na parte da tarde de ontem. “Actualmente, com excepção de uma escola do ensino especial que necessita de adiamento na retomada de aulas e de algumas escolas que ajustaram as aulas para a tarde, os alunos de todas as outras escolas retomaram as aulas com normalidade”, foi comunicado. “A DSEDJ irá acompanhar estreitamente a situação e prestar diversos apoios e assistência na recuperação das escolas após o tufão”, foi prometido.
Andreia Sofia Silva EventosHong Kong | Men I Trust ao vivo em Kowloon em Janeiro Os canadianos Men I Trust vão tocar em Hong Kong na nova sala de espectáculos TIDES, em Kowloon, no dia 29 de Janeiro. Os bilhetes para o concerto foram postos à venda hoje. Os fãs do trio de electro-pop terão de desembolsar entre 670 e 890 dólares de Hong Kong por um bilhete Hong Kong prepara-se para receber a banda canadiana Men I Trust, formada em 2014 por Jessy Caron, Dragos Chiriac e Emma Proulx, e que navega entre as sonoridades “indie” e “electro-pop”. O espectáculo, que acontece na região vizinha, a 29 de Janeiro do próximo ano, está marcado para a nova sala de espectáculos TIDES, que ocupa o primeiro andar de um peculiar edifício em Whampoa (Kowloon) em forma de navio. Em jeito de antecipação da grande procura, os bilhetes começam a vender-se hoje em diversas plataformas online, a partir das 10h. O espectáculo dos Men I Trust integra-se na tour que a banda irá fazer ao longo de 2026, a “Equus Tour 2026”. Segundo uma nota da organização do evento, o grupo “deixou a sua marca na cena musical de forma discreta, mas profunda”, mantendo até à actualidade Emma Proulx na voz e guitarra, Jessy Caron na guitarra e no baixo, e Dragos Chiriac nos teclados. O trio faz “um som encantador que mistura dream pop e elementos indie, ressoando para um público global”. Os Men I Trust são reconhecidos pelas “suas melodias hipnóticas e vocais cativantes”, fazendo uma “abordagem distinta à música”. A banda produz as suas próprias músicas e tem demonstrado “uma maturidade que vai além dos anos que tem na indústria”. “A influência dos Men I Trust estende-se pelas suas composições evocativas e apresentações discretas ao vivo, porém envolventes, oferecendo-se ao público uma experiência música genuína e íntima”, descreve a organização. “Numa era em que a música desafia as classificações fáceis, os Men I Trust destacam-se pela capacidade de criar sons que transcendem géneros musicais, tendo moldado o cenário da música indie com graça e autenticidade”, lê-se ainda. Uma marca no Clockenflap Esta é a terceira vez que os Men I Trust vão actuar em Hong Kong. Em 2019 aconteceu um “concerto intimista” de estreia, voltando depois o grupo à edição de 2023 do festival Clockenflap. O que é certo é que os Men I Trust ” conquistaram um lugar especial no coração do público de Hong Kong”, sendo que este concerto marca não apenas a chegada de uma nova tour, mas “o novo projecto” do grupo para este ano, nomeadamente a edição da “série de álbuns em duas partes, ‘Equus Asinus’ e ‘Equus Caballus'”, como “dois mundos sonoros distintos, porém conectados”. “Enquanto Equus Asinus (O Burro) oferece uma atmosfera intimista com toques folk, Equus Caballus (O Cavalo) expande-se para territórios mais grandiosos e atmosféricos. Ver como essas energias contrastantes se entrelaçam no palco promete constituir uma experiência única e imperdível”, destaca a organização. Os bilhetes têm valores que variam entre os 670 e 890 dólares de Hong Kong.
Andreia Sofia Silva Sociedade“Ragasa” | Hotéis e casinos avisados das regras com sinal 8 de tempestade Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) vão içar hoje, terça-feira, entre as 16h e as 19h, o sinal 8 de tempestade tropical, sendo “relativamente alta” a possibilidade de vir a içar o sinal 9 de tempestade na madrugada desta quarta-feira, embora não se saiba ainda a previsão da hora concreta. O que é certo é que os casinos vão hoje fechar portas. Segundo uma nota oficial, o Executivo reuniu esta segunda-feira com representantes das operadoras de jogo a fim de discutir os trabalhos de prevenção sobre aquele que já é considerado um “super tufão”. A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), em conjunto com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), discutiu, com as operadoras, “os planos de prevenção de desastres e resposta a emergências em condições meteorológicas adversas e extremas nos casinos”, tendo em conta que se prevê que o “Ragasa” terá “um grande impacto em Macau”. ” A DICJ exigiu às concessionárias que procedam à saída ordenada dos seus trabalhadores e visitantes dos casinos dentro de duas horas antes da emissão do sinal nº 8 de tempestade tropical, com vista a garantir a segurança dos mesmos”, é referido na nota. A reunião serviu também para discutir “vários planos-chave de contingência, incluindo a protecção dos direitos laborais, o processo de disponibilização de espaço para os clientes, medidas para prevenir o tufão no que diz respeito às infra-estruturas dos casinos e organização quanto à reserva de suprimentos de emergência”, entre outros temas. Sector hoteleiro reuniu Entretanto, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) também convocou ontem duas reuniões com representantes de empresas de turismo e lazer integrado e associações relacionadas com o sector hoteleiro, bem como com guias turísticos e agências de viagem, também para discutir assuntos relacionados com a protecção civil no âmbito da passagem do “Ragasa” pelo território. “Os operadores turísticos responderam que, tendo em conta a situação da passagem do tufão e das mudanças dos voos, vão envidar todos os esforços para ajustar ou cancelar as excursões com antecedência, a fim de garantir a segurança dos visitantes”, foi dito no encontro, segundo uma nota oficial. Na mesma reunião os representantes da indústria “afirmaram que já foram elaborados planos de contingência e implementados, de forma ordenada, os trabalhos de prevenção para fazer face ao tufão, incluindo a remoção de dispositivos móveis no exterior dos edifícios ou o tratamento flexível dos pedidos de alteração ou cancelamento de reservas”, entre outras matérias. Nem aulas, nem cultura Além disso, não haverá aulas hoje nem amanhã, incluindo eventos desportivos. Houve também ajustamentos, por parte do Instituto Cultural, na programação de vários eventos, nomeadamente no Festival Fringe. A mostra “Exposição de Arte para Todos”, do 23.º Festival Fringe da Cidade de Macau encerrou esta segunda-feira, antes da data prevista. A Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo e as instalações artísticas ao ar livre do 2º Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau também estarão temporariamente encerradas ao público a partir de hoje “até novo aviso”.
Andreia Sofia Silva EventosCerimónia do chá | Exposição para ver este fim-de-semana Decorre amanhã e domingo a exposição “O Encanto da Cultura Contemporânea do Chá Chinês”, organizada pela Chinese Teaism Association of Macau, entidade dedicada a divulgar a cultura do chá. A mostra, patente no Centro Cultural e de Artes Performativas Cardeal Newman, pretende dar a conhecer as diferentes cerimónias do chá nas quatro estações do ano A Chinese Teaism Association of Macau é uma associação que divulga da arte e cerimónias associadas ao chá tradicional chinês. Desta vez, essa divulgação faz-se através da exposição intitulada “O Encanto da Cultura Contemporânea do Chá Chinês”, que decorre apenas dois dias, amanhã e domingo, a partir das 11h, no Centro Cultural e de Artes Performativas Cardeal Newman, na Calçada da Vitória. A partir das 11h, será possível conhecer mais sobre “as disposições da cerimónia do chá durante as quatro estações do ano”. Nas palavras da presidente da associação, Lo Heng Kong, pretende-se “desfrutar da verdade do conhecimento, da bondade das relações humanas e da beleza da poesia ao nosso redor”, através das disposições do chá nas quatro estações. A exposição marca também a celebração dos 25 anos da entidade organizadora, que se tem dedicado a divulgar as mudanças que ocorreram com o simples acto de beber chá, que na cultura chinesa é muito mais do que isso. “O hábito de beber chá evoluiu ao longo de várias eras — desde ser consumido como sopa, fervido, batido e infusionado — até alcançar uma nova etapa no século XXI, marcada pela integração cultural e por uma individualidade distinta. Essa individualidade impulsiona a inovação que, por sua vez, realça a individualidade, desenvolvendo-se como uma questão de gosto e moda”, explica Lo Heng Kong. Assim, no passado, “as pessoas interessavam-se sobretudo pela ideia de ‘como beber chá’, mas mais tarde passaram a preocupar-se com ‘o que beber chá proporciona’. Por fim, começaram a escolher ‘que tipo de chá beber'”. A presidente da associação adianta, numa nota sobre a mostra, “que além da qualidade das folhas de chá, as exigências aumentaram também em relação aos utensílios de chá, à qualidade da água, ao ambiente elegante e até à forma e companhia com que se saboreia o chá”. Desta forma, o acto de beber chá transformou-se “numa arte de viver que satisfaz também o prazer espiritual, dando origem à arte da cerimónia do chá chinês”. Uma cerimónia “abrangente” Para Lo Heng Kong, “a cerimónia do chá é uma arte abrangente que incorpora artes visuais, artes performativas e até música”, o que resultou em “novos conceitos como ‘disposição da cerimónia do chá’, com o termo chinês chaxi, ‘arranjos florais para a cerimónia do chá’ e ‘apresentação da cerimónia do chá’, formando uma cultura contemporânea do chá que vai além do prazer material”. A dirigente diz ter criado, em 1998, o modelo “Xiyuan”, que “significa valorizar um encontro”, no sentido de potenciar relações humanas em torno do acto de beber chá. Assim, a “Reunião de Chá Xiyuan” não tem propriamente “regras específicas”, exigindo-se apenas “que o anfitrião prepare com atenção um espaço funcional para preparar e servir o chá, prepare um bule de chá e, em conjunto com os amigos do chá, desfrute da verdade (a verdade do conhecimento), da bondade (a bondade das relações humanas) e da beleza (a beleza da poesia) do nosso meio, valorizando cada ligação significativa”. Acredita-se que a “disposição da cerimónia do chá” dá acesso para a arte do próprio chá. “Quando se desenvolve uma paixão por esta arte, é natural coleccionar diversos utensílios e manter peças requintadas para criar uma experiência personalizada de degustação e convívio”, sendo esse “o impulso por detrás da ‘disposição da cerimónia do chá'”. Eventos desde 1998 A entidade que antecedeu a Chinese Teaism Association of Macau foi o Centro de Estudos de Cultura do Chá Chun Yu Fang, que reuniu quase uma centena de participantes e 25 disposições de chá para a “Reunião do Chá do Século de Hong Kong”. Este foi o primeiro encontro internacional em que a original “disposição da cerimónia do chá” de Macau foi apresentada, originando a “Exposição de Arte da Combinação de Utensílios de Chá Zhejiang-Macau”, em 2002. Anos mais tarde, em 2010, realizou-se também a “Exposição Internacional de Lugares de Chá de Hangzhou”. Nos últimos 25 anos de vida, a associação tem colaborado com diversos grupos artísticos como a International Art Community, o Australian Will Art Group e a Orquestra Chinesa de Macau “para experimentar a integração e inovação entre a cerimónia do chá e diversas formas de arte, enriquecendo o conteúdo da cultura contemporânea do chá”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeSMG | Esperada “tempestade tropical forte” na próxima semana Macau vai enfrentar os efeitos da chegada de duas tempestades tropicais em pouco tempo. Se este fim-de-semana se esperam períodos de chuva com a chegada do “Mitag”, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos alertam também para uma “tempestade tropical forte” na próxima semana O tempo não se avizinha agradável nos próximos dias e a culpa é de duas tempestades tropicais que deverão afectar Macau e Hong Kong na mesma altura. Para já, a tempestade “Mitag”, classificado de sistema tropical pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), deverá obrigar hoje a içar o sinal 3 de tempestade, segundo previsões divulgadas ontem, prevendo-se que entre num raio de 200 quilómetros de distância de Macau. A possibilidade de içar o sinal 3 é “moderada a relativamente alta”, diziam ontem os SMG. Prevê-se ainda que o “Mitag” chegue à costa do Estuário do Rio das Pérolas entre amanhã e domingo, pelo que “o vento e chuva na região serão mais notáveis”, com a “precipitação acumulada a ser relativamente alta”. Porém, os SMG alertam para o facto de os próximos sete dias serem de mau tempo tendo em conta “outra perturbação tropical no Oceano Pacífico Noroeste que está a desenvolver-se gradualmente” e que vai evoluir para tempestade tropical. Os SMG dizem mesmo que “não se deve subestimar a tempestade tropical subsequente”. Macau muito afectado Há ainda “divergências” nas previsões, mas estima-se que a segunda tempestade seja “forte e com grande circulação”, devendo entrar no Mar do Sul da China “no início da próxima semana” e “afectar significativamente Macau, sendo bastante forte o vento ao longo da costa de Guangdong”. Assim, e tendo em conta que “num curto período há dois ciclones tropicais a atingir Macau”, podem ocorrer “desastres meteorológicos sobrepostos”, pelo que “as condições atmosféricas apresentam imensas flutuações, o que contribui para um elevado grau de incerteza nas previsões meteorológicas”. Também o Observatório de Hong Kong deixou avisos à população sobre as difíceis condições meteorológicas que se avizinham. “O outro ciclone tropical oriundo da zona noroeste do Pacífico para a zona este das Filipinas deverá intensificar-se de forma significativa nos próximos dias”, deteriorando-se “significativamente o tempo na região” com fortes ventos e chuvas.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaCTM | Governo renova contrato por dois anos e pede redução de tarifas A concessão da CTM termina no fim deste mês e o Executivo decidiu estendê-lo por mais dois anos para permitir um período de ajuste às novas disposições contratuais. A partir de 1 de Outubro todos os activos e investimentos da empresa passam para as mãos do Governo O Executivo decidiu alterar as disposições do contrato de concessão de telecomunicações para que a RAEM passe a deter todos os activos e investimentos da concessionária quando um contrato chega ao fim. Tal determinou a extensão do contrato por dois anos, entre 1 de Outubro deste ano e 30 de Setembro de 2027, firmado com a CTM – Companhia de Telecomunicações de Macau, que termina no dia 30 deste mês. Assim, no novo contrato celebrado com a CTM, “estipula-se claramente que, os activos e investimentos acima referidos serão formalmente integrados no património do Governo da RAEM, a partir de 1 de Outubro de 2025”, ainda que a empresa continue a deter o direito de usar esses activos. A extensão do contrato visa “assegurar a estabilidade da prestação de serviços de telecomunicações”. Segundo um comunicado ontem divulgado pela Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações, as mudanças contratuais integram a “primeira fase de reforma” do sector. A grande mudança é mesmo o facto de os novos contratos passarem a prever que “os activos e investimentos são integrados no património da RAEM aquando do termo do prazo de concessão”. Mais controlo O Governo pretende, assim, “reforçar o controlo no que diz respeito ao contrato de concessão”, adoptando o modelo em que no primeiro ano não existe possibilidade de rescisão do contrato, mas no segundo ano sim. Desta forma, o Governo poderá “cessar o contrato, mediante aviso escrito, com 60 dias de antecedência, a partir de 1 de Outubro de 2026”. Outra das alterações contratuais passa pela possibilidade de disponibilização de “parte do espaço, a título gratuito, para ser utilizado por outros operadores de telecomunicações qualificados”. Pretende-se, com isso, “reforçar os princípios da equidade, da transparência e do utilizador-pagador”, destaca a direcção de serviços. A CTM, na qualidade de titular da licença de telecomunicação, “deve utilizar esta parte do espaço a título oneroso, sempre que a utilização ultrapasse a atribuição gratuita”. O Governo explica ainda que “vai liderar a apreciação e aprovação dos pedidos de partilha das condutas da concessão, podendo os operadores de telecomunicações qualificados apresentar ao Governo os respectivos pedidos, a partir de 1 de Janeiro de 2026”. Numa nota assinada pelo presidente da CITICM Telecom, Luo Xicheng, que detém a CTM em 99 por cento, lê-se que o valor contabilístico líquido dos activos de concessão era, a 30 de Junho deste ano, de 215 milhões de dólares de Hong Kong. A CTM promete continuar as negociações com o Executivo e dar apoio ao Governo na fase de candidaturas ao processo de partilha das condutas da concessão em Janeiro. A par das questões contratuais, o Governo diz ter exigido à CTM “a implementação de um plano de redução de tarifas destinado à população e às pequenas e médias empresas, abrangendo vários serviços, para responder às preocupações da sociedade relativamente aos preços dos serviços de telecomunicações”. Além da renovação com a CTM, as licenças de rede pública de telecomunicações fixa serão igualmente renovadas até 30 de Setembro de 2027.
Andreia Sofia Silva EventosIlha Verde | CURB volta a organizar passeios de bicicleta este mês “On The Move VII: Ilha Verde Moments” é o nome da iniciativa do Centro para a Arquitectura e Urbanismo no próximo dia 27 deste mês. Através de passeios de bicicleta entre a Ilha Verde e o Fai Chi Kei pretende-se descobrir os segredos destes locais e, a partir daí, produzir um registo em vídeo Pegar numa bicicleta e trilhar segredos arquitectónicos ou urbanísticos ainda escondidos aos olhos de muitos. É isto que propõe o CURB – Centro para a Arquitectura e Urbanismo, que no próximo dia 27 de Setembro organiza a sétima edição destes passeios, com a iniciativa intitulada “On The Move VII: Ilha Verde Moments”, que propõe “passeios criativos de bicicleta que oferecem aos participantes a oportunidade de explorar a Ilha Verde”. O “On the Move” é um projecto “único que combina passeios criativos de bicicleta com a exibição de um documentário”, destaca uma nota da organização, sendo que este ano os passeios “seguirão uma direcção diferente, tendo como ponto de partida o pátio da Universidade de São José e explorando uma nova área de Macau: a Ilha Verde”. A iniciativa oferece um convite para “descobrir diferentes bairros em redor da Ilha Verde através de quatro percursos comentados em inglês pelo curador Nuno Soares, presidente do CURB”. Nuno Soares é também arquitecto e está ligado à docência de arquitectura na Universidade de São José. Para bem pedalar Para andar de bicicleta no próximo dia 27 é preciso ter mais de 18 anos. A organização fornece no evento materiais como capacetes, coletes reflectores e receptores de áudio. Haverá duas rotas e duas sessões de cada uma. As sessões decorrem entre as 10h e as 11h, e depois entre as 16h e as 17h, na rota do Fai Chi Kei; e depois entre as 11h30 e 12h30, e entre as 14h30 e 15h30, na rota do bairro de Toi San. Na mesma nota explica-se que o som e imagens recolhidos nos “Passeios Criativos de Bicicleta” serão utilizados na criação artística de um projecto de vídeo-arte e documentário, que serão exibidos numa mostra paralela, em local e data ainda a anunciar. No ano passado, a iniciativa “On the Move” andou também pela zona norte para fazer o percurso “North City Wall”, passando depois pela zona do Porto Interior, num passeio a que se chamou “Inner Harbour Boundary”. O CURB apresenta-se como uma instituição sem fins lucrativos e que pretende promover a investigação, a educação, a produção e a disseminação de conhecimento em arquitectura, urbanismo e cultura urbana. O Centro constitui-se como uma plataforma de intercâmbio entre a academia, a sociedade civil, a prática profissional e as instituições governamentais, servindo os interesses da comunidade em geral através de estudos de investigação, workshops, conferências, exposições, concursos e outras iniciativas. Além de organizar o “On the Move”, o CURB é também promotor de outras iniciativas ligadas à arquitectura e urbanismo, como é o caso do “Open House Macau”, o primeiro evento deste tipo na Ásia, sendo ainda parceiro associado da “World Urban Campaign”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaLAG | Pereira Coutinho pede aumentos de salários e apoios sociais Pereira Coutinho defende o aumento dos salários na Função Pública, mas também nas empresas concessionárias de jogo. O vencedor das recentes eleições legislativas sugeriu ainda o reforço da despesa pública para aumentar os apoios à população, a começar pelo cheque pecuniário Assume que mal tem dormido desde que, no domingo, conseguiu eleger, com a lista Nova Esperança, três deputados no hemiciclo. José Pereira Coutinho está ainda a celebrar a esmagadora vitória de domingo e o facto de se sentar novamente na Assembleia Legislativa (AL) ao lado de Che Sai Wang e Chan Hao Weng. O trio esteve ontem no programa matinal do canal chinês da Rádio Macau a defender aumentos salariais, agora que o Governo se prepara para a elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano. Coutinho disse, à margem do programa, esperar “que sejam actualizados os salários dos trabalhadores da Função Pública, da própria TDM e das concessionárias”, além de defender “o aumento da despesa pública em termos de distribuição dos cartões de consumo”. “As seis concessionárias actualizaram, este ano, os salários, mas a Função Pública ficou pelo caminho. Enviámos uma carta ao Governo, que, neste momento, está a preparar o orçamento para 2026, e esperamos uma actualização salarial para melhorar o poder de compra dos trabalhadores da Função Pública e aposentados”, disse Coutinho. O deputado foi mais específico e apontou para uma subida de “três a cinco pontos da tabela indiciária, o mínimo para a recuperação do poder de compra”. Quanto ao salário mínimo, Coutinho disse no programa que deve ir além das 34 patacas por hora. “Não pode ser assim, o salário mínimo de Hong Kong já é mais do que 40 dólares de Hong Kong por hora. O Governo deve assumir o papel de liderança para aumentar o salário mínimo”, referiu. Cheques mais chorudos O deputado eleito disse que o Executivo deve apostar “na devolução das 21 mil patacas para idosos”, sem esquecer o aumento do valor dos cheques pecuniários. Na sua visão, “são políticas efectivas para aumentar o consumo em Macau e contrabalançar a ida dos residentes para consumir além-fronteiras”, defendeu em declarações à TDM – Rádio Macau. Por sua vez, Chan Hao Weng disse esperar que sejam criadas mais garantias para professores na fase da reforma, nomeadamente um subsídio mensal para docentes reformados. O deputado que se vai estrear na Assembleia Legislativa e o repetente Che Sai Wang falaram também na importância de criar mais oportunidades de emprego para os residentes, defendendo que há ainda muitos postos de trabalho ocupados por não-residentes.
Andreia Sofia Silva SociedadeJogo | Receitas globais com subida de 23,1 por cento em 2024 A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou que as receitas globais do sector do jogo do ano passado foram de 231,45 mil milhões de patacas, o que representa uma subida anual de 23,1 por cento face a 2023. Tal deve-se, segundo uma nota da DSEC, à “recuperação gradual” do sector, “à medida que as actividades turísticas regressaram à normalidade de forma estável”. No que diz respeito às despesas globais da área do jogo, sem os impostos, também se registou um aumento de 18 por cento, para 94,37 mil milhões de patacas. Destaque para o aumento anual de 28 por cento nas despesas relacionadas com compras de mercadorias, comissões e ofertas a clientes, cifrando-se nas 23,20 mil milhões de patacas. O sector do jogo gastou mais com o pessoal, num total de 21,48 mil milhões de patacas, uma subida de sete por cento. Estes dados dizem respeito ao Inquérito ao Sector do Jogo relativo a 2024 contando com seis operadoras de jogo e duas empresas de exploração de lotarias. Deste inquérito excluem-se os dados relativos às actividades dos hotéis ou do comércio a retalho exploradas pelas empresas.
Andreia Sofia Silva SociedadeExportações | Vendas para a Europa com melhor desempenho A União Europeia (UE) foi o mercado com melhor desempenho, em matéria de exportações, no segundo trimestre deste ano. É o que diz o “Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador” realizado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Lê-se que nestes meses “as principais mercadorias exportadas pela RAEM foram vestuário e confecções, produtos farmacêuticos, equipamentos electrónicos ou eléctricos, bebidas alcoólicas e tabaco, e produtos metálicos”, sendo que a UE “foi o mercado de destino das exportações da RAEM que teve um comportamento relativamente melhor”. Este mercado teve uma variação de 25,1 por cento no “Índice Geral da Situação de Encomendas Trimestrais por Mercados”, tendo tido “um comportamento relativamente melhor”. Os empresários continuam, porém, preocupados com o panorama de negócios, pois quando questionados sobre as perspectivas das exportações, 53,1 por cento previu “estagnação” no segundo trimestre, um aumento de 32,3 por cento face ao trimestre anterior. Apenas 27,3 por cento disseram ter “uma perspectiva optimista” para o trimestre em análise, mais 0,4 por cento.
Andreia Sofia Silva PolíticaSecretário Tai Kin Ip ouve opiniões sobre emprego e economia O Governo iniciou a ronda de auscultações públicas para preparar as Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano. O secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, reunido ontem com seis associações que deixaram sugestões quanto à promoção do emprego e desenvolvimento económico, e que enalteceram as políticas do Executivo. Segundo um comunicado emitido pelo Governo, o presidente da União de Estudiosos de Macau, Ip Kuai Peng, referiu a necessidade de optimizar a economia em torno da área da propriedade intelectual, que tem sido aplicada com a instalação de bonecos de marcas conhecidas na cidade para atrair turistas, além de defender mais apoios ao emprego jovem. Tai Kin Ip conversou também com o secretário-geral do Centro de Pesquisa Estratégica para o Desenvolvimento de Macau, Chan Chi Fong, que defendeu também os benefícios de apostar na economia associada à área da propriedade intelectual, sugerindo uma adaptação tendo em conta as características de Macau. Por sua vez, a vice-presidente da mesma associação, Chan Peng Peng, acredita que o Governo deve tornar mais atractivas as zonas históricas do território que serão alvo de revitalização em parceria com as empresas de jogo. Outra entidade ouvida por Tai Kin Ip foi a Associação de Estudo de Economia Política de Macau, presidida por Samuel Tong, que pediu mais apoios do Executivo para as pequenas e médias empresas (PME) e argumentou a necessidade de ajuste estratégico de negócio para acelerar e transformar a economia. Já a presidente do “Grand Thought Think Tank”, Lei Ngan Leng, sugeriu uma melhor coordenação diversificar a economia, desenvolvendo as indústrias culturais e avançando com a integração de Macau em Hengqin. Parabéns ao ZAPE Já o vice-presidente da Associação Económica de Macau, Henry Lei Chun Kwok, também quer apoios contínuos às PME, esperando que o Governo concretize a medida de criação de fundos para as indústrias em prol da transformação em resultados científicos e tecnológicos. Outro “think tank”, o “Doctoral Think Tank”, coordenado por Chan Kam Kun, defendeu a necessidade de reforço da cooperação e uma maior divulgação contra o crime de branqueamento de capitais. Chan Kam Kun não esqueceu a conveniência da emissão de vistos para estrangeiros, tendo reconhecido a eficácia do plano governamental de revitalização para a zona do ZAPE, onde se inclui a recente realização de uma feira de gastronomia.
Andreia Sofia Silva EventosCinema | Festival de curtas marca regresso de João Pedro Rodrigues e Rui Guerra da Mata Os realizadores João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata marcam presença amanhã na segunda edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que vai exibir obras como “Mahjong” e “Iec Long”. Mas há espaço na programação para histórias fora do contexto asiático, como “Turdus Merula, Linnaeus, 1758” e “Manhã de Santo António” A dupla de realizadores portugueses João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata está de regresso a Macau para mostrar, amanhã, um conjunto de curtas-metragens realizadas sobre o território ou a cultura chinesa. A iniciativa integra-se na programação do 2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau e traz ao público local filmes mais antigos como “Mahjong”, “Iec Long”, “Turdus Merula Linnaeus,1758” e “Manhã de Santo António”. Além disso, a dupla de realizadores participa numa conferência com moderação de Sung Moon, programadora do Jeonju International Film Festival, subordinada ao tema “From Shorts to Features: The Artistic Journey”, onde se falará do percurso artístico dos dois. Nas redes sociais, a dupla disse “estar muito honrada com o convite e feliz por voltar a Macau”, tendo feito parte, por exemplo, do rol de convidados do Festival Literário Rota das Letras. Além disso, o realizador João Rui Guerra da Mata já residiu em Macau. “Mahjong” é uma curta-metragem com referências à cultura chinesa, neste caso o tradicional jogo que dá título à obra, mas que foi filmada em Varziela, Vila do Conde, na zona norte de Portugal, onde reside uma importante comunidade chinesa de comerciantes. Varziela é tida como a maior “Chinatown” de Portugal. Neste filme, vemos um homem de chapéu e uma mulher desaparecida, bem como um sapato de salto alto, uma peruca loira e um vestido chinês. Dá-se “o confronto entre o Vento Leste e o Dragão Vermelho”, em que “os pontos cardeais são trocados como num derradeiro jogo de Mahjong”. O filme, feito em 2013 e com 35 minutos, contou com 45 selecções em festivais, 59 exibições e um total de 4.440 espectadores. “Iec Long”, de 2014, remete para a tradicional indústria de produção de panchões. Na sinopse do filme, lê-se que “foi em Macau que primeiro se ouviu a palavra panchão”, que vem do chinês “pan-tcheong” ou “pau-tcheong” e que está nos dicionários “como um regionalismo macaense também chamado ‘estalo da China’ ou ‘foguete chinês'”. O filme questiona “quem vive na antiga Fábrica de Panchões Iec Long”, isto numa altura em que o espaço não tinha sido alvo de renovação. Hoje, com o investimento do Instituto Cultural, a antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa Velha, tornou-se num espaço cultural aberto ao público. Amores e desamores Outro filme escolhido para a exibição de amanhã, “Manhã de Santo António”, afasta-se deste cenário específico de Macau e da sua cultura, focando-se nos festejos do Santo António. Segundo a sinopse, “manda a tradição que no dia 13 de Junho, dia de Santo António, o padroeiro de Lisboa, os namorados ofereçam vasos de manjericos enfeitados com cravos de papel e bandeirolas com quadras populares como prova do seu amor”. É em torno dessas ideias e tradições que gira o filme. Numa perspectiva completamente diferente apresenta-se “Turdus Merula Linnaeus, 1758”, outro filme com realização de João Pedro Rodrigues e de João Rui Guerra da Mata. Trata-se de um filme de 2020 feito a convite da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no âmbito do projecto “Sala de Projecção”. O filme “literaliza o olhar do realizador após a longa-metragem imediatamente precedente, ‘O Ornitólogo'”, feita em 2016, e que “de forma muito objectiva, é um filme observador de pássaros”. “Turdus Merula Linnaeus, 1758” é filmado em pleno confinamento, quando João Pedro Rodrigues se apercebeu “que na árvore diante do seu apartamento, um melro fizera um ninho e que lá nasceria uma ‘ninhada’ de pequenos melros”, sendo que “Turdus” remete para o “registo do choco, do eclodir, da alimentação e do primeiro voo destas aves”. O nome completo do filme é o nome científico atribuído ao melro comum, descreve-se na sinopse. A palestra com a dupla de realizadores decorre no Centro Internacional de Convenções da Galaxy, enquanto os filmes serão exibidos no Galaxy Cinema House 7.
Andreia Sofia Silva SociedadeZona A | Novas estradas e paragens de autocarro abrem ao público As autoridades criaram novas disposições de trânsito e paragens de autocarro na Zona A dos Novos Aterros. Assim, desde as 10h de ontem que está em funcionamento a Via de Acesso A2, com circulação nos dois sentidos. Também “as principais artérias” da Zona A estão abertas ao trânsito, como a Avenida de Tai On, que já tem semáforos; uma parte da Avenida Doutor Ma Man Kei e a Avenida do Mar de Espelho. Os acessos à Avenida de Tai On fazem-se pela Avenida 1º de Maio, junto à Estação de Tratamento de Águas Residuais, Rua dos Pescadores e Avenida da Amizade. Segundo uma nota da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), haverá ainda duas novas paragens de autocarro a partir de amanhã, 18, com os nomes “Av. Tai On” e “Edf. Tong Kai”, fazendo a ligação às carreiras 101X, 102X e 103, já existentes. A DSAT admite “uma procura relativamente limitada no início da ocupação das habitações públicas na Zona A”, pretendo “priorizar as necessidades básicas de mobilidade dos residentes” com as novas disposições de trânsito, tendo em conta que há ainda obras a decorrer na zona. Espera-se ainda que a segunda fase de construção do viaduto da Rotunda da Amizade (Rampa B) fique concluída até ao final do ano, enquanto que uma parte do troço da Avenida Central da Zona Este, entre a Zona A dos Novos Aterros Urbanos e o Posto Fronteiriço de Macau na Ilha Artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, fica fechado ao trânsito até Dezembro. Trata-se do troço desde a Ilha Artificial em direcção à Zona A, devendo os condutores contornar a Avenida de Bonança.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHabitação | Preços com quebras de 10 por cento em termos anuais Os preços das casas em Macau continuam a cair: olhando para os meses de Maio a Julho deste ano, a queda foi de 10,4 por cento no Índice Global de Preços da Habitação face a igual período do ano passado. Em termos trimestrais, a queda foi de 1,1 por cento Os preços das casas continuam em queda, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas (DSEC). Nos meses de Maio a Julho deste ano, o Índice Global de Preços da Habitação foi de 194,0, o que representa uma quebra de 10,4 por cento face aos meses de Maio a Julho do ano passado. Destaca-se ainda uma quebra anual de 10,6 por cento no Índice das casas em Coloane, enquanto que na Taipa a quebra foi de 10,3 por cento. Olhando para o trimestre anterior, ou seja, os meses de Abril a Junho deste ano, a quebra dos preços foi de 1,1 por cento, registando-se a baixa de preços na ordem dos 2,1 por cento no Índice de preços das habitações construídas, que foi de 208,9 nos meses de Maio a Julho deste ano. Os dados revelam, porém, o aumento de 8,3 por cento no Índice de habitações em fase de construção, que entre Maio e Julho foi de 232,8, pelo facto de “novas fracções em construção terem sido colocadas à venda no período de referência”, informa a DSEC. Idades que pesam Os dados da DSEC dizem-nos também que os preços das casas também baixaram consoante os anos de construção, com a maior quebra, em termos trimestrais, a verificar-se nas casas que têm entre 11 e 20 anos de construção, com 3,3 por cento. Enquanto isso, nas casas com mais de 20 anos os preços baixaram 2,5 por cento entre Maio e Julho. Nas casas mais recentes, com seis a dez anos de construção, os preços até cresceram, mas apenas 0,5 por cento. Registou-se também uma quebra de 3,5 por cento, em termos trimestrais, nas casas que têm entre 75 e 99 metros quadrados, enquanto as casas com menos de 50 metros quadrados registaram uma quebra de 1,3 por cento face aos meses de Abril a Junho. Analisando por altura dos edifícios, o Índice de preços de habitações dos edifícios do escalão inferior ou igual a sete pisos aumentou 1,9 por cento, enquanto o índice dos edifícios com mais de sete pisos diminuiu 1,7 por cento.
Andreia Sofia Silva PolíticaCombustíveis | Introdução de gasolina sem chumbo 95 sem decisão O Governo continua a analisar a possibilidade de o mercado local de combustíveis vir a ter a gasolina 95 sem chumbo. É o que consta numa resposta do Conselho dos Consumidores (CC) a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei. “Está a ser investigada a viabilidade da introdução de gasolina sem chumbo 95 no mercado de Macau”, bem como os “problemas enfrentados” com esse novo fornecimento, nomeadamente no que diz respeito às “embarcações de transporte, instalações de depósito de combustíveis, os equipamentos dos postos de abastecimento de gasolina e de veículos de transporte”, descreve Ao Weng Tong, presidente substituto do CC. É explicado que existem factores de entrave à entrada de novos produtos petrolíferos no mercado, como “a regulamentação relativa à área e capacidade de armazenamento”. Relativamente à Lei de protecção dos direitos e interesses do consumidor, desde a sua revisão, em 2022, até ao dia 30 de Junho deste ano, foram instaurados 358 casos, sendo que 269 têm “os procedimentos administrativos concluídos”, o que, para o CC, representa uma taxa de resolução de quase 75 por cento.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaEleições | CAEAL valida 24 votos anteriormente declarados nulos A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa validou 24 votos que anteriormente tinham sido considerados nulos, todos ligados ao sufrágio directo. As listas de Coutinho e Song Pek Kei ficaram, assim, com mais votos Estão fechados os resultados das eleições de domingo que levaram à escolha dos deputados para a Assembleia Legislativa (AL). A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) apresentou ontem os dados de apuramento dos votos, sendo que uma das alterações passa pela validação de 24 votos anteriormente considerados inválidos. Deste universo, oito tinham sido contestados pelas listas e 16 considerados nulos, antes da reversão. Cheang Kok Chi, presidente da assembleia de apuramento geral da CAEAL, explicou que “os 24 votos inválidos que passaram a ser válidos são do sufrágio directo e [a mudança] não prejudicou a ordem ou os resultados”. “Em cada assembleia de voto, depois de terminar a votação, a Mesa tem uma decisão preliminar em relação aos votos, em que sobre alguns se pode decidir no imediato que são inválidos. Há membros das listas presentes para ver se podem ou não protestar quanto a essa decisão, pelo que há dois tipos de situações”, adiantou ainda. Assim, a lista Nova Esperança, liderada por José Pereira Coutinho e que se sagrou a grande vencedora das eleições, colocando três deputados no hemiciclo, ganhou mais seis votos com esta alteração, pois no apuramento preliminar de domingo a lista ficou com 43.361 votos. Também a lista Associação dos Cidadãos Unidos de Macau, liderada por Song Pek Kei, ganhou mais cinco votos, passando dos 29.459 votos registados na contagem de domingo para 29.464 votos divulgados ontem. Os votos em branco cifraram-se em 5.987, representando 3,42 por cento, enquanto que os votos nulos foram 7053, representando 4,02 por cento. O responsável da CAEAL garantiu que a lei “prevê também expressamente que, durante o apuramento dos votos, as pessoas [membros das listas candidatas] possam estar presentes além dos membros da assembleia de apuramento dos votos e assistentes”. Uma forma de trabalhar Cheang Kok Chi não deu uma justificação clara para o facto de não serem mostrados os votos nulos, evocando o dever de sigilo, apesar da prática ser comum das eleições anteriores. “Quanto ao facto de os votos não estarem identificados, antes de realizarmos os trabalhos de apuramento nunca sabemos como são os boletins de voto. Tendo isto em consideração, escolhemos esta forma para realizar os nossos trabalhos de apuramento”, afirmou.