Emprego | Jovens sem competências para novas indústrias

Um inquérito realizado pela Aliança do Sustento e Economia de Macau revela as duas principais fraquezas dos jovens que procuram emprego: dizem não ter competências para os novos sectores de actividade emergentes e que não existem oportunidades de progressão na carreira e salários elevados correspondentes às suas expectativas

 

A Aliança do Sustento e Economia de Macau quis saber o que se passa com as dificuldades sentidas pelos mais jovens na busca de emprego. Segundo o Jornal do Cidadão, o inquérito realizado em Abril, e divulgado esta segunda-feira, mostra duas grandes dificuldades: a falta de competências específicas para os novos sectores de actividade que estão a surgir, tendo em conta a formação tradicional que têm no ensino superior, e a falta de oportunidades de carreira, com empregos que garantam alguma progressão, e salários elevados. Segundo o jornal, o cenário com que os jovens se deparam é o de pouca competitividade no emprego na obtenção de cargos em posições superiores, sendo que os trabalhos menos qualificados não são atractivos.

O inquérito contou com um total de 985 respostas válidas de residentes, sendo que o grupo de entrevistados com uma idade compreendida entre os 18 e os 24 anos representa 63 por cento do universo inquirido.

Os dados divulgados pela associação mostram que a grande maioria dos empregos disponíveis actualmente estão ligados às indústrias do jogo, serviços e restauração. Os entrevistados dizem não conseguir encontrar trabalhos que vão de encontro às suas preferências e que é difícil encontrar um emprego à medida, sentindo-se desapontados com as ofertas salariais e demais condições.

Além disso, mais de metade dos entrevistados disse não ter nenhuma competência profissional específica, além de terem realizado poucos cursos de formação profissional.

Olhar para fora

Para a equipa que realizou o inquérito, os jovens têm de começar a olhar para as oportunidades de emprego que existem na zona da Grande Baía, composta por nove cidades da província de Guangdong, Macau e Hong Kong.

Lei Io Kuan, vice-presidente da associação e um dos responsáveis pelo estudo, defendeu que cabe ao Governo publicitar mais as ofertas de emprego e demais oportunidades existentes na Grande Baía, criando um portal informativo que disponibilize as políticas de emprego existentes, dados de recrutamento e ofertas formativas para que os jovens tenham um maior conhecimento das oportunidades fora de Macau.

Lei Io Kuan também sugeriu a organização de mais excursões de intercâmbio na Grande Baía e programas de estágio, para que os jovens conheçam de perto o ambiente de emprego e espaço de desenvolvimento nas cidades da região. O responsável sugeriu ainda que o Governo, escolas e empresas cooperem para a criação de cursos de formação correspondentes às necessidades do mercado local, com a devida mudança de conteúdos nos ensinos secundário e superior, em prol de um melhor planeamento de carreira por parte dos jovens.

Por novos sectores de actividade, entenda-se o fomento do sector financeiro e tecnológico, por exemplo, bem como a indústria de “Big Health” ou medicina tradicional chinesa. Tratam-se de áreas a que o Governo quer recorrer em prol da diversificação económica além jogo.

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