China / ÁsiaEconomia | Pequim reduz taxa de juro de referência para mínimo histórico Hoje Macau - 21 Mai 2025 O Banco Popular da China anunciou ontem que vai reduzir a taxa de juro de referência a um ano em 0,1 pontos percentuais, para um mínimo histórico de 3 por cento. A medida tem como objectivo impulsionar o crescimento económico A taxa de juro de referência (LPR, na sigla em inglês) na China irá descer 0,1 pontos percentuais para 3 por cento, o mínimo histórico, de acordo com o anúncio de ontem do banco central chinês. O anúncio é o mais recente esforço das autoridades para impulsionar o crescimento, afectado pelas tensões comerciais com os Estados Unidos e pela crise no sector imobiliário. A decisão da instituição está em linha com as previsões dos analistas, que esperavam um corte na taxa. Na actualização mensal, o Banco Popular da China (PBC, na sigla em inglês) indicou que a LPR se manterá nesse nível pelo menos até daqui a um mês. Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos – geralmente destinados às empresas – e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados. O indicador é calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado – e tem como objectivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a “economia real”. A última redução tinha sido em Outubro, quando o banco central a reduziu em 25 pontos de base (ou 0,25 pontos percentuais), a partir de 3,35 por cento. Consumo interno O banco central também cortou ontem a taxa de juro a mais de cinco anos – referência para os empréstimos hipotecários – de 3,6 por cento para 3,5 por cento. A última descida, em 0,25 pontos percentuais, também tinha ocorrido em Outubro. Em 7 de Maio, o governador do PBC, Pan Gongsheng, tinha anunciado alterações na política monetária para amortecer o impacto da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos. Pan revelou um corte na taxa das operações de recompra reversa (“reverse repo”) de 1,5 por cento para 1,4 por cento, bem como uma redução de 0,25 por cento na taxa de empréstimos a bancos comerciais, fixando-a em 1,5 por cento. A taxa de reservas obrigatórias foi também reduzida em 0,5 por cento, libertando cerca de um bilião de yuan em liquidez adicional. O banco central reduziu ainda as taxas de juro dos empréstimos à habitação a cinco anos, como parte de um esforço mais amplo para estimular o consumo interno. As autoridades chinesas voltaram a fixar, em Março, um objectivo de crescimento económico de cerca de 5 por cento até 2025. A China registou um crescimento anual de 5,4 por cento, impulsionado por uma aceleração temporária na produção industrial. No entanto, analistas questionam a fiabilidade dos dados e apontam para uma queda nas encomendas para exportação e no sentimento empresarial. A produção industrial na China cresceu 6,1 por cento, em termos homólogos, em Abril, menos 1,6 pontos percentuais do que no mês anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na segunda-feira. Além disso, os preços das casas novas na China caíram pelo 23.º mês consecutivo em Abril, a um ritmo ligeiramente mais rápido do que em Março.