DesportoGPM | Carlos Lemos apresenta Volume II do seu livro em Outubro Sérgio Fonseca - 2 Mai 2025 Depois do sucesso do Volume I, o macaense Carlos Lemos, a residir em Toronto desde 1974, prepara-se para lançar, em Outubro, o Grande Prémio de Macau – Colecção Pessoal de Victor H. de Lemos, 1954-1978, Volume II (1967-1978), a segunda parte de um livro que pretende homenagear o seu pai, Victor Hugo Lemos – um entusiasta do Grande Prémio de Macau que, em vida, coleccionou um vasto número de fotografias e tudo o que se relacionava com as corridas de automóveis em Macau desde 1954, data da realização da primeira edição do evento. Sobre a segunda parte da obra, Carlos Lemos explicou ao HM que esta será “muito semelhante ao Volume I, mas contém mais recortes de jornais em inglês e chinês de cada ano, assim como alguns relatórios financeiros do Grande Prémio. Inclui ainda um cartaz do Ano Jubilar, do qual fiz três cópias limitadas e rubricadas em canvas, oferecendo uma à Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) e outra ao Club Lusitano, em sinal de agradecimento pelo apoio prestado.” Documentados com fotografias da época e artigos de jornais, estão alguns dos períodos mais emblemáticos do evento da RAEM, como a evolução do Circuito da Guia, a primeira vítima (Arsenio Laurel, em 1967), o nascimento do Grande Prémio de Motos e da Corrida da Guia, a chegada das primeiras equipas de fábrica e dos primeiros patrocinadores, a primeira transmissão televisiva em directo, e a tentativa de Hong Kong em criar o seu próprio Grande Prémio. Acresce ainda um novo capítulo, com “dez páginas de outra colecção do meu pai, chamada Motor Racing World, com alguns exemplares de 1900, fotografias autografadas de pilotos, dirigentes e personalidades do automobilismo mundial”. Após ter lançado o Volume I em 2023, a apresentação do Volume II está agendada para o dia 15 de Outubro em Macau e para o dia 17 de Outubro na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong. Mais e maior A verdade é que as vendas do primeiro volume excederam as expectativas. “Foi realmente um sucesso”, reconhece o autor, pois “restam apenas duas dúzias de exemplares, que guardei para mim próprio, para ofertas e reservas, no caso de alguém fora de Macau estar interessado”. Contudo, para Carlos Lemos, “o maior sucesso foi conseguir angariar mais de 41.000 patacas para caridade”, destinadas à instituição Macau IC2 [I Can Too], que apoia pessoas com autismo ou deficiência. Para este segundo volume, com conteúdos mais recentes, o número de exemplares produzidos aumentará ligeiramente. “A impressão do Volume I foi de 500 exemplares, e achei um pouco ‘apertado’, no sentido de conseguir um número satisfatório para oferecer a amigos e a certas personalidades e entidades ligadas ao Grande Prémio. Por isso, mandei imprimir desta vez 550 exemplares”. Carlos Lemos sublinha ainda que “a APOMAC e o Club Lusitano de Hong Kong prometeram dar o mesmo apoio ao lançamento do Volume II, o que é muito importante”. O livro terá mais páginas – cerca de cem a mais – e o autor confirma: “Já recebi várias reservas!” Missão (quase) cumprida Com a publicação do segundo volume, o primeiro grande objectivo de Carlos Lemos ficará cumprido, pois “a minha missão de homenagear o meu pai fica completa no que respeita à colecção do Grande Prémio de Macau, embora não totalmente, porque o maior sonho do meu pai era ter o seu nome no Guinness World Records”. Esta é também uma história curiosa, pois Victor H. Lemos candidatou-se por três vezes ao Guinness World Records, sem sucesso. “Se Deus quiser e tudo correr bem, vou tentar mais uma vez, em nome dele, apresentar nova candidatura ao Guinness Book of Records e talvez também ao FIVA Hall of Fame”. A FIVA (Federação Internacional de Veículos Antigos) é uma organização mundial sem fins lucrativos dedicada à protecção, preservação e promoção do património automóvel histórico. “Desta vez, para o Guinness World Records, vou submeter a candidatura com documentos de apoio, como vídeos e fotografias da colecção e dos livros”, explica o antigo presidente da Casa de Macau em Toronto. “O meu pai escreveu apenas uma carta, sem anexar qualquer documento, porque naqueles tempos não havia a facilidade que temos hoje”. Para além do automobilismo, Carlos Lemos revela ainda que gostaria “de publicar um livro sobre a colecção de rótulos de caixas de fósforos fabricadas em Macau. O meu pai coleccionava rótulos de caixas de fósforos de todo o mundo – tem de Portugal, Espanha, vários países da Europa, etc. Esse projecto depende do tempo disponível e do interesse das pessoas”. E ficamos por aqui quanto a colecções? Talvez não: “Também tenho centenas, talvez milhares de moedas antigas – são tantas que é complicado… portanto não vou mexer (risos)”.