Eleições | Sam Hou Fai aprovado pela Comissão de Segurança do Estado

O ex-presidente do Tribunal de Última Instância passou no crivo da comissão política e deverá ser confirmado oficialmente como o único candidato a Chefe do Executivo. A eleição está marcada para 13 de Outubro

 

Sam Hou Fai está mais próximo de ser confirmado como o próximo Chefe do Executivo, depois de ter sido aprovado pela Comissão de Defesa de Segurança do Estado. A decisão sobre a comissão política que autoriza os candidatos a participar nas eleições para Chefe do Executivo foi revelada ontem, através de um edital, e divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social.

“A Comissão de Defesa da Segurança do Estado da Região Administrativa Especial de Macau já verificou e aprovou as qualificações do candidato proposto, em matéria de defesa da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau e fidelidade à República Popular da China e à RAEM”, foi comunicado.

A comissão é liderada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e tem como vice-presidente o secretário para a Segurança, actualmente Wong Sio Chak. Fazem ainda parte da comissão o secretário para Administração e Justiça, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, o chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, o chefe do Gabinete do secretário para a Segurança, o director dos Serviços de Assuntos de Justiça, o director da Polícia Judiciária, um assessor do nomeado pelo Chefe do Executivo e outro assessor nomeado pelo secretário para a Segurança. Além da comissão criada por lei da Assembleia Legislativa, o Governo Central criou directamente a posição para quatro assessores na comissão.

Esta foi a primeira vez que a Comissão de Defesa de Segurança do Estado exerceu os poderes para aprovar ou vetar candidatos, depois da reforma à lei eleitoral de 2021, que visou afastar do poder eventuais candidatos considerados “não patriotas”.

Candidato único

O nome do candidato único foi igualmente dado como elegível pela Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), depois de verificadas as formalidades, nomeadamente o apoio dos 386 membros da Comissão Eleitoral que declaram apoiar a candidatura de Sam Hou Fai, antigo juiz presidente do Tribunal de Última Instância.

No decurso das formalidades previstas, a candidatura só deverá ser tornada definitiva amanhã, dado que durante o dia de hoje ainda corre o prazo para apresentar eventuais reclamações face à decisão da CAECE.

A eleição para confirmar Sam Hou Fai como o próximo Chefe do Executivo está agendada para 13 de Outubro, dia em que os 400 membros da Comissão Eleitoral podem deslocar-se para votar no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Como sempre aconteceu desde a constituição da RAEM, a eleição para líder do Governo e representante da RAEM conta apenas com um único participante. Sam Hou Fai vai ser o quarto Chefe do Executivo, depois de Edmundo Ho, Fernando Chui Sai On e Ho Iat Seng terem ocupado o cargo.

19 Set 2024

Mar do Sul da China | Filipinas diz não ter perdido recife disputado

As Filipinas garantiram ontem que não abandonaram um recife disputado no mar do Sul da China, apesar da retirada de um navio militar que estava ali destacado desde Abril após um impasse com a China.

“Não perdemos nada”, disse o porta-voz da guarda costeira filipina, numa conferência de imprensa, garantindo que continuará a haver uma presença no recife, conhecido nas Filipinas como Sabina.

“Estamos apenas a reposicionar o nosso navio (…) [e] isto não significa que os navios da guarda costeira deixem de estar destacados” no recife, disse Jay Tarriela. Citando a segurança das operações, o porta-voz recusou divulgar mais informações.

O navio BRP Teresa Magbanua ancorou em Abril nas águas em redor do recife para desempenhar “funções de sentinela”, de acordo com o Conselho Marítimo Nacional das Filipinas, para fazer valer as reivindicações de Manila e impedir que Pequim assuma o controlo da zona.

Em Agosto, os barcos chineses bloquearam uma missão de reabastecimento aos marinheiros filipinos a bordo do navio, causando uma grave escassez de alimentos. Na última tentativa, em 31 de Agosto, a China acusou um barco filipino de causar uma “colisão deliberada” contra um navio da guarda costeira.

O recife, conhecido em chinês como Xianbin, localizado a 140 quilómetros a oeste da ilha filipina de Palawan e a 1.200 quilómetros da ilha chinesa de Hainan, tem sido palco de vários incidentes nos últimos meses.

Pequim “exerce uma soberania indiscutível sobre (…) Xianbin e as suas águas adjacentes”, disse no domingo, num comunicado de imprensa o porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun. O mar do Sul da China recebe cerca de 30 por cento do comércio global e abriga 12 por cento dos pesqueiros mundiais, além de possuir potenciais depósitos de petróleo e gás.

16 Set 2024

Regresso ao trabalho (II)

A semana passada, falámos sobre a passagem por Macau do tufão Yagi, que levou ao hasteamento do sinal n.º 8, e sobre o facto de o sinal ter sido levantado às 14.00h do dia seguinte. Após o levantamento do sinal n.º8, a maioria dos residentes da cidade teve de voltar ao trabalho num período de apenas uma hora e meia. Os noticiários assinalaram que o regresso precipitado ao trabalho num curto intervalo de tempo provocou longas filas nas paragens de autocarros. Além disso, pessoas que habitualmente se deslocam em motociclos optaram por usar o carro, devido à chuva intensa que nessa altura ainda caía, o que resultou em enormes congestionamentos do trânsito.

Vale a pena reflectir sobre a altura em que as pessoas devem regressar ao trabalho quando o sinal n.º8 de tufão é levantado às 14.00h. Os trabalhadores do sector privado têm de respeitar as disposições do contrato laboral que regulam o regresso ao trabalho após o levantamento do sinal nº8de tufão.

Se o contrato de trabalho não incluir disposições relativas a esta matéria, os empregadores e os empregados podem guiar-se pelas “Directrizes Laborais durante Tufões e Emergências Públicas” publicadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. De acordo com estas directrizes, os empregados devem voltar ao trabalho no espaço de uma hora e meia após ter sido levantado o sinal nº8de tufão.

As directrizes em si não têm qualquer problema. Não há dúvida que respeitam as normas da legislação laboral. É natural que as pessoas regressem ao trabalho depois de ter sido levantado o sinal nº8de tufão. Se compararmos o que acontece quando este sinal é levantado às 10.00 e as 14.00 h, seja qual for a situação, haverá sempre congestionamentos de trânsito. No entanto, no primeiro caso as pessoas poderão ainda trabalhar até seis horas, enquanto no segundo trabalharão apenas duas horas. Baseados neste critério, em qual das situações se pode garantir mais horas de trabalho e mais produtividade e eficácia? A resposta é óbvia.

Se o empregador optar por disposições mais flexíveis, e não obrigar os funcionários a regressar ao trabalho num curto espaço de tempo após ter sido levantado o sinal nº8de tufão, irá sentir que fica a perder? Ou irão os empregados pensar que o patrão é generoso? Os pontos de vista e os sentimentos das pessoas são diferentes. As respostas a estas perguntas também variam. A este respeito, podemos retirar ensinamentos das providências laborais tomadas durante a pandemia. Nesse período, devido à necessidade de reduzir o contacto entre as pessoas, muitas empresas optaram pelo trabalho a partir de casa. Antes de o Yagi atingir Macau, a Direcção dos Serviços Meteorológicos tinha emitido um boletim informativo rigoroso, onde claramente se previa a possibilidade de vir a ser hasteado o sinal nº 8 de tufão. Se futuramente se vier a registar uma situação semelhante, poderão os empregadores permitir que os funcionários venham a trabalhar a partir de casa, depois de o sinal nº 8 de tufão ter sido levantado? Desta forma, não só o congestionamento de trânsito seria reduzido, mas também seriam asseguradas dentro do possível a eficácia e produtividade do trabalho; seria também uma manifestação concreta da responsabilidade social das empresas.

Claro que este método não pode ser aplicado a todos os sectores e a todas as empresas, especialmente àquelas cujos serviços implicam contacto presencial, como instituições públicas e empresas de restauração. Por conseguinte, cada sector deve considerar a adopção de procedimentos baseados na sua própria especificidade para evitar a implementação de medidas uniformizadas.

Em resumo, os trabalhadores devem compreender que é adequado os patrões pedirem que regressem ao trabalho num período de uma hora e meia após ter sido levantado o sinal nº 8 de tufão. Se o empregador estiver disposto a permitir que os seus funcionários trabalhem a partir de casa nessa circunstância, está a dar um sinal concreto de empatia com os trabalhadores e a optar por uma via de cumprimento da sua responsabilidade social. A situação difere conforme o sector de actividade e a natureza de cada serviço prestado também é diversa. Existe a possibilidade de o tele-trabalho não ser viável. Só quando os patrões e os empregados chegam a um entendimento existe oportunidade para implementar o trabalho a partir de casa ou qualquer outra disposição mais humanitária que regule o regresso ao trabalho depois do levantamento do sinal nº 8 de tufão.


Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

16 Set 2024

Festival do Meio Outono | Festa na Doca dos Pescadores e no Albergue

A Associação dos Amigos da Cultura de Macau preparou para hoje uma dupla celebração do Festival do Meio Outono. Realiza-se, assim, uma festa na Doca dos Pescadores, no Harbourview Hotel, e também a inauguração da já tradicional exposição de lanternas de coelhinhos no Albergue SCM

 

Em jeito de celebração do Festival do Meio Outono, a Associação dos Amigos da Cultura de Macau resolveu, este ano, apostar numa dupla comemoração. Assim, além da habitual exposição das lanternas dos coelhinhos, que decorre hoje no Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM), há também uma festa no “Castelo de Nam Wan Mun”.

As celebrações desta tradicional festividade chinesa começam no Albergue SCM a partir das 18h30, com a inauguração da Exposição de Lanternas de Coelhinhos – Manjerona e Amigos – Parte 19|Celebração do 75.º Aniversário da Fundação da República Popular da China e do 25.º Aniversário da Reunificação de Macau”.

Segundo um comunicado, nesta mostra irão apresentar-se ao público cerca de 20 lanternas de coelhinhos decoradas consoante o estilo de cada artista convidado a participar. A exposição será, assim, “uma mistura fascinante de cultura e criatividade de artistas de todo o mundo”, sendo que, para celebrar o Festival do Meio Outono, “os artistas juntaram-se para criar interpretações artísticas únicas de lanternas de coelho”.

Além da mostra, o público poderá ficar no pátio do Albergue SCM, rodeado de alguma natureza, desfrutando da música ambiente e comida e bebida, com entrada totalmente gratuita. A ideia é “desfrutar do ambiente encantador do Albergue SCM enquanto o público se delicia com o brilho da lua cheia”.

Festa na doca

Apresentadas as lanternas, a festa prossegue na Doca dos Pescadores, nomeadamente no Nam Van Harbourview Hotel, entre as 18h30 e as 21h. A noite será pautada por uma “série de actividades interessantes”, podendo o público saborear “uma variedade de petiscos tradicionais” habitualmente servidos nas celebrações desta festividade.

Irão também realizar-se espectáculos de música ao vivo, além de que “membros da Associação de Mulheres Calígrafas, Pintoras e Escultoras de Macau também estarão presentes para mostrar os seus talentos”. Apresenta-se também a “Exposição de Caligrafia do Meio Outono”, com trabalhos de artistas desta associação. Os participantes da festa irão receber lanternas de tinta.

A ideia é que estes possam “explorar a cultura tradicional chinesa e experimentar a caligrafia chinesa durante a festa”.

A associação CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau foi fundada em 1985 por Carlos Marreiros, Mio Pang Fei, Kwok Woon, Un Chi Iam, Ung Vai Meng e Victor Marreiros. Composto por um grupo de artistas e académicos, o CAC tem-se dedicado à promoção da cultura, arte, património, arquitectura, literatura e outras actividades culturais de Macau, bem como à apresentação dos talentos de Macau.

Segundo a mesma nota, o CAC “é reconhecido como um pioneiro na cena artística de Macau”, expondo obras de artistas de todo o mundo e organizado diversos seminários e visitas de estudos, sempre com o objectivo de “contribuir para a RAEM”.

16 Set 2024

Ténis de mesa | Chineses vencem Torneio de Campeões de Macau

Os chineses Sun Yingsha e Lin Shidong venceram domingo, respectivamente, as finais feminina e masculina do WTT Champions de Macau de ténis de mesa.

A chinesa Sun Yingsha, de 23 anos, líder do ranking e vice-campeã nos Jogos Olímpicos Paris2024, precisou de seis parciais para bater a também chinesa Wang Yidi, de 27 anos e número quatro do mundo, por 11–7, 6–11, 12–10, 4–11, 11–8 e 11–4.

Na final masculina, o jovem chinês Lin Shidong, de 19 anos e atualmente 12.º do ranking, derrotou o alemão Qiu Dang (13.º), de 27 anos, em apenas quatro parciais, por 11–5, 11–6, 11–8 e 1–8. Lin tinha sido o autor da maior surpresa da competição, ao bater o número um do mundo, o chinês Wang Chuqin, nas meias-finais, no sábado.

A olímpica lusa Jieni Shao, de 30 anos, actualmente 45.ª do ranking mundial, foi eliminada do torneio na segunda-feira, ao perder com a sul-coreana Kim Nayeong (42.º), de 18 anos, na primeira ronda, em quatro parciais, por 11-3, 11-7, 11-13 e 11-6.

Após o final do encontro, a portuguesa disse à Lusa que estava de férias, após Paris2024, na terra natal, em Liaoning, no nordeste da China, quando foi chamada para o torneio de Macau, após a lesão de duas jogadoras.

Em Julho, na terceira presença em Jogos Olímpicos por Portugal, Jieni Shao bateu no primeiro encontro a luxemburguesa Sarah de Nutte, 91.ª do mundo, antes de perder na segunda ronda frente à austríaca Sofia Polcanova, 23.ª da hierarquia.

O Torneio de Campeões, organizado desde 2022 na região semiautónoma chinesa de Macau, distribuiu este ano um total de prémios no valor de 800 mil dólares, com os vencedores a receberem 35 mil dólares. A competição da World Table Tennis (WTT) reuniu 64 dos melhores jogadores dos rankings masculino e feminino.

Jieni Shao vai agora disputar, a partir de 26 de Setembro, o último torneio da temporada na principal competição da WTT, o China Smash 2024, na capital chinesa, Pequim, que distribui um total de prémios no valor de 2 milhões de dólares.

16 Set 2024

Xangai | André Couto e Charles Leong adiam decisões para Espanha

André Couto e Charles Leong Hon Chio viajaram no pretérito fim de semana até ao Circuito Internacional de Xangai para disputar a quinta prova da temporada de 2024 do Lamborghini Super Trofeo Asia e a última jornada do troféu italiano disputada este ano no continente asiático. Ambos os pilotos de Macau voltaram a subir ao pódio no Interior da China.

Ausente por razões pessoais do seu companheiro de equipa na Madness Racing Team na prova de Fuji, o piloto português voltou ao cockpit do Lamborghini Huracan Super Trofeo Evo 2 nº88 da Madness Racing Team, onde esta época faz equipa com o Jason Fangping Chen. Num troféu que não tem uma classificação geral, mas sim classificações à classe, André Couto e o seu companheiro de equipa chinês cortaram a linha de meta no quinto lugar em ambas as corridas, mas foram segundos classificados na primeira corrida e vencedores na segunda.

Enquanto a primeira corrida decorreu sob um calor abrasador, a segunda do fim de semana foi antecipada para uma hora mais cedo devido à ameaça de um forte tufão que se aproximava da cidade de Xangai. E foi na segunda corrida que se deu um insólito, após ter herdado o Lamborghini na segunda posição da classe Pro-Am, André Couto perdeu a asa traseira que se soltou do carro. O piloto apercebeu-se do comportamento diferente da viatura, mas optou por não entrar nas boxes, até porque isso iria custar a possibilidade de vitória. Felizmente, para a equipa chinesa a chuva apareceu em força e a corrida teve que ser interrompida por mais de 15 minutos. No recomeço, André Couto selou a sexta vitória da temporada.

Com estes resultados, e quando só faltam disputar duas corridas, a dupla luso-chinesa está no comando da classe Pro-Am, em igualdade pontual com a dupla Thomas Yu Lee e Nikolas Pirttilahti. Depois de dez emocionantes corridas em cinco países da Ásia-Pacífico, o Lamborghini Super Trofeo Asia vira-se para o Ocidente para o seu final de temporada no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, a 14 e 15 de Novembro. Logo de seguida, as equipas e os pilotos do troféu asiático irão medir forças com os seus homólogos dos Lamborghini Super Trofeo dos continentes europeu e americano nas Finais Mundiais, de 16 a 17 de Novembro.

Soube a pouco

Charles Leong não teve uma jornada muito fácil, somando um quarto e um lugar na classe PRO, nono e terceiro lugar da geral respectivamente. O Lamborghini da SJM Iron Lynx Theodore Racing, que Charles Leong partilha com a japonesa Miki Koyama, só teve na discussão pela vitória na segunda corrida, quando o piloto da RAEM assumiu a liderança após ter sido responsável pelo primeiro turno de condução. E este terceiro lugar só foi possível após uma penalização na secretaria ao terceiro classificado, o piloto chinês Li Zhi Cong, devido a um toque deste em Miki Koyama no momento da ultrapassagem.

Com estes resultados, a dupla sino-nipónica está agora na segunda posição da categoria PRO, mas com menos dez pontos, o equivalente a um terceiro lugar, que o líder, o piloto britânico de Hong Kong, Dan Wells, e mais seis pontos que os terceiros classificados, Gavin Huang / Jonathan Cecotto. A decisão do título da classe PRO foi também adiada para a pista do sul de Espanha.

Dado transtorno da coincidência de datas, no fim de semana de 16 a 17 de Novembro, tanto Charles Leong como André Couto terão que decidir nas próximas semanas se vão a Jerez de la Frontera tentar conquistar um saboroso título ou se ficam entre nós para participar na 71ª edição do Grande Prémio de Macau.

16 Set 2024

HK | Condenado por sedição por usar t-shirt com frases que poderiam “incitar ao ódio”

Um homem de Hong Kong tornou-se o primeiro condenado ao abrigo da nova lei de segurança nacional, depois de se declarar culpado de sedição por usar uma t-shirt com um slogan de protesto. Chu Kai-pong, de 27 anos, enfrenta uma pena máxima de sete anos de prisão, que poderá ser alargada para dez se o tribunal do distrito de West Kowloon concluir que houve “conluio com forças estrangeiras”.

O homem foi detido a 12 de Junho, quando vestia uma t-shirt com a mensagem “Libertem Hong Kong, revolução dos nossos tempos” e uma máscara com a sigla “FDNOL”, que em inglês remete para “cinco exigências, nem um a menos”, um dos slogans dos protestos antigovernamentais de 2019.

O Ministério Público de Hong Kong defendeu que estas frases poderiam “incitar ao ódio, ao desprezo ou ao descontentamento contra o sistema fundamental do Estado estabelecido pela Constituição da República Popular da China”.

Chu declarou-se culpado, mas a defesa argumentou que não havia provas de que o homem tivesse incitado outras pessoas durante o breve período em que usou a peça de roupa e expressou esperança de que lhe fosse concedido a atenuante máxima de um terço da pena por ter admitido a culpa. A sentença vai ser lida na quinta-feira.

16 Set 2024

Xangai | Voos cancelados antes da chegada de tufão Bebinca

Depois de deixar um rasto de morte e destruição nas Filipinas, o tufão Bebinca atinge agora a China. O município de Xangai aconselhou os 25 milhões de residentes a não saírem de casa

 

O tufão Bebinca atingiu a costa do leste da China esta manhã, perto de Xangai, a capital financeira do país, onde os dois aeroportos tinham cancelado mais de 600 voos já no domingo. O Bebinca atingiu o leste da cidade, na cidade nova de Lingang, no distrito de Pudong, por volta das 07:30, com ventos máximos de 151 km/h, e as autoridades locais emitiram o alerta vermelho.

“A velocidade máxima do vento perto do centro do tufão era de 42 metros por segundo no momento da chegada” a terra, tornando-o “o tufão mais forte a atingir Xangai desde 1949”, disse a televisão estatal chinesa CCTV.

Os meios de comunicação estatais informaram que mais de 414 mil pessoas foram retiradas de Xangai, incluindo nove mil no distrito de Chongming, uma ilha localizada na foz do rio Yangtze.

Em Xangai, o município aconselhou os 25 milhões de habitantes a não saírem de casa. Todos os voos previstos para depois das 20:00 de domingo foram cancelados nos aeroportos de Hongqiao e Pudong, disseram as autoridades aeroportuárias em comunicado, afectando mais de 600 voos.

Os aeroportos de cidades como Hangzhou e Ningbo também cancelaram pelo menos 200 voos que estavam programados para domingo e segunda-feira, acrescentou a imprensa local.

As autoridades de Xangai anunciaram também a suspensão do trânsito em algumas pontes, as autoestradas foram encerradas a partir da 01:00 e foi imposto um limite de velocidade de 40 quilómetros por hora.

Água pela barba

Na cidade vizinha de Zhoushan, os restaurantes, supermercados e lojas fecharam cedo e os serviços de transportes públicos foram interrompidos.

A tempestade deverá trazer até 25,4 centímetros de chuva às partes da costa leste da China que serão mais atingidas, de acordo com a imprensa estatal.

Ontem de manhã, a sede de controlo de cheias de Xangai já tinha recebido dezenas de relatos de acidentes devido ao tufão, principalmente queda de árvores e painéis publicitários, informou a CCTV.

Mais de 60 mil socorristas e bombeiros estiveram presentes para prestar ajuda em Xangai, de acordo com os meios de comunicação estatais.

O porto de Yangshan, em Xangai, poderá registar ondas até 4,5 metros, tendo sido emitido no domingo um alerta máximo. As autoridades ordenaram que todos os navios em serviço e em trânsito regressassem ao porto para evitar ondas fortes e ventos extremos.

Ventos assassinos

A chegada do tufão coincidiu com o Festival do Bolo Lunar, entre domingo e hoje, período durante o qual a operadora ferroviária esperava 74 milhões de viagens, informou no sábado a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

De acordo com a CCTV, as autoridades esperam que o Bebinca “penetre profundamente no interior” da China, trazendo chuvas fortes e ventos fortes para as províncias de Jiangsu, Zhejiang e Anhui.

Antes de chegar à China, o Bebinca atingiu o centro e sul das Filipinas na sexta-feira, causando a morte de seis pessoas, entre as quais quatro crianças, sobretudo devido à queda de árvores, anunciaram no domingo as autoridades de Manila.

16 Set 2024

Criminalidade | Burlas com trocas ilegais de dinheiro dominam

No primeiro semestre, os crimes de burla associados a trocas ilegais de dinheiro dominaram a criminalidade no território. Dados ontem divulgados mostram um aumento de 267 casos face a igual período do ano passado, num tipo de crime controlado por não residentes. Mais de dois mil burlões ligados à troca de dinheiro foram interceptados pelas autoridades

 

A criminalidade associada ao jogo registou um “certo aumento” em relação a igual período do ano passado, destacam as autoridades no relatório sobre o balanço da criminalidade no primeiro semestre do ano, ontem divulgado. E neste cenário, destacam-se os casos de burla associados a troca ilegal de dinheiro.

Dentro do rol de crimes ligados ao jogo, surge o crime de burla com 159 casos registados nos primeiros seis meses do ano, representando 23,3 por cento da criminalidade, seguindo-se 22 casos de usura, vulgo agiotagem. Relativamente aos “burlões de troca de dinheiro” contabilizaram-se 351 casos, um aumento de 267 casos em relação ao primeiro semestre de 2023 e de 262 face a igual período de 2019, antes da pandemia.

O documento explica que, por norma, estes burlões apresentam “falsos comprovativos de transacção bancária, alegando que houve atrasos na remessa ou que o montante de transacção da vítima é suspeito de ser fruto de crime, levando esta a crer que a sua conta bancária do Interior da China foi congelada”. Os burlões costumam ter bastante dinheiro vivo consigo para efectuar a troca, “sendo vulneráveis a actos de furto, roubo, ofensas à integridade física e, até, homicídio, perturbando o ambiente de segurança dos casinos e das zonas periféricas”.

As autoridades explicam o aumento do número de crimes ligados ao jogo com o “aumento substancial do número de turistas e com a recuperação da indústria do jogo”.

Porém, as autoridades entendem não haver motivo para alarme. “Devido aos esforços de prevenção e combate da polícia, especialmente as acções de combate às actividades ilegais de troca de dinheiro nos casinos e seus arredores, a segurança é salvaguardada eficazmente e o número de crimes relacionados com o jogo, no primeiro semestre deste ano, ainda foi significativamente inferior ao do mesmo período de 2019, antes da epidemia.”

Casa cheia

No primeiro semestre deste ano, a Polícia Judiciária (PJ) e o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) interceptaram 2.215 burlões deste tipo, tendo sido repatriados ou impedidos de entrar no território 2.072 não residentes envolvidos nestes crimes.

No total da criminalidade associada ao jogo, foram identificados 123 residentes e 639 cidadãos do interior da China, bem como 44 residentes de Hong Kong, apenas quatro de Taiwan e 16 pessoas de nacionalidades estrangeiras, o que demostra que “a proporção de residentes face a não residentes é de cerca de 1 por 5,7”. Também nas vítimas existe um domínio de não residentes, registando-se apenas, em seis meses, 71 residentes face a 420 cidadãos do interior da China.

Destaque ainda para o combate ao jogo ilegal online, pois, segundo o gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, “os websites de jogo ilegal fazem-se passar, muitas vezes, pelos portais das operadoras de jogo de Macau”. Com a ajuda de um mecanismo de comunicação interdepartamental foram bloqueados, no primeiro semestre, mais de 36.000 websites de jogo ilegal.

Outros processos

Nos primeiros seis meses do ano, as autoridades policiais instauraram 7.160 inquéritos criminais, mais 912 casos, numa subida de 14,6 por cento face a igual período de 2023. Em relação a 2019, contudo, o aumento foi de apenas 3,5 por cento. Só na Polícia Judiciária registaram-se 683 inquéritos criminais, um aumento de 261 processos em comparação com o período homólogo de 2023, representando uma subida de 61,8 por cento.

Dominam, com 4.418 casos, os crimes contra o património, mais 17,8 por cento em relação aos primeiros seis meses de 2023, onde se incluem todos os casos de burla, com e sem ligação ao jogo, num total de 1.394 ocorrências; bem como furto, roubo, usura ou extorsão.

Dentro dos casos de burla não associada ao jogo, registaram-se 188 casos de burla telefónica, mais 29 casos face a 2023 e mais 152 face a 2019. Cerca de 80 por cento dos burlões fizeram-se passar por funcionários de serviços públicos. Registaram-se ainda 408 casos de burla online, sendo mais frequentes os casos de aliciação para investimento, venda de bilhetes para espectáculos e compras online.

Foram ainda detidos, e presentes ao Ministério Público (MP), 2.743 indivíduos, o que reflecte um aumento de 787 indivíduos, mais 40,2 por cento comparando com o mesmo período do ano 2023. Ainda assim, face a 2019, houve menos 525 pessoas apresentadas ao MP, menos 16,1 por cento.

Mais violações

No que diz respeito à criminalidade geral, ficam em segundo lugar os crimes contra pessoas, com 1.191 casos, destacando-se os 546 crimes de ofensa simples à integridade física e 34 casos de violação. Neste ponto, as autoridades alertam para um “aumento em comparação com os períodos homólogos de 2023 e 2019”. “Mais de 60 por cento das vítimas não eram residentes de Macau, sendo que os crimes ocorreram em quartos de hotel, não sendo de afastar a hipótese de que alguns dos casos tenham ocorrido num contexto de relações sexuais consentidas”, aponta o relatório. No caso de violações envolvendo residentes, as autoridades pensam que “alguns casos tiveram lugar após o consumo de bebidas alcoólicas em bares, sendo que, noutros casos, vítimas e suspeitos conheciam-se”. No primeiro semestre, foram ainda registados 13 crimes de abuso sexual de crianças, uma redução de 27,8 por cento em relação a 2023, “mas, ainda assim, mais do que em 2019, situação que deve merecer a atenção da sociedade”, pode ler-se.

16 Set 2024

DSEC | Actividades culturais com maior participação da população

No segundo trimestre deste ano, mais de metade da população participou em eventos culturais, de acordo com os números revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no âmbito do “inquérito à participação dos cidadãos em actividades culturais referentes ao segundo trimestre de 2024”.

A taxa de participação entre Abril e Junho foi de 54 por cento, dado que 253,2 mil residentes estiveram presentes em eventos culturais que decorreram em Macau. Esta percentagem representa um aumento de 1,9 pontos percentuais em comparação com o segundo trimestre do ano passado.

A actividade cultural mais popular durante o segundo trimestre foi o cinema, dado que 146 mil residentes declaram ter ido pelo menos uma vez ver filmes, no que representou um aumento de 0,9 por cento face ao ano passado. Ao mesmo tempo, 126,8 mil residentes acederam às bibliotecas online, no que significa uma subida de 1,3 por cento em comparação com o ano anterior.

Os números da DSEC apontam igualmente que 91,8 mil pessoas assistiram a espectáculos em Macau, um aumento de 82,8 por cento face ao ano passado, com a taxa de participação da população a ser de 19,6 por cento, um aumento de 8,8 pontos percentuais. Entre as 91,8 mil pessoas que assistiram a espectáculos, em média, cada pessoa assistiu a 2,5 espectáculos.

Os espectáculos musicais ou de dança atraíram 70,5 mil residentes, quase o dobro do número registado no mesmo trimestre do ano passado, o que se traduz num crescimento de 99,9 por cento. Os espectáculos de teatro atraíram 39.600 residentes, mais 60,4 por cento.

16 Set 2024

Veículos Eléctricos | Che Sai Wang defende reforço da segurança

As viaturas eléctricas são cada vez mais populares, porém, o deputado ligado à ATFPM alerta para a necessidade de aumentar as medidas de segurança na utilização dos postos de carregamento. O aviso foi deixado depois de recentemente uma moto se ter incendiado durante o carregamento

 

O deputado Che Sai Wang defende que o Governo deve apostar mais na segurança dos veículos eléctricos e dos postos de carregamento. A opinião é expressa através de uma interpelação escrita, em que o legislador ligado à Associação de Trabalhadores de Função Pública (AFTPM) reage a um incêndio ocorrido recentemente, quando uma moto eléctrica estava a ser carregada num parque de estacionamento.

Segundo o deputado, o objectivo de promover a utilização de eléctricos vai permitir que a cidade emita menores níveis de carbono. No entanto, como a tecnologia ainda é recente, “há vários desafios” com os quais é necessário lidar. E um destes desafios é o facto de haver riscos de incêndio durante os carregamentos, e o facto deste tipo de incêndios exigir medidas especiais de combate. “As autoridades devem reforçar a supervisão da qualidade dos equipamentos de carregamento de veículos eléctricos, da tecnologia de instalação dos postos, e melhorar as medidas de resposta a incêndios dos veículos eléctricos”, alertou.

Por outro lado, Che avisa que é necessário realizar uma adaptação a esta nova realidade, a nível da cobertura dos seguros face a estes acidentes, mas também perceber se os preços das medidas de segurança para estes veículos estão ao alcance dos proprietários. “As autoridades devem continuar a optimizar e a rever as medidas de protecção existentes, tais como a cobertura do seguro, o preço dos materiais de combate a incêndios, para garantir que correspondem às necessidades do público”, vincou. “Isto não só protegerá a segurança dos condutores dos veículos eléctricos, mas também aumentará a confiança do público na utilização destes veículos”, acrescentou.

Mais acção

Ao mesmo tempo, o deputado pretende saber se o Governo vai apertar a fiscalização aos postos de carregamento e realizar inspecções periódicas, para reduzir este tipo de ocorrências.

“Actualmente, o funcionamento dos veículos eléctricos em Macau é inseparável da utilização de postos de carregamento. No entanto, com a instalação dos postos pode haver problemas de qualidade ou utilização inadequada, o que pode provocar incêndios”, aponta. “Como podem as autoridades reforçar a segurança e a garantia de qualidade dos postos de carregamento?”, questionou. “Poderão as autoridades considerar a possibilidade de contratar pessoal qualificado para efectuar regularmente a manutenção mensal das instalações de alimentação eléctrica nos locais de carregamento, de modo a evitar a ocorrência de acidentes com incêndios?”, acrescentou.

Para evitar os perigos, o legislador quer saber se existe a possibilidade de se recorrer às tecnologias mais recentes para evitar fogos. Com este objectivo, Che pergunta ao Governo se pode utilizar sistemas de videovigilância e inteligência artificial para detectar precocemente os incêndios e activar os mecanismos de segurança.

16 Set 2024

Wong Kin Cheong pede grupo de trabalho especializado para apoiar Zona Norte

O presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, Wong Kin Cheong, defende que o futuro Governo deve prestar especial atenção à situação económica dos bairros comunitários e ao desenvolvimento económico desequilibrado no território. O apelo a Sam Hou Fai foi feito em declarações ao Jornal do Cidadão.

De acordo com Wong, face à situação económica dos bairros comunitários nos últimos anos, é urgente a aposta na renovação urbana que torne estas zonas mais atractivas.

O presidente da associação criticou igualmente o que considerou a falta de coordenação entre departamentos da Administração no desenvolvimento da zona norte, devido à falta de uma liderança comum. Como tal, Wong apontou que os resultados dos esforços dos departamentos “não foram satisfatórios”.

Para dar a volta à situação, o dirigente associativo defendeu a criação de um grupo especializada de trabalho, orientado pelo Governo e com a participação dos grupos locais de interesses, que responda directamente perante o Chefe do Executivo. Desta forma, o responsável acredita que pode ser elaborado um projecto bem-sucedido com a estratégia certa para relançar a economia da zona.

Aposta no turismo

Sobre a estratégia para o futuro, Wong Kin Cheong acredita que o caminho a longo prazo tem de passar pelo turismo nos bairros comunitários. O presidente da associação indicou também que nos últimos anos a estratégia tem falhado porque a rede de transportes não é acessível, e porque falta uma verdadeira renovação urbana, para tornar a zona mais atractiva.

No entanto, enquanto se prepara uma intervenção de fundo para revitalizar a economia, Wong Kin Cheong defende que a solução a curto prazo deve passar pela distribuição de vales de consumo, tanto a residentes como a turistas para assegurar a sobrevivência das pequenas e médias empresas.

Segundo os cálculos citados pelo presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, cada pataca distribuída pelo Governo em vales de consumo pode levar a cinco patacas injectadas na economia. Por isso, explica o responsável, se o Governo gastar 1,2 mil milhões de patacas em vales de consumo durante um ano, o montante gasto pelos turistas e residentes pode chegar aos 6 mil milhões de patacas.

16 Set 2024

Economia | Ex-deputado Ung Chou Kun alerta para riscos de crise

Com a transferência de consumo para o Interior e a deslocação da população para a Ilha da Montanha, o presidente da Associação de Incentivar Políticas da Humanidades de Sabedoria de Macau avisa que a economia local precisa de não-residentes para sobreviver

 

O ex-deputado Ung Chou Kun alertou o Governo para a possibilidade de Macau atravessar uma crise financeira, face à situação do mercado imobiliário e falência de pequenas e médias empresas. A possibilidade da crise financeira é indicada num artigo de opinião publicado no Jornal do Cidadão pelo ex-deputado.

Num texto em que faz uma análise às mudanças na economia de Macau e à meta da diversificação, Ung Chou Kun faz uma descrição negativa da economia, devido aos novos hábitos de consumo de residentes no Interior da China, à redução da taxa de natalidade e à deslocação da população para o Interior, promovida pelas políticas do Governo.

“A população de Macau está a mudar-se gradualmente para o Novo Bairro de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin, para viver, trabalhar e estudar. Até mesmo muitos estudantes universitários que vêm para Macau estão a viver no Novo Bairro de Macau em Hengqin”, escreve o ex-deputado. “Como consequência, muitas das casas para arrendamento ficam vagas, sem que haja esperança de serem ocupadas, devido ao número insuficiente de população e saída de mais pessoas”, argumenta.

“Esta cadeia de acontecimentos conduziu a um ajustamento em baixa dos preços globais dos imóveis, ao aumento de insolvências, ao encerramento de muitas pequenas e médias empresas (PME), e a outras reacções negativas em cadeia, que afectam indirectamente a estabilidade das instituições financeiras”, vincou. “Não se pode excluir a possibilidade de haver uma crise financeira, como comprova o aumento mensal da taxa de crédito malparado dos bancos ao longo deste ano. O Governo não pode ignorar esta situação”, alertou.

Importar mais trabalhadores

Face ao cenário descrito, o também presidente da Associação de Incentivar Políticas da Humanidades de Sabedoria de Macau defende a fixação no território de um maior número de trabalhadores não-residentes.

Na perspectiva de Ung Chou Kun, a entrada de não-residentes pode contribuir para diversificar a economia, dado que actualmente muitos dos recursos humanos acabam absorvidos pela indústria do jogo.

A entrada de mais pessoas é também justificada com um aumento do mercado local, e maior procura por imóveis, que poderá conferir ao sistema financeiro estabilidade indirecta.

Em relação ao aumento da natalidade, Ung Chou Kun reconhece que é uma meta, mas avisa que um pouco por todo o mundo, no que diz respeito às economias mais desenvolvidas, os impactos são muito limitados e que não têm contrariado a tendência de declínio da natalidade. Ainda assim, admite que o Governo deve tentar responder aos anseios dos mais jovens e criar as condições para que tenham mais filhos.

16 Set 2024

Ciência | Lei Wai Nong promete maior cooperação com o Interior

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, prometeu um maior reforço da cooperação com o Interior para a concretização de “projectos de investigação científica”. Segundo o comunicado oficial das autoridades, a promessa foi deixada durante a Reunião do Conselho de Cooperação de Ciência e Tecnologia entre o Interior da China e Macau, que aconteceu no dia 12 na Ilha da Montanha, mas que apenas ontem foi revelada.

Lei afirmou também que a cooperação com o Ministério da Ciência e Tecnologia, através do financiamento de diferentes iniciativas, levou à “construção de uma plataforma de investigação científica e de promoção de inovação e intercâmbio” que resultou na “elevação significativa da capacidade de inovação tecnológica de Macau, injectando nova dinâmica no desenvolvimento económico e social”.

O governante de Macau prometeu ainda o reforço da “inovação científica e tecnológica com o Interior da China, aprofundando a promoção da sinergia indústria-universidade-investigação, valorizando o papel único de Macau como ponte de intercâmbio sino-lusófono”. Este papel é indicado como “uma base sólida para o desenvolvimento a longo prazo da ciência e tecnologia de Macau”.

Por sua vez, o vice-Ministro do Interior, Chen Jiachang, considerou que no último ano tem sido alargada e aprofundada a cooperação entre o Interior da China e Macau na área da ciência e tecnologia com um resultado “bem positivo”. Chen Jiachang prometeu também que o “Ministério da Ciência e Tecnologia continuará a colaborar estreitamente com o Governo da RAEM na implementação cabal do espírito dos despachos e instruções do Presidente Xi Jinping sobre os trabalhos de inovação científica e tecnológica de Macau”.

16 Set 2024

Encontro | Associação pediu a Sam Hou Fai mais investigação científica

O desenvolvimento tecnológico, o reforço da pesquisa científica e o aprofundar da cooperação com países lusófonos foram alguns dos aspectos abordados num encontro entre representantes da Associação Promotora das Ciências e Tecnologias de Macau e Sam Hou Fai, futuro Chefe do Executivo. Esta foi mais uma das acções de campanha do único candidato a líder do Governo.

O encontro decorreu à porta fechada e foi presidido pelo deputado José Chui Sai Peng, na condição de presidente da Associação Promotora das Ciências e Tecnologias de Macau. Além do desenvolvimento tecnológico, os representantes da associação defenderam igualmente “o cultivo e desenvolvimento de forças produtivas de nova qualidade centrada na inovação tecnológica”, o “estabelecimento de regras para a zona da Grande Baía, com vista à concretização de articulação das leis e padrões” e a “formação de talentos de investigação científica”.

Outro dos aspectos mencionados, foi o futuro da medicina tradicional chinesa na RAEM. Os membros da associação que participaram no evento “sugeriram a promoção da modernização e internacionalização da medicina tradicional chinesa, a prestação de apoio ao desenvolvimento económico diversificado de Macau, e o fortalecimento do sistema de construção de talentos em alta tecnologia”.

16 Set 2024

Hospital das Ilhas | Responsável diz que já não é preciso sair de Macau

O Hospital das Ilhas foi ontem inaugurado oficialmente, dando início à actividade do complexo que pretende ser um ponto de referência regional, incluindo para o Sudeste Asiático. A presidente do Peking Union Medical College Hospital afirmou que os residentes já não precisam sair de Macau para tratar problemas graves de saúde

 

Findo o período de abertura experimental, foi ontem inaugurado oficialmente o Hospital das Ilhas, também designado como Hospital Macau Union. Na cerimónia que marcou o início de actividade do novo complexo hospitalar, o Chefe do Executivo realçou a importância do hospital para além da esfera territorial da RAEM, tendo como objectivo “tornar-se um centro médico de primeira classe com influência internacional, baseado na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, apto para satisfazer as necessidades no Sudeste Asiático”.

Ho Iat Seng afirmou que o novo hospital “vem aumentar a capacidade de Macau no diagnóstico e tratamento das doenças complicadas e graves”, assim como alargar o leque de acesso a especialidades clínicas, “melhorar a saúde e o bem-estar dos residentes” e “aperfeiçoar de forma abrangente a qualidade de cuidados médicos em Macau”.

A presidente do Peking Union Medical College Hospital, que irá administrar o Hospital das Ilhas em conjunto com o Governo da RAEM, afirmou que a nova unidade irá cumprir o princípio de serviço público e inverter a lógica de que os residentes têm de procurar tratamento para doenças graves fora de Macau.

Jargão político

O discurso do Chefe do Executivo foi também marcado pelos habituais chavões que preenchem a comunicação política do território. Depois de mencionar que este ano se “assinala os 75 anos da fundação da República Popular da China e os 25 anos do estabelecimento da RAEM”, Ho Iat Seng indicou que a dupla celebração e confere ao início de actividade do Hospital Macau Union “um significado especial”.

O novo hospital foi também indicado como “um projecto importante da cooperação entre a RAEM e o Interior da China na área da saúde construído sob a égide do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”, um marco na estratégia do desenvolvimento da diversificação adequada da economia “1+4”, e um impulso que irá realçar “ainda mais o brilho do ‘cartão dourado’ de Macau como uma metrópole internacional”.

No plano substantivo, Ho Iat Seng salientou o acordo estabelecido no mês passado entre o Centro Conjunto de Investigação em Medicina Clínica da Universidade de Macau e do Hospital Macau Union com o objectivo de criar um centro conjunto de investigação em medicina clínica. O governante apontou que o projecto irá constituir uma base ampla para a cooperação na formação e intercâmbio de talentos médicos de alta qualidade, na investigação científica, promoção de tecnologias de ponta e na expansão da partilha de recursos.

16 Set 2024

Estudo | Apontadas falhas históricas no acesso de macaenses ao ensino

Em “Lingu Maquista – O Patoá, ou Língua de Macau”, Manuel Fernandes Rodrigues, da Universidade de York, expõe falhas históricas da administração portuguesa de Macau a partir do século XVIII que levaram ao afastamento parcial dos macaenses do ensino e, consequentemente, a redução da difusão do patuá

 

“Lingu Maquista – O Patoá, ou Língua de Macau” é o mais recente estudo de Manuel Fernandes Rodrigues, macaense e académico ligado à Universidade de York, que acaba de ser publicado na “Daxyangguo – Revista Portuguesa de Estudos Asiáticos”, edição do Instituto do Oriente da Universidade de Lisboa.

O artigo expõe falhas, que podem ser imputadas ao período da administração portuguesa de Macau a partir de meados do século XVIII, nomeadamente no que diz respeito ao afastamento dos macaenses do sistema de ensino, o que acabou por levar à redução gradual do seu crioulo, o patuá, que hoje está praticamente em vias de extinção.

Nas conclusões do estudo, o autor aponta que “a língua materna macaense era ensinada nas escolas pelos frades a par do português e do latim”. Além disso, o patuá “era língua de comunicação, do comércio dos macaenses, chineses, asiáticos e escravos africanos e de raiz ásio-portuguesa até meados do século XX”.

Numa altura em que as ordens religiosas dos jesuítas dominavam o sistema de ensino, Manuel Fernandes Rodrigues conclui que “com a [sua] expulsão, os governantes portugueses privaram os macaenses de instrução e ensino escolar, do primário ao universitário, a partir de 1762, ou seja, por mais de um século”.

Não que os macaenses tenham ficado de braços cruzados. O estudo mostra que sempre tentaram recuperar o anterior sistema de ensino, com “insistentes pedidos de instrução e ensino escolar ao Governador, Vice-rei e Governo Central do Reino [que] nunca foram cabalmente satisfeitos nem explicadas as recusas”.

Tendo em conta esses pedidos, só em 1862 se criou “A Nova Escola Macaense” pelo então Governador de Macau, o Visconde de Cercal, criada para “assegurar a instrução dos macaenses”, mas “a solução governativa, já por si tardia, não preenchia as mais básicas necessidades de instrução requerida pelos macaenses”.

Depois, em 1870, foi ainda feita uma petição assinada por 300 macaenses dirigida a Sérgio de Sousa, à época Governador, “para a manutenção dos professores jesuítas no seminário [de S. José], que não foi atendida pelo Governo central do reino”, ou seja, em Portugal. Só depois seria criada a Escola Comercial Pedro Nolasco e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.

Desta forma, a proibição do ensino à comunidade, bem como “a ausência de políticas sociais e económicas da administração portuguesa causou o total descalabro e muito contribuiu para o declínio comercial da cidade que foi grandemente acelerado pela perda dos seus mais enérgicos e melhores intelectuais, professores, administradores, embaixadores e gestores”, resultando “na perda de investimento, confiança e relacionamento comercial com as regiões vizinhas”.

Segundo Manuel Fernandes Rodrigues, “as políticas económicas, de instrução e de ensino impostas pelo Governo português desnacionalizaram os macaenses, forçando-os a emigrar para procurar meios de subsistência para conseguirem sobreviver”. Apesar disso, “os macaenses souberam ultrapassar as intenções e negligências das políticas de instrução e ensino das autoridades portuguesas, mantendo-se fiéis à sua nacionalidade”, descreve.

Em termos gerais, “durante 450 anos a instrução dos macaenses passou por grandes crises causadas, inicialmente, pela expulsão das Ordens Religiosas do Reino pelo Marquês de Pombal, em 1759”, e depois com o decreto-lei do tempo do Estado Novo, em 1939, que decreta o português como língua veícular no território e, consequentemente, nas escolas.

“Esta crise duradora afectou, não só, a qualidade do ensino em geral como ostracizou a ‘Lingu Maquista’ em particular, tornando-a actualmente em uma língua com pouca expressão na população macaense em geral, apesar dos esforços de a reviver nas peças teatrais e na música religiosa e laica”, aponta o autor.

Aparecimento da Escola Comercial

Tendo em conta as dificuldades de acesso dos macaenses ao ensino, muitos deles tinham aulas em casa, sendo que “a instrução dos macaenses no ensino doméstico e particular manteve o patoá como língua vernacular das famílias macaenses até das mais distintas”. Só em 1878 se colmatou essa “privação de ensino” para os membros da comunidade, ou seja, 116 anos depois da expulsão dos religiosos e consequente fecho das escolas.

Essa foi a data do estabelecimento da Escola Comercial “Pedro Nolasco”, criada pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), fundada anteriormente em 1871. Manuel Fernandes Rodrigues destaca que a escola era financiada pelos macaenses, porém, aos seus estudantes “estava vedado o acesso às universidades portuguesas”, uma interdição que apenas chegou ao fim em 1952. “Esta interdição de mais de 74 anos cortou o acesso da grande maioria dos estudantes macaenses ao ensino universitário em Portugal”.

Referem-se ainda desigualdades no acesso aos cargos públicos no período da Administração portuguesa. “Os macaenses eram considerados bem qualificados para os empregos nas repartições dos respectivos governos estrangeiros em Hong Kong e Shanghai, mas estava-lhe vedado o acesso aos empregos do funcionalismo público e militar pelos governantes portugueses em Macau”.

Criados “cargos simbólicos”

Chegados aos anos 80 e à preparação para a transferência da administração portuguesa de Macau para a China, a 20 de Dezembro de 1999, não se colmataram as lacunas existentes desde tempos antigos no acesso ao ensino e empregos no Governo por parte da comunidade. Pelo contrário: para Manuel Fernandes Rodrigues, com o programa de “Localização dos Quadros” na Função Pública, criaram-se apenas “alguns lugares simbólicos [para macaenses] na Administração portuguesa, quando a decisão da transferência de soberania para a China já estava tomada”.

Quais as consequências de vários anos de afastamento dos macaenses dos principais sistemas de ensino e do acesso ao ensino superior português? Na visão do autor do estudo, o maior impacto deu-se no desaparecimento progressivo do patuá.

“O patoá, embora uma língua vernacular de fácil aprendizagem, não conseguiu resistir à falta de instrução escolar e de empregos”, sendo que, no contexto da emigração da comunidade macaense, “a política de instrução e de emprego seguidas em Hong Kong e nas concessões europeias de Shanghai permitiu a empregabilidade dos macaenses, levando à substituição do português pelo inglês”.

Em termos gerais, Manuel Fernandes Rodrigues entende “a ausência de uma política para a Instrução e Ensino, Gestão e Política Económica dos governantes portugueses levou ao desaparecimento dos melhores administradores, gestores e professores”, bem como “ao declínio económico e a aniquilação da ‘língu maquista'”, ou língua macaense, em patuá.

Quais as origens?

O patuá começou a ser falado em Macau a partir de 1553, ainda antes do estabelecimento oficial dos portugueses no território (1557), tornando-se “na linguagem vernacular até meados do século XX”. Com a entrada em vigor de um decreto-lei a 3 de Setembro de 1939, já no Estado Novo, passou a ser obrigatório usar-se o português em Macau, sendo que “o patoá passou a ser escrito como patuá, mais em linha com a ortografia portuguesa”. Até então, as famílias mais antigas referiam-se à sua língua como patoá derivado do termo “patois”, ligado ao francês.

Na relação dos macaenses com a aprendizagem, o estudo denota que “a sociedade macaense sempre entendeu a Instrução e Ensino como alicerce do desenvolvimento humano e económico”, sendo que uma das primeiras escolas católicas onde se ensinavam macaenses data de 1572, nomeadamente a “Escola de Ler e Escrever” fundada pelos padres Paulistas, nome dado pela comunidade macaense aos jesuítas. A escola destinava-se “a meninos e meninas da população lusitana, bem como aos próprios adultos de ambos os sexos”.

O Colégio de São Paulo, anexo à Igreja de São Paulo ou de Madre de Deus, foi a primeira universidade do território, fundada em 1594. Eram ministrados “cursos superiores com o grau académico de Mestre em Artes, como nas universidades estrangeiras”. Em 1758, seria fundado o Seminário de S. José “que se tornou no centro, por excelência, da Instrução e Ensino dos macaenses”, onde grande parte dos docentes eram jesuítas.

16 Set 2024

Prémios Emmy distinguem série “Shōgun”, “Baby Reindeer” e “Hacks”

A série sobre o Japão em que os portugueses têm um papel importante, “Shōgun”, fez história ao vencer o Emmy de Melhor Série Dramática na 76ª edição dos Emmys, que decorreu em Los Angeles e também fez triunfar “Baby Reindeer” e “Hacks”.
“Shōgun” é a primeira série de língua não inglesa a vencer o Emmy de Melhor Série Dramática, depois de ter chegado a esta edição dos prémios da Academia de Televisão como a mais nomeada, com 25 indicações. Venceu 14 nas categorias técnicas e quatro das mais importantes nesta madrugada.
Retrato ficcional sobre o Japão do século XVI, “Shōgun” tem no elenco o português Joaquim de Almeida e o luso-canadiano Louis Ferreira. A consagração como série do ano aconteceu depois de os protagonistas terem levado as estatuetas de representação na categoria de drama.
“Foi um projecto em que o oriente encontra o ocidente”, declarou Hiroyuki Sanada, vencedor do Emmy de Melhor Actor, no discurso de aceitação. “Quando caminhamos juntos, podemos fazer milagres. Podemos criar um futuro melhor”, afirmou.
Antes disso, foi Anna Sawai quem triunfou pelo seu papel em “Shōgun”, agradecendo a distinção de lágrimas nos olhos. “Obrigada à FX por acreditar na nossa história”, disse a actriz japonesa, que interpreta Toda Mariko na série. “Isto é para todas as mulheres que não esperam nada e continuam a ser um exemplo para toda a gente”, acrescentou. A série recebeu um total de quatro Emmys esta noite, incluindo Melhor Realização para Frederick E.O. Toye.

Uma história de abusos

A outra grande vencedora foi “Baby Reindeer”, a produção da Netflix que quebrou recordes de audiência quando estreou, em Abril, e levou quatro Emmys na noite mais importante da televisão. “Obrigado à Netflix por me ter deixado contar esta história ao mundo”, disse Richard Gadd, que venceu os Emmys de Melhor Escrita e Melhor Actor na categoria de Minissérie, série de antologia ou filme.
“Há dez anos, estava no chão. Nunca pensei que conseguiria endireitar a minha vida”, disse Gadd, que escreveu a série com base na sua própria experiência pessoal. “Digo isto como encorajamento para quem está a passar por um mau bocado neste momento, para que perseverem”, acrescentou.
A sua coprotagonista, Jessica Gunning, venceu Melhor Actriz Secundária e mostrou-se “incrivelmente orgulhosa” da série e do elenco.
Nesta categoria, o rol de vitórias de “Baby Reindeer” foi interrompido por Jodie Foster, coroada como Melhor Actriz por “True Detective: Night Country”.
Na comédia, uma grande surpresa: a terceira temporada de “Hacks” sobrepôs-se a “The Bear”, algo que não era esperado. “Hacks” não só foi a Melhor Série de Comédia como deu a Jean Smart o Emmy de Melhor Actriz em comédia e valeu o prémio de Melhor Escrita para comédia a Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky.
A noite também distinguiu “The Crown”, com a estatueta de Melhor Actriz Secundária em série dramática para Elizabeth Debicki, “Fargo”, dando a Lamorne Morris o primeiro Emmy, para Melhor Actor Secundário em minissérie, série de antologia ou filme, e Billy Crudup, que foi Melhor Actor Secundário em série dramática por “The Morning Show”.
Na escrita para série dramática foi Will Smith (não o actor) quem venceu por “Slow Horses”, da Apple TV+, enquanto Steven Zaillian obteve o prémio para Melhor Realização em minissérie com “Ripley”.

16 Set 2024

Taiwan | Pequim alerta que navios alemães aumentam risco de segurança

A China acusou sábado a Alemanha de aumentar os riscos de segurança no estreito de Taiwan, um dia depois de dois navios alemães terem atravessado a zona entre Taiwan e China.

“O comportamento do lado alemão está a aumentar os riscos de segurança e a enviar sinais errados”, afirmou o porta-voz das forças armadas chinesas Li Xi, em comunicado. Li acrescentou que as tropas de Pequim na região iam “combater resolutamente todas as ameaças e provocações”.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse na sexta-feira que a fragata Baden-Württemberg e um navio de abastecimento, que a acompanhava, estavam a dirigir-se para o estreito ou a atravessá-lo.

Os navios de guerra dos Estados Unidos e do Canadá atravessaram o estreito de Taiwan em várias ocasiões nos últimos meses, o que levou o exército chinês a declarar-se em “estado de alerta”. Em 2021, Berlim lançou a primeira missão naval alemã na região da Ásia-Pacífico desde o início da década de 2000, sem se aventurar no estreito de Taiwan.

O governo do chanceler alemão, Olaf Scholz, endureceu o tom em relação à China num contexto de crescentes rivalidades económicas e geopolíticas, enquanto procura um equilíbrio delicado entre a protecção dos seus interesses estratégicos e de segurança e a manutenção dos laços económicos com este parceiro comercial crucial.

15 Set 2024

Número de vítimas mortais pelo tufão Yagi sobe para 262 no Vietname

As autoridades vietnamitas elevaram sábado para 262 o número de mortos e 83 o número de desaparecidos devido à passagem do tufão Yagi pelo norte do país no último fim-de-semana. Anteriormente, as autoridades do Vietname tinham anunciado a morte de 233 pessoas e o desaparecimento de 103 devido à passagem do tufão.

As equipas de emergência continuavam sábado a prestar assistência às vítimas e a distribuir ajuda, incluindo alimentos e água potável. O Yagi é considerado o tufão mais forte da Ásia este ano e o mais poderoso em três décadas no Vietname.

O tufão, que provocou inundações e deslizamentos de terras, também causou mais de 1.900 feridos, mais de 168.000 casas danificadas e 183.000 hectares de campos de arroz inundados.

No terreno

A Organização Não-Governamental (ONG) Blue Dragon Children afirmou na sexta-feira, num comunicado, que, enquanto Hanói está a recuperar das inundações, muitas famílias em zonas mais remotas do norte começaram a receber ajuda vários dias depois de terem ficado isoladas pelas inundações.

Os trabalhadores das ONG conseguiram levar ajuda às zonas remotas das províncias setentrionais de Dien Bien e Ha Giang, entre as mais pobres do país e com um grande número de minorias étnicas. Embora a situação tenha melhorado, a chuva continua a cair e existe o perigo de novos deslizamentos de terras.

A agência das Nações Unidas para as crianças (Unicef) disse na sexta-feira que ainda é muito cedo para avaliar todos os danos causados pelo tufão no Vietname e que as autoridades apelaram às agências internacionais para que ajudem a responder à catástrofe natural.

Depois de passar pelo Vietname, o Yagi atingiu as Filipinas (21 mortos) e a China (dois mortos), tendo sido rebaixado a depressão tropical no domingo, causando também graves inundações na Tailândia e em Myanmar (antiga Birmânia).

15 Set 2024

Chacota global

Portugal está a viver dias de perplexidade e de receio há mais de uma semana. Cinco dos mais perigosos reclusos a nível nacional e internacional fugiram em cinco minutos da cadeia de alta segurança de Vale de Judeus, em Alcoentre.

Em primeiro lugar, a fuga está a deteriorar a imagem de segurança em Portugal e a provocar a chacota em toda a comunicação internacional, nomeadamente em Espanha e na Argentina. Isto, porque um dos reclusos em fuga é argentino, esteve preso já várias vezes noutros países e cometeu os mais horríveis crimes em Portugal e tinha sido condenado a 25 anos de prisão. São reclusos que mataram, assaltaram, raptaram e pediram resgates milionários e violaram várias jovens. Em segundo lugar, a chacota inclui todo o método da fuga, bem preparado, organizado com tempo e com a cumplicidade de elementos do exterior.

E do interior? Obviamente que a população não tem dúvidas que teve de existir o conluio de alguns guardas prisionais. Um dos guardas tinha como função olhar para os monitores de 200 câmaras de vídeo vigilância e nada viu quando minutos antes da fuga um dos reclusos dirigiu-se ao ginásio da prisão e levou um gancho que serviu para os fugitivos saltarem o primeiro muro de três metros. E ninguém viu o recluso deslocar-se ao ginásio que, por sinal, é pouco frequentado. Nada foi visto quando os cúmplices colocaram escadas no segundo muro com seis metros de altura.

Não será por acaso que a Polícia Judiciária tem vindo a interrogar guardas prisionais. Inacreditavelmente, a fuga dos cinco reclusos apenas foi detectada passada uma hora. Apenas foi dado o alarme à GNR passadas duas horas. Acrescente-se, que o recluso mais perigoso estava detido na prisão de alta segurança de Monsanto e sem se compreender a razão foi transferido para o presídio de Vale de Judeus. Esta prisão pode ser tudo menos de alta segurança.

Dois exemplos caricatos: foram desmanteladas as torres de vigia, o que na altura foi criticado pelos guardas prisionais. Foram instaladas câmaras de vigilância que se provou não servirem para nada. Segundo as nossas fontes, a operação de fuga envolveu muito dinheiro e os reclusos tinham na retaguarda o crime organizado com milhões de euros à disposição para o que fosse necessário, no sentido de a fuga ter êxito total.

Os reclusos em fuga tinham na prisão telemóveis e internet. Como é que entraram os telemóveis? Foram vendidos aos reclusos por guardas prisionais à semelhança de outras prisões? Foram levados pelas visitas que igualmente transportam para os reclusos muita quantidade de drogas? Um guarda prisional reformado afirmou na televisão que é o mais usual nas prisões portuguesas que entrem para as mãos dos reclusos, telemóveis, facas e droga de toda a espécie e que esse facto movimenta muito dinheiro.

As mulheres dos reclusos têm contas bancárias através das quais transferem muito dinheiro para o pagamento de todo esse material que entra ilegalmente nas prisões. Outro exemplo caricato: em Vale de Judeus foi decidido electrificar as redes que circundam a prisão. A electrificação da rede metálica terminou porque quando se ligava a energia para a rede metálica, as luzes no interior da prisão apagavam-se… mais caricato, na falta de organização por parte da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, é o facto de Vale de Judeus não ter director há quatro meses. Naturalmente que o director-geral e o subdirector dos Serviços Prisionais demitiram-se após esta fuga escandalosa.

A Polícia Judiciária procura uma agulha no palheiro e não acreditamos que seja fácil recapturar estes cinco criminosos altamente perigosos. Neste momento, certamente que os que tinham barba já a cortaram e os que não tinham barba já a deixaram crescer e devem estar completamente disfarçados e possivelmente já muito longe e com algum avião privado às suas ordens.

Pela parte do Estado a culpa é imensa. Tem desinvestido na melhoria das condições gerais das prisões. Em 2017, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, apresentou um relatório duríssimo indicando que a prisão de Vale de Judeus, e outras, tinham de ser encerradas e que o investimento nos serviços prisionais devia ser enorme para bem da segurança nacional.

Ninguém ligou absolutamente nada ao seu relatório e nada foi feito do que a ex-ministra propôs. A actual ministra da Justiça, filha do advogado e comentador de televisão José Miguel Júdice, é uma simples jurista sem qualquer experiência política e, para revoltar os portugueses, demorou quatro dias a dirigir-se publicamente sobre a fuga gravíssima e quando o fez anunciou apenas o que todos já sabíamos, tendo referido o absurdo quando anunciou que uma auditoria à fuga deve terminar no fim do ano. Uma ministra que se tivesse o mínimo de dignidade tinha logo pedido a demissão do cargo, já que permitiu que Vale de Judeus tenha estado quatro meses sem director.

Ninguém consegue explicar como é que cinco reclusos, por “coincidência” os mais perigosos e os que chefiavam a mafia interna da prisão, se podem evadir em pouco mais de cinco minutos, saltando dois muros, cortando uma rede e entrando em carros estacionados junto ao buraco na rede e ninguém dos responsáveis da segurança viu um recluso sequer a correr e a subir escadas…

Os guardas prisionais que ainda recentemente reivindicaram mais dinheiro foram exímios em salientar que nada tinham a ver com a responsabilidade da fuga. Então, quem é que tem a responsabilidade da segurança da prisão? Valha-nos que a Polícia Judiciária já está a ouvir guardas prisionais de Vale de Judeus que chefiavam o restante corpo de guardas e o funcionário encarregado de monitorizar as imagens oriundas das câmaras de vigilância e a interroga-los como foi possível, isto, aquilo e aqueloutro.

Por seu lado, o primeiro-ministro não arranjou nenhum bote e colete de salva-vidas… para se deslocar de imediato à prisão Vale de Judeus e aperceber-se do que tinha acontecido mostrando aos portugueses que está sempre em cima dos acontecimentos, tal como Luís Montenegro tem feito constantemente, particularmente o ridículo passeio de bote quando caiu o helicóptero no rio Douro.

Sobre a verdade dos factos, é que a imprensa de vários países tem criticado o que sucedeu naquela prisão e colocado Portugal em chacota global.

15 Set 2024

Concerto | Plácido Domingo ao vivo no Galaxy a 20 de Outubro

O famoso tenor espanhol Plácido Domingo vai actuar em Macau no dia 20 de Outubro acompanhado pela Orquestra Sinfónica de Shenzhen. Os bilhetes para o concerto no Centro de Convenções do Galaxy Macau já estão à venda e custam entre 880 e as 1680 patacas

 

Plácido Domingo está de regresso a Macau, quase uma década depois do concerto no grande auditório do Centro Cultural de Macau. O espectáculo está marcado para 20 de Outubro no Centro de Convenções do Galaxy Macau onde o tenor espanhol será acompanhado pela Orquestra Sinfónica de Shenzhen e três estrelas em ascensão na ópera moderna: a soprano Bing Bing Wang, a mezzo-soprano Anna Doris Capitelli e a maestrina Beatrice Venezi.

O programa irá incluir árias e duetos de óperas incontornáveis como “La Traviata” de Giuseppe Verdi, “Carmen” de Georges Bizet, “As Bodas de Fígaro” de Mozart e “A Viúva Alegre” de Franz Lehár. Os bilhetes estão à venda desde sexta-feira e custam entre 880 e as 1680 patacas.

Nascido em Madrid em 1941, Plácido Domingo subiu ao palco pela primeira vez quando tinha 16 anos, para acompanhar a mãe ao piano num concerto no México. Em pouco tempo, os palcos passaram a ser o seu habitat natural, entrando aos 18 anos na Ópera Nacional do México para o lugar de tenor. Os próximos anos foram de intensa formação musical, com estudos de piano e condução de orquestra. Seguiram-se actuações triunfantes nas mais prestigiadas salas.

No início da década de 1980, Plácido Domingo ganhou reconhecimento alargado, fora da ópera, com o dueto com o compositor de folk norte-americano John Denver “Perhaps Love”. A entrada no universo da pop aprofundou-se com o lançamento de discos de música latina.

Porém, a aclamação mundial além dos normais circuitos operáticos chegou com a formação de “Os Três Tenores”, ao lado de José Carreras e Luciano Pavarotti, uma parceria que se manteve durante a década de 1990 e o início dos anos 2000.

Tudo começou com Domingo, Carreras e Pavarotti num concerto nas antigas Termas de Caracala, em Roma, na véspera do arranque o Itália 90, o Campeonato do Mundo de Futebol. A actuação transmitida por televisões de todo o mundo teve uma audiência global de cerca de 800 milhões de espectadores. Além disso, o concerto foi gravado e tornou-se no disco clássico mais vendido de sempre. Os três tenores seguiram juntos durante 13 anos, com performances em grandes arenas e estádios, mais registos discográficos e actuações nos três sequentes campeonatos do mundo de futebol em (Los Angeles, Paris e Yokohama).

Boa companhia

A parte instrumental do concerto estará a cargo da Orquestra Sinfónica de Shenzhen, fundada em 1982, que entre a lista de colaborações tem José Carreras, e já fez várias actuações em Macau. Também a soprano nascida na China, Bing Bing Wang, regressa ao território depois de concertos no Festival Internacional de Música e um concerto no Venetian Theatre com a Orquestra Nacional da Cinha e os Três Tenores da China.

Formada no conservatório de Xangai, há 15 anos atrás ingressou famoso Conservatório Verdi de Milão, onde concluiu o mestrado. Hoje em dia, Bing Bing Wang é uma aclamada soprano, com actuações com as mais prestigiadas orquestras sinfónicas mundiais.

Outras das estrelas da constelação que irá brilhar no Centro de Convenções do Galaxy Macau, é a mezzo-soprano Anna-Doris Capitelli, que pertence aos quadros da famosa ‘Accademia Teatro alla Scala’ em Milão, uma das mais prestigiadas casas de música clássica e ópera, onde se estreou.

A batuta estará nas mãos da maestrina italiana Beatrice Venezi, que dirige a Orquestra Clássica de Milão e a Orchestra Scarlatti Young de Nápoles.

15 Set 2024

Evergrande | Pequim bane por seis meses e multa em 56 ME a PwC

As autoridades chinesas proibiram a empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) de operar durante seis meses e aplicaram-lhe uma multa de 441 milhões de yuan, devido ao seu envolvimento no caso da construtora Evergrande.

É o castigo mais pesado até à data para as empresas internacionais de contabilidade que operam na China. A PwC vai ser proibida de assinar quaisquer resultados financeiros no país durante seis meses. A empresa já está a perder clientes.

O Ministério das Finanças da China informou, em comunicado, que vai punir em 116 milhões de yuan em multas e confisco de ganhos ilegais à PwC Zhongtian, também conhecida como PwC China, bem como uma suspensão de actividade de seis meses, a revogação da sucursal da PwC em Cantão e um aviso administrativo.

Uma outra entidade reguladora, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, impôs também multas e confiscos num total de 325 milhões de yuan à PwC por alegadamente não ter efectuado as devidas diligências na auditoria à Evergrande.

O Ministério das Finanças da China afirmou que a PwC emitiu “falsos relatórios de auditoria” da Evergrande e que os procedimentos de auditoria apresentavam “graves defeitos” de concepção e execução, o que levou a muitas conclusões falsas.

Acusou ainda a PwC de não manter o “cepticismo profissional” e de não ter assinalado os erros e a falta de divulgação de informações por parte da Evergrande durante as auditorias.

A PwC, que auditou as contas da Evergrande durante 14 anos, até 2023, é a maior das “quatro grandes” empresas de auditoria a operar na China, tendo obtido quase 8 mil milhões de yuan em receitas em 2022.

15 Set 2024

Voluntários aprendem a impedir encalhes em massa de baleias e golfinhos em Taiwan

Voluntários de Taipé têm aprendido a resgatar cetáceos encalhados, um fenómeno cada vez mais comum nas praias de Taiwan e cujas causas destas dificuldades sentidas por baleias ou golfinhos permanecem um enigma.

Estes cursos de formação são orientados pela Sociedade de Cetáceos de Taiwan (TCS), uma associação que ajuda as baleias e os golfinhos que encalham a um ritmo de cerca de cem por ano, um número que tem vindo a aumentar acentuadamente nos últimos dez anos.

Foi depois de assistir a um “vídeo muito sangrento” de uma tartaruga a ter uma palhinha de plástico retirada do nariz que Joanna Hung, uma vendedora de 36 anos, decidiu participar na formação.

“Se não assistíssemos às aulas, agíamos como quiséssemos e sem os conhecimentos necessários, o que poderia fazer mais mal do que bem”, explicou na sexta-feira Hung à agência France-Presse (AFP).

Tseng Cheng-tsung, secretário-geral da TCS, destacou que desenvolveu gradualmente um “sentido de compromisso” após participar em vários resgates, o que o encorajou a obter um mestrado em biologia marinha.

“Muitas pessoas querem estar mais próximas da natureza e protegê-la”, garantiu.

Até 2016, apenas algumas dezenas de cetáceos encalhavam anualmente em Taiwan, mas nesse ano o número saltou para 90, realçou Yang Wei-cheng, especialista em cetáceos da Universidade Nacional de Taiwan.

Segundo Yang, este massacre pode ser explicado pelo aumento da temperatura da superfície do oceano e pelas actividades humanas que causam ruído ou poluição.

Mas, segundo Lindsay Porter, vice-presidente do comité científico da Comissão Baleeira Internacional (CBI), a maior causa da mortalidade de cetáceos no mundo continua a ser a pesca e a captura acidental.

Além disso, alertou Porter, o “nível de ruído associado às actividades militares no mar pode ser particularmente elevado e intenso, e pode causar a morte ou deficiência auditiva nos cetáceos, o que foi demonstrado noutras partes do mundo”.

Condições severas

A actividade militar tem aumentado significativamente em torno de Taiwan nos últimos anos, principalmente à medida que a China aumenta as incursões de navios, aviões e ‘drones’, bem como os exercícios de fogo real em torno da ilha.

As causas deste aumento permanecem obscuras, admitiu Porter, que especificou, no entanto, que se trata de facto de um aumento real, e não de um aumento de relatos.

Outro possível culpado é o clima. Após a passagem do tufão Gaemi, no final de Julho, foram encontrados 15 golfinhos, baleias e tartarugas encalhados em duas semanas ao largo da costa de Taiwan.

A maioria dos cetáceos encalhados em Taiwan morre, seja porque já estão doentes ou devido ao stress sentido durante a tentativa de resgate.

“As pessoas costumam fazer-nos esta pergunta: vale a pena?”, contou Tseng, especialista em biologia marinha, que respondeu também: “Todo o sucesso é uma recordação inesquecível”.

15 Set 2024