BRICS | Xi sublinha “significado estratégico” da relação com Irão

Num encontro bi-lateral, à margem da cimeira dos BRICS, o Presidente chinês reuniu com o seu homólogo iraniano para reafirmar o seu apoio à segurança e desenvolvimento do Irão numa altura de grande turbulência internacional

 

O Presidente da China disse que Pequim vai desenvolver “sem hesitação” uma “cooperação amigável com o Irão”, independentemente da “evolução da situação internacional”, sublinhando o “significado estratégico” da relação bilateral, indicou ontem a diplomacia chinesa.

Xi Jinping e Masud Pezeshkian reuniram-se na quarta-feira à margem da cimeira dos BRICS, a decorrer na cidade russa de Kazan, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. O Presidente chinês sublinhou que as relações entre os dois países adquiriram um “significado estratégico” no meio de “transformações globais aceleradas”, acrescentou.

“A China reafirma o apoio ao Irão na defesa da soberania e segurança, bem como no desenvolvimento económico e social”, disse o líder chinês, num período de tensão entre Teerão e Israel.

Xi acrescentou que a China está “profundamente preocupada com a actual situação no Médio Oriente”, referindo que “conseguir um cessar-fogo em Gaza é a chave para aliviar as tensões na região”.

“A comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para instar as partes relevantes a aplicar seriamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para evitar nova escalada”, afirmou Xi.

As duas nações comprometeram-se a trabalhar em conjunto com base no “respeito pelas normas internacionais, na salvaguarda dos seus direitos legítimos e no reforço da cooperação em vários domínios”, lê-se na mesma nota. Xi também expressou a disponibilidade da China para desenvolver “uma parceria estratégica abrangente para benefício de ambos os povos”.

Oriente atraente

O líder chinês felicitou o Irão pela recente adesão plena ao bloco de economias emergentes BRICS, sublinhando o desejo de aumentar a cooperação neste quadro e noutros fóruns multilaterais. A China chegou à cimeira numa altura em que tenta seduzir o Sul Global, com novas vias de financiamento e cooperação, num contexto de crescente competição geopolítica com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos.

Os BRICS constituem uma oportunidade para Pequim promover uma reforma do sistema de governação global mais consentânea com os seus interesses e com o que designa por “verdadeiro multilateralismo”, em oposição à “hegemonia norte-americana”.

O grupo BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se para nove membros com a integração do Irão, Egipto, Etiópia e Emirados Árabes Unidos e procura tornar-se um poderoso contrapeso ao Ocidente na política e eventos comerciais mundiais, que são de particular interesse para Moscovo e Teerão, que enfrentam sanções europeias e norte-americanas.

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