CCCM | UM patrocina base de dados de documentos históricos

O Centro Científico e Cultural de Macau assinou, na quinta-feira, um acordo com a Universidade de Macau para o patrocínio de uma base de dados digital com documentação histórica digitalizada, existente em todo o mundo, sobre as relações entre portugueses e asiáticos, permitindo um acesso mais fácil a investigadores

 

Fazer investigação histórica implica trabalhar com documentos raros, facilmente danificáveis e, muitas vezes, de difícil acesso, espalhados em vários locais. A fim de reunir toda esta documentação online, o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) tem vindo a expandir a base de dados intitulada “Portuguese Asian Digital Archives Network” (PADAN) [Rede Portuguesa de Arquivos Digitais Asiáticos] que, na quinta-feira, passou a contar com um novo patrocinador, a Universidade de Macau (UM).

A PADAN é, assim, uma plataforma digital para a agregação do material de investigação sobre a Ásia existente nas bibliotecas, arquivos e centros de documentação de Portugal e outros países. Com esta iniciativa, pretende-se que alguma da documentação à guarda da UM passe a pertencer a esta rede, conforme disse ao HM Rui Martins, vice-reitor da instituição.

“A UM tem muita informação e muitos documentos históricos adquiridos recentemente, nomeadamente o manuscrito, adquirido a privados, sobre a instalação da primeira embaixada portuguesa na China, e que data do reinado de D. João V. Só existem dois exemplares em todo o mundo e um deles está no Palácio Nacional de Queluz.”

Carmen Amado Mendes, presidente do CCCM, destacou no seu discurso que a PADAN irá “promover a investigação internacional sobre a história das relações entre portugueses e asiáticos e uma maior cooperação ao nível dos arquivos internacionais”.

“Os arquivos históricos e documentos escritos à mãos são algumas das mais preciosas e importantes fontes para a investigação histórica, mas o facto é que são materiais frágeis e únicos, o que significa que o acesso é difícil e restrito.

Recentes desenvolvimentos ao nível da tecnologia digital resultaram na possibilidade de haver um maior acesso a imagens e documentos históricos digitalizados, e este desenvolvimento traz um enorme potencial para fomentar e melhorar o estudo em torno de documentos raros sem risco de os danificar”, acrescentou.

Livros e mais livros

O acordo assinado na quinta-feira visa ainda a publicação de mais obras entre o CCCM e a UM, com o apoio financeiro desta universidade. “Temos uma colecção de oito livros publicados e há mais projectos a caminho”, contou Rui Martins. Uma das últimas edições foi sobre os 200 anos do jornal “Abelha da China”, sendo que a primeira edição aconteceu há dez anos com a publicação, na versão portuguesa, da tese de doutoramento de Carmen Amado Mendes, intitulada “Portugal e o estabelecimento da Questão de Macau, 1984-1999: Pragmatismo nas Negociações Internacionais”. Espera-se, assim, um aumento do número de livros editados neste contexto, em diversas áreas académicas.

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