China / ÁsiaBanqueiro chinês desaparecido tentou transferir fortuna para Singapura Hoje Macau - 22 Fev 2023 Bao Fan, um proeminente empresário chinês do sector tecnológico, que desapareceu há vários dias, tentou, no final de 2022, transferir parte da sua fortuna da China e Hong Kong para Singapura, segundo o jornal Financial Times. O jornal britânico, que cita quatro pessoas com conhecimento dos planos do empresário, informou que Bao tentou, nos últimos meses de 2022, estabelecer um fundo para administrar o seu património, na cidade-estado asiática. “Como muitos chineses ricos fizeram, após Pequim lançar uma campanha regulatória contra o sector tecnológico, ele tentou diversificar a sua riqueza através da transferência de património para Singapura”, disse uma das fontes citadas pelo Financial Times, sem revelar a sua identidade. Depois de experimentar anos de forte crescimento devido, em parte, à fraca aplicação de regulamentos, o sector tecnológico da China foi alvo de uma dura campanha regulatória, lançada em 2020, após Pequim ter suspendido, à última hora, a entrada em bolsa da tecnológica financeira (‘fintech’) Ant Group, no que seria a maior operação do género de sempre. A campanha regulatória resultou em multas multimilionárias contra empresas como o grupo de comércio electrónico Alibaba ou investigações pelos reguladores, incluindo à empresa de serviços de transportes partilhados Didi. Em parte incerta Bao Fan, nascido em 1970, é o fundador do China Renaissance, um importante banco de investimento privado chinês especializado no sector da tecnologia. O grupo supervisionou a entrada em bolsa de vários gigantes do sector da Internet, incluindo o grupo de comércio eletrónico JD.com, ou a fusão, em 2015, entre as empresas de serviços de transporte partilhado Didi e Kuaidi Dache. O China Renaissance “não consegue entrar em contacto com o (chefe-executivo) Bao Fan”, disse o banco de investimento, em comunicado, na sexta-feira passada, sem avançar mais detalhes. Segundo a revista de informação económica Caixin, Bao está incontactável desde o início da semana passada. Não se sabe se Bao esteve em Singapura durante as negociações, o que não é necessário para abrir um fundo de gestão de património na ilha. A abertura deste tipo de instrumento financeiro dá acesso a autorização de residência na próspera cidade-estado. Também não se sabe se Bao conseguiu concluir os seus planos. A Autoridade Monetária de Singapura criou uma unidade, em 2019, para atrair mais fundos de gestão patrimonial para o país, o que passou a constituir um sector próspero, com cerca de 1.500 registos, segundo a consultora de análise de dados do território Handshakes.