China / ÁsiaChina-Angola | PR e MNE debatem “impulso na cooperação” Hoje Macau - 16 Jan 2023 O encontro entre João Lourenço e Qin Gang teve lugar na sexta-feira e centrou-se no reforço do investimento chinês na antiga colónia portuguesa e no aprofundamento da cooperação entre as duas nações O Presidente angolano e o chefe da diplomacia chinesa debateram na sexta-feira, em Luanda, um “impulso sólido na cooperação” e o aumento do investimento da China em Angola, segundo fonte oficial. O encontro entre João Lourenço e Qin Gang, por ocasião de uma visita do ministro chinês a Luanda, concentrou-se em dois eixos: “o impulso sólido na cooperação” entre os dois países e o aumento do investimento chinês em Angola, de acordo com um comunicado dos serviços de imprensa de Pequim. Segundo a mesma nota, o Presidente angolano destacou que vários dos projectos mais emblemáticos de Angola – aeroportos, estações hidroeléctricas, estradas e portos – se devem ao apoio do investimento chinês e que as empresas chinesas têm dado “contributos positivos” para o desenvolvimento de infra-estruturas em Angola. De acordo com a nota distribuída pelo grupo APO em nome da Embaixada da China no Reino Unido, João Lourenço transmitiu o desejo de Angola de “aprofundar mais a cooperação com a China” e a sua abertura a “mais investimento chinês”, assinalando o papel desempenhado pela China na reconstrução de Angola após a guerra civil e no desenvolvimento social e económico do país. João Lourenço notou que “Angola e China sempre partilharam a solidariedade e a confiança mútua”, vincando que os dois países prosseguem “políticas e ideias semelhantes” e que Angola “apoia com determinação a política de uma só China” e “o princípio de não-interferência em assuntos internos”. Segundo a mesma nota, o chefe da diplomacia de Pequim realçou que os dois países, que mantêm relações diplomáticas há 40 anos, têm “aprofundado cada vez mais” a “confiança política mútua e a amizade tradicional”. Assegurando que “a China apoiará sempre Angola na oposição a interferência externa, na escolha independente do seu caminho de desenvolvimento e na protecção da soberania nacional, segurança e desenvolvimento”, Qin Gang – que também se reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros angolano, Téte António – transmitiu a João Lourenço o apreço de Pequim pela “mediação activa” de Luanda na região, instando o país africano a “desempenhar um maior papel em assuntos regionais e internacionais”. Tradição cumprida O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, esteve em Luanda entre quinta-feira e sexta-feira, tendo sido recebido também pelo seu homólogo angolano, Téte António. Angola foi uma das etapas do roteiro africano do diplomata chinês e coincidiu com a celebração dos 40 anos de relações diplomáticas entre os dois países, iniciadas em 12 de Janeiro de 1983. Durante a sua passagem por Luanda, o ministro também visitou o parque tecnológico da Huawei, uma gigantesca estrutura composta por centros de formação e inovação, que custou 60 milhões de dólares e foi inaugurada em Novembro do ano passado. Qin Gang foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros a 31 de Dezembro, e pretende com esta viagem pelo continente africano aprofundar a parceria estratégica e a cooperação entre a China e África. Qin cumpre assim uma tradição de 33 anos, segundo a qual o chefe da diplomacia chinesa faz a sua primeira viagem do ano ao estrangeiro a África. A China tem demonstrado um interesse crescente em África, tornando-se o maior parceiro comercial do continente, estando também entre os principais parceiros de Angola.