SociedadeUniversidade de Shenzhen vence 928 Challenge Hoje Macau - 31 Out 2022 Uma equipa da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, conseguiu o segundo lugar no concurso 928 Challenge, com um projecto de produção de biogás a partir de desperdícios em explorações avícolas A Universidade de Shenzhen, cidade chinesa adjacente a Hong Kong, com um projecto de gerador de oxigénio para aquacultura, venceu a competição “928 Challenge”, em Macau. Ao todo, 16 equipas finalistas, dez das quais chinesas, divididas em duas categorias, universidades e ‘startups’, disputaram a final da segunda edição desta competição sino-lusófona. No segundo lugar, ficou o projecto de uma equipa da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, de produção de biogás a partir de desperdícios em explorações avícolas. A terceira posição foi atribuída à Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, cuja equipa apresentou um plano de formação no âmbito da cultura de café em Timor-Leste, sobretudo destinado a mulheres. Na categoria das ‘startups”, a chinesa OneDrop, com uma aplicação para evitar o desperdício alimentar já em funcionamento, conquistou o primeiro lugar, seguida por mais duas ‘startups’ chinesas: Ecomel Ecological & Technology e Reconnect Environmental Institute. “Esta segunda edição confirmou o interesse enorme à volta do conceito de plataforma” não só pelos 1.250 participantes e 256 equipas, como também pela “qualidade dos projectos apresentados”, disseram à Lusa os dois co-fundadores e coordenadores do “928 Challenge” José Alves e Marco Rizzolio, ambos da Universidade Cidade de Macau (CityU). Para José Alves, também director da Faculdade de Gestão da CityU, esta iniciativa permite a transferência de tecnologias chinesas para os países de língua portuguesa, em infra-estruturas, energia, telecomunicações, agricultura, pescas ou alimentação, muito necessárias nestes países, e “muitas das quais existem em Macau, em empresas que se podem organizar e fazer essas transferências”. “Esperamos que o Governo de Macau e o ambiente empresarial [do território] continue a apoiar esta iniciativa que pode trazer projectos de valor acrescentado para a Área da Grande Baía e para os países de língua portuguesa”, afirmou. Em 2003, a China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, através do Fórum Macau. Da Grande Baía A Área da Grande Baía é um projecto de Pequim que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com cerca de 70 milhões de habitantes e um produto interno bruto (PIB) a rondar os 1,2 biliões de euros. Na abertura da cerimónia de atribuição de prémios foi transmitida, em vídeo, uma mensagem do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa português, Mário Campolargo, na qual sublinhou a existência de uma herança comum entre Macau e o bloco lusófono que é preciso explorar mais. Os dois responsáveis acrescentaram que para o próximo ano vão “repensar o formato” da iniciativa “para aproveitar maior potencial das equipas e projectos”, apostando numa maior divulgação na Grande Baía e no bloco lusófono. Por outro lado, o desafio vai passar a denominar-se 929: nove cidades da Grande Baía, duas regiões administrativas especiais chinesas (Macau e Hong Kong) e nove países lusófonos, depois da adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e ao Fórum Macau, indicaram. O concurso tem a organização conjunta do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e de várias universidades de Macau e da Grande Baía e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Os primeiros lugares receberam um prémio de 20 mil patacas, os segundos de 10 mil e os terceiros cinco mil.