A Tailândia vai impor novas restrições face a um pico epidémico sem precedentes desde o aparecimento da covid-19, incluindo um recolher obrigatório noturno em Banguecoque, anunciaram sexta-feira as autoridades.
A partir de segunda-feira, “as deslocações desnecessárias estão proibidas. As pessoas não poderão sair de casa entre as 21:00 e as 04:00, excepto em caso de necessidade”, declarou Apisamai Srirangson, porta-voz adjunto do grupo de trabalho da covid-19.
Estas medidas dizem respeito aos 10 milhões de habitantes da capital tailandesa, mas também aos de nove outras províncias. A Tailândia registou um recorde de 72 mortes e 9.276 casos de infecção nas últimas 24 horas.
“Pedimos desculpa pelas dificuldades enfrentadas pelas pessoas que vivem em áreas com as maiores restrições, mas isso permitirá combater efectivamente a doença. A Tailândia sairá vitoriosa”, acrescentou o porta-voz.
O teletrabalho é encorajado e estão proibidas as concentrações de mais de cinco pessoas. Os transportes públicos não funcionam a partir das 21:00 e os centros comerciais encerram às 20:00.
Devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, a Tailândia registou em 2020 os seus piores resultados económicos desde a crise asiática de 1997.
Abertura em causa
Há vários meses que o número de casos tem vindo a aumentar e o governo tailandês é criticado pela lentidão do seu plano de vacinação, pela fraca capacidade de testagem e pela má gestão da economia.
As novas medidas surgem numa altura em que o país tenta reabrir as suas portas aos viajantes internacionais. O turismo representa quase um quinto da economia do reino e antes do encerramento das fronteiras, em Março de 2020, cerca de 40 milhões de pessoas viajavam para a Tailândia anualmente.
No mês passado, o governo tailandês anunciou a intenção de reabrir o país aos visitantes completamente vacinados em Outubro.