Filipinas | Duterte já despediu cerca de 800 funcionários por corrupção

[dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, despediu cerca de 800 funcionários governamentais por actividades ilegais, desde que iniciou o mandato em 2016, no âmbito de uma campanha anti-corrupção. “Continuarei a perseguir todos os trabalhadores do governo envolvidos em casos de corrupção”, advertiu na segunda-feira à noite o chefe de Estado filipino, num discurso televisivo.

Acusado por vozes da oposição de alegadamente esconder uma fortuna ilegal em contas estrangeiras, Duterte adiantou que, na próxima semana, vai identificar mais funcionários despedidos por terem cometido ilegalidades.

Alfândegas, Imigração, Obras Públicas, Receita Federal ou Filhealth, empresa pública de Segurança Social, têm sido algumas das agências governamentais afetadas por casos de corrupção durante o mandato de Duterte.

O Presidente filipino acrescentou que os funcionários despedidos foram punidos com multas administrativas e que o Provedor de Justiça é a figura encarregada de apresentar acusações criminais contra funcionários do Governo envolvidos em crimes como suborno ou corrupção.

A guerra contra a corrupção, juntamente com a guerra antidroga e contra os rebeldes comunistas, é um dos pilares da política de Duterte. No mês passado, ordenou ao Departamento de Justiça, que atua como Ministério Público, que “investigasse todo o Governo por corrupção” até ao fim do mandato, em 2022.

Duterte mostrou ainda uma lista da Comissão Presidencial Anticorrupção que inclui nomes de congressistas que alegadamente solicitaram comissões em troca da aprovação de projetos de lei, sem identificar os suspeitos.

O chefe de Estado filipino sublinhou que o cargo não lhe confere jurisdição para acusar os congressistas suspeitos de corrupção, mas indicou que ia transmitir a lista ao Provedor de Justiça para que este tome medidas.

“Segundo a lei política, não tenho o direito de investigar os congressistas, eles pertencem a um órgão governamental separado”, disse Duterte, instando o parlamento a abrir uma investigação interna.

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