Manchete SociedadeCovid-19 | Paciente com alta voltou a testar positivo Salomé Fernandes - 28 Abr 202028 Abr 2020 Depois de ter tido alta hospitalar e a um dia de terminar o isolamento no centro clínico no Alto de Coloane, um paciente voltou a testar positivo para a covid-19. Com mais uma alta hospitalar ontem, restam 13 doentes internados [dropcap]M[/dropcap]acau estava ontem há 19 dias sem casos novos registados. Mas um paciente que já tinha tido alta hospitalar, e cumpria o período de convalescença no centro clínico do Alto de Coloane, voltou a testar positivo para o novo tipo de coronavírus durante o fim-de-semana. Trata-se do 15º caso detectado no território, um trabalhador não residente das Filipinas, com 31 anos. O homem, considerado um caso importado, tinha tido alta hospitalar no dia 12 de Abril e foi encaminhado para o centro no Alto de Coloane. Os testes de ácido nucleico voltaram a dar positivo treze dias depois, por duas vezes. O seu período de convalescença vai ser prolongado, e o utente vai ficar no centro clínico até aumentar a imunidade e testar negativo por duas vezes. Mesmo depois do isolamento segue-se um período de auto-gestão de saúde em casa. Lo Iek Long, médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ), disse que o quadro clínico do paciente é considerado estável, não apresentando desconforto ou sintomas. De acordo com o médico, a nível internacional, quando um paciente volta a testar positivo as autoridades não iniciam um novo tratamento porque se a pessoa desenvolver um “bom sistema imunitário”, passa a conseguir lidar com a situação. No entanto, é preciso “algum tempo para a remoção do vírus do seu corpo”. Ainda faltam resultados para confirmar se a pessoa está contagiosa ou se há risco de transmissão comunitária. “Olhando para os dados mundiais, só 2 a 4 por cento dos doentes voltaram a testar positivo. O mais importante é que tomamos todas as medidas de prevenção possíveis. Nos outros lugares, os pacientes que voltam a testar positivo vão regressar a casa. No entanto, em Macau tomamos uma medida diferente, continuam a ficar no Alto de Coloane”, explicou o médico, acrescentando que “não vai haver risco para a comunidade”. O centro clínico do Alto de Coloane tem pacientes com sintomas ligeiros e outros em convalescença. De acordo com Lo Iek Long, as equipas são iguais à do hospital público e existem equipamentos semelhantes. O paciente só terá de ser encaminhado para o CHCSJ se apresentar febre ou sintomas. O incidente não é exclusivo de Macau. Na Coreia do Sul, por exemplo, mais de 200 pessoas voltaram a testar positivo para o novo tipo de coronavírus depois de terem recuperado. Mais uma alta Por outro lado, ontem registou-se mais uma alta hospitalar. Foi o 13º caso registado no território, e diz respeito a uma residente de Macau, estudante no Reino Unido. A jovem, que tinha sido levada para o CHCSJ depois de lhe ser detectada febre na fronteira, deu positivo a 17 de Março e esteve 42 dias internada. Nos dias 24 e 26 de Abril os testes deram negativos, resultados que determinam que passe à fase de convalescença no centro clínico durante 14 dias. Ainda há 13 doentes internados, todos eles com sintomas ligeiros, disse Lo Iek Long. Entretanto, 20 pessoas estão em convalescença em Coloane. Nos hotéis designados para observação médica restam 70 pessoas, das quais 44 são residentes de Macau e 15 trabalhadores não residentes (TNR). A política das autoridades em relação aos TNR cuja relação laboral cessou mantém-se. Quando não podem sair de Macau por motivos de “força maior”, os casos são tratados individualmente para prolongar a sua estadia no território. Capacidade para análises Uma das metas das autoridades é aumentar a capacidade de análise das amostras, disse ontem Lo Iek Long. Mas já se registaram desenvolvimentos. Antes eram analisadas diariamente cerca de 600 amostras, um número que actualmente ascendeu a duas mil amostras. De acordo com o médico, foram iniciadas colaborações com outras instituições nessa área. Recorde-se que passaram a ser feitos testes de ácido nucleico pelo menos uma vez a professores que não saíram de Macau.