Valores dúbios

[dropcap]N[/dropcap]os últimos dias tenho visto alguns trabalhadores dos Serviços de Saúde de Macau, a título pessoal nas redes sociais, a desvalorizarem a Pneumonia de Wuhan. Parece que o vírus da influenza é mais mortal e causa 40 mil mortes todos os anos nos Estados Unidos.

Como se não fosse suficiente ainda vêm falar de “manipulação” do Ocidente… Felizmente, depois de se reconhecer a dimensão do problema que temos em mãos, tanto o Governo Central como o Governo de Macau têm mostrado bem mais respeito pelos mortos, pelos infectados e pela população.

Estão à procura de soluções, apesar do enorme desafio. Mas não deixa de ser engraçado que pessoas que trabalham em serviços com tanta responsabilidade estejam mais focadas na política de agressão externa do que na população de Macau e da China. Numa fase tão complicada como a que atravessamos, que prioridades são estas? Acham que é assim que se tranquiliza a população com este discurso de ódio? Não percebo estes valores. Parece que para estes profissionais de saúde não importa que morram chineses, desde que morram mais americanos. São os nacionalistas de pacotilha, para quem o bem do país é secundário desde que o “Ocidente” esteja pior.

Finalmente, quero recordar Alexis Tam. Lutou pelo centro de doenças infecto-contagiosas e foi bloqueado pelos interesses locais. Ficou claro que era tão urgente quanto ele dizia. Defendeu a criminalização das pensões ilegais e o tempo deu-lhe razão. Quantos “turistas ilegais” de Wuhan estavam “escondidos” nesses viveiros de criminosos no NAPE e ZAPE sem que seja possível localizá-los? Pois…

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