Casos paranormais

[dropcap]G[/dropcap]aláxias infinitas de temas para escrever hoje, mas escolho dois pequenos temas como alvo desta cansada pena. Ho Iat Seng assegura que em Macau continuará a haver liberdade de imprensa, mas espera patriotismo dos jornalistas. Vamos saborear esta pérolas juntos. Isto é o equivalente lógico a exigir o consumo desmesurado de vodka, garantido a sobriedade total.

A factualidade não é emotiva, nem se faz por encomenda. Alguém vai ter de explicar à elite política de Macau que um órgão de comunicação social é diametralmente oposto a uma agência de publicidade. Fora de brincadeiras, este é um discurso perigoso, carregado de seguidismo cego e servilismo perante o poder maior. Em nada dignifica o elevado grau de autonomia que seria de esperar de um sistema que se gaba de ser diferente, que supostamente garante direitos fundamentais.

O segundo tema é Mak Soi Kun, o homem-assunto, a proposição de Kong Mun, que esta semana teorizou que a humidade e as infiltrações das casas provocam cancro e problemas de saúde aos bebés. Não especificou quais as doenças que os bebés podem desenvolver quando expostos a infiltrações, deixando aberto o flanco à jocosa especulação desta canina coluna. Unhas encravadas? Flatulência atómica?

Incapacidade para controlar o impulso de dizer alarvidades em idade adulta? Outra nota sobre Big Mak, de longe o meu deputado preferido, é que na sua página pessoal da AL, de uma legislatura para outra, as suas habilitações académicas passaram de ensino secundário para mestrado em sociologia pela Universidade Sun Yat-sen e doutoramento em gestão pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong. Pronto, é isto. Entregues aos bichos!

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