Sofia Margarida Mota SociedadeAcadémicos e deputados divididos com possível taxa turística O Governo vai estudar a introdução de uma taxa turística tendo em conta os exemplos de Veneza e do Japão. De acordo com directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, a medida visa promover a qualidade das ofertas locais e não a restrição do número de visitantes. Ainda sem contornos definidos, esta taxa já divide deputados e académicos ligados ao sector [dropcap]”É[/dropcap]preciso saber que tipo de imposto pode vir a ser este. Se é para os jogadores dos casinos ou para os outros turistas. É preciso saber de que forma vai ser implementado, se com uma taxa paga à entrada ou saída de Macau ou se vai ser formalizado com a adição de valor nas contas de hotéis”, começa por dizer o especialista em gestão turística e professor da Universidade de Macau, Glenn MacCartney, acerca da possível implementação de uma taxa turística, revelada pela directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes. No entanto, mais importante do que a aplicação de uma taxa turística seria ter um planeamento consertado e uma estratégia capaz de definir uma marca para o território, acrescenta o académico. Por outro lado, esta iniciativa pode mesmo ter um “sabor azedo” para quem visita Macau. “As pessoas já sabem que vão gastar muito seja no jogo, seja nos hotéis, se souberem que ainda têm que pagar uma taxa, vão achar isso estranho”, refere, “o que pode ser muito negativo”. Para evitar esta situação é necessário ter “algum cuidado na forma como se pode vir a implementar este imposto”. Cuidado é também a recomendação deixada por Leonardo Dioko, professor no Instituto de Formação Turística (IFT). A razão apontada tem que ver com a introdução de um possível factor discriminatório. “Estes impostos podem ser discriminatórios porque só aqueles que têm melhores condições económicas podem estar dispostos a pagá-los”, aponta. No entanto, o académico, depois de ressalvar que o conhecimento sobre esta taxa ainda é ainda muito reduzido, reconhece que pode vir a ser uma “boa iniciativa”. “Depende da finalidade específica desta taxa, e se será uma medida suficiente para gerir o turismo no território se não for acompanhada de outras medidas, mas penso que pode ser uma medida positiva, se for incluída num pacote mais abrangente destinado ao controle da qualidade das actividades locais e quantidade de visitantes”, refere. Marca necessária É também a existência de uma estratégia geral e uniforme que Glenn MacCartney defende e que tem por base a construção da marca Macau. Aliás, só assim o território também pode ter “o direito” de pedir uma taxa aos visitantes. “É necessário um branding de Macau, que transforme o território num produto, tal como Veneza ou Paris em que quando as pessoas ouvem estes nomes têm logo uma imagem formada do que podem encontrar”, diz. No entanto, esta marca parece estar distante, ate porque não há coerência nem “sintonia “entre as acções do Governo e dos privados. “Temos um problema com a estratégia de branding: O Governo trabalha para um lado e os privados para outro e ninguém comunica”, aponta o investigador. Antes de mais o objectivo deveria ser definir esta marca. “É preciso uma estratégia que diga claramente e uniformemente: Nós somos Macau, somos assim e temos isto para oferecer”. Actualmente esta “marca” é apontada quando há iniciativas, mas, são “sempre acções espalhadas sem nada que as una e que faça com que elas representem de facto um território capaz de conquistar uma posição dentro do cenário internacional”. Para o académico, depois de conseguida esta marca, os visitantes já não estranhariam o pagamento de uma taxa. “É aí que as pessoas estão dispostas a pagar mais para terem oportunidade de conhecer lugares reconhecidos”. Glenn MacCartney dá mais uma vez o exemplo de Paris e mesmo de Londres em que “as pessoas não vão a estas cidades a pensar que são baratas mas sim porque têm a garantia de que valem a pena serem visitas pela qualidade das ofertas que dispõem! “Isto ainda não acontece em Macau porque não existe uma marca”, sublinha. Dinheiro de bolso A directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, defende que a medida não tem como objectivo a redução de visitantes mas sim a recolha de fundos “para melhorar as estruturas do território”, apontou ontem à margem da cerimónia de lançamento da aplicação de e-learning de linguagem gestual. No entanto, este argumento também não é consensual. À margem da mesma cerimónia, o director executivo da MGM China, Grant Bowie, defendeu que a entrada em vigor deste imposto não é uma necessidade financeira no território. “Francamente penso que o Governo de Macau é privilegiado e tem uma situação financeira bastante sustentável e muito sólida”, disse. Em caso de implementação de uma taxa, o objectivo será o de promover o próprio turismo no sentido da qualidade, apontou. “Trata-se de uma medida que tem que ser utilizada especificamente para a promoção do turismo e não deve ser apenas um meio para recolher mais impostos”, explicou o responsável. A opinião é partilhada pelo deputado José Pereira Coutinho, que considera que não se trata de uma questão relevante tendo em conta a situação económica local. “Macau precisa deste dinheiro para promover infraestruturas que garantam uma melhor qualidade do turismo?”, questiona retoricamente. Questão de equilíbrio Grant Bowie defende ainda a que Macau deve continuar a apostar no turismo de qualidade ao invés da quantidade e implementar políticas no sentido do equilíbrio entre o elevado número de visitantes e a qualidade de vida dos residentes que “já são muitos tendo em conta a área do território”, apontou. A questão do equilíbrio é também defendida por Pereira Coutinho que se assume manifestamente contra a implementação de uma taxa turística. “Acho que esta medida não tem qualquer utilidade”, diz. Para o deputado, a razão para a ineficácia da medida tem que ver com o tipo de turistas de Macau. “A maior parte dos turistas que vem a Macau vão para os casinos. Os outros, os pé descalços, são levados para lojas pré-determinadas para serem coagidos a comprar produtos contrafeitos e de baixa qualidade, o que prejudica a imagem de Macau”, justifica, pelo que “não será por causa de uma pequena taxa que deixam de vir”. Por outro lado, “Macau não é um destino extremamente importante como outros que são reconhecidos pelas pessoas como dignos de visita”, lamenta. Para Pereira Coutinho, em vez de avançar com uma taxa turística, o Executivo deveria promover políticas de redução de visitantes capazes de devolver a cidade aos seus moradores”. Há residentes que não circulam na zona das ruínas por exemplo, porque não há espaço pelo que o Governo tem é que pensar na população local”, sublinha. A favor da iniciativa estão Sulu Sou e Agnes Lam. Para o pró-democrata “qualquer medida que limite o turismo local é boa”. Já para Lam, a ideia de aplicar o dinheiro desta taxa em infraestruturas pode trazer vários benefícios quer para turistas quer para residentes. “Penso que é muito bom que o Governo comece a ponderar um estudo acerca de uma taxa turística, principalmente tendo em conta o caso de Veneza, que aplica este imposto para melhoria das estruturas urbanas e para limpeza da cidade”, aponta. Com o dinheiro recebido através desta taxa o Governo poderia melhorar não só as estruturas públicas, como as privadas. Segundo a deputada, há residentes nas zonas mais antigas de Macau que se confrontam com problemas nas suas casas dada a antiguidade dos edifícios. “O dinheiro deste imposto pode ser aplicado também na melhoria deste tipo de construções: colocar janelas novas e melhorar as condições de higiene”, ilustra. “Desta forma a população também sentiria o retorno do turismo a que está sujeita”, remata. Números do mundo Desde Janeiro deste ano que a cidade de Veneza aplica uma taxa turística que pode ir dos 2,5 euros aos 10 euros por dia. O objectivo é “ajudar a suportar os custos associados à manutenção e limpeza da cidade, que recebe cerca de 30 milhões de visitantes todos os anos”, de acordo com a notícia avançada pelo portal da Sapo. Já o Japão, que recebeu em 2018 31 milhões de turistas, tem desde o passado dia 7 de Janeiro a taxa Sayonara, no valor de cerca de 9 dólares americanos e cobrada aos turistas no momento em que deixam o país e adicionada directamente às passagens aéreas. Ambos os destinos têm excepções para o pagamento destas taxas. Contas feitas, tendo em conta o exemplo do Japão, e como referência os 35,8 milhões de turistas do ano passado, Macau poderia ter arrecadado cerca de 322 milhões de dólares americanos, o que em patacas se cifra em mais de dois mil milhões e meio de patacas.
Hoje Macau DesportoCristiano Ronaldo diz que portugueses devem acreditar na selecção [dropcap]O[/dropcap]futebolista Cristiano Ronaldo garantiu ontem aos portugueses que têm todos os motivos para continuar a acreditar no apuramento para o Euro 2020, apesar dos empates caseiros com a Ucrânia e Sérvia. “Faltam muitos jogos, é uma qualificação na qual passam duas equipas. Com tranquilidade, vamos descansar, ir para os clubes e nos próximos jogos temos de ganhar. Tenho muita confiança nos nossos jogadores e treinador. Jogámos bem e tivemos oportunidades, simplesmente a bola não entrou, mas isso é futebol”, lamentou. Ontem, no segundo jogo do grupo B, Portugal empatou 1-1 com a Sérvia, depois de na sexta-feira ter empatado 0-0 com a Ucrânia, também no Estádio da Luz, em Lisboa. “Garanto que vamos fazer tudo para estar no Euro 2020. Não há que estar nervosos ou perder esperança nesta equipa. Os adeptos têm de dar confiança aos nossos jogadores. E quem percebe de futebol, sabe que Portugal merecia ganhar os dois jogos. Nas vitórias, só contam as bolas que entram. Não entraram agora, nas próximas entrarão”, reforçou. Em dia de 156.ª internacionalização ‘AA’, o ‘capitão’ saiu lesionado aos 30 minutos, devido a problema muscular, situação que não o preocupa. “Estou tranquilo, pois sei que vou voltar bem daqui a uma ou duas semanas”, disse, assumindo conhecer a capacidade de reacção do seu “corpo”. Depois de um hiato de cerca de meio ano em presenças na selecção, justificado com a adaptação à Juventus e futebol italiano, Cristiano Ronaldo garante estar “de corpo e alma” na equipa das ‘quinas’, assegurando que adora representar o país. “Obviamente que sentia falta da selecção. Já são 16 anos e as coisas não se apagam de um momento para o outro. Algumas vezes temos de pensar em nós. Acho que foi a melhor decisão. O treinador percebeu a minha decisão e o próprio presidente também. Mas isso está ultrapassado”, concluiu.
Hoje Macau DesportoPortugal soma face à Sérvia segundo empate na qualificação para o Europeu de 2020 [dropcap]A[/dropcap]selecção portuguesa de futebol somou ontem a segunda igualdade em outros tantos encontros no Grupo B de qualificação para o Europeu de 2020, ao empatar 1-1 com a Sérvia, no Estádio da Luz, em Lisboa. Três dias depois do ‘nulo’ com a Ucrânia, no mesmo local, Portugal esteve a perder, por culpa de uma grande penalidade concretizada por Dusan Tadic, aos sete minutos, conseguindo chegar à igualdade aos 42, por Danilo Pereira. Em dia de 156.ª internacionalização ‘AA’, o capitão Cristiano Ronaldo saiu lesionado aos 30 minutos, devido a uma lesão muscular.
Hoje Macau China / ÁsiaAtleta português vai de bicicleta até ao Nepal em projecto solidário após acidente grave [dropcap]O[/dropcap]atleta Pedro Bento vai percorrer, de bicicleta, cerca de 11.000 quilómetros, entre Almeirim, em Portugal, e Katmandu (Nepal), em 73 dias, um desafio solidário e de agradecimento para os que o ajudaram a recuperar de um grave acidente. Pedro Bento, de 40 anos, disse à Lusa que vai partir no próximo dia 13 de Abril, sozinho, na sua bicicleta com o objectivo de reunir 10.000 euros, tendo como lema da aventura “1 euro por 1 quilómetro”. O destino da verba é assegurar bolsas de estudo e alimentação a dois jovens nepaleses do projecto “Dreams of Katmandu”, do português Pedro Queirós, e comprar equipamentos de protecção contra incêndios para os Bombeiros Voluntários de Almeirim (BVA). A recuperar de um grave acidente de moto, que sofreu em 1 de Abril de 2017 quando fazia o reconhecimento do percurso para uma prova de BTT que se realizava no dia seguinte, Pedro Bento afirmou que o seu grande objectivo é chegar ao Nepal e reunir a verba que quer oferecer, em agradecimento por todo o apoio dos bombeiros no resgate, e depois durante a recuperação. Pedro Bento quer também distinguir um projecto que conheceu de perto durante a participação numa prova no Nepal, em 2016, um ano depois do terramoto que atingiu aquele país. “Em 2017 sofri um grave acidente de moto e agora pretendo devolver e agradecer toda a ajuda que me foi prestada no processo de recuperação. Tenho plena consciência das dificuldades que vou atravessar, mas sou guiado por esta motivação de agradecer e ajudar. Para mim, sonhar enaltece e fortalece, alcançar um sonho faz parte da humanidade”, escreveu na página do seu projeto https://bakonbike2019.wixsite.com/bakonbike2019, onde é possível fazer uma doação. Técnico superior de desporto na Câmara Municipal de Almeirim (que lhe permitiu o gozo de uma licença sem vencimento e das férias) e membro da secção dos 20kms de Almeirim, Pedro Bento parte sem data prevista de chegada, apenas com a certeza que tem que se apresentar ao trabalho em 1 de Julho. “Se consigo chegar ao final com o percurso todo completo não sei, mas vou tentar. Tenho pesquisado e não encontrei até agora um desafio solidário deste género, com dias contados e aquela distância todos os dias. É quase como se fosse uma prova todos os dias, porque já encontrei desafios de 5.000, 6.000 quilómetros, mas com mais tempo para fazer”, declarou. Do total angariado, 80% serão doados aos BVA, com o objectivo de adquirir dez fatos de protecção e combate aos incêndios (800 euros cada) e os restantes 20% “serão atribuídos ao Pedro Queirós do projeto ‘Dreams of Katmandu’, que continua no Nepal a apoiar as crianças do Campo Esperança, vítimas do terramoto de 2015”. A verba que será doada permitirá pagar bolsas de estudo e alimentação durante um ano aos jovens Mingmar e Tenzing Sherpa, de que Pedro Bento se tornou “irmão” numa cerimónia realizada em 2016 e que “mexeu” consigo. O acidente interrompeu um projecto que o atleta havia iniciado após participar, em 2007, no que era tida como uma das mais duras provas de BTT do mundo, na Costa Rica, o de “fazer as 10 provas que as revistas diziam ser as mais difíceis do mundo”. Seis estão cumpridas – Costa Rica, Canadá, Itália, Chile, Nepal (onde foi o primeiro português a chegar aos 5.400 metros de altitude de bicicleta) e Austrália, esta um ano depois do previsto devido ao acidente, mas, “pelo meio”, decidiu fazer este projecto como forma de agradecimento, relatou à Lusa. Com nove vértebras e a omoplata direitas partidas, Pedro Bento referiu as “peripécias” vividas no Hospital de Santarém, onde esteve 20 dias, e no Hospital de S. José, em Lisboa, onde foi operado, alertando para a necessidade de os profissionais de saúde terem especial cuidado com lesões como as que ele sofreu, lamentando ainda que não tivesse sido feita uma cirurgia para corrigir a fractura na omoplata, que apresenta um desvio de dois centímetros. Pedro Bento afirmou que, contra todas as previsões, não só não ficou em cadeira de rodas, como conseguiu recuperar fisicamente a ponto de voltar a uma prática desportiva que lhe tinham dito que nunca mais iria fazer, conseguindo, pelo meio, convencer o cirurgião que o operou em S. José a retirar todos os parafusos que tinha ao longo das costas. Prestes a partir, Pedro tem um orçamento de 8.000 euros para a viagem, contando com alguns apoios em material e de amigos, que fazem questão de doar uma parte para o projecto solidário e outra para as suas despesas pessoais, salientou. A partir do dia 13, irá atravessar 14 países, apenas evitando passar no Afeganistão e no Paquistão, viajando de avião do Irão para a Índia, por não ter os dias que lhe permitiriam procurar um percurso alternativo.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMacron defende junto de Xi Jinping forte parceria China-Europa [dropcap]O[/dropcap]Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta segunda-feira perante o líder chinês, Xi Jinping, em Paris, uma “parceria Europa-China forte”, no momento em que os europeus procuram uma postura coerente face às ambições diplomáticas e económicas de Pequim. Essa parceria deve, nomeadamente, ser articulada em torno de um “multilateralismo forte”, uma componente económica “justa e equilibrada”, disse Emmanuel Macron em declarações à imprensa. O Presidente chinês, Xi Jinping, aterrou domingo em Paris, onde o governo francês espera convencê-lo a contribuir para uma “nova ordem internacional”, ao lado do governo alemão e da Comissão Europeia, apesar das resistências políticas ao investimento da China na Europa. O Presidente Emmanuel Macron fez questão de receber Xi Jinping sob o Arco do Triunfo, um dos mais emblemáticos símbolos da República francesa, numa demonstração de apreço e de determinação diplomática em aproximar a Europa da China, num momento particularmente delicado das relações entre as duas potências económicas. Por isso, o momento mais importante desta visita a França acontecerá terça-feira de manhã, quando Macron e Xi se reunirem com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, para discutir o que os líderes europeus chamam de “nova era” na ordem comercial internacional. Xi Jinping chegou a Paris depois de uma visita a Itália, onde o governo não escondeu simpatia para com a iniciativa da “Nova Rota da Seda” – um projecto multibilionário de investimento chinês em diversos continentes. Nas reuniões em Roma, o Presidente italiano, Sergio Mattarella, repetiu várias vezes que acredita no sucesso dos novos acordos comerciais entre os dois países, em declarações que vários analistas consideraram ser “optimistas” perante o clima de reserva da Europa comunitária face ao investimento chinês na União Europeia. A verdade é que Xi Jinping saiu de Roma com um punhado de acordos comerciais, que incluem a abertura de importantes portos europeus, como o de Génova, e deixando promessas de investimento em estruturas de comunicação com o centro da Europa. “A Europa precisa urgentemente de uma estratégia para a China, que seja digna desse nome”, afirmou recentemente o Presidente francês, revelando que, também da sua parte, há disponibilidade para acolher investimento chinês. Mas Macron sabe que o acolhimento ao investimento chinês não agrada ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que repetidas vezes tem alertado para a “subserviência europeia” aos interesses da China. Na semana passada, o governo dos EUA ameaçou mesmo romper os tratados de partilha de dados entre agências de inteligência, se o governo alemão permitisse candidaturas de empresas com tecnologia chinesa nos concursos para frequências de telecomunicações 5G, como acabou por acontecer. Por isso, a presença de Merkel e de Junker na reunião de terça-feira com Xi Jinping, no Palácio do Eliseu, ganha um valor político simbólico ainda mais relevante. “Num mundo com gigantes como a China, a Rússia e os nossos aliados Estados Unidos, só poderemos sobreviver se estivermos unidos como uma verdadeira União Europeia”, sintetizava, na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, numa entrevista ao jornal Welt am Sonntag. O chefe da diplomacia alemã disse ainda que “se alguns países acreditam que podem fazer bons negócios com os chineses, ficarão surpreendidos quando perceberem que ficam reféns deles”, acrescentando que “a China não é uma democracia liberal”.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-primeiro-ministro da Tailândia denunciou fraude nas eleições parlamentares [dropcap]O[/dropcap]ex-primeiro-ministro da Tailândia Thaksin Shinawatra, derrubado em 2006 pelos militares, considerou hoje que as eleições parlamentares de domingo foram fraudulentas e marcadas por irregularidades com o objectivo de manter o exército no poder. “Todos sabem na Tailândia, toda a comunidade internacional que observou o escrutínio sabe que houve irregularidades”, disse Shinawatra em Hong Kong, denunciando que foram “eleições fraudulentas”. O bilionário, que fez fortuna nomeadamente nas telecomunicações, foi para o exílio em 2008 para escapar de processos judiciais que qualifica como perseguição política. No entanto, Shinawatra permanece na sombra como uma figura predominante na política tailandesa. Os partidos próximos de Shinawatra venceram todas as eleições desde 2001, beneficiando, em especial, do apoio de populações desfavorecidas no norte e no nordeste do país. Nas eleições de domingo, a primeira desde o golpe de 2014, “o número de votos excedeu em muito o número de eleitores em muitas províncias”, denunciou Thaksin Shinawatra. “Se o governo é eleito num sufrágio fraudulento, como conseguirá o respeito da comunidade internacional?”, acrescentou. Apesar de um avanço da oposição, nomeadamente do partido Pheu Thai, muito próximo de Thaksin Shinawatra, a junta militar está bem posicionada para manter o controlo do reino após a eleição. Entretanto, o partido pró-exército, que não obteve a maioria nas eleições por si só, terá de negociar com outros partidos e o jogo de alianças será decisivo. Durante anos, a Tailândia dividiu-se profundamente entre os movimentos pró-Shinawatra (os “vermelhos”) e uma elite conservadora alinhada pelos militares (os “amarelos”), que é uma garantia de estabilidade e protecção para a monarquia. A comissão eleitoral da Tailândia referiu hoje que vai esperar pela contagem total dos votos para anunciar resultados oficiais nas eleições de domingo. Informações não confirmadas oficialmente referem que 92% dos votos já foram contados pela comissão. Mais de 50 milhões de tailandeses foram chamados a votar nas primeiras eleições após o golpe de Estado de 2014 liderado pelo general Prayut Chan-ocha, atual primeiro-ministro e cabeça de lista do Palang Pracharat. Os deputados devem depois designar o novo primeiro-ministro em conjunto com a decisão dos 250 senadores que são escolhidos pela junta militar, incluindo os chefes dos chefes das Forças Armadas. Prayut, candidato a chefe do governo, partia com vantagem porque necessita apenas de eleger 126 deputados. As eleições não foram acompanhadas por observadores internacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaQatar Airways com voos directos para Lisboa em Junho deste ano [dropcap]A[/dropcap]Qatar Airways vai disponibilizar voos directos para Lisboa a partir de Junho de 2019, sendo a rota operada com um Boeing 787 ‘Dreamliner’ com 22 lugares na classe executiva e 232 na económica, foi hoje anunciado. A nova rota Doha-Lisboa / Lisboa-Doha vai permitir à companhia aérea iniciar a sua “operação regular em Portugal” e consolidar a sua presença na Europa. “Estamos muito satisfeitos em anunciar o lançamento de serviços directos para Lisboa, uma capital europeia vibrante e com uma história rica”, disse, em comunicado, o presidente executivo do grupo Qatar Airways, Akbar Al Baker. De acordo com o responsável, esta nova rota “proporcionará aos viajantes de negócios e de lazer, acesso à extensa rede de rotas globais da Qatar Airways em mais de 160 destinos em todo o mundo”. A companhia aérea do Qatar viaja para 160 destinos com uma frota de mais de 250 aeronaves. Este ano, a Qatar Airways vai passar a disponibilizar uma série de novas viagens, nomeadamente, para Malta, Rabat (Marrocos), Langkawi (Malásia), Davao (Filipinas), Izmir (Turquia) e Mogadíscio (Somália), além de Portugal.
Hoje Macau EventosCasa de Portugal em Macau leva jovens a várias cidades portuguesas [dropcap]A[/dropcap]Casa de Portugal em Macau vai levar 28 jovens a várias cidades portuguesas para “proporcionar um contacto mais próximo dos estudantes de português das escolas locais com a língua e a cultura portuguesas”, disse à Lusa fonte da associação. O programa da terceira edição do Curso de Verão da Casa de Portugal, que se realiza entre 11 e 31 de Julho, vai ser “dividido entre aulas de português e actividades culturais e recreativas”, para os alunos, que são maioritariamente chineses, mas que conta também com jovens portugueses, explicou a associação. Para a Casa de Portugal, este tipo de programas reforça a presença da língua e da cultura portuguesas em Macau, “uma vez que o curso é sobretudo procurado por alunos cuja língua materna não é o português”. “Notamos que existe essa vontade de investirem num maior conhecimento da língua”, sublinhou.
Hoje Macau Manchete PolíticaChui Sai On destaca “missão histórica” na estratégia da China [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo destacou hoje em Pequim, no Fórum de Desenvolvimento da China 2019, a “missão histórica” do território “na participação da estratégia e integração do desenvolvimento nacional”. Chui Sai On afirmou que o projecto da Grande Baía “será o pivô na mudança do modelo de crescimento económico, esperando que esta missão de se transformar num local de inovação de excelência gere oportunidades sem precedentes para Macau”, pode ler-se num comunicado das autoridades. A sessão “A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau no contexto da economia global” foi presidida pelo sub-director do Centro de Investigação do Desenvolvimento do Conselho de Estado, Wang Anshun, e contou com os discursos do governador da Província de Guangdong, Ma Xingrui, e da chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam. Chui Sai On destacou ainda “a importância do papel de Hong Kong e de Macau na reforma e abertura do país, que consiste nas vantagens destas duas regiões usufruírem do princípio ‘Um País, Dois sistemas’”. O Chefe do Executivo defendeu que “uma defesa firme de ‘um país’ deve coordenar e equilibrar as diferenças entre os ‘dois sistemas’ e ‘três jurisdições e três regimes fiscais’”. Por outro lado, enfatizou, “promover a construção da Grande Baía é transformar os desafios em oportunidades, destacando-se como prioridade a resolução das diferenças entre os sistemas económicos, jurídicos e administrativos”. A delegação oficial de Macau presente na sessão integrou o chefe de gabinete do chefe do executivo, O Lam, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Mi Jian, o director do Gabinete de Comunicação Social, Victor Chan, a coordenadora do Gabinete de Protocolo, Relações Públicas e Assuntos Exteriores, Lei Iut Mui, e a chefe da Delegação da RAEM em Pequim, Leong Kit Chi.
Hoje Macau China / ÁsiaRepórteres sem Fronteiras denunciam “nova ordem mundial de comunicação” da China [dropcap]A[/dropcap]organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou hoje para a ameaça à liberdade de imprensa que acarreta a “nova ordem mundial da comunicação”, criada pela China, acompanhando a crescente influência política e económica do país. O relatório da RSF, que coincide com a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a França, nota que Pequim trabalha há dez anos para controlar a informação além-fronteiras. A China é um dos país do mundo com menos liberdade de imprensa e mantém mais de 60 jornalistas na prisão. Pequim, que há muito se queixa que a imprensa ocidental domina o discurso global e alimenta preconceitos contra a China, tem ainda investido milhares de milhões de dólares para convencer o mundo de que o país é um sucesso político e cultural. A RSF revela que a China criou uma “máquina de propaganda” internacional, na qual tem investido “maciçamente”, e que inclui a agência noticiosa oficial Xinhua e a televisão estatal CGTN, cada uma com mais de 10.000 funcionários. Pequim tem ainda transformado a narrativa sobre o país através da compra de participações em grupos de comunicação estrangeiros, conteúdo pago ou convites a dezenas de milhares de jornalistas de todo o mundo para visitarem a China, com todas as despesas pagas, para alterar as suas percepções sobre o país, destaca a RSF. A Xinhua ou a televisão estatal CGTN contam já com centenas de delegações além-fronteiras e têm agressivamente procurado parcerias no exterior, visando publicar conteúdo aprovado pela Propaganda do PCC, sob o selo de órgãos de comunicação independentes. Também a Rádio Internacional da China (CRI, na sigla em inglês, ou os jornais oficiais Diário do Povo e China Daily têm promovido visitas à China, que, nos últimos anos, trouxeram ao país asiático milhares de jornalistas estrangeiros. Desde 2017, o China Daily gastou quase 16 milhões de dólares para publicar suplementos em jornais norte-americanos, segundo dados reportados ao abrigo da Lei de Registo de Agentes Estrangeiros, que exige que entidades que representam os interesses de outros países divulguem as suas finanças. New York Times ou Wall Street Journal são alguns dos órgãos que publicam suplementos do China Daily, mas cujas versões electrónicas estão bloqueadas no país asiático. Em Portugal, a CRI assegura uma emissão diária através da Rádio Iris FM, sediada nos arredores de Lisboa. A RSF afirma que Pequim não se contenta em controlar as suas redes sociais e motores de busca, como o WeChat ou o Baidu, como tem encorajado outros países a copiar os seus regulamentos. Em 2009, a China criou o World Media Summit, que é financiado e organizado inteiramente pela Xinhua, e que se realiza em “países conhecidos pelo seu autoritarismo”, nomeadamente Rússia ou Catar. O RSF é particularmente crítico de Xi, que “em cinco anos de feroz repressão contra jornalistas e blogueiros conseguiu impor uma visão totalitária no país, que se estende agora além-fronteiras”. A investida de Pequim foi oficialmente lançada em 2009, após protestos pró-independência do Tibete e em defesa dos Direitos Humanos terem acompanhado a passagem da Tocha Olímpica, em várias cidades do mundo, nas vésperas dos Jogos Olímpicos em Pequim. Numa era em que a internet destruiu o modelo de negócio da imprensa tradicional, o regime chinês anunciou um investimento equivalente a 5,8 mil milhões de euros, visando reforçar a presença global dos seus órgãos de comunicação.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição da Tailândia diz que tem maioria mas não há resultados oficiais [dropcap]A[/dropcap]comissão eleitoral da Tailândia diz que vai esperar pela contagem total dos votos para anunciar resultados oficiais, mas o partido da oposição declarou que conseguiu eleger o maior número de deputados e que vai tentar formar governo. As primeiras eleições após o golpe de Estado de 2014 realizaram-se ontem, domingo, mas a comissão eleitoral disse que só vai anunciar “ao fim do dia” de hoje os resultados relativos a 350 circunscrições no final do dia e que a contagem sobre as restantes 150 podem demorar vários dias. O partido Pheu Thai afastado do poder na sequência do golpe militar de 2014 diz que conseguiu vencer a maioria das circunscrições e que, por isso, vai tentar formar um novo executivo. Os resultados oficiais ainda não foram divulgados, mas fontes ligadas aos militares indicam que o partido Palang Pracharat, no poder, “conseguiu o voto popular”. Informações não confirmadas oficialmente referem que 92% dos votos já foram contados pela Comissão Eleitoral. Os primeiros resultados preliminares não oficiais indicam que o Phalang Pacharat conseguiu 7,5 milhões de votos, seguido do Pheu Thai com sete milhões de votos e que a formação anti-militar Anakot Mai conseguiu 5,1 milhões de votos. Oficialmente, devido ao complexo sistema eleitoral tailandês que integra circunscrições e listas partidárias, desconhece-se ainda qual dos partidos vai conseguir o maior número de lugares da Câmara Baixa do parlamento constituída por 500 deputados. De acordo com a Constituição aprovada pelos militares, dos 500 lugares no parlamento 350 são escolhidos pelas circunscrições e os restantes 150 pelas listas dos partidos. Mais de 50 milhões de tailandeses foram chamados a votar nas primeiras eleições após o golpe de Estado de 2014 liderado pelo general Prayut Chan-ocha, atual primeiro-ministro e cabeça de lista do Palang Pracharat. Os deputados devem depois designar o novo primeiro-ministro em conjunto com a decisão dos 250 senadores que são escolhidos pela junta militar, incluindo os chefes dos chefes das Forças Armadas. Prayut, candidato a chefe do governo, partia com vantagem porque necessita apenas de eleger 126 deputados. As eleições não foram acompanhadas por observadores internacionais. A União Europeia não foi convocada, mas decidiu envolver alguns diplomatas que acompanharam de forma incompleta a votação para recolha de informações que vão ser partilhadas a nível interno.
Hoje Macau EventosViolinista Carlos Damas destaca “grande interesse” da China pela música clássica [dropcap]O[/dropcap]violinista português Carlos Damas destacou o “grande interesse” do público chinês pela música clássica ocidental, após uma digressão com o pianista Artur Pizarro e o violoncelista Bruno Borralhinho, que incluiu Pequim e Xangai. “É uma área que está em perfeita evolução na China”, descreveu o violinista à agência Lusa. Nascido em 1973, em Coimbra, Carlos Damas já tocou “várias vezes” no país asiático, mas esta semana foi acompanhado por Pizarro e Borralhinho, em dois espectáculos organizados pela embaixada portuguesa em Pequim, e inseridos no ano de Portugal na China. O trio tocou um reportório composto por obras dos compositores Franz Schubert, Felix Mendelsshon e Pyotr Tchaikovsky. “Há um grande interesse na China pela música clássica e o mercado está a crescer imenso: há orquestras a surgir como cogumelos e conservatórios e escolas por todo o lado, com excelentes condições”, notou Damas. O violinista português, que já viveu em Macau, lembrou ainda que é comum as famílias chinesas porem os filhos a aprender um instrumento ocidental. “É uma questão social”, disse. Questionado sobre a alegada falta de criatividade dos músicos chineses, Carlos Damas concordou que, “no geral, são bastante mais técnicos do que musicais”, mas “é óbvio que há também alguns músicos com enorme criatividade e musicalidade”. “Há de tudo na China: é um país enorme”, realçou. Outros eventos culturais vão realizar-se ao longo deste ano, incluindo festivais de cinema, literatura, teatro ou música, em paralelo com o ano da China em Portugal, num programa pensado pelos dois governos. “A cultura é um instrumento fundamental para aproximar os povos, dialogar e criar emoções conjuntas”, sublinhou o embaixador português em Pequim, José Augusto Duarte. “Este será um ano que reforçará em muito a visibilidade do grande talento dos portugueses junto da opinião publica chinesa”, afirmou.
Diana do Mar SociedadeDezasseis casos de sarampo desde o início do ano Macau registou, desde o início do ano, 16 casos de sarampo, um número cinco vezes superior ao sinalizado em todo o ano passado. Os Serviços de Saúde apelam à vacinação, particularmente de quem trabalha nos hospitais [dropcap]E[/dropcap]m menos de três meses, foram sinalizados 16 casos de sarampo, contra apenas três no cômputo do ano passado. Os Serviços de Saúde apelam à vacinação, em especial do pessoal de saúde, particularmente atingido pela recente vaga de contágios. Sete dos 16 casos de sarampo são importados e nove relacionados, isto é, dizem respeito a pessoas que foram infectadas devido à exposição aos primeiros, ou seja, aos pacientes contagiados com sarampo noutro país ou território. Entre os nove doesntes figuram cinco profissionais de saúde – todos pertencentes ao Hospital Kiang Wu. A saber: um médico, três enfermeiros e um auxiliar de enfermagem. Os dois casos mais recentes foram diagnosticados no sábado – um no Centro Hospitalar Conde de S. Januário e outro no Hospital Kiang Wu. O primeiro, classificado como caso importado, tem como paciente um homem, de 30 anos, que regressou às Filipinas para visitar a família, onde teve contacto com um paciente com sarampo; enquanto o segundo envolve uma enfermeira do Hospital Kiang Wu, também de 30 anos, que prestou cuidados a um paciente com sarampo importado. Segundo os Serviços de Saúde, ao contrário do primeiro caso, a enfermeira, nascida na China, afirmou ter sido vacinada contra a doença infecto-contagiosa. Já na sexta-feira os Serviços de Saúde deram conta de outros quatro casos ocorridos devido ao contacto ou proximidade com um paciente infectado com sarampo. O ‘paciente zero’ é um residente de Macau, de 38 anos, que viajou para a China, donde é natural. Após o diagnóstico foi transferido para a enfermaria de isolamento a 8 de Março, dias após os primeiros sintomas e de ter recorrido ao CHCSJ e, depois, ao Kiang Wu, que lhe daria alta a 14. Segundo os Serviços de Saúde, o homem, que foi vacinado contra o sarampo, esteve na origem de, pelo menos, seis casos de contágio, após os dois anteriormente anunciados. Os novos quatro, confirmados na sexta-feira, envolvem duas enfermeiras, um motorista de autocarro e um trabalhador do sector hoteleiro. A RAEM obteve a acreditação da erradicação do sarampo da Organização Mundial de Saúde, em 2014. No entanto, como realçou o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o facto de Macau ser uma cidade altamente turística e de nas regiões vizinhas existirem epidemia de sarampo, faz com que seja “difícil” suster a infecção devido ao elevado grau de contágio do vírus, tornando-se “inevitável” que os profissionais de saúde possam ser infectados. Apelo geral Os Serviços de Saúde garantem que Macau tem vacinas em número suficiente para responder às necessidades, apelando aos residentes e trabalhadores não residentes que não foram vacinados e, em especial, ao pessoal médico, aos professores e empregadas domésticas, para que o façam. A vacina é gratuita para os residentes, sendo cobradas 50 patacas aos portadores de ‘blue card’. Segundo o programa de vacinação de Macau, as pessoas que ainda não tenham completado 18 anos podem receber gratuitamente duas doses de vacina tríplice contra o sarampo. Normalmente, a vacina é administrada aos 12 meses e 18 meses de idade. Desde Setembro do ano passado, os cidadãos nascidos em 1970 ou posteriormente, que não administraram a vacina contra o sarampo após o seu 1.º aniversário, também podem receber uma nova dose de forma gratuita. Já os profissionais de saúde podem administrar a vacina em falta independentemente do ano de nascimento, esclareceram os Serviços de Saúde.
Hoje Macau SociedadePrisão preventiva para jovem de 16 anos suspeito de violação [dropcap]O[/dropcap]estudante, de 16 anos, que foi detido, na semana passada, pela suspeita de ter violado uma colega, foi colocado em prisão preventiva. Em comunicado, divulgado na sexta-feira, o Ministério Público informa que o juiz de instrução criminal decidiu aplicar a medida de coacção mais gravosa não só devido à “gravidade” e às “circunstâncias concretas do caso, nomeadamente a premeditação e a violência empregada na prática do facto ofensivo à liberdade sexual da vítima”, mas também de modo a “evitar que escape às malhas da lei e volte a praticar a conduta criminosa”. O caso, tornado público na quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), terá acontecido no domingo anterior, dia 16, em casa da vítima, de 17 anos, que alegadamente foi violada depois de ter recusado um pedido de namoro do rapaz. O crime de violação é punível com pena de prisão de 3 a 12 anos.
Sofia Margarida Mota PolíticaAssinado acordo de cooperação comercial entre Guangdong e Macau Os investidores de Macau interessados em expandir negócios no âmbito do projecto de cooperação regional podem agora recorrer aos “Serviços Convenientes para o Registo Comercial nas nove cidades da Grande Baía”. O serviço foi inaugurado na sexta-feira, dia em que também foi assinado o acordo de cooperação sobre serviços comerciais “Cantão – Macau Pass” [dropcap]F[/dropcap]oi assinado, na passada sexta-feira, o acordo de cooperação de serviços comerciais “Cantão – Macau Pass” entre o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), a Administração de Regulação do Mercado de Cantão e a Federação da Indústria e Comércio “Guangdong Macau”. No mesmo dia teve ainda lugar a inauguração dos “Serviços Convenientes para o Registo Comercial nas nove cidades da Grande Baía”. As iniciativas têm o objectivo de “beneficiar os investidores de Macau” dentro do projecto de cooperação regional, afirmou a presidente substituta do IPIM, Irene Van Kuan Lau no discurso de apresentação. De acordo com a responsável, o lançamento do serviço conveniente de registo comercial transfronteiriço entre Guangdong e Macau vai “tratar gratuitamente as formalidades de registo comercial para as empresas de Macau que estão interessadas em investir ou iniciar negócios nas nove cidades da Grande Baía”. O IPIM espera que desta forma os investidores possam “poupar nos tempos de deslocação frequente para o interior da China e nos procedimentos relevantes”. Investimento de peso Para salientar a relevância do referido acordo e a prestação dos novos serviços, o sub-director da Administração de Regulação do Mercado da Província de Guangdong, Zhang Wenxian deixou números que provam o crescente interesse das empresas de Macau na província vizinha. No mercado de Guangdong, existiam no ano passado, 5.902 empresas com capitais de Macau (excluindo filiais), representando 4,22 por cento do total de pessoas colectivas com investimento externo na província (139,9 mil). O capital social destas empresas cifrou-se em 18,5 mil milhões de dólares americanos, o que representa um aumento de 20,77 do investimento total externo, e de mais 8,42 por cento do investimento de Macau. Em 2018, foram registadas 1.166 novas empresas com capital de Macau, totalizando 1.128 milhões de dólares americanos de capital social. Actualmente, existem 1432 estabelecimentos industriais ou comerciais em nome individual em Guangdong detidos pelos residentes de Macau, com capital de 108 milhões de yuans, apontou o responsável.
Hoje Macau PolíticaComunidades Portuguesas | Conselheiros reunidos com autarca de Águeda [dropcap]O[/dropcap]s Conselheiros das Comunidades Portuguesas estiveram reunidos, no fim-de-semana, com uma comitiva liderada pelo presidente da câmara de Águeda, Jorge Almeida, que passou por Macau antes de seguir para a Austrália. Em declarações ao HM, o autarca revelou que espera receber uma visita dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas no próximo mês de Junho, após os contactos agora encetados que abrem caminho a futura cooperação. “Estamos a tentar estabelecer pontos de concórdia que, com a toda a certeza, nos vão permitir desenvolver, nos próximos tempos, parcerias entre Águeda e Macau”, afirmou Jorge Almeida. “Temos muitas empresas, pelo que, naturalmente, encontraremos pontos comuns que irão permitir essa cooperação”, complementou, destacando o tecido empresarial “diversificado” de Águeda e a actual fase de “franco desenvolvimento e expansão” que vive. “Penso que há terreno fértil para os empresários de Águeda poderem trazer os seus produtos para Macau, para estabelecerem parcerias e haver espaço em Águeda, inclusivamente, para possível investimento”, sustentou. O presidente da câmara de Águeda falou ainda da “grande dinâmica cultural” de Águeda, aliás, um dos temas também abordados no encontro com José Pereira Coutinho e Armando de Jesus, a par com o investimento, exportações e geminação de cidades. Já Rita Santos, presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia tem, de resto, prometida uma deslocação a Águeda no final de Maio, aproveitando a ida a Portugal, onde vai participar da reunião do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, mas tem outras ideias na calha. “Estou a ponderar a hipótese de organizar com uma empresária da província de Jiangsu uma iniciativa para levar 200 crianças, de todas as partes da China, a Águeda durante o festival que realizam em Julho [AgitÁgueda]. Seria a primeira actividade cultural entre Macau, China e a cidade de Águeda”, realçou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaATFPM | Deputado reeleito presidente da associação com 3.647 votos Após a eleição, o presidente da ATFPM afastou a hipótese de apoiar Ho Iat Seng ou Lionel Leong na corrida a Chefe do Executivo e diz que, na condição de deputado, pode ficar de fora da comissão de 400 membros que vai eleger o próximo líder do Governo. Pereira Coutinho entrega amanhã um novo projecto de lei sindical na AL [dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho foi reeleito no sábado presidente da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) com 3.647 votos, ou seja 99,6 por cento entre os 3.662 votantes. As eleições tiveram uma lista única e registaram-se 15 votos em branco. Na liderança da ATFPM desde 1998, José Pereira Coutinho, também deputado, poderá ser um dos 400 membros a decidir o próximo Chefe do Executivo. Para já ainda não há candidatos oficiais, apesar dos nomes do presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, e do secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, serem apontados como potenciais interessados na corrida. No entanto, José Pereira Coutinho recusa tomar partido. “Não apoio ninguém. Para que serve um Chefe do Executivo que depois vai ter de transaccionar direitos e interesses com 400 membros de uma comissão eleitoral? Em Macau, enquanto não forem legislados os conflitos de interesses e as responsabilidades dos titulares dos principais cargos, vamos ter de estar sujeitos a estes tipos de conflitos”, afirmou José Pereira Coutinho, ao HM. Um aspecto que pode fazer o reeleito presidente da ATFPM reconsiderar um possível apoio seria a promessa por parte de algum dos candidatos de construção de habitações para os funcionários público, uma das grandes causas da associação: “se houver essa promessa, vamos analisar a questão muito bem. Mas não acreditamos nessa possibilidade”, admite. Apesar de já ter tratado das formalidades para ser um dos membros da comissão eleitoral que vai votar o futuro Chefe do Executivo, Coutinho não assume como certa essa realidade, uma vez que está dependente dos votos dos outros membros da Assembleia Legislativa. Em 2014, foi eleito para a comissão, mas o seu colega de lista, Leong Veng Chai, acabou de fora. “Há a possibilidade de ser um dos membros, mas os outros deputados podem chutar-me para fora, como fizeram da última vez com o meu colega Leong Veng Chai. Fizeram um Plenário para deixar de fora um deputado eleito pela via directa”, recordou. Lei sindical Com a eleição de sábado, José Pereira Coutinho vai permanecer na liderança dos destinos da ATFPM até 2022. Como primeiro acto do novo mandato vai fazer entrar amanhã um novo projecto de lei sindical na Assembleia Legislativa. Apesar de ser um dos direitos consagrados na Lei Básica, os sindicatos não estão regulados em Macau e a proposta foi chumbada várias vezes pela AL. “Se o Chefe do Executivo quiser deixar uma marca importante no seu mandato de 10 anos, esta é a melhor oportunidade. É a última hipótese de deixar uma imagem positiva junto dos trabalhadores de Macau”, considerou Pereira Coutinho. O Chefe do Executivo não vota nas questões do hemiciclo, mas nomeia sete deputados. Os votos destes membros normalmente alinham-se com os interesses do Governo. É neste aspecto que Coutinho acredita que Chui Sai On pode fazer a diferença. As outras metas de Pereira Coutinho passam por construção de casas para a função pública e subsídio de residência para os aposentados, que recebem os subsídios através da Caixa Geral de Aposentações. Metas antigas que Coutinho considera que não avançam porque a maior parte dos deputados estão presos aos interesses das concessionárias do jogo. Da lista que foi eleita no sábado fazem ainda parte Rita Santos, como presidente da Mesa da Assembleia Geral, e Maria Leong Madalena, que vai liderar o Conselho Fiscal.
João Santos Filipe PolíticaPresidente da câmara de Kaohsiung desconhecia voos directos com Macau Han Kuo-yan esteve reunido com Chui Sai On, falou do entusiasmo do Chefe do Executivo e da mulher pela cidade de Kaohsiung, em Taiwan, e no final lamentou a falta de voos directos entre Macau e Kaohsiung… [dropcap]A[/dropcap]visita de dois dias do presidente da Câmara de Kaohsiung a Macau, que decorreu no fim-de-semana, ficou marcada pelo lapso de Han Kuo-yan, que desconhecia a existência de voos directos entre a RAEM e a cidade de Taiwan. A gafe aconteceu logo no primeiro dia, depois de uma visita à Sede do Governo, onde Han foi recebido por Chui Sai On. Segundo o portal Macau Concealers, quando saiu da reunião com o Chefe do Executivo, o presidente da câmara de Kaohsiung, Han Kuo-yan, revelou aos jornalistas que Chui Sai On e a mulher, Winnie Fok, já tinham visitado a segunda maior cidade de Taiwan e que apreciavam muito o local. Lamentou, no entanto, que não houvesse voos directos e que esperava que esta questão fosse resolvida no futuro. Foi este o erro de Han Kuo-yan, uma vez que a Air Macau garante dois voos diários nos dois sentidos, assim como a Eva Air e a Tiger Air também com ligações diárias. Esta é uma viagem que demora cerca de hora e meia. Lapsos à parte, no encontro com o Chefe do Executivo, de acordo com um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, Han Kuo-yan demonstrou a vontade de que Kaohsiung exportasse mais produtos agrícolas para Macau, um mercado por explorar para o município. Por sua vez, Chui Sai On abriu as portas a todos os municípios de Taiwan que queiram visitar Macau dentro de um espírito de desenvolvimento “de relações amigáveis entre os povos”, desde que respeitem o “Consenso de 1992”. À luz deste consenso, a China e Taiwan reconhecem a existência de uma única China, com cada parte a fazer a sua interpretação do significado da expressão. Além disso, o Chefe do Executivo elogiou ainda as “profundas ligações” entre Macau e Taiwan. Han nega traição Um dos pontos mais sensíveis da visita foi o encontro com de Han com o director do Gabinete de Ligação em Macau, Fu Ziying. Uma visita semelhante tinha acontecido em Hong Kong, onde o político do Partido Nacionalista (KMT) tinha estado, antes de chegar à RAEM. Desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista de Taiwan, em 2016, que as relações entre o Governo Central e a Formosa estão num impasse. Tsai recusa reconhecer o Consenso de 1992, o que levou a uma mudança no discurso e trocas comerciais do Governo Central face à Ilha. Em relação a este aspecto, Han, que pertence ao principal partido da oposição, recusou estar a trair Taiwan. “Alguns taiwaneses acusaram-me de trair Taiwan, porque trouxe a minha chefe de gabinete e a minha mulher a visitar o Gabinete de Ligação [para trair Taiwan]. Estes comentários não fazem sentido nenhum”, respondeu Han, de acordo com Canal Macau. O governante apontou depois o factor económico como o principal aspecto para a visita: “No desenvolvimento da história da humanidade, durante milhões de anos, qual foi a dinastia que não deu importância ao desenvolvimento da economia? Só um governo estúpido não dá importância à economia”, sublinhou. Em relação a este encontro, também o Gabinete de Ligação emitiu um comunicado onde é expresso o desejo que Kaohsiung possa disfrutar dos benefícios gerados pela Grande Baía e que Macau possa ser uma plataforma de contactos entre o Governo Central e Taiwan. Saúde e jogo Com uma agenda virada para os assuntos económicos, Han Kuo-yan visitou ao vários locais, como o Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa, a Universidade de Macau, o Gabinete de Ligação ou o Centro de Saúde do Tap Seac. Foi na área da Saúde que o presidente da Câmara Municipal de Kaohsiung viu outra possibilidade de cooperação. Nas últimas declarações prestadas em Macau, Han afirmou que é comum os residentes da RAEM deslocarem-se a Hong Kong ou a Cantão para receberem tratamentos médicos. Por isso, afirmou que gostaria de ver nascer um turismo de saúde dos residentes de Macau para Kaohsiung, onde podem ser recebidos e tratados. No âmbito da vertente económica, o líder da câmara de Kaohsiung teve também encontros com alguns dos responsáveis pelos casinos locais, como Lawrence Ho, proprietário da concessionária Melco, Francis Liu, director-executivo da operadora Galaxy, e responsáveis do Jockey Club.
Hoje Macau PolíticaFórum de Desenvolvimento | Chui Sai On em Pequim com líderes de Cantão [dropcap]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On, reuniu-se no sábado, em Pequim, com o secretário do Comité Municipal de Cantão do Partido Comunista Chinês, Zhang Shuofu, e com o presidente do município da mesma cidade, Wen Guohui, com os quais trocou impressões sobre as oportunidades geradas pela Grande Baía. Segundo um comunicado oficial, no encontro, que teve lugar à margem da cerimónia de abertura do Fórum de Desenvolvimento da China 2019, Chui Sai On realçou que no âmbito da cooperação regional, Cantão foi sempre uma das prioridades de Macau, esperando que as relações entre ambas possam sair reforçadas com a estratégia nacional da Grande Baía, no campo da inovação, ciência e tecnologia, turismo, comércio e cultura, bem como ao nível dos assuntos relativos aos jovens. Zhang Shuofu apontou, por seu turno, que Cantão dará o seu melhor para apoiar o desenvolvimento de Macau e tem intenções de, ao mesmo tempo, conceder condições preferenciais aos jovens de Macau que pretendam integrar o desenvolvimento da Grande Baía, dando-lhes assim mais oportunidades para empreendedorismo, emprego, estudo ou estágios, refere a mesma nota oficial.
Hoje Macau SociedadeGoverno estuda a possibilidade de implementar taxa turística A Direcção dos Serviços de Turismo está a ponderar aplicar taxas turísticas a quem escolhe Macau como destino. Helena de Senna Fernandes traça como objectivo para o futuro tornar o território atractivo para os mercados internacionais com apostas em valências fora do sector do jogo [dropcap]O[/dropcap]Governo de Macau está a efectuar um estudo para a possível aplicação de uma taxa turística no território, como acontece actualmente em Veneza (Itália) e no Japão, disse a directora dos Serviços de Turismo à Lusa. “Estamos a fazer um estudo de comparação em termos das taxas que estão a ser impostas, por exemplo, por Veneza, (…) e pelo Japão”, afirmou Helena de Senna Fernandes em entrevista à agência Lusa. “Não tem uma data [de conclusão], mas não queremos arrastar por muito tempo, porque também queremos apresentar este estudo para que possa ser contemplado em mais pormenor”, adiantou a responsável pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST). “Estamos a fazer uma comparação e um tipo de pesquisa: porque foram lançados e qual o resultado”, esclareceu a directora. “Sem fazermos estes estudos não podemos dizer no que vai resultar”, acrescentou. Sobre a hipótese de ser estabelecido um limite de visitantes, uma ideia que tem sido ciclicamente discutida em Macau dada a pressão turística, Helena de Senna Fernandes sustentou que “em termos práticos, vai haver sempre dificuldades”. “Quem é que pode entrar e quem não pode entrar? Como é que vamos fazer esta distinção entre as pessoas sem fazer muita discriminação? Tem que haver um pensamento mais profundo sobre ambos os casos”, concluiu. Aumento exponencial O turismo da região cresceu 211 por cento entre 1999 e 2018, passando de 11,5 para 35,8 milhões de pessoas, segundo dados avançados pelas autoridades. Os chineses constituem a esmagadora maioria dos 35 milhões de turistas que visitaram Macau em 2018, mas o Governo pretende atrair outros mercados de turismo internacional, nomeadamente o europeu. Para tal, será necessário apostar na qualificação e passar a imagem de que o território tem mais para oferecer além da indústria do jogo. “Nós não queremos que Macau, no futuro, seja mencionado só pela indústria do jogo”, admitiu Helena de Senna Fernandes em entrevista à Lusa. Mas “esse não é um caminho fácil”, acrescentou. “Em termos de Governo, queremos ver outras indústrias a crescer, utilizando a indústria do jogo (..), tais como convenções, indústrias criativas e a indústria da gastronomia, que estamos a desenvolver muito”, explicou. Contudo, a responsável da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau defendeu que “é importante continuar a investir nos mercados europeus, asiáticos e americanos (…) e ter visão mais alargada do que (…) os destinos vizinhos. E para isso é importante o mercado europeu”. “A nossa ligação à Europa é importante porque foi [com] esta nossa ligação, sobretudo com Portugal, que se conseguiu o Macau de hoje. Sem esta ligação não podíamos ter este património mundial”, frisou. “Não quer dizer que vamos transformar de repente Macau num destino completamente internacional porque para ser destino internacional temos ainda que lutar mais e há muitas coisas para fazer”, ressalvou Helena de Senna Fernandes. Turismo inteligente Sobre a qualificação de profissionais na área do turismo, a directora do DST admitiu a existência de desafios a superar, mas sublinhou que as autoridades estão atentas. “Eu sei que da parte da nossa indústria já se está a dizer que há carência em várias áreas e estamos a discutir a melhor forma de formar (…) as pessoas locais”, afirmou. Por outro lado, “existindo essas carências” é preciso analisar, considerou a responsável. “Se não é possível encontrar essas pessoas em Macau, como é que podemos encontrar pessoas qualificadas”. O tratamento de dados turísticos é outra das prioridades da Região Administrativa Especial de Macau: “o turismo inteligente faz parte do grande projecto do Governo da RAEM da cidade inteligente”, afirmou. “Estamos a apostar mais, numa primeira fase, em como podemos fazer uma previsão de turistas que vão para diferentes áreas de Macau”, sustentou. Por isso, o DST vai “lançar já, agora no primeiro trimestre, um ‘website’ que vai dar informações aos turistas sobre a previsão dos turistas nas próximas quatro horas, 24 horas e próximos sete dias, para que as pessoas possam planear melhor as suas viagens e evitar também os fluxos maiores e concentração maior e turistas”, acrescentou. “O ‘website’ vai dar informação sobre 20 atracções turísticas de Macau. Já testámos no Ano Novo chinês, os resultados foram bastante positivos”, adiantou, referindo-se ao teste de lançamento de três projectos, previstos para este ano, em parceria com grupo Alibaba, na área do turismo: plataforma de trocas de dados do turismo, aplicação de observação dos visitantes e aplicação do fluxo de visitantes.
Diana do Mar Manchete SociedadeIAM | Suspenso de funções veterinário chefe por suspeita de abuso de poder O caso foi descoberto na sequência de uma queixa ao CCAC. O chefe de Divisão e Inspecção e Controlo Veterinário do IAM foi suspenso de funções por ter alegadamente beneficiado uma clínica da qual era sócio durante o processo de realojamento dos galgos [dropcap]O[/dropcap]chefe de Divisão e Inspecção e Controlo Veterinário do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi suspenso do exercício de funções por ter alegadamente beneficiado uma clínica durante o processo de realojamento dos galgos após o encerramento do Canídromo, em Julho. Choi U Fai, suspeito da prática dos crimes de abuso de poder e participação económica em negócio, arrisca uma pena que pode chegar aos oito anos de prisão. O caso, tornado público na sexta-feira, foi descoberto pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) na sequência de uma queixa, recebida em Agosto, dando conta de que “funcionários públicos não teriam acompanhado o caso de forma adequada”. A data e o conteúdo coincidem com a denúncia apresentada por Zoe Tang, ex-funcionária da Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA, de que alguém estaria a lucrar, em teoria ilicitamente, com os tratamentos dos galgos do Canídromo. Contratos da casa Segundo o CCAC, o responsável pela inspecção veterinária – que nunca identifica – “terá praticado o crime de abuso de poder no processo de acompanhamento do caso dos galgos, obtendo benefícios para um centro veterinário do qual era sócio de forma velada, fazendo com que o centro conseguisse os contratos de cuidados médicos e de esterilização relativos a mais de 500 galgos”. Em paralelo, de acordo com o CCAC, Choi U Fai terá também dado ordem aos subordinados para emprestarem equipamentos médicos do IAM para uso da clínica em causa. Dada “a controvérsia em torno da esterilização dos galgos” gerada no seio da sociedade e de modo a “não tornar a situação mais grave”, o centro veterinário cessou imediatamente a prestação de serviços à Yat Yuen, dando como fundamento a falta de recursos humanos, refere o organismo liderado por André Cheong, em comunicado. A clínica em causa estará actualmente encerrada, segundo a TDM. No decorrer da investigação, o CCAC também descobriu outros crimes praticados alegadamente desde 2012, sinalizando que, no âmbito do processo de aquisição de bens e serviços, o chefe de divisão “tirou partido, durante muito tempo, dos seus poderes funcionais, dando ordem aos seus subordinados para incluírem uma empresa comercial, da qual era sócio de forma velada, na lista de fornecedores candidatos”. Um acto que levou a que “a empresa conseguisse, por mais de 120 vezes, adjudicações daquela divisão, envolvendo um montante de oito milhões de patacas”. Outros implicados Além de Choi U Fai, o caso envolve mais dois arguidos: um técnico-adjunto dos Serviços de Administração e Função Pública e um comerciante, todos sócios da empresa em causa, indiciados por participação económica em negócio. A suspensão do exercício de funções de Choi U Fai foi determinada pelo Juízo de Instrução Criminal que aplicou também medidas de coacção, com os três a ficarem sujeitos à proibição de ausência da RAEM e à apresentação periódica às autoridades. À luz do Código Penal, o crime de abuso de poder é punível com pena de prisão até três anos, enquanto o de participação económica em negócio com pena até cinco anos. Reacções Além da suspensão de funções, decretada pelo Juízo de Instrução Criminal, o IAM instaurou um processo disciplinar interno ao funcionário. “É com grande tristeza que o IAM está a tratar deste caso de suspeita de violação da lei por parte de uma das suas chefias”, diz o IAM num breve comunicado, prometendo o “acompanhamento rigoroso do caso” e levar a cabo “uma revisão dos actuais procedimentos e mecanismos de supervisão, colmatando as insuficiências existentes, de modo a evitar que casos semelhantes se repitam”. A secretária da tutela, Sónia Chan, também reagiu ao caso, exigindo aos serviços que colaborem com a investigação e revejam os procedimentos dos trabalhos internos e regime de gestão e que reforcem a educação da integridade dos trabalhadores. “Todos os trabalhadores devem ser dedicados para com o público e defender o respeito pela lei”, afirmou a titular da pasta da Administração e Justiça, citada numa nota de imprensa enviada pelo seu gabinete.
Sofia Margarida Mota Reportagem SociedadeAugusto Gomes colecciona mais de um século de dinheiro de Macau Começou a coleccionar notas e moedas de Macau quando andava na escola, nos anos 60. Hoje tem, provavelmente, a maior colecção do mundo “de dinheiro do território”. São 493 peças, guardadas como um tesouro, que contam a história do uso da moeda desde 1905 [dropcap]”S[/dropcap]ou uma pessoa que gosta de coleccionar tudo o que represente Macau”, começou por dizer ao HM Augusto Gomes, a personificação do coleccionismo que lhe valeu a alcunha de “sucateiro” entre os que lhe são mais próximos. O também presidente da Associação de Coleccionadores de Macau tem actualmente todas as notas e moedas que emitidas no território desde 1905, altura em que o Banco Nacional Ultramarino (BNU) emitiu a primeira nota. Filho de uma família modesta e com vários irmãos, Augusto Gomes recorda que começou as primeiras moedas do seu acervo foram de 10 avos, quando ainda andava na escola. “No início comecei a coleccionar as moedas que se encontravam em circulação, na década de 60”, conta. “Éramos muitos irmãos e todos os meses o meu avô materno nos dava três patacas para gastar na escola e que eram entregues em 30 moedas de 10 avos”. O jovem coleccionador, escolhia as que se encontravam em melhor estado de conservação para guardar e “não gastar”. Se não tinha consigo as melhores, “trocava com os irmãos”. Nos anos 70 ingressa na Polícia Judiciária, altura em que começou a ter “um pequeno vencimento”. Foi também o momento me que se começou a interessar pela recolha de notas que até aí lhe eram pouco acessíveis. “As notas são mais difíceis de encontrar e de conservar”, diz. No entanto, entre trocas com amigos e, mais tarde, participando em leilões, Augusto Gomes conseguiu reunir exemplares de todas as notas e moedas de Macau desde a sua primeira emissão. Entre a sua colecção “única”, as “peças mais valiosas” são as primeiras notas de Macau datadas do início do séc. XX. “Tenho a primeira nota que saiu logo em 1905”, conta com orgulho. Trata-se de uma nota de cinco patacas, emitida a 4 de Setembro daquele ano, assinada à mão. Chegar às primeiras notas que circularam em Macau não foi tarefa fácil. Uma das maiores dificuldades de quem tem este hobby é o estado de conservação de um objecto de papel impresso para circular. “Na altura, as primeiras notas eram emitidas num tamanho maior das que temos hoje e ninguém tinha carteira ou mala para as guardar. Eram dobradas e postas dentro dos bolsos. É por isso que foi muito difícil encontrar notas antigas e em bom estado”, explica. Augusto Gomes recorda a tentativa de conseguir uma primeira emissão de uma nota que lhe faltava na vasta colecção. “Encontrei uma nota rara de dez patacas, por acaso, numa loja em Macau. Na altura, o dono da loja pediu-me mil patacas por ela. Foi há mais de trinta anos e o estado de conservação não era bom, estava conservada em cerca de 40 por cento. Mas como ainda não tinha aquela nota, queria comprar”. O dinheiro não chegava e Augusto Gomes pediu um desconto que lhe foi recusado. “Disse-lhe que regressava no dia seguinte, mas quando lá voltei, a nota já tinha sido vendida. Perdi a nota”, recorda desgostoso. Só passados alguns anos voltou a encontrar a nota desejada num leilão. Desta vez, a alusiva peça não lhe escaparia, mas para tal teve de pagar “uma pequena fortuna”. No momento de escolher a peça preferida, Augusto Gomes destaca a última que adquiriu num leilão em Hong Kong, em 2003: a primeira emissão da nota de 50 patacas. O coleccionador preferiu não avançar com números, mas gesticula dando a entender tratar-se também da peça mais valiosa, adquirida por um valor na casa dos seis dígitos. “A base de licitação foi de apenas 60 mil, mas subiu muito. Como era a última nota que me faltava estava disposto a tudo. Ainda por cima é uma nota assinada à mão”, conta. A acompanhar a história desta peça está o facto de que as notas de 50 e de 5 só terem sido postas em circulação em 1907 porque tinham uma aparência idêntica. “Com receio de que as pessoas confundissem uma com a outra, estas notas foram postas em circulação mais tarde, depois das pessoas já estarem mais familiarizadas com este dinheiro”, diz. Dinheiro marcado De entre as notas mais antigas do espólio, algumas apresentam perfurações arredondadas. “São notas postas fora de circulação. As marcas são inutilização deste dinheiro, pelo próprio banco, feita quando as pessoas iam entregar as notas que já não podiam usar”. Encontrar estas peças não é fácil e aquelas que integram a colecção são as sobreviventes num processo que não favorecia a recolha para memória futura. “Quando as pessoas entregavam as notas, o banco furava-as de imediato e depois enviava-as para serem destruídas. Mas, alguns funcionários guardavam estas notas para recordação e acabaram por passar de pais para filhos. Mais tarde vieram também a ser vendidas em leilão”, explica. Outra característica das notas mais antigas é um rebordo em forma de picotado e que conta como era feito o registo do dinheiro na altura. Por exemplo, “a primeira nota de uma pataca em Macau levava aquilo a que se chama de talonário, é como se fosse um bilhete de cinema. Quando era entregue tirava-se o talonário que ficava no banco e servia como registo”, conta Augusto Gomes. Por outro lado, através desta colecção é possível ainda viajar pela história da região. As notas emitidas no princípio de séc. XX sublinhavam a importância das personagens histórias, que passaram pelo território, e que eram representadas enquanto símbolos da administração portuguesa. Prova disso é a impressão da imagem de Camilo Pessanha, Camões ou Venceslau de Morais. Mais tarde, “o BNU passou da impressão de personalidades para a impressão de monumentos e as Ruínas de São Paulo começaram a aparecer nas notas do território”. Por outro lado, através das notas podem-se distinguir vários períodos políticos. “A primeira nota que saiu em 1905, ainda durante a monarquia, e é por isso que ainda apresenta a coroa no reverso”, refere. Após 1910, e a coroa desapareceu da numismática de Macau. Os Pang Tang Enquanto entreposto comercial, Macau foi palco de prolíferas transacções, essencialmente em moeda de prata, muito antes da emissão da pataca. Ainda assim, a introdução do papel moeda no território não mereceu a confiança dos residentes. Quando saíram as primeiras notas de Macau, “ninguém gostava” delas. “Os residentes não gostavam e mesmo os funcionários quando recebiam o vencimento iam logo trocar as notas por aquilo a que chamamos de certificados”, os Pang Tang. “Eram uma espécie de ‘cheques’ em outras moedas, que já se utilizavam antes da emissão da pataca”. Estes certificados tinham como referência a moeda estrangeira, e eram emitidos por aquilo a que se poderiam chamar de “bancos privados”. Após 1905, este “dinheiro” circulava paralelamente à nota oficial de Macau. As pessoas não confiavam no dinheiro do BNU, mas sim, nesta espécie de cheques aos quais estavam mais habituadas e que muitas vezes tinham equivalência com a moeda de prata de cantão”, conta. A desconfiança era tal, que mesmo tendo de pagar uma taxa de câmbio, as pessoas preferiam os Pang Tang à pataca de Macau. “Na troca era acrescentada uma espécie de juro, uma taxa, como se fosse uma taxa de troca de moeda como temos hoje. Mas compensava porque nas lojas ninguém queria a pataca. A moeda do BNU só servia para pagar a energia e os impostos ao Governo. Até os bilhetes de autocarro chegavam a ser pagos com estes certificados”, acrescenta Augusto Gomes. A Segunda Grande Guerra Mundial também foi um marco na história da circulação do dinheiro em Macau por se tratar de um dos poucos locais poupados pela campanha expansionista do império japonês. “Durante a Guerra as instituições financeiras de Hong Kong e Guangdong mudaram-se para Macau onde, não tendo permissão para emitir moeda, emitiam estes certificados”. Os “bancos provados” responsáveis pelos Tang Tang começaram a não ter reserva para cobrir as suas responsabilidades. A confiança nesta modalidade de dinheiro paralela foi diminuindo e após a guerra, “o Governo proibiu o uso deste Tang Tang”, aponta. Outro momento marcante da história da pataca foram as primeiras emissões de dinheiro por parte do Banco da China. “Foi o segundo banco a poder emitir moeda de Macau, além do BNU” e acontece na sequência da preparação da transferência de administração que veio a ter lugar em 1999. As primeiras notas e moedas emitidas por esta instituição são de 1995. Metal a circular Se as notas em patacas apareceram no início do século passado, as moedas tiveram a sua primeira emissão só em 1952. Na altura, foram emitidas moedas de 0,05, 0,1 e 0,5 moedas de níquel de prata. A estas juntaram-se as de uma e cinco patacas. As moedas de uma pataca ganharam uma alcunha entre a comunidade chinesa que lhe “chamavam de pombinhas brancas”, refere o coleccionador. Em Outubro de 1974 foi emitida a única moeda de 20 patacas como celebração da Ponte Macau Taipa, a primeira entre a península e a ilha, e hoje conhecida como Nobre de Carvalho. “Estas moedas eram distinguidas pelo seu alto teor de prata, chegando a atingir o valor de 100 patacas nos anos 80”, aponta. Foi também na década de 80 que o teor português das imagens das moedas de Macau começou a mudar e a possuir mais referências chinesas. Exemplo disso é a emissão da colecção com os signos lunares, ilustra Augusto Gomes. Augusto Gomes é o guardião de um espólio único, onde reúne “modestamente”, “99 por cento de todas as notas e moedas emitidas num total de 493 peças”. Além do valor monetário, o acervo representa “um outro tipo de tesouro” tratado com toda a dedicação, até porque, “em Macau é muito complicado manter esta colecção: temos o problema da humidade que estraga as coisas com facilidade”. Reformado e com os dias totalmente dedicados ao hobby de uma vida, Augusto Gomes conserva a colecção, de que muito se orgulha, “com desumificadores, luvas, pinças e muita paciência”. Etiquetas políticas Além de notas e moedas, Augusto Gomes reúne ainda outros objectos históricos. Um colecção de 7300 etiquetas de caixas de fósforos contam a história destes objectos e do seu papel na sociedade chinesa entre 1880 até 1950. “É uma colecção muito especial, que consiste em etiquetas conseguidas antes de serem coladas nas caixas de fósforos e que espelham para toda a história do continente durante aquele tempo”, conta ao HM. As etiquetas mais antigas datam ainda do final da dinastia Qing e eram caracterizadas pela presença de animais emblemáticos como o pavão. Com a passagem do tempo as temáticas começaram a ser outras. “As etiquetas de fósforos começaram a ser usadas para informar a população das novas leis”, conta. A proibição de fumar ópio, do jogo ou da prostituição foram o mote para slogans que adornam as caixas. “Toda esta informação aparecia nas etiquetas de fósforos até à revolução de 49. Depois de 49, passou a ser cada vez mais difícil encontrar etiquetas de fósforos porque começaram a ser impressas directamente nas caixas”, lamenta.
Hoje Macau SociedadeAgência Lusa realiza duas conferências em Lisboa e Macau [dropcap]O[/dropcap]presidente do Conselho de Administração da Lusa anunciou ontem que a agência vai assinalar um “ano muito específico” das relações entre Portugal, Macau e China com duas conferências internacionais, uma em Lisboa e outra em Macau. “Vamos assinalar este ano muito específico das relações entre Portugal, Macau e China com duas grandes conferências, uma a 16 de Abril, em Lisboa, com oradores que vão falar sobre a China actual do ponto de vista político e económico, e depois em Novembro faremos uma réplica desta conferência, desta vez em Macau, com oradores internacionais”, disse Nicolau Santos. Na base da realização destas conferências está a concretização das duas grandes áreas de intervenção da agência de notícias: “os países de língua oficial portuguesa em África (PALOP), e depois Macau e China”, disse o presidente da Lusa. Na explicação sobre a escolha de Macau enquanto prioridade da Lusa, Nicolau Santos lembrou que “Macau foi definida por Pequim como a plataforma chinesa para a ligação aos países de língua oficial portuguesa, em particular aos países africanos” e acrescentou que a Lusa “é a única agência estrangeira no território”. Além disso, vincou, “é incontornável para os responsáveis do Governo de Macau poderem passar as suas mensagens para fora das fronteiras estritas de Macau”. A conferência decorre dia 16 de Abril no Centro Científico e Cultural de Macau, e conta com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do embaixador da China em Portugal, Cai Run, e do reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, para além de uma mensagem do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente chinês Xi Jinping no Mónaco para visita diplomática [dropcap]O[/dropcap]Presidente da China, Xi Jinping, começou ontem pelo meio-dia uma visita diplomática ao Mónaco, no âmbito de um périplo europeu, transformando as ruas do principado, que ficaram desertas mas enfeitadas com símbolos e cores chinesas. Depois de uma passagem por Roma, onde selou a entrada da Itália, com a assinatura de um memorando de entendimento “não vinculativo”, no seu projecto económico chinês “nova rota da seda”, Xi Jinping chegou ao Mónaco, uma hora depois de aterrar no aeroporto de Nice Côte D’Azur. Trata-se da primeira vez que o Presidente do país mais populoso do mundo visita o Mónaco, o Estado mais pequeno do planeta depois do Vaticano. O governante monegasco Alberto II foi recebido em Setembro em Pequim e forjou laços com Xi, especialmente em torno do desporto. Não está prevista qualquer conferência de imprensa para esta visita, mas há imagens oficiais. O programa da visita prevê um almoço com 40 convidados, no qual Xi Jiping e Alberto II vão poder discutir “questões económicas e ambientais”. Em 2018, o Mónaco assinou um acordo com o grupo chinês Huawei para tornar o principado o primeiro país totalmente coberto em 5G para as suas comunicações móveis. O Presidente chinês iniciou na quinta-feira um périplo pela Europa, visando “consolidar o bom momento” nas relações e reforçar alianças no comércio e assuntos internacionais, informou o Governo chinês, apesar da crescente suspeição de Washington. A viagem de Xi Jinping decorre até 26 de Março e inclui Itália, França e Mónaco. Itália foi o primeiro país membro do G7 a integrar o projecto “nova rota da seda”, de infraestruturas marítimas e terrestres, lançado por Pequim em 2013, (ver página 13). Com este projecto, Pequim tenciona impulsionar o seu comércio com o Ocidente, apesar das reticências por parte da União Europeia.