Dezasseis casos de sarampo desde o início do ano

Macau registou, desde o início do ano, 16 casos de sarampo, um número cinco vezes superior ao sinalizado em todo o ano passado. Os Serviços de Saúde apelam à vacinação, particularmente de quem trabalha nos hospitais

[dropcap]E[/dropcap]m menos de três meses, foram sinalizados 16 casos de sarampo, contra apenas três no cômputo do ano passado. Os Serviços de Saúde apelam à vacinação, em especial do pessoal de saúde, particularmente atingido pela recente vaga de contágios.

Sete dos 16 casos de sarampo são importados e nove relacionados, isto é, dizem respeito a pessoas que foram infectadas devido à exposição aos primeiros, ou seja, aos pacientes contagiados com sarampo noutro país ou território. Entre os nove doesntes figuram cinco profissionais de saúde – todos pertencentes ao Hospital Kiang Wu. A saber: um médico, três enfermeiros e um auxiliar de enfermagem.

Os dois casos mais recentes foram diagnosticados no sábado – um no Centro Hospitalar Conde de S. Januário e outro no Hospital Kiang Wu. O primeiro, classificado como caso importado, tem como paciente um homem, de 30 anos, que regressou às Filipinas para visitar a família, onde teve contacto com um paciente com sarampo; enquanto o segundo envolve uma enfermeira do Hospital Kiang Wu, também de 30 anos, que prestou cuidados a um paciente com sarampo importado. Segundo os Serviços de Saúde, ao contrário do primeiro caso, a enfermeira, nascida na China, afirmou ter sido vacinada contra a doença infecto-contagiosa.

Já na sexta-feira os Serviços de Saúde deram conta de outros quatro casos ocorridos devido ao contacto ou proximidade com um paciente infectado com sarampo. O ‘paciente zero’ é um residente de Macau, de 38 anos, que viajou para a China, donde é natural. Após o diagnóstico foi transferido para a enfermaria de isolamento a 8 de Março, dias após os primeiros sintomas e de ter recorrido ao CHCSJ e, depois, ao Kiang Wu, que lhe daria alta a 14.

Segundo os Serviços de Saúde, o homem, que foi vacinado contra o sarampo, esteve na origem de, pelo menos, seis casos de contágio, após os dois anteriormente anunciados. Os novos quatro, confirmados na sexta-feira, envolvem duas enfermeiras, um motorista de autocarro e um trabalhador do sector hoteleiro.

A RAEM obteve a acreditação da erradicação do sarampo da Organização Mundial de Saúde, em 2014. No entanto, como realçou o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o facto de Macau ser uma cidade altamente turística e de nas regiões vizinhas existirem epidemia de sarampo, faz com que seja “difícil” suster a infecção devido ao elevado grau de contágio do vírus, tornando-se “inevitável” que os profissionais de saúde possam ser infectados.

Apelo geral

Os Serviços de Saúde garantem que Macau tem vacinas em número suficiente para responder às necessidades, apelando aos residentes e trabalhadores não residentes que não foram vacinados e, em especial, ao pessoal médico, aos professores e empregadas domésticas, para que o façam.

A vacina é gratuita para os residentes, sendo cobradas 50 patacas aos portadores de ‘blue card’.
Segundo o programa de vacinação de Macau, as pessoas que ainda não tenham completado 18 anos podem receber gratuitamente duas doses de vacina tríplice contra o sarampo. Normalmente, a vacina é administrada aos 12 meses e 18 meses de idade.

Desde Setembro do ano passado, os cidadãos nascidos em 1970 ou posteriormente, que não administraram a vacina contra o sarampo após o seu 1.º aniversário, também podem receber uma nova dose de forma gratuita. Já os profissionais de saúde podem administrar a vacina em falta independentemente do ano de nascimento, esclareceram os Serviços de Saúde.

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