China / ÁsiaHong Kong | Carrie Lam avisa manifestantes que não haverá concessões com violência Hoje Macau - 12 Nov 2019 [dropcap]A[/dropcap] chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, condenou ontem a “extensa violência” que marcou o dia de greve na cidade, realçando que esta “não resolverá nada” nem fará o Governo satisfazer aos “apelos políticos” dos manifestantes. Lam deu uma conferência de imprensa após os incidentes graves de ontem, nomeadamente o de um polícia que usou munição real contra um jovem ou o de um homem que enfrentou um manifestante, que o incendiou, estando ambos em estado grave. “A violência não resolve problemas e apenas leva a mais violência. Se alguém ainda tem a ilusão de que uma violência intensificada vai gerar pressão sobre o Governo para satisfazer as exigências políticas, digo aqui e agora claramente que isso não acontecerá”, salientou Carrie Lam. “As pessoas não podem ir trabalhar, estudar ou andar na rua. Não vamos parar de procurar maneiras de acabar com a violência, essa é a nossa prioridade agora”, acrescentou. “Peço a todos que mantenham a calma”, afirmou a chefe do Executivo, que instou também o povo de Hong Kong a “ficar de fora” porque, caso contrário, “as suas vidas podem correr perigo”. Pouco antes das 08:00 foi publicado na rede social Twitter um vídeo no qual um polícia de trânsito é visto a atirar três tiros de curta distância em dois jovens vestidos de preto – uma cor associada aos protestos pró-democracia – na área residencial de Sai Wan Ho, onde um grupo de manifestantes estava a bloquear a circulação automóvel. Segundo Lam, o agente que abriu fogo fê-lo “numa operação para aplicar a lei” e acrescentou que “a polícia está a enfrentar tácticas cada vez mais extremas” por parte dos manifestantes. Na manhã de ontem, um homem ficou em estado crítico, depois de ter sido regado com um líquido inflamável e incendiado, durante uma discussão em Hong Kong. A polícia confirmou já o conteúdo de um vídeo publicado nas redes sociais que dá conta de uma discussão numa ponte pedonal em Ma On Shan, pouco antes das 13:00. Carrie Lam considerou este incidente como “malicioso” e “desumano”, afirmando que “rompe a paz e a lei” e que “deve ser condenado”. A greve geral foi convocada ontem nas redes sociais após a morte na sexta-feira de um estudante universitário de 22 anos que caiu de um parque de estacionamento e sofreu ferimentos cerebrais graves em circunstâncias desconhecidas durante um protesto em 3 de Novembro. Os manifestantes culpam a polícia, que já negou categoricamente qualquer responsabilidade na morte do estudante. O caos continuou a crescer na manha de ontem, com a greve a causar constrangimentos no trânsito em diferentes partes da cidade na hora de ponta. Inúmeros elementos das forças de segurança, incluindo a polícia antimotim, foram mobilizados em diferentes distritos.