China defende acordo do Irão face a sanções unilaterais dos EUA

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês defendeu hoje uma “rigorosa” implementação do acordo nuclear do Irão, face às sanções “unilaterais” dos Estados Unidos, que visam “aumentar a tensão” no Médio Oriente.

“Rejeitamos as acções dos EUA, que levaram a uma escalada da tensão”, afirmou Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

A China foi um dos países que assinou o chamado Plano Integral de Acção Conjunta (JCPOA). Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha são os outros signatários.

Depois de anunciar a sua retirada unilateral, Washington voltou a impor sanções contra Teerão, em Agosto e Novembro, incluindo sobre os sectores bancário e petrolífero. Na sexta-feira passada, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a imposição de mais sanções.

Em resposta, o presidente iraniano, Hasan Rohaní, deu hoje 60 dias às potências mundiais para se negociar um novo acordo nuclear, caso contrário retomará o enriquecimento do urânio, e anunciou a redução de compromissos firmados no pacto de 2015.

Rohaní afirmou que o país vai deixar de limitar as suas reservas de urânio e água pesada, uma decisão que contraria o acordo nuclear de 2015.

O líder iraniano disse que a redução dos compromissos nucleares é uma medida que visa “salvar” o JCPOA, e que o Irão “não escolheu o caminho da guerra, mas o caminho da diplomacia”.

Geng considerou que Teerão “cumpriu com as suas obrigações” nos termos do acordo, que foi implementado “rigorosamente” apesar das “sanções unilaterais” dos Estados Unidos.

O porta-voz chinês destacou que a manutenção e implementação do acordo nuclear é uma “responsabilidade comum” de todos os países signatários, apelando a um “fortalecer do diálogo”, que “evite uma escalada de tensão” na região.

“A China continuará em contacto com todas as partes envolvidas, para implementar o acordo e manter os direitos e interesses legítimos dos nossos negócios”, disse Geng.

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