China / ÁsiaONG diz que Hong Kong deve fazer mais para combater tráfico de animais Hoje Macau - 23 Jan 2019 [dropcap]U[/dropcap]ma organização não-governamental advertiu ontem as autoridades de Hong Kong a fazerem mais contra o tráfico de animais selvagens, num território que tem cerca de 25% do total de apreensões mundiais de marfim nos últimos dez anos. “Há falta de investigações policiais sobre crimes contra os animais selvagens”, disse a professora da Faculdade de Direito de Hong Kong, uma das autoras do relatório “A lei de Hong Kong não considera o tráfico de vida selvagem um crime”, divulgado pela Hong Kong Wildlife Trade Working Group (HKWTWG). De acordo com esta organização, uma coligação de associações do território, nos últimos dez anos um quinto das apreensões mundiais de marfim e quase metade das apreensões de pangolin registaram-se na antiga colónia britânica. Apesar dos números significativos, o contrabando de animais selvagens não é punível sob a legislação do crime organizado, como o tráfico de drogas ou tríades, e as multas impostas aos contrabandistas não são suficientemente pesadas, apontou a ONG. Tristes números De acordo com o relatório, desde 2013, com base nas apreensões feitas em Hong Kong, os investigadores estimam que três mil elefantes, 65 mil pangolins e 51 rinocerontes foram mortos por traficantes. Hong Kong tem desempenhado o papel de porta de entrada para a China continental, onde a procura órgãos de espécies ameaçadas é enorme. A China é já um dos principais destinos para partes de animais em risco de extinção, incluindo marfim e pele de elefante, ou carne e escamas de pangolim. Segundo os Serviços de Alfândega de Hong Kong, o tráfico de animais aumentou em 1.600% nos últimos dez anos. O número de espécies ameaçadas contrabandeadas aumentou em 57%. No final de 2017, a China proibiu as vendas de marfim. Já Hong Kong decidiu aboli-las um ano depois, progressivamente, até 2021. Hong Kong endureceu recentemente as penas para contrabando de animais selvagens, cuja moldura penal é até dez anos de prisão e dez milhões de dólares de Hong Kong em multa.