Carro de corridas autónomo não virá ao Grande Prémio

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]inda não será este ano que iremos ver um carro de competição autónomo a percorrer o traçado do Circuito da Guia. Lucas Di Grassi, piloto e CEO da Roborace, a futura competição para este tipo de viaturas, disse em declarações ao HM em 2017 que gostaria de realizar este ano uma exibição entre nós, mas tal não irá suceder.

Para o piloto brasileiro, “os carros autónomos são o futuro do transporte comercial e faz sentido termos uma área dos desportos motorizados dedicada a este sector”. Em Novembro do ano transacto, Di Grassi, ele próprio um vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, disse estarem em andamento negociações para trazer uma demonstração de competição de carros autónomos a ter lugar no Grande Prémio de 2018. “Uma das acções dos desportos motorizados na área dos carros autónomos é trazer uma demonstração já no próximo ano ao circuito do Grande Prémio de Macau”, afirmou, na altura, o piloto.

Contudo, fonte da organização contactada pelo HM, confirmou que não há planos para qualquer actividade promocional este Novembro. “A Roborace não tem planos para este ano para participar no fim-de-semana do Grande Prémio de Macau”, esclareceu fonte da organização do campeonato. “Do que é do nosso conhecimento, não têm existido conversações no que respeita ao evento deste ano. Estamos concentrados no próximo ano.”

Engenharia à prova

O “The Robocar” será a base do futuro campeonato Roborace que se afirmará como o primeiro campeonato de viaturas autónomas e fará parte dos eventos do Campeonato FIA de Fórmula E. Ao contrário da filosofia de quase todos os campeonatos de automobilismo, este não se focará nos pilotos, mas sim nas equipas de engenheiros.

O carro, desenhado por Daniel Simon, o artista que desenhou os veículos de conhecidos filmes sci-fi de Hollywood como Tron Legacy e Oblivion, pesará 975kg e medirá 4.8m de cumprimento por 2m de largura. Com quatro motores de 300kW cada, uma bateria de 540kW, este veículo é maioritariamente construído em fibra de carbono e foi pensado para atingir velocidades na ordem dos 320km/h.

O carro utiliza uma série de tecnologias para se conduzir sozinho pelas pistas, como 5 lidars, 2 radares 18 sensores ultrassónicos, 2 sensores de velocidade ópticos, 6 câmaras IA, GNSS de posicionamento e é “conduzido” por um cérebro Nvidia Drive PX2, capaz de produzir 24 triliões de operações de inteligência artificial por segundo para ser programado pelas equipas de engenheiros de software usando complexos algoritmos.

A ideia dos organizadores desta iniciativa é iniciar o campeonato algures em 2019, utilizando as pistas de Fórmula E, que por natureza são muito menos exigentes que os circuitos convencionais. As curvas e contra curvas do Circuito da Guia seriam com certeza um grande desafio para um protótipo que ainda está na fase de desenvolvimento.

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