Hoje Macau SociedadeTufão Hato: Ligações marítimas restabelecidas, mas com limitações [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s ligações marítimas a partir de Macau foram restabelecidas hoje, ainda com serviços limitados, devido aos danos em dois terminais, causados pelo tufão Hato, o mais forte dos últimos 50 anos a atingir o território. “A situação é muito má, as instalações estão quase todas danificadas. Desde ontem à tarde [quarta-feira] começámos a reparação e conseguimos hoje de manhã dois lugares de atracação para recuperar a navegação”, disse Susana Wong, diretora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA, antiga Capitania). No terminal do Porto Exterior, em Macau, as ligações foram restabelecidas pelas 07:00 (00:00 em Lisboa) e no terminal da Taipa pelas 10:15. No entanto, as ligações são “limitadas”. “Os pontões de atracação têm de ser bem verificados antes de começarem a funcionar novamente. Penso que tem de ser gradualmente”, explicou. Hoje, o Centro de Operações de Proteção Civil (COPC) informou também que a última das três fronteiras terrestres que se mantinha fechada, o Posto Fronteiriço da Flor de Lótus, no Cotai [faixa de casinos entre as ilhas da Taipa e de Coloane], reabriu às 14:00. As autoridades informaram ainda que dois centros de ação social foram fechados para se procederem a ações de reparação urgente e de arrumação.
Hoje Macau Manchete SociedadeMacau Water não vai suspender fornecimento de água [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m comunicado emitido pela Macau Water desmente rumores que surgiram nas redes sociais sobre a possibilidade de ocorrer novamente uma suspensão do fornecimento de água. A Macau Water aponta que “por causa do pico do uso de água surgiu alguma instabilidade, mas nunca a suspensão de abastecimento”. Apesar de ainda existir 40 por cento da população sem água nas canalizações, “o fornecimento já foi retomado em algumas zonas”, sendo que a empresa “procura acelerar as operações para retomar a normalidade”. As forças de protecção civil apelam “junto da população para poupança no consumo da água”. Alerta sobre pragas A passagem do tufão Hato pelo território deixou muitas zonas do território cobertas de lixo e outro tipo de sujidade. Em comunicado, os Serviços de Saúde (SS) alertam para a necessidade de “reduzir a incidência de doenças transmissíveis”, uma vez que existe “dificuldade de limpeza, a curto prazo, do lixo acumulado”. As zonas da Praia do Manduco, na Barra, Hoi Pong e zona norte são apontadas como as mais afectadas por este problema, sendo que os SS já enviaram “funcionários para a desinfecção de pragas nas zonas mencionadas e distribuição de folhetos informativos a residentes”. Os SS emitiram ainda algumas recomendações, sendo uma delas “beber água de fonte confiável”, nomeadamente “da rede pública de abastecimento de água”. Contudo, 40 por cento da população continua sem fornecimento de água nas suas habitações, existindo uma corrida aos supermercados. Há ainda relatos de que estão a ser vendidas duas garrafas de água a cada pessoa. É ainda sugerida “cautela no manuseamento dos alimentos” e a necessidade de se prestar “atenção à higiene ambiental”. É necessário eliminar “as fontes de proliferação de vectores” para que se previnam mais casos de febre de dengue. “Após o tufão, os cidadãos ou associações de condomínio dos edifícios devem tomar a iniciativa de inspeccionar o edifício e os espaços comuns dos mesmos, limpar fontes de proliferação no interior e exterior do edifício”, aponta o comunicado dos SS.
Hoje Macau SociedadeTufão “Hato”: Recebidos pedidos de ajuda de turistas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) recebeu, até ao meio dia de hoje, vários pedidos de assistência por parte de turistas, pelos mais diversos motivos. Segundo um comunicado, a entidade, ligada à Direcção dos Serviços de Turismo, “recebeu dois pedidos de assistência de residentes de Macau que se encontravam em Banguecoque, devido ao cancelamento dos seus voos de regresso”, sendo que este episódio afectou cerca de 40 residentes. O GGCT tem vindo a contactar com a Air Macau para que a companhia aérea “organize voos, de modo a que um maior número de pessoas possa regressar assim que possível”. Foi ainda feito um pedido por parte de turistas “que se encontravam sem meios de abandonar o seu alojamento junto à praia de Hac Sa”, em Coloane”, “devido à suspensão dos serviços de transportes públicos”. Segundo o GGCT, “os turistas encontravam-se seguros”, tendo o organismo dado assistência para que chamassem um táxi. Foram ainda feitos dois pedidos adicionais de informação, um deles sobre os voos disponíveis para Macau. O outro pedido esteve relacionado com um grupo de turistas que se viu impossibilitado de deixar uma loja devido a uma inundação.
Hoje Macau PolíticaTufão Hato: Serviços públicos também foram afectados Nem todos os departamentos públicos do Governo escaparam aos estragos causados pelo tufão Hato. Instituto de Acção Social, Fundo de Segurança Social e alguns departamentos da tutela da Economia e Finanças tiveram de suspender os serviços [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar da Função Pública ter regressado ao trabalho ontem, bem como a maioria dos serviços no sector privado, houve alguns estragos que obrigaram muitos serviços a fechar portas. Dois centros de acção social do Instituto de Acção Social (IAS), localizados na zona norte e na zona central “estão fechados para que se procedam às respectivas acções de reparação urgente e de arrumação”. Vários balcões de contas individuais de previdências do Fundo de Segurança Social (FSS), localizados em vários pontos do território, também estiveram de portas fechadas. “Os cidadãos devem ter atenção até novos avisos”, refere-se em comunicado. Na tutela da Economia e Finanças, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) prestou, “de forma limitada” alguns serviços, tendo sido “normal o atendimento ao público em todos os postos de serviços”. Contudo, “como o servidor para computadores está avariado, todo o serviço informativo não consegue ser prestado normalmente, incluindo a website da DSAL”. Além disso, “todas as programações de cursos de formação para obtenção do cartão de segurança e saúde ocupacional e dos respectivos exames, bem como dos cursos e exames ligados à formação profissional e à certificação foram canceladas”. A DSAL não tem ainda uma data definida para a sua realização. “Nas instalações do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), sitas no World Trade Center, alguns dos serviços por ele prestados foram também afectados”, aponta o mesmo comunicado. “Devido à avaria da rede informática, os serviços de declaração alfandegária via internet foram também afectados”, estando o serviço disponível apenas via telefone. A DSE, a Direcção dos Serviços de Finanças, Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos ou o gabinete de apoio ao Fórum Macau, incluindo outros cinco departamentos tutelados pelo secretário Lionel Leong, não foram afectados.
Hoje Macau Manchete SociedadeGoverno | Fornecimento de combustível é suficiente [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Economia (DSE) anuncia que o depósito de combustíveis existente no território “é abundante”, sendo que o veículo que transporta combustíveis “já está agendado para sair do Terminal de Combustíveis do Porto de Ká-Hó”, pelo que “os cidadãos possam ficar descansados”. A DSE aponta ainda que já foi enviado pessoal “para efectuar vistoria nos postos de abastecimento de combustíveis, tendo verificado que parte dos postos está a operar e fornecer combustíveis com toda a normalidade”. A entidade refere que os cidadãos não necessitam de ter “pressa de abastecer os seus veículos nos postos de abastecimento caso não tenham necessidade urgente, no sentido de não agravar o encargo das estradas”. Várias imagens partilhadas nas redes sociais dão conta de uma corrida às bombas de gasolina nas últimas horas por parte dos cidadãos.
Hoje Macau Manchete SociedadeTufão Hato: Escola Portuguesa de Macau com “maiores danos de sempre” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Hato provocou hoje os “maiores danos de sempre” na Escola Portuguesa de Macau, com a queda de dois muros exteriores – incluindo um mural do Vhils – além de árvores, e janelas e portas partidas, disse à Lusa a vice-presidente. “Sem sombra de dúvida foram os maiores danos de sempre”, disse Zélia Baptista. Numa visita da Lusa à escola foi possível constatar um amontado de cimento dos muros que estavam a delimitar dois jardins exteriores, a queda de quase todas as árvores na zona de recreio, e algumas janelas e portas partidas, sobretudo na ala mais nova das instalações, junto ao hotel Grand Lisboa. Uma das ruas junto à escola – onde o artista português Vhils tinha em Junho esculpido um mural – continuava, ao início da noite (tarde em Lisboa), cortada ao trânsito, com árvores arrancadas a atravessar a estrada, e um candeeiro de rua tombado junto a uma paragem de autocarro estilhaçada, testemunha da força dos ventos que assolaram o centro da cidade. Zélia Baptista explicou que a ala nova da escola foi “bastante afectada por placas que voaram do Grand Lisboa”, situado a poucos metros. O tufão Hato partiu também um painel em vidro na zona da cantina, e causou danos num carro da direção e nos ares condicionados instalados nos telhados da escola. Zélia Baptista disse à agência Lusa que já foi feito um levantamento dos estragos, mas que “ainda é cedo para avaliar os prejuízos”. “Amanhã [quinta-feira] é preciso conversar com os elementos do conselho de administração, planificar as intervenções a realizar, e assim dar-se o máximo para se conseguir começar as aulas no dia 6 conforme previsto”, afirmou a vice-presidente. “Fiquei muito frustrada. Senti uma mágoa muito grande quando cheguei à escola. Parecia um cenário de destruição total e já tínhamos practicamente tudo pronto para o início das aulas”, afirmou, indicando que já tinham sido realizadas limpezas, pinturas e algumas intervenções no interior e exterior. A prioridade, explicou, “é limpar a sujidade e lamas e remover o lixo. Depois é pedir orçamentos e começar as obras, o mais rapidamente possível”. “Agora voltámos quase à estaca zero”, disse, afirmando que os trabalhos deverão começar “pelas salas de aula, recreios e cantina”.
Hoje Macau Manchete SociedadeTufão Hato: Casinos fecharam pela primeira vez devido a cortes e inundações [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Hato vai também ficar na história por ter afetado a sua principal indústria, com alguns casinos quase vazios ou fechados por cortes de electricidade ou inundações. Um apagão atingiu todo o território às 12:24. A energia foi sendo reposta gradualmente, com as autoridades a darem prioridade às habitações. Esta noite parte dos grandes complexos turísticos – hotéis e casinos – continuava sem electricidade, assim como pelo menos 20 por cento das habitações. As autoridades não avançaram números, mas disseram à agência Lusa que os casinos sem electricidade foram obrigados a fechar. “Para assegurar que os jogos nos casinos são conduzidos de forma justa e honesta e também para garantir a segurança das pessoas (…), a DICJ [Direção de Inspecção e Coordenação de Jogos] ordenou aos casinos que foram afetados pelos cortes de eletricidade a suspensão das atividades de jogo e a disponibilização da ajuda necessária às pessoas no interior dos casinos”, disse uma porta-voz do organismo. No Porto Interior, uma das zonas mais afectadas por inundações na península de Macau, o Ponte 16, era, esta tarde, um dos casinos encerrados ao público. A entrada estava bloqueada com uma barreira do sistema de proteção de cheias, tendo um polícia no local confirmado à Lusa o encerramento do espaço. Horas depois do pico de maior intensidade do tufão, mas ainda com o sinal 08 içado, o hotel Grand Lisboa, também na península, estava às escuras e tinha entrada vedada a quem não era hóspede, explicaram dois porteiros à agência Lusa. Numa altura em que o serviço de autocarros públicos não tinha sido ainda retomado, no exterior do Grand Lisboa, alguns turistas formavam filas para apanhar os autocarros do casino, outros tentavam apanhar um táxi, e havia ainda quem se aventurasse de riquexó pelas ruas da cidade. Outros exploravam a pé os estragos do tufão, registando em fotografia ou vídeo as árvores caídas e postes tombados na estrada que separa um dos hotéis do grupo de Stanley Ho do Clube Militar, um edifício histórico do tempo da administração portuguesa no centro da cidade. Uns metros à frente, o Hotel Lisboa – dos primeiros espaços de jogo em Macau fundado por Stanley Ho – evidenciava estragos numa das entradas, deixando a olho nu a escuridão no interior. Em frente, no Wynn, empreendimento da operadora de jogo do magnata norte-americano Steve Wynn, o registo das entradas e saídas dos hóspedes era feito sob a luz de lanternas, enquanto ‘croupiers’ se mantinham a postos nas mesas de jogo, totalmente vazias de apostadores. Já do outro lado da rua, no Starwold, da operadora de jogo com interesses de Hong Kong Galaxy Entertainment, os apostadores mantinham em funcionamento grande parte das mesas do primeiro piso, e ainda manifestavam interesse pelas ‘slots’ instaladas no terceiro andar, apesar de as escadas rolantes não estarem a funcionar e de alguns hóspedes se concentrarem no bar no lobby. O apagão afectou também outros casinos fora da península, nomeadamente na ‘strip’ do COTAI, entre as ilhas da Taipa e Coloane. Imagens divulgadas nas redes sociais mostravam, por exemplo, que o corte de electricidade afectou as mesas de jogo no Venetian, o maior empreendimento de jogo da operadora Sands, do magnata norte-americano Sheldon Adelson.
Hoje Macau Manchete SociedadeTufão Hato: SMG dizem que trajectória mudou de repente. Registados 390 incidentes [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Hato foi o mais forte desde que há registos, ou seja, há meio século, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). “Desde que começamos a fazer registo foi a primeira vez que um tufão foi tão forte”, afirmou o director dos SMG, Fong Soi Kun, confirmando também que foram batidos recordes em termos das rajadas de vento – que chegaram a ser superiores a 200 quilómetros horários (km/h). As estatísticas disponíveis no portal dos SMG listam tempestades tropicais desde 1968. Segundo os registos, em 49 anos, o sinal máximo de tufão (10) apenas foi içado quatro vezes, todas no tempo da administração portuguesa, a mais recente às portas da transferência, em 1999. Estes dados revelam que as rajadas de vento – durante o mesmo período – nunca superaram os 200 km/h. Até hoje, as rajadas mais fortes tinham sido registadas em 1999 (181 km/h). Entretanto o serviço de protecção civil anunciou que, até às nove da manhã de hoje, registaram-se um total de 390 incidentes, incluindo 25 casos de danificações de edifícios, quedas de reboco e objectivos, bem como 78 casos de objectos suspensos, incluindo “queda de reclamos, toldos, placas metálicas, varas de ferro e janelas”. Há 84 casos de quedas de fios de antenas e árvores. Segundo um comunicado, os serviços de protecção civil continuam a acompanhar “os técnicos das companhias da água, electricidade e telecomunicações que procedem a trabalhos de recuperação dos respectivos serviços, o mais rápido possível, com o objectivo do território e população retomarem a vida com normalidade”. “Os trabalhos de limpeza das estradas continuam a ser desenvolvidos para que os veículos possam voltar a circular em segurança. Apela-se à população para permanecer em locais seguros e evitar circular na rua”, lê-se ainda. SMG explicam Macau içou o sinal 3 de tempestade tropical às 03:00 (20:00 em Lisboa), elevando-o a 8 seis horas depois. Passada uma hora e meia foi hasteado o sinal 9 e somente 45 minutos depois içado o sinal máximo (10). O curto intervalo de tempo entre sinais, em particular atendendo à velocidade a que se movia o tufão, fez gerar dúvidas sobre a capacidade de previsão dos SMG. Confrontado com uma série de perguntas, Fong Soi Kun argumentou que houve uma mudança repentina da trajectória do Hato além de a tempestade tropical se ter fortalecido mais do que aquilo que se previa, ao ponto de até ser designada na vizinha Hong Kong de ‘supertufão’. “O tufão mudou de repetente o seu trajecto” e também, “de um momento para o outro, num curto de espaço de tempo tornou-se muito mais forte do que se previa de manhã cedo”, explicou o director dos SMG. “As previsões meteorológicas nem sempre conseguem dar resposta a estas mudanças tão repentinas dos ciclones ou dos tufões”, sublinhou. O mesmo responsável garantiu que “foram seguidos todos os procedimentos e orientações” ao nível da divulgação de alertas ao público, incluindo os referentes à subida do nível da água (o sinal máximo de ‘storm surge’ foi içado pelo meio-dia), dado que o Porto Interior inundou. O portal dos SMG esteve em baixo durante um largo período de tempo na sequência do ‘apagão’ que afectou toda a cidade de Macau. Os canais de rádio e televisão públicos também sofreram interrupções, pese embora a Protecção Civil recomende aos cidadãos que estejam atentos aos seus noticiários especiais. Fong Soi Kun reiterou não ter qualquer problema em pedir desculpa à população, mas que o nível de imprevisibilidade é elevado. “O tufão é um fenómeno natural, mas não tenho qualquer problema em pedir desculpa a todos”, afirmou, acrescentando: “Fazemos o melhor possível”.
Hoje Macau Manchete SociedadeNúmero de mortes sobe para oito. Chefe do Executivo lamenta vítimas [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo informação dos Serviços de Polícia Unitários o número de mortos causados pela passagem do tufão Hato aumentou para oito. Além dos cinco mortos reportados em Macau na quarta-feira, durante a madrugada de hoje foram encontrados dois cadáveres em parques de estacionamentos de edifícios residenciais e outro numa loja, disse à Lusa o responsável dos Serviços de Polícia Unitários. O balanço anterior das autoridades dava conta de cinco mortos e 153 feridos, causados pela passagem do tufão Hato. Na mesma nota, o COPC acrescentou que os Serviços de Alfândega e o Corpo de Bombeiros continuavam no local e prosseguiam os trabalhos para drenar a água. Entretanto, o Chefe do Executivo de Macau lamentou “as vítimas” do tufão Hato e as “perdas avultadas” provocadas pela tempestade tropical. Quando Chui Sai On fez a declaração o número de mortes era cinco, enquanto os feridos eram 153 feridos. Chui Sai On falava durante uma visita ao Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), durante a tarde de quarta-feira para avaliar as consequências da pior tempestade tropical dos últimos 18 anos em Macau e verificar os trabalhos de recuperação. O Governo está a prestar atenção “às consequências causadas pelo tufão Hato, tendo conhecimento de situações de inundações surgidas em várias zonas do território, vidros partidos e outros danos, o que afectou a vida da população”, destacou, de acordo com um comunicado oficial. Em “desastres naturais e estados de emergência, tem de se dar prioridade à segurança da população”, sublinhou. Os serviços estão coordenados para resolver os problemas e “iniciar as reparações” para garantir o abastecimento de água, eletricidade e telecomunicações, que sofreram cortes devido ao tufão, afirmou. Chui Sai On, que se deslocou à zona do Jardim Cidade das Flores, na ilha da Taipa, para conhecer a situação no terreno, acrescentou que os vários organismos vão fazer um balanço da tempestade, rever os mecanismos vigentes e procurar aperfeiçoar os trabalhos de protecção civil. Por seu lado, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, garantiu o empenho do sistema de Saúde na prestação de cuidados médicos aos feridos causados pela passagem do tufão Hato, após uma visita ao serviço de urgência do centro hospitalar Conde de São Januário. O responsável destacou “a mobilização de maior número de mão-de-obra efectiva” e “a activação atempada de produção eléctrica” para responder ao corte de energia ocorrido no território e garantir “o funcionamento normal do hospital” e a “prestação de assistência médica a um número de feridos relativamente grande”, de acordo com um comunicado oficial. Hospital sem luz Na sequência de um corte de energia, sentido em todo o território durante a tarde de quarta-feira, o centro hospitalar Conde de São Januário, o único hospital público de Macau, informou ter ativado o “gerador ‘backup’ para o fornecimento de iluminação de emergência e eletricidade, tendo assim os serviços básicos sido assegurados”. O hospital indicou que a interrupção de energia afetou os sistemas de gás, de abastecimento de água, de proteção contra incêndios, de segurança, alguns equipamentos de imagiologia e de ar condicionado, mas todos voltaram a funcionar após ser ligado o gerador. Alexis Tam reuniu-se ainda com o diretor dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o diretor do São Januário, Kuok Cheong U e o responsável do serviço de urgência, Lei Wai Seng, para abordar os trabalhos de acompanhamento durante a passagem por Macau da pior tempestade tropical dos últimos 18 anos. O responsável pediu ainda a todos os serviços e entidades sob a sua tutela para “trabalharem em conjunto” na resposta aos efeitos do tufão. Marcelo envia condolências O Presidente da República enviou hoje “sentidas e sinceras” condolências ao chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, lamentando as “trágicas consequências” da passagem do furacão Hato, que provocou pelo menos cinco mortos e 153 feridos. “Foi com a maior tristeza que tomei conhecimento das trágicas consequências da passagem em Macau do furacão Hato”, lê-se na mensagem enviada por Marcelo Rebelo de Sousa ao chefe do Executivo e que foi divulgada no ‘site’ da Presidência da República. Na nota, o chefe de Estado transmite ainda “as mais sentidas e sinceras condolências” aos familiares das vítimas mortais e “votos de rápidas melhoras para todos os feridos” causados pela passagem da tempestade tropical pela Região Administrativa Especial de Macau. “Quero expressar a Vossa Excelência, em meu nome e em nome do povo português, a nossa profunda solidariedade para com todos os macaenses”, é ainda referido na mensagem.
Hoje Macau Manchete SociedadeTufão Hato: Governo apoia pequenas e médias empresas afectadas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou ontem que vai abrir uma linha de crédito, sem juros, para as pequenas e médias empresas afectadas pelo tufão Hato até ao montante máximo de 600 mil patacas. “Para ajudar as PME (Pequenas e Médias Empresas) a ultrapassarem as dificuldades”, o Governo da RAEM lançou o “plano de apoio às PME afectadas pelo tufão Hato” que oferece um “empréstimo sem juros no montante máximo de 600 mil patacas, com um prazo de reembolso de oito anos”, de acordo com um comunicado oficial. Os candidatos podem apresentar os pedidos à Direcção dos Serviços de Economia, que actuará “o mais rapidamente possível, no sentido de aliviar a pressão operacional” causada pelo temporal.
Hoje Macau SociedadeTufão Hato: Número de mortos sobe para cinco. Há 153 feridos registados Cinco pessoas morreram e 153 ficaram feridas, a maioria sem gravidade, devido à passagem hoje em Macau do tufão Hato, o mais forte desde há 18 anos, avançaram as autoridades locais. [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] informação anterior dava conta de três mortos à passagem da tempestade tropical, a pior dos últimos 18 anos. Grande parte da cidade continua sem eletricidade. Em comunicado, o Centro Hospitalar Conde de São Januário, o único hospital público de Macau, informou que ativou o “gerador ‘backup’ para o fornecimento de iluminação de emergência e eletricidade, tendo assim os serviços básicos sido assegurados”. O hospital informa que a interrupção de energia afetou o sistema de gás, abastecimento de água, de proteção contra incêndios, de segurança, alguns equipamentos de imagiologia e o sistema de ar condicionado, mas todos voltaram a funcionar após ser ligado o gerador. A intensidade da tempestade fez suspender as ligações entre a península de Macau e a Taipa, as ligações aéreas e marítimas, e obrigou ao encerramento das fronteiras. No entanto, ao início da noite foram parcialmente reabertas as pontes e reiniciadas as viagens de avião e barco. A circulação no tabuleiro superior da ponte de Sai Van continua, no entanto, interdita a motociclos, enquanto o tabuleiro inferior, em túnel, foi encerrado. Este tabuleiro é habitualmente aberto em caso de tufão, quando a parte superior é fechada ao trânsito. Na ponte da Amizade só foi reaberta a faixa no sentido Taipa-Macau, enquanto na ponte Nobre de Carvalho foi totalmente reposta a circulação, indicou o Centro de Operações da Proteção Civil (COPC) em mensagem telefónica. As instalações dos postos fronteiriços da Flor de Lótus e da Zona Industrial Transfronteiriça da parte de Zhuhai, adjacente a Macau, sofreram danos e as autoridades remeteram o anúncio da reabertura para data posterior. Na mesma mensagem, o COPC informou que ainda não tinham sido reabertas as instalações danificadas do terminal marítimo do Porto Exterior e do Pac On, na Taipa. A passagem do Hato originou um corte de energia que afectou parcialmente os serviços de telecomunicações, que ainda não foram restaurados. Chefe do Executivo fez visita Ontem o Chefe do Executivo, Chui Sai On, realizou uma visita ao serviço de protecção civil e ao jardim Flower City, na Taipa, para se inteirar dos estragos e para acompanhar os trabalhos de acompanhamento. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, fez ainda uma visita ao hospital público, tendo referido, segundo um comunicado, que todos os departamentos da sua tutela devem “unirem-se e trabalharem juntamente com vista à reparação dos efeitos e ajudarem a diminuir, na medida do possível, os prejuízos causados pelo tufão”. Entretanto o COPC emitiu ontem um outro comunicado sobre um grupo de pessoas que “alegadamente terá ficado encurralado nos edifícios Classic Bay, Grandeur Heights e Hang Tak”. Nele se afirma que “os Serviços de Alfândega e o Corpo de Bombeiros, mal receberam o pedido de ajuda, destacaram imediatamente socorro para o local, nomeadamente um veículo autobomba e outros equipamentos para drenar água”. “Até este momento, ainda ninguém foi encontrado, contudo os meios deslocados para o local vão continuar as buscas. Se houver informação adicional, será prontamente divulgada ao público”, acrescenta o mesmo comunicado. O COPC fez ainda um esclarecimento sobre “rumores que circulam na internet sobre um intenso cheiro a gás em várias zonas da região”. “Após vistorias organizadas pelo Corpo de Bombeiros, não foi detectada nenhuma fuga de gás, contudo as autoridades vão manter-se atentas à respectiva situação”, lê-se.
João Luz Manchete PolíticaAL | Faltam assessores jurídicos e intérpretes no apoio aos trabalhos legislativos Apesar de a Assembleia Legislativa contar com mais de duas dezenas de juristas nos seus quadros de assessoria, a aproximação de prazos para entrega de diplomas, ou pareceres, pode levar a que se passem fins-de-semana a trabalhar a contra-relógio. A situação dos tradutores é também de sobrecarga [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o princípio da Assembleia Legislativa (AL) nem havia assessores no auxílio dos trabalhos dos deputados. A coisa ia-se fazendo, em grande parte graças à composição do hemiciclo recheado de juristas de renome. “Quando entrei em 1984, e ao longo da primeira legislatura, não havia qualquer assessor jurídico ou da área da economia, nada”, recorda Leonel Alves. No entanto, o histórico deputado e advogado lembra que se trabalhava bem. “Tínhamos na AL um grande presidente, o Dr. Carlos Assumpção, jurista de primeira água, assim como outros deputados juristas, designadamente o Dr. Neto Valente. No fundo, tínhamos pessoal de primeira linha que dava conta do recado”, conclui. Muita coisa mudou nas últimas mais de três décadas. A RAEM nasceu, os cofres do Governo encheram-se e a composição do órgão legislativo alterou-se. Hoje em dia, a AL tem na sua composição 33 deputados e ao longo do processo legislativo os pareceres foram ganhando um peso de interpretação legal que antes não tinham. “Na altura em que estamos a preparar os pareceres, passamos aqui os fins-de-semana fechados porque temos um prazo muito curto para elaborar e traduzir os documentos”, conta uma fonte da assessoria jurídica ao HM. Segundo o relato do técnico, as noitadas e os fins-de-semana de intensa labuta são frequentes, principalmente quando se ultimam pareceres das comissões permanentes. Outra das circunstâncias que eleva o volume de trabalho é o curto espaço de tempo que os assessores têm para analisar as propostas de lei. “Temos de dar a nossa opinião na primeira reunião e nesse curto período recolhemos material e estudamos alguns assuntos com que, por vezes, não estamos familiarizados”, contextualiza a fonte da assessoria, que ainda assim encara com normalidade a forma como a AL funciona neste domínio. “Há quatro anos atrás, quando trabalhámos na lei das terras, na legislação de salvaguarda do património e no processo penal isto foi uma loucura, foi mesmo até ao fim, todos os tradutores e juristas a trabalhar”, conta o assessor. Este ano a azáfama foi apenas para alguns colegas, apesar de “a pressão do fim da legislatura ser sempre um período complicado”. Evolução das coisas Leonel Alves conhece, talvez como ninguém, a forma como a AL funciona, “onde o elo mais fraco é o dos juristas”. O apoio técnico é fundamental nas operações legislativas e de fiscalização do Executivo. “Quanto maior for essa complementaridade melhor ou mais profícuo será para os trabalhos da AL”, explica o ainda deputado. Se na primeira legislatura não havia assessoria, ao longo da segunda, assim que houve alguma folga em termos orçamentais, começou a pensar-se em contratar assessores jurídicos e da área económica. Um trabalho essencial no auxílio das funções dos deputados, especialmente daqueles sem formação jurídica. Os anos foram passando e o quadro de pessoal de assessoria foi crescendo, numa primeira fase só com assessores portugueses e depois, por iniciativa de Leonel Alves enquanto secretário da Mesa da AL, foram admitidos juristas de matriz chinesa. Este apoio foi ganhando um importância crescente, principalmente no que diz respeito ao auxílio às comissões permanentes, passando os assessores a fazer os relatórios das comissões. Tendo em conta o contexto do dinheiro que o órgão legislativo tem à sua disposição, uma visão histórica demonstra que os orçamentos têm vindo a crescer mas, ainda assim, representam uma parcela pequena face aos gastos globais anuais do Governo de Macau. Ao longo da sessão legislativa de 2002, a AL funcionou com um orçamento de 57 milhões de patacas. Em 2008, cresceu para 76,14 milhões. No ano passado, o orçamento corrigido da AL foi de quase 189,5 milhões de patacas. Apesar do aumento considerável, esta quantia representa apenas 0,22 por cento do orçamento revisto do total da despesa integrada do Governo, como se lê no relatório de actividades da AL da 3ª sessão legislativa da V legislatura. José Pereira Coutinho já se havia referido a esta questão, referindo que o dinheiro que a AL dispõe “é muito pouco comparando com qualquer outro serviço público”. O deputado contou que os assessores e intérpretes da assembleia “não têm mãos a medir para a quantidade de trabalho”, acrescentando que “se alguns deles saírem, a quebra é drástica”. Em termos orçamentais, também Leonel Alves acha que a AL deveria ter mais dinheiro, chegando a dizer, com humor, que “o orçamento até devia ser, entre aspas, ilimitado”. Perdas irreparáveis Neste momento, a AL funciona com sete grupos de trabalhos de assessoria jurídica, dois dos quais não têm nenhum jurista português. No final de 2015, uma jurista portuguesa abandonou a AL para regressar a Portugal, sem ter sido substituída. Apesar de alguns assessores chineses ter estudado Direito em universidades portuguesas, as subtilezas e conceitos da linguagem técnico-jurídica é de difícil apreensão, mesmo para portugueses pouco versados em Direito. Este facto tem levado a redacções pobres de legislação. Leonel Alves destaca, neste capítulo, a lei das partes comuns dos edifícios em propriedade horizontal, sendo que “a lei de protecção dos animais ainda foi pior, com artigos que são totalmente ilegíveis”. “A lei de terras tem artigos que já li cinquenta vezes e que continuo sem perceber. Estes problemas ocorrem, normalmente, quando nos grupos de trabalho não consta nenhum elemento de matriz portuguesa”, explica Leonel Alves. Apesar de há cerca de ano e meio a AL ter contratado quatro juristas novos que tiraram o curso em Portugal, de acordo com a fonte próxima da assessoria técnica, são pessoas ainda muito novas, obviamente sem a experiência dos assessores mais velhos. A formação faz-se a trabalhar. O assessor que falou com o HM revelou que o número de pessoal não é o problema, mas “se calhar, o que falta são pessoas com mais experiência”. Quarto elemento Outro dos detalhes que poderia ajudar ao melhor fluxo dos trabalhos da AL seria a criação de uma quarta comissão permanente. De momento, os grupos de assessoria são sete, apenas para três comissões permanentes. “Para não acumularem tanto as leis, talvez fosse melhor haver mais uma comissão permanente”, teoriza o técnico. Apesar do número de deputados ter aumentado, as comissões permanentes continuam a ser três. Durante a sessão legislativa do ano passado foram realizadas 154 reuniões das comissões permanentes da AL. Neste momento, uma comissão tem em média nove elementos. “Se não houver muito para apreciar, as três comissões podem dar vazão aos trabalhos, mas se houver um grande incremento de propostas e projectos de lei, creio que mais uma comissão permanente seria benéfico”, considera Leonel Alves. A questão do fluxo de trabalho agiganta-se na parte dos intérpretes. “Talvez a nível de tradutores o volume de tarefas seja ainda mais difícil, porque para além do trabalho legislativo têm as interpelações e intervenções antes da ordem do dia para traduzir”, conta a fonte ao HM. Importa aqui referir que ao longo da sessão legislativa do ano transacto os tradutores da AL trabalharam em 264 intervenções antes da ordem do dia. No campo das interpelações, tiveram de traduzir 619 escritas e 61 orais, num ano em que foram aprovadas nove leis e uma resolução, num universo de 11 propostas de lei e quatro projectos. Em termos de iniciativa legislativa, as propostas suplantam os projectos, ou seja, o Governo propõe mais legislação do que a assembleia. Neste aspecto, Leonel Alves acha que “se cada uma das comissões ficasse incumbida de fazer um projecto de lei por legislatura já não era mau”. O deputado lembra ainda que é necessário que “não esqueçamos que a AL tem fundamentalmente uma missão legislativa”. Porém, legislar é um processo complexo que implica uma visão integrada de todo o ordenamento jurídico. “Legislar não é só carregar no botão do aprovar, abster-se ou votar contra. É preciso ter massa crítica, conhecer a realidade de Macau, conhecer o seu ordenamento jurídico. É todo um conjunto de tarefas importantes onde, a meu ver, a assessoria jurídica tem um papel fundamental”, considera o histórico deputado.
Victor Ng PolíticaForças de Segurança | Comissão de fiscalização precisa de se dar a conhecer A Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança já existe há 12 anos, no entanto o seu trabalho ainda é considerado desconhecido, afirma Leong Veng Chai. Já o presidente do organismo, Leonel Alves considera que há questões mais complexas para resolver, sendo que a falta de funcionários é uma delas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s acções da Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança não são satisfatórias. A ideia foi deixada pelo deputado Leong Veng Chai ao HM, em reacção ao caso dos dois agentes da Polícia de Segurança Pública detidos por corrupção. Na base da condenação esteve o auxílio à entrada ilegal de pessoas no território. Para Leong Veng Chai, a falta de eficácia da comissão deve-se à fraca adesão por parte dos cidadãos. A população, considera, ainda não sabe que pode recorrer a este organismo para apresentar as suas queixas. “Há ainda pouca informação relativamente à comissão que tem como função receber as queixas da população, sendo que a responsabilidade é do Governo”, disse ao HM. Para o deputado, a promoção da comissão por parte do Executivo é “insuficiente”. Leong Veng Chai aponta que a solução para o problema passaria pela representação, dentro do organismo, das várias faixas da sociedade. Um caso de pesar Leonel Alves, presidente da Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança, falou ao Jornal Ou Mun do desgosto que sentiu com os casos de corrupção policial recentemente divulgados, sendo que ressalvou o papel da comissão no que respeita aos esforços postos no desenvolvimento das competências que lhes são associadas. O ainda deputado referiu ainda à mesma fonte que “leva tempo a atingir os objectivos”. De acordo com as declarações de Leonel Alves ao jornal Ou Mun, a detenção dos dois agentes da autoridade é “fruto de influência geral do ambiente económico e da sociedade”. No âmbito da Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança, Leonel Alves contou que, ao longo do tempo, a comissão tem assumido os trabalhos de fiscalização e, além de receber queixas dos cidadãos sobre o pessoal das forças de segurança, tem apostado na divulgação dos relatórios e opiniões referentes à investigação disciplinar. Participar mais O responsável disse ainda que a estrutura da comissão bem como as suas funções já estão em funcionamento há 12 anos, sendo que, apontou, tem mantido a comunicação com as entidades competentes para alargar os poderes da comissão. O objectivo, disse, é garantir a participação nos processos de investigação. O presidente espera ainda que o organismo tenha o direito de estar presente nas audiências. Conseguir isto é, para Leonel Alves “um grande avanço”. O responsável admite, no entanto, que não será fácil, uma vez que a comissão tem um número muito reduzido de funcionários. Leonel Alves frisou ainda que há questões relativas a alterações à estrutura do organismo e à própria legislação. No entanto, e apesar dos diversos obstáculos, afirma que vai continuar a manter contacto com os serviços competentes. Quanto aos trabalhos de combate aos crimes cometidos pelos agentes policiais, Leonel Alves sugere que sejam depositados mais esforços na área da educação e espera que a Comissão possa colaborar com a Escola Superior das Forças de Segurança de Macau na realização de palestras. Foram detidos, no domingo, por suspeita de envolvimento num esquema de entrada e saída de imigrantes ilegais do território, dois agentes, do Departamento de Migração da Polícia de Segurança Pública (PSP). Os agentes, com 29 e 32 anos, terão alegadamente recebido subornos de, pelo menos, 300.000 dólares de Hong Kong, afirmou fonte da PJ. As detenções aconteceram no Posto Fronteiriço do Cotai na madrugada de domingo pela PJ, com a ajuda da PSP, tendo sido também detida uma residente de Macau, de 33 anos, num apartamento na Taipa, por alegado envolvimento no caso, indicou a mesma fonte. Segundo a investigação da PJ, que teve início em Junho, os dois agentes dos Serviços de Migração proporcionariam a entrada ou saída de imigrantes ilegais, de carro, através do Posto Fronteiriço do Cotai quando um deles se encontrasse de serviço. Tal sucedia na sequência de telefonemas de imigrantes ilegais para um dos agentes – apontado pela PJ como cérebro da operação – ou para a mulher suspeita de envolvimento na mesma rede.
Hoje Macau PolíticaEleições | Eilo Yu não prevê grandes mudanças nestas eleições [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] académico da Universidade de Macau (UM) não considera que as eleições do próximo dia 17 de Setembro tragam grandes novidades à composição da Assembleia Legislativa (AL). Eilo Yu não prevê que se registe uma grande diferença em relação ao acto eleitoral de 2013. O docente acrescentou ao Jornal Ou Mun, que não considera que os novos candidatos tenham capacidade suficiente para desafiar as posições já estabelecidas das candidaturas tradicionais. Em relação à saída de alguns deputados com história na AL, o académico diz que estará atento à influência que estas mudanças de elenco no hemiciclo vão trazer à taxa de votação. Apesar do número recorde de comissões de candidatura, que chegaram às 25, com listas que concorrem este ano separadamente, Eilo Yu destaca que praticamente não há caras novas nos boletins de voto. No entanto, a multiplicidade de candidaturas merece a reflexão do académico que considera que a separação das listas pode representar uma maior especialização dos candidatos por vários assuntos específicos. Na visão do docente da UM, esta realidade é também reflexo de uma sociedade cada vez mais detalhada e que escapa aos modelos de candidatura de antigos sufrágios. Eilo Yu é da opinião de que a tradição vale bastante nas eleições de Macau, mas que ainda assim vai haver uma grande concorrência para os últimos três assentos no hemiciclo.
Victor Ng PolíticaAlibaba | Ng Kuok Cheong interpela Governo devido a falta de concurso público O deputado pró-democrata quer saber se a decisão de não se realizar concurso público no acordo que fixa o grupo chinês Alibaba em Macau foi do Chefe do Executivo. Ng Kuok Cheong pergunta ainda que medidas preventivas foram tomadas para evitar derrapagens orçamentais [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om uma influência crescente nas regiões especiais, nomeadamente em Hong Kong, o anúncio do acordo-quadro entre o grupo Alibaba e o Governo de Macau tem levantado algumas suspeitas no território. Em interpelação escrita, Ng Kuok Cheong questiona se a decisão de não se proceder a concurso público para a criação do centro de computação em nuvem e da plataforma de megadados foi uma decisão tomada directamente por Chui Sai On. O pró-democrata demonstrou ainda dúvidas se o processo não estará a extravasar os normais procedimentos administrativos. O deputado teme que a falta de transparência leve a consequências verificadas no passado, nomeadamente no que toca a derrapagens orçamentais e atrasos nas obras públicas. Neste contexto, importa lembrar que na semana passada o Governo anunciou o investimento de 400 milhões de patacas, nos próximos dois anos, na construção do projecto da construção da cidade inteligente. Ng Kuok Cheong deu como exemplo, na interpelação que assinou, os problemas surgidos no âmbito da criação do sistema de metro ligeiro, um caso onde lamenta que ainda não haja data concreta para a conclusão das obras. O deputado recorda ainda que os projectos que envolvem o gasto de dinheiros públicos contornando concursos públicos em aquisições adjudicatárias têm gerado grande apreensão entre os cidadãos. Pouca transparência Em relação ao acordo-quadro celebrado entre o Governo e o gigante chinês Alibaba, o deputado nota que as informações prestadas sobre a construção de um centro de computação em nuvem e a plataforma de megadados foram muito gerais. De forma a dissipar a falta de transparência do processo, Ng Kuok Cheong pede ao Executivo a divulgação da lista de serviços que vão ser adjudicados. O pró-democrata pede ainda os orçamentos para as respectivas despesas onde se incluem obras de construção civil, aquisição de programas informáticos e serviços para a gestão das adjudicações. Este acordo-quadro, que foi assinado no passado dia 4, motivou um coro de críticas de vários quadrantes. Por exemplo, o presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública de Macau, Cheang Chong Fai, mostrou-se insatisfeito com o método adoptado para a celebração do entendimento. Como o projecto envolve o dispêndio de dinheiros públicos, o dirigente associativo considerou que os cidadãos têm direito à informação de quanto e como será gasto. Também neste sentido, Ng Kuok Cheong interpelou o Governo para saber quanto do orçamento relativo à construção do projecto da cidade inteligente irá directamente para o grupo Alibaba. Além disso, o deputado questionou quais as medidas preventivas tomadas pelo Executivo de forma a evitar derrapagens orçamentais.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHong Kong | Associação alerta para quebra na liberdade de imprensa O relatório da Associação de Jornalistas de Hong Kong alerta para uma redução da liberdade de expressão e de imprensa na região vizinha, com o surgimento de novos media online com mais independência. José Carlos Matias, da AIPIM, diz que Macau tem diferentes especificidades [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “Dois sistemas sob cerco – Pequim com maior controlo sobre os media de Hong Kong” e é o mais recente relatório da Associação de Jornalistas de Hong Kong (HKJA, na sigla inglesa) relativo a este ano. As conclusões são demolidoras, com a associação a considerar que “nos últimos 20 anos tem-se registado uma regressão na liberdade de expressão em geral e na liberdade de imprensa mais em particular, apesar das tentativas dos trabalhadores dos meios de comunicação social de lutarem contra esta tendência”. Alertando que esta situação “tem sido exposta em diversos relatórios publicados por observatórios de media”. Na visão da HKJA, “não há dúvidas de que a pressão de Pequim é a principal razão para a erosão da liberdade de imprensa”. “O aumento da pressão é reflexo da mudança da política de Pequim face a Hong Kong nos últimos anos e o facto das tensões entre os dois sistemas terem aumentado”, lê-se ainda. Dados citados no relatório mostram que “oito dos 26 meios de comunicação social estão sob controlo da China ou têm accionistas chineses”. Além disso, “a situação de auto-censura tem vindo a piorar”. Um inquérito realizado pela HKJA, em parceria com a Universidade de Hong Kong, revela que 30 por cento dos jornalistas correspondentes fazem auto-censura. “Um nível semelhante foi revelado em 2006 com um questionário realizado também pela associação, mas é, contudo, uma tendência preocupante”, lê-se no documento. Outros dados mostram que “72 por cento dos jornalistas que responderam ao questionário afirmam que a liberdade de imprensa tem-se deteriorado no último ano, tendo apontado o caso do desaparecimento dos cinco livreiros, no final de 2015, como a maior preocupação”. Diferenças de cá Contactado pelo HM, José Carlos Matias, presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês (AIPIM) lembrou que Hong Kong “tem especificidades advindas da situação política e social que não são exactamente as mesmas de Macau”. “Haverá alguns problemas que são semelhantes e outros que são diferentes relativamente aos obstáculos do trabalho do dia-a-dia”, apontou ainda José Carlos Matias, que defendeu que a dificuldade de acesso às fontes seja um dos problemas mais sentidos. “Naturalmente que o acesso às fontes é um factor que condiciona tudo o que podia ser um exercício mais robusto do jornalismo e da liberdade de imprensa”, disse. O presidente da AIPIM referiu que “muito em breve” será tornado público o relatório sobre o inquérito efectuado pela associação a cerca de 40 jornalistas e que poderá “tornar mais clara a situação” dos media locais. Batalhas online O relatório da HKJA dá ainda conta do surgimento de vários meios de comunicação social nas plataformas online como forma de resposta ao aumento dos constrangimentos nos media tradicionais. Estes “têm surgido como cogumelos” mas enfrentam “duas batalhas”: a “pressão financeira e a política do Governo”, uma vez que não têm o reconhecimento oficial que os outros media têm, nem têm o mesmo acesso à informação, denota o relatório. Também em Macau a situação é bem diferente, pois o surgimento de websites informativos está numa fase embrionária, notou José Carlos Matias. “Aqui ainda existe um modelo um pouco tradicional. Sei que em chinês estão a surgir alguns sites informativos online que começam a ter alguma expressão. Temos alguns meios de audiovisual ou imprensa escrita, e ainda não estamos ao nível de outros territórios e jurisdições. Não existe ainda um enquadramento formal para os meios que funcionam estritamente online”, concluiu. Para a HKJA, o Governo liderado por Carrie Lam deve reconhecer que “os meios de comunicação online fazem um trabalho jornalístico legítimo e que têm igual acesso às instalações governativas e à informação que é transmitida à imprensa”. Pede-se ainda que o Governo de Hong Kong adopte “uma forma mais aberta de lidar com os meios de comunicação social”, pois, nos últimos anos, “tem realizado poucas conferências de imprensa para anunciar grandes políticas”.
Hoje Macau SociedadeFórum Macau | Nove propostas para construção do complexo [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m total de nove propostas de orçamento foram ontem abertas nos serviços de Obras Públicas e Transportes referentes à construção do futuro complexo do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua (Fórum Macau) na zona do lago Nam Van, junto à Assembleia Legislativa. De acordo com a informação divulgada pelo canal de rádio da TDM, as propostas, com valores que variam entre 598 milhões e 1,06 mil milhões de patacas, serão conhecidas até à manhã desta quarta-feira. Só após a análise da comissão técnica haverá a decisão sobre qual a empresa responsável pelo projecto, que deverá ser ainda iniciado este ano. O novo complexo será edificado em dois lotes de terreno com 14 mil metros quadrados, terá uma altura variável entre os 14 e os 21 metros e dois pisos em cave para estacionamento. De acordo com o caderno de encargos, o novo edifício vai albergar todas as plataformas do Fórum Macau incluindo os centros de exposição de produtos dos países de língua portuguesa, de serviços para empresas, de formação e o pavilhão de exposições de relações económicas e da cultura lusófona. A obra deverá estar concluída ainda a tempo de receber a sexta conferência ministerial que deverá ter lugar no final do ano de 2019, quando se celebrarem os 20 anos da transferência da administração de Macau de Portugal para a China.
Victor Ng SociedadeElla Lei destaca a importância da estabilidade nos benefícios do Fundo de Segurança Social [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) realizou ontem um seminário presidido por Ella Lei, que se debruçou sobre a sustentabilidade do sistema de segurança social. O objectivo do seminário organizado pela FAOM foi dar a conhecer aos participantes o passado do sistema de benefícios sociais, assim como lançar uma perspectiva do seu futuro. Em primeiro lugar, Ella Lei destacou que é necessário que o Governo avance com medidas eficazes para tornar a segurança social num mecanismo com estabilidade para se sustentar a longo prazo, de forma a assegurar e apoiar a vida dos residentes reformados de Macau. No que diz respeito ao desenvolvimento do regime de previdência central, a deputada entende que existe ainda um caminho que precisa ser trilhado. No capítulo das insuficiências existentes no regime de segurança social, Ella Lei pegou no exemplo da reversão de direitos para passar a sua mensagem. “As pessoas são autorizadas a obter 30 por cento do fundo com três anos de trabalho e 40 por cento quando completarem quatro anos, mas para quem não tem um emprego estável, ou seja, os trabalhadores que têm o período de trabalho muito curto têm dificuldades no acesso ao regime”, revelou a deputada. Produtos perigosos Neste aspecto, Ella Lei entende que devem ser tomadas medidas que resolvam os problemas oriundos da precariedade laboral, dos trabalhadores que permanecem com um vínculo instável. A representante dos FAOM deu o exemplo dos operários que trabalham nos sectores da construção civil e restauração, que devem ter condições de acesso aos benefícios da segurança social. Numa perspectiva de melhorar o sistema de Macau, a deputada entende que o Governo deve ter em consideração os exemplos das regiões vizinhas, tanto no bom como no mau sentido. Ella Lei mostrou em declarações ao HM alguma preocupação com o depósito do fundo de segurança social uma vez que, no seu entender, os produtos de investimento podem trazer despesas elevadas na administração do fundo. As consequências deste aspecto financeiro podem fazer-se sentir na diminuição dos montantes finais atribuídos aos beneficiários. Para a deputada, este é um dos desafios que a segurança social pode enfrentar no futuro.
Andreia Sofia Silva SociedadePlaneamento Urbanístico | Deputado quer discussão sobre novo posto de gasolina O deputado Leong Veng Chai não está satisfeito com a construção do posto de abastecimento de gasolina à entrada da Taipa e pede que haja uma discussão no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de uma nova bomba de gasolina na estrada Almirante Marques Esparteiro, à entrada da Taipa, continua a não gerar consenso. Depois de vários protestos de residentes, o Governo decidiu mesmo dar o aval ao projecto, mas o deputado Leong Veng Chai considera que o projecto deveria ser alvo de debate por parte dos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU). “O Governo vai ponderar a inclusão dos referidos projectos na lei do planeamento urbanístico e o estabelecimento de regras para que esses projectos possam ser discutidos no CPU e permitir uma maior participação da população?”, questionou em interpelação escrita. Na visão do deputado à Assembleia Legislativa, o debate sobre este assunto é importante porque “em Macau os terrenos são poucos e os habitantes são muitos”, sendo que alguns projectos, “como os postos de gasolina ou as estações de tratamento de águas residuais têm de ficar afastados de zonas residenciais”. Leong Veng Chai considera ainda que é importante tornar público o relatório de impacto ambiental relativo ao projecto de construção. Em Janeiro deste ano, foi notícia um aviso do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) quanto à aprovação das obras. Protestos ignorados Na sua interpelação escrita, o deputado lembra a contestação social que houve nos últimos anos sobre a construção de uma nova bomba de gasolina numa zona residencial. “Em Junho de 2014 o Governo, sem qualquer consulta pública, autorizou a Caltex Oil Macau a construir um posto de abastecimento de gasolina num local de lazer (além de ser uma zona residencial, existe nas imediações um hotel e zonas pedonais).” Além disso, “o referido lote de terreno fica muito perto de uma zona de queima de panchões, que é aberta durante o ano novo lunar”. Portanto, “se o fumo e as chamas chegarem ao posto, as consequências podem ser desastrosas”. A obra chegou a ser suspensa, tendo sido autorizada sem que tenha existido um anúncio oficial sobre o assunto. “Em Junho de 2014 as obras de construção do referido posto de gasolina pararam devido à grande oposição de alguns deputados e moradores da zona. Depois disso o local de lazer não voltou a ser aberto para a utilização dos moradores”, lembrou Leong Veng Chai. As obras decorrem agora a bom ritmo e, segundo anunciou o IACM em Janeiro, exigiram a queda de algumas árvores para a construção do edifício.
Hoje Macau EventosHong Kong | Crystal Liu mostra trabalhos inéditos [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a primeira exposição individual da artista com ascendência de Hong Kong, Crystal Liu. A mostra “In Dreams” foi feita especialmente para o evento a ter lugar na Galerie du Monde na região vizinha. São 17 pinturas inéditas que retratam de forma abstracta o tema da paisagem e que vão estar em exibição de 14 de Setembro a 29 de Outubro. De acordo com a apresentação do evento, “In Dreams” é mais uma exploração levada a cabo pela artista, agora radicada no Canadá, da paisagem enquanto “metáfora das forças intangíveis que dominam o ser humano”. Nas telas estão representados, de forma livre, os vários estados emocionais que acompanham Crystal Liu no processo criativo. “São narrativas de aprisionamento, de disputas, de desejo e optimismos frágeis que se reflectem em montanhas, estrelas, rios e rochas”, lê-se na apresentação da “In Dreams”. A intenção é retratar a complexidade muitas vezes paradoxal da existência, o caminho entre a esperança e a desilusão num misto de paisagem e vida privada da própria artista. O guache e a aguarela são os materiais escolhidos para esta série e “In Dreams” foca-se no reflexo do céu na água, em ambientes nocturnos dentro de um contexto montanhoso. “O reflexo simboliza o espaço imaginário dos sonhos”, lê-se. A Galerie du Monde vai também levar o trabalho de Crystal Liu à China Continental com a participação na Art Shenzhen e na ART021 em Xangai.
Hoje Macau EventosFilme de Pedro Pinho pré-seleccionado pela Academia Europeia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme português “A fábrica de nada”, de Pedro Pinho, está entre os pré-seleccionados para os prémios da Academia Europeia de Cinema, anunciou aquela entidade. “A Fábrica de Nada” é o único filme português na lista de 51 pré-seleccionados, de 31 países, divulgada na página oficial da Academia Europeia de Cinema na Internet. Nas próximas semanas, os cerca de três mil elementos da Academia Europeia de Cinema irão escolher os nomeados nas várias categorias, cujos vencedores serão decididos por um júri constituído por sete pessoas. As nomeações serão anunciadas a 4 de Novembro, no Festival de Cinema Europeu de Sevilha, em Espanha, e os vencedores serão revelados na 30.ª cerimónia dos prémios da Academia Europeia de Cinema a 09 de Dezembro, em Berlim. “A Fábrica de Nada”, que chega às salas portuguesas de cinema a 21 de Setembro, estreou em Maio no Festival de Cannes, onde venceu o Prémio Fipresci, da Federação Internacional de Críticos de Cinema, a que se seguiu o prémio CineVision, em Junho, em Munique, para melhor novo filme. O filme de Pedro Pinho, com três horas de duração, é interpretado por actores e não actores e segue a vida de um grupo de operários que tentam segurar os postos de trabalho, através de uma solução de autogestão colectiva, e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica. Pedro Pinho assina a realização, mas o filme de ficção foi construído em conjunto com Luísa Homem, Leonor Noivo e Tiago Hespanha, a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro “A Fábrica de Nada”, de Judith Herzberg. Sucesso em Cannes Em Cannes, o filme foi considerado também o melhor de todas as secções do festival, de acordo com a soma final dos críticos presentes no evento, sendo só superado pela série televisiva “Twin Peaks”, de David Lynch. “A Fábrica de Nada” teve estreia mundial na Quinzena dos Realizadores, secção paralela do Festival de Cannes. O director artístico da Quinzena dos Realizadores, Edouard Waintrop, destacou “a película pelo “uso de uma variedade incrível de géneros cinematográficos: é praticamente um ‘thriller’ no início, tornando-se íntimo, político, social, fazendo um breve desvio para a comédia musical.” Em Julho, o filme venceu o prémio CineVision do Festival de Cinema de Munique. “O prémio CineVision para melhor novo filme foi para ‘A Fábrica de Nada’, de Pedro Pinho. O júri considerou o filme ‘um drama comovente, um musical peculiar, um documentário preciso, um ensaio desafiador – compre quatro por um com este excelente filme em tempos de turbo capitalismo”, referiu na altura a organização do festival.
Sofia Margarida Mota EventosExposição | Trabalhos locais inspirados no Circuito da Guia São duas as exposições que marcam o primeiro aniversário da Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Circuito da Guia de Macau. Os trabalhos são de artistas locais e pretendem sensibilizar a população para a importância do património [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] o primeiro aniversário da Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Circuito da Guia de Macau (APDCGM) e a data vai ser comemorada com a realização de duas exposições acerca de “O Circuito da Guia como Património Mundial da UNESCO”. “Faz este ano um ano que fundámos a associação e vamos fazer uma pequena celebração com a realização de várias actividades”, disse o presidente da associação, José Estorninho, ao HM. Para o efeito, a associação está a organizar duas exposições colectivas que contam com a participação de artistas locais. Para ter acesso às obras a organização fez o convite a várias entidades de modo a chegar ao maior número de possíveis interessados em expor no evento. As áreas artísticas estão “praticamente todas abrangidas”, diz José Estorninho. “Temos pintura, escultura, fotografia e joalharia, por exemplo”, ilustra o responsável. O objectivo é também “não deixar ninguém de fora e dar oportunidade ao maior número de pessoas de expor o seu trabalho até porque nem todos têm a oportunidade de participar em exposições”, refere. Lugar especial Por outro lado, a associação pretende chamar a atenção para a questão do património, nomeadamente no Circuito da Guia. “A defesa do património local é fundamental e o Circuito da Guia do Grande Prémio é um local que precisa de atenção e preservação” completa José Estorninho. Com o envolvimento de artistas e da comunidade, a associação pretende ainda “apelar e sensibilizar as pessoas para esta causa”. José Estorninho está satisfeito com os trabalhos que têm chegado à associação. “Já recebemos 21 obras, o que podemos considerar um número alargado de artistas a participarem”, afirma. Para o responsável, as obras que vão ser exibidas já representam “uma colecção bastante abrangente e simbólica” que reflecte diferentes manifestações artísticas locais. A primeira exposição tem data de inauguração marcada para o próximo sábado, pelas 18h15, na Galeria do Edifício RITZ, no Largo do Senado. Dadas as limitações de espaço não estarão aqui expostos todos os trabalhos e a 16 do próximo mês é inaugurada a segunda exposição, agora sim, com todas as obras recebidas. O local é a Galeria de Acesso à Fortaleza do Monte. A escolha de dois espaços é também estratégica. Para José Estorninho “estas duas mostras vão dar a possibilidade aos visitantes de conhecer dois espaços diferentes além da própria exposição”. Depois das exposições está já agendada uma palestra no Ritz. O tema será “O Circuito da Guia e o seu Futuro”. “Vamos focar o tema tendo em conta o ponto de vista de profissionais em várias áreas úteis para a matéria”, explica o responsável. A palestra pode ainda dar origem a uma troca de opiniões, sendo que, afirma, “é a primeira palestra do género no território”.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Sanções de Pequim vão custar 1.500 milhões de dólares [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]specialistas consideraram que as sanções impostas pela China à Coreia do Norte vão custar a Pyongyang 1.500 milhões de dólares, mas não deverão travar a ambição nuclear do regime de Kim Jong-un. A suspensão das importações, anunciada este mês pela China em cumprimento do último pacote de sanções decidido pela ONU, vai prejudicar fortemente a economia norte-coreana, mas o regime vai adaptar-se, sublinharam os analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. A China anunciou a suspensão das importações de carvão, ferro, chumbo e produtos do mar da Coreia do Norte, cumprindo o pacote de sanções adoptado pelo Conselho de Segurança da ONU. Em 2016, a China foi o destino de mais de 92% das exportações norte-coreanas. Aqueles produtos constituem quase 60% das vendas norte-coreanas para a China ou 1.500 milhões de dólares só no ano passado. Para Sun Xingjie, especialista em assuntos da Coreia do Norte na Universidade de Jilin, uma grande proporção das receitas procedentes das exportações era destinada a programas militares e famílias de elite do regime norte-coreano. “Desta vez, a proibição da China fará com que Kim sinta pressão”, afirmou. A prazo Membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China votou a favor, no passado dia 6 de agosto, do sétimo pacote de sanções contra a Coreia do Norte, em resposta ao programa nuclear e ensaios com mísseis balísticos realizados por Pyongyang. Justin Hasting, professor de Relações Internacionais da Universidade de Sydney (Austrália), que investiga o comércio entre a China e a Coreia do Norte, disse duvidar que a China aplique com rigor a proibição durante muito tempo. “A China provavelmente vai cumprir a proibição a curto prazo”, mas é provável que “elimine a aplicação rigorosa passado algum tempo”, afirmou Hasting, citado pelo SCMP. A Coreia do Norte “provavelmente será prejudicada a curto prazo, mas a longo prazo, e a menos que a China mude completamente a postura em relação a Pyongyang, é provável que se possa adaptar”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Universidade de Cambridge repõe artigos censurados [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Universidade britânica de Cambridge vai repor mais de 300 artigos politicamente sensíveis, removidos de uma das suas publicações na China a pedido das autoridades locais, anunciou na segunda-feira o editor daqueles conteúdos. Tim Pringle, editor do The China Quarterly, disse à agência noticiosa Associated Press (AP) que a publicação concordou em repor os artigos imediatamente. A decisão surgiu depois de vários académicos terem assinado uma petição para que a editora da universidade recuse compactuar com a censura imposta pelo Governo chinês. “Estou encantado com o apoio da comunidade académica internacional”, afirmou Pringle, citado pela AP. Na sexta-feira, a Cambridge University Press (CUP) afirmou ter cumprido um pedido para bloquear alguns artigos da versão electrónica da publicação The China Quarterly, na China. Os artigos censurados abordam assuntos sensíveis para o regime chinês, como o massacre na praça Tiananmen, em 1989, a Revolução Cultural (1966-76) e a questão do Tibete. “O acesso a material publicado da mais alta qualidade é uma componente essencial da pesquisa académica”, escreveu Pringle na rede de mensagens instantâneas Twitter. “Impedir esse acesso não é o papel de publicações respeitadas mundialmente, como a CUP”, acrescentou. Sob controlo Académicos indicaram que as universidades têm também sido submetidas a um crescente controlo ideológico, incluindo acompanhamento frequente nas salas de aula. Christopher Balding, professor associado de economia na Peking University HSBC Business School, na cidade de Shenzhen, disse ter lançado o abaixo-assinado, para pressionar a CUP e universidades e académicos que interagem com a China, e para que as instituições se revoltem contra a censura oficial. À medida que as instituições de ensino superior chinesas contratam cada vez mais professores estrangeiros, o Governo está preocupado que as universidades percam “adesão ideológica”. A petição apela à CUP para que recuse acatar a censura do Governo chinês, afirmando que académicos e universidades têm o direito de boicotar a instituição e as suas publicações, caso cedam às exigências das autoridades. “O motivo fundamental é simplesmente exercer controlo, tentar impor o que eles pensam como a forma correta de pensar”, disse Balding. De acordo com o texto, que acompanha o abaixo-assinado, os académicos acreditam no intercâmbio livre e aberto de ideias e informação e que é “perturbador que a China esteja a tentar exportar a sua censura em assuntos que não se encaixam na sua narrativa preferida”.