SociedadeDesaparecimento | Funcionário de ONG de Taiwan estará na China Hoje Macau - 27 Mar 201727 Mar 2017 [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m funcionário de Taiwan de uma organização não-governamental que ajudava activistas na China encontra-se desaparecido, receando-se, à semelhança de outros casos, que tenha sido detido pelas forças de segurança chinesas, alertou a Amnistia Internacional (AI). As autoridades de Taiwan tem informação de que Lee Ming-cheh cruzou a fronteira através de Macau no passado dia 19, mas desde então desconhece-se qual é a situação e não há qualquer registo da sua entrada num hotel ou da sua detenção, aponta a AI num comunicado. O taiwanês, que colaborou no passado com o pró-independentista Partido Democrático Progressista de Taiwan, trabalha para uma organização que ajudava grupos civis e activistas na China, se bem que, desta vez, terá viajado para o país para gerir o tratamento médico da sua sogra. “O facto de Lee Ming-cheh ter desaparecido volta a gerar sérias dúvidas sobre a segurança das pessoas que trabalham com a sociedade civil na China”, afirmou o director da AI na região, Nicholas Bequelin. A história que se repete Bequelin pediu às autoridades de Taiwan e da China que informem a família de Lee sobre as diligências que estão a tomar para o encontrar ou que divulguem o seu paradeiro. Até à data, Pequim não fez qualquer declaração sobre o que terá acontecido ao funcionário da organização não-governamental. A mulher de Lee contactou o Gabinete Económico e Cultural de Taipé em Macau, onde lhe confirmaram que tinha abandonado o território. O caso assemelha-se aos de dissidentes, activistas, advogados e outros trabalhadores de organizações não-governamentais que desapareceram, reaparecendo meses depois sob custódia na China. Em muitas destas situações, as pessoas em causa estiveram confinadas em centros de detenção secretos, onde a lei chinesa permite que um cidadão seja mantido até seis meses sem obrigação de informar sobre o seu paradeiro, nem de providenciar contacto com um advogado ou familiares se tal colocar em perigo a segurança do Estado. Grupos de direitos humanos advertiram que esta medida dá lugar a torturas que ficam impunes devido à falta de controlo.