Associação critica “plano conservador” para Cidade Inteligente

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]oi Man Keong, vice-presidente do Centro de Política da Sabedoria Colectiva, considera que o conteúdo sobre a construção de uma Cidade Inteligente no Plano Quinquenal é “vinho velho em garrafas novas”, um plano conservador cujo progresso não é ambicioso o suficiente para progredir.
Em declarações ao Jornal de Cidadão, Loi Man Keong relembrou que a cobertura do Wi-Fi Go, o triple play, o Governo electrónico e a instalação de um Centro de Dados – tudo planos mencionados no Plano Quinquenal – já têm vindo a ser referidos nos últimos anos, sendo o Centro de Dados entre hospitais um projecto de “há três ou quatro” anos. “Agora apresentam-nos novamente neste plano. É algo bastante oportunista”, criticou, lamentando que algumas das propostas não passaram do papel, sendo meros slogans.
Para o responsável, não há muitas dificuldades para Macau se desenvolver como uma Cidade Inteligente, tendo em conta o tamanho pequeno do território. Ainda assim, Loi Man Keong lamenta que muito do conteúdo no plano sejam conceitos fundamentais, que têm vindo a ser referidos mas nunca implementados.
“Com a globalização da economia mundial, Macau está a ser gradualmente marginalizado. Não consegue acompanhar o passo de desenvolvimento, nem mesmo do interior da China”, criticou, exemplificando que o continente concluiu a implementação do triple play (telefone, internet e televisão) já em 2013, quando Macau ainda nem sequer o iniciou.
“Temos autonomia. O Governo deve tomar decisões mais ousadamente. Mas actualmente, decide de acordo com consultas e opiniões públicas, o que faz com que o desenvolvimento da Cidade Inteligente se atrase de forma muito severa.”

12 Out 2016

Imobiliário | Li Keqiang apela a “visão compreensiva” da bolha

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou ontem a uma “visão global e compreensiva” da dívida chinesa e do sector imobiliário do país, numa altura em que várias vozes apelam a Pequim para travar a “bolha” no sector. “Os riscos da dívida chinesa são controláveis e o rácio da dívida do Governo é relativamente baixo, comparado às outras grandes economias do mundo”, afirmou Li. “Já as dívidas dos governos locais constituem sobretudo investimentos com retorno”, acrescentou.
O responsável chinês falava na abertura da 5.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau.
A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico. Segundo um relatório difundido este mês pelo Bank for International Settlements (BIS), entre Janeiro e Março, o desvio do rácio entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 30,1%, o nível mais alto de sempre e bem acima dos 10%, o patamar que “acarreta riscos para o sistema bancário”.
“A procura por imobiliário na China vai continuar a aumentar e o processo de urbanização avançará”, disse Li Keqiang, numa altura em que vários analistas advertem também para uma “bolha” sem paralelo no mercado imobiliário chinês. No mês passado, o Banco da China, a quarta maior instituição financeira do país, apelou a Pequim para que tome medidas que travem o aumento da “bolha” no sector imobiliário.
“São necessárias políticas macroeconómicas urgentes para conseguir um equilíbrio entre a estabilização do crescimento e pôr fim às bolhas nos activos”, assinalou o banco estatal num relatório.
Em entrevista à estação televisiva CNN, Wang Jianlin, o homem mais rico da China, lembrou também que os preços do imobiliário continuam a subir nas grandes cidades chinesas, mas que estão em queda nas restantes, onde várias habitações continuam por vender.
Li Keqiang prometeu “medidas efectivas” para promover um desenvolvimento “estável e saudável” do mercado imobiliário.
“Estamos confiantes e sentimo-nos capazes de alcançar os principais objectivos de desenvolvimento económico e social este ano, e estamos determinados a evitar riscos financeiros sistemáticos e regionais”, disse.
Li referiu ainda medidas como as reformas na administração pública e os incentivos à inovação e novas empresas para ilustrar o grande potencial da economia. “Somos totalmente capazes de manter um ritmo de crescimento económico médio alto e elevar o nosso desenvolvimento para um nível médio alto”, concluiu.
Em 2015, a economia chinesa cresceu 6,9%, o ritmo mais baixo do último quarto de século. Desde o início do século XXI, e até 2011, a economia chinesa cresceu sempre acima dos 8% ao ano e, em 2007, atingiu os 13%. Segunda maior economia do mundo, logo a seguir aos Estados Unidos, a China tem sido o motor da recuperação global nos últimos anos.

12 Out 2016

Escolas com novas medidas em caso de tufão

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]partir de agora, as escolas vão ter novas medidas a adoptar em situação de tempestade tropical, de chuva intensa e em condições meteorológicas adversas. Um despacho ontem publicado em Boletim Oficial, e assinado por Alexis Tam, indica que com sinal 3 de tufão entre as 06h30 e as 9h00 as turmas dos ensinos infantil, primário e especial suspendem actividade. Já o mesmo acontece com as turmas dos ensinos infantil, primário e especial quando o sinal estiver içado entre as 11h30 e as 14h00.
Com sinal 8 ou superior, as turmas de todos os níveis de ensino e do ensino especial suspendem as suas actividades escolares e “mesmo que nesse dia sejam retirados ou substituídos os sinais” estas não são retomadas.
O despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura avança ainda regras para situação de chuva intensa, com os mesmos horários e condições do tufão, e ainda para condições meteorológicas adversas. Nestes casos, sempre que, às 17h30, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos prevejam que no dia seguinte ocorrerá uma situação adversa de frio intenso, com uma temperatura mínima de 3 graus celsius ou inferior ou de calor intenso, com uma temperatura máxima de 38 graus celsius ou superior, as turmas dos ensinos infantil, primário e especial suspendem as suas actividades escolares.
Todos os níveis de ensino deixam de ter aulas se a temperatura mínima for de 0 graus celsius ou inferior ou a temperatura máxima for de 40 graus celsius ou superior. O despacho prevê ainda que as escolas tenham um plano de contingência.

12 Out 2016

Animais | Despacho de Chui Sai On obriga a entrega de certas espécies ao IACM

Em nome do “interesse público”, o Governo proibiu a aquisição e criação de determinadas espécies animais. Para alguns, como algumas raças de cães, há excepções, mas outros têm mesmo de ser entregues ao IACM ou “afastados da RAEM”, mesmo estando em lojas de animais licenciadas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s pessoas que tenham pombos, esquilos, cães da pradaria, piranhas ou serpentes em casa são obrigadas a entregá-los ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) ou a afastá-los da RAEM. O mesmo acontecerá às lojas que vendem estes animais, de acordo com o que ditam as novas regras anexas à Lei de Protecção dos Animais que, desde o final de Setembro, proíbem em Macau algumas espécies, onde se incluem raças de cães como o Mastiff Tibetano.
A proibição entrou em vigor no dia 29 do mês passado, mas só ontem foi dada a conhecer em Boletim Oficial, num despacho assinado por Chui Sai On, Chefe do Executivo. Um dos novos regulamentos aprovados neste diploma dita que é proibida a aquisição, criação, reprodução ou importação de aves de capoeira – onde se incluem patos e pombos –, esquilos, cães da pradaria, piranhas, serpentes, lagartos “agressivos e de grande porte”, répteis e “anfíbios venenosos”. Entre tantos outros animais, como primatas, o regulamento prevê que não haja sequer excepção para quem já tenha adquirido estes animais antes da entrada em vigor deste despacho, nem para as lojas que os vendem.
“O dono de qualquer animal referido [no artigo 3] que o tenha adquirido, criado, reproduzido ou importado à data da entrada em vigor do despacho, deve afastá-lo da RAEM ou entregá-lo ao IACM, no prazo de 60 dias, sob pena da sua perda a favor do IACM”, pode ler-se no documento do BO.

Anexos à lei

A loja de animais local “Animals Club” é uma das licenciadas para a venda de animais exóticos, onde se incluem precisamente alguns destes animais listados, pelo menos no que concerne à listagem geral. Questionada pelo HM, uma das funcionárias do espaço afirmou não saber de nada, ainda que tenha assegurado que iria informar-se.
O HM pediu então mais detalhes ao IACM sobre as consequências para as lojas que vendem este tipo de animais. O organismo explica que vai “visitar” as lojas de animais que vendem estas espécies para “se inteirar que tipo de animais estão a ser vendidos”. Ainda que ressalve ter conhecimento de alguns dos animais, visto que estes têm de fazer quarentena à entrada em Macau, o Instituto confirma que “também as lojas vão ter de se desfazer dos animais que integrem esta lista” no prazo de 60 dias.
O Instituto assegura que nem todos os animais têm de ser entregues, mas da lista fazem parte, por exemplo, os “Sciuridae”, que engloba esquilos comuns e esquilos voadores, que podem ser encontrados à venda em Macau.

Cães esterilizados

As excepções estão apenas abertas a donos de cães que passam, também com este regulamento, a estar proibidos no território. É o caso do famoso Mastiff Tibetano, existente em Macau, do Cão de Fila Brasileiro, Dogue Argentino, Pit Bull Terrier e Tosa Inu e seus híbridos.
Mas também aqui o IACM vai ser chamado a intervir: o dono pode prosseguir com a criação destas raças de cães caso já os tenha adquirido até à data da entrada em vigor deste regulamento, mas estes não só têm de estar registados no IACM, como têm de ser esterilizados até ao final de Março de 2017.
As espécies que sejam para consumo ou que estejam em jardins ou zoos públicos não são contempladas com estes regulamentos, bem como os animais que servem – como permite a lei, ainda que com autorização – para fins científicos.
O despacho de Chui Sai On justifica-se com a Lei de Protecção dos Animais, que entrou em vigor a 1 de Setembro. Um dos artigos do diploma permite a proibições “por motivos de interesse público”, permitindo ao líder do Governo acabar com a aquisição, criação, reprodução ou importação de animais de determinadas raças e declarada a sua perda a favor do IACM, bem como as excepções que, neste caso, são admitidas face aos cães.

12 Out 2016

Síria | Pequim e Moscovo cerram fileiras

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]lguns aspectos da cooperação russo-chinesa na Síria podem ser discutidos pelos líderes dos dois países nas margens da cimeira do BRICS em Goa (Índia), afirmam especialistas russos. A recente declaração do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Li Baodong, sobre o facto dos dois países terem o mesmo ponto de vista a propósito da situação no Afeganistão e na Síria, levantou a “lebre”.
A 10 de Outubro, em Pequim, o diplomata declarou que o presidente chinês Xi Jinping tem planos de realizar um encontro com o seu homólogo russo Vladimir Putin à margem da cimeira do BRICS, durante a qual os dois políticos devem discutir os temas mais importantes da agenda internacional e regional.
Li Baodong destacou também que, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e a Rússia já coordenam as suas posições em questões globais e regionais. Assim, na semana passada, a China votou no Conselho de Segurança duas resoluções sobre a Síria contra o projecto francês, e esse projecto não foi adoptado porque a Rússia usou o seu direito de veto.
Logo após considerar o projecto francês, o Conselho deveria votar no projecto proposto pelo lado russo. Em 9 de Outubro, o documento foi enviado para ser analisado pelo enviado especial da ONU à Síria, Staffan de Mistura. O documento estava relacionado com a retirada dos militantes da Frente al-Nusra de Alepo e com os acordos entre a Rússia e os EUA sobre a Síria. A China apoiou o projecto russo, juntamente com a Venezuela e Egipto, que representa no Conselho de Segurança o Médio Oriente e o Norte de África. Mas a proposta russa não recebeu o número necessário de votos e não foi adoptada, facto que levou o representante permanente da China na ONU, Liu Jieyi, a mostrar-se desapontado.

Posições unânimes e coordenadas

O director do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Pequim, Jia Lieying, disse que a Rússia e a China defendem uma posição coordenada na ONU relativamente à Síria. “O que vemos agora é apenas a continuação da tendência para a apresentação de posições unânimes. A China e Rússia opõem-se de forma unânime à queda do poder político no país, trabalham para garantir que os problemas internos sejam resolvidos, no que diz respeito à situação nesse país e que não haja interferência nos assuntos de qualquer país sob pretexto da defesa dos direitos humanos”, disse o especialista. Ele considera também que o trabalho conjunto russo-chinês ajudará a resolver a crise síria.
Os observadores da situação política na região também chamam a atenção para o facto da China reforçar o seu papel na regularização do problema sírio. O especialista em Médio Oriente Stanislav Tarasov referiu a esse respeito as informações divulgadas pelos media ocidental de que na Síria já estão presentes conselheiros militares chineses: “Claramente, está a ser realizada uma comparação, conciliação e coordenação de acções relativamente à Síria entre a Rússia e a China. Os representantes dos dois países agem em conjunto no Conselho de Segurança da ONU, sem mencionar os diferentes fóruns”, disse.
Tarasov sublinha que os projectos russo-chineses têm a ver com a manutenção da integridade territorial da Síria e, caso isso seja feito, a experiência poderá ser aproveitada noutros países da região como o Iraque, Iémen, Líbia e Afeganistão. Tarasov pensa que a coordenação de posições entre os dois países permite agir na arena internacional de forma mais decisiva.
O especialista russo em questões militares Vladimir Evseev afirma que o líder chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin discutirão entre 15 e 16 de Outubro em Goa os pormenores dos passos conjuntos na Síria. “A China tem interesses multifacetados na Síria. Em primeiro lugar, o reinício da exploração do petróleo, que antes da guerra foi controlada de forma significativa pelo lado chinês. Segundo, é a obtenção de experiência militar. A Síria, de facto, é o único lugar em que a China pode treinar e obter experiência de combate, tanto relativamente à força aérea como às tropas terrestres e sobretudo às forças especiais”, disse. Os interesses chineses na região também incluem o fato de o país se posicionar como centro global de poder, destacou também o especialista russo.

12 Out 2016

SS pagam mais de cinco milhões à CTM

A Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) vai receber mais de cinco milhões de patacas para prestar serviços aos Serviços de Saúde. Um despacho ontem publicado em Boletim Oficial dá conta do pagamento, pela “prestação de serviços de apoio técnico informático” ao organismo. No total, a celebração do contrato com a CTM valeu à empresa 5,64 milhões de patacas, a ser pagos até 2018.

12 Out 2016

BNU autorizado a abrir sucursal na Montanha

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) foi oficialmente autorizado a abrir uma sucursal na Ilha da Montanha. Um despacho de Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças autoriza o banco, já desde dia 28 de Setembro, a estabelecer a sucursal “para exercer as actividades autorizadas na RAEM”.
Já no ano passado, Pedro Cardoso, presidente da Comissão Executiva do banco, tinha dito que pretendia abrir a sucursal em 2016, faltando agora a autorização da parte chinesa. A nova sucursal parte da vontade do banco acompanhar mais de perto os seus clientes e ter uma postura mais activa na promoção dos negócios entre a China que pretendem negociar e os países de língua portuguesa, como disse Cardoso aos média em 2015.

12 Out 2016

Homem alegadamente agredido sem hipótese de recurso

O homem que, em 2007, disse ter sido agredido por seis agentes da PSP viu ser-lhe novamente rejeitado um recurso pelo Tribunal de Segunda Instância. Depois da investigação o Ministério Público, que decidiu o arquivamento do caso considerando que o crime não tinha acontecido, o homem decidiu, em 2012, interpor uma acção judicial por responsabilidade civil no Tribunal Administrativo. Como tinham passado três anos desde o alegado acto, o Tribunal Administrativo recusou o pedido. A vítima recorreu ao Tribunal de Segunda instância, mas o recurso também foi recusado.

12 Out 2016

“Slow Tune”, Livraria | Jeff e Emily, proprietários

Fica perto do Consulado de Portugal e promete oferecer mais do que livros, apesar de ser à volta das palavras que se faz este negócio. Jeff e Emily contam como decidiram apostar no mundo das letras, com um pouco de artes à mistura

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]odemos concordar que Macau é um território que anda a um ritmo muito rápido, sendo certo que são necessários sítios onde possamos gastar o tempo de uma maneira mais lenta. A livraria “Slow Tune”, localizada na Rua do Pato, atrás do Consulado-geral de Portugal em Macau, talvez seja um desses lugares, onde é possível ler livros enquanto se bebe um café ou chá num final de tarde, ou mesmo aos fins-de-semana.
“Gostamos muito de ler livros e quando viajamos para diferentes sítios gostamos muito de passear em livrarias, porque há livros específicos que só se vendem em determinados sítios. E essa é a melhor forma para conhecer as culturas locais”, disse ao HM Emily, esposa de Jeff. Os dois são proprietários da “Slow Tune”. ocios3hm
Por considerarem que Macau não tem uma livraria tão confortável como aquelas que visitaram por esse mundo fora, decidiram criar um espaço semelhante por cá. Mas nem só de literatura se faz esta livraria, que também abrange áreas como a arte, sociedade, cultura, educação ou psicologia.
May, outra das sócias do projecto, disse ao HM que a livraria faz por ter os livros que são difíceis de encontrar no território, para além de desejar partilhar os livros que gosta com os clientes. A “Slow Tune” procura ainda vender e comprar livros em segunda mão.

Sessões diferentes

A livraria tem um espaço reservado para a venda das tradicionais canetas-tinteiros, um dos muitos produtos criativos ali disponíveis. “Conhecemos este tipo de produtos na internet e achámos muito atractivos. Estabelecemos então contacto com os fornecedores porque queremos promover este conceito em Macau”, referiu May. ocios9hm
A loja, de cor branca e azul, até passa despercebida num lugar tradicional onde nem sempre andam muitas pessoas, mas foi aí que os seus proprietários descobriram uma renda mais comportável para os seus bolsos. Estar numa rua mais movimentada seria impossível, mas ainda assim Jeff, Emily e May consideram que a freguesia de São Lázaro é uma zona agradável para ter uma livraria.
Ao fundo situam-se várias mesas e cadeiras onde as pessoas podem ler os livros que escolhem para aquele momento ou mesmo para levar para casa. “Ler livros é um momento individual e num ambiente tão povoado como o de Macau não é fácil encontrar concentração para ler um livro, já que há muitas coisas a causar distracção. Esperamos oferecer esse ambiente ideal para a leitura de livros. Muitos clientes até compram canetas e gostam de praticar a caligrafia aqui. Acredito que essa é uma forma de acalmar o espírito e aproveitar o tempo livre”, adiantou Emily.
Para quem já tem demasiados livros em casa e não quer comprar mais, a “Slow Tune” permite a leitura dessas obras. Para Emily, é uma forma de proteger o meio ambiente, mas considera que vai demorar tempo até que as pessoas se habituem a este novo modelo.
Tanto Jeff, como Emily e May têm os seus trabalhos fora da livraria, pois consideram “impossível” manter o negócio como um trabalho a tempo inteiro. O dono da “Slow Tune”, contudo, não é um novato na arte de abrir negócios, pois já teve uma experiência com uma empresa criada entre Hong Kong e Macau há alguns anos.

Balanço positivo

Inaugurada há dois meses, a livraria tem gerado comentários positivos e tem recebido muitos clientes. “Às vezes os clientes entram na livraria e dizem o que gostam e até sugerem aquilo que pode ser feito de melhor. O intercâmbio com os clientes é interessante, mesmo que não possamos satisfazer todos os seus pedidos”, acrescentou May.
Por se tratar de um espaço onde o tempo passa devagar, a “Slow Tune” tem três gatos, os quais são aceites por quem lá passa e que já são as mascotes do negócio. Os gatos são adoptados e já estavam com Jeff antes deste abrir a livraria.
Para o futuro, a “Slow Tune” pretende realizar workshops de caligrafia, algo que partiu da ideia de vários clientes que gostaram das canetas-tinteiro. “Antes só escrevia quando fazia os trabalhos de casa na escola, mas depois cresci e percebi que o objectivo da escrita é bem diferente. Quem gosta de praticar caligrafia e quer escrever bem palavras e frases pode participar”, rematou Emily.

12 Out 2016

Aquele que não pode ser mencionado 蒙古王铁木真真相

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Khatun (rainha) é uma das palavras que se reveste de maior autoridade e magnificência na língua Mongol. É sinónimo de realeza, de sumptuosidade e de grande força. Se um material for extremamente resistente e não partir, por maior que seja a força aplicada, é designado por khatun. A palavra pode fazer parte de nomes femininos ou masculinos, significando poder e firmeza aliados à graça e à beleza. Devido às qualidades da palavra khatun, os homens recebem frequentemente nomes como Khatun Temur, literalmente ‘Rainha de Aço’, ou Khatun Baatar, “Rainha Heroína’.” – Genghis Khan e a Construção do Mundo Moderno –

Foi um homem tão maligno e sedento de sangue que é impossível escrever o seu nome, mas, acima de tudo, conhecê-lo ajuda-nos a compreender algumas coisas sobre a forma como a História se constrói. Enquanto escritora, é meu dever partilhar convosco a minha última descoberta.

Aqui vai o seu Passaporte Pokemon (sim, sim, encontrei-o):

Língua Utilizada: Inglês
Data de Criação: 31 de Outubro de 2013
Passaporte Pokemon
Nome: Genghis Khan
Tipo: Ser das Trevas
Ataque 1: Assassínio
Invade outras civilizações e destrói-as
Ataque 2: Pilhagem
Saqueia cidades e todos os seus bens

E é por isto que os esforços para suprimir a sua influência continuam, porque a História não se pode repetir.
Por exemplo, a URSS erradicou da sua terra natal, na Mongólia, todos os rastos da sua passagem e proibiu que o seu nome fosse mencionado. Mas hoje venho aqui dizer-vos que quase tudo que sabem sobre ele está errado.
A chave para o sucesso do Império mongol foi a mestria com que lidava com o orgulho. Como é sabido, os Mongóis adoravam os lobos, animal que não se adapta ao circo, como os leões e os tigres. Genghis Khan dizia aos seus maiores guerreiros “se não souberem engolir o orgulho, não podem liderar”.
Genghis Khan aboliu a tortura, defendeu a liberdade religiosa e uniu diferentes tribos. Abominava os privilégios da aristocracia, adorava aprender e foi um pioneiro na defesa dos direitos das mulheres na Mongólia. Genghis era um visionário. O seu império conheceu o primeiro sistema postal, inventou o conceito de imunidade diplomática e chegou a permitir o acesso de mulheres ao seu conselho. Mas acima de tudo, os mongóis destacaram-se pela tolerância religiosa. Foi um homem que se fez a si mesmo e estava à frente de um império acabado de construir com cerca de 18 milhões de quilómetros quadrados, do qual algumas partes se mantiveram ao longo de sete séculos. Sim, é verdade, gostava da guerra, mas nunca em proveito próprio. A sua grande missão era: “Unir todo o mundo num só Império.” E a sua ambição assoberbou-o. Contudo, os mongóis não buscavam honras na guerra. Vencer era o seu objectivo. Após a vitória, focavam-se na construção da paz com igual tenacidade.
O maior conquistador de todos os tempos morreu suavemente, rodeado pelas esposas e pela família.
Ah, é verdade, todos sabemos que o dinheiro em papel foi uma invenção dos chineses (eu sei que vocês não sabem, mas não faz mal). Durante a Dinastia Yuan (1279-1367) – quando o Império Mongol se instalou na China – o dinheiro em papel era o único válido. Na altura em que o neto de Genghis Khan, Kublai Khan, terminou a conquista da China -1260 – e tomou posse do título de Imperador, o dinheiro em papel tinha-se tornado uma característica assente e definitiva da política financeira do governo Mongol. Existem registos, que cobrem um período de noventa e sete anos, onde podemos ver a quantidade de notas emitidas anualmente, durante o reinado de Kublai e dos seus sucessores. A descrição Marco Polo é a mais detalhada.

12 Out 2016

GP Motos | Só André Pires se classifica entre os portugueses para 50ª corrida

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Grande Prémio de Motos de Macau assinala este ano a 50ª edição mas, em ano de festa, a representação portuguesa na corrida de duas rodas mais emblemática do sudeste asiático é a mais pequena dos últimos anos. André Pires será o único motociclista luso à partida na edição deste ano, isto depois de Portugal ter estado representado por dois ou até três motociclistas em edições anteriores.
A presença da representação lusitana está todos os anos pendente do número de convites que as entidades de Macau endereçam à Federação Motociclismo Portugal (FMP). Em Março, o Coronel Armando Vieira Marques, Director-Geral e Membro da Comissão de Velocidade da FMP, tinha afirmado ao HM que gostaria de manter a quota das edições passadas, de dois pilotos, algo que foi impossível.
“Este ano a representação lusa fica apenas a cargo do André Pires pois é único piloto nacional que cumpre com os requisitos impostos pela organização do Grande Prémio de Macau”, esclareceu ao HM o Coronel Armando Vieira Marques.
Pires e Nuno Caetano foram nos dois últimos anos os únicos motociclistas lusos na corrida. Porém, Caetano, que o ano passado se viu privado de participar na corrida do Circuito da Guia devido a uma lesão na clavícula, após se ter qualificado na 30ª posição, anunciou em Fevereiro o abandono das pistas. No regulamento do Grande Prémio de Motos de Macau existe um critério de selecção onde é considerada a experiência em corridas do mesmo estatuto do Grande Prémio em duas provas, nos dois anos anteriores, 2014 e 2015, “principalmente na North West 200 (NW200), na Isle of Man Tourism Trophy (IOM TT) e no Grande Prémio do Ulster (UGP)”.
Sendo assim, após o abandono de Caetano, Pires é actualmente o único motociclista luso com currículo para alinhar na prova do território. “Será uma honra estar novamente no meio de grandes pilotos e numa prova de grande valor histórico como o 50º Grande Prémio de Macau”, escreveu o piloto apoiado pelo município de Vila Pouca de Aguiar na rede social Facebook. “Este ano tenho a oportunidade de ir com a fantástica Bimota BB3 pela Bimota UK”, salientou também Pires, que confirmou ter já “testado em Inglaterra”, considerando que esta é “sem dúvida uma grande mota com acabamentos de classe”.

Robert Huff fora da Guia

A Corrida da Guia 2.0T vai ser mais pobre este ano. Os regulamentos deixaram de fora o piloto recordista de vitórias na prova, Rob Huff, vencedor desta corrida por oito ocasiões, uma delas o ano passado. Huff viu a sua inscrição na prova recusada pela organização.
O ex-campeão do mundo de carros e piloto oficial da Honda no Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) não cumpriu o critério que obriga a que todos os pilotos inscritos na Corrida da Guia 2.0T tenham obtido uma classificação em pelo menos uma prova de carros de turismo com motorizações 2 litros turbo. As viaturas do WTCC usam motores 1.6 litros turbo.
Huff, que nos fins-de-semana do WTCC conduz um Honda Civic TCR para convidados, ficou indignado com a decisão, até porque já tinha contrato com a equipa para correr novamente com um Honda, bilhetes de avião pagos e reservas de hotel. “É muito frustrante e uma situação tonta que eu nunca tinha ouvido antes”, disse Huff ao site anglo-sueco TouringCarTimes.

12 Out 2016

O ensino de português para as Comunidades | A propina

* por Pedro Rupio
luso-descendente nascido na Bélgica, Conselheiro das Comunidades Portuguesas

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á precisamente dois anos, o Partido Comunista Português apresentava uma iniciativa legislativa que visava revogar a propina no Ensino de Português no Estrangeiro (EPE). Esse projecto de lei mereceu o apoio do Partido Socialista, do Bloco de Esquerda e do Partido Ecologista os Verdes na anterior legislatura. Mas não foi o suficiente para garantir a maioria parlamentar e o projecto de lei foi chumbado.
Essa iniciativa visava acabar com uma das medidas mais duras que algum dia se implementou nas Comunidades Portuguesas. A implementação da propina, pelo então Secretário de Estado das Comunidades José Cesário, criou uma nova discriminação entre portugueses de Portugal, que não pagam propina, e portugueses residentes no estrangeiro. E no espaço de um único ano lectivo, observou-se uma redução de 20% do número de alunos na rede do EPE, passando de 54.083 a
45.220. Curiosamente, os alunos estrangeiros não pagam propina.
E assim se reforçou ainda mais a ideia de que há portugueses de primeira e portugueses de segunda
e que estes últimos são tratados de pior forma que os estrangeiros.
Ou talvez não? O PCP voltou a apresentar nesta nova legislatura o projecto de lei n°267/XIII/1.ª “Revoga a propina do Ensino de Português no Estrangeiro”. Se contar com o mesmo apoio parlamentar da última legislatura, o único direito constitucional dirigido aos portugueses residentes no estrangeiro – manter uma ligação com a língua e cultura de origem – será plenamente restabelecido. Haja confiança.

Ensino de português língua estrangeira ou língua materna?

Mas além da propina que veio violentar umas das prerrogativas mais preciosas dos portugueses residentes no estrangeiro, os sucessivos Governos dos últimos 15 anos têm apostado na extinção do ensino de português dirigido às Comunidades. Essa nova estratégia política focaliza-se numa mudança de modelo perfeitamente resumida pelo actual Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas José Luís Carneiro num artigo de opinião quando falou da “necessidade de trabalharmos numa transição gradual do ensino enquanto língua de origem para uma oferta integrada do português”.
Por outras palavras, pretende-se apostar cada vez mais no ensino de português língua estrangeira, dirigido exclusivamente a estrangeiros, em detrimento do ensino de português como língua materna.

Nunca percebi o porquê de tais políticas públicas serem promovidas por um Secretário de Estado das “Comunidades Portuguesas” e não por um Secretário de Estado dos “estrangeiros que querem aprender português”. São objectivos totalmente diferentes, os públicos-alvo são diferentes. Mas teima-se em confundir essas matérias desde que a tutela do ensino de português no estrangeiro passou do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros – Instituto Camões: tudo para os estrangeiros, nada pelos nossos.
Será mais benéfico para Portugal implementar tais políticas? Será mais rentável investir num estrangeiro que num português? Terão essas medidas mais retorno para Portugal a médio-longo prazo? Certo é que os nossos compatriotas residentes no estrangeiro irão afastar-se cada vez mais da língua portuguesa e consequentemente, de Portugal. E todo o potencial existente que faz hoje dos portugueses residentes no estrangeiro verdadeiros aliados de Portugal nas áreas económica, cultural, científica ou ainda política, irá desaparecer irremediavelmente.

12 Out 2016

Fórum Macau | Cabo Verde destaca investimento de David Chow

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]discurso do Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, foi marcado por palavras de humildade e gratidão. Se, por um lado, Cabo Verde é “um pequeno país que sabe que para compensar os constrangimentos da pequenez do mercado interno, tem que ser confiável, eficiente, dotado de capital humano de excelência e orientado para o mercado externo”; por outro, o investimento chinês é bem vindo, reconhecido e já começou com o mais recente projecto de construção de um empreendimento hoteleiro com casino de David Chow.
“Neste sentido, permitam-me uma especial referencia ao investidor David Chow que acreditou, persistiu e investiu no maior projecto turístico em curso em Cabo Verde: o complexo Gamboa Djeu Resort na cidade da Praia”, refere o chefe do Governo.
Em reacção à referência de Correia e Silva, David Chow disse ao HM que “infelizmente na tradução que lhe foi dada a saber este referência não foi citada”. No entanto, não deixa de expressar gratidão mútua na medida em que viu o seu projecto de investimento naquele país ser “muito bem recebido”.
Para David Chow, Cabo Verde tem muitas características a seu favor, desde a abertura do seu povo, às paisagens e localização estratégica. Por outro lado, o arquipélago está em movimento para abraçar o investimento do novo empreendimento. Actualmente, já há uma turma universitária de alunos locais a prepararem-se para o futuro e a fazer, em Macau, a licenciatura em gestão de jogo.
Antecipando a ida de consumidores e turistas da China para Cabo Verde, também há cada vez mais cabo-verdianos no território a estudar mandarim. “Até eu estou agora a aprender mandarim”, continua David Chow, ao mesmo tempo que explica que o bilinguismo é muito importante e que para acompanhar o crescimento da China é necessário saber a sua língua.
A considerar também, para o empresário, é a língua portuguesa presente em Macau e que tem que ser também tida em conta nesta aposta em novos mercados. “Cabo Verde tem tudo para poder vir a ser uma lenda do turismo”, remata David Chow.

Angola | Empresários precisam de “acções de divulgação”

O ministro de Economia de Angola, Abranhão Gourgel, pediu “acções de divulgação” junto dos empresários da plataforma criada em Macau para incentivar a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa. “Reconhecemos a necessidade de adoptar acções para a divulgação da iniciativa ‘uma plataforma, três centros’ no seio da comunidade empresarial dos PLP a fim de incrementar o nível de cooperação comercial entre a China e os países que falam português”, afirmou, em Macau, na cerimónia de abertura da V Conferência Ministerial do Fórum Macau. Para Abranhão Gourgel, que chefiou a delegação de Angola enviada a esta reunião, o Fórum Macau é já “um importante mecanismo de cooperação económica e comercial entre a China e os PLP, aproveitando as potencialidades e vantagens dos países participantes”.

Brasil | Governo golpista quer “acções concretas”

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, Marcos Pereira, instou a China e os países de língua portuguesa a transformarem intenções em acções concretas. “Não percamos a oportunidade de transformar intenções em acções concretas. Este é, portanto, o momento de engajamento de todos nós, espero podermos criar condições que possibilitem mais comércio, mais investimento entre nós, assim como mais cooperação entre todos os nossos países, gerando emprego e renda [receita]”, disse. Marcos Pereira lançou o apelo após destacar a assinatura do plano de acção 2017-2019, saído da conferência, e do memorando de entendimento com a China no sector de serviços, o primeiro documento assinado entre o Brasil e o seu principal parceiro comercial depois da confirmação do governo golpista de Michel Temer. Marcos Pereira dedicou a grande parte da sua intervenção ao “momento especial”, pós-golpe, que o Brasil atravessa: “Temos consciência do tamanho e do peso da responsabilidade que nós carregamos mas também estou convicto de que o momento é de esperança e de retomada da confiança no Brasil. O caminho que temos pela frente é desafiador, mas conforta saber que o pior já passou”. “Superamos a crise política e estamo-nos esforçando para fazer a roda da economia girar”, disse o ministro, defendendo que, em pouco mais de cinco meses, o presidente golpista, tem demonstrado um compromisso “notório e corajoso com as medidas necessárias à criação de um ambiente económico mais favorável aos negócios”.

Guiné-Bissau | Remediar impacto negativo da crise política

O primeiro-ministro guineense reconheceu que a situação política e social na Guiné-Bissau tem dificultado a concretização de projectos de cooperação com a China e outros países lusófonos, mas defendeu também “ajustamentos” nestas relações. “Embora o ambiente sociopolítico difícil do meu país não tenha favorecido a implementação das nossas políticas de desenvolvimento, assim como dos compromisso por nós assumidos, o Governo da Guiné-Bissau sempre soube reconhecer a importância do Fórum Macau”, disse Baciro Djá. “Não deixamos porém de realçar as necessidades de ajustamento, face a novas realidades do mundo”, acrescentou ainda, manifestando a disponibilidade da Guiné-Bissau para uma maior abertura, de forma a serem consolidados “os ganhos até aqui conseguidos”.

Moçambique | À espera de um “novo ímpeto”

O primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, afirmou acreditar que a futura Confederação dos Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa vai dar “um novo ímpeto” às relações sino-lusófonas. O estabelecimento da Confederação dos Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa, cujo secretariado vai ficar em Macau, foi uma das medidas anunciadas ontem pelo primeiro-ministro da China, Li Keqiang, durante a V Conferência Ministerial do Fórum Macau. “Os resultados alcançados neste Fórum encorajam-nos a continuar focalizados nas áreas que contribuem para o desenvolvimento económico do nosso país, sendo deveras crucial a contribuição activa do sector empresarial neste processo”, destacou Carlos Agostinho do Rosário, manifestando a sua “convicção” de que a criação da confederação de empresários dará “um novo ímpeto” à interacção entre os homens e mulheres de negócios da China e dos países de língua portuguesa.

Timor-Leste | “Pronto” para acolher investimentos

O ministro da Agricultura e Pescas de Timor-Leste afirmou que o país está “pronto” para acolher e facilitar investimentos dos membros do Fórum Macau. “Participamos nesta quinta conferência [ministerial] do Fórum de Macau com a mensagem de que Timor-Leste está pronto para acolher e facilitar investimentos de todos os países membros deste Fórum. Estamos prontos para apoiar e facilitar negócios de todas as regiões onde estamos inseridos tanto com a ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático], como com os demais países do Pacífico Sul”, afirmou Estanislau da Silva, durante o seu discurso, na cerimónia inaugural. O Fórum Macau constitui “um espaço sublime de convergência de vontades e articulação de vias para o aprofundamento e reforço de relações económicas e comerciais entre os nove países da CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] e a China, tendo Macau como plataforma da dinâmica empresarial que desejamos incrementar”, defendeu, disponibilizando-se para “apoiar e ajudar a reforçar a posição de Macau como plataforma económica e comercial entre a nossa Comunidade e a China”. “Perfilham já importantes projectos cuja construção terá início dentro em breve e muito gostaríamos de poder contar, também, com projectos da China e dos Países de Língua Portuguesa”, disse o ministro da Agricultura e Pescas.

12 Out 2016

Relatório | EUA pedem a Macau calendário para sufrágio universal

O último relatório do Congresso norte-americano sobre Macau não difere em muito do que tem vindo a ser defendidos pelos EUA: a RAEM precisa de sufrágio universal, dizem os americanos, e mais liberdade de imprensa e manifestação. O Governo acusa os EUA de irresponsabilidade e de não saberem o que dizem

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]em progressos. É assim que o Congresso norte-americano vê a política de Macau no caminho para o sufrágio universal. No último relatório anual da Comissão Executiva do organismo, as autoridades americanas voltam a recomendar que seja feita pressão para reformas eleitorais, tanto em Macau, como em Hong Kong e que seja definido um calendário para tal.
“Durante o ano de 2016, a Comissão não observou quaisquer progressos em Macau no que concerne à implementação de um sistema eleitoral baseado no sufrágio universal e igualitário”, começa por dizer o relatório, relembrando que no território é passível a aplicabilidade da Convenção Internacional dos Direitos Políticos, que prevê isto, e que também a ONU já o recomendou a Macau.
O Congresso norte-americano reconhece que a Assembleia Legislativa aprovou na generalidade a revisão à Lei Eleitoral, em Agosto, mas aponta que tal não altera em nada a composição da AL ou sequer os métodos para a eleição do Chefe do Executivo, actualmente escolhido por um grupo de 400 pessoas.

“Infundados e irresponsáveis”

No rol de acusações, segue ainda o que o Congresso diz ser a falta de liberdade – de imprensa e de manifestação.
“Diversas organizações políticas acusam o Governo de Macau de restringir os seus direitos de reunião, depois das autoridades terem bloqueado demonstrações perto de edifícios governamentais”, acusam ainda os EUA, dando como exemplo o caso de Scott Chiang, número um da Associação Novo Macau acusado por “desobediência civil” pelo protesto contra a doação da Fundação Macau à Universidade de Jinan, que ajudou a organizar.
Devido ao mesmo caso, o documento cita ainda um comunicado da Associação de Jornalistas de Macau – que inclui apenas imprensa chinesa – para dizer que “os média reportaram situações de auto-censura sob a pressão das autoridades chinesas”, com a Associação a dizer mesmo que “este foi o mais recente incidente de censura, manipulação política e de opinião pública e de interferência nos média desde as reformas políticas de Macau, em 2012”.
Com nota positiva está o combate ao financiamento ao terrorismo e o facto de Macau ter deixado cair, pelo menos para já, o acordo de entrega de infractores em fuga com Hong Kong e China, que motivou “preocupações” de advogados e activistas.
O relatório termina com recomendações ao governo dos Estados Unidos e aos congressistas para que estes instem o Governo a “definir um calendário para a realização de eleições para o Chefe do Executivo e para a Assembleia Legislativa por sufrágio universal”. E deixa ainda um alerta sobre a questão da extradição, que virá a ser discutida no futuro.
“O Congresso norte-americano insta os governos da China, Hong Kong e Macau a garantirem os direitos e protecções para fugitivos e criminosos ao abrigo dos propostos acordos de extradição” e Macau e Hong Kong a “especificamente proibirem a extradição para a China de indivíduos com probabilidade de ser sujeitos a detenções políticas ou religiosas”.
O Governo já respondeu ao relatório através de um comunicado onde diz que os EUA tecem “declarações irresponsáveis” sobre a RAEM.
“[O relatório] ignora factos, tece declarações irresponsáveis sobre a RAEM e profere acusações infundadas contra a mesma. O Governo repudia terminantemente o relatório, frisando que Macau pertence à República Popular da China e que nenhum país estrangeiro tem o direito de ingerência nos seus assuntos internos”, frisa, enquanto assegura que “desde o regresso de Macau à pátria, a RAEM desenvolveu-se e registou resultados notórios”.

11 Out 2016

China elege embaixadores para Marte

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ex-jogador da Liga norte-americana de basquetebol (NBA) Yao Ming e outras dez celebridades chinesas foram eleitas “embaixadores em Marte” pelo programa espacial chinês, que quer enviar uma nave tripulada àquele planeta no verão de 2020.
Segundo a agência oficial Xinhua, além de Yao, que jogava nos Houston Rockets, os outros famosos chineses, escolhidos para promover as ambições espaciais do país asiático, incluem a treinadora da equipa nacional de voleibol feminino Lang Ping ou o compositor Tan Dun.
É a primeira vez que a China escolhe caras conhecidas para representar o seu programa espacial, dois meses depois de ter anunciado que planeia enviar uma primeira nave não tripulada a Marte, no verão de 2020.
A Xinhua destacou que a escolha destes “embaixadores” para o programa espacial chinês – que leva a cabo missões na Lua e está a desenvolver uma estação espacial permanente – incentivarão os jovens a estudar ciência e tecnologia e promoverá a imagem da China.
Em agosto passado, o país asiático lançou o primeiro satélite de telecomunicação quântica do mundo e, no início do ano, anunciou que, em 2018, quer tornar-se o primeiro país a aterrar uma sonda no lado mais afastado da Lua.
Pequim está a investir milhares de milhões no programa espacial, para acompanhar os programas norte-americanos e europeus, mas já foi suplantado na corrida a Marte pela vizinha Índia, que colocou uma sonda na órbita do “planeta vermelho” em Setembro de 2014. A primeira missão chinesa a Marte partirá da base espacial de Wenchang, na ilha de Hainan, extremo sul do país.

11 Out 2016

Fórum Macau | Começa hoje a conferência com “mais alto nível de sempre”

Nada menos que cinco primeiros-ministros estarão na V Conferência Ministerial do Fórum Macau, o que para Xu Yingzhen, secretária-geral, faz dela o encontro com “mais alto nível de sempre”

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]hoje a cerimónia inaugural da quinta edição da conferência ministerial do Fórum Macau, onde se irá decidir as medidas a adoptar nos próximos três anos em matéria de cooperação económica entre a China e os países falantes de português. O facto desta edição do Fórum, que decorre até quinta-feira, contar com cinco primeiros-ministros, incluindo de Portugal, significa, para Xu Yingzhen, que a V Conferência Ministerial é a que tem “mais alto nível” de sempre.
“Significa que o Fórum está a obter cada vez mais importância dos países que o integram”, considerou Xu Yingzhen, que falou, na sexta-feira, à margem da reunião de “funcionários de alto nível” dos países que fazem parte do Fórum Macau. A reunião visou preparar os trabalhos da quinta conferência ministerial do fórum, antes da chegada a Macau dos representantes políticos que vão chefiar as delegações de cada país.
Xu Yingzhen disse que o plano de acção para 2017-2019 foi discutido na reunião de hoje, mas não deu detalhes sobre o conteúdo, por ainda não estar fechado e depender da aprovação dos ministros e primeiros-ministros. Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e China estarão representados pelos respectivos primeiros-ministros na conferência de 11 e 12 de Outubro. Já Angola, Brasil e Timor-Leste estarão representados por ministros.
As acções a adoptar para os próximos três anos deverão abranger as áreas de cooperação a nível governamental, das trocas comerciais e do investimento, como até agora, mas haverá ainda uma tentativa de abrir a novos campos, relacionados com o mar, por exemplo.
Xu Yingzhen considerou que após mais de uma década de funcionamento do Fórum Macau as relações entre a China e os países de língua portuguesa têm já uma “base sólida” e que o objectivo agora é consolidar a cooperação, procurando “as vantagens” de cada país e apoiar, por exemplo, a capacidade produtiva de alguns deles.
A abertura da quinta conferência ministerial do Fórum Macau deverá contar com a presença de cerca de mil pessoas, sendo que 500 jornalistas estão registados para a cobertura do evento. Serão assinados vários memorandos de entendimento e cooperação, mas os detalhes não foram, até agora, divulgados pela secretária-geral.
A semana passada Xu Yingzhen afirmou que o futuro da cooperação entre a China e os países lusófonos passa por uma aposta maior no investimento e no incremento das parcerias com privados. Isto num momento de abrandamento no que toca ao comércio entre a China e os países lusófonos, que caiu 25,75% no ano passado.

Chega de trocar cartões

Fernando Ilhéu diz que é tempo do Fórum Macau fazer mais
“O Fórum Macau pode fazer mais: perdeu muito tempo na parte de encenação e de eventos, de trocar cartões, e é preciso passar à fase de conhecimento mais profundo das vantagens e desvantagens que estes países [de língua portuguesa] têm, e o que podem ter de projectos de desenvolvimento e onde é que a China pode entrar”, disse à Lusa a professora do Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa.
A coordenadora do ChinaLogus – Business Knowledge & Relationship with China, Fernanda Ilhéu, considerou que o Fórum Macau “pode fazer mais” e que esta entidade precisa “de menos evento e mais conhecimento”. O relacionamento entre a China e os países de língua portuguesa, potenciado pelo Fórum Macau, “tem de ser visto não só numa perspectiva meramente comercial, mas numa perspectiva de longo prazo e de investimentos em projectos de desenvolvimento”, vincou a professora.
“O Fórum Macau tem de entrar na parte da investigação, promoção do conhecimento e maior ligação ao mundo empresarial”, disse Fernanda Ilhéu. Esta defende que o Fórum Macau precisa de “menos evento e mais conhecimento”.

Startups | Secretário de Estado quer “reactivar” papel de Macau

João Vasconcelos, Secretário de Estado da Indústria de Portugal, referiu, segundo a Rádio Macau, que Macau deve ver reforçado o seu papel de plataforma entre a China e Portugal, onde as startups podem ter um papel fundamental. “Macau deveria reforçar o seu papel de entreposto entre a China e Portugal, entre a Europa e a Ásia. Decidimos faze-lo através da nova economia, a economia do futuro. Este é o primeiro de vários eventos que queremos realizar. Começámos pelas startups, pelas jovens empresas de base tecnológica e científica, porque são uma oportunidade para os governos de Portugal e da República Popular da China”, afirmou João Vasconcelos.
O Fórum Macau Startup, que conta com a presença do primeiro-ministro português António Costa, decorre esta quarta-feira. Este evento “honra a história que Portugal tem com a China e a história de Macau”, defendeu João Vasconcelos. “É um evento que vem provar novamente o papel fundamental que Macau pode ter na relação entre os dois povos. Acho que é um papel que está a merecer ser reactivado, também nesta nova economia, do mundo tecnológico e científico”.

Portugal | Um parceiro para a África e América Latina

O embaixador de Portugal na China, Jorge Torres-Pereira, defendeu a “grande vantagem” do Fórum Macau, como uma forma de transmitir aos chineses a ideia de que Portugal pode ser um parceiro na América Latina e África. “O Fórum Macau tem para mim a grande vantagem de reforçar a narrativa que nós transmitimos aos chineses, de que temos um relacionamento privilegiado com as geografias onde se fala português”, disse Torres-Pereira à Lusa.
“Quando lidam connosco, não estão apenas a lidar com Portugal e com o território europeu. Podemos ser parceiros de empresas chinesas em projectos na América Latina ou em África”, acrescentou. O diplomata citou a cooperação entre a EDP e a China Three Gorges (CTG), como “exemplo de sucesso” da parceria luso-chinesa em países terceiros. A CTG tornou-se, entretanto, a segunda maior geradora de energia com capital privado no Brasil e tem projectos conjuntos com a EDP em vários países da Europa. “Isto reforça a nossa atractividade para os chineses”, explicou o embaixador português.

Moçambique | Consulado de Macau lança portal

O Consulado-Geral da República de Moçambique na RAEM lançou ontem uma página da internet. Em www.mozconsulate-macau.org.mo pode encontrar informação relacionada com a emissão de documentos, nomeadamente vistos, e com as principais leis do país, indica um comunicado do Consulado. O portal incluiu ainda informação económica e imagens fotográficas de Moçambique. O lançamento do portal coincide com a presença em Macau do Primeiro-Ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, que chefia a delegação de Moçambique para o Fórum Macau.
“O portal pretende dar resposta às crescentes exigências que resultam da dinâmica geral da cooperação com a China e em particular com a RAEM enquanto plataforma para a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, no que diz respeito à dinamização das actividades comerciais, de investimento e no âmbito cultural”, pode ler-se no comunicado, que acrescenta que “Moçambique dispõe de recursos importantes que podem agregar o interesse das entidades chinesas e de Macau”. “Queremos convidar o sector empresarial de Macau e da China em geral a investir em Moçambique podendo para esse efeito contar com a colaboração do Consulado Geral de Moçambique.”

Cabo Verde | O tempo das parcerias

Depois de mais de quatro décadas de “cooperação clássica” com a China, Cabo Verde procura alterar o paradigma de relacionamento e apostar em parcerias empresariais para captar mais investimento privado chinês para o arquipélago. Será essa a abordagem que a delegação cabo-verdiana, liderada pelo primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, levará para a V Conferência Ministerial do Fórum Macau. O ministro da Economia de Cabo Verde, José Gonçalves, explicou aos jornalistas, na cidade da Praia, que a delegação vai procurar fazer avançar alguns projectos sobre os quais existem já memorandos de entendimento com a China, apostando numa abordagem que privilegie as parcerias empresariais. “Começamos a passar daquela relação, que já foi muito importante e bem consolidada, a nível de cooperação e agora vamos para parcerias”, disse José Gonçalves.
“É uma abordagem não só com a China mas também com outros países. Cabo Verde chegou a um patamar ao ser graduado a país de rendimento médio e é expectável, da parte dos parceiros, que venha a assumir essas responsabilidades de parcerias mais a nível empresarial do que da cooperação clássica”, sublinhou o ministro. Um dos projectos que Cabo Verde pretende impulsionar durante a conferência é o programa “Cidade Segura”, uma parceria a desenvolver com a empresa de comunicações Huawei, e que visa dotar a Praia, São Vicente, Sal e Boavista com sistemas de telecomunicações e videovigilância com vista ao reforço da segurança. José Gonçalves explicou que o memorando de entendimento sobre o programa foi assinado em Setembro, durante uma visita à China, e que o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha irá começar agora a programação das “actividades nesta área para chegar a um acordo de financiamento”.
De acordo com o ministro, o programa “Cidade Segura”, cujo investimento estimado não foi avançado, visa em especial a vertente do turismo. “É muito importante que os turistas venham a Cabo Verde com a expectativa de ter um destino seguro. Vamos ter que investir e proteger o nosso destino”, sublinhou. Cabo Verde irá ainda procurar dar um impulso a projectos na área das alfândegas, pescas e crédito às pequenas e médias empresas. A delegação de 12 empresários cabo-verdianos que integram a missão irá apostar no estabelecimento de parcerias com empresas congéneres da China e dos restantes países do espaço lusófono presentes no Fórum.

Guiné-Bissau | Perspectivas “positivas”

As relações entre a Guiné-Bissau e a China estão de boa saúde e “as perspectivas são positivas”, antecipou o ministro das Obras Públicas guineense à agência Lusa, antes de partir para uma conferência ministerial do Fórum Macau. Ao mesmo tempo que mantém abertura total à iniciativa chinesa, o governo da Guiné-Bissau vai procurar recursos para construir 145 quilómetros de estradas alcatroadas na região sul, “o celeiro do país”, referiu Malam Banjai.
O executivo leva ainda em carteira, no domínio das acessibilidades, um projecto para construção de uma ponte sobre o rio Cacheu até à cidade de Farim (norte do país) e a extensão da avenida do aeroporto de Bissau até Safim (arredores da capital) — obra cuja execução pela China poderá ser anunciada em breve, acrescentou. Outros projectos dizem respeito à construção de mil fogos de habitação social, 500 na capital e o resto espalhado pelo país, além de se procurarem parcerias com a China no âmbito da reforma dos sectores da defesa e segurança, indicou ainda o governante.
A China foi um dos primeiros aliados da luta guineense pela independência, na década de 1960, e já tem uma extensa lista de obras públicas realizadas no país, pelo que as empresas chinesas gozam de uma “abertura total” em solo guineense, ajustada caso a caso, referiu Malam Banjai. “A abertura é natural para com o governo e empresas chinesas, no sentido de uma parceria mutuamente vantajosa” com o Estado guineense. “Têm portas abertas para eleger os sectores de intervenção e nessa altura negoceiam-se as modalidades para se levar os projectos à prática”, acrescentou.
Intervenções em sectores como o abate de madeira ou pescas “devem ser regulamentados” com especial atenção por serem “património de todo o povo”, destacou, realçando sempre a dívida de gratidão da Guiné-Bissau. Quando um país é aliado desde a luta pela independência, “isso não se paga com fosfato, madeira ou pescas”, disse Malam Banjai, afirmando que a “cooperação com a China é algo que não tem preço e é histórico”.
Entre as principais obras da China na Guiné-Bissau encontram-se o edifício da Assembleia Nacional Popular, o Estádio Nacional de futebol e atletismo, o Hospital Militar de Bissau, a Escola Nacional de Saúde, o Palácio do Governo e o Palácio da Justiça, inaugurado este ano.

11 Out 2016

Alibaba anuncia parceria com empresa de Steven Spielberg

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]bilionário chinês Jack Ma, fundador do gigante de comércio electrónico Alibaba, anunciou ontem uma parceria com o realizador Steven Spielberg, para a produção e distribuição de filmes, na mais recente investida chinesa em Hollywood. A Alibaba Pictures, uma subsidiária do grupo Alibaba, comprou uma posição minoritária na Amblin Partners, empresa de criação de conteúdo para cinema, que inclui os estúdios DreamWorks e é detida por Spielberg. O negócio permitirá às empresas co-financiar e co-produzir filmes para as audiências chinesa e estrangeira, detalhou o Alibaba em comunicado. A subsidiária do Alibaba terá também um lugar no conselho de administração da Amblin. Os valores do negócio não foram revelados.
Numa conferência de imprensa em Pequim, este domingo, Spielberg disse que a parceria vai permitir “trazer mais da China para os Estados Unidos da América e levar mais dos EUA para a China”, refere o comunicado. Jack Ma observou que, apesar dos EUA e China “terem diferenças culturais”, a empresa vai “focar em histórias humanas e servir de ponte entre os dois países”.
A parceria permitirá à Amblin colocar os seus filmes nas plataformas ‘online’ de transmissão de vídeo do grupo Alibaba, como o Youku Toudu, o Youtube chinês.
Trata-se do mais recente negócio com capital chinês em Hollywood, num fluxo iniciado pelo grupo Wanda. Em 2012, o Wanda adquiriu a empresa norte-americana AMC Entertainment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos EUA e da britânica Odeon & UCI Cinemas, presente no mercado português, onde é o segundo maior distribuidor.
No início do ano, anunciou a compra da Legendary Entertainment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares.
A importação de filmes, na China, é monopólio do Estado e está sujeita a cotas. Normalmente, o país mais populoso do mundo importa apenas 34 filmes por ano, a maioria dos quais norte-americanos. Para contornar aquela restrição, os estúdios de Hollywood têm procurado parcerias com empresas locais. “Existe muito dinheiro chinês a entrar em Hollywood e muita gente propõe-nos parcerias”, disse a presidente do Alibaba Pictures, numa entrevista publicada no site da empresa.
As salas de cinema na China bateram, em 2015, um novo recorde ao superar 40.000 milhões de yuans, um aumento superior a 48%, em comparação com o ano anterior.

11 Out 2016

Carros ‘Made in China’ invadem mercado americano

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois de uma vida a comprar carros produzidos nos Estados Unidos, em Agosto, Greg Shafer saiu de uma loja de Columbus, no Estado de Ohio, ao volante de um Buick Envision. O seu novo veículo, de US$ 40 mil, é um dos primeiros modelos produzidos na China a ser vendido nos EUA. Shafer, de 53 anos, achou que a origem do carro desportivo não era um problema porque “quando o diriges e experimentas todos os recursos, está longe de parecer um automóvel chinês”.
A crescente dependência da indústria automobilística dos EUA de fábricas mexicanas tornou-se num tópico importante na campanha presidencial deste ano. Enquanto isso, clientes como Shafer dão um impulso à estratégia da General Motors Co. de produzir carros na China. A maior montadora dos EUA em vendas começou a oferecer o Buick Envision chinês nas suas revendedoras da América do Norte no fim do primeiro semestre, importando um número relativamente pequeno de veículos para impulsionar a marca Buick. Agora, os revendedores estão a pedir mais carros porque dizem que a maioria dos seus clientes não se importa com o local em que eles são fabricados.
“Tem tido muito pouca rejeição”, diz Chris Haydocy, sócio da concessionária Haydocy Buick GMC, onde Shafer comprou seu novo automóvel. “A maioria das pessoas reconhece que o mundo agora é plano.”
Escolher modelos importados da Ásia, como Coreia do Sul e Japão, já é uma rotina para compradores de automóveis nos EUA, e muito do desdém inicial a esses produtos desapareceu à medida que os veículos importados se tornaram a norma. Os planos da Ford Motor Co. de investir US$ 1,6 mil milhões numa nova fábrica de carros no México tornou-se um símbolo da exportação de empregos da indústria americana nos debates eleitorais. A participação do México na produção da América do Norte dobrou nos últimos 10 anos, para 20%, com a maior parte da produção destinada aos EUA.
O rótulo “made in China” é novo para as montadoras americanas e traz receios em relação à qualidade. Carros com mau acabamento e componentes ultrapassados foram exibidos pelas montadoras chinesas em salões de automóveis nos EUA durante anos, mas nunca foram disponibilizados para venda.
A crescente reputação da China de fabricar produtos de consumo de alta qualidade como o iPhone, da Apple Inc., tornou mais aceitável para os consumidores americanos a ideia de carros feitos no país, diz Michael Dunne, consultor de estratégia e investimentos da Dunne Automotive Ltd., de Hong Kong.
A decisão da GM de importar o Envision, revelada no ano passado, irritou os trabalhadores das montadoras nos EUA. O sindicato do sector considerou-a “uma bofetada na cara dos contribuintes americanos”, que apoiaram financeiramente a GM no resgate do governo ao sector automóvel.
A GM afirmou que a estratégia faz sentido porque a linha de produção americana do Buick, que é uma das principais marcas em vendas na China, não conseguiu responder à procura nos EUA quando os preços baixos da gasolina tornaram os carros desportivos atraentes de novo para os americanos. Com ampla capacidade para produzir o Envision na fábrica da província chinesa de Shandong, os executivos decidiram fabricar dezenas de milhares de unidades lá e enviá-las para os EUA.
“Esta é a vantagem de ter uma forte presença nos dois maiores mercados do mundo”, diz o director da GM na América do Norte, Alan Batey. “Não teríamos como fazer isto [nos EUA] se a China não tivesse produzido o veículo.”
A Volvo Car Corp., de propriedade da chinesa Zhejiang Geely Holding Group, começou a enviar, no ano passado, um pequeno número do sedã S60 fabricados na China para os EUA.
No mercado americano, a Buick mal se posiciona entre as 20 principais marcas de carro em volume de vendas. A marca é robusta na China, contudo, onde suas vendas anuais são quatro vezes maiores que nos EUA e mais que o dobro do volume vendido pela Chevrolet no país.
O Envision é produzido pela Shanghai GM, joint-venture com a SAIC Motor Corp., mas foi projectado e desenvolvido pela GM numa fábrica perto de Detroit. O Envision tornou-se rapidamente num dos principais modelos da Buick na China, à medida que os compradores passram dos sedãs e das carrinhas para os carros desportivos. A GM vendeu cerca de 150 mil Envisions no ano passado — o primeiro ano completo da marca no mercado — e deve ultrapassar 200 mil este ano. A GM está a vender mais de 1500 Envisions por mês nos EUA hoje.

11 Out 2016

Novas medidas para facilitar investimento privado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo chinês anunciou no domingo novas medidas para facilitar o investimento privado, que será incentivado em sectores como a saúde, educação, cultura e desporto.
As medidas foram adoptadas na reunião do Conselho de Estado (Governo) de sábado, presidida pelo primeiro-ministro Li Keqiang, e de cujas conclusões informa o Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista chinês.
Segundo o jornal, Li disse que a China tem de simplificar os procedimentos para pôr em marcha novos projectos de investimento. Por outro lado, afirmou que serão incentivados os investimentos privados, que caíram este ano, e que serão adoptadas medidas para criar um ambiente de negócios mais igualitário para empresas nacionais e estrangeiras, dando continuidade a uma reforma legislativa aprovada no mês passado e que eliminou parcialmente a obrigatoriedade da análise e aprovação administrativa prévia para o estabelecimento de empresas não chinesas no país.
O Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China aprovou também alterações a quatro leis que regulam a entrada de investimento estrangeiro no país e que facilitam o processo em determinadas áreas de negócio.
Segundo os cálculos das autoridades chinesas, estas mudanças eliminam cerca de 95% dos procedimentos administrativos que eram necessários até agora, embora organizações empresariais como a Câmara de Comércio da União Europeia tenham considerado que foram pouco ambiciosas.
O Conselho de Estado anunciou, por outro lado, que serão proibidos os projectos novos para sectores afectados pelo problema da sobrecapacidade de produção, como o do carvão, aço e alumínio.
Nos oito primeiros meses do ano, o investimento directo estrangeiro na China aumentou 4,5% comparando com o mesmo período de 2015, segundo números oficiais, que são muito inferiores aos de anos passados. Nos mesmos meses, o investimento de empresas chinesas noutros países cresceu 53,3%.

11 Out 2016

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]sai Ing-wen, a Presidente taiwanesa, procura alcançar a paz com a China continental, mas age com cautela. A dirigente não quer perder o apoio nacional mostrando-se demasiado pró-Pequim. Segundo a República Popular da China (RPC), para as conversações prosseguirem é necessário que Taiwan se afirme como sendo parte do país.
“Os dois lados do estreito [estreito de Taiwan, que separa os dois países], deveriam sentar-se e falar, o mais cedo possível”, afirmou Tsai durante o seu discurso nas celebrações do Dia Nacional taiwanês, celebrado a 10 de Outubro. “Tudo pode ser incluído na discussão, desde que conduza ao desenvolvimento da paz entre os Estados e ao bem-estar dos cidadãos de ambos os lados.” Os presidentes taiwaneses costumam utilizar o discurso do Dia Nacional para afirmar a sua posição e visão relativas às relações com a China.
Pequim, que luta pela união das duas Chinas (RPC e Taiwan) não confia no Partido Progressista Democrático de Taiwan (partido pelo qual Tsai foi eleita em Maio deste ano), pois essa força política é conhecida por defender a independência da ilha. Mas a Presidente recém-eleita afirma defender relações estáveis, consistentes e previsíveis entre os países.
Tsai Ing-wen seleccionou, na semana passada, um político pró-China para representar Taiwan numa reunião da APEC (sigla em inglês da Cooperação Económica da Ásia-Pacífico), que se realizará no próximo mês no Peru.

11 Out 2016

Manifestações | Visita de Li Keqiang motiva vários protestos

Cinco associações e dois indivíduos querem manifestar-se durante a presença do Primeiro-Ministro chinês no território. Filhos maiores e a luta contra a corrupção são algumas das reivindicações a sair à rua, autorizadas pela PSP

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]em só de Fórum Macau e encontros oficiais se irá pautar a vinda de Li Keqiang, Primeiro-Ministro chinês, à RAEM. Isto porque a Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou a realização de protestos pedidos por cinco associações e duas pessoas. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, os percursos e locais por onde as manifestações vão passar já estão definidos.
As reivindicações não visam directamente o Primeiro-Ministro chinês ou o poder político no país, mas sim chamar a atenção de Pequim para algumas questões sociais do território. A União da Reunião Familiar, liderada por Lei Yok Lam, protesta hoje à tarde pela “vinda dos filhos maiores do interior da China”, para que possam trabalhar no território e voltar a reunir-se com as suas famílias.
O protesto terá início na zona da Areia Preta, estando prevista a entrega de uma petição na Sede do Governo, na zona da Praia Grande. Esta já não é a primeira vez que a União da Reunião Familiar protesta por esta causa, tendo estado largos meses acampada no Largo do Senado a exigir a atenção do Governo local.
Quase à mesma hora, a Associação Poder do Povo protesta “contra a corrupção e pela garantia da vida civil”. Não foi possível confirmar, até ao fecho da edição, quais serão os restantes organizadores das manifestações.
Entretanto a Associação Poder do Povo entregou ontem uma petição junto do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. O objectivo é pedir a Pequim que tenha em consideração o desenvolvimento político da RAEM e os assuntos civis do território. Cheong Weng Fat, presidente da Associação, referiu num comunicado que já fez várias queixas ao Governo quanto ao sector do trabalho, mas não obteve respostas.
Cheong Weng Fat espera que Li Keqiang possa ter uma maior consciência dos problemas da sociedade de Macau aquando da sua visita oficial, a qual deverá terminar esta quarta-feira, com o encerramento da V Conferência Ministerial do Fórum Macau.

11 Out 2016

Cinco mil acusações nos primeiros nove meses de 2016

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oram mais de cinco mil as acusações por incumprimento da Lei do Tabaco registadas nos primeiros nove meses de 2016. A informação é dada em comunicado de imprensa que avança ainda que, este ano, a média diária de inspecções a estabelecimentos foi de 882 num total de quase 250 mil.
Dos casos registados, a grande maioria dos infractores é oriundo de Macau com 62,5% das multas aplicadas e um total de 3195. Seguem-se os turistas, com cerca de 1700 multas, e os trabalhadores não residentes, a quem foram aplicadas 214 sanções.
No que respeita ao género, é ainda avançado em comunicado que 92,4% dos infractores são do sexo masculino, sendo que os espaços onde foram detectados mais casos de ilegalidades associadas ao tabaco foi nos cibercafés, com 944 casos, seguidos dos parques e espaços de lazer com 623 casos.
A necessidade de recorrer às Forças de Segurança para apoio às equipas de inspecção registou-se em 188 casos e até à data 82,6% das multas foram pagas.
Nos casinos
No que concerne ao cumprimento da lei nos casinos, desde o dia 1 de Janeiro de 2016 até ao dia 30 de Setembro de 2016 foram efectuadas, em conjunto pelos Serviços de Saúde e pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, 368 inspecções. Neste contexto, foram alvo de acusação 450 indivíduos que fumavam ilegalmente, sendo 420 infractores do sexo masculino (93,3%) e 30 infractores do sexo feminino (6,7%).
Relativamente às acções efectuadas pelo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, no mesmo período de tempo, foram atendidas mais de duas mil chamadas, na sua maioria motivadas por pedidos de esclarecimento.  
Já os Serviços de Saúde, desde a entrada em vigor da Lei de Prevenção e Controlo do Tabagismo a 1 de Janeiro de 2012, realizaram, mais de um milhão de inspecções a estabelecimentos e registaram 36.262 acusações a pessoas que foram identificadas a fumar em locais proibidos. Até ao passado dia 30 de Setembro de 2016, foram realizadas em média, 702 inspecções diárias a estabelecimentos.
 

11 Out 2016

EPM | Esperada continuação do financiamento da Fundação Macau

O presidente da APIM e o próprio presidente da Escola Portuguesa de Macau garantem estar optimistas em relação à continuação do apoio financeiro da Fundação Macau à EPM, que em cinco anos totalizou 45 milhões de patacas. O Ministro português da Educação reúne amanhã com responsáveis pela instituição de ensino

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão há certezas, mas pelo menos existe o optimismo de que a Fundação Macau (FM) não deixará de financiar a Escola Portuguesa de Macau (EPM) por mais uns anos. Na véspera da chegada do Ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, o dossiê sobre o financiamento será discutido, mas o seu fim é um ponto que não é sequer considerado.
“Na hipótese de deixar de existir claro que a escola se iria ressentir, mas essa hipótese não está em cima da mesa”, disse ao HM Manuel Machado, presidente da direcção da escola. “As alternativas estão a ser estudadas, mas julgo que a FM continua a apoiar a EPM, o problema não se coloca nestes termos. Não estou preocupado com essa eventualidade”, acrescentou Miguel de Senna Fernandes.
Para o presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), ligada à gestão da EPM, “a RAEM não deixará afundar a EPM por falta de financiamento da escola. O problema não se coloca e estamos bastante tranquilos”, referiu ainda.
Questionada pelo HM, a FM preferiu não confirmar se vai continuar a financiar o projecto educativo no ano lectivo de 2017/2018, numa altura em que o prazo de cinco anos de financiamento está a chegar ao fim. Foram concedidos um total de 45 milhões de patacas, nove milhões por ano.
A renovação do protocolo é, para Miguel de Senna Fernandes, “um tema importantíssimo”, e a vinda de Tiago Brandão Rodrigues a Macau também. “Era bom que (o Ministro) se inteirasse dos dossiês e que esta não fosse uma mera visita de cortesia. Era bom que se debruçasse sobre as questões da EPM e o suporte financeiro para manter a escola.”

Visita à EPM dia 13

Tiago Brandão Rodrigues, que acompanha a comitiva do Primeiro-Ministro António Costa à RAEM, reúne amanhã com os responsáveis da Fundação EPM, onde se incluem os dirigentes da Associação de Pais e de Estudantes. A visita às instalações da EPM será feita no dia 13, por volta das 11h00.
Numa altura em que a EPM funciona com mais uma turma no primeiro ciclo, o seu presidente garante que não são necessários mais professores e que será um projecto estável aquele que será revelado ao Ministro da Educação.
“Este ano aumentamos uma turma no primeiro ciclo, esse aumento teve repercussões em termos de ocupação das instalações. Temos todas as instalações ocupadas a tempo inteiro. Mantemos o nosso projecto educativo, continuamos com uma oferta significativa de actividades extra-curriculares. Estamos com o corpo docente estável e não precisamos de mais professores.”
Manuel Machado disse ainda que não há data para as novas obras da EPM. “Não está definido quando as obras poderão avançar. Está feito o levantamento das necessidades. É um assunto que depende de Portugal e de Macau também. Sei que o assunto está a ser tratado pelos responsáveis”, rematou.

11 Out 2016

“Long Hair” de Hong Kong detido com outros oito activistas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado de Hong Kong Leung Kwok Hung e outros oito activistas foram ontem detidos quando tentavam entrar em Macau para protestar. O legislador, da Liga dos Sociais-Democratas e conhecido como “Long Hair” (Cabelo Comprido), foi impedido de entrar com o seu grupo porque “colocou em causa as leis de Segurança Nacional”, como o próprio terá sido informado.
De acordo com o Facebook do deputado, o grupo tinha como objectivo aproveitar a visita do Primeiro-Ministro Li Keqiang para se manifestar pela libertação de dissidentes. A mensagem era direccionada a Pequim e continha ainda outro pedido: mais autonomia para Hong Kong.
Numa série de vídeos postos online pelo grupo, e de acordo com a RTHK, pode ver-se os activistas a serem levados por agentes da PSP depois de, à saída do ferry, terem gritado palavras de ordem, mostrado cartazes onde se podia ler, entre outras coisas, “o massacre de Tiananmen nunca será esquecido”, e atirado com papéis ao ar. Mas o grupo estava já a planear criar celeumas em Macau. Num vídeo que começa a ser feito ainda na RAEHK, “Long Hair” frisa que “quer perceber as reacções das autoridades de Macau” face ao protesto.
Já no Terminal Marítimo do Porto Exterior, onde chegaram ao 12h45, os activistas foram filmados e detidos pelas autoridades, que gritavam alertas de que “não se podia protestar no local”, como se pode ver nas filmagens que o próprio grupo publicou nas redes sociais. Nas publicações, é possível ainda ver pessoal à paisana a tirar à força os banners dos activistas.
Antes de chegarem a Macau, em Hong Kong, os nove activistas tinham falado aos jornalistas e protestado antes da entrada para o barco que os trazia a Macau sem que nada acontecesse. Por cá, os nove ficaram detidos por várias horas: sete dos activistas acabaram por ser recambiados para Hong Kong por volta das 18h00, mas “Long Hair” e o vice-presidente da Associação Poder do Povo da RAEHK mantiveram-se detidos até ao fecho desta edição.
Até às 15h00, o Facebook foi sempre sendo actualizado com vídeos em directo dos membros do grupo a comer e a rir, já detidos pelas autoridades locais. Outros activistas acabaram por dizer, nas redes sociais, que perderam o contacto com os elementos detidos por volta dessa hora. À saída, alguns dos sete activistas libertados afirmaram que os seus telemóveis foram apreendidos pela polícia de Macau, que “apagou as suas fotografias e vídeos” capturados durante o momento.

11 Out 2016