Futebol | Superliga chinesa dá o pontapé de saída

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Superliga chinesa de futebol arrancou ontem, animada pela contratação de grandes estrelas internacionais, mas o único jogador português na competição, Rúben Micael, considera que o título será disputado apenas por “duas ou três equipas”.
“Até podes ter o Messi, o Ronaldo e o Iniesta, mas se não tiveres mais oito bons jogadores é impossível ganhar o campeonato”, comenta à agência Lusa o médio internacional português.
Apesar dos gastos recorde na contratação de nomes sonantes, Rúben Micael lembra que “quem faz a diferença são os jogadores chineses”.
Segundo os regulamentos vigentes no campeonato chinês, no onze em campo podem alinhar, no máximo, três jogadores estrangeiros não asiáticos.
“Há mais grandes craques de nível mundial que querem vir” para a China, revela Rúben Micael. “O problema são as vagas”.
Por isso, o futebolista, que também já alinhou, entre outros, pelo União Madeira, Nacional, FC Porto e os espanhóis do Atlético de Madrid, acha “que eles deviam apostar mais na formação do jogador chinês”.
O médio de 29 anos foi contratado no ano passado ao Sporting Braga pelo Shijiazhuang Everbright, clube sedeado na capital de Hebei, província que confina com Pequim.
“Os primeiros quinze dias não foram fáceis”, recorda.
O choque de viver entre uma “cultura diferente” foi, entretanto, atenuado por “um tradutor disponível 24 horas” e a “cozinha europeia que o clube faz questão de disponibilizar”.
No Everbright jogam ainda um brasileiro, um venezuelano e um coreano.

Milhões do oriente

A China figura em 93.º lugar no ranking da FIFA. Qualificou-se uma única vez para um Mundial, em 2002, na Coreia do Sul, mas perdeu os três jogos que disputou e não marcou um único golo.
No entanto, as 16 equipas que disputam a prova máxima do futebol chinês investiram este ano cerca de 331 milhões de euros na contratação de jogadores estrangeiros, mais 92% do que gastaram na temporada anterior.
Naquele campo, a China bateu todas as potências desportivas do planeta.
O brasileiro Alex Teixeira, contratado pelo Jiangsu Suning, por 50 milhões de euros, tornou-se o jogador mais caro de sempre no futebol chinês.
O ex-avançado do FC Porto Jackson Martínez, contratado ao Atlético de Madrid pelo Guangzhou Evergrande, por 42 milhões de euros, foi o segundo mais caro.
O clube treinado pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, antigo seleccionador de Portugal, tem vindo a dominar o futebol chinês nos últimos cinco anos.
No ano passado, sagrou-se campeão após uma luta renhida com o Shanghai SIPG, conjunto orientado pelo sueco Sven Goran-Eriksson, que esteve no Benfica cinco épocas (1982/1984 e 1989/1992).4316P24T1
Já o Jiangsu Suning, que terminou em nono lugar na época passada, promete ser também um forte candidato.
Além de Alex Teixeira, aquele clube contratou o internacional brasileiro Ramires, que já passou pelo Benfica, por mais de 30 milhões de euros.
O colombiano Fredy Guarín, que representou o FC Porto, rumou ao Shanghai Shenhua, enquanto o compatriota Freddy Montero, avançado do Sporting, assinou pelo Tianjin Teda, por cinco milhões de euros.
O argentino Ezequiel Lavezzi, o costa-marfinense Gervinho ou o camaronês Stephane Mbia são outros jogadores pagos a ‘peso de ouro’ que se estreiam por emblemas chineses.
A Superliga chinesa decorre até ao final de Outubro.
Apesar do rol de estrelas a rumar a oriente não ter um impacto directo na selecção da China, já eliminada na fase de qualificação para o Mundial de 2018, Rúben Micael concorda que só se aprende com os melhores.
“O jogador chinês vai-se esforçar ao máximo para aprender com os estrangeiros”, prevê.

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