Chui Sai On | Xangai e Macau mais unidos

Finanças, turismo, educação, ciência e tecnologia, desporto. São estas as principais áreas em que Macau e Xangai deverão reforçar a cooperação. A ideia saiu da reunião mantida ontem entre o Chefe do Executivo e o secretário do Comité Municipal do Partido Comunista Chinês (PCC), Han Zheng, e o presidente do município, Ying Yong.

De acordo com um comunicado do Governo, foi considerado na reunião que “a base de cooperação bilateral é firme”, pelo que se espera agora “fortalecer o intercâmbio em várias vertentes”.

Durante o encontro, Chui Sai On fez um balanço dos resultados alcançados com os mecanismos estabelecidos, tendo defendido que ambas as partes “criaram uma base vantajosa para colaborar, particularmente com a assinatura do ‘Memorando de Cooperação Financeira entre Xangai e Macau’, em 2012”. Este entendimento permitiu à RAEM participar no projecto da zona de comércio livre, sublinhou, tendo ainda recordado que Xangai e Macau desenvolveram uma série de acções de cooperação no âmbito do turismo, cultura, comércio e educação, entre outras áreas.

Por sua vez, Han Zheng explicou que, seguindo as instruções e programação do país, Xangai tem-se dedicado ao desempenho das funções de “vanguarda da reforma e abertura” e “precursor no desenvolvimento por inovação”, bem como ao aprofundamento da reforma da zona pioneira de comércio livre, no sentido de impulsionar o desenvolvimento contínuo da metrópole.

O secretário do Comité Municipal do PCC defendeu que “os contactos entre Xangai e Macau são muito estreitos”, com uma base de ligação “bem delineada”. E deixou uma promessa: Xangai continuará a apoiar o desenvolvimento de Macau.

Na deslocação à capital económica chinesa, Chui Sai On e a comitiva que o acompanha estiveram presentes nas comemorações do 75.º aniversário do Banco Tai Fung e cerimónia de inauguração da sucursal em Xangai. O regresso a Macau aconteceu ainda ontem.

23 Jun 2017

Xangai vai ter um Centro Pompidou

Estão em marcha planos para a construção de uma filial do Centro Georges Pompidou em Xangai, na margem oeste do rio que atravessa a cidade. De acordo com o Art Newspaper, o projecto está em andamento sob a batuta do Governo do distrito de Xuhui e o West Bund Development Group, uma empresa do ramo imobiliário que opera na área.

O investimento público na zona ronda os 20 mil milhões de yuans e promete trazer uma autêntica revolução urbana, transformando um antigo centro industrial num “corredor cultural” nas margens do Rio Huangpu. Ao longo de uma faixa de 11 quilómetros estão projectadas uma série de infra-estruturas dedicadas às artes, tais como museus, teatros, salas de concertos e cinemas.

Entre os empreendimentos previstos, destaque para o West Bund Art Museum, desenhado pelo arquitecto britânico David Chipperfield, que receberá o Centro Pompidou, e que deverá estar pronto daqui a três anos. O local escolhido situa-se perto do Tank Shanghai, um centro de artes que está a ser desenvolvido pelo coleccionador Qiao Zhibing em antigos tanques de petróleo.

Em declarações ao Shanghai Daily, o director do distrito de Xuhui, Fang Shizhong, revelou que o Centro Georges Pompidou de Paris disponibilizará obras de arte do seu espólio ao museu de Xangai, mas também terá uma vasta mostra de arte contemporânea chinesa. A instituição parisiense receberá, anualmente, um valor estimado em cerca de 1,5 milhões de yuan, o que está em linha com o que cobra, por exemplo, ao museu de Málaga.

O Art Newspaper indica ainda que os custos correntes anuais do novo museu do West Bund terão um orçamento na ordem dos 50 milhões de yuan.

O projecto do Centro Pompidou em Xangai regressa à ordem do dia uma década depois do falhanço de implementar uma filial da conceituada instituição europeia na cidade. Na altura, tudo parecia indicar que o projecto seria para avançar, chegou-se mesmo a um estado adiantado de negociações para estabelecer um posto do museu francês no distrito de Luwan, sendo que a inauguração esteve prevista para 2010. Mas um desentendimento diplomático entre os Governos francês e chinês deitou o negócio por terra.

No entanto, entre Outubro do ano passado e Janeiro último, o Centro Pompidou trouxe algumas das suas peças clássicas ao Centro de Exposições de Xangai, entre as quais se destacaram obras de Picasso e Marcel Duchamp.

Enquanto o complexo dedicado às artes não abre ao público, o distrito de Xuhui organizará este ano a quarta edição da feira anual das artes, a West Bund Art and Design, que deverá ocorrer entre 10 e 12 de Novembro.

23 Mar 2017

Btr | Autor de Xangai condensa o tempo para memória futura

Com o heterónimo Btr, o autor e fotógrafo produz um ainda raro registo da sociedade contemporânea chinesa. Natural de Xangai, prefere escrever o presente em mutação para que fique um registo dos dias de mudança. A escrita está intimamente ligada a um modo de expressão mais abrangente em que utiliza o desenho, a fotografia e o vídeo. “Tudo para emoldurar a realidade chinesa da actualidade”, afirmou ao HM.

O mundo virtual, por exemplo, é fonte de alterações que ainda não se compreendem, mas que estão a afectar a vida de todos, indica Btr. Em causa estão também as mudanças de valores. Se até há pouco tempo a sociedade chinesa era influenciada pelas antigas tradições e palavras, hoje, diz, tudo isso está a mudar.

“Um dos problemas na língua chinesa é a utilização de palavras-chave como símbolos e o que tenho vindo a constatar é o aparecimento e a criação diária de novas palavras com origem, por exemplo, no vocabulário da Internet”, explica. Para o autor, o fenómeno não é de estranhar até porque “as palavras que tínhamos não seriam capazes de representar a nova realidade”. O facto representa, já por si, uma mudança a ocorrer.

Crítica criativa

O trabalho que produz reúne a utilização de vários meios e começou com uma crítica à arte contemporânea. “Comecei a interessar-me pelo presente através da arte contemporânea há dois anos”, conta. O interesse em particular veio da abundância do estilo no Continente e especialmente em Xangai, “onde há muitas exposições”.

No entanto, longe da crítica tradicional, o autor escreve histórias inspirado pelo que vê. O trabalho que realiza acerca do que se faz na arte contemporânea recria-se com a escrita. “Não faço uma crítica das obras, por assim dizer, escrevo pequenos contos em torno delas, do que elas me transmitem. Acabo por confundir o trabalho crítico com o criativo e criar outra coisa a partir da observação da arte que se faz hoje em dia”.

Btr acabou por achar que a fotografia e o desenho podiam juntar-se à palavra e criar uma aproximação mais verosímil da realidade. Na semana passada, inaugurou a sua primeira exposição a solo em Xangai. “Chama-se yisi yisi, 意思意思, uma expressão chinesa muito difícil de traduzir”, afirma.

No seu todo, a exposição “é uma espécie de livro visual, pendurado nas paredes, e que descreve um dia, repartido em dez momentos na vida de um trabalhador de colarinho branco de Xangai”. Mais uma vez, a ideia é mostrar a contemporaneidade e ilustrar a forma como as redes sociais são capazes de influenciar o quotidiano. “Actualmente na China, as pessoas não tiram os olhos dos telefones, sendo que até o trabalho, penso, é decidido através desta interacção virtual”, constata. É esta mudança, ainda rumo a parte incerta, que mais o incentiva a fazer o seu retrato. Btr diz ainda que em cada conto ou imagem que produz consegue sintetizar, “em formato instantâneo, um passado e um futuro”.

Por outro lado, aponta, já há muitos e bons escritores que retratam a história recente e o panorama rural do país, mas raros os que se dedicam a este momento tão importante que é o presente.

Btr não deixa de sublinhar que o retrato da mudança a que se dedica está condicionado. Se, por um lado, o mundo virtual possibilita um acesso cada vez maior à informação, e a mais interacções, na China essa informação continua a ser circunscrita aos links autorizados, o que acaba por formar uma bolha da qual não se consegue facilmente sair. “Usamos o WeChat para tudo, mas é uma plataforma que funciona como uma bolha e que não autoriza o acesso à informação do exterior. Não podemos aceder ao New York Times”, exemplifica.

Da passagem por Macau, para o festival Rota das Letras, leva a oportunidade “única de estar em contacto com outros autores, tanto chineses, como ocidentais”.

21 Mar 2017

Xangai encerrou em baixa de 1,2%

A bolsa de Xangai encerrou ontem em terreno negativo, com o anúncio das medidas por parte do banco central chinês a atenuarem as pesadas perdas que marcaram o arranque da semana, mas a revelarem-se insuficientes para inverter a tendência. O Índice Composite de Xangai fechou a cair 37,68 (1,27%), cotando-se nos 2,927.29 pontos, numa sessão muito volátil, iniciada em alta ligeira (0,53%), em que chegou a valorizar até 4,29% e a descer até 3,85%. O principal indicador da bolsa de Shenzhen, a segunda praça financeira da China, caiu 3,05% no encerramento, até aos 1,695.76 pontos.

27 Ago 2015

Xangai cai 7,6%, mas bolsas europeias abrem em alta

A bolsa chinesa continua em queda livre. No dia a seguir à desvalorização de 8,46%, Xangai, a principal praça chinesa fechou a perder 7,6%. Shenzen, o segundo maior mercado, também fechou a cair 7,1%.
Apesar disso, em Hong Kong, território sob administração chinesa, o Hang Seng registou um ligeiro ganho de 0,7%, interrompendo uma série de sete sessões a fechar em terreno negativo.
Depois de a sessão de segunda-feira ter feito recuar a bolsa para níveis do início do ano, esta terça-feira fez Xangai descer abaixo da barreira psicológica dos 3 mil pontos, caindo para 2964.97. Influenciada pelas preocupações sobre o desempenho da economia previsto para 2015, a principal bolsa chinesa está agora a níveis registados pela última vez a meio de Dezembro de 2014. 

Sem contágio

Apesar disso, as bolsas europeias, que tinham sido arrastadas pela “segunda-feira negra” chinesa, abriram em alta esta terça-feira. 
Pouco antes da 9h, Lisboa ganhava 2,45%, depois de uma sessão em todas as cotadas fecharam no vermelho. Na Europa, os principais mercados parecem igualmente recuperar. Em Frankfurt, o Dax subia 1,5% enquanto Londres valorizava 1,66%. No mesmo sentido, Paris  ganhava 2,05% e o Ibex, em Madrid, subia 1,12%.
Até Atenas, cujo principal índice da bolsa caiu 10,54% na segunda-feira, negociava em terreno positivo, a recuperar 3,36%.

Sentimento de pânico

O Wall Street Journal refere a “aparente falta de apoio governamental” chinês, que tinha vindo a intervir no mercado para amparar as quedas verificadas entre Junho e Julho. A última medida de Pequim para tentar inverter a tendência negativa foi anunciada no fim-de-semana. Pela primeira vez, o governo permitiu que os fundos de pensões adquirissem até 30% do seu portfólio em acções. Ainda assim, a medida foi vista como insuficiente pelos analistas, sucedendo-lhe a “segunda-feira negra”.
Um analista citado pelo jornal norte-americano diz que “a este ponto, não há fundo para o mercado. A venda [de acções] vai terminar assim que toda a gente que queira sair do mercado tenha uma hipótese de o fazer”.
No mesmo sentido, um analista chinês disse à Reuters que “chamar-lhe um desastre não é exagero”. “O sentimento de pânico está a dominar o mercado e não vejo quaisquer sinais de que haja intervenção governamental significativa”, avalia. 
No entanto, ainda ontem o governo chinês injectou 150 mil yuan para aumentar a liquidez e cortou as taxas juro.

26 Ago 2015

Bolsa de Xangai com maior queda registada em Agosto

A bolsa de Xangai caiu 6,15%, depois de três sessões consecutivas em alta, registando ontem a maior queda deste mês. O Indice Composite de Xangai fechou nos 3.748 pontos, menos 245 do que na segunda-feira passada, e a bolsa de Shenzhen, de menor dimensão, caiu 6,56%, indicou a agência noticiosa oficial Xinhua. Descrita pela Xinhua como “uma queda a pique”, a descida de ontem foi a mais acentuada de Agosto, confirmando a persistente volatilidade do mercado de capitais chinês. O Indice Composite de Xangai fechou em terreno positivo nas três sessões anteriores (0,71%, 0,28% e 1,76%, respectivamente), interrompendo dois dias a cair, mas em 10 de Agosto subiu quase 5% (4,92%).
 

19 Ago 2015