Camioneta em chamas no centro de Xangai

[dropcap style≠‘circle’]P[/dropcap]elo menos 18 pessoas ficaram feridas, no centro de Xangai, quando uma camioneta em chamas saiu da estrada e atingiu vários peões no passeio, disseram as autoridades e testemunhas. Três pessoas ficaram gravemente feridas, acrescentaram. O acidente ocorreu cerca das 9:00, perto do emblemático parque do povo, num bairro comercial muito movimentado no centro da cidade, no leste da China, e quando numerosas pessoas se dirigiam para o trabalho.
De acordo com os primeiros elementos do inquérito, o condutor do veículo, de 40 anos, estava a fumar e transportava “sem autorização” substâncias perigosas. Um princípio de incêndio causou a perda de controlo do veículo, acrescentou a polícia do bairro de Huangpu, em Xangai. “A camioneta já estava em chamas quando saiu da estrada e subiu o passeio”, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) Zhang Sai, segurança de um prédio vizinho, que assistiu ao acidente. O veículo perdeu o controlo e subiu o passeio com grande velocidade, atingindo vários peões, enquanto outros fugiam da trajectória da camioneta.
Xu Xin, empregado de restaurante de 23 anos, contou à AFP que chegou ao local, no percurso da sua corrida matinal, quando várias pessoas telefonavam já para os serviços de emergência. No interior do veículo, disse, viam-se pequenas botijas de gás, de um modelo habitualmente usado para placas de cozinha.
O acidente ocorreu na secção oeste da rua de Nankin, zona muito frequentada e onde se situam hotéis de prestígio, restaurantes, grandes centros comerciais e edifícios de escritórios.
Em 2013, dois turistas morreram na praça Tiananmen, em Pequim, quando um veículo galgou o passeio, atingindo várias pessoas, antes de se incendiar. As autoridades chinesas atribuíram este atentado, no qual morreram três atacantes, a separatistas da etnia muçulmana uigur, oriundos da região de Xinjiang, no noroeste do país.

5 Fev 2018

Pequim e Taipé colaboram num satélite para prever sismos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e Taiwan fecharam um acordo para cooperarem num satélite de detecção de ondas electromagnéticas que possa prever sismos.

O satélite será lançado no próximo ano, no âmbito de um projecto conjunto ontem revelado pelo jornal South China Morning Post.

Alguns sismos geram anomalias electromagnéticas antes de ocorrerem, e este projecto pretende detectar esses fenómenos para tentar prever os sismos, que afectam com regularidade tanto a China como Taiwan.

Esta cooperação entre Pequim e Taipé representa um marco, principalmente tendo em conta a actual relação política entre as duas partes, desde a subida ao poder, no ano passado, da actual Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, de um partido independentista.

“Esta é a primeira vez. Nunca ouvi falar de cooperação com Taiwan de qualquer tipo neste campo. Este tipo de dados é normalmente secreto”, disse ao jornal de Hong Kong Li Zaoshe, investigador da Academia de Ciências da China, em Pequim.

O secretismo prende-se com o facto de estes satélites poderem também ter um importante uso militar, como a localização de estações de radar ou de centros de lançamento de mísseis.

Dois mortos em derrocada num supermercado

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos duas pessoas morreram sábado e seis ficaram feridas na derrocada do segundo piso de um supermercado na cidade chinesa de Xangai, provavelmente por excesso de peso de mercadoria, segundo os meios de comunicação social locais.

O desastre aconteceu sábado de manhã num supermercado em Zhuqiao, no distrito de Pudong, que pertence à cidade de Xangai. Inicialmente, uma pessoa morreu e sete foram resgatadas vivas entre a pilha de mercadorias e escombros, mas um dos feridos acabou por morrer pouco depois no hospital. Segundo as autoridades locais, o supermercado em causa é pequeno e parte do segundo piso era usada para armazenar produtos. Terá sido o excesso do peso de mercadorias que fez derrubar o piso. As autoridades chinesas estão agora a avaliar supermercados e centros comerciais da mesma região para avaliar os riscos para a segurança.

13 Nov 2017

Tillerson deixa Tailândia com apelo ao reforço das relações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, procurou ontem estabilizar as relações com a Tailândia, tensas desde a tomada do poder pelos militares, em 2014.

A Tailândia tem sido um dos aliados dos Estados Unidos na região, mas o golpe, a repressão de opositores e o fracasso em restaurar a democracia azedaram as relações com a administração de Barack Obama (2008-2016).

Mas, segundo a imprensa norte-americana, o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, não incluiu a questão dos direitos humanos nas principais prioridades diplomáticas e o assunto, segundo a diplomacia tailandesa, não foi abordado nesta visita de Tillerson.

“Não falámos de nada em matéria de direitos humanos”, disse à imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês, Don Pramudwinai, sobre o encontro com o secretário de Estado norte-americano.

“Foi uma visita abrangente para construir entendimentos sobre uma série de questões importantes”, acrescentou, precisando que Tillerson suscitou a questão da cibersegurança, que discutiram brevemente.

A questão norte-coreana

Don Pramudwinai disse ainda que discutiu com Tillerson os esforços dos Estados Unidos para garantir a pressão sobre a Coreia do Norte para que abandone o programa de armas nucleares.

O ministro disse que a Tailândia, como membro da ONU, cumpriu as sanções decididas contra Pyongyang, o que teve como resultado uma quebra de 94% nas trocas comerciais com a Coreia do Norte no primeiro semestre desde ano, quando comparado com o primeiro semestre de 2016.

Os Estados Unidos estão preocupados com a existência de um crescente número de empresas norte-coreanas de exportação e importação que utilizam Banguecoque como centro regional, mudando frequentemente as suas designações, explicou aos jornalistas um diplomata que viaja com Tillerson, citado pela agência noticiosa France-Presse.

Aliado tradicional de Washington, a Tailândia é um dos raros países do sudeste asiático que acolhe uma embaixada da Coreia do Norte e mantêm relações comerciais importantes com Pyongyang.

Os Estados Unidos querem persuadir os militares tailandeses a encerrar essas empresas para fechar esse canal comercial utilizado até ao momento sem restrições pela Coreia do Norte, acrescentou o diplomata.

A visita de Tillerson a Banguecoque, a primeira de um secretário de Estado norte-americano desde o golpe de Estado de 2014, incluiu também uma reunião com o chefe da junta militar, o general Prayut Chan-O-Cha, e uma audiência com o novo rei, Maha Vajiralongkorn.

Tillerson viajou de Banguecoque para a Malásia, última etapa da viagem ao sudeste asiático.

China | Condenado gangue de “avós” que coagia devedores a saldar dívidas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]Um tribunal chinês condenou 14 membros de um gangue “de avós”, que coagiam as vítimas a saldar dívidas através de insultos e perseguições públicas, com penas de dois até 11 anos de prisão.

As mulheres foram condenadas por “organizarem, liderarem e participarem em grupos de tipo mafioso” e “comportamento provocatório e perturbador”, noticiou o jornal Beijing News.

O grupo era composto por cerca de 30 mulheres, com uma idade média de 50 anos, da cidade de Shangqiu, província de Henan, que ficaram desempregadas e estavam envolvidas em várias disputas relacionadas com dívidas, escreveu o jornal.

As mulheres berravam insultos aos devedores, através de altifalantes, até que estes se fartavam e pagavam a dívida, de acordo com a edição de segunda-feira do Beijing News. O jornal acrescentou que, por vezes, também cuspiam nas vítimas.

Uma das vítimas, perseguida pelas “avós”, disse que uma vez estas despiram-se e tentaram agredi-lo.

Gao Yun, uma das mulheres que integrou o gangue e é cega, contou ao Beijing News que cobrar dívidas era “muito divertido”, acrescentando não terem existido agressões, mas apenas “guerras de palavras”.

Cada “avó” ganhava cerca de 200 yuan (25 euros) por dia, mais refeições, para coagir os devedores.

Xangai vai criar cidade da ciência à imagem de Silicon Valley

[dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]angai, a “capital” económica da China, vai criar uma “cidade da ciência”, com cerca de 700.000 residentes, entre cientistas, empresários e profissionais, que trabalharão em centros de investigação, informou ontem o jornal Shanghai Daily.

Com 94 quilómetros quadrados, o projecto, designado Zhangjiang Science City, incluirá o já existente Zhangjiang Hi-Tech de Pudong, e vai-se situar na região sudeste da cidade.

Segundo o plano aprovado ontem pelo governo local, vai gerar 880.000 empregos.

A cidade da ciência pretende estar a par da norte-americana Silicon Valley, o Parque Científico One North, de Singapura, ou a cidade japonesa da ciência Tsukuba, e deverá estar concluída em 2020.

“Para atingir esse objectivo, serão reunidos os melhores profissionais inovadores do mundo, centros científicos nacionais, universidades líderes, institutos de investigação e centros I+D de empresas multinacionais”, aponta o jornal.

A cidade de Zhangjiang vai incluir dezenas de laboratórios para projectos científicos e centros de investigação de universidades de renome.

Segundo um estudo recente publicado pela consultora KPMG, Xangai vai converter-se nos próximos anos no líder mundial do desenvolvimento tecnológico e superar a Silicon Valley.

A zona metropolitana de Xangai tem mais de 30 milhões de habitantes.

9 Ago 2017

Pequim funda agência de investigação militar de alta tecnologia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China fundou uma agência de investigação militar de alta tecnologia, inspirada no Pentágono dos Estados Unidos, para desenvolver equipamento de última geração, avançou ontem a televisão estatal CCTV.

O Comité de Gestão da Investigação Militar foi criado no início do ano e responde diretamente à Comissão Militar Central, o braço político do exército chinês, liderado pelo Presidente da China, Xi Jinping.

O novo organismo visa competir com a Agência de Projetos de Investigação Avançada de Defesa dos EUA (DARPA, na sigla em inglês), criadora da Internet ou do sistema GPS.

“A Internet, os sistemas de posicionamento global, caças furtivos, armas eletromagnéticas ou a lazer e outras tecnologias avançadas, estão quase todas vinculadas à DARPA”, explica uma reportagem difundida pela CCTV.

“No mundo actual, a inovação tecnológica converteu-se num elemento central”, acrescenta. “Para conseguir uma vantagem competitiva no âmbito militar, devemos esforçar-nos por promover a investigação científica”.

Historial de reformas

Numa longa reportagem, o programa refere as reformas empreendidas pelo Partido Comunista Chinês, incluindo a reforma de Exército de Libertação Popular, o ambicioso programa de modernização das Forças Armadas do país.

Com a reforma lançada por Xi, o Governo chinês espera eliminar o caráter soviético do seu exército, tornando-o mais ligeiro, rápido e funcional, enquanto moderniza as forças navais, numa altura em que a China reforça a sua presença militar em águas disputadas no Mar do Sul da China.

Em Março passado, a China anunciou a entrada em operação do caça furtivo de quinta geração J-20, o seu modelo mais avançado de aviação, convertendo-se no terceiro país dotado com este equipamento, a seguir aos EUA e Rússia.

Este mês, A China enviou soldados para a sua primeira base militar além-fronteiras em seis décadas, no Djibuti, sugerindo uma mudança na sua estratégia para África, onde nos últimos anos tem reforçado a sua influência.

China opõe-se a novas sanções dos EUA contra Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês disse ontem opor-se à nova ronda de sanções contra a Coreia do Norte aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, afirmando que esta não “conduz à confiança mútua ou cooperação” entre Pequim e Washington.

“A China sempre se opôs a sanções unilaterais fora do âmbito do Conselho de Segurança da ONU e especialmente a que outros países imponham a sua jurisdição a empresas e cidadãos chineses”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang.

As novas sanções poderão afectar firmas de terceiros países que fazem negócios com a Coreia do Norte. A China é o principal parceiro comercial do país governado por Kim Jong-un.

O porta-voz afirmou que a China “sempre aplicou estritamente as resoluções [das Nações Unidas] contra a Coreia do Norte” e que, face a suspeitas de violação das sanções por parte de firmas chinesas, iniciaria investigação “de acordo com a lei” chinesa.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na terça-feira novas sanções contra a Coreia do Norte, Irão e Rússia e limitou a capacidade do Governo de Donald Trump para pôr fim a estas sanções, face à intenção do líder norte-americano de relaxar a política para Moscovo.

As sanções chegam numa semana em que se prevê que a Coreia do Norte volte a desafiar a comunidade internacional com novos testes de mísseis balísticos, aos quais Pequim se opõe.

“Opomo-nos firmemente a qualquer palavra ou ação que possa elevar a tensão”, afirmou Lu Kang.

Xangai | Vaga de calor faz quatro mortos

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram em Xangai, capital económica da China, devido a uma vaga de calor que elevou as temperaturas para o valor mais alto dos últimos 145 anos na cidade, informaram ontem as autoridades.

Na terça-feira, a cidade emitiu o terceiro alerta máximo do ano por altas temperaturas, depois de o termómetro alcançar os 40,5 graus.

Na passada sexta-feira os termómetros atingiram 40,9 graus, o número mais alto desde que há quase um século e meio se começaram a fazer registos. Altos níveis de humidade e poluição fazem com que a sensação térmica seja de cerca de 50 graus.

Segundo o jornal Shanghai Daily, o calor causou a morte de quatro pessoas, enquanto dezenas de outras, muitos idosos, foram internados no hospital com insolações e outras patologias.

A insolação pode resultar em perda de consciência, falhas no organismo, insuficiência cardíaca ou respiratória, ou um edema pulmonar ou cerebral.

Os mortos eram pessoas de idade avançada que se encontravam na rua ou em casas sem sistema de ar condicionado.

Segundo as indicações meteorológicas, as temperaturas começaram ontem a baixar.

27 Jul 2017

Chui Sai On | Xangai e Macau mais unidos

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]inanças, turismo, educação, ciência e tecnologia, desporto. São estas as principais áreas em que Macau e Xangai deverão reforçar a cooperação. A ideia saiu da reunião mantida ontem entre o Chefe do Executivo e o secretário do Comité Municipal do Partido Comunista Chinês (PCC), Han Zheng, e o presidente do município, Ying Yong.

De acordo com um comunicado do Governo, foi considerado na reunião que “a base de cooperação bilateral é firme”, pelo que se espera agora “fortalecer o intercâmbio em várias vertentes”.

Durante o encontro, Chui Sai On fez um balanço dos resultados alcançados com os mecanismos estabelecidos, tendo defendido que ambas as partes “criaram uma base vantajosa para colaborar, particularmente com a assinatura do ‘Memorando de Cooperação Financeira entre Xangai e Macau’, em 2012”. Este entendimento permitiu à RAEM participar no projecto da zona de comércio livre, sublinhou, tendo ainda recordado que Xangai e Macau desenvolveram uma série de acções de cooperação no âmbito do turismo, cultura, comércio e educação, entre outras áreas.

Por sua vez, Han Zheng explicou que, seguindo as instruções e programação do país, Xangai tem-se dedicado ao desempenho das funções de “vanguarda da reforma e abertura” e “precursor no desenvolvimento por inovação”, bem como ao aprofundamento da reforma da zona pioneira de comércio livre, no sentido de impulsionar o desenvolvimento contínuo da metrópole.

O secretário do Comité Municipal do PCC defendeu que “os contactos entre Xangai e Macau são muito estreitos”, com uma base de ligação “bem delineada”. E deixou uma promessa: Xangai continuará a apoiar o desenvolvimento de Macau.

Na deslocação à capital económica chinesa, Chui Sai On e a comitiva que o acompanha estiveram presentes nas comemorações do 75.º aniversário do Banco Tai Fung e cerimónia de inauguração da sucursal em Xangai. O regresso a Macau aconteceu ainda ontem.

23 Jun 2017

Xangai vai ter um Centro Pompidou

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stão em marcha planos para a construção de uma filial do Centro Georges Pompidou em Xangai, na margem oeste do rio que atravessa a cidade. De acordo com o Art Newspaper, o projecto está em andamento sob a batuta do Governo do distrito de Xuhui e o West Bund Development Group, uma empresa do ramo imobiliário que opera na área.

O investimento público na zona ronda os 20 mil milhões de yuans e promete trazer uma autêntica revolução urbana, transformando um antigo centro industrial num “corredor cultural” nas margens do Rio Huangpu. Ao longo de uma faixa de 11 quilómetros estão projectadas uma série de infra-estruturas dedicadas às artes, tais como museus, teatros, salas de concertos e cinemas.

Entre os empreendimentos previstos, destaque para o West Bund Art Museum, desenhado pelo arquitecto britânico David Chipperfield, que receberá o Centro Pompidou, e que deverá estar pronto daqui a três anos. O local escolhido situa-se perto do Tank Shanghai, um centro de artes que está a ser desenvolvido pelo coleccionador Qiao Zhibing em antigos tanques de petróleo.

Em declarações ao Shanghai Daily, o director do distrito de Xuhui, Fang Shizhong, revelou que o Centro Georges Pompidou de Paris disponibilizará obras de arte do seu espólio ao museu de Xangai, mas também terá uma vasta mostra de arte contemporânea chinesa. A instituição parisiense receberá, anualmente, um valor estimado em cerca de 1,5 milhões de yuan, o que está em linha com o que cobra, por exemplo, ao museu de Málaga.

O Art Newspaper indica ainda que os custos correntes anuais do novo museu do West Bund terão um orçamento na ordem dos 50 milhões de yuan.

O projecto do Centro Pompidou em Xangai regressa à ordem do dia uma década depois do falhanço de implementar uma filial da conceituada instituição europeia na cidade. Na altura, tudo parecia indicar que o projecto seria para avançar, chegou-se mesmo a um estado adiantado de negociações para estabelecer um posto do museu francês no distrito de Luwan, sendo que a inauguração esteve prevista para 2010. Mas um desentendimento diplomático entre os Governos francês e chinês deitou o negócio por terra.

No entanto, entre Outubro do ano passado e Janeiro último, o Centro Pompidou trouxe algumas das suas peças clássicas ao Centro de Exposições de Xangai, entre as quais se destacaram obras de Picasso e Marcel Duchamp.

Enquanto o complexo dedicado às artes não abre ao público, o distrito de Xuhui organizará este ano a quarta edição da feira anual das artes, a West Bund Art and Design, que deverá ocorrer entre 10 e 12 de Novembro.

23 Mar 2017

Btr | Autor de Xangai condensa o tempo para memória futura

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om o heterónimo Btr, o autor e fotógrafo produz um ainda raro registo da sociedade contemporânea chinesa. Natural de Xangai, prefere escrever o presente em mutação para que fique um registo dos dias de mudança. A escrita está intimamente ligada a um modo de expressão mais abrangente em que utiliza o desenho, a fotografia e o vídeo. “Tudo para emoldurar a realidade chinesa da actualidade”, afirmou ao HM.

O mundo virtual, por exemplo, é fonte de alterações que ainda não se compreendem, mas que estão a afectar a vida de todos, indica Btr. Em causa estão também as mudanças de valores. Se até há pouco tempo a sociedade chinesa era influenciada pelas antigas tradições e palavras, hoje, diz, tudo isso está a mudar.

“Um dos problemas na língua chinesa é a utilização de palavras-chave como símbolos e o que tenho vindo a constatar é o aparecimento e a criação diária de novas palavras com origem, por exemplo, no vocabulário da Internet”, explica. Para o autor, o fenómeno não é de estranhar até porque “as palavras que tínhamos não seriam capazes de representar a nova realidade”. O facto representa, já por si, uma mudança a ocorrer.

Crítica criativa

O trabalho que produz reúne a utilização de vários meios e começou com uma crítica à arte contemporânea. “Comecei a interessar-me pelo presente através da arte contemporânea há dois anos”, conta. O interesse em particular veio da abundância do estilo no Continente e especialmente em Xangai, “onde há muitas exposições”.

No entanto, longe da crítica tradicional, o autor escreve histórias inspirado pelo que vê. O trabalho que realiza acerca do que se faz na arte contemporânea recria-se com a escrita. “Não faço uma crítica das obras, por assim dizer, escrevo pequenos contos em torno delas, do que elas me transmitem. Acabo por confundir o trabalho crítico com o criativo e criar outra coisa a partir da observação da arte que se faz hoje em dia”.

Btr acabou por achar que a fotografia e o desenho podiam juntar-se à palavra e criar uma aproximação mais verosímil da realidade. Na semana passada, inaugurou a sua primeira exposição a solo em Xangai. “Chama-se yisi yisi, 意思意思, uma expressão chinesa muito difícil de traduzir”, afirma.

No seu todo, a exposição “é uma espécie de livro visual, pendurado nas paredes, e que descreve um dia, repartido em dez momentos na vida de um trabalhador de colarinho branco de Xangai”. Mais uma vez, a ideia é mostrar a contemporaneidade e ilustrar a forma como as redes sociais são capazes de influenciar o quotidiano. “Actualmente na China, as pessoas não tiram os olhos dos telefones, sendo que até o trabalho, penso, é decidido através desta interacção virtual”, constata. É esta mudança, ainda rumo a parte incerta, que mais o incentiva a fazer o seu retrato. Btr diz ainda que em cada conto ou imagem que produz consegue sintetizar, “em formato instantâneo, um passado e um futuro”.

Por outro lado, aponta, já há muitos e bons escritores que retratam a história recente e o panorama rural do país, mas raros os que se dedicam a este momento tão importante que é o presente.

Btr não deixa de sublinhar que o retrato da mudança a que se dedica está condicionado. Se, por um lado, o mundo virtual possibilita um acesso cada vez maior à informação, e a mais interacções, na China essa informação continua a ser circunscrita aos links autorizados, o que acaba por formar uma bolha da qual não se consegue facilmente sair. “Usamos o WeChat para tudo, mas é uma plataforma que funciona como uma bolha e que não autoriza o acesso à informação do exterior. Não podemos aceder ao New York Times”, exemplifica.

Da passagem por Macau, para o festival Rota das Letras, leva a oportunidade “única de estar em contacto com outros autores, tanto chineses, como ocidentais”.

21 Mar 2017

Xangai encerrou em baixa de 1,2%

[dropcap style=’circle]A[/dropcap] bolsa de Xangai encerrou ontem em terreno negativo, com o anúncio das medidas por parte do banco central chinês a atenuarem as pesadas perdas que marcaram o arranque da semana, mas a revelarem-se insuficientes para inverter a tendência. O Índice Composite de Xangai fechou a cair 37,68 (1,27%), cotando-se nos 2,927.29 pontos, numa sessão muito volátil, iniciada em alta ligeira (0,53%), em que chegou a valorizar até 4,29% e a descer até 3,85%. O principal indicador da bolsa de Shenzhen, a segunda praça financeira da China, caiu 3,05% no encerramento, até aos 1,695.76 pontos.

27 Ago 2015

Xangai cai 7,6%, mas bolsas europeias abrem em alta

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] bolsa chinesa continua em queda livre. No dia a seguir à desvalorização de 8,46%, Xangai, a principal praça chinesa fechou a perder 7,6%. Shenzen, o segundo maior mercado, também fechou a cair 7,1%.
Apesar disso, em Hong Kong, território sob administração chinesa, o Hang Seng registou um ligeiro ganho de 0,7%, interrompendo uma série de sete sessões a fechar em terreno negativo.
Depois de a sessão de segunda-feira ter feito recuar a bolsa para níveis do início do ano, esta terça-feira fez Xangai descer abaixo da barreira psicológica dos 3 mil pontos, caindo para 2964.97. Influenciada pelas preocupações sobre o desempenho da economia previsto para 2015, a principal bolsa chinesa está agora a níveis registados pela última vez a meio de Dezembro de 2014. 

Sem contágio

Apesar disso, as bolsas europeias, que tinham sido arrastadas pela “segunda-feira negra” chinesa, abriram em alta esta terça-feira. 
Pouco antes da 9h, Lisboa ganhava 2,45%, depois de uma sessão em todas as cotadas fecharam no vermelho. Na Europa, os principais mercados parecem igualmente recuperar. Em Frankfurt, o Dax subia 1,5% enquanto Londres valorizava 1,66%. No mesmo sentido, Paris  ganhava 2,05% e o Ibex, em Madrid, subia 1,12%.
Até Atenas, cujo principal índice da bolsa caiu 10,54% na segunda-feira, negociava em terreno positivo, a recuperar 3,36%.

Sentimento de pânico

O Wall Street Journal refere a “aparente falta de apoio governamental” chinês, que tinha vindo a intervir no mercado para amparar as quedas verificadas entre Junho e Julho. A última medida de Pequim para tentar inverter a tendência negativa foi anunciada no fim-de-semana. Pela primeira vez, o governo permitiu que os fundos de pensões adquirissem até 30% do seu portfólio em acções. Ainda assim, a medida foi vista como insuficiente pelos analistas, sucedendo-lhe a “segunda-feira negra”.
Um analista citado pelo jornal norte-americano diz que “a este ponto, não há fundo para o mercado. A venda [de acções] vai terminar assim que toda a gente que queira sair do mercado tenha uma hipótese de o fazer”.
No mesmo sentido, um analista chinês disse à Reuters que “chamar-lhe um desastre não é exagero”. “O sentimento de pânico está a dominar o mercado e não vejo quaisquer sinais de que haja intervenção governamental significativa”, avalia. 
No entanto, ainda ontem o governo chinês injectou 150 mil yuan para aumentar a liquidez e cortou as taxas juro.

26 Ago 2015

Bolsa de Xangai com maior queda registada em Agosto

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] bolsa de Xangai caiu 6,15%, depois de três sessões consecutivas em alta, registando ontem a maior queda deste mês. O Indice Composite de Xangai fechou nos 3.748 pontos, menos 245 do que na segunda-feira passada, e a bolsa de Shenzhen, de menor dimensão, caiu 6,56%, indicou a agência noticiosa oficial Xinhua. Descrita pela Xinhua como “uma queda a pique”, a descida de ontem foi a mais acentuada de Agosto, confirmando a persistente volatilidade do mercado de capitais chinês. O Indice Composite de Xangai fechou em terreno positivo nas três sessões anteriores (0,71%, 0,28% e 1,76%, respectivamente), interrompendo dois dias a cair, mas em 10 de Agosto subiu quase 5% (4,92%).
 

19 Ago 2015