Vulcão entra em erupção no Japão. Autoridades elevam nível de alerta

Um vulcão localizado na pequena ilha de Suwanose (sudeste do Japão) entrou hoje em erupção, levando as autoridades a aumentar o nível de alerta na área.

A erupção foi registada às 02:48 horas na cratera do Monte Otake, um vulcão activo que começou a lançar uma coluna de fumo com mais de 200 metros de altura e a cuspir pedras a uma distância de 1,3 quilómetros, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão.

A agência declarou um alerta de nível 3 para a actividade vulcânica (numa escala de 5), recomendando que os habitantes da área não se aproximem da cratera, sem contemplar, por enquanto, a evacuação total da ilha.

Suwanose tem menos de 100 habitantes e faz parte do arquipélago das Ilhas Tokara, conhecido pela sua frequente actividade sísmica.

28 Dez 2020

Habitar o vulcão

Santa Bárbara, Lisboa, 27 Fevereiro

[dropcap]U[/dropcap]ma casa não é um motel. Podes vir, que não tenho chacais no quarto. Anda ver à tua volta. Não são chacais no quarto. Nem são lobos os que percorrem longos corredores. Vem à vontade que tens sítio onde ficar, pergunta por mim. Não são hienas quem ri quando sobes as escadas. Pergunta pelo meu nome todas as vezes que desejares, não é um leopardo que se esconde por detrás da porta. E todos responderão. Acredita, não são macacos que se dependuram dos candeeiros. Vem e fica à vontade, bem sei que não estamos sós, mas os olhos que brilham são companhia autêntica. Claro que não, que tubarão caberia na banheira? Ratos na cozinha, que ideia!? Anda daí, instala-te, abre as malas, sacode o pó, dobra os mapas. Sem medos, pois todos os selvagens que recolheste das paisagens são aqui em casa animais electrodomésticos.

Santa Bárbara, Lisboa, 3 Março

Na vertiginosa coluna de livros que me despertam vontade de comentário, e que tive agora de transferir das mesas do escritório para os vazios dos móveis da sala, mais do que estar, de ficar, topo com «Parícutin», do Gonçalo [Duarte] (ed. Chili com carne). E celebro a sacrossanta coincidência. A novela gráfica nasce do episódio ocorrido, em 1943, na localidade mexicana do título, quando um vulcão resolveu nascer para estupefacção de quem acordava todas as manhãs para ali mesmo tratar do milho onde agora nasceu um imenso e negro buraco. Estupefacção e culpa. Deixamos o agricultor Dionísio a perguntar-se se não teria sido o causador da desgraça e passemos ao cenário urbano-depressivo onde acontece o que terá que acontecer, com alguém que não se quer levantar, cansado de não dormir, exaurido pelo pesadelo recorrente da queda de prédio em construção. Descobre, então, que deve construir a sua casa, o que faz, com algumas ajudas que logo dispensa para se tornar dono e senhor exclusivo do espaço. A culpa há-de invadir cada recanto desfazendo-se mesmo os corpos na arquitectura. Até que a morada, agora miniatura, regurgite a lava de vulcão que tudo arrastará. Dois registos bem distintos convivem, um de traço simples figurativo, com os protagonistas de características monstruosas, disformes. E outro de fundo negro e massas expressivas onde cabeças se bastam como corpo, são a substância total, membros de «comunhão do tédio». E da culpa.

Alguém recusa sair de si, mesmo quando arrisca erguer projecto-identidade (corpo, casa, família), que se transfigura em obsessão (burra, autocentrada, individualista) até que esmaga toda a paisagem. O Gonçalo consegue, a um tempo, a leveza do desenho espontâneo, veloz, e o peso de um denso expressionismo, entranhado (ilustração algures na página). Esta parábola sonâmbula prenunciava, no final do ano passado, estes estranhos dias onde mergulhámos e nos quais a casa se faz lugar inexpugnável, palco fechado para segredos e demónios, obrigados pelas circunstâncias ao quotidiano. Estamos, sentados no sofá, deitados na cama, a repensar a ideia de indivíduo e comunidade. «Nada de mais. Já passou, não?», pergunta uma cabeça pensante. Não, lá fora, o vulcão continua a jorrar lava.

Santa Bárbara, Lisboa, sexta 13 Março

Fujo de todos os espelhos da casa, não vá o cigarro surgir-me entre os dedos e me atire à cara a bruta pergunta e-agora-joão?, como se fora vez agora, de entre tantas outras que irromperam sempre a arranhar e a magoar, cacto no meio dos lençóis lavados, alfinete de dama na camisola de lã. A idade média não está de catedral, nada de medir o transepto, atirar o eco à nave, retocar os santos, limpar-lhe os martírios, ler as subtilezas dos vitrais, bafejar as jóias, convocar demónios, arejar segredos. Menos ainda soçobrar e rezar. Lá fora o vento sussurra e-agora-joão?. Não cedas. A capicua na quarentena vale joker no baralho, muito estardalhaço para nada, risos estridentes quebrados ao cair no chão cambaleante das noites, atirados ao pano de fundo furado do céu. Um dia de expediente no obrigadar de todos os dias, explicação dos ânimos, na resposta balsâmica aos pesares pesarosos, de circunstância ou nem por isso. Vale joker.

18 Mar 2020

Filipinas | Erupção obriga a fechar escolas, serviços públicos e aeroporto de Manila

Uma explosão de lava foi ontem registada num vulcão nas Filipinas, após uma súbita erupção de cinzas e vapores que forçaram os moradores a fugir e os serviços públicos, escolas e do aeroporto de Manila a fechar

 

[dropcap]A[/dropcap] erupção do vulcão Taal, que começou no domingo, provocou nuvens de cinzas que atingiram a capital, Manila, a cerca de 100 quilómetros de distância, obrigando ao encerramento do principal aeroporto do país, com mais de 240 voos internacionais e domésticos cancelados.

Um aeroporto alternativo, a norte de Manila, no porto de Clark, permanece aberto, mas as autoridades admitiram que também possa ser encerrado, caso a queda das cinzas coloque em causa a segurança dos voos, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas.

A agência de resposta a desastres do Governo informou que cerca de oito mil moradores foram deslocados para pelo menos 38 centros de acolhimento na província de Batangas e nas proximidades da província de Cavite, mas as autoridades disseram esperar que o número aumente, com centenas de milhares a serem retiradas dos locais de risco.

Alguns moradores não puderam sair de aldeias cobertas de cinzas devido à falta de transportes e pouca visibilidade, enquanto outros se recusaram a abandonar os locais. “Temos um problema: o povo está em pânico devido ao vulcão porque quer salvar o sustento, porcos e rebanhos de vacas”, afirmou o autarca da cidade de Balete, Wilson Maralit, à rádio DZMM. “Estamos a tentar impedi-los de regressar e avisámos que o vulcão pode explodir novamente a qualquer momento e atingi-los”, acrescentou.

Um entre muitos

Maralit, cuja cidade fica ao longo da costa do lago Taal, em torno do vulcão em erupção, apelou para o envio de tropas e polícias adicionais para impedir que moradores voltem às aldeias costeiras, zonas de alto risco.

Depois de meses de inquietação, o Taal voltou subitamente a dar sinais de vida no domingo, lançando vapor, cinzas e pedras a uma distância de 15 quilómetros, segundo o Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino.
A agência governamental de monitorização de vulcões elevou o perigo para o nível 4, indicando “uma erupção perigosa iminente”.

Apesar da explosão de lava, o vapor e a queda de cinzas diminuiu ontem. Alguns moradores começaram a retirar os poucos centímetros de cinzas que cobriam casas e carros em Tagaytay, uma popular cidade turística numa cordilheira com vista para o pitoresco vulcão. Geralmente movimentada, pelo tráfego e turistas, muitos dos restaurantes e cafetarias de Tagaytay estavam fechados, e a estrada principal coberta de lama vulcânica.

O instituto de vulcanologia lembrou ao público que a pequena ilha onde fica o vulcão é uma “zona de perigo permanente”, embora as aldeias de pescadores existam ali há anos.

As autoridades aconselharam os moradores a permanecerem em ambientes fechados e a usarem máscaras e óculos de proteção ao ar livre. Os serviços públicos e as aulas nas escolas de várias cidades foram suspensos, inclusive em Manila, para evitar riscos à saúde causados pelas cinzas.

Um dos menores vulcões do mundo, o Taal está entre as duas dúzias de vulcões activos no arquipélago das Filipinas, situado ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma região sismicamente activa na qual se registam frequentes terramotos e erupções vulcânicas.

Cerca de 20 tufões e outras grandes tempestades também atingem as Filipinas todos os anos, tornando-o num dos países mais propensos a desastres do mundo.

14 Jan 2020

Filipinas | Erupção obriga a fechar escolas, serviços públicos e aeroporto de Manila

Uma explosão de lava foi ontem registada num vulcão nas Filipinas, após uma súbita erupção de cinzas e vapores que forçaram os moradores a fugir e os serviços públicos, escolas e do aeroporto de Manila a fechar

 
[dropcap]A[/dropcap] erupção do vulcão Taal, que começou no domingo, provocou nuvens de cinzas que atingiram a capital, Manila, a cerca de 100 quilómetros de distância, obrigando ao encerramento do principal aeroporto do país, com mais de 240 voos internacionais e domésticos cancelados.
Um aeroporto alternativo, a norte de Manila, no porto de Clark, permanece aberto, mas as autoridades admitiram que também possa ser encerrado, caso a queda das cinzas coloque em causa a segurança dos voos, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas.
A agência de resposta a desastres do Governo informou que cerca de oito mil moradores foram deslocados para pelo menos 38 centros de acolhimento na província de Batangas e nas proximidades da província de Cavite, mas as autoridades disseram esperar que o número aumente, com centenas de milhares a serem retiradas dos locais de risco.
Alguns moradores não puderam sair de aldeias cobertas de cinzas devido à falta de transportes e pouca visibilidade, enquanto outros se recusaram a abandonar os locais. “Temos um problema: o povo está em pânico devido ao vulcão porque quer salvar o sustento, porcos e rebanhos de vacas”, afirmou o autarca da cidade de Balete, Wilson Maralit, à rádio DZMM. “Estamos a tentar impedi-los de regressar e avisámos que o vulcão pode explodir novamente a qualquer momento e atingi-los”, acrescentou.

Um entre muitos

Maralit, cuja cidade fica ao longo da costa do lago Taal, em torno do vulcão em erupção, apelou para o envio de tropas e polícias adicionais para impedir que moradores voltem às aldeias costeiras, zonas de alto risco.
Depois de meses de inquietação, o Taal voltou subitamente a dar sinais de vida no domingo, lançando vapor, cinzas e pedras a uma distância de 15 quilómetros, segundo o Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino.
A agência governamental de monitorização de vulcões elevou o perigo para o nível 4, indicando “uma erupção perigosa iminente”.
Apesar da explosão de lava, o vapor e a queda de cinzas diminuiu ontem. Alguns moradores começaram a retirar os poucos centímetros de cinzas que cobriam casas e carros em Tagaytay, uma popular cidade turística numa cordilheira com vista para o pitoresco vulcão. Geralmente movimentada, pelo tráfego e turistas, muitos dos restaurantes e cafetarias de Tagaytay estavam fechados, e a estrada principal coberta de lama vulcânica.
O instituto de vulcanologia lembrou ao público que a pequena ilha onde fica o vulcão é uma “zona de perigo permanente”, embora as aldeias de pescadores existam ali há anos.
As autoridades aconselharam os moradores a permanecerem em ambientes fechados e a usarem máscaras e óculos de proteção ao ar livre. Os serviços públicos e as aulas nas escolas de várias cidades foram suspensos, inclusive em Manila, para evitar riscos à saúde causados pelas cinzas.
Um dos menores vulcões do mundo, o Taal está entre as duas dúzias de vulcões activos no arquipélago das Filipinas, situado ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma região sismicamente activa na qual se registam frequentes terramotos e erupções vulcânicas.
Cerca de 20 tufões e outras grandes tempestades também atingem as Filipinas todos os anos, tornando-o num dos países mais propensos a desastres do mundo.

14 Jan 2020

Filipinas | Vulcão Mayon intensifica actividade

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vulcão Mayon, na zona Este das Filipinas, intensificou hoje a sua actividade, com seis novas erupções de lava em menos de 15 horas, quando o número de deslocados já ronda os 70.000 e se teme uma explosão mais potente. As novas erupções do vulcão Mayon, localizadas na província de Albay, a cerca de 350 quilómetros a sudeste de Manila, ocorreram entre a meia-noite e as 15:00 locais, informou a agência vulcanológica filipina (PHIVOLCS).

As expulsões de magmas geraram colunas de gás e cinzas de 3000 metros de altura e alimentaram de lava os rios, que estão a mais de três quilómetros da cratera. “Esperamos que as erupções de lava continuem a ocorrer nos próximos dias e mantemos a vigilância para o caso de uma delas ser mais poderosa e perigosa”, disse o especialista Winchelle Sevilla, da PHIVOLCS.

O vulcanólogo esclareceu, no entanto, que “no momento é uma incerteza se a situação do vulcão vai crescer ou, ao contrário, se acalmará” no curto prazo. As autoridades mantêm o alerta no nível 4 – que considera possível uma explosão perigosa nas próximas horas ou dias – de uma escala de cinco. A zona de exclusão é delimitada num raio de oito quilómetros da cratera, com uma área de máximo perigo num raio de seis quilómetros.

Um total de 68.172 pessoas de 17.803 famílias que residem na zona de exclusão foram retiradas das suas casas e a maioria está em cerca de trinta abrigos na região, de acordo com dados fornecidos à EFE pelo departamento de Defesa Civil da província de Albay. A PHIVOLCS pediu às pessoas deslocadas que não regressassem a casa em nenhuma circunstância devido aos abundantes gases e cinzas na área de perigo máximo.

No entanto, especialistas da PHIVOLCS excluem que o Mayon possa gerar uma erupção tão poderosa quanto a de Pinatubo.

Com 23 vulcões activos, o arquipélago filipino localiza-se numa área de intensa actividade sísmica, no chamado “Anel do Fogo do Pacífico”, que se estende desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão e Indonésia, entre outros países.

26 Jan 2018