Andreia Sofia Silva PolíticaSMG | Secretário fala de “dificuldades” na revisão de regulamento [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, garantiu ontem que existem dificuldades no que diz respeito à revisão do Regulamento Geral da Repartição dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), que foi criado através de uma portaria do Governo português em 1966. “Tenho dúvidas se os SMG têm pessoal suficiente para rever este diploma, por ser muito técnico. O regulamento data da década de 60 e se fosse simples já tinha sofrido alterações. Não posso responder se este diploma vai ser revisto ou não, vamos estudar.” O deputado José Pereira Coutinho questionou ainda a necessidade de rever a ordem executiva implementada em 2000 e que determina a emissão dos sinais de tufão, mas o governante não confirmou se este diploma será ou não revisto. “Os SMG, em cooperação com outros serviços, irá avaliar a necessidade de revisão da ordem executiva, referente às instruções relativas a situações de tempestade tropical, bem como a introdução de outras medidas complementares.” Os deputados questionaram o Executivo sobre a necessidade de reforçar o orçamento destinado aos SMG, bem como actualizar os aparelhos utilizados para a previsão de tempestades tropicais. Fong Soi Kun, director dos SMG, confirmou que não existem quaisquer problemas com as previsões já que, em Macau, “os critérios adoptados são diferentes de Hong Kong”, uma vez que são feitas “previsões por hora”. Raimundo do Rosário acabaria por confirmar a realização de uma visita dos deputados às instalações dos SMG antes da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG). “Vou pedir aos deputados para visitarem o espaço, pois antes de tomar posse também visitei todos os serviços. Antes de vir cá o Chefe do Executivo, vou convidar todos os deputados para que o assunto possa ser discutido nas LAG.”
Hoje Macau SociedadeTufão vai estar perto de Macau entre a tarde e a noite de hoje É um fim-de-semana com vento e chuva fortes mas, se tudo correr como as previsões, o sol deverá voltar lá para domingo. O tufão Haima deverá fazer-se sentir com força durante o dia de hoje em Macau. Para trás, nas Filipinas, deixou mortos e muitos estragos. [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m cinco dias, dois tufões – e o que à hora de fecho desta edição se estava a aproximar de Macau promete ventos e chuvas mais fortes do que a tempestade tropical do início desta semana. Ontem, ao final do dia, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) explicaram ao HM que só durante a noite iria ser considerada a possibilidade de elevar o sinal para 3, “consoante a situação meteorológica”. A aproximação do Haima fez com que, logo pelas 10h, tenha sido içado o sinal 1. Ainda de acordo com as informações conhecidas ao princípio da noite de ontem, a trajectória do tufão levava a crer que hoje se vai aproximar “da costa leste do Estuário do Rio das Pérolas e encaminhar-se para a província de Guangdong”. O tufão ficará mais perto de Macau “entre a tarde e a noite” de hoje. “É provável que cruze a região a cerca de 200 quilómetros a leste” do território, explicaram os SMG. Quanto à previsão meteorológica para os próximos dias, o tempo será instável. “O céu vai apresentar-se muito nublado, havendo aguaceiros, às vezes muito fortes, acompanhados de vento muito forte”, dizem os serviços. “No fim-de-semana, vai afastar-se da região e, após atingir terra novamente, espera-se que o Haima fique mais fraco e os ventos enfraqueçam.” No sábado deverá chover, com aguaceiros ocasionais e vento com rajadas, mas para domingo são esperados períodos de sol. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos aconselham à população que preste atenção e acompanhe as informações que vão sendo divulgadas, para que possam ser tomadas medidas preventivas. Entretanto, o Instituto Cultural apelou ontem aos responsáveis de edifícios históricos e patrimoniais para estarem atentos às consequências da aproximação do tufão, para que possam ser tomadas as medidas de protecção necessárias. Além do adiamento do Festival da Lusofonia para o próximo fim-de-semana – deveria começar hoje – há mais eventos a serem cancelados no território. O Fundo de Segurança Social decidiu desmarcar o “Dia de promoção do regime da segurança social 2016”, agendado para amanhã no Jardim do Mercado Municipal de Iao Hon. Há já uma nova data: vai realizar-se no dia 29. O mesmo acontece com o dia da abertura ao público da Assembleia Legislativa, que deveria acontecer estes sábado e foi adiado uma semana. Também a organização da Feira Internacional de Macau tomou e divulgou medidas de prevenção que passam sobretudo pelas horas de abertura do certame a participantes e público em geral. Ventos fatais O Haima é descrito pelas agências internacionais de notícias como um dos tufões com maior força a atingir as Filipinas. A tempestade tropical fez, pelo menos, quatro vítimas mortais e destruiu casas, escolas e árvores de grande porte, tendo ainda arrasado zonas agrícolas, com estragos que estão ainda por calcular. O super-tufão chegou ao país na quarta-feira à noite com ventos semelhantes aos sentidos por altura do tufão Haiyan, em 2013, que matou 7350 pessoas. O Haima atingiu sobretudo as cidades costeiras do Oceano Pacífico, com ventos de 225 quilómetros por hora e rajadas que chegaram aos 315 quilómetros. Durante a noite, o tufão perdeu força e encaminhou-se para o Mar do Sul da China.
Joana Freitas Manchete SociedadeSMG | Prevista revisão do sistema de chuvas, mas não de tufões Há um medidor de vento avariado na Ponte da Amizade, indicaram ao HM os SMG, que dizem estar a ponderar a reclassificação das chuvas fortes. Quanto ao sistema de tufões, fica como está [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo quer melhorar o sistema de emissão do sinal de chuvas intensas, mas não tem intenção de rever o procedimento de medição de tufões. É o que diz Fong Soi Kun, numa resposta à deputada Wong Kit Cheng e ao HM, onde também é confirmada a avaria de um medidor de vento e algumas dificuldades em previsões mais acertadas. A deputada questionava os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) sobre as medidas de melhoria na classificação do tempo, evocando “três falhas” só nos primeiros cinco meses do ano e criticando “as faltas de precisão”. Na resposta, sobre as chuvas, o director dos SMG indica que o organismo está a estudar “os dados de precipitação e a rever a situação do sinal de chuva intensa nos últimos anos, a fim de melhorar o sinal de chuva intensa”. Os SMG indicam revelam ainda que “tem em conta a necessidade social e de desenvolvimento de técnicas meteorológicas, a fim de prestar um melhor serviço meteorológico à população”. A ideia é que, frisa, todos os sectores sociais se possam preparar atempadamente “para responder ao mau tempo”, sendo que está mesmo a ser repensada a viabilidade de “reclassificação do sinal de chuva intensa”. Em Hong Kong, Taiwan e interior da China o sinal de chuvas intensas tem vários níveis, algo pedido para o território pela deputada. E o vento? Wong Kit Cheng interrogava também os SMG sobre novos equipamentos a introduzir. O HM também quis saber se o organismo tenciona fazer algum tipo de revisão ao sistema depois de, em 2006, o mecanismo de Hong Kong – no qual Macau se baseia – ter sido alterado devido a incidentes. A resposta não foi muito elucidativa, mas indica que não será feita qualquer alteração. “O sistema de Macau não sofreu, de momento, qualquer alteração pois na sua globalidade os dois sistemas são muito parecidos. Isto é, existem poucas diferenças entre ambos.” Que o sistema é semelhante, a Novo Macau já tinha referido nesta terça-feira, dia em que entregou uma carta aos serviços dirigidos por Fong Soi Kun a pedir esclarecimentos sobre o facto de não ter sido içado o sinal oito de tufão. Mas a Associação pró-democrata também mencionava a existência de uma revisão no sistema da RAEHK “por incidentes”. Ao que o HM conseguiu apurar, esses incidentes dizem respeito à introdução de um sistema que alerta para a mudança da velocidade do vento de dez em dez minutos, algo que falta a Macau. Já à deputada, Fong Soi Kun, que respondeu a 28 de Julho, diz existirem novos “wind-profiler” e radiómetros, “destinados à detecção da variação do vector do vento e humidade” e que ajudam nas chuvas intensas e em casos de tufão. Mas o director fala também em limites e “dificuldades grandes” face à previsão quantitativa do tempo “referente a hora e locais específicos”. Os SMG admitem também na resposta ao HM que há um – entre os 15 medidores de vento em Macau – danificado. “Está localizado na parte sul da Ponte da Amizade. Todos os outros estão em bom estado de conservação e por esse motivo fazem uma avaliação válida”, garantem os serviços. Mais deputados ao ataque Ainda no rescaldo do tufão Nida, foram vários os deputados que ontem criticaram os SMG, por “não terem um critério claro de lançamento de sinais e pela sua hesitação”. Ho Ion Sang e Ella Lei juntam-se aos que já expressaram a opinião na terça-feira para “exigir uma auto-avaliação” dos serviços. O deputado Ho Ion Sang diz que os SMG não conseguiram proporcionar dados meteorológicos correctos e que a sua explicação não foi aceitável. Já Ella Lei fala em falta de critérios e questionou o serviço sobre “se as instalações estão a funcionar bem e se reflectem a actual situação metrológica”. Pereira Coutinho não exclui a “possibilidade de conluio entre comerciantes e oficiais do Governo e exige a intervenção do Comissariado contra a Corrupção”, tendo marcada para hoje a entrega de um pedido de investigação.