João Luz PolíticaTamagnini Barbosa | Quase 190 inspecções no Bairro Social O Instituto de Habitação (IH) realizou 188 inspecções aos edifícios do Bairro Social Tamagnini Barbosa desde o início do ano até metade do mês passado, indicou a presidente substituta do organismo Kuoc Vai Han. A revelação do IH foi dada em resposta a interpelação escrita de Nick Lei, na sequência dos problemas estruturais registadas nos edifícios de habitação social no Bairro do Toi San. Recorde-se que no final do ano passado, as paredes exteriores dos três edifícios de habitação social do Bairro Social de Tamagnini Barbosa foram pintadas e todas as janelas de alumínio substituídas. Porém, de acordo com queixas de moradores, mais de três dezenas de apartamentos continuam a revelar debilidades face aos elementos, realidade reforçada pelas chuvadas que recentemente têm assolado Macau, alagando apartamentos e danificando mobílias e equipamentos. O IH sublinhou que, “com o intuito de melhorar o ambiente habitacional dos moradores do Bairro Social de Tamagnini Barbosa, nos últimos anos, tem vindo a realizar várias obras de reparação e manutenção, de grande envergadura”. Além disso, o organismo liderado por Arnaldo Santos afirma atribuir “grande importância ao presente caso de infiltração”, que motivou o envio de pessoal ao local e indicação ao “empreiteiro para proceder à inspecção integral e à execução das obras de reparação”. O IH afirmou ainda que irá, em conjunto com o empreiteiro, “continuar a prestar atenção às infiltrações de água nas janelas de alumínio após a respectiva reparação, especialmente durante a passagem de tufões, e a proceder ao devido acompanhamento”.
João Luz Manchete SociedadeHabitação | Apartamentos alagados no Bairro Social de Tamagnini Barbosa Os moradores dos edifícios do Bairro Social de Tamagnini Barbosa queixam-se de que sempre que chove as janelas deixam entrar água, danificando mobílias e levantando preocupações à medida que a época dos tufões se aproxima. Apesar das reparações do final do ano passado, os edifícios de habitação social acumulam estragos No final do ano passado, as paredes exteriores dos três edifícios de habitação social do Bairro Social de Tamagnini Barbosa foram pintadas e todas as janelas de alumínio foram substituídas. Porém, de acordo com queixas de moradores, mais de três dezenas de apartamentos continuam a revelar debilidades face aos elementos, realidade reforçada pelas chuvadas que recentemente têm assolado Macau. Sempre que chove com um pouco mais de intensidade, as janelas deixam entrar água, ensopando carpetes, danificando mobiliário e deixando os moradores em alerta permanente para a necessidade de limpar rapidamente e apanhar a água quando chove. Em declarações ao jornal Ou Mun, uma moradora do complexo de habitação social mostrou-se resignada e afirmou que as várias queixas apresentadas não tiveram qualquer resultado. A residente afirmou que antes das reparações do final de 2022, as janelas não deixavam entrar água e que o problema afecta muitos outros moradores. Além das janelas que metem água, os halls de entrada e escadas exteriores que acumulam grandes poças de água tornaram-se também alvo de queixas recorrentes dos moradores à administração do condomínio e ao Instituto de Habitação. A juntar às queixas registaram-se também vários acidentes de pessoas com quedas nas escadas devido ao chão molhado. Melhor a emenda O deputado e presidente da Aliança de Instituição de Povo de Macau, Nick Lei, dirigiu-se ao bloco de edifícios de habitação social, situado no coração do bairro do Toi San, e deu eco às queixas dos moradores, muitos deles idosos que vivem sozinhos e pessoas portadoras de deficiência. O deputado ligado à comunidade de Fujian sublinhou, em declarações ao jornal Ou Mun, que apesar das repetidas queixas às autoridades, a falta de condições de habitabilidade persiste e que os moradores vivem num constante estado de preocupação, em particular quando chega a época dos tufões. Nick Lei refere que, de acordo com a avaliação que fez, o problema das infiltrações de água piorou a partir de Janeiro deste ano. Depois de várias reparações, o problema foi atenuado em alguns apartamentos. Porém, a entrada de água através das janelas afecta cerca de 30 fracções, situação que o deputado estima agravar-se no futuro. Concluído em 1985, o Bairro Social de Tamagnini Barbosa apresenta sinais evidentes de degradação. Nick Lei destaca as escadas exteriores como um dos maiores perigos, com rachas no cimento e os materiais antiderrapante nos degraus completamente danificados.
José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasLiberalização da venda de Liu pun A solução achada pelo Leal Senado, que O Independente de 28 de Abril de 1892 se escusa a referir, dizendo apenas não concordar, sem dela nada mais descrever e faltando-nos o que escreve O Macaense, na visão local em oposição à do reinol jornal, encontramos a exposta por Filomeno Izidoro dos Santos Victal: A 20 de Abril de 1892 as lojas chinesas começaram a deixar de abrir até que em 20 de Maio, todas as lojas fecharam e ninguém trabalhava, os barcos pararam e desde o início de Macau nunca a cidade tinha visto uma tal manifestação. A greve ocorreu devido ao governo aprovar em Outubro de 1891 entregar o monopólio da venda do vinho para dois anos e a associação dos negociantes de vinho demandaram ao governo para não ser cobrada taxa na venda do vinho, mas o governo não aceitou. Ao ser arrematado o monopólio do vinho, os comerciantes recusaram-se a participar e ninguém concorreu, até que em Março de 1892 um comerciante de Hong Kong Chan Iü San ofereceu 7810 yuan para ficar com o monopólio da venda de vinho de 1 de Maio de 1892 a 30 de Junho de 1894. Perante este contrato cada meio quilo de vinho era cobrada à taxa de 5 cêntimos, mas quem produzia localmente vinho teria também de pagar. Tal colocou o preço do vinho 16 por cento mais caro, o que levou a um aumento do custo de vida em Macau. Assim o Governo de Macau necessitou de ir a Hong Kong comprar arroz e colocar os presos a trabalhar nas necessidades portuguesas, até que o governo enviou os militares portugueses a obrigar os chineses a abrir as lojas. No dia 22 de Maio, o Visconde Sena Fernandes representando o governou negociou com a associação dos comerciantes chineses e comprometeu-se a retomar o monopólio da venda do vinho ao comerciante Chan pagando-lhe 8000 yuan para ele libertar, ficando durante seis meses esperando ordens de Lisboa. Resolvido o problema, as lojas chinesas reabriram e assim liberalizou-se a venda de vinho chinês, segundo Filomeno Izidoro dos Santos Victal. Outra versão refere: A implantação deste monopólio provocou uma greve dominada com prudência e firmeza pelo Governador. Fala-se ter o comércio subornado por avultada peita o arrematante que apenas pagou a primeira prestação e depois ausentou-se abandonando Macau e o exclusivo. O monopólio foi lançado às margens e substituído pelo regime de licenças com o parecer favorável da junta consultiva do Ultramar. No entanto, ainda a 5 de Maio de 1892 O Independente, em Comunicados anota, durante a greve, que durou apenas dois dias, a venda de carnes verdes se fazia em algumas lojas com as portas encerradas. Notícia talvez proveniente d’ O Macaense, pois, segundo O Independente, <se fosse somente a carne de porco, ninguém se importaria com tal asserção; mas como é público e notório que o talho da carne de vaca se conservou aberto como de costume, e como o empresário deste exclusivo, o Sr. Cong-pac, preparou a sua gente para resistir à força contra os grevistas, quando estes tentassem invadir o seu estabelecimento, é justo que seja conhecido por quem não o presenciou o modo digno e corajosos do Sr. Cong-pac em manifestar publicamente a sua indignação contra a atitude estúpida dos grevistas. Além disto, o Sr. Cong-pac fez grandes sacrifícios em mandar vir de Hong Kong muito gado que lhe custou caro, para fornecer a comunidade inteira desta província na falta de outros géneros, o que não fez o arrematante do exclusivo da carne de porco. RESCISÃO DO CONTRATO O B.O. n.º 24 de 15 de Junho de 1892 anuncia: <Por esta repartição e para os efeitos da condição 19.ª do contrato do exclusivo do vinho Liu-pun em Macau, Taipa e Colovane, celebrado nesta repartição em 6 de Abril do corrente ano com o chinês Chan-Iü-San, se faz público que por S. Exa. o Governador da Província foi rescindido em data de ontem [14 de Junho] o referido contrato, por contravenção da condição 18 e seu parágrafo por parte do mesmo chinês arrematante. Repartição de Fazenda Provincial de Macau e Timor, em 15 de Junho de 1892. O inspector de Fazenda Arthur Tamagnini Barbosa. Interessante no contrato publicado no B.O. de 16 de Abril de 1892 não constarem as condições 17, 18, 19 e 20. Em forma de Anúncio aparece no B.O. de 23 de Junho de 1892: <Por determinação de S. Exa. o Governador da província, baseada em autorização telegráfica de S. Exa. o Ministro da Marinha e Ultramar, faz-se público: 1.º Que a contar de 15 do próximo mês de Julho, a ninguém é permitido vender, fabricar e importar vinho Liu-pun em Macau na Taipa e em Coloane, sem que tenha para esse fim obtido licença especial passada por esta repartição. 2.º As pessoas que desde o referido dia 15 de Julho queiram vender por grosso ou a retalho, fabricar ou importar, vinho Liu-pun, em qualquer das localidades mencionadas, apresentarão as suas declarações em papel selado nesta repartição até ao dia 5 de Julho. 3.º No dia 6 pela 1 hora da tarde comparecerão os declarantes nesta repartição, a fim de, perante a comissão de que trata a régia portaria n.º 114 de 11 de Dezembro de 1891, se lhes designar a taxa que cada um terá de pagar. 4.º Esta taxa poderá ser paga uma só vez, por ano, por semestre ou por trimestre mas sempre adiantada. 5.º É de dois anos o prazo máximo porque se concedem as licenças. 6.º A ninguém mais, além dos licenciados pela forma que aqui se consigna, é permitido importar, fabricar e vender por grosso ou a retalho vinho Lui-pun, sob pena da multa de cinquenta patacas e confisco de todo o vinho encontrado no estabelecimento não licenciado. 7.º É permitido aos negociantes e fabricantes de vinho constituírem-se em grémio, a fim de entre si fazerem a divisão da taxa que cada um deva pagar para completo da importância total que a todos os declarantes possa ser exigida. 8.º Querendo aproveitar-se da faculdade que é concedida no número anterior deverão declará-lo no referido dia 6 de Julho perante a comissão a que se refere o n.º 3 e nessa ocasião apresentarão uma lista de todos os agremiados devidamente autenticada com o selo da loja de cada um. 9.º A direcção dos negócios do grémio, no que toca a relações com a fazenda provincial, será cometida a uma comissão de três membros escolhidos pelo grémio entre os negociantes de grosso. 10.º A direcção do grémio é responsável individual e solidariamente pelos pagamentos do total das taxas devidas à fazenda. 11.º Dado o caso do pagamento se não efectuar dentro dos três primeiros dias do ano, semestre ou trimestre a que disser respeito, considera-se cada um dos agremiados sujeitos à penalidade expressa no número 6. Repartição da fazenda provincial de Macau e Timor, 22 de Junho de 1892. O inspector de fazenda Arthur Tamagnini Barbosa. Parecia estar o assunto encerrado quando durante uma reunião, às 8 horas da noite de 6 de Julho de 1892, foram presos 40 indivíduos chineses, todos negociantes de arroz e de vinho, por estarem a conferenciar num dos grémios chineses denominado Vong-ngi-t’ong, sem prévia licença da autoridade competente.