Hoje Macau SociedadePJ | Negado envolvimento de Space Oil em caso de detenção A Polícia Judiciária (PJ) confirmou que a droga envolvida num caso de detenção na quinta-feira não é, afinal, “Space Oil”, sendo que os testes realizados deram falso positivo para a substância de etomidato, a base desta nova droga. A detenção de um homem, descrita inicialmente como a primeira em Macau envolvendo “Space Oil”, ocorreu por suspeita de tráfico, sendo o homem de nacionalidade vietnamita. Um novo comunicado da PJ, veio agora dizer que o resultado de testes rápidos efectuados a estupefacientes não constituem uma referência para a classificação final do tipo de droga envolvida, sendo que, depois de realizada a prova material por parte do Departamento de Ciências Forenses, ficou concluído, em relatório, que o resultado do primeiro teste rápido deu um falso positivo à presença do etomidato. A PJ diz estar agora a comunicar com as entidades envolvidas sobre a discrepância de resultados, tendo pedido desculpas publicamente pela falsa informação divulgada e referindo que continua a investigar os casos de forma científica, bem como actuar de forma justa no futuro.
João Luz Manchete SociedadePJ | Primeira detenção por uso de “space oil” A Polícia Judiciária anunciou ontem a primeira detenção por tráfico de etomidato, a droga vulgarmente conhecida como “space oil”. O suspeito detido é um cidadão vietnamita, que foi apanhado com 635 gramas, cujo valor no mercado negro é de cerca de 37.000 patacas A Polícia Judiciária (PJ) fez a primeira detenção por suspeitas de tráfico de etomidato, a droga conhecida como “space oil” desde a revisão da legislação que passou a incluir a substância na lista de estupefacientes cuja venda e consumo constitui crime. Em conferência de imprensa, as autoridades revelaram que o detido é um homem vietnamita e que durante a operação policial, que ocorreu na quarta-feira, foram apreendidas várias garrafas contendo etomidato e líquido para cigarros electrónicos, com um peso total superior a 635 gramas. A PJ estima que as substâncias apreendidas tenham um valor de 37 mil patacas no mercado negro. Segundo o relato das autoridades divulgado pelo canal chinês da Rádio Macau, a investigação ao suspeito começou com uma denúncia. Uma equipa de agentes da PJ dirigiu-se ao domicílio do suspeito, na zona central da península, onde encontrou parafernália necessária para fazer os cigarros electrónicos com a droga. O material estava escondido no quarto do suspeito, nas escadas do prédio e até na caixa de correio. Após a realização de um teste rápido, a polícia identificou a substância como sendo “space oil”. As autoridades indicaram ainda, apesar da falta de cooperação do suspeito na investigação, que os clientes do homem detido eram conterrâneos do Vietname, que compravam cada cigarro electrónico com “space oil” por 1.000 patacas. Teste do ácido O director da PJ, Sit Chong Meng, revelou ontem que as autoridades da RAEM compraram nas regiões vizinhas testes rápidos que detectam em cerca de três minutos se uma pessoa consumiu “space oil”. O responsável indicou que a PJ tem estado atenta ao possível consumo da droga em campus universitários, mas também na comunidade, e que tem organizado programas de sensibilização para os perigos do consumo. O etomidato, um anestésico de curta acção, administrado por via intravenosa, utilizado principalmente em serviços de urgência, unidades de anestesia, salas de cirurgia e unidades de cuidados intensivos. A substância entrou no radar das forças policiais da região depois da morte de, pelo menos três pessoas em Hong Kong, situação que levou a região vizinha a aumentar as penas para quem produz e trafica “space oil”. Em Macau, antes da entrada do etomidato na lista de substâncias proibidas, foram encontrados cinco casos de consumo, um deles envolvendo dois adolescentes com 16 e 18 anos.
Andreia Sofia Silva PolíticaDroga | “Space Oil” passa a estar integrado na lei Os deputados aprovaram ontem na generalidade e na especialidade, com carácter de urgência, a revisão à lei de 2009 sobre a “proibição de produção, tráfico e consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas”. O processo incluiu o aditamento de novas substâncias já existentes no mercado, nomeadamente o “space oil”. Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, referiu que estes aditamentos à lei se devem às novas classificações feitas pelas Nações Unidas, no ano passado. “Confirmou-se que, de entre as 23 substâncias novas, três já estavam sujeitas a controlo na ‘lei de combate à droga’. Porém, as restantes, que correspondem a duas substâncias e 18 precursores, ainda não foram incluídas nas tabelas” da referida lei. Aditam-se ainda “quatro novos tipos de droga”, nomeadamente o “Etomidate [Space Oil] e suas três substâncias análogas Metomidate, Propoxate e Isopropoxate, as quais, apesar de não estarem sujeitas a controlo internacional, constituem uma ameaça grave à segurança da saúde pública”. Wong Sio Chak referiu que o “space oil” já é regulado no interior da China desde Outubro de 2023, enquanto o Metomidate, o Propoxate e o Isopropoxate o são desde Julho do ano passado. No caso de Hong Kong, esse controlo existe desde Fevereiro. Este foi um dos pontos destacado pelos deputados: a lentidão do processo para aditar estas novas substâncias à legislação em vigor. “Porque somos os últimos a combater as novas drogas? Os nossos trabalhos são lentos em comparação com as outras regiões, como podemos aperfeiçoar isso?”, questionou Ron Lam U Tou. O secretário garantiu que o atraso se deve ao próprio mecanismo de produção de leis. “No Interior da China [o processo faz-se] através de uma ordem do Conselho de Estado, tratando-se de uma medida administrativa para controlo de substâncias, e em Taiwan há uma comissão para assuntos de saúde em que basta emitir uma ordem. Em Hong Kong, também basta emanar um documento, mas no nosso caso tem de haver a aprovação legislativa no hemiciclo”, adiantou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaConselho Executivo pede revisão urgente da lei para proibir “space oil” O Conselho Executivo espera que a proibição da droga “space oil” seja aprovada com um carácter de urgência pela Assembleia Legislativa. A informação foi divulgada num comunicado, depois da proposta do Executivo ter sido discutida ontem pelo órgão consultivo, seguindo agora para o hemiciclo. De acordo com o Conselho Executivo, as alterações legislativas que vão proibir o etomidato, ou óleo do espaço, e outras 19 substâncias, visam seguir as recomendações de 2024 da Comissão das Nações Unidas para os Estupefacientes sobre as substâncias sujeitas a controlo internacional. “Duas destas substâncias são estupefacientes e substâncias psicotrópicas, e as restantes 18 substâncias são precursores que podem ser utilizados para a produção de droga”, foi explicado. A proibição é concretizada através da actualização da lei da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, em vigor desde 2009, com a introdução das substâncias proibidas nas tabelas deste diploma legal. Contexto regional Todavia, a proposta do Governo da RAEM vai além das proibições da Comissão das Nações Unidas para os Estupefacientes, o que foi explicado com o contexto regional da RAEM. “Tendo em conta o surgimento nos últimos anos de quatro novas substâncias: o Etomidate, o Metomidate, o Propoxate e o Isopropoxate nas regiões vizinhas e o consequente aumento, considerável, do risco de abuso daquelas substâncias em Macau, a proposta de lei sugere o seu controlo legislativo”, foi revelado. O etomidato é um anestésico geral, destinado ao uso hospitalar, com a circulação no mercado proibida. As autoridades indicam que em Macau foram detectados quatro casos de consumo etomidato. Em relação às outras substâncias não foram registados quaisquer casos, o que não impede que se avance actualmente com a proibição. “O Governo da RAEM presta grande atenção ao surgimento de novas drogas e, conforme as necessidades, tem vindo a actualizar oportunamente […] a fim de evitar que as novas drogas causem ameaças à segurança da saúde pública e para melhor prevenir e combater os crimes relacionados com a droga em sintonia com as regiões vizinhas e até com a comunidade internacional”, foi explicado.