Azulejos portugueses enfeitam Palácio Imperial chinês

[dropcap]N[/dropcap]um dos vários ‘siheyuan’ – a tradicional residência chinesa construída em torno de pátios espaçosos – do Antigo Palácio Imperial da China, dezenas de painéis de azulejos exibem nas próximas semanas o carácter “global” da história portuguesa.

“É uma plataforma que demonstra o entendimento entre os portugueses e todos os povos com quem estivemos em contacto”, resumiu Alexandre Pais, curador do Museu Nacional do Azulejo, à agência Lusa, em Pequim, sobre a exposição “O País Das Cidades Vidradas”.

Inaugurado na presença da ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca, e do seu homólogo chinês, Luo Shugang, a exposição reúne várias épocas daquela manifestação plástica portuguesa – desde a herança do período islâmico à modernidade.

O espaço da exibição será igualmente simbólico para os anfitriões chineses: o museu da Cidade Proibida, complexo construído durante a dinastia Ming (1368-1644) e onde residiram 24 imperadores chineses, que se sucederam durante mais de 500 anos.

Outrora fechado aos cidadãos comuns, sendo a entrada punível com pena de morte, o antigo Palácio Imperial é agora a principal atracção turística da capital chinesa.

Braços abertos

Na manhã de ontem, e apesar de as temperaturas superarem os 30 graus e de a poluição desaconselhar actividades ao ar livre, milhares de turistas enchiam as vielas e pátios daquele complexo.

“Tentámos trazer peças que reflectissem não só a relação com a China, mas também a relação com a Índia, a Pérsia, o Islão, com os Países Baixos”, explicou Alexandre Pais.

O objectivo é “demonstrar que os portugueses têm uma predisposição global para os outros povos, outras culturas, e que isso é reflectido no azulejo”, acrescentou.
Ilustrações de cenas históricas da expansão marítima, peças religiosas e laicas, refletindo o quotidiano, mas também paisagens chinesas, com base em descrições e gravuras que outrora chegavam à Europa, mostram o azulejo como um “lugar de encontro de culturas”, descreveu Graça Fonseca.

“Este conjunto seleccionado do Museu Nacional do Azulejo permite contar a história desta arte que admiramos e estimamos, e muito nos honra partilhar com o público chinês esta expressão artística, que nos enriquece enquanto país e cultura”, afirmou a ministra.

A exposição insere-se nas celebrações do Festival de Cultura Portuguesa na China. Em declarações à agência Lusa, no início de uma visita oficial de três dias à China, Graça Fonseca lembrou que a cultura é uma das áreas estratégicas da cooperação entre Pequim e Lisboa.

A ministra portuguesa previu uma maior presença de agentes culturais portugueses no país asiático, a partir deste ano. “A ideia é integrar, cada vez mais, estruturas” da cultura portuguesa “naquilo que possam ser rotas programadas e calendarizadas na China”, apontou.

12 Jun 2019

Palácio Imperial | Proprietário autorizado a entrar para obras

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Hotel Palácio Imperial Beijing já recebeu autorização da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) para entrar no hotel até Novembro, de forma a poder rectificar as infracções que terão sido cometidas pelo espaço. É o que diz o Jornal Ou Mun, que cita o responsável da empresa gestora.
O espaço hoteleiro, na Taipa, foi encerrado provisoriamente pela DST no mês passado, depois do Governo considerar que o estabelecimento que um dia foi o New Century “não cumpre as condições de segurança mínimas”, nomeadamente relativas à prevenção e combate a incêndios. O período de encerramento é de seis meses, sendo que ninguém poderia entrar no hotel. Agora, a empresa que gere o espaço poderá ter acesso ao interior: o Jornal Ou Mun “confirmou com um responsável” da Empresa Hoteleira Macau, Limitada que a companhia tinha pedido, nos dias 5 e 8 de Agosto, permissão para entrar no hotel para realizar trabalhos de melhoria e já recebeu a aprovação pelo organismo.
O pessoal que foi devidamente autorizado pelo organismo pode entrar no hotel por um período que começou no passado dia 12 de Agosto e que se estende até 11 de Novembro. A ideia é realizar trabalhos de manutenção de saneamento, da segurança das infra-estruturas e rectificação das infracções. Segundo a publicação, os selos na porta do hotel já foram retirados.
Na altura do encerramento, Helena de Senna Fernandes, directora da DST, indicava que a decisão tem por base a detecção de “graves infracções administrativas e a ameaça da segurança pública e da imagem da indústria turística de Macau”. A medida foi implementada quando ainda estavam hóspedes e funcionários no local. O facto de ser um hotel de cinco estrelas exige o cumprimento de determinadas características que também já não existiam. Várias instalações do hotel, como a sauna, espaços de lazer e restaurantes, tinham encerrado por motivos alheios à DST, mas que contribuem para que o hotel não possa ser classificado com cinco estrelas.
Agora, a DST diz que o hotel poderá ser reaberto com antecedência se conseguir melhorar a situação e cumprir as exigências. Se depois de seis meses não houve mudanças, o hotel vai ser encerrado permanentemente.

15 Ago 2016