João Santos Filipe Manchete SociedadeObras Públicas | Li Canfeng e Jaime Carion acusados de associação secreta O caso em que os ex-directores das Obras Públicas são acusados do crime de associação secreta envolve 21 arguidos. Além dos empresários William Kuan e Sio Tak Hong, também Ng Lap Seng consta na lista de arguidos. Este último tem no cadastro uma condenação por corrupção nos Estados Unidos Os ex-directores dos Serviços de Obras Públicas, Jaime Carion e Li Canfeng, são acusados pelo Ministério Público (MP) de crimes de associação secreta. Os contornos da acusação de mais um caso com as Obras Públicas na RAEM foram revelados na sexta-feira, pela Rádio Macau, e implicam 21 arguidos. Jaime Carion é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, cinco crimes de corrupção passiva para acto ilícito e seis crimes de branqueamento de capitais. O antigo director das Obras Públicas não está em Macau há vários anos, o seu paradeiro é desconhecido, apesar das suspeitas de que esteja algures em Portugal ou no Brasil, pelo que as hipóteses de passar tempo na prisão são praticamente nulas. No que diz respeito a Li Canfeng, sucessor de Carion nas Obras Públicas, é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, 11 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 10 crimes de branqueamento de capitais, um crime de falsificação de documentos e quatro crimes de inexactidão de elementos. O ex-director está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Coloane desde Dezembro de 2021, depois de ter sido detido no Interior. Segundo a informação avançada da Rádio Macau, também Ng Lap Seng consta no processo. O empresário esteve preso nos Estado Unidos até 2021, por ter corrompido altos membros da Organização das Nações Unidas, num caso altamente mediático. Em Março do ano passado, devido à situação pandémica, Ng foi autorizado a deixar os EUA e a viajar para o território para cumprir pena de prisão até Dezembro de 2021. Chegado ao território, o empresário arrisca nova pena de prisão. Ng Lap Seng é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa e quatro crimes de branqueamento de capitais, e está a aguardar o julgamento em liberdade, embora impedido de sair de Macau. Talentos locais Por sua vez, Sio Tak Hong é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, dois crimes de corrupção activa, cinco crimes de branqueamento de capitais e quatro crimes de falsificação de documentos. O empresário William Kuan Vai Lam, que quando estava em liberdade foi responsável pela venda de terrenos mais cara de sempre em Macau, é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, três crimes de corrupção activa e três crimes de branqueamento de capitais. Sio Tak Hong e William Kuan foram detidos em Macau em Dezembro de 2021, na mesma altura que Li Canfeng. Ainda no processo consta o nome do empresário Miguel Wu, ex-sócio de Pedro Chiang, que já havia sido condenado no âmbito do processo com o ex-secretário Ao Man Long. Wu é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, dois crimes de corrupção activa e dois crimes de branqueamento de capitais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeNg Lap Seng | Libertação antecipada por risco de infecção com Covid-19 O empresário de Macau vai ser libertado após ter cumprido dois anos e dez meses da pena de prisão a que tinha sido condenado por corromper dirigentes das Nações Unidas Ng Lap Seng vai sair mais cedo da prisão, após um juiz norte-americano ter considerado que o milionário está mais seguro em Macau do que numa prisão, a correr o risco de ser infectado por covid-19. A notícia foi avançada pela agência noticiosa Reuters, depois de Ng ter cumprido dois anos e dez meses da pena de quatro anos a que tinha sido condenado por corromper dirigentes das Nações Unidas. Segundo a ordem do juiz Vernon Broderick, as autoridades devem proceder à “libertação por compaixão” de Ng, porque há sinais de que a saúde do milionário de 72 anos está cada vez pior e que o risco de estar numa prisão com centenas de infectados é muito elevado. “Há um certo nível de humanismo que decidi exercer”, justificou Broderick, segundo a Reuters, quando anunciou a libertação do empresário de Macau. O juiz afirmou ainda que Ng tem de regressar o mais depressa possível a Macau, uma região tida como mais segura a nível de saúde do que a prisão de Pennsylvania, e que deve ser entregue aos serviços de imigração americanos, para tratarem deste processo. Ao libertar Ng Lap Seng, Vernon Broderick negou as pretensões do procurador Daniel Richenthal, que pretendia que se respeitasse o período para cumprir a pena. E a vacina? Richenthal argumentou que Ng já tinha sido vacinado com a primeira dose da Moderna e que seria inoculado com a segunda dose a 26 de Março. “O senhor Ng não corre risco nem é um risco para os outros porque está vacinado”, argumentou o procurador. “E isso tem de ser considerado e muda toda a situação”, acrescentou, antes de Broderick ter tomado a decisão final. O procurador argumentava ainda que com a vacinação as razões para uma libertação precoce eram “diminuídas de forma substancial”. No pólo oposto, o advogado de Ng, Benjamin Brafman, elogiou a decisão da Justiça americana. De acordo com o causídico, Broderick “compreendeu o custo humano de mudar de ideias, depois de Ng ter sido informado que já cumpria as condições para regressar mais cedo a casa”, apontou. “O juiz decidiu que não ia permitir que houvesse este trauma”, acrescentou. Apesar dos argumentos, o empresário de Macau ganhou a batalha jurídica e vai agora ser vacinado. Depois, será entregue aos serviços de imigração para voar para Macau. De acordo com a leis dos Estados Unidos, Ng já cumpria as condições para ser libertado desde 23 de Dezembro do ano passado. Ng Lap Seng tinha sido condenado a quatro anos de prisão em 2017 por ter sido dado como provado que tinha subornado dois dirigentes da Organização das Nações Unidas, incluindo o presidente da Assembleia Geral, John Ashe, para garantir apoios na construção de um centro de convenções do organismo em Macau.
João Luz SociedadeEUA | Supremo Tribunal de Justiça nega recurso a Ng Lap Seng [dropcap]O[/dropcap] recurso interposto pelo magnata do imobiliário de Macau Ng Lap Seng para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos (ONU) foi negado, de acordo com a agência Reuters. O tribunal do topo da hierarquia judicial dos Estados Unidos confirmou a sentença de quatro anos de prisão por suborno a dois embaixadores das Nações Unidas a troco de influência para construir um centro de conferências. O colectivo de juízes manteve a decisão do tribunal federal que determinou que as leis anti suborno se aplicam aos pagamentos feitos pelo empresário, apesar da defesa argumentar que a legislação excluía dinheiro entregue a pessoas envolvidas em entidades públicas, como as Nações Unidas. Em 2017, Ng Lap Seng foi considerado culpado pela prática dos seis crimes de que foi acusado, incluindo suborno, lavagem de dinheiro e corrupção. A acusação argumentou que Ng pagou mais de 1 milhão de dólares em subornos a John Ashe, antigo presidente da assembleia geral da ONU e embaixador de Antígua e Barbuda, e Francis Lorenzo, antigo ex-embaixador da República Dominicana. O empresário do ramo imobiliário tinha uma ideia faraónica de transformar Macau na “Genebra asiática”, a capital das conferências e convenções, onde estaria incluída uma gala anual de apoio a países em desenvolvimento. Em simultâneo, Ng planeava construir habitação de luxo, unidades hoteleiras, marinas e um heliporto. De acordo com os registos federais, citados pela AP, Ng Lap Seng, de 71 anos, cumpre pena na Prisão de Allenwood, no Estado da Pensilvânia, e estará apto para ser libertado a partir de Janeiro 2022.
Hoje Macau SociedadeTribunal de Nova Iorque recusa recurso de Ng Lap Seng [dropcap]U[/dropcap]m tribunal superior de Manhattan, em Nova Iorque, recusou o recurso interposto pelo empresário de Macau, Ng Lap Seng, com o intuito de reverter a condenação a quatro anos de prisão, por ter subornado dois embaixadores das Nações Unidas, de acordo com a agência Reuters. O tribunal deu como provado que, com cúmplices, Ng Lap Seng, de 71 anos, subornou, entre 2011 e 2015, dois diplomatas das Nações Unidas em troca de apoio à construção em Macau de um centro de conferências patrocinado pela ONU. Os diplomatas em causa foram John Ashe, embaixador de Antígua e Barbuda na ONU durante 10 anos e que presidiu à 68.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU (2013-2014), e Francis Lorenzo, adjunto do embaixador da República Dominicana na ONU. O 2º Tribunal Federal de Recurso de Manhattan decidiu na sexta-feira que as leis federais que incidem sobre subornos se aplicavam aos pagamentos suspeitos de autoria do empresário de Macau, apesar da Defesa argumentar que a legislação deixava de fora entidades públicas como as Nações Unidas. O tribunal superior decidiu também que o magistrado que julgou o processo em primeira instância errou ao sugerir ao júri que o Ministério Público teria de demonstrar intenção de Ng Lap Seng em influenciar um “acto oficial”, algo que não seria necessário neste caso. Em queda O empresário da Macau foi condenado em Julho de 2017 por todos os seis crimes de que era acusado, incluindo suborno, lavagem de dinheiro e corrupção. A cumprir pena em Allenwood, no Estado da Pensilvânia, Ng Lap Seng pode sair em liberdade condicional em Janeiro de 2022. Ng Lap Seng foi membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, enquanto em Macau integrou a Comissão Preparatória da Região Administrativa Especial e o Conselho para o Desenvolvimento Económico, e pertenceu à comissão que elege o Chefe do Executivo. Foi ainda responsável, em 2001, a par do Governo, pelo lançamento da Feira Internacional de Macau.
Diana do Mar Manchete SociedadeNg Lap Seng condenado a quatro anos de prisão em caso de corrupção envolvendo ONU O empresário de Macau Ng Lap Seng foi condenado a uma pena de quatro anos de prisão no caso de corrupção que envolveu altos quadros das Nações Unidas Com agências [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tribunal Federal de Manhattan, em Nova Iorque, condenou na sexta-feira Ng Lap Seng a uma pena de quatro anos de prisão. O empresário de Macau, que foi considerado culpado em Julho pelas seis acusações que pendiam contra si, incluindo corrupção e branqueamento de capitais, arriscava dezenas de anos de cadeia. O tribunal deu como provado que, com cúmplices, Ng Lap Seng, de 69 anos, subornou, entre 2011 e 2015, dois diplomatas das Nações Unidas em troca de apoio à construção em Macau de um centro de conferências patrocinado pela ONU. Os diplomatas em causa foram John Ashe, que foi embaixador de Antígua e Barbuda na ONU durante 10 anos e que presidiu à 68.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU (2013-2014), e Francis Lorenzo, adjunto do embaixador da República Dominicana na ONU. Para facilitar o avanço do projecto, John Ashe – que morreu em 2016, antes de ser levado a julgamento, na sequência de um acidente enquanto fazia levantamento de pesos em casa – submeteu ao então secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, um documento em que defendia a necessidade de construir o referido centro. Contudo, o denominado Centro Internacional de Conferências Permanente para a Cooperação Sul-Sul das Nações Unidas, que Ng Lap Seng pretendia construir utilizando a sua empresa, a San Kin Yip, nunca chegou a sair do papel. Além da pena efectiva de prisão, Ng Lap Seng foi condenado a pagar uma multa de um milhão de dólares e a restituir 1,5 milhões de dólares. Segundo a agência Reuters, o juiz negou ainda um pedido da defesa para que o empresário permaneça em prisão domiciliária, em que se encontra desde 2015, enquanto recorre da decisão, determinando que Ng Lap Seng tem que se entregar às autoridades no próximo mês de Julho. Ng Lap Seng era o único dos cinco acusados vivos que não reconheceu a culpa perante o tribunal. Dois cúmplices foram, entretanto, condenados a 20 meses e a sete meses de prisão, respectivamente, enquanto os outros dois, incluindo Francis Lorenzo, aguardam que seja determinada a pena. Principal acusado do caso, o magnata do imobiliário é descrito como bem conectado em termos políticos, tanto em Macau como na China, e referido por alegadas ligações às tríades. Ng Lap Seng foi membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, enquanto em Macau integrou a Comissão Preparatória da Região Administrativa Especial e o Conselho para o Desenvolvimento Económico, tendo pertencido ainda à comissão que elege o Chefe do Executivo. Foi ainda responsável, em 2001, a par do Governo, pelo lançamento da Feira Internacional de Macau, que ainda hoje decorre anualmente. Conhecidas são também as suas doações ao Partido Democrático dos Estados Unidos nos anos 1990 e à Administração de Bill Clinton. As ofertas foram noticiadas na imprensa norte-americana por suscitarem suspeitas de origem ilícita.
Hoje Macau SociedadeJustiça | Ng Lap Seng condenado em caso de corrupção na ONU Poderá ser condenado a mais de 65 anos de prisão. De nada valeu à defesa garantir que o dinheiro dado foi a resposta a pedidos de diplomatas das Nações Unidas sem escrúpulos. Ng Lap Seng foi considerado culpado de todos os crimes de que ia acusado [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] empresário Ng Lap Seng, que queria construir um centro das Nações Unidas em Macau, foi condenado por corrupção e branqueamento de capitais, num caso que envolve um antigo presidente da Assembleia Geral da ONU. No final da semana passada, depois de um julgamento de quatro semanas, Ng Lap Seng, de 69 anos, foi condenado por todas as seis acusações que enfrentava, incluindo corrupção, suborno e branqueamento de capitais, no tribunal federal de Manhattan, em Nova Iorque. A data em que se procederá a deliberação sobre a pena não foi anunciada pelo tribunal. Ng pode enfrentar uma pena de prisão superior a 65 anos. Os procuradores acusaram Ng de pagar mais de um milhão de dólares em subornos para contornar os normais procedimentos das Nações Unidas, com o sonho de conquistar “fama e fortuna” com a sua ideia de desenvolver em Macau um centro tão grande como o edifício das Nações Unidas em Nova Iorque, que seria a “Genebra da Ásia”, com hotel, marina, heliporto, complexo de apartamentos e centro comercial. A procuradora Janis Echenberg afirmou que Ng pagou mais de 1,7 milhões de dólares em subornos, escreve a Associated Press. O empresário “corrompeu as Nações Unidas”, considerou Echenberg nas alegações finais. “Tijolo a tijolo, suborno a suborno, o réu construiu o caminho que ele julgava que ia permitir criar o seu legado”, afirmou. Ng é acusado de ter subornado John Ashe, que foi presidente da 68.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas entre Setembro de 2013 e Setembro de 2014, e Francis Lorenzo, embaixador adjunto da República Dominicana junto da ONU. Ashe morreu num acidente em casa antes de ser levado a julgamento. Os procuradores dizem que, entre 2010 e 2015, Ng subornou John Ashe e Francis Lorenzo, pagando 50 mil dólares por mês num esquema para atrair para Macau um centro que servisse os países mais pobres do Hemisfério Sul. Ng Lap Seng foi o único de cinco acusados vivos a não aceitar a transacção de culpa que lhe foi proposta por duas vezes. Um dos cúmplices foi condenado a 20 meses de prisão e os outros três, incluindo Francis Lorenzo, aguardam a sentença. A defesa do empresário argumentou que, apesar dos pagamentos serem comuns, o centro nunca foi construído. E insistiu na tese da extorsão: Ng Lap Seng deu o dinheiro que os diplomatas das Nações Unidas lhe pediram. O triunfo da acusação O juiz Vernon S. Broderick afirmou que Ng está “literalmente em prisão domiciliária”, com uma fiança de 50 milhões de dólares, num apartamento de luxo em Manhattan, onde permaneceu grande parte do tempo desde que foi detido em Setembro de 2015, com vigilância 24 horas por dia. “Ele não pode sair daquele apartamento. Não há se, e ou mas sobre isso”, afirmou o juiz. Num comunicado, o procurador interino dos EUA Joon H. Kim afirmou que Ng “corrompeu os níveis mais altos das Nações Unidas”. “Através de subornos e empregos de fachada, Ng tornou líderes da ONU no seu bando privado de agiotas”, apontou. As Nações Unidas disseram que “cooperaram extensamente para facilitar a administração adequada da justiça neste caso, ao divulgar milhares de documentos e renunciar à imunidade de funcionários para que pudessem testemunhar no julgamento”. O veredicto foi um triunfo para os procuradores, que enfrentaram questões legais difíceis, em torno da imunidade dada aos diplomatas da ONU, antes de conseguirem a cooperação do embaixador suspenso da República Dominicana Francis Lorenzo, que testemunhou contra Ng. Lorenzo afirmou que Ng lhe pagou inicialmente 20 mil dólares por mês como presidente de uma publicação, antes de aumentar esse valor para 30 mil, na condição de que colocasse a empresa de construção de Ng em documentos oficiais da ONU, como a firma que iria construir o centro em Macau. Ng Lap Seng foi membro do principal órgão de consulta do Partido Comunista Chinês e, em Macau, foi membro da Comissão Preparatória da RAEM, do Conselho para o Desenvolvimento Económico, pertencendo também à comissão que elege o Chefe do Executivo. São também conhecidas as suas doações ao Partido Democrático dos Estados Unidos nos anos 1990 e à Administração de Bill Clinton, noticiadas na imprensa norte-americana por suscitarem suspeitas de origem ilícita.
Hoje Macau SociedadeNg Lap Seng | Julgamento na recta final. Defesa tenta arrasar acusação A acusação pediu a condenação. A defesa tentou convencer o júri de que Ng Lap Seng foi vítima de extorsão. Estão feitas as alegações finais do processo que tem como único arguido o empresário de Macau e que envolve diplomatas das Nações Unidas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] acusação do processo que tem Ng Lap Seng como arguido instou esta semana o júri do tribunal federal de Manhattan a condenar o empresário. O milionário responde por crimes de corrupção, por ter alegadamente subornado dois diplomatas das Nações Unidas de modo a reunir apoio para a construção de um centro de convenções da ONU em Macau. Já a defesa considera que o caso é “um zero à esquerda”, relata a AP. “O arguido Ng Lap Seng corrompeu as Nações Unidas”, disse a procuradora-adjunta Janis Echenberg durante as alegações finais. A magistrada vincou que o empresário, de 69 anos, deu milhões de dólares a dois embaixadores da ONU, durante um período de cinco anos, para que os diplomatas o ajudassem a garantir a construção em Macau do que seria a “Genebra da Ásia”. O complexo iria receber milhares de pessoas que gastariam dinheiro no hotel, na marina, no condomínio, no heliporto e no centro comercial do empresário de Macau, apontou. Janis Echenberg afirmou também que o projecto iria dar a Ng Lap Seng e à sua família “fama e mais fortuna”. “Tijolo a tijolo, suborno a suborno, o arguido construir o caminho que julgou que seria o do seu legado”, acrescentou. Já o advogado de defesa, Tai Park, considerou a acusação “francamente absurda”. “É um zero à esquerda”, atirou. O causídico releu partes de um relatório de um grupo de trabalho das Nações Unidas para tentar demonstrar que não existem regras ou interdições às parcerias público-privadas que Ng Lap Seng criou com as Nações Unidas e os seus diplomatas, com vista à construção do centro na RAEM. O peso da testemunha Tai Park reiterou as acusações deixadas durante o julgamento aos embaixadores envolvidos no caso – o antigo presidente da Assembleia Geral da ONU John Ashe e o diplomata dominicano Francis Lorenzo –, dizendo que abusaram da relação que mantinham com o empresário de Macau. “Ng Lap Seng atirou literalmente o dinheiro dele em todas as direcções, conforme lhe foi pedido”, sublinhou o defensor. Ashe, que morreu no ano passado vítima de um acidente em casa, pediu ajuda a Ng Lap Seng, em 2014, ao solicitar um donativo de 200 mil dólares norte-americanos para pagar um concerto, depois de a pessoa que ia financiar o evento ter recuado, exemplificou Tai Park. Quanto ao salário mensal de 20 mil dólares pago a Lorenzo enquanto presidente de uma publicação do grupo de Ng Lap Seng, destinava-se a desenvolver trabalho que iria beneficiar nações em desenvolvimento, assegurou o advogado. No que toca ao diplomata dominicano, Janis Echenberg contra-argumentou, apontando que, se houvesse dúvidas sobre a natureza dos pagamentos feitos por Ng a Lorenzo, teriam ficado desfeitas em Dezembro de 2012, quando prometeu ao diplomata mais 30 mil dólares por mês para garantir a construção do centro de convenções. A magistrada disse ainda que o testemunho do diplomata da República Dominicana durante o julgamento foi tão prejudicial para o arguido que a defesa passou seis dias a contra-interrogá-lo. “Sabe-se que é culpado apenas pelo depoimento do embaixador Lorenzo.” Francis Lorenzo aceitou a transacção de culpa que lhe foi proposta. Antes do início do julgamento, também Ng Lap Seng foi, por duas vezes, convidado a admitir que cometeu os crimes mas, de ambas as vezes, recusou a oferta da acusação, jurando que é inocente. Sarampo | Serviços de Saúde adoptam medidas excepcionais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s bebés entre os nove e os 12 meses podem, a partir de agora, serem vacinados contra o sarampo. Por norma, a imunização para esta doença só se faz ao primeiro ano de vida. No entanto, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) decidiram adoptar medidas temporárias como forma de evitar um surto epidémico da doença. Esta semana, surgiu mais um caso de sarampo numa criança que ainda não tinha sido vacinada, por ainda não ter idade para tal. Contraiu a doença depois de ter estado em contacto com uma prima, que também ainda não tem 12 meses. Tendo em conta estes dois casos, os SSM disponibilizam uma vacinação extra, sendo que a medida temporária vai estar em vigor durante um ano. Após receberem esta vacina, os bebés terão ainda de receber as duas doses habituais, aos 12 e aos 18 meses. Em comunicado, os Serviços de Saúde explicam que um dos bebés com sarampo já recuperou e teve alta hospitalar; o outro ainda está internado, mas o seu estado de saúde é estável. Aviação | AirAsia lança voo directo para Jacarta [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] partir do próximo dia 7, já é possível viajar pela AirAsia de Macau para Jacarta. A nova rota permitirá ainda aos residentes de Macau apanharem voos para vários destinos na Indonésia, operados pela empresa. A AirAsia foi a primeira companhia aérea de baixo custo a estabelecer-se em Macau, em 2004. Desde então, passou a operar cinco rotas, através dos aviões de três empresas pertencentes ao grupo, com 58 voos semanais a aterrarem em Macau. De acordo com os números oficiais da transportadora, nos últimos 13 anos foram transportados mais de oito milhões de passageiros. Em comunicado, a companhia aérea diz esperar oferecer um novo destino aos residentes, mas também trazer mais passageiros para Macau. Viagens | Titulares do passaporte da RAEM com vida mais fácil [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) deu ontem conta de novas facilidades concedidas aos titulares de passaportes da RAEM na entrada no Sri Lanka e no Tajiquistão. Em relação ao primeiro destino, quem se deslocar em turismo ou em viagens de negócios pode pedir, antes de partir, a “Electronic Travel Authority” (ETA). Caso a autorização seja concedida, poderá permanecer no Sri Lanka por um período máximo de 30 dias. Os vistos estão também disponíveis à chegada, nos aeroportos de Colombo e de Hambantota, mas a DSI recomenda o recurso a ETA, para evitar imprevistos. Quanto ao Tajiquistão, passa a ser possível obter um visto electrónico antes de embarcar, sendo válido por 45 dias. O passaporte da RAEM permite viajar para 134 países e territórios sem que seja necessário visto ou com a obtenção do documento à chegada. No que diz respeito aos vistos online ou electrónicos, o documento permite tratar das formalidades em relação a 12 países.
Hoje Macau SociedadeNg Lap Seng | Terminou inquirição à principal testemunha da acusação Francis Lorenzo, o intermediário entre Ng Lap Seng e John Ashe nas remessas de dinheiro, diz ter-se limitado a fazer o que lhe pediam. Durante mais de uma semana explicou em tribunal em que situações o empresário de Macau enviou dólares para os Estados Unidos. Sempre aos milhares [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a principal testemunha da acusação do processo que tem Ng Lap Seng como arguido e foi ouvido ao longo de mais de uma semana no tribunal federal de Manhattan. Francis Lorenzo, embaixador das Nações Unidas, aceitou a transacção de culpa que lhe foi proposta. Em sede de audiência, disse que não sabia o que eram “subornos”. De acordo com a AFP, Francis Lorenzo explicou em tribunal que o empresário de Macau lhe pagava mais de 50 mil dólares por mês para que fosse avante a construção de um centro de convenções das Nações Unidas em Macau. Além disso, canalizou mais 300 mil dólares para o antigo presidente da Assembleia Geral da ONU John Ashe, acusado no caso, mas que não chegou a ser julgado – morreu no ano passado vítima de um acidente em casa. Ao longo de várias sessões, descreve a agência de notícias, a acusação arrancou do diplomata dominicano uma explicação nada simpática da facilidade com que Lorenzo e Ashe aceitaram – e, por vezes, solicitaram – dezenas de milhares de dólares como complemento aos salários de embaixadores. De acordo com o depoimento feito, no final de 2009, Francis Lorenzo concordou em reforçar o vencimento mensal de 72 mil dólares nas Nações Unidas com um salário de 20 mil dólares pago por Ng Lap Seng, na qualidade de presidente da publicação sem fins lucrativos South South News. Questionado pela acusação sobre a experiência que tinha, à data, em comunicação social, a testemunha concedeu que não tinha qualquer passado profissional na área. Lorenzo revelou que, a pedido de John Ashe, ajudou a arranjar um emprego para a mulher do diplomata, emprego esse que não obrigava à comparência no local de trabalho, mas que lhe rendia 2500 dólares mensais. Ashe terá também pedido a Ng Lap Seng que financiasse uma viagem de família a Nova Orleães e que pagasse pela construção de um recinto de basquetebol na sua casa. Em 2014, o antigo líder da Assembleia Geral da ONU pediu ao empresário de Macau um contributo para ajudar à sua presidência e Ng enviou-lhe 200 mil dólares, acrescentou a testemunha. Já depois destas remessas, John Ashe solicitou a Ng Lap Seng 20 mil dólares para financiar uma recepção da ONU, mas Lorenzo só lhe entregou 16 mil. “Por que ficou com os quatro mil dólares?”, perguntou a acusação. “Fiquei com eles para mim”, respondeu o intermediário entre o empresário de Macau e John Ashe. Suborno, palavra desconhecida Francis Lorenzo, que admitiu a culpa nos crimes de corrupção e arrisca-se a uma pena de 78 anos de prisão, acrescentou que, mais tarde, Ng Lap Seng começou a pagar-lhe mais 30 mil dólares por mês na esperança de conseguir obter luz verde da ONU para a construção do centro em Macau. Depois de o projecto ter sido aprovado, o empresário comprou um apartamento em Manhattan, no valor de 3,2 milhões de dólares, onde o diplomata dominicano planeava viver. A testemunha, que tem cidadania norte-americana, confessou que fugiu ao fisco dos Estados Unidos através de contas bancárias do irmão e da irmã na República Dominicana, onde viveu até meados dos anos 1980. O advogado de Ng Lap Seng, Tai Park, perguntou a Lorenzo por que razão, nas dezenas de inquirições feitas pela acusação, jamais se referiu ao dinheiro dado pelo empresário de Macau como sendo subornos. “Não estava familiarizado com o termo”, respondeu a testemunha. No início deste mês, na sessão dedicada às alegações introdutórias, a defesa de Ng Lap Seng descreveu o arguido como sendo uma vítima de diplomatas agressivos e gananciosos. Park insistiu que o seu cliente não subornou ninguém, mas deu emprego a Lorenzo e fez contribuições quando lhe eram solicitadas. Polícia fecha casino ilegal [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária de Macau deteve 19 pessoas que operavam um casino ilegal num hotel, informou a TDM. Segundo a emissora pública, a sala VIP operava há dois anos num hotel da zona do NAPE, tendo sido descoberta pelas autoridades na segunda-feira, depois de antigos jogadores se queixarem que as mesas de póquer estariam manipuladas. “Cada vez que eles iam começar os jogos, iam buscar uma mesa de jogo e outros materiais a um pequeno armazém na Areia Preta e levavam para a suite do hotel. Depois instalavam tudo no quarto e traziam clientes para começar a jogar”, disse Ieong Sal Cheng, porta-voz da Polícia Judiciária, citada pela TDM. Os detidos, todos da China continental, atuavam como trabalhadores dos casinos. O alegado chefe do grupo foi detido, mas ainda há suspeitos a monte. Gases | Maioria dos veículos com emissões aprovadas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] grande maioria dos veículos sujeitos a verificação no que respeita à emissão de gases passaram com sucesso. Foram 81 por cento do total dos carros inspeccionados pelo grupo de trabalho composto pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e pela Polícia de Segurança Pública (PSP). No primeiro semestre deste ano, a inspeccção compreendeu 55 acções relativas à emissão de gases de tubos de escape. A informação divulgada pelo canal chinês da Rádio Macau, adianta ainda que os referidos testes abrangeram 297 automóveis a gasóleo, sendo que 240 obtiveram a aprovação das autoridades. A DSAT diz também que a maioria dos veículos que não reuniu os requisitos definidos são carros de transporte de mercadorias, que representam 74 por cento do total de veículos não aprovados.
Hoje Macau SociedadeJustiça | Defesa de Ng Lap Seng diz que empresário era um filantropo Foi enganado por pessoas que o denunciaram, depois de o extorquirem. Foi esta a teoria da defesa de Ng Lap Seng na sessão dedicada às alegações introdutórias. O empresário não subornou ninguém, disse o advogado, que garantiu em tribunal que o seu cliente não iria retirar qualquer lucro do centro da ONU em Macau [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m “filantropo” incompreendido e traído. Foi assim que o advogado de Ng Lap Seng descreveu o seu cliente no início do julgamento do empresário de Macau. O arguido é acusado pela justiça norte-americana de ter subornado dois diplomatas das Nações Unidas para obter apoio para a construção de um centro de conferências no território. O julgamento de Ng Lap Seng arrancou na semana passada no tribunal federal de Manhattan, em Nova Iorque. A primeira sessão destinou-se o processo de selecção de jurados; a segunda serviu para as alegações introdutórias. “Ng Lap Seng queria fazer o bem”, disse o advogado de defesa do empresário, citado pelas agências internacionais de notícias. “Não havia qualquer intenção de corrupção na sua cabeça ou no seu coração”, vincou Tai Park. Desde o início do processo que o empresário de Macau, agora com 69 anos, tem insistido na inocência. Ao contrário de outros envolvidos neste megaprocesso, recusou duas transacções de culpa. É acusado de ter corrompido diplomatas da ONU com subornos de mais de 500 mil dólares norte-americanos, que terão sido recebidos por John Ashe – um embaixador de Antígua que chegou a ser presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas –, e Francis Lorenzo, um diplomata dominicano. John Ashe morreu sem chegar a ir a julgamento. Quanto a Lorenzo, será uma das testemunhas-chave da acusação: numa fase anterior do processo, aceitou admitir a culpa. A acusação insiste na teoria de que Ng Lap Seng pretendia construir um centro de conferências em Macau para ser utilizado por países em vias de desenvolvimento. Seria edificado sem qualquer custo num aterro, onde seriam também instalados um hotel e um complexo residencial e comercial. Lucro impossível “Este caso é sobre os esforços do arguido para corromper as Nações Unidas e obter aquilo que desejava”, disse o procurador Doug Zolkind nas suas alegações introdutórias. “Se construísse este centro, ele sabia que não haveria limites ao quanto poderia lucrar.” Para a acusação, a questão não se resume, no entanto, ao lucro. O procurador falou da “carreira” que Ng Lap Seng pretendia fazer. “O arguido queria deixar a sua marca na China e no resto do mundo”, alegou. “Queria ser o homem que conseguiu um centro permanente das Nações Unidas na China – seria este o seu legado.” O advogado de defesa tentou destruir esta teoria. Tai Park concedeu ser verdade o que a acusação diz em relação ao “legado”, mas acusou Lorenzo, Ashe e os seus parceiros de usarem essa vontade como forma enganosa de levarem o seu cliente a estabelecer uma “parceria público-privada”. O dinheiro que lhe foi pedido serviria para lançar as bases da estrutura onde as nações mais pobres poderiam trabalhar em questões como a pobreza e as alterações climáticas. “Isto não é corrupção”, sublinhou o defensor. “Nas Nações Unidas, nos Estados Unidos ou em Marte, isto não é corrupção. Chama-se filantropia.” Os alegados subornos, prosseguiu Tai Park, incluíram 200 mil dólares para um fundo de apoio à presidência da Assembleia Geral da ONU ao tempo de John Ashe e um salário mensal de 20 mil dólares pago a Lorenzo, para dirigir uma publicação. No fim, referiu, extorquiram Ng Lap Seng e denunciaram-no quando o FBI avançou com a acusação de corrupção. Park rebateu ainda o argumento do lucro que o empresário de Macau conseguiria obter, ao explicar aos jurados que o tempo que leva a construção de um centro de conferências e respectivo complexo num terreno a reclamar ao mar não permitiria ao seu cliente retirar lucros deste projecto. “Se conseguisse amortizar os custos antes de morrer, seria um homem com sorte.” Ng Lap Seng foi detido em Setembro de 2015 depois de ter feito várias viagens para os Estados Unidos. Levou com ele somas elevadas de dinheiro, tendo dito que os montantes se destinavam ao jogo, à aquisição de obras de arte e a obras de renovação de uma casa em Old Brookville, detida por um homem que as autoridades norte-americanas acreditam ser de um agente dos serviços secretos chineses. O julgamento deverá demorar entre quatro a seis semanas.
Hoje Macau SociedadeNg Lap Seng | Julgamento deve demorar entre quatro a seis semanas Já começou o julgamento do empresário de Macau Ng Lap Seng. O arguido está a ser julgado no tribunal federal de Manhattan. Acusado de corrupção, insiste na inocência e recusou duas transacções de culpa [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram feitas duas tentativas, ambas sem sucesso. Ng Lap Seng não aceitou qualquer das transacções de culpa que lhe foram propostas no âmbito do processo pelo qual responde nos Estados Unidos. Esta informação, transmitida pela acusação, marcou a audiência desta segunda-feira do tribunal federal de Manhattan, onde o empresário de Macau começou a ser julgado. A primeira sessão serviu ainda para o processo de selecção de jurados, um momento que, no sistema legal norte-americano, pode ser de extrema relevância para a decisão final. Ng Lap Seng, de 69 anos, é acusado de ter corrompido embaixadores e funcionários das Nações Unidas com subornos de mais de 500 mil dólares norte-americanos, na esperança de conseguir apoios para criar um centro de conferências da ONU em Macau. A procuradora Janis Echenberg explicou ao juiz Vernon Broderick que foi proposta uma transacção de culpa em Maio, tendo sido rejeitada. Foi renovada este mês, igualmente sem sucesso. Este mecanismo da justiça norte-americana tem tido resultados no âmbito deste mega-processo. Ng Lap Seng foi detido em Setembro de 2015 depois de ter feito várias viagens para os Estados Unidos. Levou com ele somas elevadas de dinheiro, tendo dito que os montantes se destinavam ao jogo, à aquisição de obras de arte e a obras de renovação de uma casa em Old Brookville, detida por um homem que as autoridades norte-americanas acreditam ser de um agente dos serviços secretos chineses. O magnata de Macau acabou por ser acusado de ter subornado John Ashe – um embaixador de Antígua que chegou a ser presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas –, e Francis Lorenzo, um diplomata dominicano. John Ashe morreu sem chegar a ir a julgamento. Quanto a Lorenzo, será uma das testemunhas-chave da acusação: numa fase anterior deste mega-processo, aceitou admitir a culpa. As primeiras alegações Sabe-se há já algum tempo que a defesa acusou, por escrito, os Estados Unidos de estarem a utilizar a justiça para limitarem a crescente influência chinesa nos países em vias de desenvolvimento que seriam beneficiados com o centro de conferências a construir em Macau. Por seu turno, a acusação sugere que Ng Lap Seng, à data dos factos membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, agiu a mando de Pequim. Não é a primeira vez que o empresário de Macau tem problemas com as autoridades norte-americanas. Na década de 1990, terá estado ligado ao empresário chinês Charlie Trie, que tentou financiar a campanha de Bill Clinton. O juiz Vernon Broderick decidiu que este caso não cabe no âmbito do julgamento. O responsável pelo processo explicou aos 138 possíveis jurados que o julgamento deve durar entre seis a oito semanas. As alegações introdutórias deverão decorrer hoje (ainda terça-feira em Nova Iorque).
Hoje Macau SociedadeAssistente de Ng Lap Seng em negociações com a acusação [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] assistente do empresário de Macau Ng Lap Seng, Jeff Yin, está em negociações com a justiça norte-americana, anunciou ontem a sua advogada. De acordo com a agência Reuters, as negociações para transacção de culpa, que envolvem Yin e a acusação, foram dadas a conhecer numa carta apresentada pela defensora do assistente junto do Tribunal Federal de Manhattan, onde está a correr o caso. Ng Lap Seng e o assistente Jeff Yin foram detidos em 2015, acusados de envolvimento num caso de corrupção que tinha como figura central o antigo presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas John Ashe, que morreu em Junho de 2016, enquanto aguardava julgamento. A acusação diz que o empresário de Macau subornou o diplomata em mais de 500 mil dólares, para que, entre outros aspectos, Ashe o apoiasse na construção de um centro de convenções em Macau. A advogada de Yin, Sabrina Shroff, está a tentar adiar os prazos determinados pelo tribunal de modo a que o seu cliente, de 31 anos, possa considerar a proposta feita pela acusação, que é “complexa” e envolve “imposições e responsabilidade civil”. As negociações para transacção de culpa surgem numa altura em que já começou a contagem decrescente para o julgamento, marcado para 15 de Maio. Ng Lap Seng e Jeff Yin arriscam “uma pena de prisão substancial”, qualifica a Reuters. Não se sabe quais são os crimes que Yin terá de admitir nesta proposta de transacção de culpa, caso aceite a oferta que lhe está a ser feita. É acusado de corrupção passiva, branqueamento de capitais e crimes fiscais relacionados, sendo que responde ainda por ter violado a legislação norte-americana aplicável à corrupção no estrangeiro. Ng Lap Seng, fundador da empresa de imobiliário Sun Kian Ip Group, com sede em Macau, negou os crimes que lhe são imputados. Um dos advogados do empresário recusou tecer comentários sobre o processo de negociações de Jeff Yin.
Hoje Macau SociedadeNg Lap Seng vai responder por mais crimes nos Estados Unidos [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ão está fácil a vida do empresário de Macau em prisão domiciliária nos Estados Unidos. Ng Lap Seng é agora acusado de ter violado a lei norte-americana sobre práticas de corrupção no exterior. A notícia é avançada pela agência Reuters, que não dá grandes detalhes sobre os factos relacionados com a nova acusação a Ng Lap Seng. Refere-se apenas que há novos crimes que são imputados ao empresário de Macau. O milionário é um dos principais arguidos de um caso de subornos a um antigo presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, John Ashe. A agência de notícias explica que, na acusação revista que deu entrada no tribunal federal de Manhattan, Ng Lap Seng e o seu assistente, Jeff Yin, são agora também acusados de terem violado a lei sobre práticas de corrupção no exterior. A acusação acrescentou ainda crimes relacionados com evasão fiscal no processo de Jeff Yin. O assistente é acusado de ter fugido aos impostos e de ter ajudado um diplomata da República Dominicana, também envolvido no caso de corrupção, a fazer o mesmo. Ficou a saber-se ainda que Ng Lap Seng, o fundador do grupo Sun Kian Ip, com sede em Macau, era tratado por “Boss Wu”. Os advogados dos dois arguidos preferiram não fazer comentários sobre as novas acusações. Tanto Ng Lap Seng, como Jeff Yin têm dito, desde o início do processo, que são inocentes. O empresário – que foi em tempos investigado num processo de recolha de fundos durante a Administração de Bill Clinton – é um dos sete arguidos do escândalo de corrupção que envolve as Nações Unidas. O milionário de Macau é acusado de subornar John Ashe em mais de 500 mil dólares, para que o diplomata apoiasse a construção de um centro de convenções no território, um projecto da empresa de Ng Lap Seng. O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas morreu em Junho, sem ter ido a julgamento. Ng Lap Seng e Jeff Yin vão começar a ser julgados a 23 de Janeiro do próximo ano. Estão detidos há mais de um ano.
Hoje Macau BrevesAssociado de Ng Lap Seng suspeito de ligações às secretas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] FBI suspeita que um dos associados de Ng Lap Seng, detido desde o ano passado nos Estados Unidos por suspeita de corrupção em conluio com John Ashe, da ONU, trabalha para os serviços secretos da China. A notícia resulta de uma transcrição do interrogatório de que foi alvo o empresário de Macau. O documento, citado pelo Wall Street Journal, foi entregue no tribunal federal de Manhattan, na semana passada. Ao FBI, Ng Lap Seng disse não saber se Qin Fei trabalhava ou tinha contacto com os serviços secretos chineses. A ligação de ambos está relacionada com o grupo Sun Kian Ip. Qin Fei era consultor da empresa de Ng Lap Seng.
Joana Freitas SociedadeNg Lap Seng diz-se vítima de perseguição política pelos EUA [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]defesa de Ng Lap Seng diz que a acusação de que o empresário de Macau está a ser alvo nos EUA é mera perseguição política. Acusado de corrupção a altos dirigentes da ONU, Ng Lap Seng aponta o dedo ao governo norte-americano para dizer que está a ser “perseguido por razões geo-políticas, para abrandar a influência da China sobre os países em vias de desenvolvimento”. Segundo a agência Reuters e a Associated Press, o empresário de Macau, que aguarda julgamento para o próximo ano, entregou documentos no Tribunal Federal de Manhattan onde refere que “o caso parece querer silenciar a sua posição de que um centro de conferências em Macau iria permitir aos países em desenvolvimento um local permanente de reunião na China. O empresário, recorde-se, foi acusado juntamente com o assistente Jeff Yin de ter pago elevadas somas de dinheiro a John Ashe, antigo presidente da Assembleia Geral da ONU (que faleceu em Julho enquanto esperava juglamento) para que o centro fosse construído em Macau. Ng Lap Seng iria ser o responsável pela construção deste centro através da sua empresa, a Sun Kian Ip. “O interesse geopolítico dos EUA em abrandar o progresso da China sobre os países em vias de desenvolvimento foi atingido. Todas estas circunstâncias indicam que a acusação do senhor Ng não é, nem nunca foi, sobre a integridade das operações da ONU”, referem os advogados, assegurando que documentos classificados mostra os motivos dos EUA para acusarem o empresário. Mais ainda, os advogados dizem que as perguntas do FBI se focaram mais em identificar um possível “agente chinês” como parceiro de Ng Lap Seng, do que propriamente no caso de alegada corrupção. Ng Lap Seng foi detido em Setembro em Nova Iorque e vai acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Desde Outubro que está em prisão domiciliária. É membro da Conferência Política do Povo Chinês e da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. O julgamento está marcado para Janeiro de 2017.
Hoje Macau BrevesJulgamento de Ng Lap Seng em Janeiro [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]i juíz Vernon Broderick definiu em Manhattan a data para o julgamento de Ng Lap Seng. É a 23 de Janeiro de 2017 que o empresário de Macau vai a tribunal, segundo informação da Reuters. Ng Lap Seng tem sobre si e o seu assistente, Yin, acusações de suborno de John Ashe, ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) falecido no mês passado. O empresário é acusado de ter proporcionado benefícios a membros do Programa de Desenvolvimento da ONU (PDNU) para construir um centro de conferências em Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaTribunal expande acusação contra Ng Lap Seng [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo a Reuters em Nova Iorque, foi deduzida uma nova acusação contra Ng Lap Seng, o empresário de Macau acusado de subornar John Ashe, o ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), e de ter proporcionado benefícios a um, ou mais, membros do Programa de Desenvolvimento da ONU (PDNU) para construir um centro de conferências em Macau. A acusação foi agora expandida: o período de tempo dos alegados crimes foi expandido para Setembro de 2015, quando Ng e Yin foram presos num caso separado de 2014. Esta ampliação do período temporal sobrepõe-se com as actividades desenvolvidas na ONU pela empresa de Ng Lap Seng, a Sun Kian Ip Group, cuja fundação em Maio de 2015 proporcionou um milhão e meio de dólares ao gabinete da ONU de cooperação Sul-Sul, um departamento focado na promoção da cooperação entre países em desenvolvimento. Uma auditoria à PDNU divulgada em Maio reporta que os fundos foram parcialmente utilizados para cobrir os custos de uma conferência em Macau, em Agosto de 2015, co-patrocinada por uma fundação ligada ao Sun Kian Ip Group. Ashe foi incluído na brochura como presidente adjunto da Fundação Sun Kian Ip Group. Na mesma altura, o PDNU referiu que os participantes no evento insistiram na criação de um centro de conferências patrocinado pela ONU em Macau. Em silêncio Questionados pela imprensa, nem os advogados de Ng Lap Seng nem os de Yin quiseram fazer quaisquer comentários a estes novos desenvolvimentos. Antes, tanto um como outro declararam-se inocentes. Os representantes do PDNU também ainda não fizerem qualquer comentário a esta nova acusação. A revisão da acusação surge após a morte de Ashe, antigo embaixador da Antígua e Barbuda junto da ONU, que serviu como presidente da Assembleia Geral do organismo entre 2013 to 2014, e que faleceu no passado dia 22 de Junho num acidente de halterofilismo.
Hoje Macau SociedadeÓbito | Morre John Ashe, suspeito no caso de Ng Lap Seng [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]ohn Ashe, presidente da Assembleia Geral da ONU entre 2013 e 2014, morreu, na passada quarta-feira, aos 61 anos, em Nova Iorque, sem que tivesse sido concluído o processo judicial em que era acusado de aceitar subornos de empresários chineses. A notícia foi avançada pelos meios de comunicação do Caribe, como o diário Antígua Observer que, sem identificar as suas fontes, indica que o também ex-embaixador de Antígua e Barbuda nas Nações Unidas morreu com um ataque de coração. Outros meios de comunicação, que citam como fonte um irmão de Ashe e o seu advogado, acrescentam que está prevista uma autópsia para confirmar a causa da morte. O corpo terá sido encontrado no chão da casa onde vivia, em Nova Iorque. Ashe foi detido e acusado no ano passado pelas autoridades norte-americanas por ter recebido mais de um milhão de dólares em subornos de empresários chineses, em troca do exercício da sua influência na Assembleia Geral da ONU. Enfrentava agora duas acusações por fraude fiscal. Entre os acusados neste processo está também o multimilionário de Macau Ng Lap Seng que, segundo as autoridades norte-americanas, pagou a Ashe para, entre outras coisas, impulsionar o seu projecto para construção de um centro de conferências da ONU na cidade. Em reacções, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft, lamentou, ontem, a morte de John Ashe. Em comunicado, Mogens Lykketoft apresentou as suas “sinceras condolências” à família de Ashe. “Apesar das muitas acusações contra ele, que até ao momento não foram provadas, Ashe foi durante muitos anos um popular e trabalhador membro da comunidade diplomática em Nova Iorque e na ONU”, sublinhou o actual presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas. HM/LUSA
Joana Freitas Manchete SociedadePanama Papers | Nome de Ng Lap Seng listado com duas empresas Uma das empresas envolvidas no caso de corrupção por que Ng Lap Seng responde nos EUA surge nos Documentos do Panamá, bem como o nome do empresário de Macau, numa lista de empresários ligados ao casal Clinton [drocap style=’circle’]O[/dropcap]nome de Ng Lap Seng aparece ligado aos Panama Papers, numa lista de pessoas que fizeram negócios com o casal Clinton. A notícia é avançada por órgãos de imprensa norte-americanos, que realçam que o empresário de Macau – recentemente acusado de corrupção – aparece nos documentos revelados no início deste mês pelo International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ) como accionista de duas empresas nas Ilhas Virgens Britânicas: a South South News e a Goluck Ltd. Tal como o HM referenciou, no ano passado, a South South News especifica-se em actividades da ONU e fica em Nova Iorque, onde estão outras sedes da organização, sendo que pertencerá a Ng Lap Seng, ainda que este seja descrito no próprio site da South-South como “um apoiante” da empresa. Já sobre a Goluck não é possível encontrar dados. Segundo o site McClatchy DC, que se especializa em notícias da Casa Branca e que faz parte do ICIJ, os nomes da ex-Secretária de Estado, e agora candidata à presidência, Hillary Clinton e do ex-Presidente Bill Clinton estão “extensivamente ligados” a nomes que aparecem nos Panama Papers. Ainda que Hillary tenha criticado as fugas à Justiça que aparecem reveladas pelo caso das off-shore nos documentos, o nome de Ng Lap Seng não é o único que surge relacionado com o casal. “Entre os listados aparece Gabrielle Fialkoff, director-financeiro da primeira campanha de Hillary Clinton para o Senado (…), e a família Chagoury, que investiu mil milhões de dólares em projectos para a Clinton Global Initiative”, pode ler-se, no mesmo espaço onde se sublinha que “o empresário bilionário Ng Lap Seng, que esteve no centro do escândalo de recolha de fundos dos Democratas, quando Bill Clinton era presidente” está também listado, como indica o site do canal de televisão teleSUR, uma cadeia de televisão latino-americana, sediada na Venezuela, e o site McClatchy. Ng Lap Seng esteve envolvido anteriormente com o casal Clinton, num escândalo de doações que envolvia o ex-Presidente dos EUA, em 1996: o empresário terá enviado mais de 1,1 milhões de dólares americanos para apoiar a candidatura de Bill Clinton à Casa Branca. Nunca foi acusado e fez “inúmeras visitas” ao casal Clinton depois disso. Notícias do Sul Agora, o nome do também representante político de Macau surge como detentor de duas empresas. O site da South-South não se protege contra a acusação, mas dá a notícia da revelação dos documentos da Mossack Fonseca e diz que estes só demonstram uma ameaça perante o desenvolvimento mundial. “Os segredos financeiros e a evasão fiscal recentemente revelada pelos Panama Papers têm um impacto extraordinário nos países em desenvolvimento e ameaçam a ambição da ONU face ao objectivo de criar um desenvolvimento sustentável”, pode ler-se no site da empresa. Ng Lap Seng foi recentemente acusado de corrupção nos EUA, na sequência de pagamentos de subornos a funcionários e ex-funcionários da ONU. O empresário foi acusado de levar ilegalmente grandes quantias de dinheiro para o país e ocultar as suas verdadeiras intenções às autoridades norte-americanas. Além de Ng Lap Seng, no mesmo processo aparece também o nome de Franzis Lorenzo, este igualmente relacionado com a South-South News. O embaixador da ONU na República Dominicana, que terá sido o intermediário de Ng Lap Seng no pagamento a John Ashe, representante da ONU, receberia do empresário de Macau “20 mil dólares por mês”, como “presidente honorário” desta empresa. O primeiro O nome de Ng Lap Seng é o primeiro relacionado com Macau a aparecer ligado aos documentos da Mossack Fonseca. Recentemente, o jornal Irish Times dava conta, através de uma infografia, que são 25 as empresas ou investidores do território que estão envolvidas no caso, sendo que haverá ainda quatro residentes de Macau, 22 beneficiários e 233 accionistas envolvidos. Até ao momento ainda não é conhecida a identidade de nenhuma das empresas ou pessoas, sendo que apenas o de Ng Lap Seng é, agora, dado como certo. Hillary Clinton, que faz agora campanha para a presidência dos EUA, condenou o escândalo, a que apelidou de “evasão fiscal ultrajante e lacunas de que os super-ricos se aproveitam”.
Joana Freitas SociedadeArguido admite subornos e lavagem de dinheiro em caso de Ng Lap Seng A defesa de Ng Lap Seng pode estar, agora, mais dificultada devido à admissão de culpa de Francis Lorenzo, o embaixador da ONU da República Dominicana que terá participado num esquema para corromper o antigo presidente da organização. Lorenzo estava acusado em conjunto com o empresário de Macau Ng Lap Seng, que faz parte do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo e representou Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Lorenzo admitiu ontem num tribunal de Manhattan “que fez parte de uma conspiração para cometer crimes de suborno e lavagem de dinheiro”, indicam as agências e média internacionais. Mas o representante dominicano também assumiu frente ao juiz que “aceitou pagamentos de Ng Lap Seng” nesse sentido e para entregar a John Ashe, presidente da Assembleia Geral da ONU entre 2013 e 2014. Esse dinheiro, disse ainda, foi pago a Ashe para que este “conseguisse apoio da ONU para a criação de um centro de conferências em Macau”. Lorenzo admitiu que não foi apenas Ashe quem recebeu dinheiro. “Eu sei o que estava a fazer e estava errado”, afirmou Lorenzo, o terceiro a declarar-se culpado no caso, mas o primeiro relacionado directamente com Ng Lap Seng. A acusação diz que os pagamentos feitos por Ng Lap Seng ascendem a mais de 1300 milhões de dólares. Os advogados do empresário de Macau já garantiram que a confissão de Lorenzo, detido em Outubro do ano passado, “não vai afectar” Ng Lap Seng e dizem que este “mantém a sua inocência”, declaração já feita no início do julgamento. Lorenzo poderá enfrentar uma pena de prisão de 63 anos, ainda que a sentença, segundo as agências, não deva ser assim tão pesada.
Joana Freitas SociedadeCorrupção | Diplomata envolvido com Ng Lap Seng vai assumir culpa Francis Lorenzo, o diplomata da República Dominicana que responde num caso de alegada corrupção que envolve a ONU, deverá declarar-se culpado em tribunal. A situação poderá representar um entrave à declaração de inocência de Ng Lap Seng, empresário de Macau, já que – de acordo com o advogado de Lorenzo – a admissão de culpa vai “implicar a pessoa que vai acusada juntamente” com o diplomata dominicano. A admissão de culpa de Lorenzo foi anunciada num documento entregue pelo próprio advogado ao tribunal e citada pela Reuters, que indica que a sessão estava marcada para começar na madrugada desta quinta-feira em Macau, 13 horas a menos em Manhattan. O empresário e representante político de Macau Ng Lap Seng foi formalmente acusado pela justiça norte-americana de conspiração e suborno, num caso que envolve o ex-presidente da assembleia-geral da ONU John Ashe, estando acusado de participar num esquema de subornos a dirigentes da Organização das Nações Unidas (ONU) durante três anos. O magnata terá tentado conseguir o apoio de Ashe para a construção de um “centro de conferências milionário” para a ONU em Macau, usando Francis Lorenzo, o embaixador das Nações Unidas na República Dominicana, para transferir esses pagamentos. Ng Lap Seng sempre disse que pretende declarar-se inocente.
Hoje Macau Manchete SociedadeNg Lap Seng oficialmente acusado de conspiração e suborno [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] empresário e representante político de Macau Ng Lap Seng foi formalmente acusado pela justiça norte-americana, na terça-feira, de conspiração e suborno, num caso que envolve o ex-presidente da assembleia-geral da ONU John Ashe, avança a Bloomberg. Ng Lap Seng, de 68 anos, é acusado de participar num esquema de subornos a dirigentes da Organização das Nações Unidas (ONU) durante três anos. O magnata terá tentado conseguir o apoio de Ashe para a construção de um “centro de conferências milionário” para a ONU em Macau, usando Francis Lorenzo, o embaixador das Nações Unidas na República Dominicana, para transferir esses pagamentos. Ashe e Lorenzo foram igualmente acusados. “A acusação repete meramente as mesmas alegações gerais da queixa original. Ng pretende declarar-se inocente e defender-se das acusações”, disse o seu advogado, Ben Brafman, em comunicado, citado pela Bloomberg. Ng foi detido no mês passado no âmbito de outro caso. O empresário, Ashe e Lorenzo foram acusados de suborno dias depois. Agora, foi apresentada a acusação formal através de um grande júri que analisou as provas e deu luz verde para o processo avançar para tribunal. Ashe é acusado de entregar declarações de impostos falsas. O antigo embaixador da ONU para Antígua e Barbuda terá alegadamente escondido mais de 1,2 milhões de dólares em subornos e solicitado pagamentos para a construção de um campo privado de basquetebol na sua casa em Nova Iorque. Sem comentários Robert Van Lierop, advogado de Ashe, não comentou o caso. Já o advogado de Lorenzo frisou que o seu cliente “mantém a sua inocência”. “Ele não está envolvido em subornos, lavagem de dinheiro ou qualquer conduta criminosa”, disse. Ng, Ashe e Lorenzo estão entre os cinco acusados neste caso. Todos permanecem sob custódia dos Estados Unidos da América (EUA) e devem comparecer perante o juiz Vernon Broderick hoje. Um magistrado federal disse que Ng, presidente do grupo Sun Kian Ip, podia ser libertado com uma fiança de 50 milhões de dólares desde que permanecesse no seu apartamento em Manhattan, Nova Iorque, vigiado por seguranças. Esta decisão foi contestada, pelo que a libertação de Ng foi adiada até hoje. Ng Lap Seng é membro do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo de Macau e delegado de Macau na Assembleia Popular Nacional. Sobre o processo judicial do caso de Ng Lap Seng, Chui Sai On, Chefe do Executivo, reforça o seu silêncio e não comenta, apesar de, garantiu o próprio, estar a acompanhar as notícias. LUSA/HM
Joana Freitas Manchete PolíticaNg Lap Seng acusado de corrupção por subornar oficiais da ONU Ng Lap Seng está oficialmente acusado de corrupção, a mesma acusação deduzida a John Ashe, ex-embaixador da ONU. O caso está ligado à construção de um centro de conferências em Macau e a outros projectos de imobiliário. O Governo diz não saber de nada e não tecer comentários. O CCAC também não quis falar. A empresa de Ng Lap Seng foi expulsa de um programa da ONU este ano [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]orrupção. É esta uma das acusações que Ng Lap Seng enfrenta nos EUA na sequência de pagamentos de subornos a funcionários e ex-funcionários da ONU. O empresário e representante político de Macau foi detido nos EUA no mês passado, depois de ser acusado de levar ilegalmente grandes quantias de dinheiro para o país e ocultar as suas verdadeiras intenções às autoridades norte-americanas. Agora, uma investigação relacionada culminou na nova acusação, ontem tornada oficial. A notícia é avançada pela imprensa norte-americana e pela agência Reuters, que escrevem que também o presidente da Assembleia Geral da ONU em Barbuda e Antigua, John Ashe, e “muitos outros oficiais” da organização foram acusados terça-feira (quarta em Macau) de corrupção. Estes terão aceite subornos no valor de mais de um milhão de dólares de empresários chineses, onde se inclui Ng Lap Seng. John Ashe foi detido em casa e acusado de ter “transformado a ONU numa plataforma para lucros”. O crime: aceitar cerca de 1,3 milhões de dólares em subornos de empresários chineses. Do total, 500 mil dólares foram pagos por Ng Lap Seng, para que o embaixador da ONU intercedesse junto do Secretário-Geral da organização para a construção de um Centro de Conferências “multimilionário” em Macau. Centro que seria patrocinado pela ONU e investimento de Ng Lap Seng, que terá dito – segundo o assistente também detido, Jeff Yin – que este era um dos legados que queria deixar no território. Jeff Yin admitiu também que o patrão “fez pagamentos nesse sentido”. O dinheiro terá sido gasto por Ashe numa casa, em relógios Rolex, num BMW, em férias familiares e na construção de um campo de basquetebol em casa. Ashe terá de pagar um milhão de dólares para poder ficar em prisão domiciliária. O advogado já disse que Ashe tem imunidade diplomática, não podendo ser acusado. Por cá nada se sabe Até agora, foram formalmente acusados cinco oficiais da ONU, mas as autoridades norte-americanas avançam que a investigação continua e que poderá haver mais envolvidos. Outro dos ontem acusados é Francis Lorenzo, um embaixador da ONU na República Dominicana, que terá sido o intermediário de Ng Lap Seng no pagamento a Ashe. Ng pagaria, segundo as autoridades, “20 mil dólares por mês a Lorenzo”, como “presidente honorário” de uma das suas organizações em Nova Iorque, a South-South News (ver coluna). A empresa de Ng em Macau, a Sun Kian Ip Group, tem “diversos” embaixadores da ONU com funções de líderes nas representações nos EUA. Mas, ao que o HM apurou, empresa foi retirada da lista de um programa da ONU em Abril deste ano (ver texto secundário). Fontes de Macau não identificadas, citadas pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, indicam que há ainda alegações de que os subornos incluam construções “em ou perto de património protegido pela UNESCO”. Willian Kuan, também parceiro de Ng no Grupo Sun Kian Ip, afirmou ontem ao canal chinês da Rádio Macau que é parceiro de negócios de Ng, mas nunca ouviu falar de um projecto para um centro de conferências em Macau. Também Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU, disse não conhecer o caso. Willian Kuan, que foi candidato às eleições da AL em 2013, disse ainda não conseguir contactar Ng Lap Seng desde que este foi preso nos Estados Unidos, mas assegura que o caso não influencia o funcionamento da empresa. Para as autoridades norte-americanas, o caso vai permitir saber se “a corrupção é uma prática comum na ONU”. Se for dado como provado, “fica comprovado que o cancro da corrupção que mina demasiados governos infecta também a ONU”. O HM pediu esclarecimentos junto do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que disse “não ter, de momento, quaisquer comentários a fazer” e frisou que “se, e quando, existir qualquer informação a prestar procederá à sua divulgação através da sua comunicação à imprensa”. Já do Gabinete do Chefe do Executivo chega a resposta de que “tendo em consideração que o assunto é objecto de procedimento judicial, o Governo não tece comentários”, mas também que “não dispõe de informação alguma sobre os factos mencionados”. Empresa expulsa de programa das Nações Unidas [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m Abril de 2015, a Sun Kian Ip Group de Ng Lap Seng foi expulsa do programa Global Compact da ONU. Ao que o HM conseguiu apurar, a expulsão da empresa foi assinada este ano, dois anos depois desta se ter juntado ao programa. Numa visita ao site da Global Compact da ONU, é possível ver que a estratégia do programa é chamar empresas internacionais a alinharem em princípios que visam os direitos humanos, o ambiente e a luta anti-corrupção e a tomar acções contra isso mesmo. Numa carta a que o HM teve acesso, assinada por Ng Lap Seng, é possível ver o empresário e representante político de Macau em Pequim e na Comissão Eleitoral que escolhe o Chefe do Executivo a comprometer-se com estes princípios. “Tenho o prazer de informar que a Sun Kian Ip Group apoia os dez princípios da Global Compact, no que respeita aos direitos humanos, trabalho, ambiente e anti-corrupção. Com este comunicado, expressamos a nossa intenção de integrar esses princípios na nossa esfera de influência. Comprometemo-nos a fazer dos princípios da Global Compact parte da estratégia e cultura rotineira da nossa empresa. (…) Demonstraremos o nosso compromisso ao público e aos nossos accionistas”, pode ler-se no documento. Contudo, um carimbo vermelho dá a empresa como expulsa em Abril de 2015 por “ter falhado em comunicar progressos” nesse sentido. A expulsão da ONU não foi fundamentada além desta justificação. É que, de acordo com os princípios do programa da ONU – e como Ng Lap Seng admite na carta enviada a Ban Ki-moon, Secretário-Geral da organização – as empresas têm de enviar relatórios anuais que descrevam “os esforços da empresa” na implementação dos dez princípios. A Sun Kian Ip comprometeu-se a fazê-lo em 2013, mas nunca o fez. Encontro em Agosto junta Ashe, Lorenzo e Ng Lap Seng Em Agosto deste ano, John Ashe, Francis Lorenzo e Ng Lap Seng estiveram reunidos em Macau, num Fórum para a Cooperação Sul-Sul das Nações Unidas. O encontro reuniu uma centena de embaixadores e aconteceu no Grand Hyatt. De acordo com o site South-South News, que se especifica em actividades da ONU, foi patrocinado pela Fundação Sun Kiap Ip Group, a empresa de Ng Lap Seng. A South-South News, que fica em Nova Iorque onde ficam outras sedes da ONU, pertence, de acordo com a imprensa norte-americana, a Ng Lap Seng, mas este é descrito no próprio site da South-South como “um apoiante” da empresa. Centro em Macau era promovido desde 2010 Segundo a Rádio Macau, que cita o documento da queixa-crime das autoridades norte-americanas, Ng Lap Seng estava “a encorajar a construção” do centro de conferências da ONU em Macau “pelo menos desde 2010”. O espaço tinha já um nome preparado – Centro Internacional de Conferências Permanente para a Cooperação Sul-Sul das Nações Unidas – e foi promovido através de uma brochura no qual era visto como um local que poderia acolher, entre outras coisas, uma “Incubadora de Negócios Globais”, com a missão de “servir de facilitador a governos e ao sector privado para construir a capacidade dos países da Cooperação Sul-Sul para alavancar a inovação e a criatividade na realização dos Objectivos do Milénio”, cita a Rádio. John Ashe, que seria um dos intermediários de Ng Lap Seng para convencer a ONU sobre a necessidade da construção do centro em Macau, terá começado a divulgar o espaço em Setembro de 2011. No ano seguinte, diz a Rádio, Ashe apresentou um documento oficial da ONU no qual propunha “um centro de convenções e exposições permanente”. A empresa de Ng Lap Seng, Sun Kian Ip Group, serviria de “representante para a implementação do projecto”. Ban Ki-moon “chocado” O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou-se “chocado e profundamente perturbado” com as acusações de corrupção que pesam sobre John Ashe, ex-presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas. As acusações vão “ao coração da integridade das Nações Unidas”, segundo o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, que disse ter sabido do caso ontem pela comunicação social e assegurou não ter sido contactado pelas autoridades norte-americanas.
Joana Freitas Manchete SociedadeAdvogados de HK querem “ajudar” Ng Lap Seng [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m advogado de Hong Kong telefonou ontem ao HM procurando contactos para conseguir ajudar Ng Lap Seng, empresário de Macau detido nos EUA por levar para o país grandes montantes de dinheiro de forma alegadamente ilegal. Ng Lap Seng – membro do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo e delegado de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês – foi preso sábado e não lhe foi concedida a saída sob fiança. Nick Chan, advogado em Hong Kong, ligou para o HM com objectivo de contactar amigos ou familiares de Ng Lap Seng. O homem diz não estar sozinho: “há mais de mil advogados na cidade vizinha à espera para ajudar o empresário”, frisou ao HM. Chan assegura ter trabalhado há vários para o empresário, também nos EUA, mas disse que não tinha conseguido contacto desta vez para o “conseguir ajudar”. Daí ter começado a contactar órgãos de comunicação social do território, entre os quais o HM. “Ng Lap Seng está preso e não tem grande hipótese de contactar advogados. Ele ainda não foi condenado, é considerado inocente, mas os Estados Unidos não permitem que ele encontre advogados. Portanto esperamos contactar pessoas próximas de Ng e ajudar no caso”, frisou. A situação é, no mínimo, caricata, uma vez que, de acordo com a agência Reuters – que avançou a notícia da detenção – Ng Lap Seng tem como advogado Kevin Tung, que tem respondido aos média em nome do empresário. Sem fiança E foi precisamente Kevin Tung, segundo a Reuters, que disse que a detenção de Ng tinha sido “um mal entendido por ele vir de uma cultura diferente”. Evocando a função que o empresário tem no Conselho que escolhe o líder do Governo, que o advogado disse ser “semelhante a um senador ou congressista”, Tung disse que “o facto dele ser rico não significa que seja um criminoso”. O advogado foi mais longe. “Há uma diferença cultural que leva a que as pessoas não compreendam que quando vêm para este país [EUA] com muito dinheiro pode haver problemas.” O empresário não conseguiu sair sob fiança e a justificação foi simples. “Ele tem diferentes recursos, fundos significantes, inúmeros aviões e passaportes e é cidadão de diversos países que não cooperam com os EUA, caso quisesse fugir e radicar-se nesses países. Não acredito que haja condições para que possa ficar descansada de que ele ficará no país a enfrentar as acusações”, disse a parte da acusação, através da advogada Janis Echenberg. Ainda assim, o tribunal disse que iria considerar soltar Ng Lap Seng sob o pagamento de um milhão de dólares americanos, sendo que o Ministério Público tem até hoje para analisar a petição. Assistente fala em “actividades ilegais” Entretanto, sob interrogação, o assistente tido como o braço direito de Ng Lap Seng, o jovem de 29 anos Jeff Yin, admitiu aos investigadores que “estaria a transferir dinheiro em nome de Ng Lap Seng para pagar a pessoas por coisas ilegais, entre outras”, avança a Reuters, citando Daniel Richenthal, advogado assistente no processo. A acusação indica que Ng conseguiu transferir para o país 19 milhões de dólares americanos para bancos norte-americanos e pessoas. Os dois homens estavam a sair dos EUA num avião privado quando foram detidos.
Joana Freitas Manchete SociedadeEUA | Ng Lap Seng detido por levar dinheiro ilegal para o país O empresário e membro do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo Ng Lap Seng foi detido no sábado, por ter levado para os EUA dinheiro de forma ilegal, entre outras acusações [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]g Lap Seng, empresário de Macau, foi detido nos EUA por levar para o país mais de quatro milhões de dólares ilegalmente. Ng Lap Seng – que ocupa uma posição no Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo e na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês – foi acusado de conspiração para obstrução à justiça e de prestar falsas declarações. A notícia foi avançada pela agência Reuters, que indica que o empresário está detido desde sábado, juntamente com o seu principal assistente, Jeff Yin. Os dois homens são acusados pelas autoridades norte-americanas de terem combinado prestar falsas declarações sobre a origem do dinheiro aos serviços alfandegários, alegando que este seria para comprar peças de arte, antiguidades e imobiliário ou até para jogar no casino. “De acordo com a queixa, Ng [levou] mais de 4,5 milhões de dólares americanos em dinheiro vivo para os EUA da China, desde Julho de 2013 a Setembro de 2015, com a ajuda de Yin”, pode ler-se no artigo da Reuters, que acrescenta que a “importação de mais de 4,5 milhões de dólares acontece há dois anos sob falsos pretextos”. Apesar de não ser possível saber, através da acusação, qual o propósito real do dinheiro, o tribunal indica que em Junho de 2014 Ng Lap Seng terá tido um encontro com um empresário nova-iorquino onde apareceu com uma mala com 400 mil dólares, identificados “falsamente” como sendo para comprar pinturas e para jogar. A queixa foi tornada pública na segunda-feira, num tribunal de Manhattan e acusação foi feita depois de “uma investigação levada a cabo pelo FBI”. Antecedentes Ng Lap Seng é um conhecido empresário de Macau, sendo ainda delegado de Macau na Conferência Consultiva do Povo Chinês, membro do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo e foi ainda, recentemente, apontado como consultor do Conselho para o Desenvolvimento Económico. Ontem, precisamente este Conselho teve uma reunião, levando a que Chui Sai On fosse questionado pelos jornalistas (ver caixa). Segundo a Reuters, Ng não quis prestar declarações e o seu advogado, Kevin Tung, disse apenas que “não tinha o peso de provar que o seu cliente era inocente”. Na empresa de Ng, a Sun Kian Yip Group, foi dito à agência de notícias que “Ng raramente visitava a empresa”. O advogado de Yin, o assistente de 29 anos, não quis prestar declarações. Ng Lap Seng teve problemas anteriormente nos EUA, por ter alegadamente investido mais de sete milhões de dólares americanos na campanha de Bill Clinton, através de diversas contas. Nunca foi formalmente acusado. Mais recentemente, o nome de Ng Lap Seng apareceu ligado à polémica entre Sheldon Adelson e Steve Jacobs, da Sands China, como sendo o “contacto” de Leonel Alves, advogado e deputado de Macau, em Pequim para desbloquear a venda dos apartamentos do Four Seasons. É dono do Hotel Fortuna e foi accionista da TDM, onde ocupou o lugar do ex-Chefe do Executivo Edmund Ho. A detenção de Ng Lap Seng surge dias após a repatriação para a China dos EUA de Yang Jinjun, um dos homens mais procurados por Pequim por corrupção. Chui Sai On não está a par do caso O Chefe do Executivo, Chui Sai On, afirmou não ter informações sobre a prisão de Ng Lap Seng. “Não tenho conhecimento sobre a questão, contudo, efectivamente, segundo as informações que tive da Comissão do Desenvolvimento Económico, Ng Lap Seng, que é membro da Comissão, pediu dispensa da reunião para o dia de hoje. Não tenho dados em mãos”, afirmou Chui Sai On em declarações à comunicação social. F.A.