Administração | Aberto concurso para construção de edifícios

Foi ontem anunciada a abertura de um concurso público para a construção de dois edifícios com 12 e 21 andares, que vão albergar escritórios para serviços públicos. Os dois novos prédios serão erigidos no NAPE num lote com 6.480 metros quadrados, entre a Rua Cidade do Porto e Rua Cidade de Braga

 

A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) anunciou ontem a abertura um concurso público para construir dois edifícios de escritórios para os serviços públicos, entre as ruas Cidade do Porto e Cidade de Braga, com 12 e 21 pisos de altura.

O projecto localiza-se no lote 12 no NAPE, que tem uma área de 6.480 metros quadrados, e será equipado com um auto-silo com quatro pisos em cave.

A DSOP indica que, de forma a coordenar o andamento geral da obra, o projecto será implementado em duas fases: a construção de fundações e caves e a construção da superestrutura, com lançamento de dois concursos separados.

O primeiro concurso público tem como data limite para a entrega de propostas o dia 15 de Julho, com o habitual acto público de abertura das respectivas propostas.

A DSOP acrescenta que “o objecto do presente concurso é construção da superestrutura e será implementada logo apos a conclusão das fundações e caves, sendo o prazo máximo de execução de 850 dias de trabalho”.

Cauções e critérios

Para participar no concurso, os candidatos têm de prestar uma caução provisória no valor de 18 milhões de patacas através de “depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais”.

Além disso, a DSOP estabelece como caução definitiva 5 por cento do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5 por cento para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva prestada)”.

As autoridades estabeleceram como principal critério para apreciar as propostas submetidas o preço da empreitada, que terá o valor de 50 por cento na avaliação, seguido do prazo de execução que tem um peso de 30 por cento, e experiência e qualidade em obras 20 por cento.

Como tem sido habitual, “a adjudicação é efectuada ao concorrente com pontuação total mais elevada e, no caso de empate na pontuação total mais elevada, a adjudicação é efectuada ao concorrente com a proposta de preço mais baixo”.

13 Jun 2024

Corredor pedonal do NAPE | Associação Geral de Mulheres apresenta sugestões

Chu Oi Lei, dirigente da Associação Geral das Mulheres de Macau, entende que o desenvolvimento da segunda fase do corredor pedonal na zona marginal do NAPE poderá ser uma obra benéfica para turistas e residentes. A responsável entende que o projecto em causa vai também desempenhar um papel importante no desenvolvimento da indústria integrada de turismo e lazer, e espera que as autoridades possam incorporar no plano mais elementos relacionados com a água e criar diferentes ofertas recreativas para diferentes idades, a pensar nas famílias, nomeadamente pontos de observação da zona costeira, por exemplo.

O comunicado da Associação Geral das Mulheres aponta ainda para a necessidade de se criarem mais espaços abertos e zonas de recreio para os mais novos e respectivas famílias, além de pedir mais paragens de autocarros no local e a melhoria dos acessos para a zona pedonal.

Chu Oi Lei pede ainda que sejam criados mais espaços subterrâneos para o estacionamento de viaturas e que haja uma maior interconexão com outras infra-estruturas de transportes, nomeadamente o Centro Modal de Transportes da Barra e o metro ligeiro.

15 Jan 2024

NAPE | Operários preocupados com falta de centros de saúde

Os deputados ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau querem saber se o Governo considera construir centros de saúde e outras infraestruturas comunitárias nos novos aterros urbanos planeados para junto do NAPE.

Em interpelação escrita, os deputados Ella Lei, Leong Sun Iok, Lam Lon Wai e Lei Chan U demonstraram preocupação por não existirem centros de saúde, nem planos de construção, para fazer face o aumento da população naquela zona da cidade.

Para os deputados, a instalação das infra-estruturas na zona serviria também para aliviar a pressão do trânsito, visto que contribuiria também para reduzir o número de deslocações da população. “O aperfeiçoamento das instalações de novos serviços sociais nesta zona irá contribuir, não só para a resolução dos problemas da população, mas também para a criação de efeitos sociais positivos”, pode ler-se na interpelação.

29 Jun 2021

NAPE | Membros do CPU pedem mais lugares de estacionamento

O Conselho do Planeamento Urbanístico discutiu a construção de um edifício com escritório para a administração pública no NAPE, e alguns membros defenderam que deveria incluir um auto-silo aberto ao público

 

[dropcap]A[/dropcap]lguns membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) defenderam a criação de um auto-silo aberto ao público com a construção de um edifício com escritórios para a Administração Pública, no NAPE, junto à Rua Cidade do Porto e Rua Cidade de Braga. Esta foi uma das ideias que foi discutida ontem na reunião do CPU.

O primeiro membro a considerar que a construção do edifício para o Governo devia ser aproveitada para criar estacionamento público foi Lou Chon U. “Sabemos que o Auto-Silo da Alameda Dr. Carlos d’Assumpção está muito sobrelotado. Por isso, com este edifício vão pensar na construção de um auto-silo, assim como centros para jovens, idosos e bibliotecas?”, questionou.

A ideia foi igualmente defendida por Omar Yeung, que sustentou que esta seria uma forma de aliviar um pouco o trânsito naquela zona. “Tenho o escritório na zona e muitas pessoas não conseguem encontrar lugares de estacionamento. Por isso andam ali com os carros às voltas até encontrarem lugar e isso acaba por trazer mais pressão para a estrada”, explicou. “Se houver mais estacionamento, esses carros têm mais opções e isso vai contribuir para aliviar o trânsito”, indicou.

Em resposta, Chan Pou Ha, directora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), recusou comprometer-se com a ideia e apontou que o facto de se criar mais lugares, dos que os necessários para a administração, origina a necessidade de cavar em maior profundidade. Este aspecto, segundo a responsável, pode até fazer com que o projecto não seja viável.

Profundidade da escavação

Mesmo assim, Chan Pou Ha sublinhou que o estacionamento vai ser feito de acordo com o número de lugares exigidos pela lei e que além disso, haverá lugares para motociclos, nunca inferior a 25 por cento da capacidade para viaturas ligeiras.

A resposta foi compreendida pelos membros, mas Omar Yeung não deixou de pedir para que a situação da falta de estacionamento na zona fosse ponderada seriamente. “É sempre difícil encontrar lugar para construir auto-silos, mas este terreno é bom e tem boa localização. Por exemplo, no Auto-Silo da Alameda Dr. Carlos d’Assumpção a localização não é tão boa. Espero que o Governo tenha em conta que é uma zona onde faltam lugares de estacionamento”, insistiu

De fora da discussão de ontem ficou o prédio na Avenida Rodrigo Rodrigues, sobre o qual várias associações, como a Novo Macau, se mostraram preocupadas por temerem que uma construção com 90 metros de altura possa bloquear a vista para o Farol da Guia. Sobre este aspecto, a director da DSSPOT afirmou no final, aos jornalistas, que a questão e as opiniões sobre o projecto ainda estão a ser estudadas antes de ser apresentado para uma nova discussão.

17 Set 2020

Saúde | Academia Médica vai funcionar no Edifício Hotline no NAPE

 

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]no Edifício Hotline, localizado na Avenida Dr. Carlos d’Assumpção, no NAPE, que vai funcionar o Gabinete da Academia Médica, a futura subunidade dos Serviços de Saúde, cujo estabelecimento foi prometido para breve.
A informação foi revelada ao HM pelos Serviços de Saúde que indicaram que a prática clínica de formação especializada da Academia Médica vai ser conduzida nos Serviços de Saúde, no Hospital Kiang Wu e no Hospital Universitário de Ciência e Tecnologia, embora esteja previsto que “algumas actividades de formação” tenham lugar no NAPE.
O espaço vai ser dotado de salas de formação, com camas para uso pedagógico e equipamentos médicos, entre outros, a serem utilizados nomeadamente ao serviço da educação contínua. “No futuro, mais modelos de ensino serão adquiridos em resposta ao desenvolvimento e será considerada também a criação de um centro de ensino de simulação”, refere o organismo.
A instituição visa organizar a formação dos médicos especialistas do sector público e privado em Macau. Organizada através da recomposição da Direcção dos Internatos Médicos dos Serviços de Saúde, a instituição nuclear vai ser constituída por uma comissão, composta por 13 profissionais médicos, enquanto os professores de formação serão fornecidos pelos Serviços de Saúde, Hospital Kiang Wu e Hospital Universitário de Ciência e Tecnologia.
A criação da Academia Médica será feita por via da alteração da estrutura orgânica dos Serviços de Saúde, entrando formalmente em funcionamento com a publicação em Boletim Oficial dos diplomas relacionados uma vez apreciados e aprovados pelo Conselho Executivo.

21 Ago 2018

Centro UNESCO | Um edifício “interessante” com pouca utilização

 

Criado em 1998, ainda durante a Administração portuguesa, o Centro da UNESCO de Macau pretendia ser um espaço de promoção do património e da cultura. Hoje, sob gestão da Fundação Macau, acolhe apenas exposições esporádicas. As informações online e a promoção são escassas. Muitos gostariam de ver um melhor aproveitamento do espaço

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] no meio de uma avenida barulhenta e caótica que está edificado o Centro da UNESCO em Macau. Criado em 1998, ainda durante o Governo de Vasco Rocha Vieira, o centro passa hoje despercebido aos olhares de muitos, sendo escassas as informações sobre as actividades que desenvolve. Três nomes ligados ao meio cultural consideram que está a fazer-se pouco por este espaço.

Segundo o website da Fundação Macau (FM), entidade que actualmente gere o Centro da UNESCO, realizaram-se no ano passado várias exposições de arte. A última, com o nome “Dez Anos de Artes Visuais”, data de Junho e foi organizada pela Associação de Artes Visuais de Macau. Em Março do mesmo ano, decorreu a exposição “Uma Centena de Pinturas de Choi Weng Chi sobre o tema da águia”, promovida pela Associação de Pintura e Caligrafia de Terceira Idade de Macau”. Em Outubro, o mesmo espaço foi ainda palco de duas sessões de demonstração realizadas pelo Ballet Nacional da China para estudantes de duas escolas.

O historiador Fernando Sales Lopes, que já vivia em Macau à época da inauguração do edifício, afirma ao HM que o espaço nunca foi muito divulgado junto do público.

“Foi um projecto implementado nos últimos anos da Administração portuguesa, mas nunca teve grande utilidade. Houve algumas exposições, mas nunca houve grande actividade. Depois da transferência, aquilo tem estado um pouco parado e até pensei que estivesse fechado”, diz.

Para o historiador, “Macau tem tão pouco espaço que todos os outros espaços fazem falta”. “Realmente, há muitos anos que não conheço qualquer actividade daquele espaço. O centro poderia ser útil para qualquer outra coisa. Qualquer espaço que não esteja a ser utilizado aqui em Macau é uma pena, porque não temos locais suficientes”, aponta.

O arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro, por sua vez, defende que “houve uma mudança de gestão e realmente poderiam fazer mais”, por existirem “poucos espaços para o público”.

Para Vizeu Pinheiro, o facto de o local ter UNESCO no nome pressupõe a realização de actividades relacionadas com o património, algo que não tem vindo a acontecer. “Nesse aspecto, deveria ter mais coisas relacionadas com a UNESCO. Deveria ter uma biblioteca com materiais dessa entidade, como esteve a funcionar há mais de 15 anos.”

“As pessoas passam por ali e pensam que está abandonado, e talvez nem seja o melhor local para uma entidade como esta, porque há poucas escolas e mais hotéis e escritórios”, frisou o arquitecto.

De acordo com o website do centro, a galeria de exposições só foi inaugurada em 2012, sendo que, a partir de 1998, o objectivo do espaço seria “promover actividades com vista a concretizar os fins fixados no Acto Constitutivo da UNESCO e da FM”.

Exposições para que te quero

Uma visita ao website do Centro da UNESCO, que data dos anos 90, pode verificar-se que um dos objectivos é, exactamente, a preservação e promoção do património.

O espaço no NAPE tem como função “promover debates, colóquios, seminários, conferências sobre temas da UNESCO ou afins”, bem como a responsabilidade de “colaborar ou cooperar com as instituições locais, regionais e internacionais, especialmente na área da juventude, nas acções e realizações que têm ligação com os objectivos da UNESCO”.

Cabe ao local gerido pela FM o fomento do “estudo e conservação dos valores e tradições locais, do folclore, lendas e costumes”, bem como “promover o ensino para a preservação do património cultural e natural, bem como campanhas para a protecção e restauro da herança cultural dos antepassados”.

Deve ainda “distribuir as publicações e a documentação da UNESCO, a título gratuito ou venal, em conformidade com o acordo estabelecido entre a Fundação e os competentes serviços da organização”.

Mas o Centro da UNESCO em Macau deve também ter um papel ambiental, ao nível do apoio a “estudos sobre a biosfera, poluição e conservação da natureza”.

Segundo a resposta da Fundação Macau ao HM, o trabalho tem incidido sobretudo ao nível do acolhimento de exposições. “Todos os anos a FM, através da sua subunidade de apoio técnico Centro UNESCO de Macau, organiza e co-organiza diversas exposições, apresentações artísticas e concursos.”

A FM refere ainda que “o edifício tem uma sala de exposições e uma sala multifuncional, as quais são aproveitadas tanto pela própria FM, como pelas associações autorizadas para apresentar diversos tipos de trabalhos artísticos e efectuar intercâmbios, criando também condições para os cidadãos ficarem a conhecer e participar em acções artísticas e culturais”.

Confirmando que não existe, para já, nenhum projecto especial em termos de actividades ou de renovação do próprio edifício, a FM afirma ainda que “tem vindo a conceder subsídios às associações e organizações civis, tais como a Macau Documentation and Information Society”. Tal apoio financeiro serviu para “promover a inscrição dos elementos culturais e históricos únicos de Macau no Registo da Memória do Mundo para a Ásia-Pacífico”.

Como bastidores

Na opinião de André Ritchie, arquitecto, o espaço é pouco conhecido e divulgado, lamentando o facto, até porque o projecto arquitectónico em questão é “interessante”.

“Concordo que não está a ser bem aproveitado neste momento. Mas acho que, para mim, é um edifício muito interessante do ponto de vista arquitectónico. Antes da transição houve ali alguns eventos, era um espaço agradável e uma peça de arquitectura interessante.”

O antigo coordenador do Gabinete de Infra-estruturas de Transportes (GIT) lamenta ainda que o Centro da UNESCO em Macau não esteja a receber a devida manutenção. “Custa-me ver o edifício a não ser tratado como deve ser. Mas este comentário é aplicável a muitas peças de arquitectura que existem em Macau, com valor, que ao nível da manutenção não são cuidadas como deveriam”, defende. “Não falo apenas na manutenção física, pois ao fim de alguns anos os edifícios aparentam algum desgaste, falo também do respeito pelos espaços. Quando passo pelo Centro da UNESCO vejo ali os contentores do lixo mesmo à entrada principal. Isso é uma certa falta de consideração.”

O arquitecto dá outro exemplo de “um edifício que é tratado com os pés”: o Centro de Ciência de Macau. “Tudo parece que é tratado como se estivéssemos nas traseiras dos edifícios”, observa.

Apesar de estarmos perante um espaço que visa promover e debater cultura, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, não quis falar sobre a utilização do Centro da UNESCO de Macau pelo facto de ser gerido pela FM, que está sob alçada do Chefe do Executivo.

O HM tentou ainda chegar à fala com Jorge Rangel que, em 1998, era secretário-adjunto para a Administração, Educação e Juventude, cargo que ocupou entre 1991 e 1999, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto.

23 Fev 2017