Hoje Macau Manchete PolíticaCom receitas abaixo dos 20 mil milhões, medidas de austeridade serão mantidas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, garantiu que as medidas de austeridade, activadas em Setembro passado, serão para manter, caso as receitas mensais dos casinos se fixarem abaixo dos 20 mil milhões de patacas no próximo ano. “Se as receitas ficarem abaixo dos 20 mil milhões, avançamos com medidas de austeridade. Temos esta meta para as nossas receitas em 2016. Se forem abaixo disso, as medidas de austeridade vão continuar”, disse o Secretário, no segundo dia de debate das Linhas de Ação Governativa (LAG) para o próximo ano. (Em Setembro, o Executivo anunciou a entrada em vigor das medidas de austeridade, que na realidade pouco têm que ver com as medidas aplicadas na Europa. Em concreto, desde 1 de Setembro, todos os serviços públicos e organismos especiais passaram a congelar 5% das despesas orçamentadas para a aquisição de “artigos para o funcionamento diário dos serviços ou de bens consumíveis” e 10% do orçamento para investimento (sem incluir o Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração, o chamado PIDDA). Este plano de contenção entrou em vigor depois de os casinos terem registado receitas de 18 mil milhões de patacas em Agosto, abaixo do limite fixado pelo Executivo de 20 mil milhões de patacas. O Governo esperava, assim, poupar cerca de 1,4 mil milhões de patacas em 2015.) O Secretário garantiu que se as receitas voltarem a ficar abaixo do mesmo limite, em 2016, voltam a aplicar-se estas medidas. “Esta contenção foi feita para reduzir as despesas do Governo”, frisou, indicando que se aplica a “vários itens”, como “missões oficiais, festas, feitura de impressos ou publicidade”. Poupança alerta Lionel Leong alertou para a necessidade de cautela nos gastos, afirmando que “este tipo de ciclo de descida” do PIB “normalmente demora dois anos”. No entanto, garantiu que há “dinheiro suficiente para fazer face a todos os aspetos e continuar com mecanismos a longo prazo de regalias sociais”, referindo-se à reserva financeira. As receitas dos casinos estão em queda há mais de um ano e o PIB do território desceu 25,4% em termos reais no primeiro semestre do ano. Durante a apresentação das LAG para 2016, no passado dia 17, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, avançou com uma previsão, que o próprio apelidou de conservadora, de receitas brutas dos casinos de 200 mil milhões de patacas em 2016, numa média mensal de 16 mil milhões. De acordo com esta estimativa, e segundo a proposta de lei de orçamento para o próximo ano, o Governo espera arrecadar, em 2016, 70 mil milhões de patacas em impostos diretos sobre as receitas brutas do jogo, menos 16,6% do que aquilo que prevê o orçamento retificativo para este ano (84 mil milhões de patacas).
Hoje Macau BrevesAposta no Português agrada a Lionel Leong [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, considera que a aposta na formação de Língua Portuguesa é uma boa ideia. O Secretário reagia à sugestão avançado pelo deputado Mak Soi Kun durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa, durante a semana passada. Mak Soi Kun apontou a necessidade do Governo reforçar os seus quadros bilingues, de forma a melhorar a meta de diversificação da economia de Macau. Em resposta, Lionel Leong elogiou a sugestão e indicou ser “uma ideia excelente”. “Para ensinar o português, importamos mais professores de língua portuguesa que vai formar os nossos quadros. Isto pode ajudar a resolver as necessidades do desenvolvimento das diferentes indústrias”, indicou o Secretário.
Filipa Araújo PolíticaLAG 2016 |Poupança, iniciativas criativas e cooperação com PLP na mira Lionel Leong assume que a conjuntura interna e externa vai ser “muito complexa” para o próximo ano e por isso quer organizar a sua pasta apostando na poupança e na cooperação entre a China e os PLP sem esquecer o desenvolvimento de mais indústrias predominantes [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, admitiu que para o ano de 2016 está prevista uma “conjuntura interna e externa muito complexa e em constante evolução, com intensificação da pressão concorrencial regional”. O responsável assume que os factores que têm afectado o desenvolvimento económico do território se vão manter, ainda que assegure que o “profundo ajustamento” na economia criou as “condições adequadas para a diversificação”. “Estamos numa fase de ajustamento – não é uma fase má para a sociedade, pelo contrário. Devemos saber como agarrar bem esta oportunidade de ajustamento do nosso tecido económico, fazermos com que toda a gente ganhe com este cenário”, afirmou o Secretário. As declarações surgiram durante o discurso de apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano, que decorreu ontem em sessão plenária da Assembleia Legislativa (AL). Lionel Leong explicou quais os objetivos a colocar em prática durante o próximo ano. “No próximo ano, daremos continuidade ao prosseguimento escrupuloso do espírito do presidente Xi Jinping (…), partindo do posicionamento traçado em torno da construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer e da Plataforma de Serviços para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Iremos reforçar o planeamento global e coordenar a concepção dos respectivos projectos”, discursou o Secretário. Ponto por ponto Da lista de metas a cumprir, Lionel Leong iniciou com a “prestação de apoio às iniciativas criativas e estímulo ao dinamismo”, defendendo que a criatividade é a “força motriz” que conduz ao desenvolvimento, sendo a inovação um “elemento fulcral para sustentar o desenvolvimento continua da economia de Macau”. Assim o Governo irá “adoptar uma postura pragmática” e “promover conceitos criativos”, recorrendo ao programa Internet+, tornando-o um “motor impulsionador de ideias inovadoras” que permitam estimular o aparecimento e a criação de novas indústrias. Os serviços públicos da área da Economia e Finanças, afirmou, terão também que accionar “por iniciativa própria” uma reforma e optimização dos serviços prestados, para que possam ser criadas novas ideias. Os jovens e as pequenas e médias empresas (PME) continuarão a ocupar um lugar de destaque nas preocupações da equipa de trabalho. Lionel Leong indicou que o Governo irá dar atenção e apoio necessários para que estas PME possam encontra a direcção do crescimento. O estímulo à elevação da qualidade, divulgando a confiança, construindo em conjunto uma “Macau com qualidade e com confiança” é a segunda meta definida pela equipa de Lionel Leong. Para atingir esta meta, o Secretário considera ser crucial a aposta nos próprios recursos humanos. “Assim sendo (…) iremos estreitar a cooperação com o sector empresarial e as entidades associativas, no sentido de encorajar os trabalhadores dos diferentes sectores a participar nas acções de formação profissional direccionadas e exames de certificação profissional específicos, conforme as suas próprias necessidades, procurando, deste modo, elevar a competitividade dos mesmos para que possam ser promovidos vertical e horizontalmente na sua carreira profissional”, defendeu. Jogo, indústrias e cooperações Uma avaliação global – com base nos estudos da revisão intercalar no sector do Jogo – às legislações em vigor ficou também prometida pelo Governo. Esta avaliação, indicou o Secretário, irá permitir dar conta da situação operacional do sector e o ponto de situação da execução das directrizes internas relativas aos promotores do Jogo, permitindo ainda avaliar e aperfeiçoar os regimes jurídicos e mecanismos de fiscalização do sector. Será também exigido às operadores do Jogo o aumento “dos elementos não Jogo”, para enriquecer os conteúdos turísticos e do próprio sector através de projecto integrados de turismos de grande dimensão. “Exigiremos que as operadores de Jogo adoptem – medida defendida já em 2015 – a modalidade de ‘grandes empresas impulsionam as pequenas’, para incentivar as micro e PME a instalarem actividades nos seus complexos turísticos”, referiu. A promoção do desenvolvimento de mais indústrias predominantes está também em destaque na lista de tarefas do Governo. Lionel Leong garantiu que irá promover o desenvolvimento das convenções e exposições, dando prioridade à “realização de conferências, passando o foco de atenção centrada na qualidade em detrimento da quantidade”. Caberá também o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) coordenar todos os trabalhos relacionados com o desenvolvimento das actividades de convenções e exposições, aperfeiçoando os diversos planos de apoios. Será ainda criada uma nova subunidade orgânica no IPIM, para se focar exclusivamente aos trabalhos económicos e comerciais relativos aos países lusófonos, dando continuidade à aposta no aumento da promoção na cooperação económica e comercial entra a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP). “As plataformas físicas de exibição de produtos alimentares dos PLP, instaladas em Macau e no interior da China, irão ser interligadas com a plataforma online no sentido de prestar serviços online e offline para os empresários interessados. Ao mesmo tempo iremos dar prosseguimento aos trabalhos relativos à formação de profissionais bilingues, de língua chinesa e Português”, adiantou. No poupar é que está o ganho O aceleramento da construção do Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa está também na lista de Lionel Leong, assim como o apoio e promoção do Parque Industrial de Cooperação Guangdong-Macau na Ilha da Montanha. “Da poupança nasce o sucesso, do luxo resulta o fracasso” é o lema que Lionel Leong quer seguir. Para o Secretário, é preciso poupar. “A poupança das despesas, a prudência financeira e o melhor aproveitamento de cada centavo do erário público são deveres do Governo da RAEM independentemente das boas ou más circunstâncias”, defendeu, frisando a necessidade de priorizar o reforço na gestão das finanças públicas e no empenho na elevação da rentabilidade dos recursos. “Iremos reforçar a construção do sistema jurídico em relação ao regime orçamental e ao regime tributário, procurando que seja concluído, com a maior brevidade possível, o processo legislativo da nova Lei do Enquadramento Orçamental e fiscalizando rigorosamente a utilização do erário público dentro das nossa competências, no pressuposto de não afectar o bem-estar da população”, indicou. A reserva financeira, disse, será gerida de forma mas rigorosa seguindo-se pelo principio da segurança e eficácia”, garantiu ainda.
Filipa Araújo PolíticaLAG 2016 |Lionel Leong quer jovens empreendedores e inovação em cima da mesa [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, afirmou, ontem, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2016 que os jovens e a inovação no desenvolvimento e diversificação da economia de Macau são uma prioridade de trabalho no próximo ano. Defendendo uma necessidade de apoio ao jovens empreendedores, Lionel Leong afirmou que esta faixa etária é de facto a actriz principal da reforma e inovação. Depois de ouvir a apresentação do seu discurso, os deputados Mak Soi Kun, Ho Ion Sang e José Chui Sai Peng não se pouparam nas apreciações e perguntas ao Governo sobre a situação dos jovens. Para Mak Soi Kun é necessário apostar nos jovens empreendedores, de acordo com a leis vigentes. José Chui Peng quis que o Governo explicasse de que forma é que os apoios monetários aos jovens têm melhorado a economia e têm fomentado o interesse dos jovens empreendedores. A criação do Centro de Incubação de Negócios para os Jovens foi também questionada quanto à sua utilidade pelos deputados. Em resposta, Lionel Leong indicou que é preciso abandonar a ideia de que os jovens só precisam do apoio monetário por parte do Governo. “Tenho falado com vários jovens, tenho ouvido e eles estão preocupados com vão ter o seu espaço e como vão conseguir vender os seus produtos. O nosso plano de apoio aos jovens não é só a atribuição do dinheiro, há por trás disso uma coisa mais importante. Antes de receber o dinheiro, os jovens são chamados para formações para que lhes sejam incutidos conhecimentos sobre as necessidades dos mercados, noções sobre contabilidade, sobre o regime fiscal e até de marketing”, indicou o Secretário. Para Lionel Leong é importante existir esta formação, este apoio do Governo e também a troca de experiências, seja de sucessos ou insucessos, para que os jovens percebam os erros que não podem cometer. “Vamos intervir mais”, garantiu aos deputados o Secretário, frisando, uma vez mais, que para além do dinheiro, os jovens precisam de “perceber que alguém lhes reconhece, aceita e admite os seus projectos. No futuro vamos continuar a aproveitar os apoios e programas que temos para integrar com os jovens”, garantiu. Inovação em acção O deputado José Chui Sai Peng questionou ainda o Governo sobre os meios de promoção do empreendedorismo. “É preciso inovação e diversificação do empreendedorismo”, anotou. Também o deputado Ma Chi Seng apontou o dedo a um empreendedorismo sem inovação em que todos os novos negócios seguem um modelo, sem grande variedade. Lionel Leong apontou que a inovação, muito defendida pelo Governo, não diz respeito apenas ao jovens empreendedores, mas também às lojas tradicionais de Macau e às pequenas e médias empresas (PME). “Todos, todos, têm de ter uma mentalidade inovadora. A inovação não é apenas para os jovens, é para todos, para as lojas tradicionais, para as PME. Claro, o Governo tem de ter uma cooperação com os serviços de tecnologias, claro que sim. Uma cooperação que permita prestar serviços in loco”, afirmou. O Secretário adiantou ainda que o Centro de Transformação e Transferência de Tecnologia terá que assumir uma postura de responsabilidade na introdução da aposta na inovação na economia e no desenvolvimento de Macau. “Queremos proporcionar um serviços especializado e de qualidade, o centro vai ficar encarregue disse”, garantiu, frisando a clara tendência do “comércio electrónico” e a necessidade das PME nessa vertente.
Filipa Araújo PolíticaLAG 2016 | Lionel Leong não está preparado para a pasta que tem, dizem deputados Sem novidades, sem preparação e sem noções de Administração. É assim que Pereira Coutinho carateriza o discurso de apresentação das LAG de Lionel Leong. Chan Meng Kam considera que há falta de detalhes Com Flora Fong [dropcap style=’circle’]“L[/dropcap]ionel Leong não disse nada de especial, nada. As introduções que ele fez são abstractas.” Foi assim que José Pereira Coutinho, deputado presente na apresentação das Linhas de Acção Governativa do Secretário para a Economia e Finanças, caracterizou o discurso. Chamando aos esclarecimentos de Leong apenas “um passeio pelo parque”, Pereira Coutinho diz que o Secretário ocupa um cargo em “que é preciso muita coragem” e que, apesar de ser um bom economista, “não percebe nada de Administração Pública”. “O discurso de Lionel Leong demonstra uma clara falta de conhecimentos na área de Administração Pública, em como fazer que os serviços públicos da sua dependência possam de facto ajudar a resolver os problemas dos residentes de Macau”, indicou. Das setes páginas apresentadas por Lionel Leong, Pereira Coutinho diz que pouco ou nenhum sumo útil se extrai. “O que o Secretário apresentou hoje faz-nos compreender que o próprio, à partida, tem enormes dificuldades em compreender como funciona a máquina administrativa”, argumentou. A falta de experiência na área é apontada como a maior causa de falta de respostas por parte do Governo. “Sei que ele tem dificuldades porque nunca trabalhou na Função Pública, não foi preparado para o cargo. Isto não lhe tira os conhecimentos que tem na área da Economia, porque é um empresário. Mas isto não chega. Esperamos muito mais deste Secretário”, argumentou. Também o deputado Chan Meng Kam ficou bastante insatisfeito com o que o Secretário apresentou durante o seu primeiro dia de LAG. Para o deputado, Lionel Leong não deu as respostas que eram necessárias, deixando que alguns assuntos ficassem sem resposta ou pendentes. Um exemplo claro dessas não respostas foram as rendas dos serviços públicos. “O Secretário revelou que o orçamento da renda dos serviços públicos para o próximo ano será de 1,1 mil milhões de patacas, mas não apresenta qualquer pormenor. Pareceu-me que não estava disponível para falar mais sobre este assunto, que não quis falar mais e não consigo perceber porque é que não respondeu melhor às perguntas. Talvez não tenha tido tempo suficiente, conforme defendeu. Mas pergunto-me se será mesmo verdade que o Governo tem rendas mais caras que as empresas privadas. Questiono-me sobre isso. Será que é verdade? Não percebo”, argumentou o deputado. Também sem respostas ficou a questão colocada sobre o preço do petróleo praticado pelos comerciantes de forma conjunta. Questão, diz, muito injusta para os cidadãos de Macau, tendo influências no dia-a-dia da sociedade. “O Governo tem consciência deste problemas, sabe que está por resolver e que só dele depende a resolução do mesmo”, frisou. Um pasta problemática Para o deputado Leong Veng Chai, o Secretário fez bem o seu trabalho de casa e “preparou bem as informações para o debate”, sendo que o Leong Veng Chai como uma “pessoa muito energética”. No entanto, o deputado considera que esta é uma pasta que tem várias dificuldades em serviços diferentes. “Cada serviço, cada área da pasta, tem os seus problemas e é difícil o Secretário conseguir debater todas as ideias e todos os problemas”, defendeu. Na sua visão, o mais difícil de resolução do que Lionel Leong tem nas mãos, é a “questão dos trabalhadores não residentes (TNR)”, seja em caso de despedimentos por parte dos empregadores sem justa causa, ou até no pagamento de salários. “Acho que relativamente aos despedimentos dos empregadores sem justa causa, vejo que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) não consegue proteger os empregados despedidos”, apontou. Leong Veng Chai avançou que são inúmeros os pedidos de ajuda por parte dos TNR que tem recebido, depois destes tentarem falar com os empregadores e ainda assim terem sido despedidos. O deputado considera que o Governo, neste caso a equipa de Lionel Leong, tem um trabalho a fazer, mas que até agora nada fez ou nada apresentou. Tiro ao alvo Tudo muito vago, é a análise que faz Melinda Chan à apresentação das LAG por Lionel Leong. “Há muitos assuntos a resolver, e até percebo as metas que o Secretário quer atingir, só não consigo entender como é que ele vai atingir essas metas, porque ele também não explica”, analisou a deputada, acrescentando que Lionel Leonel precisa de ser “muito mais claro relativamente ao caminho a percorrer”. Para a deputada Wong Kit Cheng muitas respostas ficaram por responder. “O Secretário tem de responder de forma mais específica e profunda às questões apresentadas pelos deputados, em vez de fazer o que fez hoje, ou seja só falar no âmbito geral”, rematou. A apresentação das LAG continua hoje, sendo que Lionel Leong irá responder a novas questões dos deputados.
Joana Freitas Manchete SociedadeJogo | Lionel Leong justifica atribuição de mesas com falta de salas VIP [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] diminuição de salas VIP e a necessidade de apostar mais no entretenimento são as justificações de Lionel Leong para a atribuição de 250 mesas de jogo ao Macau Studio City. Depois da polémica ter estalado já há dois anos –os representantes das Obras Públicas, na altura Lau Si Io, ex-Secretário, e Jaime Carion, ex-director, diziam que o empreendimento não iria ter elementos de jogo e, depois, Chui Sai On e Francis Tam, na altura Secretário para a Economia e Finanças, a virem dizer que sim -, o Governo confirma a entrega de mesas de jogo por, no Studio City, as salas VIP serem “inexistentes”. Mas este não é o único empreendimento nestas condições: também a Broadway, da Galaxy, vai ter casino. “Depois de fazer uma análise integral sobre os pedidos de mesa de jogo feito pela Studio City, o Governo atribuiu 250 mesas [à operadora] e cem mesas de jogo à Galaxy, para o mercado de massas”, começa por indicar um comunicado do Executivo, que acrescenta que a ideia do Governo é “distribuir da melhor forma possível as mesas no mercado de massas”, para que as operadoras possam ficar mais incentivadas a apostar na exploração dos factores não jogo. “E assim também desenvolve e aperfeiçoa a estrutura industrial de Macau e promove a diversificação adequada da economia”, diz ainda Lionel Leong. Satisfação governamental O Executivo decidiu, então, avançar com a atribuição das mais de duas centenas de mesas ao Studio City, que tinha pedido 400, sendo que 200 destas entrarão em funcionamento logo após a cerimónia de abertura e as restantes 50 a partir de 1 de Janeiro de 2016. O mesmo acontece com a Broadway, que terá cinquenta mesas também nessa altura e que teve já autorização para que metade entrem já em funcionamento. “O Governo está satisfeito de ver as operadoras de jogo a investirem mais de modo a que as pequenas e médias empresas participem nos projectos. O Governo deseja que deste modo se possa melhorar a distribuição das mesas nos casinos de massa, por forma a contribuir para o entretenimento da família e para o Centro Mundial de Turismo e Lazer, fazendo assim um ajustamento adequado ao modelo de desenvolvimento da indústria de jogo”, termina Leonel Leong. O Secretário garantiu que a análise para a atribuição de mesas foi feita de forma “rigorosa” e teve em conta o princípio da taxa de crescimento anual não superior a 3% e os projectos relacionados com turismo e entretenimento. “Os casinos de massas podem beneficiar do desenvolvimento da indústria da restauração e da indústria hoteleira, razão pela qual o Governo incentiva as operadoras de jogo a aumentar as mesas, por forma a aumentar também o elemento não jogo”, remata Leong.
Leonor Sá Machado Manchete PolíticaEconomia | Lionel Leong descarta medidas de austeridade para já As receitas de Julho ultrapassaram os 18 mil milhões de patacas, valor-limite estabelecido para a implementação de medidas de austeridade. Para já, o Governo não precisa de efectuar cortes profundos, ainda que o movimento das salas VIP vá ser analisado e as medidas de contenção não estejam completamente fora de questão [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s números do mês passado face às receitas do Jogo apontam para um total de 18,6 mil milhões de patacas em receitas brutas, pelo que o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, assegura que não será preciso empregar medidas de austeridade. Pelo menos para já. “Neste momento, é ainda e provisoriamente desnecessária a aplicação de medidas de austeridade em relação às finanças públicas”, refere o Gabinete de Leong em comunicado. No entanto, o Secretário afirmou que caso as receitas sofram mais quedas, pode ser necessário proceder a alguns cortes, ainda que assegure que estes não irão “afectar as despesas anunciadas em prol do bem-estar” da população. “Devido à persistência de grandes incertezas relativamente ao desenvolvimento do sector do Jogo durante o segundo semestre do corrente ano, o Governo continuará a manter-se firme em adoptar uma postura prudente na administração das finanças públicas, cumprindo à letra os princípios de economizar nos gastos”, salienta. [quote_box_left]“Neste momento, é ainda e provisoriamente desnecessária a aplicação de medidas de austeridade em relação às finanças públicas” – Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong[/quote_box_left] Da prevenção No comunicado publicado ontem é referido que “o Governo irá proceder a uma fiscalização rigorosa às operadoras de Jogo” e em especial às actividades das salas VIP, de forma a que sejam “adoptadas atempadamente medidas de contingência para fazer face a qualquer incidente imprevisto” que possa ter lugar. Tal só não acontece se as receitas do Jogo se mantiverem no patamar dos 20 mil milhões de patacas, como previsto pela Lei da Revisão do Orçamento de 2015. “[O Governo] continuará também a prestar elevada atenção à evolução das receitas brutas do Jogo, lançando, de imediato, medidas de austeridade logo que se verifique [uma queda abaixo dos 18 mil milhões]”, frisa a entidade no comunicado. Os valores foram apresentados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, que aponta para um valor acumulado de 140,3 milhões de patacas durante os primeiros seis meses deste ano. Este mês, a queda foi de 34,5% face ao mesmo mês do ano passado. No final do mês passado, Lionel Leong já havia referido a eventual necessidade de medidas de austeridade, caso as receitas ficassem abaixo dos 18,35 mil milhões. O responsável disse que seria agendada uma reunião com o Chefe do Executivo no início deste mês para discutir a implementação de medidas de contenção. No comunicado, o Secretário salienta ainda “com regozijo”, que se tem assistido ao um aumento dos valores relacionados com a economia não-Jogo, como são os sectores do turismo, das convenções e exposições e do comércio regional.
Joana Freitas Manchete PolíticaEconomia | Receitas de Julho poderão ditar mais austeridade Receitas a cair abaixo do limite inicialmente imposto pelo Governo podem originar medidas de austeridade. É o que prevê o Secretário para a Economia e Finanças, que fala também na hipótese de aumento da taxa de desemprego [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo poderá ter de implementar mais medidas de austeridade e Lionel Leong e Chui Sai On vão reunir no início de Agosto para debater a situação económica do território. A confirmação foi feita pelo Secretário para a Economia e Finanças, que avançou a hipótese de as receitas do Jogo continuarem a descer. O Executivo já tinha afirmado que, caso as receitas descessem ao limite dos 18 mil milhões de patacas, haveria um apertar do cinto e, neste mês, a previsão não parece ser muito optimista. “É comum as receitas do Jogo subirem mil milhões de patacas em relação ao mês de Junho, no mês de Julho. Mas, estima-se que as receitas não irão subir este mês como o período homólogo dos anos anteriores”, começou por frisar Lionel Leong, citado em comunicado. “Por esta razão, o Governo prevê que as receitas do mês de Julho serão abaixo dos 18 mil milhões de patacas.” Leong ainda se mostra optimista com a chegada de mais turistas a Macau que podem, diz, fazer com que as receitas ascendam aos 18,35 mil milhões de patacas. Caso não seja atingido este valor, contudo, o Governo já prepara reuniões para discutir propostas de austeridade. “Um encontro sobre essa questão terá lugar no início de Agosto com o Chefe do Executivo. Vamos ter uma reunião antes de tomarmos medidas de austeridade”, frisou o Secretário em declarações citadas pela TDM. Emprego variável Lionel Leong admite que a taxa de desemprego também possa vir a ser afectada, mostrando tendências de subida, mas assegura que o mercado de trabalho ainda é favorável no território. “De um modo geral, o ambiente do mercado de emprego encontra-se ainda saudável e optimista. Pelo que o Secretário apela aos jovens que tomem mais conhecimento sobre o ambiente do mercado de emprego para melhor planear o seu futuro”, pode ler-se no comunicado, que cita Lionel Leong em declarações na Expo de Carreiras para os Jovens. “Não se pode garantir que a taxa de desemprego não vá subir, mas será baixa. Até porque mesmo que atinjamos 2%, é mais baixo que nas regiões vizinhas.” O Secretário pede que os jovens não se foquem apenas no sector do Jogo, mas também noutras áreas, uma vez que acredita que vão aumentar os postos de trabalho no sector extra-jogo. Numa mensagem de incentivo num encontro com os jovens, Lionel Leong aconselhou os mais novos a planearem bem o seu futuro no mercado de trabalho.
Andreia Sofia Silva PolíticaRetalho | Exigidas medidas para aumento dos turistas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s mudanças no sector do retalho como consequência da diminuição das receitas do Jogo motivaram um encontro entre o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, e representantes de 20 associações do sector industrial e comercial. No encontro, as associações fizeram “propostas como adopção de medidas que visam atrair a vinda de mais visitantes para Macau, a fim de aliviar os efeitos negativos provocados pela queda das despesas médias dos turistas”. Isto porque “caso haja uma descida drástica deles, maiores dificuldades poderão ser trazidas para a economia de Macau”, refere um comunicado oficial. Essas medidas visam a criação de planos promocionais trans-sectoriais ou a “realização de actividades festivas e feiras, para atrair a visita a Macau dos turistas e para reforçar a dinâmica da economia”. Foi ainda proposta maior publicidade a “diversos pontos de consumo em Macau, por forma a encaminhar os turistas para as zonas comunitárias, apoiando a sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME) lá instaladas”. As associações pedem que seja aumentada a responsabilidade social das operadoras de Jogo, através do aumento de aquisição de bens e serviços locais, bem como que seja feito um reforço do incentivo ao consumo local por parte dos residentes. Efeito dominó Lionel Leong admitiu que devido ao ajustamento profundo das receitas oriundas do sector de Jogo, verificou-se, no primeiro trimestre, um decréscimo no comércio a retalho, quer em termos do valor das transacções, quer em termos do volume de venda. Para o Secretário, isto demonstrou que a “situação desfavorável de operação do sector nos últimos tempos começou a ter repercussões nos outros sectores”. O mesmo comunicado aponta que se registaram “mudanças nos negócios dos estabelecimentos do comércio a retalho, tendo a descida das receitas do Jogo afectado a procura de consumo, por parte dos turistas e dos residentes de Macau, no que diz respeito aos produtos de elevada qualidade, originando um decréscimo não só no valor dos seus negócios, como também no volume da sua venda”. Para além disso, o consumo dos residentes locais também foi afectado dadas as alterações do ambiente económico, passando uma parte dos trabalhadores do sector de Jogo a adoptar uma postura prudente nas suas despesas. “Determinadas actividades sectoriais viram as suas receitas a contrair-se, no entanto, não se conseguiram ser beneficiadas, ao mesmo tempo, de uma redução nos seus custos operacionais, dificultando assim a sua sobrevivência”.
Leonor Sá Machado PolíticaGoverno | Salário mínimo universal até fim de 2018 Salário mínimo para todos será mesmo em 2018 “ou até mais cedo”. Entretanto, porteiros e funcionários da limpeza vão passar a receber ordenados de 30 patacas à hora em 2016, sendo que o Governo se mostra aberto a rever este valor [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]O salário mínimo para porteiros e funcionários da limpeza entra em vigor já em Janeiro de 2016, sendo que o Executivo prometeu que até finais de 2018 o salário mínimo para todas as classes de trabalhadores deverá estar implementado. Os deputados da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) reuniram-se ontem com o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, por forma a analisar na especialidade a proposta de lei referente à implementação do salário mínimo. O diploma passa agora a chamar-se Salário Mínimo para Trabalhadores de Limpeza na Administração Predial. Segundo Cheang Chi Keong, deputado que preside à Comissão, vai mesmo ser implementado o salário para todos daqui a três anos. “O salário universal poderá ser implementado até finais de 2018 ou antes, se tudo correr bem. O Governo já deu um grande passo e o valor do salário mínimo vai ser actualizado”, explicou o deputado. [quote_box_right]“O salário universal poderá ser implementado até finais de 2018 ou antes, se tudo correr bem. O Governo já deu um grande passo e o valor do salário mínimo vai ser actualizado” – Cheang Chi Keong, presidente da 3.ª Comissão Permanente da AL[/quote_box_right] As 30 patacas por hora será o valor a ter em conta na implementação dessa medida, ainda que o Governo esteja aberto a rever os montantes daqui a três anos. “No futuro, aquando da aplicação do salário mínimo universal, vão ser aplicados estes valores, mas tudo dependerá da situação na altura”, disse Cheang Chi Keong. Para já, os trabalhadores da limpeza e segurança passam, a partir de Janeiro de 2016, a receber 30 patacas por hora, 240 patacas por dia, 6240 patacas mensais. Cerca de 6200 trabalhadores ficarão abrangidos, contudo, “13 mil trabalhadores de outras profissões vão continuar a receber menos de 30 patacas por hora”. Riscos de part-time O Governo está também a trabalhar na criação de um regime de trabalho a tempo parcial. “Ainda tem de ser criado um regime de tempo parcial, é algo que está ausente deste regime e tem que ser feito por lei. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) já tinha ponderado isto e o Governo já está a preparar isso. Alguns empregadores poderão usar o regime de part-time, e isso apresenta riscos”, referiu Cheang Chi Keong. O parecer jurídico que conclui a análise na especialidade deverá estar concluído na próxima semana.