João Santos Filipe Manchete SociedadeIC | Sugestões de Leong Sun Iok sobre espectáculos ignoradas Leong Sun Iok perguntou pela anunciada avaliação das autoridades centrais ao rumo de desenvolvimento da ‘Cidade de Espectáculos’, mas ficou sem resposta. Também a sugestão de se realizar uma exposição com 84 pinturas japonesas Ukiyo-e foi ignorada pela presidente do IC, Leong Wai Man No ano passado, Ho Iat Seng afirmou que o rumo de desenvolvimento da ‘Cidade de Espectáculos’ iria ser avaliado pelas autoridades centrais. O deputado Leong Sun Iok pretendia saber se a avaliação já tinha sido feita, ou quando iria ser feita, e até fez uma interpelação escrita sobre o assunto. Contudo, ao fim de semanas à espera da resposta, ficou na mesma. A resposta assinada por Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural, ignorou completamente o assunto. A resposta foi partilhada ontem pelo deputado e em nenhum aspecto é referida a prometida avaliação pelas “autoridades relevantes do país”. Nas perguntas enviadas pelo deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) era também sugerido que o Executivo fizesse uma exposição com as 84 pinturas japonesas “Ukiyo-e”, adquiridas pelo Governo entre finais de 1987 e 1989 e depositadas no Banco Nacional Ultramarino. Na resposta de Leong Wai Man também nunca foi mencionada a sugestão. Por outro lado, o deputado queria ainda saber se o Governo iria criar um “mecanismo permanente” para que o território tivesse capacidade para organizar espectáculos internacionais de grande dimensão. A pergunta foi colocada após as actuações do maestro japonês Joe Hisaishi, conhecido por fazer as bandas sonoras para os filmes de Miyazaki Hayao, ter gerado uma procura muito superior aos lugares disponibilizados. Mais uma vez, a resposta de Leong Wai Man não abordou o assunto. Repetição de slogans Ao invés, o documento assinado pela presidente do Instituto Cultural repete os vários slogans adoptados pelo Governo nos últimos anos, como a estratégia de desenvolvimento da economia 1+4. Leong indica também que a aposta no desenvolvimento da cultura passa pela criação de uma “plataforma internacional de intercâmbio artístico e cultural” no âmbito da aposta em transformar Macau numa cidade de espectáculos. “Para se esforçar na construção de Macau como ‘Cidade de Espectáculos’, o Governo da RAEM concentra-se em implementar várias medidas, designadamente, a construção de uma plataforma internacional de intercâmbio artístico e cultural, a realização de exposições e espectáculos que possam contribuir para o aumento de intercâmbio cultural entre a China e países estrangeiros”, afirma a presidente do IC. A par destas medidas, a dirigente promete ainda que está a ser desenvolvido um reforço da “atracção do mercado de espectáculos da RAEM a nível internacional” e da promoção do “desenvolvimento integrado da cultura com outras áreas”, para melhorar a imagem do território como um polo cultural. As áreas que vão ser aposta com a cultura não foram indicadas. Leong Wai Man também não explica como é que o Governo de Macau vai conseguir alcançar este objectivo, quando cancela espectáculos que são permitidos no Interior, com base no teor de cariz sexual, como aconteceu com uma das actuações no Festival Fringe, classificada para maiores de 18 anos.
Hoje Macau Eventos MancheteBienal de Arte | Vila Nova de Cerveira vai ter pavilhão e exposição em Macau Com a Arte Macau à porta, cuja exposição principal é inaugurada no final deste mês, o Governo anunciou a colaboração com a Fundação Bienal de Arte de Cerveira. O resultado será um pavilhão da responsabilidade da entidade portuguesa na Bienal Internacional de Arte de Macau e uma exposição na galeria do Antigo Estábulo Municipal A Fundação Bienal de Arte de Cerveira vai ter, a partir de 1 de Agosto, um pavilhão na Bienal Internacional de Arte de Macau 2023 (Arte Macau), anunciou ontem a organização. O Instituto Cultural (IC) indicou, em conferência de imprensa, que a exposição de Vila Nova de Cerveira, intitulada “A Metafísica da Sorte e a Ciência do Azar”, vai exibir uma selecção de 27 obras de “artistas de diferentes países e gerações”. O pavilhão, comissariado pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira, vai mostrar “diferentes visões do mundo e reflectir as consonâncias e contradições entre as tradições religiosas, superstições e ciências”, disse o IC, em comunicado. A exposição de Vila Nova de Cerveira, apresentada pelo Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, vai estar patente no Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino de Macau. A directora do IC, Deland Leong Wai Man, disse à Lusa que a escolha surgiu de “uma negociação mútua” com o consulado de Portugal e sublinhou que a Bienal de Arte de Cerveira, realizada pela primeira vez em 1978, “é muito significativa”. Numa mensagem de vídeo divulgada na conferência de imprensa, o curador chefe do Arte Macau 2023, Qiu Zhijie, destacou a obra Estatística Milagrosa, do macaense Carlos Marreiros, “inspirada no catolicismo português”, incluindo nos milagres de Santo António. Qiu Zhijie, também vice-director da Academia Central de Belas Artes chinesa, avançou que o mexicano Pablo Helguera vai trazer à Arte Macau o espectáculo ‘The Memory Palace of Matteo Ricci’ (O Palácio da Memória de Matteo Ricci). O espectáculo é baseado num livro do historiador norte-americano Jonathan Spence sobre a vida do italiano Matteo Ricci (1552-1610), um dos primeiros jesuítas a viver na China e co-autor do primeiro dicionário português-chinês. O grande plano A exposição principal da Arte Macau 2023 vai ser inaugurada a 28 de Julho e a bienal irá decorrer até Outubro, com obras de mais de 200 artistas de 20 países e territórios, em 30 mostras espalhadas pela cidade. Deland Leong Wai Man disse que, com o fim das restrições sanitárias devido à pandemia da covid-19, haverá “um aumento significativo de obras estrangeiras” e um maior “intercâmbio entre artistas locais e internacionais”. A directora dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, disse à Lusa acreditar que o “megaevento de nível internacional possa servir para atrair mais turistas” à região. “Os artistas internacionais vão poder vir para Macau”, destacou Senna Fernandes, o que não aconteceu na anterior edição da bienal, em 2021. “Sem a presença do próprio artista, não é a mesma coisa; vai poder haver intercâmbio”, acrescentou. O orçamento total do Arte Macau 2023, suportado pelo Governo, é de 12 milhões de patacas, valor que não inclui os eventos organizados pelas seis operadoras de casinos, indicou à Lusa a presidente do IC.
Andreia Sofia Silva PolíticaCultura | Governo quer espectáculos da Broadway e West End em Macau O Instituto Cultural (IC) pretende trazer para Macau musicais da Broadway e do West End de Londres. A informação consta na resposta à interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, assinada pela presidente do IC, Leong Wai Man. A responsável referiu que o Governo pretende, a partir deste ano, convidar equipas para apresentar estes espectáculos no território, “bem como peças de dança e de teatro internacionais de topo”. Pretende-se ainda “convidar artistas do exterior a virem a Macau participar em programas e eventos artísticos culturais locais”. A inclusão de equipas internacionais deverá também ser uma realidade na organização e promoção do Desfile Internacional de Macau e outros eventos festivos. Além disso, para a edição deste ano do evento, o IC “irá convidar novamente os resorts integrados e empresas de lazer e turismo, bem como vários consulados estrangeiros em Hong Kong e Macau para participarem”. Leong Wai Man assegurou ainda que o espaço renovado da antiga fábrica de panchões Iec Long, na zona da Taipa Velha, será desenvolvido. “No futuro irá aproveitar-se melhor o espaço da antiga fábrica de panchões Iec Long com a criação de instalações de diversão e aventura para famílias e crianças e adjudicando espaços para a abertura de cafés com características próprias. Tudo para reforçar a experiência turística e cultural e a atractividade da fábrica.” Relativamente aos estaleiros navais de Lai Chi Vun recuperados, do número X11 ao X15, que irão abrir ao público este ano, o IC pretende também “introduzir gradualmente elementos culturais, criativos e de lazer no futuro, a fim de transformar este espaço num ponto turístico e cultural característico das ilhas”.
Hoje Macau Manchete PolíticaNova presidente do Instituto Cultural quer reforçar laços com lusofonia A nova presidente do Instituto Cultural (IC), Leong Wai Man, prometeu hoje transformar a região num “centro de intercâmbio cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Na cerimónia de posse, Leong Wai Man afirmou que o IC vai continuar a promover “os encantos culturais” da cidade no exterior e trabalhar para cumprir o papel definido pelas autoridades para Macau: “uma base de cooperação e intercâmbio para a promoção da coexistência multicultural, com predominância da cultura chinesa”. A região tem “características culturais singulares” e “continua a ser uma ponte importante, servindo como uma plataforma de intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente”, defendeu Leong Wai Man, de acordo com um comunicado divulgado pelo Governo de Macau. A presidente do IC disse que vai empenhar-se na salvaguarda e gestão do Centro Histórico de Macau, que inclui vários edifícios e monumentos de raiz portuguesa, incluindo o ex-líbris da cidade, as Ruínas de São Paulo. Leong Wai Man prometeu também valorizar o património cultural tangível e intangível da região, cuja lista inclui a Procissão de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, a Procissão de Nossa Senhora de Fátima, o teatro em patuá, o crioulo de Macau de base portuguesa, e a gastronomia da comunidade macaense, com ascendência luso-chinesa. A nomeação de Leong Wai Man, na vice-presidência do IC desde 2018, foi anunciada em 26 de janeiro, uma semana depois da transferência da até então presidente Mok Ian Ian para presidir ao conselho de administração do Centro de Ciência de Macau. Mok Ian Ian, especialista em teatro tradicional chinês, foi nomeada diretora do IC em janeiro de 2018, substituindo Cecilia Tse Heng Sai, que se demitiu menos de dois meses após assumir a posição, por motivos de saúde. O nome de Mok Ian Ian foi proposto para a liderança do IC em 2018 por Alexis Tam Chon Weng, antigo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura e atual representante da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.