Imobiliário | Savills indica que taxa de lojas vazias chega a 20%

A consultora imobiliária Savills fez um estudo nas ruas do território e concluiu que a taxa de lojas desocupadas nos bairros comunitários varia entre 10 por cento e 20 por cento.

Segundo o jornal Ou Mun, o director da empresa, Franco Liu, sugeriu ao Governo que volte a lançar medidas de apoio para os comerciantes conseguirem pagar rendas e outras despesas ligadas à operação das lojas.

Liu recordou já lá vão os tempos em que era difícil encontrar espaços comerciais disponíveis na Avenida Horta e Costa e no Centro da Taipa. Todavia, na situação actual, tornou-se comum que as lojas fiquem vazias durante longos períodos, sem interessados.

O director da Savills indicou como causas deste cenário o facto de cada vez mais os residentes consumirem no Interior, a redução do consumo motivada pela desvalorização dos salários face à inflação e a queda do valor dos imóveis.

21 Mar 2025

Imobiliário | Sobem transacções. Descem preços

Em Fevereiro, foram compradas e vendidas 176 habitações, a uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. Em comparação com o que acontecia há um ano, os preços sofreram uma redução de 11,6 por cento, mas registaram-se mais 44 transacções

 

No mês passado, o preço da habitação apresentou uma redução de 11,6 por cento, face ao período homólogo, para uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. A informação foi divulgada pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Em Fevereiro do ano passado, o preço médio do metro quadrado da habitação era de 86.225 patacas, 9.982 patacas acima dos valores mais recentes, divulgados na segunda-feira.

Todavia, quando a comparação é entre Janeiro e Fevereiro deste ano, o preço médio das habitações apresenta uma valorização de 6 por cento, de 71.917 patacas por metro quadrado para 76.243 patacas por metro quadrado.

A nível dos preços, a realidade é agora diferente do que acontecia em 2019. Antes da pandemia, o preço médio por metro quadrado era de 98.618 patacas, o que representa uma redução de 22,7 por cento, ou 22.375 patacas, face aos dados disponibilizados na segunda-feira.

A informação sobre o mês passado mostra que Coloane foi a zona mais cara do território, com uma média de 83.5 71 patacas por metro quadrado. Na Taipa, o preço médio do metro quadrado foi de 82.471 patacas, e na Península de Macau de 72.986 patacas.

Maior procura

A maior redução dos preços parece ter resultado num aumento do número de compras e vendas de habitações. Em Fevereiro, registaram-se 176 transacções, mais 44 do que no período homólogo, quando se contabilizaram 132, o que significa um crescimento de um terço.

Quando a comparação é feita entre o mês passado e Janeiro, houve menos 94 transacções, uma quebra de 34,8 por cento, de 270 compras e vendas para 176 transacções, em Fevereiro.

No entanto, em 2019, antes da pandemia da covid-19, o mercado apresentava-se mais activo do que acontece actualmente. Em Fevereiro de 2019, foram registadas 279 transacções, mais 103 do que no mês passado. Contudo, em termos do volume de transacções, os números de Fevereiro de 2019 aproximam-se do registo de Janeiro deste ano.

Os dados mais recentes revelam igualmente que a Península de Macau foi o local com mais transacções, um total de 126 compras e vendas de habitação. No segundo lugar surgem a Taipa com 36 transacções e Coloane, onde se registaram 14 compras e vendas de habitação.

19 Mar 2025

Imobiliário | Preços voltam a cair, mas houve mais transacções

O mercado continua longe dos valores praticados antes da pandemia, com sinais cada vez mais mistos. Se a comparação dos dados mais recentes for feita com a primeira metade de Janeiro, as casas ficaram mais caras, mas registaram-se menos transacções

 

O preço médio da habitação sofreu uma redução de 11,9 por cento na primeira metade de Fevereiro, face ao período homólogo, de acordo com os números revelados pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF).

Segundo os dados mais recentes, o preço médio do metro quadrado na primeira metade de Fevereiro deste ano foi de 75.316 patacas. Fazendo as contas, uma casa com 90 metros quadrados estava avaliada em 6,78 milhões de patacas. Em comparação, na primeira quinzena de Fevereiro de 2024, o preço médio do metro quadrado era de 85.487 patacas, o que significa que o mesmo apartamento estaria avaliado em 7,69 milhões de patacas.

Quando a comparação é feita com os valores praticados na primeira quinzena de Janeiro deste ano, as casas em Macau ficaram mais caras, dado que nesse período o preço médio do metro quadrado era de 69.882 patacas. Em Janeiro, a casa com 90 metros quadrados estava avaliada em 6,30 milhões de patacas.

Em termos anuais, com preços mais baratos registaram-se mais compras e vendas de habitação no território, um crescimento de 16,7 por cento. No início de Fevereiro foram contabilizaram-se 84 transacções, quando no período homólogo o número tinha sido de 72 transacções.

Todavia, se a comparação for feita entre a primeira metade de Fevereiro e a primeira metade de Janeiro, houve uma redução de 32,8 por cento, dado que as 125 transacções de Janeiro foram reduzidas para 84 transacções no mês mais recente.

Mais caro em Coloane

Os dados mais recentes da DSF mostram ainda que o metro quadrado é mais caro em Coloane, onde o preço médio foi de 80.746 patacas, nas nove transacções registadas.

Na primeira metade de Fevereiro de 2024, tiveram lugar quatro transacções a um preço médio de 111.996 patacas por metro quadrado. Na primeira quinzena de Janeiro de 2025, registaram-se nove transacções, a um preço médio de 72.252 patacas por metro quadrado.

A Taipa foi a segunda zona mais cara de Macau, com o metro quadrado a ser comercializado, em média, por 74.367 patacas. Durante a primeira metade de Fevereiro de 2025, foram registadas 21 transacções de habitação. Em comparação, em Fevereiro de 2024, tinham sido declaradas 16 transacções, a uma média de 85.342 patacas por metro quadrado.

Como normalmente acontece, Macau voltou a ser a zona do território onde foram declaradas mais transacções, com 54 negócios, realizados a uma média de 74.359 patacas por metro quadrado. No início de Janeiro, concretizaram-se 96 transacções, a um preço médio de 66.753 patacas por metro quadrado. Na primeira quinzena de Janeiro de 2025, as 96 transacções declaradas aconteceram a uma média de 66.753 patacas por metro quadrado.

4 Mar 2025

Imobiliárias políticas, Limitada

Eu estava num miradouro serrano para onde os meus pais e avós me levavam há cinquenta anos, quando tinha 10 anos de idade, para admirar a paisagem linda, olhando para cima, a serra cheia de neve e para baixo a globalidade da minha terra, a Covilhã. Resolvi sentar-me e escrever no caderno as primeiras linhas desta crónica sobre o que tinha acabado de ver e sobre as últimas notícias chocantes da semana passada.

Há cinquenta anos, a Covilhã era um conjunto de casarios admiráveis sem quaisquer arranha-céus. Hoje, a cidade serrana é tão horrível cheia de prédios por todo o lado da urbe. Prédios de vários andares são infindáveis. Fiquei a pensar como é grandioso o negócio das imobiliárias. Deve ser um negócio melhor que os mais lucrativos do mundo, os gelados, as pizzas e o café. Uma vez, fui uma semana a Lisboa visitar uns familiares e numa só avenida contei dez imobiliárias.

Os portugueses sabem que raramente conseguem comprar ou arrendar uma casa sem que seja através de uma imobiliária e que as comissões dessas empresas dão um lucro grandioso. E que se pretenderem adquirir um terreno, o ideal será que toda a papelada seja tratada por uma imobiliária, esteja o terreno perto de uma cidade, de uma vila ou mesmo num interior rústico. As imobiliárias tratam de tudo e as pessoas sujeitam-se ao que está definido no negócio deste tipo de intermediação no que respeita a imóveis, terrenos e ao que se tem de pagar às imobiliárias.

Pois bem, na semana passada a discussão política andou à volta de imobiliárias. Chamar-lhes-ei imobiliárias políticas. Porquê? Porque depois de um secretário de Estado do actual Governo se ter demitido quando veio a lume que era proprietário de uma imobiliária e simultaneamente estava a participar na alteração à Lei dos Solos, a comunicação social trouxe à colação que o primeiro-ministro Luís Montenegro tinha uma imobiliária e que afirmou ter vendido, imagine-se, a sua quota à mulher e filhos. O assunto foi à baila na Assembleia da República e os deputados da oposição não ficaram satisfeitos com as explicações, sobre o tema, apresentadas pelo chefe do Executivo.

Quanto a nós, Luís Montenegro não teve transparência ao ser interrogado sobre quem eram os clientes da sua empresa familiar. Era importante que se soubesse quem eram os parceiros de negócio, porquanto ficará sempre a suspeição de que esses clientes poderão vir a usufruir de benesses governamentais. Inclusivamente o semanário Expresso, na sua edição da passada sexta-feira, denunciou que os casinos ‘Solverde´ pagam 4.500 euro por mês à empresa de Montenegro. Depois, bem, depois tem sido um chorrilho de notícias sobre imobiliárias detidas por membros do Governo.

O ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, que tem a tutela das alterações à Lei dos Solos, também tinha uma imobiliária e veio dizer que já tinha vendido a sua parte, mas só depois da “bronca” com o primeiro-ministro. No entanto, posição diferente foi assumida pela ministra da Justiça, Rita Júdice, que veio a público afirmar que “não tem qualquer intenção de se desfazer do seu património pessoal, constituído com o seu trabalho e dos seus familiares”, nomeadamente as quatro sociedades com negócios imobiliários de que é sócia.

A verdade é que da Cultura ao Trabalho, passando pela Defesa e Presidência do Conselho de Ministros, vários Ministérios empregam actuais e antigos sócios de empresas do sector imobiliário. No Ministério do Trabalho, já é público que a própria ministra Maria do Rosário Palma Ramalho inclui a gestão de património imobiliário na sua empresa ‘Palma Ramalho, Lda’. Mas não é a única: o secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira, também inclui no oblecto da sua empresa de consultoria a “gestão de património, podendo para o efeito, alienar, adquirir e arrendar imóveis e proceder à revenda dos adquiridos”.

A empresa chama-se agora ‘Orbis Terra – Consultoria e Gestão, Lda’, um nome mais discreto do que o anterior no que diz respeito à ligação ao imobiliário e o governante é sócio único. Mas o apetite pelos negócios imobiliários no Executivo de Luís Montenegro não se esgota nestes governantes e até a responsável pela pasta da Habitação no Ministério de Miguel Pinto Luz foi sócia de uma empresa que se dedica à compra e venda de bens imobiliários. Trata-se da ‘Promobuilding – Serviços Imobiliários Lda’.

A empresa onde Patrícia Gonçalves da Costa foi gerente entre 2010 e 2015 e sócia minoritária até 2019 detém ainda 50 por cento da ‘Urbanquestion, Lda’, outra empresa criada em 2023 com o mesmo objecto que inclui a compra e venda de imóveis, construção de empreendimentos próprios para comercialização e promoção de estudos de urbanização. No Ministério da Defesa, o antigo deputado do CDS Álvaro Castelo Branco, agora secretário de Estado Adjunto, é sócio da ‘Rent 4 You – Sociedade Imobiliária, Lda’. Desta sociedade também faz parte o antigo deputado do PSD e actual membro do Conselho de Administração do AICEP Paulo Rios de Oliveira.

O historial de actividades empresariais do ramo imobiliário estende-se ao Ministério da Cultura. O recém-nomeado secretário de Estado Alberto Santos deteve 90 por cento da sociedade ‘Villa Gallaecia – Mediação Imobiliária, Lda’, dedicada à mediação e angariação imobiliária, mas também à avaliação de imóveis e consultadorias várias.

E a própria ministra Dalila Rodrigues teve quota numa empresa da família: trata-se da ‘Rita Aguiar Rodrigues Arquitectos Lda’, que como o nome indica presta serviços de arquitectura, mas também inclui no seu objecto a construção e remodelação de edifícios e a compra, venda e revenda de bens imóveis. Em comunicado divulgado na noite de terça-feira passada, tanto a ministra como o secretário de Estado confirmaram que detiveram aquelas quotas em sociedades, mas que as cederam antes de tomarem posse no Governo. E na Assembleia da República? Bem, não fiquem de boca aberta.

No Parlamento, também não faltam deputados com empresas no ramo imobiliário. Além dos quatro parlamentares do Chega, o partido que viabilizou e tem adiado a votação que pode chumbar as alterações à Lei dos Solos, encontram-se muitos exemplos nas bancadas do PS e sobretudo do PSD. A dar o exemplo de empreendedorismo imobiliário num país onde o preço das casas e das rendas é incomportável para quem vive com salários baixos está o próprio presidente da Assembleia da República.

José Pedro Aguiar Branco é sócio da ‘Portocovi – Gestão e Administração de Bens Lda’, que tem por objecto a compra e venda de bens móveis e imóveis, arrendamento, gestão e administração de bens próprios ou alheios e prestação de serviços. Confrontado com a divulgação pública sobre a sua empresa, Aguiar-Branco respondeu aos jornalistas queixando-se de “voyeurismo” sobre os titulares de cargos políticos, onde “tudo é escarrapachado: o seu património, a sua situação do ponto de vista financeiro, tudo o que tem a ver com um acervo particular, ainda que não exista alguma suspeita”.

E o que queria Aguiar-Branco? Que os jornalistas fossem uns “macaquinhos” a silenciar, a não ouvir e a não ver? O mais importante é que tudo isto vem a público porque o Governo resolveu alterar a Lei dos Solos e na qual, futuramente, todas estas imobiliárias políticas poderão vir a usufruir de avultados rendimentos…

2 Mar 2025

Imobiliário | Preços das casas novas continuam em queda

Os preços das casas novas na China caíram pelo vigésimo mês consecutivo em Janeiro, foi ontem anunciado, apesar das medidas adoptadas pelo Governo para estimular o sector, que se encontra mergulhado numa prolongada crise.

Os preços nas 70 principais cidades do país caíram 0,07 por cento, em relação ao mês anterior, de acordo com cálculos feitos a partir dos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês. Em Dezembro, o preço das casas novas registou uma contração de 0,08 por cento.

Os cálculos efectuados com base nos dados do GNE reflectem igualmente uma redução de 0,34 por cento no preço das casas em segunda mão em Janeiro, depois de ter diminuído 0,31 por cento, no último mês de 2024.

Nos últimos meses, as autoridades chinesas anunciaram medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim, devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise do sector imobiliário, cujo peso no PIB nacional – somando os factores indirectos – foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.

20 Fev 2025

Imobiliário | Preços registam quebra de 9 por cento em 2024

No ano passado, o preço médio por metro quadrado da habitação registou uma redução de 9 por cento, para 85.114 patacas, de acordo com os dados publicados ontem pelos Serviços de Estatística e Censos. O preço médio das habitações na Península foi de 78.751 Patacas por metro quadrado, no que representou uma redução de 12,5 por cento, de 93.896 patacas na Taipa, uma diminuição de 3,6 por cento, e de 99.617 patacas em Coloane, um decréscimo de 7,3 por cento.

Em 2024, foram transaccionadas 3.380 habitações, mais 501 unidades em termos anuais, pelo valor de 20,33 mil milhões de patacas. O mercado de habitação teve um crescimento de 11,1 por cento, em termos do valor total movimentado. Entre estas habitações, 3.023 unidades estavam construídas, e foram compradas e vendidas por 18,48 mil milhões de patacas, tendo ainda havido transacções de 357 habitações em construção, que foram vendidas por 1,85 mil milhões de patacas.

Quanto às fracções autónomas não habitacionais, o preço médio por metro quadrado dos escritórios foi de 69.729 patacas, o que representou uma redução de 21,7 por cento. Já as fracções autónomas industriais, viram os preços a cair 16,9 por cento, para uma média de 39.268 patacas por metro quadrado.

18 Fev 2025

Sunac | Primeiro promotor imobiliário a reestruturar dívida

Os planos para pagar a dívida de mais de 15 mil milhões de yuan foram aprovados pelos credores

 

A Sunac, outrora um dos maiores promotores imobiliários da China, tornou-se a primeira empresa do sector a reestruturar com êxito a sua dívida emitida nos mercados internos (“onshore”), depois de ter conseguido o apoio dos credores.

Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa afirmou que os credores destas obrigações, das quais faltavam pagar cerca de 15,4 mil milhões de yuan, aprovaram o plano apresentado pela empresa.

A proposta previa uma redução para menos de metade desse montante e oferecia várias opções, como o prolongamento da maturidade das obrigações até 2034, sem obrigação de começar a pagá-las até 2029.

A Sunac já tinha sido pioneira entre os promotores chineses quando, em Outubro de 2023, obteve a aprovação da justiça de Hong Kong para o acordo que tinha alcançado com os credores para reestruturar cerca de 10,2 mil milhões de dólares de dívida emitida nos mercados internacionais (“offshore”).

A agência de notação da dívida Standard&Poor’s (S&P) afirmou na altura que a Sunac ia abrir caminho para a reestruturação da dívida ‘offshore’ de outros promotores chineses em situações semelhantes, uma vez que não só procurou prolongar as obrigações para ganhar tempo, como também incluiu instrumentos como ‘swaps’ de dívida.

No entanto, a 10 de Março, o gestor de activos estatal Cinda apresentou um pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong por falta de pagamento de um empréstimo de 30 milhões de dólares. A primeira audiência foi marcada para 19 de Março.

Este caso distingue-se de outros semelhantes, como os que também enfrentam em Hong Kong gigantes como a Evergrande ou Country Garden, pelo facto de o queixoso ser uma empresa estatal chinesa e não um credor privado, apesar de Pequim ter prometido repetidamente medidas para estabilizar o mercado imobiliário nos últimos meses.

Ferida grave

As acções do promotor em Hong Kong caíram mais de 25 por cento na sequência desta notícia. Ontem, apesar do acordo com os credores ‘onshore’, caíram 2,41 por cento, durante a parte da manhã da sessão.

A Sunac tinha um passivo total de cerca de 896 mil milhões de yuan no final do primeiro semestre de 2024, durante o qual registou um prejuízo líquido de 14,957 mil milhões de yuan.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em Agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares.

22 Jan 2025

Imobiliário | Início de Dezembro com menos vendas e casas mais baratas

Na primeira metade de Dezembro, registaram-se menos transacções de fracções para habitação e os preços ficaram mais baratos, em comparação com Dezembro de 2023, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

Segundo os números mais recentes, na primeira quinzena de Dezembro de 2024, o preço médio do metro quadrado foi de 82.383 patacas. Este valor significa uma redução de 3.654 patacas por metro quadrado, face à primeira quinzena de Dezembro de 2023, quando o preço médio do metro quadrado era de 86.037 patacas.

Segundo os dados da DSF, o preços mais barato foi registado na Península de Macau, onde o preço médio do metro quadrado foi de 72.480 patacas. Na Taipa o preço médio foi de 88.762 patacas e em Coloane atingiu uma média de 102.976 patacas. Em relação ao número de compras e vendas de habitação, a primeira metade de Dezembro de 2024 registou 96 transacções, menos 16 do que em comparação com o período homólogo.

O maior número de compras e vendas aconteceu na Península de Macau, com 87 transacções, enquanto foram registadas 37 na Taipa e 6 em Coloane.

Esperadas mais transacções

Em relação ao novo ano, a agência imobiliária Centaline Property espera que o número de transacções de habitações registe um crescimento.

Numa nota publicada na semana passada sobre o mercado imobiliário local, a agência prevê também uma recuperação ao nível do volume de transacções de habitação, que poderá ultrapassar a barreira das 3.500 compras e vendas. Ao longo de 2024, excluindo as transacções da segunda metade de Dezembro, houve um total de 2.963 transacções de habitação.

A melhoria da situação do mercado imobiliário foi explicada pela redução das taxas de juro, o lançamento de novas casas no mercado imobiliário, que deverá ocorrer por volta do Ano Novo Lunar, e as medidas de incentivo ao consumo no Interior.

6 Jan 2025

Imobiliário | Preços de casas novas caem pelo 18º mês consecutivo

Os preços das casas novas na China caíram pelo 18º mês consecutivo, em Novembro, embora a queda ocorra a um ritmo mais lento do que no mês anterior, face às medidas governamentais de apoio ao sector

 

Os preços em 70 cidades selecionadas caíram 0,2 por cento em relação ao mês anterior, de acordo com os cálculos feitos com base nos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês, que reflectiram uma contracção de 0,51 por cento em Outubro.

Entre as localidades mencionadas, 49 registaram reduções nos preços das casas, em comparação com 63 em Outubro, e 17 – incluindo algumas grandes cidades como Xangai e Shenzhen – registaram aumentos, um salto significativo em relação ao mês anterior (sete).

Os cálculos feitos com base nos dados do GNE também reflectem uma redução de 0,35 por cento no preço das casas em segunda mão em Novembro, depois de terem caído 0,48 por cento no mês anterior. No caso deste tipo de imóveis, 58 das 70 cidades registaram descidas, dois mantiveram-se ao mesmo nível de Outubro e 10 registaram subidas.

A instituição estatística também anunciou os dados sobre o investimento em promoção imobiliária entre Janeiro e Novembro, que mostram uma queda de 10,4 por cento, uma descida 0,1 por ceto, mais profunda do que a registada até Outubro.

O GNE indicou que as vendas de propriedades comerciais medidas pela área útil caíram 14,3 por cento entre Janeiro e Novembro. Embora se trate ainda de uma queda significativa, reflecte também novamente uma tendência de recuperação relativa: as duas leituras anteriores tinham sido de 17,1 e 15,8 por cento.

Mangas arregaçadas

Nas últimas semanas, as autoridades chinesas continuaram a anunciar medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas. Em Novembro, o Governo anunciou novas políticas fiscais para estabilizar o mercado imobiliário, e as principais cidades, como Pequim e Xangai, tomaram a iniciativa de anunciar reduções de impostos sobre as habitações de luxo para impulsionar o mercado.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é a crise do sector imobiliário, cujo peso no produto interno bruto (PIB) chinês, somando os factores indirectos, foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.

17 Dez 2024

Imobiliário | Primo de Edmund Ho vendeu imóveis no valor de 52 milhões

Ho Hau Wong, primo do primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho, vendeu cinco casas este ano pelo valor de 52,7 milhões de dólares de Hong Kong. Segundo o jornal “am730”, de Hong Kong, fundado por Shih Wing Ching, conhecida figura do ramo imobiliário, a última transacção de imóveis de Ho Hau Wong foi uma casa em Harbour Place, na zona de Kowloon, pelo preço de 5,5 milhões de dólares de Hong Kong. Este imóvel, quando adquirido pelo primo de Edmund Ho em 2014, custou 6,3 milhões de dólares de Hong Kong, o que representa uma perda de 13 por cento no valor da casa.

Porém, nas restantes transacções feitas, Ho Hau Wong conseguiu vender um imóvel em Novembro por 28,2 milhões de dólares de Hong Kong e duas casas por 13,1 milhões de dólares de Hong Kong em Outubro, pelo que apenas um negócio resultou em perdas para o proprietário.

Esta notícia surge no contexto de um cenário de crise económica em que os mais ricos de Hong Kong vendem o património com algum prejuízo, a fim de cobrir o aumento das taxas de juro e “stress macroeconómico”. Segundo a Business Insider, algumas propriedades de luxo foram vendidas na primeira metade do ano por até 50 por cento face ao pico dos preços de 2018, declarou Jack Tong, director de pesquisa de Hong Kong da imobiliária Savills.

12 Dez 2024

Imobiliário | Vendas de fracções e estacionamentos caem 18%

No terceiro trimestre deste ano, foram vendidos 1.289 fracções autónomas e lugares de estacionamento, volume que representa uma descida de 18,1 por cento face ao trimestre anterior. Também o valor pago pelos imóveis caiu 29,9 por cento para um total de 6,53 mil milhões de patacas, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) divulgados na sexta-feira.

No trimestre de referência foram transaccionadas 897 fracções autónomas habitacionais (-129, em termos trimestrais) pelo valor de 5,26 mil milhões de patacas (-20,9 por cento). Já o preço médio por metro quadrado de apartamentos, desceu 5,6 por cento para 86.578 patacas.

Analisando os preços médios de apartamentos, a DSEC indica que na Taipa se registou uma quebra de 14,4 por cento em termos trimestrais, uma descida em Coloane de 11,3 por cento, enquanto na península o preço médio subiu 5 por cento. Importa referir que, no plano global, os preços na península são mais baratos do que nas ilhas.

A DSEC revela também que no terceiro trimestre deste ano, havia 266 fracções autónomas habitacionais com licença de utilização emitida.

18 Nov 2024

China | Medidas governamentais estimulam sector imobiliário

O mercado imobiliário da China terá batido no fundo e mostra sinais de recuperação, com as vendas de casas a acelerarem nas principais cidades em Outubro

 

Desde que uma série de políticas de estímulo económico começou a entrar em vigor no final de setembro, a tendência de desenvolvimento do mercado imobiliário chinês está a mudar discretamente, prevendo-se um crescimento contínuo das vendas de casas nos últimos meses do ano, segundo analistas citados pelo Global Times.

Tradicionalmente, os meses de setembro e outubro são os dois meses de maior transação de casas, sendo amplamente conhecidos no país como o período “setembro Dourado, outubro Prateado”.

Nos últimos anos, no entanto, esta época foi relativamente calma no que diz respeito às transacções de imóveis – mas este ano, em outubro, a actividade do mercado imobiliário melhorou, com vários indicadores a mostrarem um crescimento anual após um período prolongado de declínio, segundo os últimos dados do Ministério da Habitação e do Desenvolvimento Urbano-Rural.

As transacções imobiliárias nas cidades chinesas de primeiro nível – Pequim, Xangai, Guangzhou e Shenzhen – registaram um crescimento acentuado, com as vendas online de casas novas a aumentarem 14,1 por cento em termos anuais e as vendas de casas em segunda mão a subirem 47,3 por cento, segundo os dados.

Em outubro, Pequim registou 17.000 transacções online de casas em segunda mão – um máximo de 19 meses – enquanto as vendas de casas novas aumentaram 50,1 por cento em relação ao mês anterior, segundo dados da Comissão Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural de Pequim.

Desde novembro, as vendas de casas em segunda mão em Pequim mantiveram o ritmo de recuperação de outubro, permanecendo em níveis relativamente elevados, informou o China Securities Journal na segunda-feira.

De acordo com dados do portal de transacções imobiliárias de Xangai, o volume total de transacções de casas em segunda mão na cidade (incluindo residenciais, comerciais, escritórios e lugares de estacionamento) atingiu 21.922 unidades entre 1 e 28 de outubro. Entretanto, o mercado de casas novas registou um aumento de quase 40% nas transacções mês a mês.

O sentimento do mercado imobiliário noutras grandes cidades chinesas também registou alguma melhoria. Por exemplo, o mercado de casas novas na cidade de Nanjing registou um volume de transacções de 401.200 metros quadrados em outubro, o que representa um aumento de 8,77% em relação ao mês anterior.

Segundo os analistas de mercado, a procura de habitação reprimida dos últimos três anos está a ser libertada. Ao mesmo tempo, os efeitos de transmissão entre mercados reforçaram-se, com o aumento da atividade no mercado da habitação em segunda mão, o que também ajuda a impulsionar as vendas de casas novas.

O impacto positivo das políticas de estímulo económico do governo está a fazer-se sentir activamente, continuando a baixar os custos de aquisição de habitação e a acelerar o entusiasmo dos compradores, segundo um relatório do E-house China R&D Institute, sediado em Xangai.

A implementação das políticas incrementais do governo a favor do crescimento deverá estimular ainda mais o mercado imobiliário no quarto trimestre, disse Yan Yuejin, director de investigação do instituto. “Espera-se que a dinâmica do mercado imobiliário continue, com os preços das casas novas a manterem-se estáveis. Prevê-se que, até 2025, o mercado imobiliário nas principais cidades chinesas recupere ainda mais, com os volumes de transação a manterem-se fortes”, previu Yan.

Em 17 de outubro, o Ministério da Habitação e do Desenvolvimento Urbano-Rural, juntamente com quatro outros departamentos governamentais, realizou uma conferência de imprensa para anunciar novas medidas políticas para estimular as vendas de imóveis, que incluíam o aumento do limite de crédito para projectos de habitação “em lista branca” para 4 biliões de yuans (557 mil milhões de dólares).

12 Nov 2024

FMI reduz perspectivas de crescimento e alerta para crise do imobiliário

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou ontem para um possível agravamento da situação do mercado imobiliário na China, ao reduzir as expectativas de crescimento para a segunda maior economia do mundo.

No relatório World Economic Outlook, o FMI reduziu a previsão de crescimento da China para este ano para 4,8 por cento, menos 0,2 por cento do que na projecção difundida em Julho.

Em 2025, o crescimento deverá situar-se em 4,5 por cento, indicou a instituição, sublinhando também que a contracção do sector imobiliário chinês acima do esperado é um dos muitos riscos negativos para as perspectivas económicas globais.

“As condições para o mercado imobiliário podem piorar, com novas correcções de preços no meio de uma contracção das vendas e do investimento”, lê-se no relatório. As crises imobiliárias históricas noutros países, como no Japão, nos anos de 1990, e os EUA, em 2008, mostraram que, a menos que a crise na China seja resolvida, os preços poderão sofrer novas correcções, referiu o FMI.

A contracção no principal veículo de investimento das famílias chinesas pode baixar também a confiança dos consumidores e reduzir a procura interna, explicou o FMI, numa altura em que o país asiático enfrenta já riscos de deflação.

Estímulos vários

Nos últimos meses, a China anunciou a introdução de várias medidas destinadas a impulsionar o crescimento económico. Em Setembro, o Banco Popular da China anunciou uma série de medidas de estímulo, tais como a redução da quantidade de dinheiro que os bancos devem ter em caixa.

As principais cidades, incluindo Cantão e Xangai, também anunciaram medidas destinadas a estimular o sector imobiliário. No início do mês, o ministro das Finanças da China sugeriu que o país tinha espaço para aumentar a dívida e o défice, indicando estarem a caminho mais estímulos.

“O estímulo governamental para contrariar a fraqueza da procura interna colocaria mais pressão sobre as finanças públicas. Os subsídios em certos sectores, se forem orientados para o aumento das exportações, podem exacerbar as tensões comerciais com os parceiros comerciais da China”, afirmou o FMI.

A economia da China cresceu 4,6 por cento, no terceiro trimestre de 2024, aquém da meta definida por Pequim para a totalidade do ano de “cerca de 5 por cento”.

24 Out 2024

Economia | Imobiliárias pedem medidas para relançar mercado

A Associação Comercial e Profissional de Desenvolvimento Predial de Macau espera que o futuro Chefe do Executivo adopte medidas para revitalizar o mercado do imobiliário. A posição foi tomada pela presidente da associação, Sou Hao Chan, em declarações ao Jornal do Cidadão.

Segundo a dirigente, nos últimos cinco anos verificou-se uma tendência contínua de queda do número de transacções e dos preços da venda do imobiliário, que, ao contrário do esperado, não foi invertida pelas isenções fiscais aprovadas em Abril deste ano.

Sou Hao Chan considera ainda que as únicas boas notícias esperadas no sector é a possibilidade de uma redução do valor dos juros, no final de Setembro, nos Estados Unidos, o que indirectamente vai fazer com que os empréstimos em Macau fiquem mais baratos.

Neste ambiente, além de pedir ao novo Governo medidas de incentivo à compra de imobiliário, Sou Hao Chan espera uma maior aposta na diversificação económica, para desenvolver as Pequenas e Médias Empresas. Na perspectiva da presidente da associação, se as PME estiverem numa situação melhor, haverá mais confiança na procura de casa e de outros espaços comerciais.

Ainda entre as medidas consideradas importantes para o futuro, a presidente da associação apelou ao Executivo para permitir a entrada de um maior número de trabalhadores não-residentes, por considerar que há uma falta generalizada de mão-de-obra.

12 Set 2024

Imobiliário | Sugerida comissão mínima para transacções

Citando queixas do sector imobiliário que relatam o abrandamento do optimismo do mercado, Song Pek Kei sugere ao Governo que estabeleça legalmente uma comissão mínima para agentes imobiliários por cada venda. A deputada pede também a diminuição dos custos para renovar licenças

 

Apesar da excitação inicial no mercado imobiliário após a entrada em vigor das isenções fiscais introduzidas para melhorar os negócios, Song Pek Kei dá conta de relatos de agentes e mediadores imobiliários que apontam na direcção do arrefecimento do entusiasmo ao nível de transacções.

Face a este cenário, a deputada ligada à comunidade de Fujian defende o lançamento de medidas adicionais para estimular o mercado e ajudar os profissionais do ramo.

Numa interpelação escrita divulgada na sexta-feira, Song Pek Kei pede ao Governo um balanço relativamente à eficácia das medidas e políticas implementadas para impulsionar o sector imobiliário, em particular as isenções fiscais sobre a compra de imóveis que entraram em vigor a 20 de Abril.

A deputada argumentou que como Macau não tem legalmente fixada uma comissão mínima para os mediadores imobiliários podem ocorrer situações de “concorrência pouco saudável”. “Muitos agentes imobiliários não conseguem fechar uma transacção por mês. Além disso, muitos donos de agências não só assumem o papel de agente, como também acabam por acarretar com as despesas para pagar a renovação das licenças de mediador e agente imobiliário. Os custos operativos são demais altos neste ambiente de mercado”, indica a deputada.

Taxas e taxinhas

Song Pek Kei indicou que é comum em muitas províncias chinesas a uniformização do sector da mediação imobiliária, em particular no que toca às comissões cobradas em transacções ou em contratos de arrendamento.

Importa diferenciar as duas profissões, enquanto os agentes são angariadores de clientes, tratando do contacto com o cliente e a venda, os mediadores são os empresários que gerem o negócio.

Em relação aos custos operativos, as licenças de mediador imobiliário custam 3.000 patacas para sociedades comerciais e 2.400 patacas para um mediador imobiliário, empresário comercial, pessoa singular. Já a taxa a pagar por agentes, é de 1.500 patacas. Todas as licenças têm validade de três anos.

“Será possível reduzir as taxas para renovar licenças de forma a aliviar o impacto do actual ambiente de negócios que pressiona o sector”, questiona a deputada.

Além destas medidas, a deputada lembrou que a lei da actividade de mediação imobiliária entrou em vigor há mais de 10 anos e que representantes do sector pediram repetidas vezes uma revisão que tenha em conta as dificuldades das pequenas e médias empresas do sector e a subsistência dos agentes.

Segundo os dados do Instituto de Habitação, operaram actualmente em Macau 1.420 mediadores imobiliários e 4.623 agentes imobiliários.

23 Jul 2024

Imobiliário | Junho com sinais de recuperação e casas mais caras

Após a Assembleia Legislativa ter removido vários impostos que incindiam sobre a compra de habitações, Junho registou mais de 400 transacções imobiliárias. É a primeira vez que acontece desde Março do ano passado

 

No passado mês de Junho, houve mais transacções imobiliárias e os preços ficaram mais caros, em comparação com o mês anterior e o período homólogo. A informação divulgada pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) representa a primeira vez desde Março do ano passado que o número de transacções imobiliárias ficou acima das 400 transacções.

Segundo a estatística oficial, em Junho houve um total de 413 transacções de habitação, a um preço médio de 99.489 patacas por metro quadrado.

A 20 de Abril a Assembleia Legislativa aprovou um pacote proposto pelo Governo para acabar com vários impostos aplicados às transacções imobiliárias. Os efeitos parecem começar a sentir-se e em comparação com Maio, o número de compras e vendas mostra um aumento de 19,4 por cento, ou de 67 transacções, com o registo a saltar de 346 compras e vendas para 413.

Em termos do preço, em Maio, a média do metro quadrado tinha sido de 91.711 patacas, e em Junho subiu para 99.489 patacas, um crescimento de 8,5 por cento, que correspondeu a 7.778 patacas por metro quadrado. Se, por exemplo, for considerada uma habitação com área de 120 metros quadrados, no espaço de um mês o preço subiu de 11 milhões de patacas para 11,94 milhões, uma diferença de quase um milhão.

A maior procura por habitação aconteceu na Taipa, onde houve 216 transacções. A área média útil das casas transaccionadas foi de 55 metros quadrados, ao preço de 111.825 patacas por metro quadrado. Além disso, registaram-se 177 transacções na Península, com um preço médio de 88.065 patacas por metro quadrado e 20 transacções em Coloane, ao preço médio por metro quadrado de área útil de 101.455 patacas.

Melhorias evidentes

O impacto das novas medidas no imobiliário é mais evidente quando a comparação é feita com Junho de 2023. Nesse mês, houve 236 transacções imobiliárias, uma diferença de 43 por cento, ou 177 transacções.

Também os preços ficaram mais caros, dado que a Junho de 2023 o preço do metro quadrado estava em 96.791 patacas, e no mês mais recente subiu para 99.489 patacas por metro quadrado.

Em relação à primeira metade deste ano, houve 1.556 transacções a um preço de 90.540 patacas por metro quadrado. Na primeira metade do ano passado, o número de transacções tinha sido de 1.793, a um preço médio de 93.887 patacas por metro quadrado.

Na primeira metade do último ano da pandemia, em 2019, tinham sido registadas 3.920 transacções a um preço médio de 109.466 patacas por metro quadrado.

20 Jul 2024

Imobiliário | Preços das casas novas caem pelo 13.º mês consecutivo em Junho

Os preços das casas novas na China caíram em Junho pelo 13.º mês consecutivo, indicam dados oficiais ontem divulgados, sugerindo que a crise no sector imobiliário do país ainda não chegou ao fim. Os preços em 70 cidades selecionadas caíram 0,6 por cento, em relação ao mês anterior, de acordo com cálculos feitos com base nos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE).

Entre as localidades acima mencionadas, 64 registaram reduções nos preços das casas, em comparação com 68 em Maio, sendo que apenas seis registaram aumentos. No caso dos imóveis usados, 69 das cidades analisadas registaram descidas, com excepção de Kunming, no sudoeste do país.

Em Maio, as autoridades chinesas lançaram um vasto pacote de medidas para tentar reanimar o sector imobiliário, com cerca de 42,25 mil milhões de dólares em empréstimos para projectos de habitação subsidiada ou a redução das entradas exigidas para a compra de casas, incentivando também os governos locais a comprar terrenos não urbanizados ou propriedades não vendidas aos promotores.

Várias cidades anunciaram também medidas para facilitar a compra de casa, incluindo Xangai, Shenzhen e Cantão, três das quatro maiores cidades do país. O investimento na construção imobiliária aumentou 10,1 por cento em termos anuais nos primeiros seis meses do ano, indicou o GNE.

Os dados da agência estatística mostraram ainda que, até Maio, as vendas comerciais medidas por área útil caíram 19 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Este indicador já tinha registado uma quebra de 24,3 por cento em 2022 e de mais 8,5 por cento em 2023.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é a crise no sector imobiliário, cujo peso no produto interno bruto do país, somando factores indirectos, é estimado em cerca de 30 por cento, de acordo com alguns analistas.

16 Jul 2024

Imobiliário | Mercado industrial e de lojas em quebra

Apesar de alguma recuperação na venda de apartamentos, principalmente imóveis a estrear, o mercado imobiliário continua em queda no que diz respeito a fracções industriais e lojas. As conclusões foram retiradas do balanço trimestral da agência Centaline, que destaca também o aumento de escritórios desocupados, em parte, devido ao teletrabalho

 

Se por um lado, o volume de vendas de fracções para habitação passou para o dobro entre o primeiro e o segundo trimestre do ano, o mercado de transacções de imóveis para fins industriais, comerciais e escritórios continua em queda. É o que indica o relatório de actividade da agência imobiliária Centaline referente ao segundo trimestre do ano.

Em relação aos escritórios, o director regional responsável pelos mercados industriais e comerciais, Jack Lei, salientou a debilidade do segmento, que não deverá chegar às 50 transacções na primeira metade de 2024. “Não só é por causa da fraca economia global. Desde a pandemia, em muitas empresas passou a ser normal o trabalho à distância, o que ajudou a que exista muito mais oferta do que procura no mercado. A taxa geral de desocupação de escritórios aumentou no segundo trimestre para 12,4 por cento”, revelou o responsável.

Em relação à perspectiva para o terceiro trimestre deste ano, Jack Lei não espera grandes novidades ou evolução.

Quanto às vendas de lojas, a Centaline revelou dados díspares. Se por um lado, nos primeiros seis meses do ano foram vendidas 173 fracções, com aumento anual de 26 por cento, os preços dos imóveis caíram por necessidade de liquidez dos proprietários. A imobiliária refere também que a redução de preços e a busca de vendas rápidas fez com que surgissem no mercado mais lojas em zonas nobres, ou de grande fluxo de turistas, o tipo de imóveis para comércio que raramente surgia para venda.

Por outro lado

Porém, se as vendas de lojas aumentaram, os arrendamentos caíram 42 por cento no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2023. Neste caso, Jack Lei salienta o grande aumento de lojas vazias, por arrendar, nos bairros comunitários, algo que justificou com o aumento do consumo para lá da fronteira.

Além disso, revelou que no cômputo geral, as rendas de lojas aumentaram 10 por cento em termos anuais devido ao encarecimento nas zonas turísticas, enquanto nos bairros comunitários se acentuou o declínio do valor das rendas na altura de renovar o contrato.

O mesmo se verifica nas vendas de fracções em edifícios industriais. Porém, como parece haver menos vontade dos proprietários destes imóveis em baixar muito os preços, a ocupação nestes edifícios caiu. Algo que a Centaline aponta como pista para a futura queda de preços já no terceiro trimestre deste ano.

Ainda assim, a queda do valor destes imóveis levou ao aumento de cerca de 70 por cento ao ano do número de transacções nos primeiros seis meses de 2024.

Em relação ao mercado da habitação, a Centaline destaca o aumento das vendas depois de terem avançado os benefícios fiscais, que terá levado muitos promotores a aproveitarem a oportunidade para limpar o inventário com descontos. No entanto, as transacções foram mais no mercado de apartamentos novos, com o mercado a registar mesmo preços mais baratos do que em casas já usadas. No segundo trimestre, as vendas de fracções em segunda mão foram apenas 25 por cento de todas as transacções.

2 Jul 2024

Shimao | Construtora consegue adiar pedido de liquidação em Hong Kong

A Shimao, uma das maiores construtoras imobiliárias da China, conseguiu ontem adiar a primeira audiência num tribunal de Hong Kong sobre um pedido de liquidação apresentado em Abril, após ter entrado em incumprimento.

De acordo com o jornal South China Morning Post, o juiz responsável pelo caso marcou a próxima sessão para 31 de Julho, dando à empresa quatro semanas para obter o apoio dos credores para o plano de reestruturação que apresentou em Março para a dívida emitida nos mercados internacionais no valor de 11,7 mil milhões de dólares.

A Shimao disse que iria “opor-se vigorosamente” ao pedido de liquidação, apresentado pela filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank, relativamente a uma obrigação financeira equivalente a cerca de 202 milhões de dólares.

Várias construtoras chinesas enfrentam possíveis ordens de liquidação dos tribunais de Hong Kong, com processos também abertos contra a Country Garden – a empresa número um do sector entre 2017 e 2022 – e a Kaisa. Esta última também obteve uma suspensão esta semana, embora o juiz tenha avisado que poderia ser a última.

Em Janeiro, foi ordenada a liquidação do gigante endividado Evergrande, uma decisão que deu início a um longo e incerto processo devido a dúvidas quanto ao reconhecimento do processo na China continental, onde o grupo detém a maior parte dos seus activos, uma vez que o sistema judicial de Hong Kong está separado do da China ao abrigo do estatuto de semi-autonomia da antiga colónia britânica.

No início deste mês, outro dos 100 maiores promotores imobiliários, a Dexin China Holdings, também recebeu uma decisão desfavorável num outro processo de liquidação em Hong Kong.

As vendas comerciais de habitações na China, medidas por área útil, caíram 24,3 por cento, em 2022, e mais 8,5 por cento, em 2023, de acordo com dados oficiais.

26 Jun 2024

Inovação na gestão imobiliária

De acordo com o relatório emitido a semana passada pela Hong Kong TVB, uma empresa de gestão imobiliária de Shenzhen distribuiu avultadas somas pelos proprietários dos apartamentos que administra durante o Festival do Barco do Dragão. Cada proprietário pode receber entre 650 e 2.200 Yuans, bem como bolinhos de arroz, uma iguaria essencial para a comunidade chinesa nas celebrações do Barco do Dragão. A entrega de dinheiro e as outras despesas com a comida foram financiadas pelos lucros obtidos por esta empresa de gestão imobiliária.

O contrato de gestão dos condomínios, assinado entre a comissão de proprietários e a empresa gestora dos condomínios, estipulava claramente que o rendimento operacional do imóvel deveria ser dividido ao meio entre ambas as partes. Estes lucros não são utilizados apenas para as prestações sociais acima referidas, mas também para assegurar a manutenção e o melhoramento dos imóveis.

Entregar a administração de edifícios e de conjuntos habitacionais a empresas de gestão imobiliária é uma boa prática. Em Macau, existem muitos arranha-céus com muitos agregados familiares e muitos problemas administrativos. Cada um dos proprietários tem uma opinião diferente sobre a gestão do edifício. Tomemos como exemplo um prédio com 48 andares e quatro elevadores. Relativamente ao funcionamento dos elevadores, existem duas possibilidades. Primeira, cada elevador pode fazer o percurso entre o 1.º e o 48º andar. Segunda, cada elevador fará apenas o percurso entre 12 andares. Ou seja, o primeiro elevador desloca-se entre o 1.º andar e o 12.º. O segundo elevador só pode circular entre o 13.º andar e o 24.º. O terceiro elevador faz a viagem entre o 25.º andar e o 36.º. O quarto elevador só poderá ligar o 37.º andar ao 48.º. Destas duas possibilidades, qual será a melhor? Esta é uma questão que terá de ser discutida pelos proprietários dos apartamentos. Se o edifício precisar de obras e for necessário que todos contribuam, que valor deve caber a cada um? Porque é que temos de pagar este dinheiro? O que é que um residente que não possa pagar deve fazer? As questões que envolvem dinheiro são ainda mais problemáticas.

A maior vantagem de contratar uma empresa de gestão imobiliária é poder contar com a sua experiência na administração das zonas comuns dos edifícios e com a sua capacidade de coordenar o interesse de todos os proprietários. A gestão do condomínio melhora quando se delegam responsabilidades. Tomemos como exemplo a criação de um fundo de manutenção do prédio. A criação de um fundo de manutenção pode resolver em grande medida o problema do pagamento de obras quando há necessidade de as fazer. Actualmente, existem pelo menos dois métodos de angariar dinheiro para criar um fundo de manutenção. Primeiro, o proprietário do apartamento já o recebeu na compra do imóvel. Segundo, cada proprietário paga uma cota mensal e a empresa gestora administra esse dinheiro criando o fundo de manutenção.

Embora o valor das cotas cobradas a cada residente pela empresa de gestão imobiliária não seja alto, como cada edifício tem muitos apartamentos, a quantia recolhida mensalmente é considerável. Especialmente nos primeiros anos, quando o edifício ainda é novo, os lucros da empresa de gestão são bastante consideráveis porque nessa altura os custos de manutenção são baixos. No entanto, este tipo de lucro não é fácil de obter. Requer que a empresa de gestão imobiliária forneça um serviço de alta qualidade a longo prazo, para garantir o bom funcionamento da propriedade.

Claro que também existem casos de empresas que são más gestoras e que afectam os interesses dos proprietários. Algumas empresas de gestão imobiliária não estão dispostas a ajudar os proprietários a criar comissões de condóminos para garantir os seus direitos de gestão a longo prazo sobre o edifício. Isto lembra-nos que na hora de escolher uma empresa de gestão imobiliária é preciso ter cuidado e verificar a sua capacidade e reputação.

O acima mencionado relatório da Hong Kong TVB, sobre a empresa de gestão imobiliária de Shenzhen, permite-nos verificar que tem uma nova abordagem, diferente das práticas convencionais em Hong Kong e em Macau. As empresas de gestão imobiliária conquistam a confiança e o apoio dos proprietários quando partilham lucros com eles. Do ponto de vista do negócio, esta deve ser a condição para os condóminos aprovarem uma empresa de gestão imobiliária. Isto também significa que, deste modo, a empresa de gestão tem a confiança para administrar bem a propriedade.

Ao mesmo tempo que proporciona um bom ambiente harmonioso, obtém-se uma situação em que ambas as partes saem a ganhar através de estratégias de gestão inovadoras. Estas condições novas e atractivas podem ser usadas pelas empresas de gestão imobiliária para conseguirem mais contratos. Mas o mais importante de tudo é que esta empresa possa fornecer aos proprietários serviços de alta qualidade, que é também a condição que os condóminos devem ter em mente quendo aprovam um contrato de gestão das suas propriedades. Se de futuro mais empresas de gestão imobiliária seguirem este caminho, a comissão dos condóminos ficará naturalmente satisfeita, bem como os proprietários. Não só todos ficarão satisfeitos, como também haverá lucros para partilhar, por isso porque não?

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

25 Jun 2024

Imobiliário | Vendas crescem 82% na primeira metade de Maio

Entre a primeira quinzena de Abril e de Maio houve um aumento de 83 compras e vendas de habitação no território de 101 transacções para 184 transacções

 

As transacções de imóveis para habitação registaram um aumento de 82 por cento na primeira metade de Maio, em comparação com a primeira metade de Abril. Os números oficiais foram publicados ontem pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF).

Entre a primeira quinzena de Abril e de Maio registou-se um aumento de 83 compras e vendas de habitação no território passando de 101 transacções para 184 transacções. O aumento da procura pode ser explicado com o facto de na primeira metade de Abril ainda não terem entrado em vigor as medidas que removeram vários impostos aplicáveis às transacções de habitação.

A primeira metade de Maio foi também o mês com maior número de vendas desde o início do ano, batendo o registo de Janeiro, o mais alto até agora, quando tinham sido registadas 105 compras e vendas de habitação.

O preço de 91.361 patacas por metro quadrado de Maio foi igualmente o mais elevado do ano, quando se comparam as primeiras metades dos meses decorridos. Até Maio, o preço mais elevado tinha sido registado nos primeiros dias de Janeiro, com uma média de 88.762 patacas por metro quadrado.

Em comparação com a primeira metade de Maio do ano passado, este ano houve mais 49 transacções, embora a preços mais baixos. O preço de acordo com os dados mais recentes foi de 91.361 patacas por metro quadrado, enquanto na primeira quinzena de Maio de 2023 tinha sido de 93.471 patacas por metro quadrado.

Mais vontade

Após terem sido revelados os dados das transacções imobiliárias, o director geral da agência imobiliária Savills Macau, Franco Liu, considerou que os números reflectem o sentimento do mercado, de uma maior vontade das pessoas para transaccionarem imóveis, após as alterações políticas.

Em declarações ao Jornal Ou Mun, Liu justificou-se ao anunciar que a venda de casas novas num edifício novo na Taipa resultou na transacção de 160 apartamentos ao longo de três dias. Além disso, durante estes dias, indicou o agente imobiliário, cerca de 5 mil pessoas, excluído agentes imobiliários, visitaram o andar modelo.

Contudo, Franco Liu reconheceu que actualmente as vendas ainda apresentam vários descontos para os compradores, o que também contribui para um aumento da procura.

O director geral da agência imobiliária reconheceu que apesar do número de transacções começar a mostrar sinais de alguma recuperação, o mesmo não se pode dizer em relação aos preços, que ainda estão muito abaixo do que chegou a ser praticado.

4 Jun 2024

Savills Macau afirma que mercado imobiliário mostra sinais de recuperação

O director geral da agência imobiliária Savills Macau, Franco Liu, afirma que o mercado está em recuperação, depois do levantamento de medidas restritivas. O cenário foi traçado por Liu, em declarações ao jornal Ou Mun.

Em Abril, numa medida votada de urgência na Assembleia Legislativa, o Governo e os deputados concordaram em remover os impostos do selo especial, imposto do selo adicional e imposto do selo aplicados à aquisição de habitações, para promover a recuperação do mercado imobiliário.

Na perspectiva de Franco Liu, a medida está a atingir os objectivos traçados e o número de transacções está a aumentar face aos níveis historicamente baixos registados desde o ano passado.

No entanto, segundo o director geral da Savills Macau, apesar de se verificar um aumento do número de transacções, os preços continuam em níveis baixos face aos valores praticados nos anos mais recentes, antes da pandemia.

Todavia, o agente imobiliário mostrou-se confiante que a situação vai melhorar gradualmente e afirmou acreditar que o nível de transacções pode atingir os níveis pré-pandemia. Franco Liu justificou esta confiança com a maior probabilidade de o valor da taxa de juros nos Estados Unidos ser reduzido, o que vai tornar os créditos mais baratos na RAEM, devido à indexação indirecta da pataca ao dólar americano, e também devido à melhoria da economia de Macau.

Maiores descontos

Em relação ao crescimento das transacções, Liu indicou que um dos factores que está a contribuir para a subida é o aumento de descontos nos preços praticados pelos vendedores, principalmente nas casas novas. O agente imobiliário revelou que as empresas estão a vendê-las com descontos e a fomentar promoções, de forma a conseguirem escoar as unidades. Contudo, o director geral da Savills Macau reconheceu que este aspecto tem como efeito negativo o facto de não haver condições para que se verifiquem aumentos dos preços, pelo menos nos tempos mais próximos.

Em relação ao mercado das casas usadas, a expectativa é para que a recuperação, mesmo ao nível das transacções, demore mais tempo até ser sentida, porque face aos descontos as casas novas são vistas como mais atractivas.

Quando à entrada de investidores de fora no mercado imobiliário da RAEM, Franco Liu afirmou que o impacto é bastante reduzido. Segundo o director geral da Savills Macau, actualmente existem mercados mais competitivos como o Interior e Hong Kong, pelo que os investidores externos não olham tanto para Macau.

28 Mai 2024

Pequim anuncia medidas para combater crise imobiliária após queda de quase 10% nos preços

A China anunciou na sexta-feira novas medidas para revigorar o sector imobiliário, depois de os últimos dados terem revelado que os preços da habitação caíram quase 10 por cento desde o início do ano. O banco central anunciou que vai reduzir a entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitação.

O mercado da habitação na China está em declínio há vários anos, após Pequim ter adoptado medidas contra o endividamento excessivo das construtoras, arrastando consigo um vasto leque de outros sectores – como o mobiliário e electrodomésticos. Muitos projectos estão agora parados, por acabar.

He Lifeng, vice-primeiro-ministro, disse que as autoridades vão implementar políticas adequadas a cada cidade e “travar a dura batalha de lidar com o risco de habitação inacabada”.

“Vamos avançar solidamente com tarefas – chave como a garantia de entrega de habitação e a absorção da habitação comercial existente”, disse He Lifeng, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, durante uma teleconferência de alto nível sobre políticas imobiliárias.

O esforço para atrair mais famílias para a compra de casa ganhou ímpeto depois de medidas anteriores, como a redução das taxas de juro e o financiamento apoiado pelo Governo, não terem conseguido atrair compradores para o mercado, numa altura em que os promotores imobiliários se debatem com a entrega de habitações já prometidas e pagas.

A crise tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas.

Procura-se procura

O Banco Popular da China anunciou que, a partir de sábado, a taxa de juro para empréstimos de cinco anos para compra de habitação vai ser reduzida em 0,25 por cento para 2,35 por cento. A taxa para os empréstimos a mais de 5 anos cai também 0,25 por cento, passando para 2,85 por cento.

A entrada mínima para os empréstimos para primeira habitação será de 15 por cento do preço de compra. Para as segundas habitações, será de 25 por cento, segundo a agência.

O Gabinete Nacional de Estatística do país reconheceu que a procura interna – despesas dos consumidores e das empresas – continua a ser “insuficiente” e afirmou que o Governo está a estudar novas formas de revitalizar a indústria imobiliária, depois de os preços da habitação terem caído 9,8 por cento entre Janeiro e Abril, em termos homólogos.

“A complexidade, a gravidade e a incerteza da actual conjuntura externa estão a aumentar significativamente. A procura interna efectiva é insuficiente, a pressão sobre as empresas é elevada e existem muitos riscos e perigos ocultos”, afirmou Liu Aihua, porta-voz do gabinete. “A base para a recuperação precisa de ser reforçada”, disse.

20 Mai 2024

Imobiliário | Vendas crescem no primeiro trimestre

Durante os primeiros três meses do ano o número de imóveis vendidos aumentou 19 por cento face ao último trimestre de 2023. Em Abril, mês em que entraram em vigor as isenções fiscais, o volume de transacções quase duplicou face ao mês anterior

 

A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou na sexta-feira que no primeiro trimestre deste ano foram transacionadas 965 fracções autónomas e lugares de estacionamento, correspondendo a subidas de 19 e 26,6 por cento, respectivamente, face ao quarto trimestre de 2023. O volume de vendas atingiu um valor total de 4,76 mil milhões de patacas, revela a DSEC que salienta que os dados foram apurados com base no imposto de selo cobrado.

No período em análise, foram vendidas 573 fracções autónomas habitacionais (+48, em termos trimestrais) pelo valor de 3,34 mil milhões de patacas (+16,7 por cento). Neste capítulo, 530 eram fracções autónomas habitacionais de edifícios construídos (+20,7 por cento) que se cifraram em 3,11 mil milhões de patacas (+27,6 por cento) e 43 eram fracções autónomas habitacionais de edifícios em construção (-50 por cento), cujo valor foi de 230 milhões de patacas (-45,7 por cento).

A DSEC dá conta também da descida em termos trimestrais de 4,8 por cento do preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais globais, com a zona da Taipa a registar a maior quebra (-8,1 por cento).

A quebra de preços também se fez sentir nos imóveis destinados a fins industriais e escritórios. Nos primeiros três meses de 2024, o preço médio por metro quadrado das fracções destinadas a escritórios foi de 70.620 patacas e o das fracções industriais cifrou-se em 43.353 patacas, valores que representaram descidas de 6,4 e 3,6 por cento, respectivamente, em termos trimestrais.

Abril a abrir

Quanto à construção privada, até ao final do primeiro trimestre de 2024 havia 6.645 fracções autónomas habitacionais em fase de projecto, 2.319 em construção e 60 estavam a ser vistoriadas. No trimestre em análise existiam 266 fracções autónomas habitacionais com licença de utilização emitida, das quais 75,9 por cento eram estúdios e 18,4 por cento tinham um quarto.

Em relação ao mês passado, quando foram aprovadas e entraram em vigor as isenções fiscais para impulsionar o mercado imobiliário, a Direcção dos Serviços de Finanças dá conta de um aumento das transacções. Durante o mês de Abril, foram transaccionados 269 imóveis para habitação, total que contrasta com 143 transacções no mês de Março.

Tendo em conta a altura em que entraram em vigor as isenções fiscais sobre a compra de imóveis, a 20 de Abril, na segunda metade do mês passado foram transmitidos 168 dos 269 imóveis no mês inteiro.

No mês passado, as zonas onde se venderam mais imóveis para habitação foram “Cidade e Hipódromo da Taipa” (56 transacções), “Baixa da Taipa” (47 transacções), “ZAPE” (30 transacções) e Novos Aterros da Areia Preta (23 transacções).

20 Mai 2024